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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA TERCEIRA VARA CRIMINAL DA

CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE CEILÂNDIA/DF

Autos no. 2013.03.1.037140-0

EDMILSON CASIANO DA SILVA, devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, vem perante Vossa Excelência, por meio de seus advogados
infra-assinados, com fundamento no artigo 403, parágrafo 3 o. do Código de Processo
Penal, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS na forma de

MEMORIAIS ESCRITOS

pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

Conforme consta da denúncia, o réu foi acusado de ter cometido crime


descrito no artigo 15, caput, da Lei 10.826/2003, por duas vezes, por ter, em tese,
praticado a conduta delituosa a seguir transcrita:

“... No dia 11 de dezembro de 2013, por volta das 15h00min, na EQNN 22/24, Bloco D, lote
01, loja 01 – “Bar lá em casa”, Ceilândia Sul/DF, o denunciado EDMILSON CASIANO DA
SILV, agindo de forma livre e consciente, efetuou disparos, com arma de fogo, qual seja, 01
(uma) pistola PT 840, Marca Taurus, PT 840 E, calibre .40, com numero de série SDS86691,
a qual foi encontrada carregada com 12 (doze) munições, em via pública e em lugar
habitado.
No dia, hora e local acima descritos, o denunciado estava bebendo no referido bar, ocasião
em que foi até a porta do estabelecimento e efetuou um disparo para o alto e, logo após,
retornou para dentro do estabelecimento. Consta que policiais militares compareceram ao
local e, em seguida saíram. Algum tempo depois, o denunciado retornou para o interior do
bar, continuou bebendo e efetuou um outro disparo que atingiu o “bolão”e a mesa de
sinuca.
Uma guarnição da policia civil foi informada, via CIADE, sobre o ocorrido. Ao chegarem no
local abordaram o denunciado que estava dentro do seu veículo Renault/Clio, placa JUV –
0938/DF, totalmente embriagado.

Com base nesses fatos, foi imputado, ao acusado, o tipo penal supra
mencionado.

Após regular instrução do feito, com a oitiva de testemunhas e o


interrogatório do acusado, o Ministério Público requereu, em sede de alegações finais,
a condenação do réu nos moldes da denúncia.

Ocorre que após aprofundada análise dos autos e das provas lá


colacionadas, verifica-se que ao órgão acusatório não assiste razão, conforme passa a
expor:

DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DESCRITO NO ARTIGO 163 c/c ARTIGO 167,


todos do CP

De acordo com o conjunto probatório, os fatos investigados tiveram origem


em Auto de Prisão em Flagrante, fls. 05/32, em que foram ouvidas as seguintes
testemunhas MARCOS AURELIO DA SILVA, fls. 05; FREDERICO DIAS MACIEL, fls. 06;
MONICA PACHECO DA SILVA, fls. 07 e EMERSON FERREIRA RAMOS, fls. 08

O acusado foi devidamente citado, apresentou Resposta à Acusação e


foram, em Juízo, ouvidas as testemunhas MONICA PACHECO DA SILVA, fls. 94;
EMERSON FERREIRA RAMOS, fls. 95; MARCOS AURELIO DA SILVA, fls. 139 e o acusado
em seu interrogatório judicial, conforme fls. 140/140v.
MONICA PACHECO DA SILVA, esposa do acusado, inquirida às fls. 94
informou que:

“... que vive maritalmente com o réu; que não sabe o motivo de ter sido arrolada como
testemunha porque não presenciou os fatos; que estava trabalhando quando recebeu um
telefonema do acusado bêbado; que foi ao bar onde o r;eu estava; que o réu é policial
aposentado e portava arma no dia dos fatos; que chamou o acusado no bar e foi par o
carro à espera dele; que não ouviu disparo porque entrou no carro; que retornou ao bar
duas ou três vezes para chamar o réu mas ele não foi para o carro...”.

