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DIREITO PENAL

MATERIAL AULA-1

EMENTA
1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PENAIS. 1.1 Princípio da Legalidade. 1.2 Princípio da Intervenção Mínima. 1.3 princípio da
Ofensividade ou Lesividade. 1.4 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos. 1.5 Princípio da Materialização ou
Exteriorização do Fato. 1.6 Princípio da Responsabilidade Individual/Responsabilidade.
Pessoal/Intranscendência/Personalidade. 1.7 Princípio da Responsabilidade Subjetiva. 1.8 Princípio da Adequação Social.
1.9 Princípio da Insignificância ou Bagatela.

LEGISLAÇÃO CITADA:
1. Art. 14, II do Código Penal
2. Art. 5º, XLV da Constituição da República Federativa do Brasil
3. Art. 59 DO Código Penal
4. Art. 171, §2º, V do Código Penal
5. Art. art. 309 da lei 9503/1997 – Institui o Código de Trânsito Brasileiro
o
6. Art. 5º da lei n. 13260/2016 - Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5 da Constituição Federal, disciplinando o
terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista;
os
e altera as Leis n 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013.
7. Art. 59 da Lei das Contravenções Penais
8. Art. 288, 289 e 291 do Código Penal
9. Art. 137 do Código Penal
10. Art. 229 do Código Penal
11. Art. 184, § 2º do Código Penal
12. Art. 334 e 334 A do Código Penal
13. Art. 28 da lei n. 11.343/06 - Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas
para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
14. Art. 1º, I, Portaria Ministério da Fazenda n. 75/2012.
15. Art. art. 20, da lei n. 10. 522/02 - Dispõe sobre o Cadastro Informativo dos créditos não quitados de órgãos e entidades
federais e dá outras providências.

SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIA CITADA:

1. Súmula n. 502 do Superior Tribunal de Justiça


2. Agravo Regimental no Recurso Especial n. 1508423 do Superior Tribunal de Justiça
3. Súmula n. 574 do Superior Tribunal de Justiça
4. Habeas Corpus n. 102087 do Supremo Tribunal Federal
5. Recurso Extraordinário n. 548181 do Supremo Tribunal Federal
6. Habeas Corpus n. 46435 do Superior Tribunal de Justiça
7. Recurso Ordinário em Habeas Corpus n. 66184 do Superior Tribunal de Justiça

PRINCÍPIOS PENAIS FUNDAMENTAIS


01
1.1 Princípio da Legalidade/Reserva Legal:
a. Nomenclatura: reserva legal, legalidade estrita, reserva legalizada, intervenção legalizada.
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b. Fundamento: art. 1º do Código Penal e art. 5º, XXXIX da CRFB. A Magna Carta de João Sem Terra
c. Origem: Magna Charta Libertatum de João Sem Terra (Inglaterra 1215). É uma limitação ao poder punitivo estatal.
d. Funções fundamentais
I. Lex Previa – Princípio da Anterioridade Penal: necessidade de lei anterior ao fato que se quer punir (art. 5º, XXXIX
da CRFB)2.. Vale tanto para o crime (infração penal no gênero), como para pena (sanção penal: penas e medidas
de segurança).
II. Lex Scripta (escrita): o costume não pode criar crimes nem cominar penas. Veda-se o costume incriminador.
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III. Lex Stricta (estrita): veda-se a analogia (modo de integração – vide art. 4º da LINB) .) in malam partem dentro no Direito
Penal. Dessa forma, na ausência da lei, busca-se uma lei similar para resolver o problema.

Exemplo de analogia in bonam partem: art. 300 do Código de Trânsito Brasileiro – lei n. 9503/97. O motivo do veto do
art. 300 do CTB ocorreu em função da sua restrição para a concessão do perdão judicial (causa extintiva da
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punibilidade). Dessa forma, reporta-se ao art. 121, § 5º do CP , procedendo-se a referida analogia. Assim, dentro do
CTB busca-se o Código Penal (outra lei que prevê um caso semelhante) para a aplicação do presente benefício.

