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Universidade Federal da Bahia


Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Aluno: Jobson Pereira de Jesus
Semestre Letivo Suplementar 2020

Nota Técnica nº 26 /2020 Sucupira-BA, 26 de novembro de 2020

UNIDADE DO ENTE FEDERATIVO

Sucupira, Bahia, Brasil.

LOCALIZAÇÃO:

Sucupira é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se a uma latitude 11º59'36" sul e a uma
longitude 48º58'15" oeste, estando a uma altitude de 250 metros. Sua população estimada em 2018 foi de
30 mil habitantes. Possui uma área de 181,4 km².

INFORMAÇÕES:

Sucupira é um município brasileiro do estado da Bahia onde existe um busto do Coronel Saruê, figura
importante na história de emancipação da cidade centenária. Atualmente, a cidade é administrada pelo
sobrinho neto do Coronel Saruê, Firmino Amâncio, onde ele criou um centro cultural em homenagem aos
avós.

ASSUNTO:

A retirada do busto do Coronel Saruê do centro de cultura da cidade de Sucupira-BA e, revisar de forma
crítica e histórica a narrativa promovida pelo centro cultural em torno do personagem.

OBJETIVO:

Revisar de forma crítica e histórica a narrativa promovida pelo centro cultural, constitui-se a solução mais
adequada ao problema, quando propõe o debate pedagógico, educacional na sociedade sobre como a
memória é representada e apresentada no espaço público na forma de monumentos e outras práticas
urbanas, adequando as narrativas em seus lugares de memória.

BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO CASO:

O caso do busto do coronel saruê, é um monumento que homenageia personagem histórico reconhecido
como escravagistas e colonialistas na cidade de Sucupira e, que, está sendo alvo de protestos por parte da
população, sobretudo, dos jovens da cidade, que desejam a retirada da estátua do centro cultural daquele
município, criado para homenagear os seus fundadores.

PROCEDIMENTOS ADOTADOS (DESCREVER DE FORMA CLARA/COMPREENSÍVEL OS


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PROCEDIMENTOS QUE DEVAM SER ADOTADOS PELA CONTRATANTE.

1 - Promover audiências públicas para discussão sobre a construção e consolidação de memórias e


narrativas no espaço público, reunindo pesquisadores, especialistas e profissionais do campo do
patrimônio cultural, abordando questões relacionadas à forma como a memória é representada e
apresentada no espaço público na forma de monumentos e outras práticas urbanas. Alguns temas de
abordagem, constituem-se princípios para essa educação, podendo-se agregar outros específicos para a
comunidade: como lidar com as narrativas associadas a esses objetos? Como integrar vozes e memórias
historicamente silenciadas no debate sobre o espaço público e sobre as estéticas da memória e do
esquecimento? O que fazer com os monumentos do passado ligados a memórias dolorosas? Eles deveriam
ser retirados, demolidos, musealizados, mutilados? Essa proposta de educação pedagógica junto a
sociedade sucupirense, pauta-se em alguns dos principais posicionamentos no interior do campo do
patrimônio cultural, que, é a relevante importância pela preservação do Patrimônio Histórico e da
Memória.

2 – Com essa ação de educação, evitar confrontos violentos e sem argumentação que desumanizam a
sociedade.

3 – A história não pode ser refeita, mas recontada. É necessário identificar a razão para se preservar esse
monumento que contém memórias inquietantes, que provocam reações de asco, repugnância, reprovação
pelo que elas representaram no passado.

4 - A remoção de monumentos dos espaços públicos para os museus e/ou a colocação de placas
explicativas ou reparadoras com o fim de propiciar a sua reconstrução semântica é, também, uma
possibilidade que deve ser discutida nesse processo de ressignificação. Esta ação final será ditada pelo
resultado das audiências públicas realizadas com essa finalidade: musealização ou reparação explicativa
do referido monumento.

5 – Criação de leis municipais que impeçam que personagens históricos que cometeram crimes sejam
homenageados com estátuas e nomes de logradouros públicos.

6 – Observância às Leis Brasileiras de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural para a remoção de


monumentos históricos.

VIABILIDADE TÉCNICA/ADMINISTRATIVA

No Brasil, coube à Constituição de 1937, a terceira da história do país, a primazia da proteção ao


patrimônio cultural. As Constituições que a ela se seguiram trataram de aperfeiçoar a noção de patrimônio
cultural, até que a Convenção de Paris, editada em 1972, e promulgada sete anos depois pelo Brasil, por
meio do Decreto 80.978, de 12 de dezembro de 1977, trouxe significativos avanços, contribuindo
decisivamente para a noção de patrimônio cultural. Na esteira desse avanço, foi promulgada a
Constituição Federal de nossa república vigente, em 1988, que trata do tema nos artigos 24, 216 e 225. O
artigo 24, inciso VII, da CF, ao tratar da competência legislativa para a matéria, refere-se à “proteção do
patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico”. O artigo 216, V, da mesma Constituição,
ao definir o patrimônio cultural, menciona: “Conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”. A Constituição federal de 1988 (CF/1988)
ampliou, também, a base para o desenvolvimento da participação direta do cidadão brasileiro na
formulação, na implementação e no monitoramento de políticas públicas.
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Prazo de 12 meses para integralização das ações de ressignificação de monumento histórico.

Utilização da logística de transporte, tecnologia da informação, e de infraestrutura local, museus,


disponibilizada pela prefeitura de sucupira.

As despesas com a execução desta resolução correrão por conta de dotações orçamentárias próprias,
suplementadas, se necessário.

Procedimentos estarão pautados no código de ética do profissional museólogo e na legislação do pais para
preservação do patrimônio histórico e cultural.

VALOR
R$ 1.000.000,00 (Hum milhão de reais)

EVENTOS:

a) Contratação de pesquisadores, especialistas e profissionais do campo do patrimônio cultural;


b) Audiências presenciais e virtuais e, consultas públicas para abordagem temática junto a sociedade
sucupirense;
c) Identificar a razão para se preservar esses monumentos que contém memórias inquietantes que
provocam reações de asco, repugnância, reprovação pelo que elas representaram no passado
d) A remoção do monumento do espaço público para o museus e/ou a colocação de placas
explicativas ou reparadoras com o fim de propiciar a sua reconstrução semântica.

RELAÇÃO DE ANEXOS

Legislação brasileira de preservação do patrimônio histórico e cultural e de ampliação para o desenvolvimento da


participação direta do cidadão brasileiro na formulação, na implementação e no monitoramento de
políticas públicas.

Legislação municipal de preservação do patrimônio histórico e cultural e de homenagens a personagens


históricos na cidade.

Código de ética do profissional museólogo


Pareceres das comissões legislativas da Câmara Municipal, Ministério Público e Órgãos de Regulação do
Patrimônio no pais.

Contratos de trabalho de palestrantes.

Contratos de empresas especializadas de internet.

Contrato com museus, editoras, e empresas de transporte logístico.

Recibos diversos das despesas corriqueiras e técnicas.

IMPONDERÁVEIS:

Falhas técnicas de transmissão.


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Ausências e/ou remarcações das audiências, em razão de doença ou outras impossibilidades.

MEDIDAS ADOTADAS:

Cobertura e proteção da estátua até a sua total ressignificação, como forma inclusive, de proteger o patrimônio
público.

A colocação de placas explicativas ou reparadoras com o fim de propiciar a sua reconstrução semântica é
também uma possibilidade que deve ser discutida nesse processo de ressignificação.

Jobson Pereira de Jesus

Museólogo Responsável
COREM:311140

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