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MILIBAND, Ralph. Análise de classes.

In: GIDDENS, Anthony; TURNER,


Jonathan. Teoria social hoje. São Paulo: UNESP, 1987.

Ademais, a análise de classes veio a ser cada vez mais denunciada de dentro
da esquerda como um "reducionismo de classes" simplista, totalmente incapaz
de explicar aspectos cruciais da realidade social, como patriarcado, o racismo,
o nacionalismo, a construção do Estado, os sistemas comunistas etc.

Todas as sociedades precisam de se apropriar de uma parte do produto dos produtores para
propósitos como a manutenção dos jovens, dos doentes e dos velhos, investimento para nova
produção e posterior distribuição, o fornecimento de serviços coletivos etc. Numa sociedade
sem classes, todavia, a apropriação ocorreria apenas para esses propósitos. (MILIBAND, 1999,
página 474).

Falando de forma mais apropriada, uma classe dominante em qualquer sociedade de classes é
constituída em virtude de seu controle efetivo sobre três fontes principais de dominação: os
meios de produção, onde o controle pode envolver (e em geral envolveu) a propriedade desses
meios, mas não precisa necessariamente fazê-lo; os meios da administração e coerção do
Estado; e os principais meios para estabelecer a comunicação e o consenso. (MILIBAND,
1999, página 476).

A classe dominante e a classe trabalhadora representam respectivamente o vértice e a base da


pirâmide característicos da estrutura social das sociedades capitalistas avançadas. Entre
ambos deve-se encontrar também uma pequena burguesia substancial, e essa classe compõe-
se igualmente de dois diferentes elementos ou subclasses [...] (MILIBAND, 1999, página 482).

Existe, para começar, o fato muito óbvio mas freqüentemente subestimado de que as
mulheres, os negros e os membros de outras minorias são também membros de uma classe e
estão inevitavelmente situados em algum ponto da estrutura social de suas sociedades.
(MILIBAND, 1999, página 497).

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