Exemplo de aplicação da analogia in malam partem: vide súmula n. 174 do STJ (cancelada, pois reflete a
analogia in malam partem, pois havia aumento da pena – grave ameaça): “No crime de roubo, a intimidação
feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena.".
IV. Lex Certa: está relacionada ao princípio da Taxatividade (certeza, clareza do tipo). O tipo penal deve ser claro a
todas as pessoas.
Volta a tona a discussão sobre a Lei Antiterrorismo, pois os atos de terrorismo vinham criminalizados, antes da lei de
2016, pela lei n. 7170/1983 que, dentre seus artigos, o dispositivo 20 trazia a expressão atos de terrorismo, mas não a
conceituou, sendo considerado inconstitucional.
Atualmente, a lei n. 13260/2016 é clara, não ofende a reserva legal, respeitando o princípio da Taxatividade, conforme
seu artigo 2º, o qual apresenta o conceito, até então inexiste na antiga lei, de atos de terrorismo. A nova lei não deixa
margem para dúvidas sobre o que é terrorismo (caput do art. 2º) e os atos de terrorismo (§ 1º do art. 2º).
e. Distinção entre legalidade e reserva legal: Há alguns autores que fazem tal diferenciação:
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Legalidade: relaciona-se à lei sem sentido amplo (art. 5º, II, CRFB) , incluindo as hipóteses normativas do art. 59 da CRFB.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
(...)

1
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984).
2
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
3 o
Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
4
Art. 121, § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977).
5
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
 MACETE DA ORDEM DO ART. 59, CRFB: Eu conheço o diretor do MP, o Dr. ...
EU
Conheço
O
Diretor
MP
D
R.
Reserva Legal: relaciona-se à lei em sentido estrito (art. 5º, XXXIX da CRFB): Não há crime sem lei anterior (lei em sentido
estrito: ordinária ou complementar) que a defina. Medida provisória ou lei delegada não pode dispor sobre direito penal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

1.2 Princípio da Intervenção Mínima: o Estado intervém na esfera pessoal de várias formas (multa, advertência...). A mais
radical é a intervenção penal, restringindo a liberdade ou, até mesmo, a vida, em caso de guerra declarada pelo
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presidente da república – art. 84, XIX da CRFB . Dessa forma, a intervenção deve ser a mínima. Subdivide-se em:
I. Fragmentariedade: apenas os bens jurídicos mais relevantes e apenas os ataques mais intoleráveis a esses
bens jurídicos é que merecem a intervenção do Direito Penal.
II. Subsidiariedade: deve-se lembrar do Direito Penal como a última ratio, ou seja, o último recurso ou
mecanismo. No sentido de que se o conflito social puder ser resolvido com outros ramos do Direito, o Penal
não intervirá.
Vide Ag Rg no Resp. n. 945360 – STJ:
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTO
INATACADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 182/STJ. FURTO DE ENERGIA ELÉTRICA. ART 155, § 3º,
DO CP. ABSOLVIÇÃO. ART. 397, IV, DO CPP. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PAGAMENTO DO
DÉBITO ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. ACÓRDÃO EM SINTONIA COM A
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. É inviável o
agravo que deixa de atacar, especificamente, os fundamentos da decisão impugnada.
Incidência da Súmula 182/STJ. 2. O acórdão objurgado encontra-se em harmonia com a
jurisprudência dominante desta Corte Superior, no sentido de que o ressarcimento do preço
devido em razão da subtração de energia elétrica, antes do recebimento da denúncia, acarreta
a extinção da punibilidade, em respeito aos princípios da isonomia e da subsidiariedade do
Direito Penal. Precedentes.
3. Agravo regimental improvido.

1.3 princípio da Ofensividade ou Lesividade: neminem laedere: a niguém prejudicar, ofender, lesionar; nullum crimen sine
iniuria – não há crime sem lesão ao bem jurídico.

