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Curso de Extensão

CURSO DE LIBRAS:
PROCESSOS LINGUÍSTICO-COGNITIVOS
EM SINAIS

AULA 1 – Curso Básico

Vocabulário: Revisando os numerais


Gramática: Parâmetros fonológicos e restrições
para formação de sinais

Material desenvolvido por Wendel de Oliveira


NÚMEROS CARDINAIS
NUMERAIS DE QUANTIDADE
C Q
A 1 1 U
R A
D 2 2 N
I T
N 3 3 I
A D
L 4 4 A
D
E
NUMEROS ORDINAIS:
EX:

2447-2179
Escreva uma frase para cada expressão e
sinalize.

- Dois dias
- Pouco tempo
- Uma hora e meia
- Dois meses
- Uma vez
Os parâmetros da Libras
Nas línguas de sinais, o termo “sinal” é utilizado
para designar o mesmo que palavra ou item lexical
como é nomeado nas línguas oral-auditivas.

Os sinais são formados pela combinação do


movimento das mãos com um determinado formato
em um determinado lugar, que pode ser uma parte
do corpo (testa, tórax, rosto etc.) ou um espaço em
frente ao corpo (espaço neutro). O conjunto destas
combinações é chamado de parâmetros.
CONFIGURAÇÃO DAS MÃOS

Configuração das mãos: as mãos tomam as diversas


formas na realização de sinais (BRITO, 1995).

Configuração das Mãos (CM): são formas das mãos,


podendo ser datilologia (alfabeto manual) ou outras
formas feitas pelas mãos. Estas formas podem ser feitas
pela mão direita para os destros, esquerda para os
canhotos ou por ambas (KLIMSA & KLIMSA, s/d).
CONFIGURAÇÕES DAS MÃOS
Ponto de articulação
Ponto de articulação (PA) ou localização (L): “espaço em
frente ao corpo ou uma região do próprio corpo, onde os
sinais são articulados. Esses sinais articulados no espaço
são de dois tipos, os que articulam no espaço neutro diante
do corpo e os que se aproximam de uma determinada região
do corpo, como a cabeça, a cintura e os ombros” (BRITO,
1995).

Ponto de Articulação (PA): é o local onde incide a mão,


seja direita ou esquerda configurada. A mão pode ou não
tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço que vai
do meio do corpo até à cabeça (espaço neutro) e horizontal
(à frente do emissor) (KLIMSA & KLIMSA, s/d).
Ponto de articulação
Movimento (M)

Movimento: alguns sinais podem ter ou não movimento


(KLIMSA & KLIMSA, s/d).

Movimento (M): “parâmetro complexo que pode envolver


uma vasta rede de formas e direções, desde os movimentos
internos da mão, os movimentos do pulso, os movimentos
direcionais no espaço até conjuntos de movimentos no
mesmo sinal. O movimento que as mãos descrevem no
espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas, curvas,
sinuosas ou circulares em várias direções e
posições”(BRITO, 1995).
Movimento (M)
Orientação

Orientação (Or): alguns sinais podem ter uma


direção e a inversão desta pode significar ideia de
oposição, contrário ou concordância número-pessoal
(KLIMSA & KLIMSA, s/d).

• Orientação (Or): “é a direção da palma da mão durante


o sinal: voltada para cima, para baixo, para o corpo,
para frente, para a esquerda ou para a direita. Pode
haver mudança na orientação durante a execução do
movimento”(BRITO, 1995).
Orientação
Expressão não-manual
Expressão não-manual (ENM) ou Expressão
facial/corporal: “muitos sinais têm como elemento
diferenciador também a expressão facial e/ou corporal,
traduzindo sentimentos e dando mais sentido ao
enunciado e em muitos casos determina o significado do
sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja, podem expressar
as diferenças entre sentenças afirmativas,
interrogativas, exclamativas e negativas.
Expressão não-manual
Assim, a expressão facial e/ou corporal faz parte da construção de muitos
sinais. Tornam-se, portanto, fundamentais na construção do sentido.
Da combinação destes parâmetros, tem-se o sinal. Vamos
analisar a construção do sinal Difícil e identificar nele, os cinco
parâmetros da Libras.
RESTRIÇÕES NA FORMAÇÃO DE SINAIS
Quadros e Karnopp (2004) explicam que no processo de formação
de sinais ocorre a combinação entre os parâmetros da Língua Brasileira de
sinais (configuração de mão, movimento, ponto de articulação e orientação
de mão). No entanto, existem restrições físicas e linguísticas que limitam
essa combinação. Algumas dessas restrições são impostas pelo sistema
perceptual (visual) e outras pelo sistema articulatório (fisiologia das mãos).

