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Princípios do

Marxismo-Leninismo
Bill Bland

Viva a grande e invencível bandeira de Marx-Engels-Lenin-Stalin!


(1953)
Prefácio de A Verdade

O que é o marxismo-leninismo?

O marxismo-leninismo é a concepção científica do


mundo que desvenda a origem das desigualdades sociais
e, a partir desse ângulo, classifica-se como uma
avançada teoria do pensamento social, pois representa e
defende os interesses da maioria, traçando o caminho
para se chegar a um sistema sem exploração. Nesse
caminho, o partido do proletariado é situado como uma
necessidade histórica. Portanto, o marxismo-leninismo é
a sua base filosófica, econômica e política; sua estratégia
e tática para alcançar a emancipação dos trabalhadores e
dos povos oprimidos e para construir socialismo e o
comunismo.

O marxismo-leninismo é uma teoria científica do desenvolvimento social; descobriu


as leis que regem as mudanças verificadas na natureza, da sociedade e do
pensamento. Não se limita a diagnosticar a realidade, mas visa a identificar as
contradições que determinam e promovem essas mudanças; desenvolve as formas e
métodos que servem para transformar a sociedade, assim como o papel das forças
protagonistas de cada momento histórico. Esta é a diferença que tem com o
socialismo utópico, que o precedeu, pois, enquanto este apenas descreve uma
sociedade justa e igualitária, sem menção à forma de alcançá-la, o
marxismo-leninismo o faz com uma base científica provada na prática social. Ao
descobrir as forças antagônicas que promovem as mudanças, o marxismo verifica a
existência de luta de classes. Seu mérito não está nessa descoberta, mas no fato de
projetar o fato de que o resultado dessa luta de classes no capitalismo conduz, de
forma indefectível, ao estabelecimento da ditadura do proletariado.

Outro elemento básico do marxismo-leninismo é a histórica missão atribuída ao


proletariado, a classe trabalhadora, em geral, como a classe mais avançada, a
vanguarda na luta pela derrubada do capitalismo e construção do socialismo e do
comunismo. Esta concepção de marxismo, no momento atual, tem sido muito
contestada por setores da pequena burguesia no seu desejo de negar a perspectiva da
revolução, para trazer o que eles chamam de “novos atores sociais”, a “sociedade
civil”, cuja missão é atenuar a luta de classes, promover o pacifismo e alcançar
algumas reivindicações dentro dos moldes capitalistas.

O marxismo-leninismo fundou a necessidade histórica do partido do proletariado


como um dos fatores subjetivos mais importantes para assegurar o processo
revolucionário.

Para o partido do proletariado, o marxismo-leninismo não é um dogma, é um guia


para a ação revolucionária; parte da análise concreta da realidade, a fim de
identificar a situação das forças sociais envolvidas, as suas aspirações, a sua
correspondência, o ânimo das massas populares, a finalidade e a forma da sua luta.
Serve para a educação política dos militantes e das massas, para elevar o seu nível de
consciência, de unidade e de organização para conseguir sua libertação, pela tomada
do poder e pela construção da nova sociedade.

CIPOML – Conferência Internacional dos Partidos Marxista-Leninistas


“Se é verdade que a passagem das mudanças quantitativas lentas a mudanças qualitativas bruscas e
rápidas é uma lei do desenvolvimento, é claro que as revoluções realizadas pelas classes oprimidas
constituem um fenômeno absolutamente natural, inevitável.
Consequentemente, a passagem do capitalismo ao socialismo e a libertação da classe operária do jugo
capitalista podem ser efetuadas, não por transformações lentas, não por reformas, mas somente por
uma mudança qualitativa do regime capitalista, pela revolução.
Assim, para não nos enganarmos em política, é preciso sermos revolucionários e não reformistas.”

Josef Vissarionovitch Stalin, em “O Materialismo Dialético e O Materialismo Histórico”


Introdução
Capítulo 1: O Desenvolvimento da Sociedade

1 – O QUE É ECONOMIA?
A ciência das formas que as pessoas encontram para satisfazer suas necessidades
materiais (alimentos, roupas, moradia, etc.).

2 – O QUE É POLÍTICA?
É a ciência das formas pela qual as pessoas se organizam em sociedade.

3 – O QUE É PRODUÇÃO?
Transformação de matéria-prima em coisas que as pessoas possam usar, ou seja, em
produtos.1

4 – O QUE SÃO MEIOS DE PRODUÇÃO?


São as ferramentas que as pessoas usam para produzir, desde o machado de pedra
até a fábrica automatizada.

5 – QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SISTEMAS SOCIAIS CONHECIDOS NA


HISTÓRIA?

1. Comunismo primitivo, tal como na sociedade africana tribal;


2. Escravismo, tal como no Império Romano;
3. Feudalismo, tal como na Europa medieval;
4. Capitalismo, tal como na Grã-Bretanha contemporânea;
5. Socialismo, tal como o que ocorreu na antiga União Soviética nos tempos de
Lenin e Stalin.

6 – O QUE É EXPLORAÇÃO?
É o ato de viver, parcial ou completamente, do trabalho dos outros.

7 – O QUE É UMA CLASSE SOCIAL?


É um grupo social que possui distintas relações com os meios de produção.
O membro de uma classe:

1
O produto de um processo de produção, tal como o ferro, pode tornar-se matéria
prima de um outro processo produtivo, tal como a engenharia.
1. Possui meios de produção e vive da exploração de uma classe que não possui
tais meios;
2. Possui os meios de produção e vive por meio de seu próprio trabalho; ou
3. Não possui quaisquer meios de produção e vivem através da venda de sua
capacidade de trabalho para a categoria que possui os meios de produção.
A classe da categoria 1 é uma classe exploradora, ao passo que a classe da categoria 3
é uma classe explorada.

8 – QUAIS SÃO AS CLASSES SOCIAIS BÁSICAS NA GRÃ-BRETANHA HOJE?


1. a classe capitalista ou burguesia, que possui seus próprios meios de produção e
vive explorando a classe social que não os possui;
2. a classe média ou pequena-burguesia, que possui seus próprios meios de produção
e vivem primariamente de seu próprio trabalho; e
3. a classe trabalhadora ou proletariado, que não possui meios de produção e vivem
da venda de sua capacidade de trabalho à classe capitalista.

9 – QUE SISTEMAS SOCIAIS CONHECIDOS NA HISTÓRIA SÃO BASEADOS NA


EXPLORAÇÃO?
1. escravismo (na qual a classe dos escravos era explorada pela classe dos donos
de escravos);
2. feudalismo (na qual a classe dos servos era explorada pela aristocracia); e
3. capitalismo (na qual a classe operária é explorada pela classe dos capitalistas).

10 – QUAL É A CAUSA BÁSICA DA MUDANÇA HISTÓRICA DE UM SISTEMA


PARA OUTRO?
O desenvolvimento de ferramentas e técnicas. O processo ocorre dentro de um
sistema social em particular até alcançar o ponto em que essas novas ferramentas e
técnicas não podem ser desenvolvidas, ou mesmo usadas, para a maioria, dentro do
sistema social. As frustrações resultantes disso, dão origem a um movimento político,
que tem a função de mudar o sistema social para um novo. Eventualmente, esta
mudança é uma ruptura, permitindo que as ferramentas e técnicas sejam
desenvolvidas dentro do novo sistema social.
No primeiro estágio da sociedade humana as ferramentas e técnicas eram tão
primitivas, e consequentemente a produção muito baixa, que era impossível para
alguém produzir o suficiente para manter ele próprio e seus dependentes vivos. Não
havia, assim, um excedente que alguém poderia utilizar.
Consequentemente, a exploração era impossível, pois os meios de produção eram da
coletividade, e o sistema social era uma espécie de comunismo primitivo.
Todavia, dentro do comunismo primitivo, as ferramentas e técnicas continuaram a
ser desenvolvidos, até alcançar o ponto em que era possível para alguém produzir
mais do que o necessário para manter a si mesmo e aos seus dependentes vivos. Até
aí, os prisioneiros de guerra eram geralmente comidos; agora, no entanto, o
canibalismo veio a ser considerado como imoral pela sociedade, pois já não era mais
economicamente sensível: tornando um prisioneiro de guerra em um escravo
tornava possível obter dele não apenas um bom alimento, mas alimentos para toda a
vida obtidos de seu trabalho escravo.
Assim, como resultado do desenvolvimento das ferramentas e técnicas, o comunismo
primitivo deu lugar ao escravismo. A sociedade tornou-se dividida em duas classes
sociais: a classe dos exploradores senhores de escravos e a classe dos escravos
explorados. Mas dentro das ferramentas e técnicas da escravidão continuou a ser
desenvolvida até o ponto em que o trabalho puramente forçado do escravo (que
trabalhou apenas para evitar a punição) deixou de ser capaz de usar e desenvolver
essas novas ferramentas e técnicas adequadamente.
Consequentemente, os senhores de escravos gradualmente transformaram a base de
sua exploração numa nova forma em que os camponeses explorados tiveram
interesse no uso e desenvolvimento das novas ferramentas e técnicas – os escravos
foram transformados em servos. Na sociedade feudal, os servos, embora legalmente
ligados à herança de seu senhor, podiam trabalhar meio período em suas próprias
terras. Eles tinham, no entanto, que trabalhar também na propriedade de seu senhor
e entregar-lhe uma parte do produto de suas próprias tiras.
Mas dentro das ferramentas e técnicas do feudalismo que foram desenvolvidas, uma
nova classe de comerciantes e artesãos apareceu nas cidades. Os servos, em aliança
com a crescente classe de comerciantes, conseguiram obter sua liberdade da
servidão, transferindo seu serviço de trabalho para um novo sistema de rendas de
dinheiro. Com a comutação do serviço de trabalho, os senhores viram-se incapazes
de obter trabalho para suas próprias propriedades privadas.
Para obtê-lo (assim como por outras razões secundárias), eles passaram a “cercar” a
própria terra dos camponeses, isto é, expulsá-los para que fossem obrigados a
procurar emprego como trabalhadores assalariados para viverem. Um grande
número desses camponeses despossuídos migrou para as cidades para procurar
emprego com os comerciantes e artesãos. A classe trabalhadora nasceu. Dentro da
estrutura da sociedade feudal, um novo sistema econômico – o capitalismo –
começou a se desenvolver.
Mas os capitalistas mercantis encontraram seus esforços para desenvolver o sistema
capitalista (do qual dependia seu avanço econômico) frustrados pela oposição da
aristocracia governante dominante. Essa frustração deu origem a um movimento
político para mudar o sistema social. Por fim, o poder político da aristocracia foi
derrubado em uma revolução burguesa, e a classe capitalista tornou-se a classe
dominante. Dentro da estrutura da sociedade capitalista, ferramentas e técnicas
foram desenvolvidas em um ritmo sem precedentes. No século XX, chegou-se a um
ponto em que o pleno uso e o desenvolvimento dessas novas ferramentas e técnicas
estavam sendo retidos pela existência continuada de um sistema social que havia
sobrevivido à sua utilidade para a massa do povo.
Isso se tornou a base de uma crise dentro do sistema capitalista, e trouxe à existência
um movimento para mudar (novamente) o sistema social para um novo: o
movimento socialista. Durante o século XX, a classe trabalhadora, ao longo de um
quarto do mundo, conseguiu abolir o sistema capitalista e lançar as bases de um
sistema socialista.
Entretanto, por razões que serão analisadas mais adiante neste curso, ocorreu uma
reversão temporária ao capitalismo. O estabelecimento de uma sociedade socialista
na Grã-Bretanha, como parte de um processo revolucionário mundial, é a tarefa
histórica enfrentada pelos trabalhadores britânicos.

11 – O QUE QUER DIZER O TERMO ‘PROGRESSISTA’?


Aquilo que ajuda a impulsionar o desenvolvimento da sociedade.

12 – O QUE QUER DIZER O TERMO ‘REACIONÁRIO’?


Aquilo que tende a reter ou retroceder, o desenvolvimento da sociedade.

13 – O QUE É O ESTADO?
Um mecanismo de força pelo qual uma classe social governa o resto do povo. No
comunismo primitivo, uma sociedade sem classes, não havia maquinaria estatal. O
estado passou a existir com o estabelecimento de uma sociedade dividida em classes,
uma vez que a minoria escrava achava necessário reprimir a maioria escravista
explorada pela força. Na sociedade escravista, o estado era o maquinário do governo
da classe proprietária de escravos. Na sociedade feudal, o estado era o maquinário do
governo da aristocracia fundiária. Na sociedade capitalista, o estado é o maquinário
do governo da classe capitalista. Como veremos, a classe trabalhadora (embora não
seja e não venha a ser uma classe exploradora) também precisa de sua própria
máquina de força, seu próprio estado, um estado socialista, a fim de manter a
sociedade socialista e impedir sua derrubada pelos capitalistas, classe que perdeu sua
riqueza e poder. Assim, em uma sociedade socialista, o estado é a máquina do
governo da classe trabalhadora.

14 – O QUE É UMA REVOLUÇÃO?


A substituição forçada da regra de uma classe pela regra de uma classe mais
progressista.

15 – QUAIS OS SISTEMAS SOCIAIS CONHECIDOS PELA HISTÓRIA QUE FORAM


ESTABELECIDOS POR MEIO DE UMA REVOLUÇÃO?
A. O sistema capitalista, estabelecido como resultado da derrubada
revolucionária do poder político da aristocracia feudal em uma revolução
burguesa.
B. O sistema socialista, estabelecido como resultado da derrubada revolucionária
do poder político da classe capitalista em uma revolução socialista ou
proletária.

16 – O QUE É UMA CONTRA-REVOLUÇÃO?


A derrubada forçada da regra de uma classe pela de uma classe mais reacionária.

17 – AS CLASSES COLOCADAS NO PODER POR REVOLUÇÃO FORAM:


A. NA REVOLUÇÃO INGLESA DO SÉCULO XVII? A classe capitalista inglesa.
B. NA REVOLUÇÃO FRANCESA DO SÉCULO XVIII? A classe capitalista
francesa.
C. NA REVOLUÇÃO RUSSA DE MARÇO DE 1917? A classe capitalista russa.
D. NA REVOLUÇÃO RUSSA DE NOVEMBRO DE 1917? A classe trabalhadora
russa.