1.3.1 Funções do princípio da Ofensividade (obra de Nilo Batista):


a. Proibição de incriminação de uma atitude interna: não se pune atos preparatórios, com exceções, por exemplo, lei

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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no
intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
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Antiterrorismo, art. .5º (referido anteriormente). Vide art. 14, II do Código Penal
b. Proibição de incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor: aqui está o princípio da
Alteridade: não há crime sem ofensa a bem jurídico alheio. É com base nesse princípio que a autolesão e tentativa de
suicídio não são punidos no Brasil. Exceção: art. 171, §2º, V do CP8.

c. Proibição de incriminação de simples condições existenciais: o sujeito somente poderá ser punido em face do ato
praticado; não pelo o que ele pensa ou representa: aqui ressalta-se a discussão sobre o Direito Penal do Autor (punido
pelo o que representa) x Direito Penal do Fato (punido pelo o que se fez).
Exemplo de Direito Penal do Autor: A contravenção da vadiagem (Lei das Contravenções Penais, art. 599-vigente): pune-
se, por que é vadio. Observação: não foi recepcionado pela CRFB. Esta é a ideia do Direito Penal do Autor que se tenta
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rechaçar, atualmente. Ao analisar o art. 59, caput do Código Penal , que prevê as 8 circunstâncias judiciais, é possível
constatar que as 4 primeiras tratam-se de Direito Penal do Autor. O que se pretende trabalhar hoje é o Direito Penal do
Fato, ou seja, pune o fato praticado pelo autor.
d. Proibição de incriminação de comportamentos que não causam dano ou perigo de dano ao bem jurídico tutelado: o
Direito Penal não deve tutelar a moral, os bons costumes, e sim o bem jurídico.

Observação: Crimes de perigo abstrato: Não há crime sem ofensa (crime de dano – deve ser comprovado de forma
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concreta) ou exposição a risco (crime de perigo – art. 309 do CTB ) ao bem jurídico. Já, crime de perigo abstrato não há a
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necessidade de comprovação de perigo – art. 288 do CP . Para o STF os crimes de perigo abstrato são constitucionais

