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Planeamento da produção

- Planeamento da capacidade -

Stevenson, W.J., Operations


Management, McGraw-Hill.
CHAPTER 5 and CHAPTER 13
Introdução
 Uma parte substancial da atividade de gestão envolve
o desenvolvimento e execução de planos, através
dos quais se procura o sucesso da organização.
 O planeamento envolve os seguintes passos:
 Estabelecimento de objetivos adequados.
 Antecipação das ações a desenvolver para atingir os
objetivos.
 Determinação do instante em que as ações devem ser
executadas.

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Introdução
 O gestor de produção deve planear por forma a que
tanto a capacidade produtiva como os materiais
estejam disponíveis para a fabricação dos produtos.

 Uma vez que a disponibilidade de capacidade é


normalmente menos flexível que as entregas dos
materiais, deve-se, normalmente, planear a
capacidade em primeiro lugar e só depois planear as
entregas de materiais.

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Introdução
 Os planos gerais de longo prazo são definidos em
primeiro lugar e são depois refinados em planos
detalhados de curto prazo à medida que o tempo
passa e a altura da execução da porção mais próxima
do plano se aproxima.
 Deve-se encarar o processo de planeamento como o
desenvolvimento de um plano integrado, muito geral,
para um horizonte distante e que é refinado e
desenvolvido, com um maior grau de detalhe, à
medida que o tempo passa, por forma a que se torne
mais específico para a porção do horizonte mais
próxima.
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Introdução

Planos de curto prazo


Afectação de tarefas
Ordenação
Calendarização de tarefas
Ordens de produção Planos de médio prazo
Planeamento das vendas
Planeamento da produção
Estabelecimento dos níveis de:
força de trabalho,
existências
subcontratação
Análise dos planos de operação
Planos de longo prazo
I&D
Novos produtos
Despesas de capital
Localização de instalações/expansão

Hoje 3 meses 1 ano 5 anos

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Planeamento estratégico da capacidade
 Capacidade
O limite superior da carga que uma unidade operativa
(trabalhador, máquina, fábrica, …) pode comportar ou
seja, é o limite superior da taxa de output.
Medidas de capacidade
Negócio Inputs Outputs
Fábrica de automóveis Horas-homem, horas-máquina Nº de automóveis por turno

Fundição Tamanho do forno Toneladas de aço por dia


Nº de mesas, nº de lugares Nº de refeições servidas por
Restaurante
sentados dia

Nº de bilhetes vendidos por


Teatro Nº de lugares
sessão

Retalhista m2 de espaço Retorno gerado por dia

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Planeamento estratégico da capacidade
 As decisões relacionadas com a capacidade são
estratégicas:
 limitam a taxa de output possível;
 afetam os custos operacionais;
 são um fator determinante no custo inicial;
 implicam compromissos de recursos a longo-prazo;
 podem afetar a competitividade;
 podem facilitar ou dificultar a gestão das operações;
 impacto crucial na gestão das cadeias de abastecimento.

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Planeamento estratégico da capacidade
 Capacidade projetada:
Taxa máxima de output alcançada sob condições ideais
(sob as quais foram projetadas as operações, os
processos, as instalações).

 Capacidade efetiva:
É tipicamente inferior à capacidade projetada devido a
alterações no mix de produtos, necessidade de
manutenção periódica de equipamentos, pausas,
problemas de balanceamento, sequenciamento...
O output atual nunca excede a capacidade efetiva, podendo
ser inferior (devido a avarias de máquinas, absentismo,
falta de materiais...).
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Planeamento estratégico da capacidade
 Medidas de efetividade de um sistema:
[expressas em %]