Capítulo 2: COMO FUNCIONA O CAPITALISMO?


(PARTE UM)

1 – O QUE É MERCADORIA?
Algo produzido para a troca, não para o consumo pessoal do produtor. Um camponês
que cultiva vegetais para sua família não está engajado na produção de mercadorias,
mas na produção para uso. Mas se ele os cultivar para trocá-los com o proprietário da
pousada local por cerveja, ele está engajado na produção para troca de mercadorias.

2 – O QUE É A PRODUÇÃO DE MERCADORIA SIMPLES?


A produção de mercadorias por produtores que possuem seus próprios meios de
produção, como os praticados por artesãos sob o sistema feudal.

3 – O QUE É A PRODUÇÃO DE MERCADORIA CAPITALISTA?


A produção de mercadorias pelos produtores da classe trabalhadora em uma
sociedade capitalista, isto é, por produtores que não possuem seus meios de
produção e assim são levados, para viver, a procurar emprego com capitalistas que
possuem meios de produção.

4 – O QUE É UM MERCADO?
Uma área onde aqueles que desejam dispor de uma mercadoria e aqueles que
desejam adquiri-la estão em contato. Assim, podemos falar de um mercado pecuário
local ou de um mercado mundial de petróleo. Um mercado em que há um número de
indivíduos ou empresas separadas competindo para se desfazer de uma mercadoria e
um número de indivíduos ou empresas competindo para adquiri-la, é chamado de
mercado competitivo.

5 – O QUE É A TAXA DE TROCA DE UMA MERCADORIA?


O número de mercadorias de outros tipos para as quais essa mercadoria pode ser
trocada em um determinado mercado em um determinado momento. Se uma vaca
pode ser trocada no mercado de gado de uma cidade em um dia específico por dois
porcos, a taxa de troca de uma vaca é igual a dois porcos, enquanto a taxa de troca de
um porco é metade de uma vaca.
6 – O QUE É O VALOR DE UMA MERCADORIA?
Claramente, não é necessariamente igual à sua taxa de troca em um mercado
específico, pois no último exemplo podemos falar de uma vaca sendo “valiosa mais”
ou “valendo menos” do que seu valor de troca real. Na base da taxa de troca entre
duas mercadorias está a quantidade relativa de trabalho necessária para produzi-las.
De fato, o valor de uma mercadoria é o tempo de trabalho necessário para produzi-la.
Então, se são necessárias 4.000 vezes mais horas para produzir um carro do que
produzir um tubo de briar, o valor de um carro é 4.000 vezes maior que o do tubo.

7 – O QUE DETERMINA A TAXA DE TROCA DE UMA MERCADORIA EM UM


MERCADO COMPETITIVO?
Oferta e demanda, o que faz com que a taxa de troca flutue acima ou abaixo de seu
valor. Se, por exemplo, houver escassez de açúcar em um determinado mercado,
aqueles que desejarem obtê-lo tenderão a oferecer mais do que seu valor para
obtê-lo. Por outro lado, se houver um excesso de açúcar em um determinado
mercado, aqueles que desejarem se desfazer dele tenderão a oferecê-lo a um valor
inferior ao seu real para não o deixar em suas mãos. No entanto, se a taxa de troca de
uma mercadoria estiver acima de seu valor como resultado da escassez, a produção
de açúcar produzirá retornos excepcionalmente altos. Consequentemente, mais
pessoas irão produzi-lo, e a produção de açúcar aumentará até sua taxa de troca
descer para o seu valor. O processo inverso ocorre se a taxa de troca de açúcar estiver
abaixo de seu valor como resultado de suprimento excedendo a “demanda”; a
produção de açúcar produz então retornos excepcionalmente baixos, de modo que a
produção de açúcar diminuirá até que sua taxa de troca aumente para seu valor.
Assim, em cada mercado competitivo há uma tendência de que a taxa de troca de
cada mercadoria corresponda, no longo prazo, ao seu valor.

8 – O QUE É A TROCA?
A troca direta de uma mercadoria por outra, por exemplo, dar trigo por tijolos.

9 – O QUE É DINHEIRO?
Uma mercadoria (ou símbolo de uma mercadoria, como uma nota de banco, que é o
símbolo de uma certa quantidade de ouro) que geralmente é aceitável dentro de uma
comunidade em particular como meio de troca. A introdução de um sistema
monetário remove muitas das dificuldades inerentes a um sistema de troca. Sob este
último, se um tecelão deseja obter um par de sapatos, ele deve procurar por um
sapateiro que queira um tecido. Mas quando o dinheiro está em uso social, ele pode
vender seu pano para qualquer pessoa por dinheiro e usá-lo para comprar sapatos de
qualquer sapateiro.
10 – O QUE É PREÇO?
A taxa de troca de uma mercadoria expressa em termos de dinheiro.

11 – POR QUE METAIS PRECIOSOS COMO O OURO E A PRATA VEM EM USO


COMO DINHEIRO?
Pela conveniência do uso e do transporte. Sendo raro, sua produção envolve uma
quantidade muito grande de tempo de trabalho, de modo que uma pequena
quantidade deles incorpora um valor muito grande.

12 – O QUE É FORÇA DE TRABALHO?


A capacidade de um trabalhador para trabalhar por um determinado período de
tempo. O trabalhador, não possuindo nenhum meio de produção próprio, é obrigado
a viver para tentar vender sua força de trabalho a um capitalista. Assim, em uma
sociedade capitalista, a força de trabalho é uma mercadoria.

13 – O QUE DETERMINA O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO?


Como no caso de outras mercadorias, a quantidade de tempo de trabalho
socialmente necessário envolvido em sua produção, ou seja, o valor das mercadorias
necessárias para produzi-lo, mantê-lo e reproduzi-lo. O valor da força de trabalho
não é, no entanto, o da simples subsistência do trabalhador e seus dependentes (que
formam a próxima geração de trabalhadores), mas depende de fatores adicionais
como a subsistência necessária para formar um trabalhador qualificado, o grau de ‘
civilização ‘do país em questão, e assim por diante.

14 – O QUE É SALÁRIO?
O preço da força de trabalho. Em um mercado competitivo, o preço da força de
trabalho, como o de outras mercadorias, pode flutuar acima ou abaixo de seu valor
de acordo com a oferta e a demanda, mas no longo prazo seu preço tende a
corresponder ao seu valor.

15 – O QUE É VALOR EXCEDENTE?


O novo valor criado no decorrer da produção pelo trabalho de um trabalhador para
além do valor da sua força de trabalho. Se um trabalhador que receba 100 libras por
semana em salários criasse apenas 100 libras por semana em valor, seu empregador
não obteria nenhum benefício de empregá-lo e deixaria de fazê-lo. Um empregador
empregará um trabalhador somente se ele produzir em uma semana uma quantia de
novo valor que exceda o que é pago a ele em salários. A diferença é a mais-valia –
valor que é criado pelo trabalhador, mas apropriado pelo seu empregador. Se um
trabalhador cria £ 200 de novo valor em uma semana, mas recebe £ 100 em salários,
seu empregador obteve £ 100 em mais-valia daquele trabalhador. Então, se ele
emprega 1.000 desses trabalhadores, ele obtém um total de £ 100.000 de mais-valia
em uma semana. Este é o mecanismo pelo qual a classe capitalista explora a classe
trabalhadora. Claramente, a exploração sob o capitalismo tem um caráter mais
oculto do que sob a escravidão ou o feudalismo.
16 – O QUE É CAPITAL?
Tudo o que é possuído ou contratado por capitalistas numa sociedade capitalista –
terra, edifícios, maquinaria, matérias-primas, força de trabalho – permitindo-lhes
adquirir mais-valia, isto é, capacitando-os a explorar trabalhadores. O dinheiro gasto
pelos capitalistas para esse fim – um processo conhecido como investimento –
também é chamado de capital.

17 – O QUE É CAPITAL CONSTANTE?


Todo capital, exceto aquele usado para a compra de força de trabalho. Terrenos,
edifícios, maquinário e matérias-primas não criam novos valores, mas são
meramente os instrumentos com os quais a força de trabalho humana cria novo
valor. Como o capital despendido nesses itens não muda de valor no curso da
produção capitalista, ele é chamado de capital constante.

18 – O QUE É CAPITAL VARIÁVEL?


Capital despendido na compra de força de trabalho. Como o novo valor criado no
curso da produção capitalista é criado inteiramente pela força de trabalho do
trabalhador, o capital despendido nesse item pode ser considerado como tendo
mudado – aumentado – em valor no decorrer da produção capitalista. É, portanto,
chamado de capital variável.

19 – O QUE É ALUGUEL, JURO E LUCRO?


As porções de mais-valia que são apropriadas por diferentes seções da classe
exploradora (ou por diferentes classes exploradoras) em uma sociedade capitalista. O
aluguel pode ser pago pelo empregador (o empreendedor) a um locador pelo aluguel
de terras e / ou edifícios onde sua empresa é executada. Os juros podem ser pagos
pelo empreendedor a um financiador ou banco para a contratação de capital
monetário que ele exige para continuar sua empresa. O lucro é aquela parte do valor
excedente que o empreendedor retém para si mesmo depois de pagar qualquer
aluguel ou interesse. Aluguel, juros e lucros, sendo partes da mais-valia produzida no
curso da produção capitalista, todos têm sua fonte na exploração dos trabalhadores.
Um empreendedor que possui sua própria terra, edifícios e capital financeiro retém,
é claro, todas as três parcelas da mais-valia para si mesmo.

20 – O QUE É A FONTE DO LUCRO COMERCIAL?


O valor é criado apenas pelo trabalho produtivo, e a mais-valia é criada apenas pelo
trabalho empregado na produção capitalista. Nenhum valor é criado no processo de
distribuição. A fonte do lucro comercial (bem como a fonte dos salários dos
trabalhadores empregados com distribuição) está na mais-valia criada pelos
trabalhadores da produção empregados. O capitalista envolvido na produção vende
suas mercadorias prontas para um capitalista envolvido na distribuição com
desconto, abaixo de seu valor. O capitalista envolvido na distribuição realiza seu
lucro comercial revendendo-os pelo seu valor. Em outras palavras, os capitalistas
engajados na produção passam para os capitalistas engajados na distribuição uma
parte da mais-valia criada por seus trabalhadores de produção empregados no curso
da produção capitalista.

21 – O QUE MOTIVA A PRODUÇÃO SOB O CAPITALISMO?


Lucro. Cada empresa capitalista se esforça para obter o máximo possível de lucro.
CRÍTICA DA SEGUINTE ANÁLISE: “DEVIDO À OPERAÇÃO DO PRINCÍPIO DE
OFERTA E DEMANDA NA SOCIEDADE CAPITALISTA COMO DESCRITO ACIMA
NO PARÁGRAFO 7, O MOTIVO DO LUCRO AUTOMATICAMENTE CONECTA A
PRODUÇÃO À DEMANDA.”
A “demanda” que é satisfeita como resultado da operação do lucro não é a
necessidade das massas do povo. É o que é chamado de “demanda efetiva”, isto é,
“demanda” medida em termos do dinheiro que os consumidores estão dispostos e
aptos a gastar na satisfação de suas necessidades. Se toda a população de um país
capitalista se manifestasse nas ruas por pão, não haveria “demanda efetiva” por pão,
a menos que tivessem o dinheiro necessário para oferecer nas padarias. Assim, o
lucro motiva a produção de acordo com as necessidades dessas pessoas com dinheiro
suficiente para expressar suas necessidades na demanda efetiva. É por isso que,
embora tenha havido uma escassez de moradias para os trabalhadores na
Grã-Bretanha capitalista, as empresas de construção capitalistas não usam os
recursos da indústria da construção para construir casas e apartamentos para
trabalhadores, mas usá-las para construir coisas como edifícios de escritórios (que
podem ficar vazios por anos). Eles o fazem porque o último curso é mais lucrativo,
embora a necessidade social seja incomparavelmente menor. Somente quando a
motivação para o lucro é abolida e a produção é conscientemente planejada, ela pode
ser ajustada às necessidades reais das pessoas.

Capítulo 3: COMO FUNCIONA O CAPITALISMO?


(PARTE DOIS)

1 – O QUE É ACUMULAÇÃO DE CAPITAL?


A transformação da mais-valia em novo capital, de modo a aumentar a quantidade de
capital nas mãos de um indivíduo ou empresa. Mesmo que a taxa de exploração
permaneça inalterada, a acumulação de capital permite aumentar o número de
trabalhadores explorados empregados por um indivíduo ou empresa em particular,
aumentando assim a mais-valia total obtida pelo indivíduo ou empresa em questão.

2 – OS NOVOS MEIOS DE PRODUÇÃO OBTIDOS EM RESULTADO DA


ACUMULAÇÃO DE CAPITAL TENDEM A SER MAIS MECANIZADOS DO QUE OS
ANTIGOS. QUE VANTAGEM ISSO DÁ À EMPRESA?
O aumento da produtividade resultante do aumento da mecanização reduz o custo de
produção de cada mercadoria, permitindo que a empresa em questão (contanto que
desfrute de uma vantagem técnica sobre seus concorrentes) faça uma taxa de lucro
acima da média.2

3 – O QUE É CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL?


A ampliação de capitais individuais em unidades maiores e maiores. A concentração
de capital decorre do processo de acumulação de capital.

4 – DEIXANDO DE LADO A ACUMULAÇÃO E A MECANIZAÇÃO DO CAPITAL,


COMO MAIS PODE UMA SOCIEDADE CAPITALISTA AUMENTAR OS SEUS
LUCROS?
Somente aumentando a quantidade de mais-valia que obtém de cada um de seus
trabalhadores, por exemplo: 1) cortando os salários (permitir que os preços
aumentem enquanto os salários são congelados representa um corte nos salários
reais); 2) aumentando as horas de trabalho, evitando um aumento correspondente
nos salários reais; 3) aumentando a intensidade do trabalho por métodos tais como
sistemas salariais por peça (onde os salários são orientados para a produção),
‘aceleração’ do sistema de correias transportadoras, estudo de tempo e movimento
(projetado para eliminar quaisquer ações que não contribuem para a produção), etc.

