Você está na página 1de 1

Criança, do latim “creare”.

Publicado por CAROLINA PRESTES YIRULA em MARÇO 24, 2016

Em uma breve retomada etimológica da palavra ‘criança’, descobrimos que sua origem vem do
latim ‘creare’, do mesmo radical que derivam as palavras ‘criação’ e ‘criatividade’. Uma raiz
bastante pertinente, que dialoga intimamente com o universo da infância.

Em seu contato com o mundo, as crianças são extremamente imaginativas. Estão, a todo o
momento, atentas e curiosas ao seu entorno, numa relação constante de construções e
desconstruções. Elas transformam-se em pássaro, monstro e flor, simultaneamente. De uma
caixa de papelão, fazem um castelo, inventam histórias para as borboletas e para o sol; criam
seus mundos.

Porém, será que nós, adultos, estamos permitindo que as crianças exerçam essa criatividade,
que lhes é tão inata, de forma livre e espontânea? Em uma sociedade conduzida pela lógica do
capital, essa pergunta é importante e cabe, principalmente, aos grandes centros urbanos, em
que a dinâmica do consumo já se naturalizou, influenciando o ritmo de vida de muitos.

Vivemos sob discursos que se direcionam claramente ao consumismo. A ideia central é


consumir, descartar, consumir novamente e entrar de cabeça neste ciclo, responsável por
alimentar e sustentar indústrias dos mais distintos produtos e serviços.

Dentro desta lógica, deixamos de ser autores e nos tornamos exclusivamente proprietários;
usufruímos daquilo que nos é apresentado como necessário e, assim, mergulhamos numa
dinâmica consumista. Precisamos estar atentos e questionar se realmente necessitamos de
tudo aquilo que o discurso do consumo nos propõe, principalmente quando pensamos nas
crianças e em como estamos lidando com a questão do consumismo na infância.

A indústria voltou-se com empenho ao público infantil, principalmente a partir da década de


60, quando estudiosos do marketing perceberam que a construção do consumidor começava
ainda na infância e que crianças influenciavam, inclusive, decisões de compra dos adultos.

Você também pode gostar