Eficiência = output atual / capacidade efetiva

Utilização = output atual / capacidade projetada

 Exemplo:
Capacidade projetada: 50 camiões/dia
Capacidade efetiva: 40 camiões/dia
Output atual: 36 camiões/dia
Eficiência = 36/40 = 90%
Utilização = 36/50 = 72%
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Planeamento estratégico da capacidade
 Passos no processo de planeamento de capacidade:
1. Estimar os requisitos de capacidade futuros
2. Avaliar a capacidade existente e instalações, e identificar
falhas
3. Identificar alternativas para alcançar os requisitos
4. Analisar cada alternativa
5. Determinar fatores qualitativos chave para cada alternativa
6. Selecionar uma alternativa
7. Implementar essa alternativa
8. Monitorizar os resultados

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Planeamento da produção
- Planeamento agregado -
Planeamento agregado
Procura e Decisões relativas
mercados aos produtos Investigação
e Tecnologia

Planeamento
Estimativas do processo Nível de
de procura mão-de-obra
Disponibilidade
Planeamento de matérias primas Existências
agregado correntes
da produção
Capacidade externa
(Subcontratada)

Plano Mestre Capacidade


das instalaçoes
da Produção

Planeamento
das necessidades
de materiais

Planeamento e
calendarização da
produção

Relações do planeamento agregado

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Planeamento agregado
 Com o planeamento agregado procura-se determinar
a quantidade e a temporização da produção para o
médio prazo (normalmente, entre 3 e 18 meses).
 Os gestores de operações procuram determinar a
melhor forma de satisfazer a procura projetada,
ajustando as taxas de produção, níveis de mão-de-
obra, níveis de existências, trabalho extraordinário,
taxas de subcontratação e outras variáveis
controláveis.

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Planeamento agregado
12000

10000

8000

6000

Capacidade

4000 Procura

2000

Dez
Out
Ago
Fev

Nov
Set
Jan

Jun
Mai

Jul
Mar

Abr

Exemplo do problema do planeamento agregado

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Planeamento agregado
 O objetivo principal do processo é o de minimizar o
custo ao longo do período de planeamento.

 Outros objetivos podem incluir:


 a minimização das flutuações nos níveis de mão-de-
obra e de existências, ou
 a obtenção de um padrão de desempenho
estabelecido.

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Planeamento agregado - inputs
 Recursos (capacidade  Custos
produtiva da instalação)  Retenção de stocks
 Mão-de-obra  Back orders
 Instalações e equipamentos  Contratação /
despedimento
 Procura estimada  Horas extra
 Políticas da empresa  Subcontratação
 Subcontratação
 Horas extra
 Níveis de existências
 Back orders

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Planeamento agregado - outputs
 Custo total do plano
 Níveis de produção previstos
 Stocks
 Taxa de produção
 Níveis de mão-de-obra
 Subcontratação
 Backordering

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Planeamento agregado - estratégias
 Procura
 Preços
 Promoções
 Back orders
 Procura de novos produtos
 Capacidade
 Contratação e despedimento de trabalhadores
 Horas extra ou horas livres
 Trabalhadores em part-time
 Existências
 Subcontratação
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Planeamento agregado - estratégias

Estratégia Vantagens Desvantagens Observações


Variação dos níveis de As variações dos recursos Custos de retenção de As empresas de serviços
existências (produção para humanos necessários são existências. Pode ocorrer não podem reter
armazém em alguns nulas ou inexistentes; não falta de produto, resultando existências.
períodos para consumo são necessárias variações em perda de vendas, se a
posterior). bruscas da produção. procura cresce.

Variação dos níveis de Evita os custos das outras Os custos de contratação e Utiliza-se quando se pode
mão-de-obra, contratando- alternativas. despedimento são recorrer a mão-de-obra não
se ou despedindo-se significativos; pode-se qualificada (construção
pessoal, por forma a incorrer em custos de civil).
satisfazer a procura. formação.

Variação das taxas de


produção por recurso a Permite acompanhar as Custos de horas extra, Permite flexibilidade do
horas extraordinárias. flutuações sazonais de menor produtividade, pode plano agregado.
procura, sem custos de não satisfazer a procura.
formação.
Subcontratação.
Permite flexibilidade. Perda de controle de Aplica-se
qualidade, redução dos fundamentalmente à
lucros, perda de negócio industria.
futuro.

