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TUESDAY, MAY 05, 2020

A Raiva – Uma Revisão Bibliográfica - Parte 3: na Psicossíntese – Parte A - O Que Podemos Vir a Ser – de
Piero Ferrucci

Se você não leu as Partes anteriores, pode ler adiante e de forma independente das outras Partes.

O atual artigo compões se de uma resenha do livro, “O Que Podemos Vir a Ser”, de Piero Ferrucci, mais
especificamente do “Capítulo 7 – TIGRES EM FÚRIA: Os usos e abusos da agressão”.

O Capítulo inicia considerando a agressividade como uma questão relevante e que se ela for direcionada
para nós mesmos causa (de acordo com a “medicina psicossomática”) doenças: “cardíacas, hipertensão,
obesidade, doenças estomacais, problemas intestinais, sexuais, respiratórios, de pele e reumáticos (...)”
e “em doenças psicológicas, tais como certas formas de depressão, culpa, síndromes obsessivas e
paranóicas e, talvez, alguns casos de psicose.” (p. 95).

Muitas variáveis “podem distorcer [a agressividade] (…) e até transformá-la em violência (...)” (p. 96).
Pode se amenizar seus efeitos negativos solucionando os problemas que essas variáveis causam.

Roberto Assagioli, criador da Psicossíntese, conceitua a “agressividade”, assim:


A agressividade é “um impulso cego de autoafirmação, de expressão de todos os elementos do próprio
ser, sem qualquer discriminação e escolha, sem qualquer consideração pelas consequências, sem
qualquer consideração pelos outros.”

Pierro Ferrucci interpreta R. Assagioli, dizendo que a agressividade está como “uma forma de energia
natural.” (p. 96) e complementa que “Todas as energias naturais são neutras.” - podemos, então, usar
essa “força” para o “bem” ou para o “mal.”. Existem duas formas dessas “forças” ou “energias”, a física,
que somos mais hábeis de “direcionar e usar” e a da agressividade, que temos mais dificuldade de
“comandar e canalizar” (p. 96).

O texto neste podem fica interrompido com algumas questões, perguntas de autoconhecimento, para
refletir sobre nosso tema central, a agressividade.

Essa “energia natural” e neutra funciona de dois modos: (1) ele fica “reprimida” (causando doenças
psicossomáticas ou somente psicológicas) ou (2) ela se expressa em um comportamento (a) construtivo
ou (b) destrutivo.

Para algumas pessoas “expressar seu próprio ressentimento” com uma pessoa compreensiva pode
ajudar a lidar com a agressividade (p. 97), mas não está como uma situação a se generalizar, podendo
causar danos em algumas casos.
Uma outro meio de lidar com a agressividade pode estar em “descarregá-la” e P. Ferrucci lista opções
para esse descarregar fisicamente, agredindo algo – inofensivamente- físico. Além disso, acrescenta, que
algumas pessoas não fazer essa descarga por estarem racionalizando seu medo de fazer isso.

Um outro método está em transmutar, “transformar”, a energia agressiva, mudando “seu objetivo e
modo de expressão”, em outras palavras, se direciona essa agressividade para algo construtivo (p. 98).

Para que possemos transformar, precisamos nos desidentificar da agressividade, observando-a de um


jeito objetivo. Não devemos condenar a energia agressiva, mas algumas pessoas a vêem como muito
medo, erram ao associa-lá à violência e crêem que no desenvolvimento de “qualidades superiores”, ela
irá se desfazer.

Em um estado primitivo a agressividade toma uma forma destrutiva, mas em estado evoluído ela
adquire a forma de criatividade.

Ferrucci nos apresenta a história de Júlia e sua transformação da agressividade em “atividade que ela
gostasse e valorizasse, em vez de voltá-la contra si mesma.” (p. 101). Sua energia foi investida no estudo,
que antes era algo ruim para ela, transmutando o em “vida” (p. 101).
Essa mudança foi gradativa, aumentado aos poucos, e inicialmente quase como uma estratégia. Isso ela
consegui praticando um exercício apresentado neste Capítulo - “Transformação da Energia Criativa”.
Nesse processo, Júlia, ampliou o espectro de sua atividades e “bate regularmente em sua cama com uma
raquete de tênis para descarregar sua energia excedente.” (p. 101).

A ideia da transformação da energia – de agressividade - está em fazer com isso aconteça, ao invés de
deixar esse processo ao acaso.

Para muitas pessoas a agressividade a “chave de seu negócio.” (p. 103) – assim Ferrucci cita
exemplificando o poeta latino Quintilianus, Einstein, Ralph Waldo Emerson, Florence Nightingale e
Beethoven – infelizmente os documentos relativos à esses indivíduos, para a compreensão do processo
criativo, está como insuficiente – porém eles sugerem que o que impulsionou esses gênios foi a energia
agressiva.

O Capitulo termina com a consideração que a humanidade gera grande destruição, que a solução para
isso está como complicada e complexa e alguns fatos que o autor do livro mostra explicitam a
importância da mudança, da “transformação pessoal” (p. 105).

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