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Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984).
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Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante
artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
(...).
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou
doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
(...).
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Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes
de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses.
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.
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Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias
e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
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Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de
dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
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Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de
2013) (Vigência)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
(arma de fogo desmuniciada, portar munição sem arma é fato típico).
Vide HC n. 102087 do STF:
HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DESMUNICIADA. (A)TIPICIDADE DA CONDUTA.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS PENAIS. MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE
CRIMINALIZAÇÃO E MODELO EXIGENTE DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS EM
MATÉRIA PENAL. CRIMES DE PERIGO ABSTRATO EM FACE DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE.
LEGITIMIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE ARMA DESMUNICIADA. ORDEM DENEGADA. 1.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS PENAIS. 1.1. Mandados constitucionais de
criminalização: A Constituição de 1988 contém significativo elenco de normas que, em princípio, não
outorgam direitos, mas que, antes, determinam a criminalização de condutas (CF, art. 5º, XLI, XLII,
XLIII, XLIV; art. 7º, X; art. 227, § 4º). Em todas essas é possível identificar um mandado de
criminalização expresso, tendo em vista os bens e valores envolvidos. Os direitos fundamentais não
podem ser considerados apenas proibições de intervenção (Eingriffsverbote), expressando também
um postulado de proteção (Schutzgebote). Pode-se dizer que os direitos fundamentais expressam não
apenas uma proibição do excesso (Übermassverbote), como também podem ser traduzidos como
proibições de proteção insuficiente ou imperativos de tutela (Untermassverbote). Os mandados
constitucionais de criminalização, portanto, impõem ao legislador, para seu devido cumprimento, o
dever de observância do princípio da proporcionalidade como proibição de excesso e como proibição
de proteção insuficiente. 1.2. Modelo exigente de controle de constitucionalidade das leis em matéria
penal, baseado em níveis de intensidade: Podem ser distinguidos 3 (três) níveis ou graus de
intensidade do controle de constitucionalidade de leis penais, consoante as diretrizes elaboradas pela
doutrina e jurisprudência constitucional alemã: a) controle de evidência (Evidenzkontrolle); b) controle
de sustentabilidade ou justificabilidade (Vertretbarkeitskontrolle); c) controle material de intensidade
(intensivierten inhaltlichen Kontrolle). O Tribunal deve sempre levar em conta que a Constituição
confere ao legislador amplas margens de ação para eleger os bens jurídicos penais e avaliar as
medidas adequadas e necessárias para a efetiva proteção desses bens. Porém, uma vez que se ateste
que as medidas legislativas adotadas transbordam os limites impostos pela Constituição – o que
poderá ser verificado com base no princípio da proporcionalidade como proibição de excesso
(Übermassverbot) e como proibição de proteção deficiente (Untermassverbot) –, deverá o Tribunal
exercer um rígido controle sobre a atividade legislativa, declarando a inconstitucionalidade de leis
penais transgressoras de princípios constitucionais. 2. CRIMES DE PERIGO ABSTRATO. PORTE DE
ARMA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALDIADE. A Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) tipifica o
porte de arma como crime de perigo abstrato. De acordo com a lei, constituem crimes as meras
condutas de possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo. Nessa espécie de
delito, o legislador penal não toma como pressuposto da criminalização a lesão ou o perigo de lesão
concreta a determinado bem jurídico. Baseado em dados empíricos, o legislador seleciona grupos ou
classes de ações que geralmente levam consigo o indesejado perigo ao bem jurídico. A criação de
crimes de perigo abstrato não representa, por si só, comportamento inconstitucional por parte do
legislador penal. A tipificação de condutas que geram perigo em abstrato, muitas vezes, acaba sendo a
melhor alternativa ou a medida mais eficaz para a proteção de bens jurídico-penais supraindividuais
ou de caráter coletivo, como, por exemplo, o meio ambiente, a saúde etc. Portanto, pode o legislador,
dentro de suas amplas margens de avaliação e de decisão, definir quais as medidas mais adequadas e
necessárias para a efetiva proteção de determinado bem jurídico, o que lhe permite escolher espécies
de tipificação próprias de um direito penal preventivo. Apenas a atividade legislativa que, nessa
hipótese, transborde os limites da proporcionalidade, poderá ser tachada de inconstitucional. 3.
LEGITIMIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE ARMA. Há, no contexto empírico legitimador da
veiculação da norma, aparente lesividade da conduta, porquanto se tutela a segurança pública (art. 6º
e 144, CF) e indiretamente a vida, a liberdade, a integridade física e psíquica do indivíduo etc. Há
inequívoco interesse público e social na proscrição da conduta. É que a arma de fogo, diferentemente
de outros objetos e artefatos (faca, vidro etc.) tem, inerente à sua natureza, a característica da
lesividade. A danosidade é intrínseca ao objeto. A questão, portanto, de possíveis injustiças pontuais,
de absoluta ausência de significado lesivo deve ser aferida concretamente e não em linha diretiva de
ilegitimidade normativa. 4. ORDEM DENEGADA.
1.4 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos: O Direito Penal não se presta para tutelar moral e bons costumes,
religião ou ideologia, o Direito Penal presta-se a tutelar bens jurídicos. Essa posição não é unânime. Em linhas gerais, o
Funcionalismo, através desses autores, tem os seguintes delineamentos:

Roxin: a função do Direto Penal é proteger o bem jurídico. Trabalha-se com essa ideia.
Jakobs: o Direito Penal deve proteger a normas (posição mais radial): tese do Direito Penal do Inimigo.
1.5 Princípio da Materialização ou Exteriorização do Fato: o Direito Penal deve sair do mundo das ideias e ingressar
no mundo dos fatos. Não se pune no Brasil a intenção, a vontade. O que se pune é um comportamento
exteriorizado no mundo real. Exceções: punição por atos preparatórios, por política penal:
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 Art. 291 do CP ;
14
 Lei n. 13.260/2016, art. 5º .
Não se pune a cogitação: o iter criminis pressupõe 4 fases: em regra geral a punição inicia-se com a execução. Não
se pune a ideia. O fato deve ser materializado no mundo real.
I. Cogitação
II. Preparação
III. Execução
IV. Consumação
1.6 Princípio da Responsabilidade Individual/Responsabilidade Pessoal/Intranscendência/Personalidade: a pena não
pode passar da pessoa do réu. A pena somente poderá ser aplicada ao autor do crime. Fundamenta-se no art. 5º,
XLV, da Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Observação: Teoria da Dupla Imputação: a pessoa jurídica somente poderá ser denunciada, se a pessoa física
responsável pelo comportamento previsto como crime ambiental também seja denunciada. A ideia era de que a
Pessoa jurídica não tinha como praticar uma conduta. Essa Teoria foi acolhida pelo STJ por muitos anos para trancar