EMERSON FERREIRA RAMOS, dono do Bar, em suas declarações de fls. 95


informou que:

“... que é proprietário do Bar; que estava presente na hora dos fatos; que o réu chegou e
ingeriu bebida alcoólica, depois saiu e efetuou disparo na frente do bar; que depois de
pouco tempo o réu voltou pra dentro do bar; que nesse momento o depoente escutou
outro disparo efetuado pelo réu que acertou a bola branca de sinuca; (...); que antes do
segundo disparo havia algumas pessoas jogando sinuca e o som estava ligado, mas não
escutou barulho de briga ou de confusão; (...); que não viu o segundo disparo porque
estava de costas, mas uviu o barulho; que também só ouviu o primeiro disparo porque
estava dentro do estabelecimento(...) ...”. (grifos nossos)

O policial MARCOS AURELIO DA SILVA, fls. 139, informou que:

“... Que se recorda dos fatos narrados na denúncia; que estava na delegacia e recebeu a
noticia via rádio que um policial efetuou disparos de arma de fogo; que foi ao local
juntamente co Edson e Fred, policiais da delegacia; que chegando lá haviam populares em
frente ao bar e apontaram para o veículo Renault Clio; que o réu estava no veículo e a
esposa dele encostada no veículo e disse que houve uma confusão e o réu efetuou
disparos; que conversou com o dono do bar e ele confirmou que o réu efetuou disparos
com a arma; que o dono do bar disse que haviam dois desconhecidos no bar jogando
sinuca e Edmilson; que houve o disparo efetuado pelo réu; que os dois desconhecidos
saíram correndo; que a esposa do réu chegou logo em seguida e conduziu o réu até o
veículo onde o réu adormeceu; que a esposa do réu entregou a arma para o depoente;
(...)”

Em seu interrogatório, fls. 140/140v, o acusado esclarece que:

“... Que não conhece as provas dos autos; que não tem nada a declarar contra as
testemunhas arroladas na denúncia; que são parcialmente verdadeiros os fatos narrados
na denúncia; que efetuou somente um disparo no interior do bar; que desferiu o disparo
na mesa de sinuca; que o projétil acertou a mesa e o bolão de sinuca; que não se recorda
de ter efetuado outro disparo; que atirou pois havia bebido e estava com raiva da
mulher; que acha que também atirou por não ter gostado de alguma coisa que o dono
do bar falou; que estava portando uma pistola .40 registrada; que tinha porte de arma
(...); que saiu de casa com a arma carregada, mas não se recorda quantos cartuchos
tinha, mas acredita que eram treze; (...) que acha que efetuou o disparo na mesa para
danificá-la e no dia seguinte ressarciu o dono do bar; que se recorda de ter ressarcido o
dono do bar em R$ 160,00 (...) “ (grifos nossos).

O Laudo de Exame de Local, fls. 99/105, não trouxe informações fidedignas,


tendo em vista que o local foi limpo antes mesmo de a perícia lá chegar, sendo que os
vestígios do crime não foram aptos demonstrar a real dinâmica do ocorrido, apenas a
ocorrência do dano no estabelecimento, conforme se verifica das fotos anexadas.

O membro do Ministério Público apresentou suas Alegações Finais, às fls.


149/151, em que transcreveu as declarações das testemunhas e pediu, ao final, a
condenação do acusado.

Ocorre que não lhe assiste razão, devendo ser desclassificada a conduta
imputada ao acusado, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

O conjunto probatório mostra que não ficou demonstrado o dolo especifico


do artigo 15, caput, da lei 10.826, mas sim que o acusado efetuou um disparo dentro
do estabelecimento comercial, contra a mesa de sinuca, com o objetivo único e
exclusivo de danificá-la, o que de fato fez, tanto que ressarciu o dono do bar.

Em que pese a existência de diversas pessoas naquele estabelecimento, não


há nenhuma que tenha efetivamente visto os fatos, apenas o dono do bar, EMERSON,
informa ter ouvido o barulho do disparo e visto duas pessoas, que estavam na mesa de
sinuca, correndo.
Tendo havido a intenção do acusado de danificar o patrimônio de EMERSON,
a conduta a ele imputada deve ser desclassificada para aquela prevista no artigo 163,
caput, do CP.

O Código Penal estabelece como crime a conduta descrita no artigo 163, nos
seguintes termos:

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena – Detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
(...)

Pois bem, o tipo penal prevê o crime quando houver prejuízo material ou
moral causado a alguém por conta da deterioração ou destruição de seus bens. Como
foi no caso concreto ora analisado.

De acordo com as informações trazidas pelo acusado ao confessar


parcialmente os fatos da denúncia, justificando a realização de disparo apenas para
danificar o patrimônio do dono do estabelecimento comercial, clara a caracterização
do tipo penal mencionado tendo em vista que o “simples fato de destruir, inutilizar ou
deteriorar coisa alheia implica em vontade de causar prejuízo, logo abrangido pelo
dolo” necessário à caracterização daquele tipo penal. (NUCCI, Guilherme. Código Penal
Comentado, editora RT, 2010, p. 786).

Não havendo dúvidas da ocorrência do crime patrimonial supra


mencionado, torna-se necessária a análise do artigo 167 do CP, o qual estabelece que a
Ação Penal do crime de dano, em sua modalidade simples, é a privada, senão veja-se.
Estabelece aquele dispositivo legal:

Art. 167. Nos casos do art. 163, do no. IV do seu Parágrafo único e do art. 164, somente se
procede mediante queixa.
De acordo com tal dispositivo legal, somente a vitima EMERSON, caso
tivesse interesse poderia propor Queixa-Crime com o objetivo de instaurar a respectiva
persecução penal contra o acusado, sendo o Ministério Público parte ilegítima para tal.

Ademais, a queixa-crime deveria ter sido oferecida no prazo decadencial de


6 (seis) meses, conforme estabelece o artigo 38 do CPP, a contar da data do
conhecimento da autoria do fato. Não o fez, de forma que ocorreu a decadência de seu
direito, devendo o feito ser, portanto, arquivado e declarada extinta a punibilidade do
réu nos termos do artigo 107, inciso IV do CP.

DA INOCORRÊNCIA DO “PRIMEIRO DISM PARO

Enquanto que o disparo efetuado dentro do estabelecimento comercial é


inconteste, inclusive com o acusado tendo confessado sua ocorrência objetivando
danificar o patrimônio do dono do bar, verifica-se pelas provas dos autos que o
“primeiro disparo”não ocorreu.

Não há qualquer testemunha presencial do suposto disparo efetuado fora


do estabelecimento comercial e de acordo com as fotos constantes do Laudo de Exame
de Local, há grande quantidade de estabelecimentos e edifícios, bem como grande
quantidade de pessoas que se tal disparo tivesse existido, de fato alguém teria
testemunhado o ocorrido.

Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, da mesma forma


deve ser absolvido o réu, posto que as provas dos autos ensejam dúvida que inviabiliza
a condenação, senão vejamos.

DA ABSOLVIÇÃO PELO IN DUBIO PRO REO


Em que pese a certeza da não caracterização do ilícito imputado pela
ausência de seus elementos constitutivos, caso Vossa Excelência entenda que tais
aspectos não devam ser discutidos, da mesma forma o acusado deverá ser absolvido,
pela falta de um conjunto probatório consistente à condenação do réu.

O sistema processual penal acusatório é adotado no processo penal


brasileiro, que é aquele no qual o juiz é um sujeito passivo rigidamente separado das
partes, devendo existir paridade no debate entre a acusação e defesa, sendo que o
ônus probatório compete, exclusivamente, à acusação, e, no final, é solucionado pelo
julgador com base em sua livre convicção, vinculada às provas produzidas nos autos do
processo.

A adoção, na Constituição Federal, do sistema penal acusatório é


evidenciada pela consagração do princípio da presunção de inocência, o qual, com as
consequências que lhe são inerentes, consiste em fundamento sistemático e estrutural
do processo acusatório, base de um modelo processual penal que tenha como objetivo
respeitar a dignidade e os direitos essenciais do indivíduo.

De acordo com Aury Lopes Jr., em sua obra Direito Processual Penal e sua
Conformidade Constitucional. 8 ed. V. 1. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011, p. 177, a
presunção da inocência trata-se de “princípio reitor do processo penal e, em última
análise, podemos verificar a qualidade de um sistema processual através do seu nível
de observância (eficácia)”.

Por sua vez, Luigi Ferrajoli, menciona que a presunção de inocência é um


“princípio fundamental de civilidade, fruto de uma opção garantista a favor da tutela
da imunidade dos inocentes, mesmo que isto acarrete na impunidade de algum
culpado, pois, ao corpo social, basta que os culpados sejam geralmente punidos, sob o
prisma de que todos os inocentes, sem exceção, estejam a salvo de uma condenação
equivocada” (FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: Teoria do Garantismo Penal. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2002, p. 441.)

