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GR Análise Qualitativa e Quantitativa Dos Riscos PDF
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Análise Qualitativa e Quantitativa dos Riscos
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Análise Qualitativa
e Quantitativa dos Riscos
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Análise Qualitativa e Quantitativa dos Riscos
Contextualização
Nesta unidade, você aprenderá a etapa da gestão dos riscos que trata sobre a análise
dos riscos.
Esta etapa faz parte das medidas essenciais para a segurança do trabalho. É o proces-
so realizado para identificar os riscos existentes no ambiente de trabalho com o objetivo
de minimizar, controlar e evitar as ameaças presentes no dia a dia dos trabalhadores.
Sabemos que para adquirir um EPI é preciso compreender quais são os riscos que
temos que controlar, minimizar e eliminar. Assim, podemos escolher os EPIs e coletivos
de maneira efetiva e correta para cada tipo de atividade. Por isso, a análise de risco é
essencial e primordial para a eficiência da segurança do trabalho nas empresas.
Ordem
de Serviço
Mapa
EPCs de Riscos
EPIs PPRA
Análise
de Risco
PCMAT PCMSO
PPR PCA
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Análise de Riscos
Nesta Unidade, abordaremos a análise de riscos.
Você sabia que o empregador tem a obrigação de elaborar uma análise de risco para asse-
gurar a proteção dos trabalhadores?
Por isso, é um processo contínuo, inserido na rotina, que deve ser revisto periodica-
mente. São necessários um acompanhamento e revisão das medidas de controle quando
se adquirem novos equipamentos, novos produtos e novos procedimentos. É também
necessário garantir supervisão adicional quando há entrada de novos trabalhadores
inexperientes ao local de trabalho, para que, deste modo, se possam prevenir acidentes
de trabalhos futuros (UNIT, 2012).
Desta forma, segundo Nunes (2013), torna-se necessário efetuar uma análise de ris-
cos anualmente ou quando é efetuada alguma alteração no processo de trabalho para
uma prevenção de riscos ocupacionais eficaz.
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UNIDADE
Análise Qualitativa e Quantitativa dos Riscos
Nesse processo, a análise de risco deve ter como elementos principais: envolver a
alta direção, implementar uma metodologia para analisar risco e selecionar ferramentas
para este propósito. Além da definição de prioridades e de um plano de ação que trate
as ocorrências identificadas nos estudos de risco. Os eventos de risco devem ser clas-
sificados e gerenciados pela organização por meio de controles efetivos e a análise de
riscos deve ser incorporada aos novos projetos, ampliações e modificações relevantes
(FANTAZZINI, 2004).
A qualitativa determina a qualidade, é um tipo de avaliação que irá definir onde estão
os riscos do seu ambiente laboral, porém não consegue mensurar a intensidade desses
riscos. Já na quantitativa é possível determinar a quantidade dos riscos presentes no
trabalho, avaliando a quantidade dos agentes ambientais.
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Na atualidade, a maior parte das modelagens de risco quantitativo é realizada com
auxílio de software. Além de haver uma tendência de, mesmo nas análises qualitativas,
serem utilizados softwares que transcrevem os passos das ferramentas conhecidas de
análise de risco (CGE, 2012).
ALARP (As Low As Reasonably Practicable): é uma expressão inglesa que pode ser tradu-
zida por “tão baixo quanto possível”
A agência britânica Health and Safety Executive – HSE (2011) propõe cinco passos
para analisar os riscos no ambiente de trabalho, a saber:
1. identificação das condições perigosas;
2. quem e como está exposto às condições perigosas;
3. controles atuais adotados e classificação do risco;
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4. revisão da avaliação; e
5. atualização se necessária.
A urgência dos riscos deve ser avaliada, com o objetivo de determinar a data mais
cedo de possibilidade de ocorrência do risco e, dessa forma, definir repostas para
aqueles que forem acontecer em breve. Para isso, é necessário considerar os gatilhos
de riscos, isto é, os sinais que indicam que um evento de risco está preste a acontecer.
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1. baixa, representada por lesões superficiais, cortes e pequenas irritações;
2. média, representada por queimaduras, choque, dermatites e incapacidades me-
nores; e
3. alta, representada por amputações, doenças ocupacionais que encurtam a vida
e fatalidade.
Lembre-se de que a severidade nesse caso pode ser entendida como a medida da consequência.
Cada organização pode construir sua própria matriz de classificação de risco, base-
ando-se na sua árvore gerencial, iniciando no topo da estrutura até a menor unidade.