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Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer
objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Emissão de título ao portador sem
permissão legal.
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Art. 5o Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito: Pena - a correspondente ao delito
consumado, diminuída de um quarto até a metade.
ações penais ajuizadas pelo Ministério Público.
Em 2013, o STF julgando o Recurso Extraordinário n. 548181, entende pela desnecessidade da dupla imputação.
Dessa forma, o STJ também começou a julgar com o mesmo entendimento, qual seja o afastamento da imputação
paralela, assim a pessoa jurídica pode ser responsabilizada por crime ambiental:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PENAL. CRIME AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE PENAL DA
PESSOA JURÍDICA. CONDICIONAMENTO DA AÇÃO PENAL À IDENTIFICAÇÃO E À PERSECUÇÃO
CONCOMITANTE DA PESSOA FÍSICA QUE NÃO ENCONTRA AMPARO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
1. O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa
jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no
âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação. 2. As
organizações corporativas complexas da atualidade se caracterizam pela descentralização e
distribuição de atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a esta realidade, as dificuldades para
imputar o fato ilícito a uma pessoa concreta. 3. Condicionar a aplicação do art. 225, §3º, da Carta
Política a uma concreta imputação também a pessoa física implica indevida restrição da norma
constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não apenas de ampliar o alcance das
sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes ambientais frente às imensas
dificuldades de individualização dos responsáveis internamente às corporações, além de reforçar a
tutela do bem jurídico ambiental. 4. A identificação dos setores e agentes internos da empresa
determinantes da produção do fato ilícito tem relevância e deve ser buscada no caso concreto como
forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou deliberaram no exercício regular de
suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a atuação se deu no interesse ou em
benefício da entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante para fins de imputar determinado delito
à pessoa jurídica, não se confunde, todavia, com subordinar a responsabilização da pessoa jurídica à
responsabilização conjunta e cumulativa das pessoas físicas envolvidas. Em não raras oportunidades,
as responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas ou parcializadas de tal modo que não
permitirão a imputação de responsabilidade penal individual. 5. Recurso Extraordinário parcialmente
conhecido e, na parte conhecida, provido.

1.7 Princípio da Responsabilidade Subjetiva: veda-se a responsabilidade penal objetiva (é uma mera imputação de causa e
efeito – pune-se o sujeito independente de dolo ou culpa). No Brasil é possível tal responsabilidade em outras searas
jurídicas, exceto no âmbito penal. Todavia, ainda há resquícios da teoria objetiva penal: no crime de rixa qualificada (art.
15
137, § único do CP) .

1.8 Princípio da Adequação Social: conduta socialmente adequada é aquela que se insere no âmbito de normalidade
inserido nas regras culturais de um povo. Por exemplo: colocar brinco no recém-nascido. A Leniência por parte das
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autoridades descriminalizou a conduta prevista no art. 229 do CP (manter casa de prostituição) pela incidência desse
princípio? Não, consoante o entendimento dos Tribunais Superiores: STJ e STF, portanto, é uma conduta típica.
Vide Agravo Regimental no Recurso Especial n. 1508423/MG:

15
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único -
Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois
anos.
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Casa de prostituição. Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou
não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009). Pena - reclusão, de dois
a cinco anos, e multa.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CASA DE PROSTITUIÇÃO. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO
SOCIAL. INAPLICABILIDADE. REEXAME DE PROVA. AUSÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. I -
De acordo com o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ, não se aplica o
princípio da adequação social aos crimes de favorecimento da prostituição ou manutenção de casa de
prostituição. II - Decisão agravada que deve ser mantida por seus próprios fundamentos, uma vez que
as razões do agravo regimental não cuidam de infirmar os fundamentos da decisão recorrida. III-
Agravo regimental desprovido.
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Violação de direito autoral (art. 184, § 2º do CP) : camelô que vende CDs piratas. Não se aplica o referido princípio.
Vide Súmula 502/STJ - 26/10/2016. Recurso especial repetitivo. Tóxicos. Recurso especial
representatito da controvérsia. Pena. Fixação da pena. Hermenêutica. Princípio da retroatividade da
lei penal mais benéfica. Combinação de leis. Precedentes do STF e STJ. CF/88, art. 5º, XIII e XL. CPC,
art. 543-C. Lei 6.368/1976, art. 12, «caput». CP, arts. 2º, parágrafo único, 59, 65 e 68. Lei 11.343/2006,
arts. 33, § 4º e 75: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime
previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.