5 – O QUE É A BASE DO CONFLITO DE INTERESSES ENTRE TRABALHO E


CAPITAL QUE OS MARXISTAS-LENINISTAS CHAMAM DE “LUTA DE CLASSES”?
A divisão do valor produzido pelos trabalhadores entre as duas classes – a classe
trabalhadora e a classe capitalista. Deixando de um lado a acumulação e a
mecanização do capital, os lucros mais elevados só podem ser obtidos à custa das
condições de vida e de trabalho da classe trabalhadora, enquanto melhores condições
de vida e de trabalho dos trabalhadores só podem ser obtidas à custa do lucro. Existe,
portanto, um conflito fundamental de interesses entre a classe trabalhadora e a
classe capitalista. Às vezes, ardendo abaixo da superfície, às vezes explodindo nas
chamas abertas da greve ou do bloqueio, a luta de classes é inerente à sociedade
capitalista. Nenhuma medida repressiva pode fazer mais do que segurá-la por um
tempo. Ela desaparecerá somente quando os capitalistas e o capitalismo não
existirem mais.

6 – QUAL A CAUSA BÁSICA DA CRISE?


Em primeiro lugar, o caráter anárquico e não planejado da produção sob o
capitalismo, onde cada empresa “planeja” sua produção na esperança de maximizar
seus lucros, combinada, em segundo lugar, com o fato de que a classe trabalhadora
(que constitui em um país capitalista desenvolvido a maioria da população) recebe
salários consideravelmente menores do que lhes permitiria comprar todos os bens e
serviços que produz e, em terceiro lugar, a tendência da taxa de lucro estar alinhada
com o crescimento da composição orgânica do capital. Periodicamente, portanto, um

2
Nós chamamos a relação de capital constante (planta, etc.) para capital variável
(salários), a composição orgânica do capital. Assim, a composição orgânica do capital
tende constantemente a aumentar.
excesso de mercadorias não vendidas se acumula nos armazéns e as encomendas aos
produtores são drasticamente cortadas. Como resultado, os capitalistas reduzem sua
produção, colocando trabalhadores em curto espaço de tempo ou demitindo-os. Em
consequência, o poder de compra da classe trabalhadora é reduzido ainda mais, as
ordens são cortadas ainda mais, e todo o sistema afunda em uma espiral viciosa de
crise ou depressão, com desemprego em massa e falências generalizadas. Quando a
produção cai para um nível baixo (muitas vezes com massas de produtos excedentes
sendo destruídos), os armazéns são compelidos a encomendar pelo menos uma
quantidade mínima dos bens requeridos pela população. Como resultado, os
capitalistas levam alguns trabalhadores de volta ao mercado de trabalho e, em
consequência do aumento do poder de compra dos trabalhadores, mais pedidos
fluem para as empresas produtoras. O sistema se recupera, seguido por um boom –
no auge do qual uma nova crise de relativa produção excessiva é precipitada.

7 – COMO FORMA-SE O MONOPÓLIO?


Com uma firma, ou associação de firmas, que possui poder de monopólio, ou seja,
que controla grande parte da produção de uma mercadoria dentro de um mercado,
assim não se pode mais dizer que existe um mercado competitivo.

8 – QUAL A VANTAGEM DO PODER DE MONOPÓLIO PARA OS CAPITALISTAS


QUE O POSSUEM?
Um monopólio pode precificar suas mercadorias mais do que seria possível sob
condições de concorrência, ou seja, pode vender suas mercadorias acima de seu
valor. Pode ajudar ainda mais este processo, restringindo a saída. Assim, um
monopólio pode gerar uma taxa de lucro maior do que seria possível sob condições
de concorrência.

9 – Um monopólio pode ser: 1) A TRUSTE; 2) UM COMBINADO OU 3) UM


CARTEL. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DE CADA UM?
Uma truste é uma única empresa gigante com poder de monopólio, como a Imperial
Chemical Industries. Uma combinação é um grupo de empresas sob controle único
que possuem poder de monopólio, como a Unilever. Um cartel ou anel é uma
associação de empresas separadas que concordaram em restringir a concorrência
entre si para colher as vantagens do poder de monopólio, um cartel pode, por
exemplo, fixar cotas de produção e a cota do mercado para as empresas participantes
e / ou preços combinados para uma mercadoria. Um exemplo de cartel internacional
é a Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

10 – O MONOPÓLIO ELIMINA A COMPETIÇÃO?


Não. Ele reduz a competição na área coberta pelo monopólio, ao mesmo tempo que a
acentua em outros campos – por exemplo, entre capitalistas monopolistas e
capitalistas não-monopolistas e entre grupos rivais de monopolistas no mesmo ou
em diferentes países.
11 – O QUE É O CAPITAL DE FINANÇA?
À medida que o capitalismo se desenvolve, a concentração e a centralização do
capital prosseguem no setor bancário como na indústria e ocorre uma fusão de
capital bancário e industrial, de modo que um pequeno grupo de capitalistas
monopolistas – uma oligarquia financeira – controla os grandes bancos e instituições
financeiras, bem como as grandes empresas industriais. Este banco e capital
industrial fundidos é chamado de capital financeiro.

12 – VENDO QUE A CLASSE CAPITALISTA DE TODOS OS PAÍSES ENFRENTA


UM PROBLEMA DE MERCADO, COMO ELES TENTAM RESOLVER ESSE
PROBLEMA?
Em teoria, eles poderiam elevar o salário dos trabalhadores para igualar o valor das
mercadorias que eles produzem, mas como isso reduziria seus lucros a zero, os
capitalistas rejeitam essa solução. Consequentemente, eles se esforçam para resolver
seu perene problema de mercado, exportando mercadorias. Uma vez que todos os
países capitalistas desenvolvidos têm um problema de mercado, cada um tende a
direcionar sua unidade de exportação principalmente para países menos
desenvolvidos.

13 – POR QUE A EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS TENDE A LEVAR À


EXPORTAÇÃO DE CAPITAL E AO COLONIALISMO?
Como um país subdesenvolvido é economicamente atrasado, sua população como
um todo tende a ser pobre. Além disso, sua economia tende a ser autárquica (isto é,
relativamente autossuficiente). Consequentemente, um país subdesenvolvido fornece
um mercado pobre para as mercadorias excedentes de um país capitalista
desenvolvido, a menos que sua economia seja radicalmente transformada. Esta é
uma razão pela qual as empresas capitalistas nos países capitalistas desenvolvidos
“exportam capital” para países subdesenvolvidos, isto é, investem na aquisição de
grandes extensões de terra para conversão em plantações ou minas. Eles inundam o
país subdesenvolvido com produtos manufaturados baratos que arruínam muitos
dos artesãos nativos (que ainda usam métodos artesanais que não podem competir
com a produção de máquinas). E se eles podem controlar a administração do país
subdesenvolvido – um processo conhecido como colonialismo – eles podem forçar
uma grande parte do campesinato da terra que eles tradicionalmente mantinham
(por exemplo, impondo taxas monetárias que só podem ser pagas com salários).
Esses arruinados artesãos e camponeses sem terra são obrigados a procurar emprego
em salários de fome em plantações de propriedade estrangeira ou minas produzindo
matérias-primas e alimentos baratos para os países capitalistas desenvolvidos (com
uma taxa muito alta de lucro para as empresas envolvidas – fornecendo uma
segunda importante razão para a exportação de capital.

14 – O QUE SÃO SUPER-LUCROS?


Mais-valia que uma classe capitalista obtém pela exploração de trabalhadores fora de
seu próprio país, particularmente em países do tipo colonial subdesenvolvidos, onde
o grau de civilização (Portanto o valor e preço da força de trabalho) é menor do que
no país capitalista desenvolvido. que a taxa de lucro é (geralmente muito
consideravelmente) maior.

15 – O QUE É UMA COLÔNIA?


Um país do tipo colonial que é administrado diretamente por um país capitalista
desenvolvido, por exemplo, Gibraltar, Irlanda do Norte.

16 – O QUE É UMA SEMI-COLÔNIA?


Um país que é nominalmente independente, mas na realidade é dominado por uma
potência estrangeira (por exemplo, Arábia Saudita).

17 – ALGUMAS PESSOAS AFIRMAM QUE A CLASSE TRABALHADORA DE UM


PAÍS CAPITALISTA DESENVOLVIDO USUFRUI DA EXPLORAÇÃO DE PAÍSES DO
TIPO COLONIAL. ISSO É VERDADE?
Não. Os superlucros da exploração do povo trabalhador dos países do tipo colonial
vão para os capitalistas dos países capitalistas desenvolvidos em questão. Enquanto
uma pequena parte desses superlucros pode ser usada para subornar uma parcela de
trabalhadores altamente remunerados (principalmente os funcionários do
movimento trabalhista que atuam como agentes do capital), os trabalhadores como
um todo recebem apenas o valor de sua força de trabalho, salários e não participam
nos superlucros. No entanto, a existência da pequena parcela de trabalhadores
subornados pelos superlucros imperialistas (a chamada “aristocracia trabalhista”)
cria uma divisão objetiva na classe trabalhadora que complica o desenvolvimento do
movimento socialista. No entanto, na maior parte do tempo, o fato de que o padrão
de vida dos trabalhadores britânicos ter aumentado nos últimos cem anos não é
porque eles recebem em salários mais do que o valor de sua força de trabalho, mas
porque o valor de sua força de trabalho aumentou. Uma parte considerável dos
superlucros dos países do tipo colonial tem sido usada para acumular capital e
mecanizar a produção em casa, de modo que a produtividade tenha aumentado e
com ela o “grau de civilização” que contribui para a determinação do valor da força
de trabalho. Em outras palavras, a produção total aumentou consideravelmente ao
longo do último século e a classe trabalhadora recebeu uma pequena parcela disso,
sob a forma de aumento dos salários reais. No entanto, a parcela da produção total
recebida em salários pela classe trabalhadora caiu, de modo que a exploração da
classe trabalhadora britânica aumentou durante esse período.

18 – A TRANSFORMAÇÃO ECONÔMICA DE UM PAÍS DO TIPO COLONIAL


LIMITA O TEMPO DE UTILIDADE DO PAÍS EM RELAÇÃO AO PAÍS
CAPITALISTA DESENVOLVIDO RELACIONADO?
Os capitalistas do país dominante precisam de uma parcela de pessoas nativas
bem-educadas para servi-los como funcionários públicos, trabalhadores de
escritório, etc., e essas pessoas ficam frustradas pelo fato de que as posições mais
altas são reservadas para representantes do poder dominante estrangeiro. Além
disso, embora os capitalistas estrangeiros tentem limitar o desenvolvimento
capitalista no país do tipo colonial, eles precisam de ferrovias, portos, etc., a fim de
trazer matérias-primas e alimentos do país. Isso ajuda a trazer o desenvolvimento de
uma classe capitalista nacional ou burguesia nacional que, embora frustrada em
muitos aspectos pela potência estrangeira dominante (frustrações que ajudam a
desenvolver a consciência política da burguesia nacional), desenvolve um grau de
indústria capitalista nativa que compete com as indústrias de exportação do país
capitalista desenvolvido. Também cria uma classe trabalhadora industrial, pequena
em tamanho, mas relativamente concentrada; isso naturalmente dá origem a um
movimento operário que começa a lutar por salários mais altos e melhores condições
de trabalho. Com o tempo, todos esses fatores levaram ao surgimento de um
movimento de libertação nacional, liderado inicialmente pela burguesia nacional,
cujo objetivo era libertar o país do tipo colonial da dominação e exploração dos
capitalistas estrangeiros.

19 – COMO OS CAPITALISTAS DO PODER ESTRANGEIRO DOMINANTE


RESPONDERAM AO SURGIMENTO DE UM MOVIMENTO NACIONAL DE
LIBERTAÇÃO?
Primeiro de tudo, tentando suprimi-lo pela força. Em segundo lugar, quando o
movimento de libertação nacional alcançou uma certa força, procurando
neutralizá-lo transferindo nominalmente o poder político a um grupo de
latifundiários e capitalistas compradores que dependiam do poder estrangeiro pela
sua capacidade de explorar o povo trabalhador.

20 – O QUE É O IMPERIALISMO?
O imperialismo é outro nome para o capitalismo monopolista ou para o capitalismo
financeiro. Uma sociedade capitalista desenvolveu-se para o estágio do imperialismo
quando: 1) a concentração e centralização do capital prosseguiu até o ponto em que
criou monopólios que desempenham um papel decisivo na vida econômica; 2) a
fusão do capital bancário e industrial se desenvolveu até o ponto em que criou, com
base no capital financeiro, uma oligarquia financeira; 3) a exportação de capital,
diferente da exportação de mercadorias, tornou-se extremamente importante. Em
escala mundial, devemos notar a criação de monopólios internacionais e o fato de
que, em 1914, todos os países subdesenvolvidos do mundo haviam sido trazidos para
a esfera de influência de uma ou outra potência imperialista, de modo que a
expansão imperialista só poderia ser à custa de algum outro poder imperialista.
Capítulo 4: O ESTADO E O CAMINHO RUMO AO
SOCIALISMO
1 – O QUE É O ESTADO?
Como vimos inicialmente, é essencialmente o mecanismo de força pelo qual uma
classe social governa o resto do povo.

2 – QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS DO ESTADO CONTEMPORÂNEO


BRITÂNICO?
O monarca, a Câmara dos Lordes, a Câmara dos Comuns, o Judiciário, o serviço
prisional, as forças armadas, a polícia, os serviços de segurança, o serviço civil, a
Igreja da Inglaterra, a BBC, os correios, o Serviço Nacional de Saúde.

3 – QUAIS DESSES REPRESENTAM O PONTO CHAVE DOS ÓRGÃOS DO


ESTADO?
As forças armadas, a polícia e os serviços de segurança. Isso ocorre porque a questão
chave na política é sempre o poder físico, e são esses três órgãos que possuem poder
físico no estado.

