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INTRODUÇÃO

Em decorrência dos desequilíbrios ecológicos que ocorrem na atualidade, os educadores


têm um papel fundamental que é o de despertar o interesse dos alunos para os problemas
ambientais que estão presentes no dia-a-dia, oferecendo-lhes meio para possíveis
soluções. Dessa maneira, é importante pensar na busca de novas reflexões no processo
educativo, onde o gestor escolar vivencie essas transformações de forma a beneficiar suas
ações, sendo ele não um mero expectador, mais sim um agente ativo dos avanços
estruturais da sociedade, um motivador desse processo.

O ambiente escolar, que é a escola, é sem dúvida o cenário mais propício para a discussão
da temática dos problemas ambientais. É nos colégios que acontecem as influências
diretas na vida de todos os indivíduos inseridos nela, sendo necessário, nestes espaços,
estimular a prática da cidadania promovendo o desenvolvimento sustentável, trazendo a
discussão da conscientização da conservação dos recursos naturais e a melhoria das
condições de vida. Quando a comunidade escolar se envolve com a mudança das práticas
cotidianas, elas passam a fazer a diferença no seu entorno, e essa transformação é a base
para ajudar a transformar o futuro. 

Hoje, é possível observar que a e energia é uma das maiores preocupações no mundo
atual. O consumo de energia elétrica vem aumentando com o advento das tecnologias e
com o consumo despreocupado da indústria e dos cidadãos. O tema abordado espera
complementar as informações sobre a produção energética, sua distribuição e sobre a
conscientização da comunidade escolar a respeito do impacto ambiental causado pelo
consumo desenfreado e imprudente do gasto desnecessário de energia, e espera também
trazer soluções para que haja a redução eficaz da energia elétrica nas escolas públicas de
Macaé.

A cultura de gastos despreocupados e inconsequentes deve ser discutida e desenvolvida


na escola para se promover uma mudança de cultura e de atitudes diárias. Observa-se que
nas escolas públicas, principalmente, faz necessário construir este objetivo, ou seja,
disseminar práticas que possam levar os alunos, cidadãos em desenvolvimento,
desenvolverem uma consciência crítica, pois é essa consciência que fará com que eles
percebam que seus atos podem denegrir ou contribuir para a manutenção da vida do e no
planeta.

Será tal ação possível, considerando que ele necessita da conscientização de que o mundo
de hoje vive uma crise ambiental e esta reflexão deve ser o impulso para que haja
mudanças de atitudes e para que todos possam compartilhar de um planeta e de um
ambiente preservado. Talvez, esta falta de compreensão esteja vinculada à falta de
informação e haja necessidade de ser desenvolvida de uma maneira onde as atitudes
realizadas cotidianamente possam mudar.
Assim, um trabalho de conscientização no espaço da escola que pode ser o mecanismo de
difusão deste conhecimento, pois a escola é, potencialmente, a instituição responsável
pela educação da sociedade e por tudo que nela é realizado, portanto, é neste local que
deve ser trabalhado o desenvolvimento sustentável de uma maneira que incentive a
comunidade escolar a ter mudanças de atitude. A redução dos gastos com a energia
elétrica é uma delas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Desde o século passado, os ecologistas destacam o interesse pelos assuntos referente aos
problemas ambientais. Dos anos 80 até os tempos atuais, vários são os
documentos[1] elaborados na busca de um mundo consciente onde é preciso preservar
para durar. Por mais que os problemas ambientais sejam discutidos, que leis protegendo o
meio ambiente sejam elaboradas, as medidas têm sido paliativas e os problemas
persistem. (BRASIL, 2005).

Com o crescimento das políticas ambientais internacionais, o Brasil começou a buscar


também suas discussões sobre o assunto. Em 1988, na Constituição Federal (art. 225),
foram inseridos textos referentes ao assunto, de uma forma mais democrática, que até
então eram bem afastados da população devido às políticas da ocasião. Este documento
maior da nação brasileira dedica um capítulo à proteção ao meio ambiente:

TÍTULO VIII - Da Ordem Social – CAPÍTULO VI DO MEIO AMBIENTE - Art.


