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esse fim, mas que não reúna os meios que permitam Artigo 9.o
o pleno desempenho das restantes funções museológicas Dever de investigar
que a presente lei estabelece para o museu.
2 — A colecção visitável é objecto de benefícios e 1 — O museu promove e desenvolve actividades cien-
de programas de apoio e de qualificação adequados à tíficas, através do estudo e da investigação dos bens
sua natureza e dimensão através do Estado, das regiões culturais nele incorporados ou incorporáveis.
autónomas e dos municípios, desde que disponha de 2 — Cada museu efectua o estudo e a investigação
bens culturais inventariados nos termos do artigo 19.o do património cultural afim à sua vocação.
da Lei n.o 107/2001, de 8 de Setembro. 3 — A informação divulgada pelo museu, nomeada-
3 — Os programas referidos no número anterior são mente através de exposições, de edições, da acção edu-
preferencialmente estabelecidos quando seja assegurada cativa e das tecnologias de informação, deve ter fun-
damentação científica.
a possibilidade de investigação, acesso e visita pública
regular.
Artigo 10.o
Artigo 5.o Cooperação científica
Criação de museus
O museu utiliza recursos próprios e estabelece formas
É livre a criação de museus por quaisquer entidades de cooperação com outros museus com temáticas afins
públicas ou privadas nos termos estabelecidos pela pre- e com organismos vocacionados para a investigação,
sente lei. designadamente estabelecimentos de investigação e de
ensino superior, para o desenvolvimento do estudo e
Artigo 6.o investigação sistemática de bens culturais.
Âmbito de aplicação
Artigo 11.o
1 — A presente lei é aplicável aos museus indepen- Cooperação com o ensino
dentemente da respectiva propriedade ser pública ou
privada. O museu deve facultar aos estabelecimentos de ensino
2 — A presente lei não se aplica às bibliotecas, arqui- que ministrem cursos nas áreas da museologia, da con-
vos e centros de documentação. servação e restauro de bens culturais e de outras áreas
3 — A credenciação não modifica a dependência nem disciplinares relacionadas com a sua vocação, oportu-
nidades de prática profissional, mediante protocolos que
os direitos e deveres da pessoa colectiva em que se inte- estabeleçam a forma de colaboração, as obrigações e
gra o museu. prestações mútuas, a repartição de encargos financeiros
e os resultados da colaboração.
CAPÍTULO II
Regime geral dos museus portugueses SECÇÃO III
SECÇÃO I Incorporação
1 — Em caso de depósito voluntário, o depositante A iniciativa da criação e fusão de museus deve ser
pode ser remunerado excepcionalmente, quando o bem efectuada através de documento em que a entidade pro-
N.o 195 — 19 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5389
1 — A criação de novos museus em regime de par- 1 — A Rede Portuguesa de Museus é composta pelos
ceria pode prever a gestão privada de bens culturais museus existentes no território nacional e credenciados
do domínio público. nos termos da presente lei.
2 — A gestão privada referida no número anterior 2 — Integram de imediato a Rede Portuguesa de
é objecto de contrato administrativo que fixa obriga- Museus os museus dependentes do Ministério da Cul-
toriamente a observância das funções museológicas e tura e os museus que à data da entrada em vigor da
demais requisitos previstos na presente lei. presente lei integrem a Rede Portuguesa de Museus.
1 — As pessoas colectivas públicas podem celebrar 1 — A Rede Portuguesa de Museus baseia a sua acti-
contrato administrativo para a criação de museus com vidade nos museus nacionais, nos museus credenciados
outras pessoas colectivas públicas ou privadas mediante e nos núcleos de apoio a museus de acordo com o prin-
a cedência de instalações. cípio da subsidiariedade.
2 — O contrato referido no número anterior consagra 2 — A articulação entre museus da Rede Portuguesa
obrigatoriamente a impossibilidade da dispersão dos de Museus é promovida pelo Instituto Português de
bens culturais incorporados ou a incorporar no museu. Museus.
N.o 195 — 19 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5391
A instrução da candidatura obedece a um formulário 1 — A audiência prévia incide sobre o relatório téc-
aprovado por despacho normativo do Ministro da nico elaborado pelo Instituto Português de Museus e
Cultura. sobre o parecer do Conselho de Museus que refere,
no caso previsto no n.o 2 do artigo anterior, o resultado
SECÇÃO II das audiências realizadas.
2 — Aplica-se à audiência prévia e à decisão o regime
Procedimento de credenciação previsto no artigo 93.o desta lei.
Artigo 115.o
SECÇÃO III
Instrução do procedimento
Efeitos da credenciação
1 — O pedido de credenciação é dirigido ao Instituto
Português de Museus. Artigo 120.o
2 — Na instrução do procedimento é obrigatória a Efeitos da credenciação
emissão de parecer do Conselho de Museus.
3 — O procedimento de credenciação deve ser con- A credenciação de um museu tem os seguintes efeitos:
cluído no prazo de um ano, podendo ser prorrogado a) A passagem de documento comprovativo dessa
por seis meses, por despacho do Ministro da Cultura, qualidade;
quando a complexidade do procedimento o exigir. b) A utilização de um logótipo;
c) A divulgação do museu;
d) O acesso aos demais direitos e o cumprimento
Artigo 116.o dos deveres previstos na presente lei.
Diligências instrutórias
Às infracções previstas no presente capítulo é sub- 2 — A sanção referida na alínea d) do número ante-
sidiariamente aplicável o regime geral das contra-or- rior terá a duração máxima de dois anos, que se contarão
denações e coimas. a partir da decisão condenatória.
5394 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 195 — 19 de Agosto de 2004
1 — Os museus que actualmente integram a Rede Resolução da Assembleia da República n.o 59/2004
Portuguesa de Museus dispõem de dois anos para se Quadro de pessoal da Comissão Nacional de Protecção de Dados
adaptarem ao cumprimento das funções museológicas
previstas na presente lei e poderão ser objecto das medi- A Assembleia da República resolve, nos termos do
das previstas no n.o 2 do artigo 117.o n.o 5 do artigo 166.o da Constituição e do n.o 1 do
2 — No termo do prazo previsto no número anterior, artigo 30.o da lei da organização e funcionamento da
o museu pode perder a qualidade de museu da Rede Comissão Nacional de Protecção de Dados, que o qua-
Portuguesa de Museus. dro de pessoal da Comissão Nacional de Protecção de
3 — À decisão referida no número anterior aplica-se Dados bem como os conteúdos funcionais das respec-
o artigo 131.o tivas carreiras passem a ser os seguintes:
Número
Grupo de pessoal Área funcional Carreira Categoria/cargo de
lugares
Técnico superior (*) . . . . . . . Estudos e informação técnico- Técnica superior (*) . . . . . . Assessor principal . . . . . . . . . . . . . . . .
-jurídica. Assessor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Técnico superior principal . . . . . . . . . 4
Técnico superior de 1.a classe . . . . . .
Técnico superior de 2.a classe . . . . . .