4 – A DECLARAÇÃO “A DEMOCRACIA PARLAMENTAR É UMA FACHADA QUE


CONCEBE A DITADURA DA CLASSE CAPITALISTA” SIGNIFICA:
O direito constitucional britânico estabelece que o poder supremo é detido, não pela
Câmara dos Comuns (o órgão principalmente associado ao termo “democracia
parlamentar”), mas sim pela “Rainha no Parlamento”, que é definida como a Rainha
juntamente com a Câmara dos Representantes, Lordes e a Câmara dos Comuns. Isto
significa que o poder legislativo da Câmara dos Comuns (atualmente o único órgão
eleito do Parlamento) está sujeito à aprovação na maioria dos casos da Câmara dos
Lordes e, em todos os casos, pela Rainha. Além disso, a legislação está sujeita a
“interpretação” pelo judiciário e só pode ser efetivada com a cooperação dos chefes
do serviço civil. No entanto, a monarquia, a Câmara dos Lordes, o Judiciário e os
chefes do serviço público não estão sujeitos a eleições democráticas. Esses cargos são
reservados para representantes da classe capitalista ou da aristocracia (que agora se
fundiu com a classe capitalista). Além disso, os chefes das forças armadas e forças de
segurança – órgãos-chave do Estado – também são retirados da classe alta e,
constitucionalmente, não devem lealdade ao “povo” ou à Câmara dos Comuns, mas à
Rainha. Eles estão, portanto, disponíveis para serem usados em nome da rainha para
“defender a Constituição” em nome da classe capitalista. Assim, a “democracia
parlamentar” é uma fachada falsa que oculta o caráter real do Estado como
mecanismo que incorpora a ditadura da classe capitalista. O Parlamento não é,
portanto, mais do que uma “oficina de conversação”, cuja função é enganar as
massas, fazendo-as acreditar que são “suas servas”.
5 – IMAGINE QUE O SEU PARTIDO (UM PARTIDO DE VERDADEIROS
SOCIALISTAS) VENCEU POR MAIORIA NA CÂMARA DOS COMUNS EM UMA
ELEIÇÃO GERAL. QUE PASSOS TOMARIA PARA INTRODUZIR O SOCIALISMO
CONSTITUCIONALMENTE?
Até mesmo a apresentação dessa situação requer considerável imaginação. Para
desenvolver-se uma opinião eleitoral ao ponto em que uma eleição geral poderia
ocorrer, levaria muito tempo e não passaria despercebido pela classe capitalista.
Como esta classe obviamente usará todas as armas em seu poder para preservar sua
riqueza, poder e direitos de exploração, – em nome de preservar ‘liberdade’ e ‘valores
morais’ – obviamente tomará providências antes da eleição, como alteração das leis e
limites eleitorais, proibição definitiva do seu partido como “subversivo” etc. Tudo
para tentar evitar um resultado eleitoral tão embaraçoso.
Suponhamos, no entanto, que, como resultado de algum milagre de estupidez, a
classe capitalista não tome tal ação preventiva. Seu grupo deve então esperar que a
Rainha convide o líder do seu grupo para formar um governo. Já é costume o
monarca convidar o líder do partido com o maior número de cadeiras na Câmara dos
Comuns para se tornar primeiro-ministro, mas não há nenhuma obrigação
constitucional de fazê-lo. Vamos supor, no entanto, que ela dê esse passo e que o
líder do seu partido selecione seu gabinete provisório. Antes que estes possam tomar
posse como Ministros, eles são obrigados por lei constitucional a fazer um juramento
de fidelidade à Rainha. Como o programa eleitoral de seu partido deve ter incluído
promessas de abolir a monarquia antidemocrática, a prisão desses ministros sob
acusação de perjúrio será perfeitamente legítima. E quando os seus deputados forem
suficientes, legalmente presos, o seu partido deixará de ter maioria na Câmara.
Vamos, portanto, assumir outro milagre – que a classe capitalista é burra demais
para tomar medidas constitucionais para impedir que seu partido tome posse e que
introduza legislação para socializar os principais meios de produção. Essa legislação
só pode ser adotada com a aprovação da Câmara dos Lordes e da Rainha (esta última
pode sustentar a legislação indefinidamente), de modo que novos milagres devem ser
imaginados para que seu programa socialista seja colocado na legislação. Os
capitalistas podem então apelar para os tribunais para determinar que tal legislação é
ilegal, e um milagre adicional é necessário para fazer com que os juízes da classe alta
governem em favor do governo socialista. Além disso, a efetivação dessa legislação
socialista requer a cooperação dos chefes do serviço civil, que também são
provenientes da classe alta, de modo que sua cooperação exigiria um novo milagre. É
preciso também assumir mais um milagre. Constitucionalmente, as forças armadas –
cujas cabeças também são retiradas da classe alta – podem, em caso de ’emergência’,
a pedido do monarca, estabelecer lei marcial e governar ditatorialmente. Os golpes
militares reacionários não se limitam a países distantes, como mostra o infame
Motim Curragh de 1914, que levou à divisão da Irlanda. Outro milagre, portanto,
deve ser imaginado para tornar o monarca e as forças armadas, inativas a esse
respeito. Tal série de milagres não ocorre na vida real, e é claro que o conceito de
transição constitucional para o socialismo é absurdo.
6 – O QUE É UM PARTIDO POLÍTICO?
Uma organização que atende aos interesses políticos de uma classe social (ou de uma
seção de tal classe).

7 – O SISTEMA PARLAMENTAR BRITÂNICO É DESCRITO COMO


ESSENCIALMENTE “BIPARTIDÁRIO”. O QUE ISSO QUER DIZER?
O sistema é projetado para dar ao eleitorado em uma eleição uma escolha entre dois
grandes partidos. Ambos os partidos parlamentares (isto é, os deputados coletivos de
cada partido) declaram que não estão vinculados por decisões de sua conferência
partidária, e ambos apoiam a manutenção de uma sociedade capitalista. Assim, após
uma eleição, um desses partidos forma o governo de Sua Majestade, enquanto o
outro forma a oposição a Sua Majestade. Quando, após um período, a maioria dos
eleitores fica insatisfeita com o governo, isso pode ser substituído por uma eleição
com vitória do outro Partido, sem qualquer perturbação no sistema capitalista. O
sistema bipartidário coloca deliberadamente grandes obstáculos no caminho dos
partidos menores: grandes depósitos são perdidos quando um candidato não
consegue obter uma certa proporção dos votos; não há representação proporcional,
de modo que um partido pode obter 49% dos votos nacionais sem garantir a eleição
de um único parlamentar; A propaganda televisiva é restrita aos partidos que elegem
um certo número de candidatos: os eleitores que estão insatisfeitos com ambos os
partidos frequentemente votam no que eles consideram “o menor mal”, alegando que
é impossível a vitória para um partido menor que eles de fato apoiam. Tentam evitar
um voto que para eles fosse “desperdício” e pudesse até mesmo ajudar “o maior mal”
a vencer a eleição por “dividir a votação”.
« NDT: É o que se chama no Brasil de voto útil. »
A “democracia parlamentar” britânica está claramente articulada, como expressou
Marx, para dar ao eleitorado apenas uma escolha sobre qual grupo de políticos
capitalistas os representará erroneamente pelos próximos cinco anos.

8 – A DECLARAÇÃO: “O ESTADO BRITÂNICO É UM ESTADO DE BEM-ESTAR”


SIGNIFICA:
Deve ser lembrado primeiro que os serviços sociais tiveram sua origem não em
“preocupação humanitária” por parte dos capitalistas pelo povo trabalhador, mas na
disseminação de epidemias das favelas para os bairros residenciais de classe alta e na
descoberta na época da guerra dos bôeres que 50% dos recrutas da classe
trabalhadora para o exército eram medicamente impróprios para o serviço militar. A
experiência, portanto, forçou os capitalistas a perceber há muito tempo que o Estado,
como maquinário de seu governo, tinha que agir no campo do bem-estar social que
asseguraria que os trabalhadores tivessem o mínimo de saúde necessário para
produzir mais-valia e lutar em suas guerras.
Aceito esse princípio, o objetivo da classe capitalista tem sido manter o nível dos
serviços sociais no mínimo necessário para cumprir esse propósito – em particular,
ver que os benefícios são significativamente menores do que a média dos salários e
que a própria classe trabalhadora paga pelos serviços sociais que recebe (por meio de
impostos, contribuições de seguro, etc.) fora os salários. Naturalmente, esses pontos
foram influenciados pela luta de classes da classe trabalhadora, mas as estatísticas
mostram que a família média da classe trabalhadora paga consideravelmente mais
em impostos, contribuições, etc., do que recebe em termos de todos os serviços
sociais combinados.

9 – O QUE É NACIONALIZAÇÃO?
A aquisição pelo Estado de uma empresa anteriormente sob propriedade privada.

10 – A NACIONALIZAÇÃO É UMA MEDIDA SOCIALISTA NA SOCIEDADE


CAPITALISTA?
Uma vez que o estado em uma sociedade capitalista é o mecanismo de governo da
classe capitalista, a nacionalização em uma sociedade capitalista não é de forma
alguma uma medida socialista. Ela representa apenas a transferência de uma
empresa da propriedade de um único capitalista para a propriedade pela classe
capitalista como um todo. Os governos mais reacionários realizaram medidas de
nacionalização, afetando principalmente os campos de comunicações e combustíveis,
que servem à classe capitalista como um todo (por exemplo, os correios, ferrovias,
companhias aéreas, gás, carvão, eletricidade, etc.). O motivo para a nacionalização é
fornecer um serviço barato e eficiente nesses campos para o benefício da classe
capitalista como um todo, e a nacionalização é geralmente realizada onde a empresa
privada está usando o poder de monopólio para cobrar taxas excessivas a outras
empresas capitalistas ou a empresa parece não ser mais capaz de fornecer um serviço
razoavelmente eficiente em algum campo essencial para a classe capitalista como um
todo. Quando uma empresa é nacionalizada pelo Estado capitalista, os antigos
proprietários costumam ser generosamente recompensados com títulos públicos que
geram juros, o que lhes permite continuar a explorar a classe trabalhadora com seus
lucros garantidos pelo Estado. As diretorias que administram essas indústrias
nacionalizadas são dominadas por membros da classe capitalista (na maioria das
vezes por seus antigos proprietários, que recebem títulos honorários de diretores
além dos juros). Assim, como os trabalhadores das indústrias nacionalizadas sabem
por experiência própria, a luta de classes continua dentro deles, mas agora é
necessário que os trabalhadores envolvidos não lutem contra uma única
administração privada, mas contra o Estado capitalista.

11 – O QUE É O CAPITALISMO MONOPOLISTA ESTATAL?


Com o desenvolvimento do capitalismo monopolista, do imperialismo, o Estado
passa a ser cada vez menos o mecanismo de governo da classe capitalista como um
todo e tornar-se cada vez mais subordinado à camarilha dominante dos capitalistas
monopolistas, para se tornar a máquina estatal do capitalismo, da oligarquia
financeira. O estágio imperialista de desenvolvimento do capitalismo também vê
uma grande expansão do aparato estatal, tanto no campo do poder físico quanto no
da regulação da vida econômica, política e cultural. Essa expansão não é “socialista”
em caráter. Ela é realizada no interesse do capital monopolista, e os
marxistas-leninistas chamam esse desenvolvimento pelo nome de capitalismo
monopolista estatal.

12 – O QUE É UM ESTADO CORPORATIVO?


Um conceito do estado originalmente apresentado por políticos católicos de direita.
Seu objetivo oficial é “abolir a luta de classes” (na verdade, é claro, reprimi-la),
abolindo a livre negociação coletiva entre sindicatos e organizações de empregadores.
Em um estado corporativo, “negociações” sobre salários, condições de trabalho, etc.,
são realizadas por “corporações”, compostas de representantes dos empregadores e
do Estado, juntamente com “representantes dos trabalhadores”. Os movimentos dos
governos britânicos para restringir a negociação coletiva livre devem ser vistos como
movimentos na direção de um Estado corporativo, enquanto a propaganda em favor
da “representação dos trabalhadores” na indústria ou no controle dos trabalhadores
deve ser vista como uma propaganda pseudo-esquerdista voltada para o
estabelecimento de um estado corporativo.

13 – O QUE É FASCISMO?
A ditadura terrorista aberta de uma classe reacionária (geralmente de capital
monopolista) exercida por meio de um partido político paramilitar. O nome é
derivado dos “fasces” ou feixes de varas, o emblema do Império Romano que foi
tomado pelos fascistas italianos. Um partido fascista é recrutado principalmente a
partir de elementos reacionários entre a pequeno-burguesia e o lumpemproletariado
(pequenos estratos criminosos da classe trabalhadora). É financiado, como a situação
exige, pelo capital e armado (geralmente não oficialmente) por suas forças armadas.
Um partido fascista dirige seu apelo demagogicamente para as camadas mais
atrasadas politicamente dos trabalhadores (chamando-se por nomes como “nacional
socialista”) e da pequena burguesia (alegando ser, por exemplo, “contra o
monopólio”), mas a principal propaganda é baseada no apelo a preconceitos racistas
e nacionalistas. Sua função é tentar esmagar pela força as organizações da classe
trabalhadora e substituir a fachada da “democracia parlamentar” por uma ditadura
aberta que se esforça para exercer controle repressivo sobre todas as esferas da vida
social (totalitarismo). Dentro desta ditadura, a o partido fascista governa
ditatorialmente (muitas vezes há um “líder infalível”) em nome da classe dominante.

14 – SE O SOCIALISMO NÃO PODE SER ESTABELECIDO PELA “DEMOCRACIA


PARLAMENTAR”, COMO PODE SER ESTABELECIDO?
Apenas pela revolução socialista, que exige que a classe trabalhadora construa seu
próprio maquinário de força, forte o suficiente para derrotar e destruir a máquina de
força da classe capitalista.

15 – EXISTEM CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE A CLASSE TRABALHADORA


PODERIA ALCANÇAR A TRANSIÇÃO PARA O SOCIALISMO DE MANEIRA
PACÍFICA?
Só poderia ocorrer em circunstâncias muito específicas – onde a classe capitalista
estaria temporariamente sem uma máquina estatal de força capaz de resistir à
tomada do poder político pela classe trabalhadora (como na Finlândia e na Hungria
no final da Primeira Guerra Mundial). Em teoria, uma transição tão pacífica poderia
ocorrer em um país onde a classe capitalista possui uma máquina de força estatal,
mas se encontra isolada da assistência externa e enfrentando uma força operária de
classe tão poderosa que faz parecer inútil uma resistência violenta. Em tais
circunstâncias, a possibilidade poderia existir de pacificamente “comprar” a classe
capitalista. Essa possibilidade teórica de transição pacífica para o socialismo deixa
claro que quanto mais forte for o mecanismo da força revolucionária construída pela
classe trabalhadora, maior será a possibilidade de uma transição pacífica.

