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El Estado proyectado por Rocco se concretaba, ya desde los primeros años de militancia
nacionalista, en «una armadura de acero (...): una versión contemporánea, pero acorde con
una línea de pensamiento jurídico más precisa, con la «sociedad orgánica» sansimoniana o
con el Système de politique positive de Auguste Comte» (81). Semejante visión positivista
de la sociedad, combinada con los elementos de la tradición política autoritaria, le induce a
negar la categoría de los derechos subjetivos como atribución de libertades individuales, y a
considerarla una condición de vida y progreso fisiológico de la organización social.
CAMPIONE , p314.
No campo do direito seu referencial teórico era o juspositivismo alemão (que apesar de não
ser idêntico ao positivismo filosófico de Comte, foi desenvolvido e inspirado por juristas
positivistas). Segundo Fabio Gentile, professor de Ciências Sociais da Universidade Federal
do Ceará e especialista em fascismo:
Boa parte da lógica de Rocco se baseia na oposição a outros regimes e formas de Estado.
Após uma longa crítica ao liberalismo e a democracia Rocco define o que seria para ele o
Estado Moderno:
Portanto o Estado, se existe para todos, deve ser governado por todos, e não por uma
pequena minoria: Se o Estado existe para o povo, a soberania deve residir no povo: se
todos os indivíduos têm o direito de governar o Estado, a liberdade não é mais suficiente;
igualdade deve ser adicionada; e se a soberania é garantida pelo povo, o povo deve deter
toda a soberania e não somente parte dela. O poder de examinar e restringir o governo não
é suficiente. O povo deve ser o governo .(Rocco, 1925)
Salta aos olhos a semelhança deste discurso com a famosa frase de Osvaldo Aranha
pronunciada dias depois da Revolução de 1930: Até aqui o povo obedecia ao governo;
agora, é o governo que obedece ao povo. (in Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 5 de
novembro de 1930). A curta distância temporal entre o escrito de Rocco e a declaração de
Osvaldo Aranha remete também ao espírito do tempo: as agruras da primeira guerra
mundial, as crises econômicas e a disparidade social estavam na ordem do dia, gerando
respostas semelhantes em lugares distintos. O texto segue analisando as diferenças e
semelhanças entre fascismo, liberalismo, democracia e socialismo até chegar em um ponto
surpreendente para nós:
Um leitor desatento pode achar que as frases acimas formam parte de um discurso de
Lenin. Para além da mímese do socialismo, o fascismo copiava parte da retórica e das
diretrizes do movimento comunista internacional e do socialismo utópico. Também se nota a
influência positivista na ideia de conciliação de classes sintetizada no conceito de
corporativismo. Esta passagem, por exemplo, certamente contemplaria Getúlio Vargas e os
positivistas brasileiros. Afinal uma doutrina que defende a incorporação do proletariado na
sociedade, uma distribuição econômica mais justa, mas sem a luta de classes marxista, é
justamente o que eles defendiam. Eis uma das semelhanças entre positivismo e fascismo e
uma das inspirações que o segundo tirou do primeiro: