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Libras II – Fonologia

O pioneirismo de Stokoe
Prof. Me. Ricardo Oliveira Barros
Os objetivos nessa aula
• Discutir o conceito de fonologia
para as línguas de sinais.
• Conhecer o pioneirismo dos
estudos de Stokoe.
• Identificar os parâmetros da
Libras.
• Compreender a diferença entre
pares mínimos e alofones.
Atenção!

• Por que utilizamos o termo


fonologia para falar de línguas
de sinais?
• Em que eram baseados os
estudos de Stokoe?
• Quais são os parâmetros da
Libras?
• O que são pares mínimos e
alofones?
A estrutura de estudos de línguas

Semântica

Sintaxe

Morfologia

Fonologia
Fonética x Fonologia
“A fonética das línguas de sinais vai se ocupar
de todas as unidades de produção e percepção
de articuladores manuais e não manuais
manifestados de forma gradiente na sua
expressão física” (Quadros, 2019, p.49)
“A fonologia vai dar um passo além: analisar a
representação mental dessas formas
identificando quais desses elementos são
contrastivos, ou seja, quais deles apresentam
propriedades distintivas (as unidades
consideradas linguisticamente relevantes)”
(Quadros, 2019, p.49)
O pai da linguística das línguas sinalizadas

“Stokoe foi o primeiro a defender e a


demonstrar que os sinais não deveriam
ser pensados como ‘figuras desenhadas
no ar com as mãos’, mas sim como
símbolos complexos e abstratos que
podem ser analisados em elementos
menores”
William Stokoe (Xavier, 2006, p.10)
A questão da terminologia

“Stokoe empregou o termo quirema (do grego,


‘quiros’, mão), no lugar de fonema [...].Paralelamente,
usou o termo quirologia, no lugar de fonologia, para
referir-se ao subdomínio da gramática dessas línguas
que tem, entre outras, a função de determinar as
regras de combinação desses aspectos de formação de
morfemas.”
(Xavier, 2006, p.13-14)
A questão da terminologia

“o uso de uma mesma terminologia linguística no


tratamento tanto de línguas orais, quanto de línguas
sinalizadas, tem a vantagem de iluminar semelhanças
entre elas.”
“[estes termos] se referem, na teoria linguística, a
entidades abstratas, independentes do seu canal de
manifestação”
(Xavier, 2006, p.13-14)
Fonética x Fonologia
“A fonética das línguas de sinais vai se ocupar
de todas as unidades de produção e percepção
de articuladores manuais e não manuais
manifestados de forma gradiente na sua
expressão física” (Quadros, 2019, p.49)
“A fonologia vai dar um passo além: analisar a
representação mental dessas formas
identificando quais desses elementos são
contrastivos, ou seja, quais deles apresentam
propriedades distintivas (as unidades
consideradas linguisticamente relevantes)”
(Quadros, 2019, p.49)
Fonologia das línguas de sinais

L – Localização
M – Movimento
CM – Configuração
de mãos

William Stokoe
Fonologia das línguas de sinais
L – Localização – lugar no corpo ou no
espaço em frente ao corpo em que o sinal é
produzido.
M – Movimento – maneira como a mão se
move ao longo da articulação de um sinal.
CM – Configuração de mãos – a forma
(ou estado dos dedos) que a mão apresenta
quando da realização de um sinal.
(Xavier, 2006, p.11)
Configurações de mão

(Ferreira-Brito; Langevin, apud Quadros e Karnopp, 2004, p.53)


MOVIMENTO
Movimento
TIPO DIRECIONALIDADE MANEIRA FREQUÊNCIA

CONTORNO UNIDIRECIONAL CONTÍNUO SIMPLES

NTERAÇÃO BIDIRECIONAL DE RETENÇÃO REPETIDO

CONTATO NÃO DIRECIONAL REFREADO

TORCEDURA DE
PULSO

DOBRAMENTO DE
PULSO

INTERNO DAS MÃOS (Com base em Quadros e Karnopp, 2004, p.56)


Fonologia das línguas de sinais
Locação – o local onde o sinal é realizado (Quadros, 2019)
• Espaço neutro
• Tronco: ombro, peito,
barriga, abaixo da cintura
• Face: cabeça, testa,
bochecha, nariz, queixo,
orelha, boca, olho
• Pescoço
• Braço
• Antebraço
• Mãos
Fonologia das línguas de sinais

• Finitude
• Recombinação
• Caráter contrastivo
(pares mínimos)
William Stokoe
Caráter contrastivo
Caráter contrastivo
Caráter contrastivo
Caráter contrastivo
Estudo comparativo de pares mínimos.

CM: Y CM: Y CM: R CM: M


M: Toque M: Toque M: Esfregar M: Esfregar
L: Nariz L: Queixo L: Dorso da mão L: Dorso da mão
Orientação da
palma da mão
• Proposto por Battison
(1978)
Expressões não manuais
Proposto por Lidell & Johnson (1989)
Caráter contrastivo
Identificação de alofonia (variação pessoal ou motivada)
Problemas do modelo de Stokoe

Sinais unitários: aspectos formacionais são estáveis. (L,


CM e OP são as mesmas, com ou sem M)

Sinais sequenciais: aspectos formacionais realizados em


sequencia. Com dois M, ou duas CM, ou duas L, ou
alteração da OP.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:

https://en.wikipedia.org/wiki/Stokoe_notation
Atenção!

• Por que utilizamos o termo


fonologia para falar de línguas
de sinais?
• Em que eram baseados os
estudos de Stokoe?
• Quais são os parâmetros da
Libras?
• O que são pares mínimos e
alofones?
Questão

A quantidade de mãos em
um sinal pode ser um
parâmetro distintivo?
Referências
QUADROS, Ronice M. Libras. Parábola: Florianópolis, 2019.

QUADROS, R. M. de & KARNOPP, L. Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísticos.


ArtMed: Porto Alegre, 2004.

XAVIER, André Nogueira. Descrição fonético-fonológica dos sinais da língua de sinais


brasileira (Libras). Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, 2006.

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