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Planeamento agregado - estratégias
Estratégia Vantagens Desvantagens Observações
Utilização de mão-de-obra Menos dispendioso e mais Custos de formação Boa alternativa em sectores
a tempo parcial. flexível do que a elevados, perda de qualidade que não necessitam de
contratação de e dificuldade acrescida na pessoal especializado e há
trabalhadores a tempo calendarização da produção. grande oferta de trabalha-
integral. dores a tempo parcial

Atraso na entrega do Evita as horas Atraso na realização de Muitas empresas que utilizam
produto ou serviço até que extraordinárias e permite receitas e possível perda de esta estratégia conseguem
haja capacidade manter a capacidade clientes. que os cliente esperem pelo
disponível. constante. produto.

Influenciar a procura Procura utilizar a Incerteza na procura. Difícil É um exemplo da interação


através de campanhas de capacidade em excesso. de equilibrar a oferta e a entre as diferentes funções de
‘marketing’ e promoções. As promoções podem procura. uma empresa.
atrair novos clientes.

Produção de produtos em Utilização total dos Pode requerer conhecimentos É difícil encontrar produtos ou
contra-ciclo. recursos. Estabilização dos ou equipamentos fora da área serviços com padrões de
níveis de mão-de-obra. de especialidade da empresa. procura desencontrados.

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Métodos para o planeamento agregado
Modelo de transportes
 Quando um problema de planeamento agregado é visto como um
problema de afetação da capacidade disponível por forma a
satisfazer a procura estimada, pode ser formulado como um
problema de transportes.
 A solução ótima para este problema pode ser obtida utilizando uma
implementação do algoritmo dos transportes.
 É também um modelo flexível, no sentido em que pode especificar a
produção efetuada em tempo normal e em horas extraordinárias em
cada período de tempo, o número de unidades a serem
subcontratadas, o número de turnos e as existências que passam de
um período para o seguinte. Contudo, não funciona bem quando se
introduzem outros fatores como, por exemplo, contratação e
despedimento de mão-de-obra.

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Métodos para o planeamento agregado
Modelo de transportes - exemplo
 Os dados apresentados na tabela seguinte foram
determinados por uma empresa fabricante de pneus,
para relacionar a produção, a capacidade esperada e os
custos numa das suas fábricas.

Mês Março Abril Maio


Procura 800 1000 750
Capacidade
Horas normais 700 700 700
Horas extraordinárias 50 50 50
Subcontratação 150 150 130
Existências iniciais: 100 pneus

Custos
Horas normais 40 u.m./pneu
Horas extraordinárias 50 u.m./pneu
Subcontratação 70 u.m./pneu
Retenção de existências 2 u.m./pneu/mês

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Métodos para o planeamento agregado
Modelo de transportes - exemplo
 Note-se que:
 A oferta compreende as existências disponíveis, as unidades produzidas em
horas normais ou extraordinárias e as subcontratadas.
 A procura corresponde às unidades requeridas nos diferentes meses.
 Os custos derivam das unidades produzidas num dado período ou das
unidades retidas em armazém em períodos anteriores.
 Os custos de retenção de existências são de 2 u.m./pneu/mês. Assim, os
pneus produzidos num mês e entregues no mês seguinte têm um custo
adicional de 2 u.m., se forem entregues dois meses depois esse custo será de
4 u.m e assim sucessivamente.
 Os problemas de transporte requerem que a oferta seja igual à procura. Neste
caso a oferta é de 2.780 pneus (3x700+3x50+ 2x150+130+100) e a procura
de 2.550 pneus, pelo que é necessário introduzir uma procura artificial de 230
pneus.
 Na tabela seguinte apresenta-se uma solução inicial para o
problema de transportes deste exemplo, bem como a sua matriz de
custos.
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Métodos para o planeamento agregado
Modelo de transportes - exemplo