Capítulo 5: O PARTIDO DA CLASSE


TRABALHADORA

1 – O QUE É REFORMISMO?
A tendência do movimento trabalhista que procura limitar os objetivos da classe
trabalhadora a assegurar reformas sociais fragmentadas dentro da estrutura do
capitalismo. Na prática, o reformismo rejeita o conceito de antagonismo de classe
entre a classe trabalhadora e a classe capitalista, e prega que a reforma social pode
ser realizada gradualmente por uma política de colaboração de classe da classe
trabalhadora com a classe capitalista. A grande maioria dos líderes do movimento
operário britânico é reformista há muito tempo. Sua prática de colaboração de classe
levou-os a se tornarem oponentes sem princípios de qualquer ação militante por
parte dos trabalhadores. Considerado em conjunto com o objetivo de promover
reformas sociais apenas dentro da sociedade capitalista, necessariamente os leva a
apoiar políticas que possam ser necessárias para fazer o capitalismo funcionar de
maneira lucrativa. Seu papel resultante como tenente da classe capitalista dentro do
movimento operário é demonstrado diariamente.

2 – O QUE É FABIANISMO?
A base teórica do reformismo na Grã-Bretanha, elaborada por intelectuais da
Sociedade Fabiana, como os sociólogos Sidney e Beatrice Webb e o autor George
Bernard Shaw. O nome é derivado do general romano Fabius Cunctator (“Fábio
Máximo”), que desenvolveu uma teoria militar de guerrilha contra um inimigo mais
poderoso. O fabianismo sustenta que uma sociedade capitalista pode ser
transformada numa sociedade socialista sem oposição violenta da classe capitalista
se a transformação ocorrer em passos suficientemente pequenos. Em consequência,
qualquer reforma social proposta que desperte a oposição violenta da classe
capitalista é “demasiado drástica” para os fabianos e deve ser adiada. Mas como
qualquer reforma social proposta que fizesse uma séria invasão da sociedade
capitalista despertaria a violenta hostilidade da classe capitalista, a consequência
lógica da aceitação do fabianismo é adiar qualquer reforma radical para o futuro
indefinido.

3 – É óbvio que a visão de que a classe trabalhadora pode obter mais por meio de
uma política de colaboração de classes do que pela adoção de uma política de luta de
classes é uma ilusão. Independentemente disso, se a classe trabalhadora não tivesse
nenhum ganho durante o período de dominação do reformismo no movimento
trabalhista britânico, essa alienação teria sido descartada há muito tempo. A BASE
PARA A MANUTENÇÃO DO REFORMISMO FORAM GANHOS REAIS PELA
CLASSE TRABALHADORA. Qual foi a fonte desses ganhos reais?
As primeiras organizações de trabalhadores na Grã-Bretanha (antes de 1815) eram
militantes e socialistas (ilegais). Mas a Grã-Bretanha tornou-se o primeiro país
industrializado do mundo – a “oficina do mundo” – e, como resultado, a classe
capitalista britânica conseguiu, em uma data relativamente antiga, construir “um
império no qual o sol nunca se põe”! Por volta de 1850, começaram a usar uma
pequena porção dos vastos superlucros provenientes das colônias e semicolônias
britânicas para “subornar” um estrato superior de artesãos qualificados,
pagando-lhes um pouco acima do valor de sua força de trabalho. Foi a partir dessa
aristocracia trabalhista que um novo tipo de sindicalismo cresceu, surgiram os
‘Novos Modelos de Sindicatos’ – que rejeitaram a luta de classes e os objetivos
socialistas e limitaram suas atividades à negociação coletiva em questões de
remuneração, jornada de trabalho, etc. Deve-se dizer, no entanto, que a maior parte
desses superlucros foi usada para o acúmulo de capital, dando origem a um grande
aumento na produtividade, no “grau de civilização” existente na Grã-Bretanha, e
assim no valor de força de trabalho. Os ganhos reais obtidos para a classe
trabalhadora na Grã-Bretanha nos últimos cem anos – ganhos que forneceram a base
para a ilusão do reformismo – devem-se principalmente ao aumento do valor da
força de trabalho e ao fato de que o ajuste dos níveis salariais que incorpora esse
aumento foi, em grande parte, realizado por meio de mecanismos reformistas de
negociação. Os ganhos reais da classe trabalhadora na Grã-Bretanha nos últimos cem
anos foram devidos indiretamente à exploração do povo trabalhador dos países do
tipo colonial pela classe capitalista britânica. Contudo, apesar do aumento dos
salários reais da classe trabalhadora britânica durante este período, a taxa de
exploração dos trabalhadores britânicos aumentou significativamente. E se não fosse
pela luta de classes “não oficial” fora do mecanismo de negociação reformista, a taxa
de exploração teria aumentado ainda mais. Deve-se enfatizar que em nenhum
momento a massa da classe trabalhadora britânica recebeu diretamente dos
superlucros do tipo colonial. O “suborno” desse tipo nunca afetou mais do que um
pequeno extrato superior da classe trabalhadora, e hoje, após o declínio do
imperialismo britânico desde a Segunda Guerra Mundial, a “aristocracia operária”
consiste principalmente na burocracia do movimento trabalhista.
4 – Nós vimos que um partido político é uma organização que atende aos interesses
políticos de uma classe social, ou parte de uma classe social. QUE INTERESSES DE
CLASSE SÃO ATENDIDOS PELO PARTIDO CONSERVADOR?
O Partido Conservador é o partido mais ou menos aberto do capital monopolista
britânico, do grande capital britânico. No que diz respeito aos trabalhadores, dirige
seu apelo eleitoral principalmente aos trabalhadores cujo nível de consciência de
classe é tão baixo que eles identificam seus interesses como os mesmos que os das
grandes empresas e da aristocracia.

5 – QUE INTERESSES DE CLASSE SÃO ATENDIDOS PELOS


LIBERAL-DEMOCRATAS?
Os liberal-democratas defendem a manutenção da sociedade capitalista e são hostis
aos sindicatos; eles servem assim objetivamente aos interesses do capital
monopolista. No entanto, por suas críticas ao Partido Conservador e ao monopólio,
eles dirigem seu apelo eleitoral aos trabalhadores que, embora apoiem o capitalismo
e considerem o Partido Trabalhista como “extremista”, sentem-se desconfortáveis
com o monopólio e reconhecem o Partido Conservador como servindo abertamente
os interesses do capital monopolista.

6 – QUAIS INTERESSES DE CLASSE SÃO ATENDIDOS PELO PARTIDO


TRABALHISTA?
Fundado ostensivamente para dar aos trabalhadores uma ‘voz’ no Parlamento, o
Partido Trabalhista nunca foi, de fato, um partido que atendesse aos interesses da
classe trabalhadora, pois para tal, o partido precisa ser um partido socialista
revolucionário, baseado nos princípios do marxismo-leninismo. Antimarxista desde
o seu início, o Partido Trabalhista pregou a teoria reformista de que o Estado é um
aparato neutro que a classe trabalhadora poderia usar para servir seus interesses ao
ganhar uma maioria no Parlamento. Sua ideologia fabiana levou os governos
trabalhistas a operarem de acordo com linhas calculadas para fazer o capitalismo
funcionar de maneira lucrativa durante o período (infinitamente longo) de gradual
reforma social fragmentada. Apesar do fato, portanto, de que seus membros são
provenientes principalmente de trabalhadores e que sindicatos são afiliados a ele, o
Partido Trabalhista atende objetivamente aos interesses do capital monopolista. No
passado, apresentava-se como um partido que servia aos interesses dos
trabalhadores, e direcionava seu apelo eleitoral principalmente para os trabalhadores
com consciência de classe apenas suficiente para reconhecer a existência da luta de
classes e, consequentemente, a necessidade de ter um ‘partido dos trabalhadores’.
Sua imagem como um “partido dos trabalhadores” permitiu-lhe, quando no
escritório, introduzir uma legislação anti-classe trabalhadora com significativamente
menos oposição dos trabalhadores do que se tais medidas tivessem sido adotadas por
um governo conservador. No entanto, na nova situação que se seguiu à liquidação
temporária do movimento comunista internacional, o ‘Novo Trabalhismo’, sob a
liderança de Tony Blair, sentiu-se capaz de repudiar toda a pretensão de ser um
‘partido dos trabalhadores’ e afirma representar os interesses de todo o povo,
especificamente se tratando de negócios. O Partido Trabalhista forma no momento o
principal partido de reserva do capital monopolista, um partido que pode
seguramente ser autorizado a formar um governo nos momentos em que o Partido
Conservador perder apoio eleitoral.

7 – QUAIS INTERESSES DE CLASSE SÃO ATENDIDOS PELO PARTIDO


TRABALHISTA SOCIALISTA?
O Partido Trabalhista Socialista, liderado pelo líder dos mineiros, Arthur Scargill, é
um novo partido que assumiu o manto do “Antigo Trabalho” do “Novo Trabalhismo”.
Embora suas políticas declaradas sejam mais progressivas que as do “Novo
Trabalhismo”, não sendo um partido revolucionário marxista-leninista, não pode
servir aos verdadeiros interesses dos trabalhadores. De fato, isso só pode servir para
desviar os trabalhadores do verdadeiro caminho do socialismo revolucionário.
Objetivamente, portanto, serve aos interesses do capital monopolista, e seus
membros honestos devem, mais cedo ou mais tarde, desiludirem-se dele.

8 – O QUE É REVISIONISMO?
A revisão do marxismo-leninismo, sob o pretexto de “desenvolvê-lo criativamente
para satisfazer as condições alteradas”, de forma que o perverte para servir os
interesses de uma classe capitalista. A publicação em 1951 de ” The British Road to
Socialism” – que pregava que o socialismo poderia ser estabelecido na Grã-Bretanha
através da “democracia parlamentar” – marcou a transição aberta do Partido
Comunista da Grã-Bretanha do Marxismo-Leninismo para o revisionismo. Após a
morte de Stalin em 1953, o revisionismo tornou-se abertamente dominante na
grande maioria dos partidos que haviam formado o movimento comunista
internacional e, sob a liderança dos partidos revisionistas, um sistema
essencialmente capitalista foi restaurado na União Soviética e na maioria dos países
do leste-europeu.

9 – QUAIS INTERESSES DE CLASSE SÃO ATENDIDOS PELO PARTIDO


COMUNISTA DA GRÃ-BRETANHA?
O Partido Comunista da Grã-Bretanha representa um renascimento do Partido
Comunista da Grã-Bretanha3. Leva adiante as políticas revisionistas adotadas por
este partido e apresentadas em “The British Road to Socialism”. Em outras palavras,
tendo abandonado os princípios do Marxismo-Leninismo, ele rejeita a necessidade
da classe trabalhadora de derrubar o Estado capitalista em uma revolução socialista,
e prega a ilusão de um caminho pacífico e parlamentar para o socialismo. Como
procura desviar os trabalhadores da organização para a revolução socialista – o único
caminho para o socialismo – ele atende objetivamente aos interesses do capital
monopolista.

3
. (Após a dissolução do PCGB, o nome foi assumido por um grupo essencialmente
trotskista)
10 – O QUE É TROTSKISMO?
A apresentação organizada de políticas que servem objetivamente aos interesses do
capital monopolista, disfarçada sob um manto de fraseologia pseudo-esquerdista,
pseudo-marxista. Em particular, rejeita o princípio marxista-leninista de que a
revolução socialista se concretiza em diferentes épocas em diferentes países. A figura
paterna do trotskismo, o revisionista russo Leon Trotsky, lutou contra a política de
Lenin de construir um partido dos trabalhadores disciplinado e de construir uma
aliança com o campesinato, lutou contra a política de Lenin e Stalin de construir o
socialismo em um país. Finalmente, nas costas de seus partidários, o trotskismo
colaborou com os serviços de inteligência dos Estados imperialistas com o objetivo
de derrubar o poder político da classe trabalhadora na União Soviética. Com o
triunfo do revisionismo no movimento comunista internacional e a aceitação pelos
revisionistas das calúnias do trotskismo contra o Estado soviético, o trotskismo, na
ausência de partidos marxistas-leninistas genuínos na maioria dos países, obteve
alguns sucessos temporários na influência de intelectuais e estudantes militantes.

11 – É NECESSÁRIO UM PARTIDO MARXISTA-LENINISTA PARA GUIAR A


REVOLUÇÃO SOCIALISTA?
Sim, é essencial. Vimos que o socialismo não pode ser estabelecido sem a construção,
pela classe trabalhadora, de uma máquina de força capaz de tomar o poder político e
de derrotar a máquina da força da classe capitalista. Mas, assim como um exército
não pode travar uma guerra bem-sucedida sem um Estado-Maior para liderar e
coordenar sua atividade militar, o “exército” da classe trabalhadora não pode levar à
vitória uma guerra revolucionária contra as forças do Estado capitalista sem seu
próprio “general” para liderar e coordenar a sua atividade. Essa organização de
vanguarda da classe trabalhadora não pode ser um partido político do velho tipo do
Partido Trabalhista, que é projetado para atividades eleitorais / parlamentares
dentro da estrutura da “democracia parlamentar”. Deve ser “um partido de um novo
tipo”, organizado de modo a permitir-lhe cumprir seu papel de vanguarda
revolucionária da classe trabalhadora. Deve ser um partido guiado pela bússola do
marxismo-leninismo.