O princípio do in dubio pro reo já estava previsto na Declaração dos Direitos


do Homem e do Cidadão promulgada em 1789, que em seu artigo nono estabelecia:
“Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado”.m Posteriormente, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pela Organização das Nações
Unidas, em 1948, também assegurou tal garantia ao referir que:
“Art. XI. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida
inocente, até que a culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento
público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua
defesa.”

Na Constituição da República Federativa do Brasil, assim está previsto o


princípio:
“Art. 5 º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;”

Tal dispositivo assegura ao réu, o direito de ser considerado inocente até


que sentença penal condenatória venha a transitar formalmente em julgado, servindo
como um fundamental postulado de segurança jurídica face ao Estado.

Por outro lado, o referido princípio requer que o julgador mantenha uma
posição negativa em relação ao acusado, e, ainda, uma postura positiva, na medida em
que não o considere culpado, mas, principalmente, trate-o efetivamente como
inocente. Assim, em caso de dúvida, a decisão seja dada em prol do acusado, pois um
juízo condenatório deve ser baseado em um lastro mínimo de certeza.

Nesse sentido já entendeu o Supremo Tribunal Federal:


“O postulado constitucional da não culpabilidade impede que o Estado trate, como se
culpado fosse, aquele que ainda não sofreu condenação penal irrecorrível. A prerrogativa
jurídica da liberdade – que possui extração constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não
pode ser ofendida por interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais, que, fundadas em
preocupante discurso de conteúdo autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente,
em detrimento de direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da
República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate de pessoa acusada da
suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha sentença penal condenatória
irrecorrível, não se revela possível – por efeito de insuperável vedação constitucional (CF,
art. 5º, LVII) – presumir-lhe a culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado,
qualquer que seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que
exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em julgado. O princípio
constitucional da não culpabilidade, em nosso sistema jurídico, consagra uma regra de
tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito,
ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já houvessem sido condenados,
definitivamente, por sentença do Poder Judiciário. Precedentes”. (STF, Habeas Corpus n.°
89.501/GO. Órgão Julgador: Segunda Turma. Relator: Ministro Celso de Mello. Julgado em
12 dez 2006. Publicação/Fonte: DJ de 16 mar 2007.)

Desta forma, em relação ao fato delituoso e à sua autoria, o onus probatório


recai exclusivamente sobre a acusação, restando à defesa a demonstração de
excludentes de ilicitude e culpabilidade, em casos nos quais se façam presentes tais
alegações, daí origina-se o in dubio pro reo: sendo o acusado presumivelmente
inocente e cabendo o ônus probatório ao acusador, é necessário, para a imposição de
uma sentença condenatória, que se prove, além de qualquer dúvida razoável, a culpa
do acusado.

Subsistindo dúvida, tem-se que a acusação não se desincumbiu do ônus que


lhe cabe, restando inafastável a absolvição do acusado, já que, sem demonstração
cabal de sua culpa, prevalece a inocência presumida.

O princípio in dubio pro reo busca garantir que, sem provas suficientes dos
elementos, tanto subjetivos quanto objetivos, do fato típico e ilícito, não seja possível a
aplicação de pena. A insuficiência da prova equivale à subsistência de uma dúvida
positiva e invencível sobre a existência ou inexistência de determinado fato ou de sua
autoria.
Esse é o caso dos autos do presente processo, o que enseja a absolvição do
acusado, com fundamento no artigo 386, inciso VI do CPP.

DOS PEDIDOS

Por todo exposto requer:

A) a DESCLASSIFICAÇÃO da conduta descrita como “segundo disparo” para o


tipo penal descrito no artigo 163 do CP e, pela falta do oferecimento da Queixa-Crime
no prazo decadencial do artigo 38 do CPP, requer que seja declarada a EXTINÇÃO DO
FEITO, com fulcro no artigo 107, inciso IV do CP.

B) requer a ABSOLVIÇÃO do acusado, com fundamento no artigo 386, inciso


I do Código de Processo Pena, quanto ao “primeiro disparo”;

C) caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, quanto ao


“primeiro disparo” requer a ABSOLVIÇÃO do acusado, com fundamento no artigo 386,
inciso VII do Código de Processo Penal

Nestes termos, requer deferimento.

Brasília/DF, 12 de junho de 2015.

Cristina Alves Tubino Andréia Limeira Lima Rego


OAB/DF 16.307 OAB/DF 45.090

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