Procura Capacidade Capacidade


Oferta Março Abril Maio não utilizada disponível
0 2 4 0
Existências iniciais 100 100
40 42 44 0
Horas normais 700 700
50 52 54 0
Março Horas extra 50 50
70 72 74 0
Subcontratação 50 100 150
40 42 0
Horas normais 700 700
50 52 0
Abril Horas extra 50 50
70 72 0
Subcontratação 150 150
40 0
Horas normais 700 700
50 0
Maio Horas extra 50 50
70 0
Subcontratação 130 130
Procura Total 800 1000 750 230 2780

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos
 Em geral os métodos gráficos compreendem 5 passos:
 Determinação da procura em cada período.
 Determinação, para cada período de planeamento, da
capacidade para o tempo normal de trabalho, utilizando horas
extraordinárias e recorrendo a subcontratação.
 Determinação dos custos: de contratação e despedimento de
mão-de-obra e de retenção de existências.
 Consideração das políticas da empresa no que diz respeito
aos níveis de mão-de-obra e de existências.
 Desenvolvimento de planos alternativos e inspeção dos seus
custos globais.

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
 Uma empresa estimou a procura de um dos seus
produtos mais importantes para o período entre Janeiro
e Junho:

Procura Dias de Procura/Dia


Mês Estimada produção (Calculada)
Jan 900 22 41
Fev 700 18 39
Mar 800 21 38
Abr 1 200 21 57
Mai 1 500 22 68
Jun 1 100 20 55
6 200 124

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
70

Taxa de produção/Dia de trabalho


60 Procura média esperada

50

40

30

20 Procura esperada

10

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Mês
Gráfico da procura esperada e da média da procura esperada

 Neste histograma pode-se constatar como a procura esperada


difere da média (capacidade definida para o processo).
Seguidamente apresentam-se diferentes estratégias para a
satisfação da procura esperada.
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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
 Informação dos custos:
Custo unitário de armazenamento 5u.m./mês
Custo unitário de subcontratação (excesso 10u.m.
relativamente à produção própria)
Salário médio 5u.m./hora (40u.m./dia)
Custo de cada hora extraordinária 7u.m. (acima das 8
horas)
Tempo de mão-de-obra para produzir uma 1,6 horas
unidade
Custo de aumento da taxa de produção 10u.m./unidade
(formação e contratação)
Custo de diminuição da taxa de produção 15u.m./unidade
(despedimentos)

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
PLANO 1
 Neste plano mantém-se constante o nível de mão-de-obra
durante o período de planeamento, produzindo-se para
armazém durante os períodos de menor procura.
 Na análise deste plano, que pressupõe a produção de 50
unidades/dia, tem-se um nível de mão-de-obra constante e
não há nem tempos de paragem nem horas extraordinárias.
 A empresa acumula existências durante os 3 primeiros
meses (oferta>procura) e consome as existências
acumuladas durante os três restantes meses
(procura>oferta). Pressupõe-se ainda que não existe nem
stock inicial nem final.

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
Dias de Produção Procura Variação de Existências
Mês produção (50 un/dia) Estimada existências finais
Jan 22 1100 900 200 200
Fev 18 900 700 200 400
Mar 21 1050 800 250 650
Abr 21 1050 1 200 -150 500
Mai 22 1100 1 500 -400 100
Jun 20 1000 1 100 -100 0

 Cálculo de custos:
Nº total de unidades acumuladas em armazém = 1 850 un.
de um mês para o seguinte
Nº de trabalhadores necessários para = 10 trabalhadores
produzir 50 un/mês
Custo de existências = 1 850 x 5 = 9 250 u.m.
Custo de trabalho normal = 10 x 40 x 124 = 49 600
u.m.
Outros custos (horas extra, sub-contratação, =0
contratação, despedimentos
Custo total = 58 850 u.m.