12 – O QUE É CENTRALISMO DEMOCRÁTICO E POR QUE OS


MARXISTAS-LENINISTAS DEVEM ORGANIZAR-SE SOB ESSE PRINCÍPIO?
Para levar um exército à vitória, seu Estado Maior deve apresentar uma única linha
de ação às tropas. Se diferentes generais apresentassem diferentes linhas de ação,
seu exército certamente seria derrotado. Um partido marxista-leninista deve,
portanto, basear-se na unidade da vontade, e isso é obtido por meio do princípio
organizacional do centralismo: isto é, as decisões dos órgãos superiores são
vinculativas aos órgãos inferiores e a todos os membros do Partido, enquanto
decisões da maioria são vinculativas para as minorias. Esse centralismo deve, no
entanto, ser democrático, não autocrático. Deve haver liberdade de discussão e
crítica em todos os níveis, o direito de enviar declarações aos órgãos superiores, e
todos os órgãos superiores devem ser democraticamente eleitos, direta ou
indiretamente, pelos membros. Os membros elegem para órgãos superiores aqueles
de seus camaradas que eles acreditam ter o mais alto nível político, a mais alta classe
e lealdade partidária, e concordam em aceitar sua liderança – a menos e até que
deixem de ter tal confiança. Quando os líderes estiverem sem confiança, devem ser
removidos pelo mesmo processo democrático.

13 – O QUE É 1) ESTRATÉGIA, 2) TÁTICA?


Estratégia é a determinação da direção do golpe principal que a classe trabalhadora
deve se esforçar para dar em um dado estágio do processo revolucionário. A tática é a
determinação da linha de ação que a classe trabalhadora deve tomar em uma
situação imediata de curto prazo. Embora o objetivo da tática seja vencer uma
batalha em particular, o objetivo da estratégia é vencer a guerra.

14 – O QUE É O MOVIMENTO TRABALHISTA?


As várias organizações de massa compostas de trabalhadores. Os sindicatos são
organizações de trabalhadores em sua capacidade de empregados. As sociedades
cooperativas são organizações de trabalhadores em sua capacidade de consumidores.
O Partido Trabalhista, o Partido Comunista da Grã-Bretanha e o Partido Trabalhista
Socialista são organizações de trabalhadores na qualidade de eleitores.

15 – QUAL DEVE SER A RELAÇÃO DO PARTIDO MARXISTA-LENINISTA PARA


COM ESSAS ORGANIZAÇÕES DE MASSAS DO MOVIMENTO TRABALHISTA?
Embora essas organizações – em razão de sua liderança, políticas e ideologias
dominantes – sirvam essencialmente aos interesses do capital monopolista, elas são
compostas de trabalhadores – e de trabalhadores de um nível político um pouco mais
alto do que aqueles que ainda permanecem fora do movimento trabalhista. São esses
trabalhadores que estão destinados a mudar o sistema social para o socialismo. Os
marxistas-leninistas devem, portanto, trabalhar dentro dos sindicatos e das
sociedades cooperativas, onde devem participar e lutar para conquistar a liderança
das lutas cotidianas dos trabalhadores. O seu objetivo deve ser demonstrar, através
de luta devotada e altruísta em favor da classe trabalhadora, que eles são os
combatentes mais ativos por seus interesses; ganhar sua confiança; e, pelo paciente
trabalho de princípios, expor os líderes reacionários dessas organizações e trazer sua
substituição por líderes leais ao povo trabalhador. Somente se essa remoção se
mostrar impossível, e for vista como impossível pelas massas de membros de base
(porque os líderes conseguem usar seu controle do mecanismo da organização para
impedir o funcionamento da democracia interna), é correto arregimentar os
membros de base honestos em novas organizações independentes do controle dos
capatazes do trabalho e da classe capitalista. A experiência mostra que as massas não
podem ser convencidas da necessidade de tomar o caminho revolucionário para o
socialismo por meio de propaganda e agitação apenas. A estratégia dos
marxistas-leninistas deve ser projetada para liderar essas massas em suas lutas
cotidianas, de modo a elevar sua consciência política como resultado de sua própria
experiência de luta e, da mesma forma, ganhar a aceitação de uma liderança do
Partido Marxista-Leninista entre os trabalhadores como organização de vanguarda e
para atrair os trabalhadores politicamente mais avançados para as fileiras do Partido.

Capítulo 6: A QUESTÃO NACIONAL

1 — O QUE UMA NAÇÃO?


“Uma comunidade de pessoas historicamente constituída e estável, formada com
base em uma linguagem comum, território, vida econômica e constituição
psicológica manifestada em uma cultura comum.”
— J. V. Stalin
Uma comunidade que não possui nenhuma dessas características não é uma nação.

2 — COMO SE DESENVOLVE UMA NAÇÃO?


O processo de desenvolvimento normal de uma comunidade para nação demanda de
três estágios fundamentais: O primeiro estágio é o de tribo, baseado na união de clãs
relacionados. Tribalismo é a forma de organização social sob o comunismo primitivo.
À medida que a comunidade tribal se desintegra com o desenvolvimento de
ferramentas e técnicas, as tribos se reúnem em federações e reinos; uma linguagem
comum, baseada em uma das línguas tribais, emerge. Esse processo leva ao
desenvolvimento do segundo estágio do desenvolvimento de uma comunidade, a da
pré-nação ou nacionalidade.
A pré-nação ou nacionalidade é uma comunidade não mais baseada em relações de
sangue, mas na localização geográfica. Há a linguagem, território e linguagem
comum, mas não possuem coesão econômica sob a forma de um mercado comum.
Uma pré-nação é a forma característica de organização social sob a escravidão e o
feudalismo. Com o desenvolvimento do capitalismo no quadro da sociedade feudal, o
desenvolvimento das características pré-nacionais é acelerado e, a par disso, o
processo de estabelecimento da coesão econômica, um mercado comum, em todo o
território da pré-nação. Este último processo transforma a pré-nação em uma nação.

3 — O QUE SIGNIFICA “AUTODETERMINAÇÃO DAS NAÇÕES”?


As nações do mundo estão divididas em nações oprimidas e opressoras. Uma nação
oprimida é dominada, aberta ou ocultamente, por uma nação opressora em benefício
da classe dominante da segunda; não é, portanto, livre para determinar seu próprio
destino. Quando os marxistas-leninistas dizem reconhecer o direito de uma nação
oprimida à autodeterminação, querem dizer que reconhecem o direito de uma nação
oprimida de estabelecer sua completa independência, e reconhecem a luta de uma
nação oprimida para estabelecer a sua independência como uma luta justa a ser
apoiada.

4 — O QUE É UM PAÍS DO TIPO COLONIAL?


Um país industrialmente subdesenvolvido e dominado economicamente e
possivelmente politicamente, por um poder maior.
5 — QUAIS TIPOS DE PAÍSES ASSIM EXISTEM?
Um país do tipo colonial pode ser: 1) uma colônia, sob o domínio político aberto e
direto de um poder dominante, por exemplo, Gibraltar, Irlanda do Norte; 2) uma
semicolônia, nominalmente independente, mas na realidade dominada por um poder
maior para o benefício da classe dominante deste último, por exemplo, Colômbia,
Arábia Saudita; ou 3) uma neocolônia, uma antiga colônia que se tornou uma
semicolônia, continuando a ser dominada por um poder maior em benefício da classe
dominante deste último, por exemplo, Tunísia, Jamaica.

6 — O QUE É NACIONALISMO?
A ideologia que defende a visão de que: a) uma determinada nação é superior a
outras nações; e b) que os interesses desta nação sejam de importância política para
todos os seus membros.

7 — O NACIONALISMO É PROGRESSISTA OU REACIONÁRIO?


Onde uma nação está em processo de formação, o nacionalismo pode
temporariamente desempenhar um papel progressista limitado. No entanto, uma vez
que a classe capitalista se tornou a classe dominante da nação, o nacionalismo
desempenha um papel totalmente reacionário. Apresenta falsamente os interesses da
população, explorando uma classe e justificando isso como sendo os “interesses da
nação”, buscando assim persuadir a classe trabalhadora a abandonar sua luta de
classes contra a exploração e pelo estabelecimento de uma sociedade socialista “no
interesse da nação – de fato, no interesse da classe capitalista. O nacionalismo
também desempenha um papel reacionário na medida em que serve para criar nas
mentes dos trabalhadores de uma determinada nação um antagonismo subjetivo em
relação aos trabalhadores de outras nações, que são objetivamente seus aliados na
luta por um mundo socialista.

8 – QUANTAS NAÇÕES ESTÃO NAS ILHAS BRITÂNICAS?


Duas. As nações britânica e irlandesa. Por razões geográficas e étnicas, o
desenvolvimento das nações nas Ilhas Britânicas ocorreu em quatro regiões
distintas: na Irlanda, na Escócia, no País de Gales e na Inglaterra. Mas antes que as
nações escocesas, galesas e inglesas pudessem completar seu desenvolvimento em
nações, a influência da crescente classe capitalista trouxe a unificação econômica,
política e cultural dessas pré-nações em uma única nação britânica. Na época da
revolução burguesa do século 17, a classe capitalista britânica havia se tornado a
principal força na aliança de classes que governava a Grã-Bretanha. Embora
remanescentes de distinções pré-nacionais em língua e cultura ainda sobrevivam em
partes da Grã-Bretanha, constituem um único sistema econômico, um mercado único
e uma única nação com, em sua maior parte, uma única língua e uma única cultura.
Na Irlanda, porém, separada da Grã-Bretanha por uma barreira marítima, o
desenvolvimento da nação irlandesa prosseguiu de forma independente, sem fusão
com as nações em desenvolvimento no Mar da Irlanda. Com o desenvolvimento do
capitalismo, a nação irlandesa passou a existir. A nação irlandesa é uma nação
oprimida. Os condados do norte estão sob o domínio colonial direto do imperialismo
britânico, enquanto os condados do sul (a República Irlandesa) formam uma
neocolônia do imperialismo britânico. Os marxistas-leninistas defendem o direito da
nação irlandesa à unificação e independência.

9 – QUAL O SIGNIFICADO DE “NACIONALISMO ESCOCÊS” E “NACIONALISMO


GALÊS”?
Como os povos da Escócia e do País de Gales não constituem nações, mas fazem
parte da nação britânica, tanto o “nacionalismo escocês” quanto o “nacionalismo
galês” são espúrios. Objetivamente, os “nacionalismos” escoceses e galeses servem
aos interesses do imperialismo britânico, uma vez que eles culpam a exploração do
povo trabalhador da Escócia e de Gales a um inimigo imaginário, os “imperialistas
ingleses”. Os nacionalismos escoceses e galeses servem aos interesses do
imperialismo britânico ao tentar dividir os trabalhadores da Escócia e do País de
Gales dos seus colegas de trabalho na Inglaterra, sugerindo que (como membros de
“nações oprimidas”) têm um interesse comum com os capitalistas na Escócia e no
País de Gales. No entanto, embora reconhecendo que os povos da Escócia, do País de
Gales e da Inglaterra formam uma única nação britânica, os marxistas-leninistas
apoiam a autonomia desses territórios na forma de devolução como medida
democrática.

10 — O QUE É RACISMO?
A visão de que pessoas de um grau de pigmentação da pele são superiores ou
inferiores a pessoas de outro grau. Por causa da história do imperialismo, a forma
mais comum de racismo é o “racismo branco”, que afirma que pessoas com peles
“brancas” são superiores às que têm peles “negras”. Os imperialistas, que formam
uma pequena minoria da população mundial, podem manter sua dominação sobre os
trabalhadores do mundo apenas com base na “divisão e governo”.
Consequentemente, eles buscam colocar branco contra negro, cristão contra
muçulmano, trabalhador manual contra trabalhador intelectual, jovem contra velho,
e assim por diante. Todas as formas de racismo, que procuram colocar pessoas de
uma raça contra pessoas de outra, servem os interesses dos imperialistas. O racismo
negro, embora em certa medida uma reação contra o racismo branco4, complementa
o primeiro. Tanto os racistas brancos como os racistas negros opõem-se à construção
de uma frente única anti-imperialista que abarca o povo trabalhador dos países
imperialistas e os dos países do tipo colonial que é essencial para destruir o
imperialismo.

4
« Aqui Bill Bland não fala de algo como “racismo reverso” e sim, princípios
segregacionistas que não partem da análise materialista da realidade, como o que era
praticado pelos sérvios na Iugoslávia especialmente pós-Tito, onde acabam
privilegiados em relação aos outros povos habitantes da nação. »
11 — O processo revolucionário em um país capitalista desenvolvido consiste em um
único estágio – o da revolução socialista. O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO EM UM
PAÍS DO TIPO COLONIAL CONSISTE EM DOIS ESTÁGIOS. QUAIS SÃO?
Em primeiro lugar, o estágio da revolução nacional-democrática, da libertação
nacional, dirigido contra a dominação estrangeira; em segundo lugar, o estágio da
revolução socialista.

12 — A CLASSE CAPITALISTA EM UM PAÍS DO TIPO COLONIAL CONSISTE EM


DUAS SEÇÕES.
QUAIS SÃO?
Primeiramente, os compradores capitalistas (envolvidos particularmente em
finanças e comércio) que são dependentes do poder estrangeiro dominante e têm um
interesse objetivo em apoiá-lo; e, em segundo lugar, os capitalistas nacionais
(particularmente aqueles envolvidos na indústria) cujos interesses e avanços são
frustrados pelo poder estrangeiro dominante e que, portanto, têm um interesse
objetivo em acabar com a dominação estrangeira.

13 — QUE CLASSES SOCIAIS EM UM PAÍS DO TIPO COLONIAL POSSUEM UM


INTERESSE OBJETIVO EM 1) FAZER OPOSIÇÃO A E 2) APOIAR A REVOLUÇÃO
NACIONAL-DEMOCRÁTICA?
A classe do senhorio e a classe capitalista compradora têm um interesse objetivo em
se opor à revolução nacional-democrática. Os capitalistas nacionais, os camponeses
médios e pobres, a pequena burguesia urbana e a classe trabalhadora têm um
interesse objetivo em apoiá-la.

14 — QUE CLASSES SOCIAIS EM UM PAÍS DO TIPO COLONIAL POSSUEM UM


INTERESSE OBJETIVO EM 1) FAZER OPOSIÇÃO A E 2) APOIAR A REVOLUÇÃO
SOCIALISTA?
A classe dos latifundiários, a classe capitalista urbana e rural e os estratos mais
abastados da pequena burguesia urbana têm um interesse objetivo em se opor à
revolução socialista. Os estratos mais pobres do campesinato, os estratos mais
pobres da pequena burguesia urbana e a classe trabalhadora têm um interesse
objetivo em apoiá-la.

