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Em uma breve retomada etimológica da palavra ‘criança’, descobrimos que sua origem vem do
latim ‘creare’, do mesmo radical que derivam as palavras ‘criação’ e ‘criatividade’. Uma raiz
bastante pertinente, que dialoga intimamente com o universo da infância.
Em seu contato com o mundo, as crianças são extremamente imaginativas. Estão, a todo o
momento, atentas e curiosas ao seu entorno, numa relação constante de construções e
desconstruções. Elas transformam-se em pássaro, monstro e flor, simultaneamente. De uma
caixa de papelão, fazem um castelo, inventam histórias para as borboletas e para o sol; criam
seus mundos.
Porém, será que nós, adultos, estamos permitindo que as crianças exerçam essa criatividade,
que lhes é tão inata, de forma livre e espontânea? Em uma sociedade conduzida pela lógica do
capital, essa pergunta é importante e cabe, principalmente, aos grandes centros urbanos, em
que a dinâmica do consumo já se naturalizou, influenciando o ritmo de vida de muitos.
Dentro desta lógica, deixamos de ser autores e nos tornamos exclusivamente proprietários;
usufruímos daquilo que nos é apresentado como necessário e, assim, mergulhamos numa
dinâmica consumista. Precisamos estar atentos e questionar se realmente necessitamos de
tudo aquilo que o discurso do consumo nos propõe, principalmente quando pensamos nas
crianças e em como estamos lidando com a questão do consumismo na infância.