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
PLANO 2
 Neste plano mantém-se constante a mão-de-obra ao nível
necessário para o mês de menor procura (Março). A procura
excedente é satisfeita por subcontratação.
 São então necessários 7,6 trabalhadores (ou seja, 7 trabalhadores
a tempo inteiro e 1 a tempo parcial) para produzir 38 unidades/dia.
 Uma vez que estes 7,6 trabalhadores produzem 4 712 unidades no
período de planeamento (38 unidades/dia x 124 dias de produção),
é necessário subcontratar 1 488 unidades (6 200 un. - 4 712 un.)
 Cálculo dos custos:
Custo de trabalho normal = 7,6 x 40 x 124 = 37 696 u.m.
Custos de sub-contratação = 1 488 x 10 = 14 880 u.m.
Custo total = 52 576 u.m.

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
PLANO 3
 Neste plano contrata-se e despede-se a mão-de-obra
consoante o necessário para produzir as necessidades
exatas do mês.
 Cálculo dos custos:
Procura Custo básico Custo de aumentoCusto de diminuição Custo
Mês Estimada de produção da produção da produção total
Jan 900 7 200 7 200
Fev 700 5 600 3 000 (=200 x 15) 8 600
Mar 800 6 400 1 000 (=100 x 10) 7 400
Abr 1 200 9 600 4 000 (=400 x 10) 13 600
Mai 1 500 12 000 3 000 (=300x10) 15 000
Jun 1 100 8 800 6 000 (=400 x 15) 14 800
66 600

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Métodos para o planeamento agregado
Métodos gráficos - exemplo
COMPARAÇÃO DOS CUSTOS
 O passo final do método gráfico é a comparação dos custos de cada
plano proposto e a seleção daquele que oferece o menor custo total:
Custo Plano 1 Plano 2 Plano 3
Existências 9 250 0 0
Trabalho normal 49 600 37 696 49 600
Trabalho extra 0 0 0
Contratação 0 0 8 000
Despedimentos 0 0 9 000
Subcontratação 0 14 880 0
Custo total 58 850 52 576 66 600

 Evidentemente que, muitas outras estratégias admissíveis poderiam


ser consideradas, incluindo combinações que utilizassem trabalho
extraordinário.
 O método gráfico permite avaliar estratégias, mas não as gera.

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Desagregação
 O resultado do processo do planeamento agregado é,
normalmente, um calendário de produção de famílias de produtos.
Por exemplo, numa fábrica de automóveis, indica quantos
automóveis se devem produzir, mas não indica quantos devem ser
de duas ou quatro portas ou quantos devem ser vermelhos ou
verdes.
 Como se viu, os detalhes ou parâmetros do plano incluem o nível
de mão-de-obra, subcontratação, existências e os níveis de
produção mensais ou semanais.
 Apesar desta informação ser importante, normalmente é
necessária informação suplementar, ou seja um plano que inclua
produtos específicos: Quais as quantidades de cada produto a
fabricar e em que datas?

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Desagregação
 O processo de detalhar o plano agregado designa-se
por desagregação.
 O resultado da desagregação de um plano agregado,
conduz ao Plano Mestre de Produção (MPS), o qual
especifica:
 as quantidades de cada produto a produzir, bem como a
respetiva calendarização;
 as quantidades de cada componente a adquirir, bem como a
respetiva calendarização;
 o sequenciamento das ordens de fabrico;
 a afetação, a curto prazo, dos recursos a operações
individuais.

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Planeamento da produção
- MPS (Master Production Schedule) -
Objectivos do Planeamento da Produção
 O planeamento da produção é responsável pelas decisões
que envolvem a definição e calendarização das operações de
fabrico de um mix de produtos, por forma a responder às
solicitações dos mercados.
 Em suma, o planeamento da produção procura dar resposta
às seguintes questões:
> O que produzir?
> Quanto produzir?
> Quando produzir?
 Critérios de eficiência e de eficácia devem presidir à
elaboração dos planos de produção, uma vez que estes
comprometem o uso de diversos recursos da empresa.