15 — POR QUE MARXISTAS-LENINISTAS, QUE FUNDAMENTALMENTE


DEVERIAM TRAZER A REVOLUÇÃO SOCIALISTA, APOIAM A REVOLUÇÃO
NACIONAL-DEMOCRÁTICA EM PAÍSES DO TIPO COLONIAL COMO O
PRIMEIRO ESTÁGIO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO?
Porque a revolução nacional-democrática permite que certas forças de classe opostas
à revolução socialista (os latifundiários e os capitalistas compradores) sejam
derrotadas por uma coalizão mais ampla de classes do que aquelas que podem
ganhar com a revolução socialista.
16 — QUAL É, ENTÃO, A ESTRATÉGIA MARXISTA-LENINISTA EM RELAÇÃO À
REVOLUÇÃO NACIONAL-DEMOCRÁTICA EM UM PAÍS DO TIPO COLONIAL?
Apoiá-la como um estágio preliminar essencial no processo revolucionário em um
país do tipo colonial; esforçar-se para construir a frente única mais ampla possível,
abrangendo todas as classes sociais que têm interesse objetivo em apoiar a revolução
nacional-democrática; esforçar-se para conquistar a liderança da classe operária
desta frente única anti-imperialista e a liderança da classe trabalhadora pelo Partido
Marxista-Leninista: esforçar-se para transformar a revolução nacional-democrática
ininterruptamente numa revolução socialista. O slogan trotskista em um país de tipo
colonial do “Socialismo Agora”, que busca pular um estágio essencial da revolução,
auxilia objetivamente os inimigos do socialismo.

17 — QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DOS CAPITALISTAS NACIONAIS EM RELAÇÃO


À REVOLUÇÃO NACIONAL-DEMOCRÁTICA?
Esforçarem-se para liderar a revolução nacional-democrática e manter o processo
revolucionário nesta fase, de modo a estabelecer um estado capitalista em que eles,
os capitalistas nacionais, detêm o poder político e exploram os trabalhadores para si
próprios. Em um país do tipo colonial, onde há uma classe trabalhadora
desenvolvida, liderada por um partido marxista-leninista, uma luta de classes
acontece durante o desenvolvimento da revolução nacional-democrática entre a
classe trabalhadora e a classe capitalista nacional para liderar o processo
revolucionário. Se a classe trabalhadora parece estar ganhando essa liderança, os
capitalistas nacionais abandonarão inevitavelmente a revolução
nacional-democrática e passarão para o lado da contrarrevolução – preferindo uma
posição subordinada como exploradores, receosos pois com a revolução socialista,
haveria total perda do “direito” de explorar que exercem.

18 — O QUE É MAOÍSMO?
O caráter do maoísmo é um assunto de muito debate. Muitas pessoas sustentam que
o maoísmo – nomeado pelo líder chinês Mao Tsé-Tung – é um desenvolvimento do
marxismo-leninismo. Outros sustentam que é, pelo menos em parte, um desvio
revisionista do marxismo-leninismo. Outros, ainda, sustentam que é uma marca de
revisionismo para os países do tipo colonial, projetado para sustentar o processo
revolucionário em tais países no estágio da revolução nacional-democrática. O
caráter do maoísmo deve ser debatido durante a discussão.

19 — O QUE É INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO?


O oposto do nacionalismo burguês, enfatiza a fraternidade e os interesses comuns
dos trabalhadores de todos os países e a necessidade de sua solidariedade na ação e
organização. É exemplificado no slogan marxista-leninista:
“TRABALHADORES DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!”.
Capítulo 7: A GUERRA

1 — O QUE É A GUERRA?
É a luta entre forças armadas diferenciadas (Não necessariamente entre estados,
pode ser por exemplo entre tribos).

2 — O QUE É UMA GUERRA CIVIL?


Uma guerra civil é uma guerra que ocorre dentro de um mesmo Estado.

3 — QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS DA GUERRA PARA PACIFISTAS E


PARA OS MARXISTAS-LENINISTAS?
Em primeiro lugar, os pacifistas condenam todas as guerras. Os marxistas-leninistas
estão plenamente conscientes do sofrimento humano causado pela guerra,
esforçam-se para impedir a eclosão de uma Terceira Guerra Mundial e trabalham
para estabelecer um sistema social que torne a guerra impossível. No entanto, eles
distinguem entre guerras “justas” (que eles apoiam) e guerras “injustas” (às quais se
opõem).
“Houveram muitas guerras na história que, apesar de todos os horrores, crueldades,
misérias e torturas inevitavelmente ligadas a todas as guerras, tiveram um caráter
progressista, isto é, serviram ao desenvolvimento da humanidade, ajudaram na
destruição de elementos extremamente perniciosos e instituições reacionárias”. (V. I.
Lenin: ‘Socialism and War’; London; 1940; p. 9).
“Os socialistas não podem, sem deixar de ser socialistas, opor-se a todas as guerras”.
(V. I. Lenin: ‘Pacifism and the Workers’, in: ‘War and the Workers’; London; 1940; p.
29).
Em segundo lugar, enquanto os pacifistas adotam uma política de objeção de
consciência à participação na guerra, os marxistas-leninistas participam até na
guerra mais injusta a fim de ganhar os operários uniformizados para uma política de
oposição em massa à guerra:
“Boicotar a guerra é uma ideia absurda – os comunistas devem ir a qualquer guerra
reacionária”.(V. I. Lenin: ‘Notes on the Question of the Tasks of Our Delegation at
The Hague’, in: ‘The Attitude of the Proletariat towards War’; London; 1932; p. 12).
“Uma classe oprimida que não se esforça para aprender a usar armas, a adquirir
armas, merece ser tratada como escrava… O que as mulheres proletárias fazem? …
Apenas amaldiçoam toda a guerra e tudo o que for militar, apenas exigem o
desarmamento? As mulheres de uma classe oprimida que é realmente revolucionária
jamais consentirá em desempenhar um papel tão vergonhoso. Elas dirão a seus
filhos:
“Em breve você será um homem. Te será dada uma arma. Aceite e aprenda a usá-la.
Os proletários precisam desse conhecimento, não para atirar em seus irmãos, os
trabalhadores de outros países. . ., mas para combater a pobreza e a guerra, não por
meio de boas intenções, mas vencendo a burguesia e desarmando-a”. (V. I. Lenin:
‘Pacifism and the Workers’, in: ‘War and the Workers’; London; 1940; p. 34-35).
4 — “É A AGRESSIVIDADE INERENTE AO HOMEM QUE É A CAUSA DA
GUERRA”
Se isso fosse verdade, não seria necessário que qualquer governo impusesse
recrutamento. Na realidade, a guerra é a busca de objetivos políticos por meios
violentos, e esses objetivos políticos possuem uma base econômica.

5 — EM QUE BASE OS MARXISTAS-LENINISTAS DESTINGUEM AS GUERRAS


COMO SENDO JUSTAS E INJUSTAS?
Analisando o efeito que a vitória de cada potência em uma guerra teria no
desenvolvimento da sociedade. Se a sua vitória exercer uma influência progressista
sobre o desenvolvimento da sociedade, tal potência está lutando uma guerra justa. Se
a sua vitória exercer uma influência reacionária sobre o desenvolvimento da
sociedade, essa potência está lutando uma guerra injusta. Como a característica
dominante do mundo contemporâneo é o imperialismo, o capitalismo monopolista,
um estado não-imperialista de qualquer tipo envolvido na guerra com um Estado
imperialista está lutando uma guerra justa, já que seu esforço de guerra enfraquece o
imperialismo mundial, enquanto o estado imperialista beligerante está lutando uma
guerra injusta, já que seu esforço de guerra fortalece o imperialismo mundial. Uma
guerra pode ser apenas justa de um lado e injusta do outro, ou pode ser injusta de
ambos os lados.

6 — O QUE É UMA GUERRA IMPERIALISTA?


Uma guerra entre potências imperialistas rivais (ou blocos incluindo potências
imperialistas) pela divisão do mundo.

7 — QUAL É O CARÁTER DE UMA GUERRA IMPERIALISTA?


Uma vez que a vitória de qualquer um dos lados iria apenas fortalecer um grupo
imperialista à custa de outro, e não enfraqueceria o imperialismo mundial como um
todo, é injusto em ambos os lados.

8 — O QUE É UMA GUERRA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL?


É a guerra de uma nação oprimida para garantir a sua libertação da dominação de
uma nação opressora (quase sempre uma potência imperialista).

9 — QUAL É O CARÁTER DE UMA GUERRA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL?


Como o imperialismo é a principal força opressora no mundo contemporâneo, a
vitória da nação oprimida enfraqueceria o imperialismo mundial, enquanto a vitória
da nação opressora fortaleceria o imperialismo mundial. Uma guerra de libertação
nacional é, portanto, apenas justa por parte da nação oprimida, injusta por parte da
nação opressora.

10 — QUAL FOI O CARÁTER DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL DE 1914-1918?


Foi uma guerra imperialista, injusta dos dois lados.
11 — HOUVE, APESAR DE TUDO, ELEMENTOS PROGRESSISTAS DENTRO DA
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL?
Sim. Se fosse possível considerar a isolação da guerra imperialista como um todo, a
guerra da Sérvia contra a Áustria-Hungria poderia ser considerada como uma guerra
justa de libertação. Mas este elemento justo foi completamente ofuscado porque se
situava no quadro da injusta guerra imperialista.
12 — QUAL FOI O CARÁTER DA GUERRA DE INTERVENÇÃO CONTRA A RÚSSIA
SOVIÉTICA DE 1918-1922?
Foi uma tentativa de uma série de potências imperialistas para derrubar o governo
da classe trabalhadora na Rússia Soviética, e assim foi uma guerra justa por parte da
Rússia Soviética e uma guerra injusta por parte dos Estados imperialistas
intervenientes.

13 — QUAL FOI O CARÁTER DA GUERRA SINO-JAPONESA DE 1931-39?


Como a China era um Estado semifeudal e não-imperialista, enquanto o Japão era
um Estado imperialista, era uma guerra justa por parte da China e uma guerra
injusta por parte do Japão.

14— QUAL FOI O CARÁTER DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ATÉ JUNHO DE


1941?
Foi, como a Primeira Guerra Mundial, uma guerra imperialista entre dois grupos de
potências imperialistas pela redivisão do mundo. O fato de que os imperialistas
alemães governaram através de uma ditadura fascista, enquanto os imperialistas
britânicos governavam através da “democracia parlamentar”, era bastante
irrelevante para o caráter básico da guerra como uma guerra imperialista, injusta em
ambos os lados.

15— HOUVERAM, APESAR DE TUDO, ELEMENTOS PROGRESSISTAS DENTRO


DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NO PERÍODO ANTES A JUNHO DE 1941?
Sim. A Polônia era um estado capitalista, mas não um estado imperialista. Então, se
a guerra da Polônia contra a Alemanha pudesse ser considerada isoladamente da
guerra como um todo, poderia ser considerada uma guerra justa. Além disso, os
movimentos de resistência dos povos dos países ocupados pelo imperialismo alemão
e italiano (se pudessem ser considerados isoladamente da guerra como um todo)
também poderiam ser considerados apenas guerras justas. Mas, como na Primeira
Guerra Mundial, esses elementos justos e progressistas foram ofuscados por estarem
dentro da estrutura da injusta guerra imperialista.

16 — QUAL FOI O CARÁTER DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL APÓS JUNHO


DE 1941?
Após o ataque alemão à União Soviética – até então um Estado socialista – em junho
de 1941, a guerra soviética contra a Alemanha (se pudesse ser considerada
isoladamente) seria considerada uma guerra justa por parte da União Soviética e
uma guerra injusta contra a União Soviética por parte do imperialismo alemão. Esse
elemento justo e progressista combinou-se com os outros elementos justos e
progressistas, listados na resposta à pergunta 15, para ofuscar os elementos
imperialistas injustos que ainda restavam. Assim, a partir de junho de 1941, o caráter
fundamental da Segunda Guerra Mundial mudou e tornou-se, em geral, uma guerra
justa por parte das Nações Unidas e uma guerra injusta por parte dos Poderes do
Eixo.

17 — QUAL FOI O CARÁTER DA GUERRA DO ORIENTE MÉDIO DE 1967?


Israel é um Estado que foi instituído por parte das potências imperialistas no Oriente
Médio, armado e dominado pelo imperialismo dos Estados Unidos. É um braço do
imperialismo dos EUA no Oriente Médio. Os estados árabes não são estados
imperialistas e a maioria deles não eram, em 1967, armas do imperialismo.
Consequentemente, a guerra foi uma guerra justa por parte dos estados árabes e uma
guerra injusta por parte de Israel.

18 — A EXISTÊNCIA CONTÍNUA DO IMPERIALISMO FAZ A GUERRA SE


TORNAR INEVITÁVEL?
Economias capitalistas (incluindo imperialistas) desenvolvem-se a taxas desiguais.
Consequentemente, uma divisão do mundo que reflete as necessidades econômicas
das potências imperialistas para mercados, fontes de matérias-primas, etc., em um
período deixa de refletir essas necessidades econômicas em um período posterior,
assim, as necessidades econômicas de algumas potências imperialistas
“não-poderosas” obrigam-nas a tentar aproveitar mercados, fontes de materiais de
guerra, etc., das “potências imperialistas”. Guerras imperialistas pela redivisão do
mundo são periodicamente inevitáveis. Somente com a destruição do imperialismo
as guerras deixam de ser inevitáveis.

19 — QUAL É A ESTRATÉGIA DOS MARXISTAS-LENINISTAS CUJO PAÍS ESTÁ


ENVOLVIDO EM UMA GUERRA INJUSTA?
Devem esforçar-se para transformar a guerra injusta em uma guerra civil pela
derrubada de “seus” imperialistas.

20 — TAL ESTRATÉGIA NÃO AJUDA O INIMIGO?