225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder
público: [...] VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; [...] § 3º - As
condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (SILVA, 2012, p. 2)

Foi nos PCNS - Parâmetros Curriculares Nacionais  (BRASIL, 1997)) que foram
incluídos os assuntos inerentes à problemática ambiental, como Tema Transversal,
fazendo com que as escolas assumam o papel de também discutir sobre a temática
“Educação Ambiental”.

É por meio da educação que os povos se tornam mais perceptíveis, mais unidos, mas
humanitários. Vários são os esforços feitos para uma sociedade sustentável, porém é
preciso que os povos se tornem um só nas questões referentes a essas mudanças que estão
ocorrendo ao seu redor. Gadotti (2009, p. 12) mostra isso bem claro quando diz: “Toda e
qualquer pessoa é igualmente responsável pela comunidade da Terra como um todo,
mesmo que indivisivelmente, tenhamos diferentes ofícios, funções e responsabilidades”.
Como todo ser humano estabelece interações sociais, é preciso repensar as relações entre
sociedade e natureza.  Com isso, não se pode pensar em um mundo sustentável, sem falar
na educação para o desenvolvimento sustentável (EDS), pois é através dela que o quadro
de degradação que se encontra o planeta será revertido. Quintas (2002) diz que,
historicamente:

[...] os seres humanos estabelecem relações sociais e, por meio delas, atribuem
significados à natureza (econômico, estético, sagrado, lúdico, econômico-estético,
etc.). Agindo sobre o meio físico-natural, instituem práticas e alteram suas
propriedades, garantindo a reprodução social de sua existência. Estas relações (dos
seres humanos entre si e com o meio físico-natural) ocorrem nas diferentes esferas
da vida societária (econômica, política, religiosa, jurídica, afetiva, étnica, etc.) e
assumem características específicas decorrentes dos contextos social e histórico
onde acontecem. Portanto, são as relações sociais que explicam as múltiplas e
diversificadas práticas de apropriação e uso dos recursos ambientais (inclusive a
atribuição deste significado eminentemente econômico). (QUINTAS, 2002, p. 10)

Com a industrialização, os impactos ambientais ficaram mais acelerados, devido à


revolução industrial precisar de grande quantidade de recursos naturais. Também, o
aumento da população acarretou o aumento do consumo e tudo isso fez com que o gasto
de energia se tornasse bem significativo, e hoje, o uso de energia mundial é três vezes
maior que a quantidade da população. (BRASIL, 2005, p. 99). Hoje, 75% da energia
gerada em todo mundo é consumida por apenas 25% da população mundial,
principalmente nos países industrializados, informa o Manual de Educação para o
desenvolvimento sustentável (2005). Estes dados, de acordo com a fonte pesquisada leva
á necessidade de prever que a população dos países em desenvolvimento deverá dobrar
até que se consiga a estabilização, por volta do ano de 2110, precisando, portanto, de
melhorar seus padrões de consumo. A questão problematizadora é: como atender à
demanda por energia sem que ocorram impactos ambientais ainda mais significativos?

Esse é o grande questionamento para o qual muitos pesquisadores buscam resposta, o que
realmente fazer para minimizar essa quantidade de energia consumida? Existem muitas
maneiras de se utilizar a energia, e com isso, sua necessidade é cada vez maior, tornando
também os impactos ambientais bem graves. Dias (2000, p. 289) já comenta: “A
humanidade está, cada vez mais, dependendo da energia elétrica para processar as suas
atividades. Essa dependência crescente poderá levá-la a crises e situações
imprescindíveis, caso não utilize os recursos ambientais de que dispõe, de forma
sustentada”.