As restrições fonológicas de boa-formação de sinais podem ser


exemplificadas pelas restrições em sinais produzidos pelas duas mãos. De
um modo geral, pode-se fazer a seguinte classificação:

• (a) sinais produzidos com uma mão;

• (b) sinais produzidos com as duas mãos em que ambas são ativas;

• (c) sinais de duas mãos em que a mão dominante é ativa e a mão não
dominante serve como apoio.
RESTRIÇÕES NA FORMAÇÃO DE SINAIS
Na classificação proposta por Battison (1978) há duas restrições
fonológicas na produção de diferentes tipos de sinais envolvendo as duas
mãos:

1) A primeira restrição, denominada Condição de Simetria, estabelece que,


caso as duas mãos se movam na produção de um sinal, então determinadas
restrições aparecem, a saber: A configuração de mão (CM) deve ser a
mesma para as duas mãos, o ponto de articulação (PA) deve ser o
mesmo ou simétrico, e o movimento deve ser simultâneo ou alternado.
Exemplos de sinais condição de simetria:

QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
RESTRIÇÕES NA FORMAÇÃO DE SINAIS
2) A segunda restrição, denominada Condição de Dominância, estabelece

que:

Se as mãos não dividem a mesma CM, então a mão ativa produz o

movimento, e a mão passiva serve de apoio.

Exemplos de sinais condição de dominância:

QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
RESTRIÇÕES NA FORMAÇÃO DE SINAIS

Para que servem essas restrições?

As restrições na formação de sinais, derivadas do sistema

de percepção visual e da capacidade de produção manual,

restringem a complexidade dos sinais para que eles sejam mais

facilmente produzidos e percebidos. O resultado disso é uma

maior previsibilidade na formação de sinais e um sistema com

complexidade controlada.
PARÂMETROS COMO DIFERENÇA DE
CATEGORIAS GRAMATICAIS: DERIVANDO
NOMES DE VERBOS
Na Língua Brasileira de Sinais , é possível derivar nomes de verbos
pela mudança de movimento. O movimento nos nomes repete e encurta
os movimentos dos verbos. (QUADROS, 2004)

Vejamos alguns exemplos:

PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 5ª ed. 2013.
PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 5ª ed. 2013.

PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 5ª ed. 2013.
PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 5ª ed. 2013.

PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 5ª ed. 2013.
Referências
• BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de línguas de sinais.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro: UFRJ, Departamento de Lingüística
e Filologia, 1995.
• FELIPE, Tanya A; MONTEIRO, Myrna S. Libras em Contexto: curso
básico, livro do professor instrutor – Brasília : Programa Nacional
de Apoio à Educação dos Surdos, MEC: SEESP, 2007.
• KLIMSA, Bernardo Luís Torres; KLIMSA, Severina Batista de Farias.
Libras II. Disponível em:
http://www.faberj.edu.br/downloads/biblioteca/libras/LIBRAS-
que_lingua_e_essa.pdf. Acessado em: 18 de julho de 2017.
• QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de
Sinais Brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
• PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de LIBRAS
1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 5ª ed. 2013.
• SILVA, Fábio I.; SCHMITT, Deonísio; BASSO, Idavania M. S. Língua
Brasileira de Sinais: pedagogia para surdos. Caderno Pedagógico
I. Florianópolis : UDESC/CEAD, 2002.
Produza em dupla um diálogo
usando numerais cardinais e
. numerais de quantidade para
apresentar a turma.
Referências
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de Língua de Sinais,
reimpr. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010.

FELIPE, Tanya A. Libras em Contexto: curso básico, 7ᵃed,


Rio de Janeiro: Wallprint Gráfica e Editora, 2009.

SALLES, Heloisa Maria Moreira Lima... [et al]. Ensino de língua


portuguesa para surdos : caminhos para a prática pedagógica. 2 v.
Brasília : MEC, SEESP, 2004.

VOCABULÁRIO DE LIBRAS ,APOSTILA CEADA.

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