Sim. Mas as derrotas militares para os “próprios” imperialistas enfraquecem-nos e,
assim, ajudam na derrubada revolucionária. E os marxistas-leninistas “do outro
lado” estão simultaneamente lutando por derrotas militares para “seus”
imperialistas, nas palavras de Lenin:
“Somente a burguesia que acredita que a guerra iniciada pelos governos terminará
necessariamente como uma guerra entre governos, e quem assim o desejar, acha
‘ridículo’ ou ‘absurdo’ a ideia de que os socialistas de todos os países beligerantes
expressem o desejo que todos os seus governos sejam derrotados”.(V. I. Lenin:
‘Socialism and War’; London; 1940: p. 24).
21 — O QUE É O CHAUVINISMO?
É o apoio ‘Jingoístico5’ de um governo próprio em uma guerra injusta. (O nome é
derivado de um oficial francês “jingoísta” das Guerras Napoleônicas, Nicholas
Chauvin.

22 — O QUE É O SOCIAL-CHAUVINISMO?
Lenin cunhou uma série de termos políticos baseados no nome adotado por muitos
partidos “socialistas” no início do século XX – “socialdemocrata”. Assim, ele apelidou
o autoproclamado “socialista” que na realidade era um chauvinista, de
“social-chauvinista”.

23 — O QUE É UMA GUERRA DE GUERRILHA?


Um tipo de guerra apropriado para forças mais fracas e menos armadas quando
enfrentam um inimigo mais poderoso. Consiste em assediar e enfraquecer as forças
inimigas de surpresa e atacar por pequenas unidades que, tanto quanto possível,
evitam o confronto direto com essas forças. A guerra de guerrilha é o tipo típico de
guerra realizado por um exército de libertação nacional na primeira fase de uma
guerra de libertação nacional. A estratégia é construir as forças através de guerras de
guerrilha até que elas sejam o suficiente para passar para a guerra regular e alcançar
a vitória.

24 — APESAR DA SUPERIORIDADE INICIAL NAS ARMAS, UM PAÍS


IMPERIALISTA ENVOLVIDO EM UMA GUERRA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL
ENFRENTA DESVANTAGENS GRAVES. QUE DESVANTAGENS SÃO ESSAS?
a) Eles não estão lutando em defesa de sua pátria; b) eles estão lutando em um
terreno desconhecido; c) são odiados e combatidos pela massa do povo no país
ocupado: d) são mais fracos em recursos humanos no local; e) suas linhas de
fornecimento são mais ampliadas; f) as tropas fantoches das quais dependem não são
confiáveis; g) eles enfrentam protestos contra a guerra em seu país, e em suas
próprias forças armadas, por trabalhadores politicamente conscientes.

Capítulo Final: COMO FUNCIONA O SOCIALISMO

1 — O QUE É O SOCIALISMO?
O sistema social construído pelos trabalhadores, liderado pela classe trabalhadora,
após a tomada do poder político em uma revolução socialista. É um sistema social no
qual a exploração do homem pelo homem foi abolida e na qual a produção é
planejada centralmente com o objetivo de maximizar o bem-estar do povo
trabalhador.

5
Jingoísmo é o nacionalismo exacerbado na forma de uma política externa agressiva.
2 — DE QUE MODO OS MEIOS DE PRODUÇÃO SÃO GERIDOS? Coletivamente, 1)
seja pelo Estado, representando os trabalhadores como um todo, ou 2) pelas
cooperativas, representando os trabalhadores de empresas particulares.

3 — O QUE É A SOCIALIZAÇÃO?
A apropriação do Estado socialista (ou seja, o mecanismo de força pelo qual o povo
trabalhador domina o resto da sociedade) de uma empresa anteriormente
pertencente a uma empresa capitalista ou por um capitalista. Deve ser distinguido da
nacionalização em uma sociedade capitalista, onde uma empresa anteriormente
privada é levada para a propriedade do Estado capitalista, ou seja, a maquinaria do
governo da classe capitalista como um todo).

4 — O QUE É COLETIVIZAÇÃO?
A união de um número de pequenas empresas (que são economicamente ineficientes
individualmente) em uma única grande cooperativa de camponeses ou artesãos. A
fim de reter a pequena burguesia pobre como aliados da classe trabalhadora durante
a construção do socialismo, a coletivização deve ser sempre voluntária. A
coletivização é um passo no caminho para a socialização dos empreendimentos dos
camponeses e artesãos, que transforma a pequena burguesia rural e urbana em
membros rurais e urbanos da classe trabalhadora.

5 — COMO A PRODUÇÃO É REGULADA SOB O SOCIALISMO?


Uma vez que o lucro (o motivo e regulador da produção sob o capitalismo) foi
abolido, a produção é regulada sob o socialismo pelo planejamento estatal
centralizado, baseado na consulta democrática máxima com os consumidores para
assegurar a máxima satisfação possível das pessoas trabalhadoras.

6— POR QUE É NECESSÁRIO, SOB O SOCIALISMO, A PRODUÇÃO DOS MEIOS


DE PRODUÇÃO EXPANDIR MAIS RAPIDAMENTE DO QUE A PRODUÇÃO DE
BENS DE CONSUMO?
Porque bens de consumo (pelos quais as necessidades dos trabalhadores são
diretamente beneficiadas) são produzidos com a ajuda de meios de produção.
Consequentemente, uma expansão contínua da produção de bens de consumo
depende da produção de meios ou produção que se expande mais rapidamente do
que a produção de bens de consumo.

7 — EM QUE BASE OS BENS DE CONSUMO SÃO DISTRIBUÍDOS EM UMA


SOCIEDADE SOCIALISTA?
Uma vez que, neste estágio de desenvolvimento econômico, as necessidades dos
trabalhadores não podem ser satisfeitas completamente, alguma forma de
racionamento é necessária. E como se deseja produzir um nível de desenvolvimento
o mais rápido possível da produção, esse sistema de racionamento deve ser aquele
que estimula o esforço produtivo por parte dos trabalhadores. Mas a massa do povo
trabalhador entrou entrando na sociedade socialista com perspectivas e atitudes
herdadas da sociedade capitalista, e uma das mais significativas delas é que o
aumento do esforço produtivo justifica o aumento da recompensa material pessoal.
Por todas essas razões, a distribuição de bens de consumo no socialismo está
relacionada à quantidade e à qualidade do trabalho realizado. Este princípio está
incorporado no slogan da sociedade socialista: “DE CADA UM DE ACORDO COM
SUA CAPACIDADE, PARA CADA UM DE ACORDO COM O SEU TRABALHO!”.

8 — ESTA FORMA DE DISTRIBUIÇÃO É JUSTA?


Não completamente. É certamente mais justo do que a base da distribuição sob a
sociedade capitalista, que é baseada na exploração do povo trabalhador e na
quantidade de propriedade produtora de valor excedente que passa a ser possuída
(frequentemente como resultado da herança). Mas é injusto na medida em que a
quantidade e qualidade do trabalho realizado por um trabalhador pode depender de
fatores fora de seu controle (por exemplo, ele pode ter mais dependentes do que seu
vizinho, ele pode ter alguma deficiência física). Embora essa injustiça possa ser
mitigada pelos serviços sociais, ela não pode ser totalmente eliminada enquanto o
princípio socialista de distribuição for mantido.

9 — COMO ESTA FORMA DE DISTRIBUIÇÃO INJUSTA PODE SER ABOLIDA?


Somente pela substituição do socialismo (definido como “o primeiro estágio do
comunismo”) pelo verdadeiro comunismo. Sob o comunismo, essa injustiça é
eliminada pela adoção do princípio de distribuição de acordo com a necessidade.
Este princípio está incorporado no slogan da sociedade comunista: “DE CADA UM
DE ACORDO COM A SUA CAPACIDADE, PARA CADA UM DE ACORDO COM
SUAS NECESSIDADES!”.

10 — QUAIS SÃO OS REQUISITOS ESSENCIAIS PARA A TRANSIÇÃO DO


SOCIALISMO PARA O COMUNISMO?
Em primeiro lugar, um grande aumento na produção de riqueza material, suficiente
para satisfazer todas as necessidades essenciais de todos os trabalhadores, sem
racionamento; e, em segundo lugar, uma mudança nas perspectivas e atitudes da
massa dos trabalhadores, na medida em que eles passaram a aceitar o trabalho como
uma obrigação natural, realizada de acordo com a capacidade sem compulsão
econômica, e naquilo que vieram tomar dos centros de distribuição apenas o que eles
precisam. A adoção sob o socialismo do princípio da distribuição de acordo com o
trabalho realizado é necessária para que o primeiro pré-requisito do comunismo –
um grande aumento na produção de riqueza material – possa ser alcançado o mais
rápido possível.

11 — QUE FUNÇÕES O ESTADO SOCIALISTA POSSUI?


Em primeiro lugar, suprimir a classe capitalista derrotada e seus partidários para
evitar a contrarrevolução e em segundo lugar, defender o país de tentativas de
intervenção militar externa por estados capitalistas e, em terceiro lugar, dirigir a
construção econômica socialista e educar as pessoas em uma perspectiva
marxista-leninista.

12 — QUAL CARÁTER DE CLASSE O ESTADO SOCIALISTA POSSUI?


O Estado socialista é “a ditadura do proletariado, da classe trabalhadora”, assim
como o Estado capitalista é “a ditadura da burguesia”.

13 — COMO O ESTADO SOCIALISTA É UMA DITADURA DE CLASSE, ELE PODE


SER RECONHECIDO COMO UM ESTADO DEMOCRÁTICO?
No sentido de que o Estado socialista serve apenas aos interesses do povo
trabalhador e suprime os interesses da antiga classe capitalista, seu caráter
democrático pode ser considerado limitado. Mas no sentido original do termo
“democracia” como “o governo do povo comum”, “a ditadura da classe trabalhadora”
é democrática. Certamente, uma vez que a classe capitalista forma apenas uma
pequena minoria da população, o estado socialista é infinitamente mais democrático
que o estado capitalista.

14 — “O ESTADO SOCIALISTA EVENTUALMENTE IRÁ SUMIR” — FRIEDRICH


ENGELS
À medida que os membros da classe capitalista derrubada morrem e seus
descendentes são assimilados ao povo trabalhador e adquirem sua visão, deixa de
existir qualquer classe que deva ser suprimida para a segurança do socialismo.
Assim, a função repressiva interna do Estado socialista não é mais necessária e
desaparece. E como os trabalhadores de outros países capitalistas tomam o poder
político e constroem o socialismo em escala mundial, o perigo da intervenção militar
externa também desaparece. Assim, a função de defesa externa do Estado também
deixa de ser necessária e desaparece. Eventualmente, portanto, o Estado socialista –
como uma máquina de governo – deixa de existir, sendo transformado em um
aparato completamente democrático para a administração da sociedade.

15 — O PARTIDO MARXISTA-LENINISTA É NECESSÁRIO SOB O SOCIALISMO?


É essencial. Assim como a classe trabalhadora não pode derrubar espontaneamente o
poder político da classe capitalista, mas requer a liderança de um partido de
vanguarda cuja estratégia e tática são baseadas no marxismo-leninismo, também
requer a liderança desse partido de vanguarda para manter seu poder político e
construir uma sociedade socialista. Eventualmente, no entanto, à medida que o
Estado socialista desaparece e à medida que a consciência política de todo o povo
trabalhador foi elevada a um nível alto, a necessidade de tal liderança não existe mais
e o Partido também desaparece.

16 — UMA VEZ QUE O SOCIALISMO É ESTABELECIDO ELE SE TORNA


PERMANENTE?
Somente se os trabalhadores forem liderados por um partido marxista-leninista. Por
essa razão, os inimigos do socialismo tentam em todos os sentidos perverter o
Partido Marxista-Leninista em um partido revisionista – um partido que (a
princípio) reivindica o marxismo-leninismo, mas na verdade adota políticas que, sob
o disfarce de “modernização” e “democratização” levam o país à restauração do
capitalismo.

17 — QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS EFEITOS DO TRIUNFO DO REVISIONISMO


MODERNO NO SEIO DO MOVIMENTO INTERNACIONAL COMUNISTA?
Em todos os países onde o socialismo foi estabelecido, o sistema capitalista foi
restaurado. A restauração do capitalismo passa por vários estágios. O papel do
planejamento econômico centralizado é reduzido; uma economia de mercado
baseada no lucro é introduzida; os gerentes das empresas recebem uma parcela tão
desproporcional de seus lucros (com base em sua “responsabilidade”) que
efetivamente se tornam capitalistas estatais explorando a classe trabalhadora; os
dirigentes partidários e estatais transformam-se em burocratas corruptos,
administrando o que é, essencialmente, uma ditadura burocrática sobre a classe dos
trabalhadores. Quando o povo trabalhador se torna suficientemente hostil a esses
desenvolvimentos, o estágio final é mobilizar o povo para destruir o “socialismo”
espúrio que está causando-lhes tanto sofrimento e restaurar um sistema capitalista
normal de livre iniciativa. Nos países capitalistas desenvolvidos, o triunfo do
revisionismo no movimento comunista internacional transformou os antigos
partidos comunistas em instrumentos políticos do capital monopolista, em partidos
socialdemocratas que repudiam o socialismo revolucionário em favor do ilusório
“caminho pacífico e parlamentar para o socialismo”. Tais partidos podem ocupar o
seu lugar dentro da estrutura parlamentar quando necessário pela classe capitalista
como instrumentos para o engano dos trabalhadores. Estes desenvolvimentos,
contratempos trágicos para os trabalhadores como são, não resolvem, mas, a longo
prazo, acentuam os problemas sociais dos trabalhadores. Não há solução para esses
problemas, senão o verdadeiro socialismo.
ESTA É A TAREFA HISTÓRICA QUE ENFRENTAM OS TRABALHADORES DE QUASE TODOS OS PAÍSES NA
PRESENTE HORA, PORTANTO, É NECESSÁRIA A RECONSTITUIÇÃO DOS PARTIDOS
MARXISTAS-LENINISTAS, PURIFICADOS E ISOLADOS CONTRA CADA TENDÊNCIA REVISIONISTA, E A
RECONSTITUIÇÃO DE UMA INTERNACIONAL MARXISTA-LENINISTA COMO A VANGUARDA DA CLASSE
TRABALHADORA DO MUNDO.

<< Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin, Josef Stalin e Enver Hoxha. Os cinco teóricos
que sustentam o marxismo-leninismo, a ciência imortal do proletariado. >>

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