Vide Súmula 574/STJ - 26/10/2016. Recurso especial repetitivo. Direito autoral. Violação. Recurso
especial representativo da controvérsia. Tema 926. Direito penal. Violação de direito autoral. Prova
pericial. Perícia sobre todos os bens apreendidos. Desnecessidade. Análise dos aspectos externos do
material apreendido. Suficiência. Identificação dos titulares dos direitos autorais violados.
Prescindibilidade. Recurso provido. CP, art. 184, § 2º. CF/88, art. 105, III. CPC, arts. 541 e 543-C. Lei
8.038/1990, art. 26: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de
sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto apreendido, nos
aspectos externos do material, e é desnecessária a identificação dos titulares dos direitos autorais
violados ou daqueles que os representem.

1.9 Princípio da Insignificância ou Bagatela: Roxin entendia o princípio da insignificância como um auxiliar interpretativo,
que objetiva restringir o rigor literal do tipo formal (interpretação restritiva do tipo penal).
a. Natureza jurídica: é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade material (tipicidade formal: é um juízo de
adequação; tipicidade material: analisa-se o desvalor da conduta e do resultado, ainda que o fato esteja previsto em lei –
relaciona-se ao principio da Ofensividade).
Vide Recurso Ordinário em Habeas Corpus - RHC n. 46435 do STJ:
PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ATIVIDADE CLANDESTINA DE
RADIODIFUSÃO. DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME. INDEVIDA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. BAIXA
POTÊNCIA DO EQUIPAMENTO. IRRELEVÂNCIA. CRIME FORMAL DE PERIGO ABSTRATO.
DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA LESIVIDADE DA CONDUTA. INSIGNIFICÂNCIA.
INAPLICABILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. O pedido eventual de
desclassificação do crime do art. 183 da Lei n. 9.472/1997 para o do art. 70 da Lei n. 4.711/1962 não
pode ser conhecido, porquanto não foram objeto de análise no acórdão que apreciou o habeas corpus
no Tribunal a quo. Nesse passo, a apreciação da questão em tela implicaria indevida supressão de
instância, com a consequente ampliação inconstitucional da competência recursal ordinária desta