O risco pode ser classificado pela resultante das dimensões combinadas da matriz
de riscos.
As dimensões da matriz são representadas nas linhas pela probabilidade e nas colunas
pela severidade, resultando nos riscos classificados em: risco tolerável, risco médio ou
moderado, risco substancial ou significativo e risco intolerável (BSI, 1996; FERMA, 2003).
A organização deve adotar medidas que sejam praticáveis técnica e economicamente, mas
que mantenham as atividades do empreendimento nos padrões de segurança aceitáveis.
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Análise Qualitativa e Quantitativa dos Riscos
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3. classificação relativa do perigo usando uma combinação de gravidade e a proba-
bilidade de ocorrência; e
4. identificação de possíveis medidas corretivas.
Por fim, a análise de risco é um estudo técnico sobre determinada tarefa ou procedi-
mento a ser realizado no ambiente de trabalho. Tem o objetivo de identificar e avaliar os
riscos presentes para adotar as correções de segurança, praticando a gestão de riscos
com eficiência e apresentando a exposição dos mesmos.
A APR é o método utilizado para que seja possível realizar esta análise em cada
atividade de trabalho, sendo uma etapa inicial e essencial para dar continuidade aos
outros programas, ferramentas e métodos utilizados na segurança do trabalho para
prevenir os acidentes e proteger a saúde dos colaboradores.
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As “palavras-chaves” ou “palavra- guias” (por exemplo: Não, Mais, Outro, Parte de,
etc.) aplicam-se a parâmetros relevantes do processo (por exemplo: contaminação, pres-
são, temperatura) para ajudar a identificar os potenciais desvios (ICH Q9, 2005).
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1. formar uma equipe de HAZOP;
2. identificar os elementos do sistema;
3. considerar possíveis variações nos parâmetros operacionais;
4. identificar quaisquer perigos ou pontos de falha.
Uma vez que as quatro etapas forem concluídas, as informações resultantes podem
levar a melhorias no sistema. Veja abaixo em que consiste cada uma dessas etapas.
Esses não devem ser pessoas sem experiência, mas pessoas com conhecimento e
uma compreensão de sua parte do sistema. Os principais requisitos são o entendimen-
to do sistema e a vontade de considerar todas as variações razoáveis em cada ponto
do mesmo.
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Existe uma causa realista para a variação nociva? Avalie as salvaguardas e sistemas
de proteção existentes e sua capacidade de lidar com os desvios que você considerou.
Como o HAZOP é um exercício, ele pode ser implementado como parte do planejamento de
um novo processo. Mesmo antes de uma instalação ser construída.
As instalações e processos existentes também podem ser avaliados com o HAZOP.
Cada uma dessas etapas pode ser recomendada como parte da hierarquia de controle
de risco, que tem como objetivo priorizar os passos mais efetivos para eliminar perigos
e garantir a segurança em seu projeto.
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Análise de Árvore de Falha – AAF
Análise de Árvore de Falha ou Fault Tree Analysis – FTA é um método que foi
desenvolvido por volta de 1960, por W. A. Watson, da empresa Bell Laboratories e
aperfeiçoada pela Boeing Corporation. Consiste em um processo lógico e dedutivo
em que, partindo de um evento indesejado e pré-definido (evento topo), buscam-se as
possíveis causas de tal evento.
A árvore de falhas mostra explicitamente todas as relações diferentes que são neces-
sárias para resultar no evento superior. Ao construir a árvore de falhas, obtém-se uma
compreensão completa da lógica e das causas básicas que levam ao evento de topo.
A árvore de falhas é um registro tangível da análise sistemática da lógica e causas básicas
que levam ao evento de topo e fornece uma estrutura para avaliação qualitativa e quan-
titativa completa do evento de topo.
Assim, é o modelo lógico da relação entre o evento indesejado e eventos mais básicos,
onde o evento superior da árvore de falhas é o evento indesejado. Os eventos médios
são eventos intermediários, a parte inferior da árvore de falhas são os eventos básicos
causais ou eventos primários. Os relacionamentos lógicos dos eventos são mostrados
por símbolos ou portas lógicas.
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Evento básico representa o evento de nível mais baixo (causa) resolvido na árvore de falhas se o evento
subdesenvolvido representar um evento que não é desenvolvido para causas.