Sabe-se da dificuldade que é para se construir as hidrelétricas, pois são construções de


grande porte acarretando em impactos ambientais e sociais enormes, . Por esses motivos
é importante que se pense na redução do desperdício dos gastos com energia. E levar essa
problemática para o espaço escolar é fazer com que se possa também estar disseminando
a questão para toda a comunidade do entorno, onde irá contribuir para a formação de um
sujeito cidadão, ecologicamente orientado.
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3 JUSTIFICATIVA

A energia, em suas várias formas de apresentação para o consumo é indispensável à vida


humana. O homem procura evoluir descobrindo fontes e formas alternativas de adaptação
ao ambiente que vive e que atenda as suas necessidades. A eletricidade passou a ser o
recurso indispensável e estratégico para o desenvolvimento econômico, principalmente,
após os grandes avanços tecnológicos.

Na cidade de Macaé, os dados preliminares do Censo Escolar (INEP, 2010) revelam que
existe mais de 50.000 pessoas nas comunidades escolares tais como: docentes, alunos,
apoio, etc. E todo ano se matriculam mais de 5.000 alunos. Em uma cidade que tem
também revelado pelo Censo Populacional (IBGE, 2010) possuir 207.000 habitantes,
pode-se dizer que nas escolas há um quarto dessas pessoas, que passam uma boa parte do
dia nela. O edifício escolar é o meio físico construído que viabiliza a toda essa parcela da
população o acesso à educação. É nele que o consumo de energia é enorme, são luzes
acessas o dia inteiro. Com isso pode-se observar que tal característica torna este espaço
mais adequado para se elaborar um projeto que faça com que a comunidade escolar se
conscientize da necessidade de se economizar energia e, em decorrência, levar também
essa conscientização para todo o entorno dos indivíduos que estão inseridos nessa escola,
fazendo com que haja uma transformação de dentro para fora. A proposta firma-se pela
assertiva: “Se eu economizar na escola, vou  economizar em casa, e também vou ensinar
o meu vizinho a economizar”, na verdade é um processo em cadeia onde todos irão
ganhar.

4 OBJETIVOS

4.1 GERAL

Reduzir o consumo de energia elétrica nas escolas pública de Macaé, levando os alunos a
refletirem sobre tal situação, despertando na comunidade escolar a consciência da
necessidade de economizar energia, considerando que a sustentabilidade se faz e urgente,
caso contrário, daqui a alguns poucos anos será catastrófico para a humanidade.

4.2 ESPECÍFICO

1. Despertar a consciência em todos os envolvidos da necessidade de economizar


energia no planeta;
2. Levar à reflexão de que a energia move o mundo, sob vários pontos de vista, e que
o princípio de conservação da energia, a redução do consumo e dos impactos
ambientais são de fundamental importância tanto para a sociedade quanto para a
comunidade escolar;
3. Falar de energia vinculando o tema a outras questões ambientais pertinentes;
4. Trabalhar o tema não somente relacionando-o a ações do cotidiano, mas falar de
energia em termos nacionais e globais;
5. Combater o desperdício de energia elétrica nas escolas, e posteriormente nas
residências dos envolvidos e a implantar métodos que sejam eficazes para que haja
a redução da energia elétrica.
5 METODOLOGIA E MÉTODOS

É importante estudar o tema, não abordando superficialmente, mas informando,


esclarecendo, pesquisando, de maneira que as ações saiam do simplesmente “apague a
luz para não pagar uma conta cara”. Sendo assim, o primeiro passo é fazer um
levantamento do consumo de energia cortando os gastos, que será feito pela equipe
responsável pelo projeto, com o objetivo de, ao final, com as mudanças promovidas por
ele, compará-lo a uma segunda pesquisa, avaliando o resultado alçando.

O próximo passo é o desenvolvimento de ações pedagógicas de informação e


conscientização, que levem ao consumo inteligente e sustentável da energia elétrica,
sendo este trabalho ponto de partida para o que será desenvolvido posteriormente com a
comunidade escolar, a fim de o mesmo ser um projeto desenvolvido por toda a rede do
município de Macaé.

