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Universidade de Brasília - UnB Departamento de História – HIS

Disciplina: História Contemporânea I Código: 139165


Professor: Virgílio Arraes Turma: B
Nome: Rebecca Mª Q Ribeiro Matrícula: 13/0061654

Fichamento X

O mundo de final do século XIX e início do século XX representava a competição


das grandes potências mundiais elevada ao máximo: a ‘corrida’ pela conquista de
territórios. Nesse período, esses países buscaram deter para si grandes porções continentais
ou insulares e assim dar base aos seus autoproclamados títulos de imperadores. A Europa e
os EUA lançaram-se na aquisição de novos lugares, zonas de influência e mercados; um
símbolo de status. As partes do globo que vieram a encaixar-se perfeitamente nesta nova
mentalidade foram a África e o Pacífico. A América, por sua vez, pontos importantes que
não a tornou foco das divisões que ocorreram pelos outros dois locais: sua dependência do
mundo desenvolvido já era evidente, sem a necessidade de uma intervenção forçada e os
EUA reservava para si o direito a intervir nas questões da América e das repúblicas
(Doutrina Monroe); e a Ásia encontrava-se divida em impérios asiáticos tradicionais porém
preservando a área de influência das grandes potências.
Somado a dependência pré-existente da América em relação à Europa e aos EUA, a
partir desse momento, tem-se também as colônias lançando-se a competição pela busca de
mais territórios, lugares a serem subjugados. A consequência dessa disputa foi a divisão do
mundo entre as potências fortes que procuravam dominar cada vez mais territórios e os
lugares que se reduziam a condição de dependentes e dominados, os ‘atrasados’.
Dentre as potências que se lançaram a conquista de novos territórios, está a Grã-
Bretanha: controlando as grandes porções do Pacífico, como Nova Zelândia e Austrália e
também o Sul da África. O império britânico marcou presença nesses lugares a partir da
infiltração dos imigrantes brancos nas elites. O círculo político e administrativo formava-se
desses europeus livres que buscavam algo nas novas colônias, o desenvolvimento dos
sistemas políticos nesses locais a partir desses imigrantes deu-se à sombra da economia
européia e não era um desejo dos mesmos de superar tal mercado, industrializando-se;
apenas, complementá-lo e tinham seus interesses voltados para a produção de produtos
primários. Na Ásia, a Inglaterra mantinha zonas de influência ou de administração direta
(Tibete, golfo Pérsico), enquanto certas áreas reservavam-se enquanto separadores de
zonais de potências rivais.
Uma vez que as potências procuravam anexar cada vez mais territórios, houve a
inevitável integração desses velhos centros comerciais e as novas aquisições. A busca de
certos produtos capazes de serem encontrados apenas em áreas distantes não simbolizava
um empecilho, mas a partir do momento que a malha de transportes e a comunicação
tornavam-se mais imponentes, esses produtos tornavam-se mais acessíveis e o
desenvolvimento tecnológico dependia da extração dos mesmos (borracha, petróleo,
cobre...). Além do mais, nas metrópoles crescia o consumo em massa não somente dos
produtos básicos e já consumidos (por sua proximidade e fácil conservação como cereais da
Rússia e carne da América do Sul), mas também novos produtos como as frutas tropicais
que nesse momento puderam ser acessíveis uma vez que a malha de transportes se
desenvolvia.
Para a Grã-Bretanha, era essencial a preservação de suas possessões, uma vez que
isto era essencial para manter seus mercados ultramarinos e as fontes de produtos
primários. Desde que pudesse manter seus territórios, a Inglaterra não necessitava de novas
aquisições mas, para isso, era necessário impedir o avanço das demais potências – pois,
neste momento, a influência britânica começava a deixar de ser exclusiva. Uma parte
importante dessa administração é a produção de um legado cultural do ocidente (seja pela
reprodução dos hábitos diários ou preferências, ou pela presença da Igreja.
O anseio por novos territórios que contaminou todas as potências traduzia-se na
disputa desses impérios e no seu esforço para coibir a expansão dos demais, de modo a
proteger suas economias nacionais. Essa mentalidade, que surgira do sentimento de orgulho
burguês pelo triunfo da tecnologia, da ciência..., representava a ideia de superioridade dos
brancos ocidentais e sob uma mesma posição de “dominadores” uniu os ricos e os pobres
frente aos nativos dominados. O período, entretanto, foi consideravelmente curto; pois a
parte dos efeitos positivos, aquisições e dominações, culminou na busca exacerbada, na
submissão, na ideologia da superioridade que produziu por ele mesmo seus inimigos
‘dominados’. O crescente discurso da democracia que invadia as metrópoles e as elites
divergentes entrava em profundo conflito com a coerção praticada nas colônias.

HOBSBAWM, E. A era dos impérios. IN: A era dos impérios. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

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