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Para desenvolver a árvore de falhas, você deve:
• definir o evento superior como um retângulo;
• determinar os eventos imediatos necessários e suficientes que resultem no evento
de topo;
• desenhar a porta apropriada para descrever a lógica dos eventos intermediários
resultando no evento superior;
• tratar cada evento intermediário como um evento de nível superior intermediário;
• determinar as causas imediatas, necessárias e suficientes para cada evento
intermediário;
• determinar a porta apropriada e continuar o processo.
Portas Lógicas
Eventos Intermediários
Eventos Básicos
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Eventos dinâmicos podem ser tratados por FTA. Cada evento é claramente descrito
para incluir as condições dinâmicas e os eventos básicos são definidos incluindo as con-
dições dinâmicas. As portas “E” e “OU” padrão são usadas para descrever a relação
lógica geral, a diferença é que fórmulas de quantificação mais complexas são usadas
para incorporar as condições dinâmicas.
A FMEA pode ser definida como o conjunto de procedimentos pelos quais cada
modo de falha potencial em um sistema é analisado para determinar os resultados ou
efeitos do mesmo no sistema e classificar cada modo de falha potencial de acordo com
sua gravidade (US MILITARY STANDARD 1629A, 1980). Lee et al. (2016) apresentam
a FMEA como uma técnica sistemática que pode ser usada para identificar os possí-
veis modos de falha associados a um produto ou seu processo de produção como uma
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ferramenta de melhoria de alta qualidade, possibilitando a implementação das medidas
de melhoria e prevenção numa fase precoce.
Segundo Ramos (2006), de uma forma geral, o método FMEA é formado basicamen-
te por cinco etapas:
• Planejamento da FMEA;
• Identificação das funções, modos de falhas, causas e efeitos;
• Classificação dos índices de ocorrência, severidade e detecção;
• Interpretação e acompanhamento.
Lee et al. (2016) defendem que quando os modos de falhas potenciais e seus efei-
tos são identificados, ações corretivas podem ser empregadas para eliminar as falhas
potenciais ou fazer melhorias contínuas para reduzir a gravidade e frequência das falhas
potenciais, bem como aumentar sua probabilidade de detecção. A FMEA tem como
objetivo identificar e priorizar possíveis imperfeições em produtos e processos (PUENTE
et al., 2002).
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Análise Qualitativa e Quantitativa dos Riscos
Classificação
Modo Efeito(s) Causa(s)
Severidade
Ocorrência
Detecção
Item/ Controles Controles Ação
Requisitos de Falha Potencial(ais) Potencial(ais) NPR
Função Prevenção Detecção Recomendada
Potencial de Falha de Falha
Fonte: tabela adaptada de Manual de Referência Análise de Modo e Efeitos de Falha Potencial – FMEA (2008)
Leia o livro CHRYSLER LLC, FORD MOTOR COMPANY E GENERAL MOTORS CORPORATION.
Análise e efeitos de falha potencial (FMEA). Manual de Referência. 4ª ed. São Paulo:
IQA, 2008, para aprender com detalhes como fazer a análise de risco FMEA.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Effective FMEAs
CARLSON, C. S. Effective FMEAs. John Wiley & Sons, Inc.: Hoboken, NJ, USA, 2012.
Leitura
Hazard and operability (HAZOP) analysis
ARNALDOS, J; et al. Hazard and operability (HAZOP) analysis. A literature review.
Journal of Hazardous Materials. n. 173, p. 19-32, 2009.
Integrated hazard identification within the risk management of industrial biological processes
MORENO, V C.; Cozzani, V. Integrated hazard identification within the risk
management of industrial biological processes. Saf. Sci. 2018, 103, 340–351.
Risk analysis of geothermal power plants using Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
technique
FEILI, H. R.; AKAR, N.; LOTFIZADEH, H.; BAIRAMPOUR, M.; NASIRI, S. Risk
analysis of geothermal power plants using Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
technique. Energy Convers. Manag. 2013, 72, 69–76.
A structural approach to the HAZOP – Hazard and operability technique in the biopharmaceutical
industry
HERRERA, M. A. D.; LUNA, A. S.; COSTA, A. C. A. da; LEMES, E. M. B. A structural
approach to the HAZOP – Hazard and operability technique in the biopharmaceutical in-
dustry. Journal of Loss Prevention in the Process Industries, vol. 35, pp. 1-11, 2015.
AHP – based analysis of the risk potential of safety incidents: case study of cranes in the
construction industry
RAVIV, G.; SHAPIRA, A.; FISHBAIN, B. AHP – based analysis of the risk potential
of safety incidents: case study of cranes in the construction industry. Safety Science,
v. 91, p.298-309. 2017.
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Referências
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