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Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003). § 2o Na mesma pena do §
1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em
depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete
ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a
expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003).
Corte (CF, art. 105, inc. II). 2. A aferição da insignificância é requisito negativo da tipicidade
conglobante, pois ultrapassa o juízo subsuntivo típico formal e adentra na seara da análise do desvalor
da conduta e do resultado em sentido amplo. Com vistas à aferição dos vetores interpretativos da
insignificância sugeridos pelo STF, inarredável considerar a espiritualização do bem jurídico protegido
nos crimes de exploração irregular ou clandestina de radiodifusão (segurança dos meios de
comunicação) e sua relevância para a incolumidade de outros bens jurídicos. Classifica-se, portanto, o
crime em tela como formal e de perigo abstrato, pelo que dispensa a comprovação de qualquer dano
(resultado) ou do perigo, presumindo-se este absolutamente pela lei. 3. A instalação e utilização de
aparelhagem em desacordo com as exigências legais, ou de forma clandestina, sem a observância dos
padrões técnicos estabelecidos em normas nacionais, por si só, inviabilizam o controle do espectro
radioelétrico e podem causar sérias interferências prejudiciais em serviços de telecomunicações
regularmente instalados (polícia, ambulâncias, bombeiros, navegação aérea, embarcações, bem como
receptores domésticos - TVs e rádios - adjacentes à emissora), pelo aparecimento de frequências
espúrias. Por conseguinte, além de presumida a ofensividade da conduta por lei, inquestionável alta
periculosidade social da ação. 4. Ademais, corolário da natureza de crime formal e de perigo abstrato
é a irrelevância de ser rádio de baixa frequência, haja vista que a instalação de estação clandestina de
radiofrequência, sem autorização do órgão regulador (ANATEL), já é suficiente para comprometer a
regularidade do sistema de telecomunicações, sendo imprescindível a autorização governamental
para o funcionamento. 5. Recurso conhecido parcialmente e, nessa parte, negado provimento.
b. Requisitos:
Objetivos: são 4 (posição unânime do STF e STJ): são cumulativos:
 Mínima ofensividade da conduta do agente;
 Nenhuma periculosidade social da ação;
 Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
 Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Subjetivos: há duas posições:
Posição majoritária: negava o princípio da Insignificância para o reincidente.
 Vide Recurso Ordinário em Habeas Corpus n. 66184 do STJ (afasta a aplicação do princípio da Insignificância
para os reincidentes):
PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FURTO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
RECORRENTE REINCIDENTE EM CRIMES DA MESMA NATUREZA. INAPLICABILIDADE. RECURSO A QUE
SE NEGA PROVIMENTO. 1. O princípio da insignificância deve ser analisado em conexão com os
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal, no sentido de
excluir ou afastar a própria tipicidade penal, observando-se a presença de "certos vetores, como (a) a
mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica
provocada" (HC 98.152/MG, Rel. Ministro CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJe 5/6/2009). 2. De
outra parte, "a aplicação do princípio da insignificância envolve um juízo amplo ("conglobante"), que
vai além da simples aferição do resultado material da conduta, abrangendo também a reincidência ou
contumácia do agente, elementos que, embora não determinantes, devem ser considerados." (HC
123108-MG, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 03/08/2015, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-018 DIVULG 29-01-2016 PUBLIC 01-02-2016). 3. Situação concreta (reincidência
específica) que não recomenda a aplicação do princípio da insignificância. 4. Recurso ordinário
improvido.
c. Situações específicas: a jurisprudência dos tribunais superiores não aplicarão o referido princípio para crimes cometidos
com violência ou grave ameaça. Assim, como no tráfico de drogas, na moeda falsa (tutela-se a fé pública), na posse de
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drogas para consumo próprio (art. 28 da lei n. 11.343/06) , no contrabando (art. 334 A do CP)19.
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Por outro lado, cabe no descaminho (art. 334 do CP) . Este é um crime que tutela a Ordem Tributária. Em relação a essa
afirmação, há duas posições, em relação ao montante pecuniário:
O STF, pelo art. 1º, I, Portaria Ministério da Fazenda n. 75/2012, considera R$ 20.000,0021.
Já, o STJ, pelo art. art. 20, da lei 10. 522/02, considera R$ 10.000,0022.
d. Bagatela Imprópria:
Bagatela Imprópria: o fato não nasce irrelevante para o Direito Penal. No entanto, posteriormente, verifica-se a
desnecessidade concreta de aplicação da pena – aplica-se o princípio da desnecessidade de aplicação da pena\
irrelevância penal do fato, que é uma causa de dispensa de pena.
Bagatela Própria: o fato já nasce irrelevante para o Direito Penal, seja em virtude do desvalor da conduta, seja em face do
desvalor do resultado – aplica-se o princípio da Insignificância, que é uma causa da exclusão da tipicidade material.

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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: (...).
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Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014).
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
o
§ 1 Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014).
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014).
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão público
competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014).
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014).
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014).
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Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014).
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Art. 1º Determinar:
I - a não inscrição na Dívida Ativa da União de débito de um mesmo devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou inferior
a R$ 1.000,00 (mil reais); e
II - o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00
(vinte mil reais).
§ 1º Os limites estabelecidos no caput não se aplicam quando se tratar de débitos decorrentes de aplicação de multa criminal.
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Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, os autos das
execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrados, de
valor consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). (Redação dada pela Lei nº 11.033, de 2004).

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