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Estruturação do Planeamento da Produção
 As atividades de produção necessitam, por norma, de uma
coordenação efetiva dos fluxos de materiais e de informação,
requerendo para esse efeito, uma abordagem integrada ao
planeamento e controlo da produção.

 Tipicamente, o processo de planeamento segue uma estrutura


hierárquica, segundo a qual são desenvolvidos planos de
longo prazo contendo informação agregada. Essa informação
é progressivamente atualizada e desagregada em planos de
maior detalhe, até serem obtidos planos operacionais capazes
de guiar as operações ao nível do shop floor e orientar os
aprovisionamentos.

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Planeamento da Produção
Hierarquia de planos

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MPS - Master Production Schedule

 Plano que define o que irá ser produzido,


quantas unidades serão completadas e
quando isso irá ocorrer.

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MPS - Master Production Schedule
 Produção para stock:
 expresso em produtos finais (geralmente correspondem a
plantas em “A”)
 Montagem para encomenda:
 expresso em termos das principais sub-montagens (geralmente
correspondem a plantas em “T”) - MPS 1
 geralmente é também desenvolvido um plano a curto prazo
para os produtos finais de acordo com as encomendas
colocadas - MPS 2
 Produção para encomenda:
 expresso em termos das principais matérias primas comuns
com longos tempos de entrega (geralmente correspondem a
plantas em “V”) - MPS 1
 plano a curto prazo (prazo de entrega) de acordo com as
encomendas colocadas - MPS 2

Gestão de Operações 41 DEGEIT – Universidade de Aveiro


MPS - que itens incluir?

 MPS para uma planta em “A” MPS

MPS 2 (montagens a
 MPS para uma planta em “T” curto prazo)

MPS 1 (módulos
comuns)

 MPS para uma planta em “V” MPS 2 (produto


representativo)

MPS 1

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MPS - horizonte temporal
 O horizonte de planeamento é determinado de acordo
com os lead times dos diversos produtos a serem
produzidos (recurso às BOM - Bill of Materials).
 Exemplo de uma BOM:

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MPS - horizonte temporal

Period
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

frozen firm full open

Stevenson (2005)

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Exemplo de um MPS

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Sistemas do tipo Push
 As previsões sobre o nível da procura comandam a
gestão do fluxo de materiais no planeamento, bem como
a constituição de stocks de segurança.
 O sistema é tido como “fixo” uma vez que os tempos de
setup, os tempos de processamento, os tempos de
movimentação e espera, as taxas de avarias e de
defeituosos são tidos como inputs determinísticos na
elaboração dos planos de produção.
 MRP/MRP II

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Sistemas do tipo Pull
 A procura efetiva registada junto ao consumidor final
determina as quantidades de materiais a movimentar
entre os diferentes estádios da produção
(movimentar/produzir apenas aquilo que é necessário,
na quantidade requerida e no tempo adequado).
 Sistemas que necessitam de uma procura relativamente
estável e que assentam na constituição de relações de
partenariado com os fornecedores.
 Os lead times são relativamente curtos e os tempos de
espera de processamento praticamente nulos.
 Redução da dimensão dos stocks.
 Sistemas do tipo JIT/Kanban

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Sistemas com enfoque nos recursos gargalo
 O objetivo consiste em maximizar o output de um
sistema de produção, mediante a identificação e
exploração dos recursos ditos gargalos.
 Utilizam uma estratégia do tipo Drum-Buffer-Rope na
calendarização (scheduling) das operações de produção.
 Os lead times de produção são variáveis e constituem
um output do processo de planeamento.
 OPT/Produção Síncrona

Gestão de Operações 48 DEGEIT – Universidade de Aveiro

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