A metodologia utilizada será um estudo de caso feito em uma escola pública no


município de Macaé e terá a parceria da Secretaria de Educação, que trabalhará em vários
aspectos como:Identificação dos gastos de energia elétrica; Catalogação de todos os
aparelhos, lâmpadas, os tipos de ligações feitas na parte elétrica, verificando o tempo de
uso desses aparelhos, e se têm o selo Procel; Classificação dos aparelhos em M, R, P
como muito, regular ou pouco gastos com energia;

1. Verificação dos hábitos de consumo dos usuários; Mostras para a comunidade


escolar os vários tipos de energia e que impactos ambientais cada um representa;
2. Pesquisa sobre as várias propostas feitas para que haja a redução significativa de
energia como: (*Maneiras de deixar as janelas abertas; *se paredes e tetos estão
pintados de cor clara; *geralmente existe uma chave geral que liga toda a escola,
separar as ligações; *desligar os aparelhos quando não utilizados; *usar o ar no
termostato regulado, *usar tomadas com sensor de presença em cada sala; *utilizar
exaustor para sugar o ar quente do teto;  *proteger os aparelhos da incidência direta
dos raios solares; *evitar o uso de benjamins, pois provoca sobrecarga; * colocação
de teto solar; * colocação das bicicletas que geram energia nos pátios; * colocar
placas, avisos e cartazes em pontos estratégicos para estimular o combate ao
desperdício de energia; *criação de uma comissão interna de conservação de
energia);
3. Desenvolvimento de um trabalho efetivo para por em prática as atividades do item
anterior;
4. Paralelo aos trabalhos feitos nos itens 8 e 9, será feito um trabalho na comunidade
escolar de conscientização sobre os problemas ambientais causados pelo uso
excessivo de energia;
5. Comparação de como era o consumo e como ele ficou após as modificações;
Apresentação de todas as modificações feitas na escola para a comunidade escolar;
6. Apresentação do projeto para toda a rede de ensino
6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ES/PRAZOS            
são da literatura X X X      
ar disciplinas obrigatórias e/ou optativas X X X X    
oração de projeto para qualificação   X X X    
me de qualificação       X    
ntamento de dados   X X X X  
se dos dados     X X X X
ção da tese       X X X
são e defesa da tese            
 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Consumo Sustentável: Manual de educação. Brasília: Consumers


International/ MMA/ MEC/IDEC, 2005.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Temas Transversais, Meio Ambiente e


Saúde, v. 9, Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental. Princípios e práticas. 6. ed. São Paulo:


Gaia, 2000.

GADOTTI, Moacir. Educar para a sustentabilidade. São Paulo: Instituto Paulo Freire,


2009.

IBGE. Censo Populacional. Disponível em . Acesso em 06 jul 2012.

INEP. Censo Escolar. Disponível em . Acesso em 06 jul 2012.

QUINTAS, José Silva. Curso de Formação do Analista Ambiental: Concepção


Pedagógica. Brasília: Edições IBAMA, 2002 (Série Meio Ambiental em Debate 43).
SILVA, Thomas de Carvalho. O meio ambiente na Constituição Federal de 1988.
Artigo disponível em   http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=592 0>. Acesso em 06 jul 2015.

[1] A partir de 1980, a legislação ambiental teve maior impulso. Até então, a legislação
tinha o objetivo de proteção econômica, e não ambiental. A partir daí, foram aprovados
quatro marcos legislativos: a Lei nº. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente; a Lei nº. 7.347/85, que disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente; a Constituição Federal de 1988,
que abriu espaços à participação/atuação da população na preservação e na defesa
ambiental e a Lei nº. 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. (SILVA, 2012, p. 2)

Publicado por: ANA PAULA SOARES MUNIZ

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do Brasil Escola, através do canal
colaborativo Meu Artigo. Para acessar os textos produzidos pelo site,
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