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ALTERAÇÕES DA IRRIGAÇÃO CARDÍACA:

Doença coronária
Enfarte do miocárdio

DOENÇA CORONÁRIA

Irrigação deficiente (isquémia) e consequente diminuição do aporte de oxigénio (hipoxia) ao


músculo cardíaco, devido a constrição ou oclusão de uma ou mais artérias coronárias.

Manifestações:

Alterações do ritmo cadíaco


Insuficiência cardíaca: incapacidade do coração em bombear para a circulação um volume
de sangue suficiente para suprir as necessidades do organismo.
Episódios de angina de peito: Dor torácica que dura desde alguns segundos até alguns
minutos, acompanhada de uma sensação de opressão e aperto. A dor na maioria das vezes
irradia para o braço esquerdo. Esta dor deve-se a um estreitamento dos vasos coronários
que origina a uma diminuição do aporte de O2 ao músculo cardíaco.
Enfarte do miocárdio: manifestação aguda mais grave da doença coronária, caracterizada
por uma necrose circunscrita do tecido muscular caardíaco, em consequência de uma
isquémia (irrigação insuficiente).
Morte súbita

Diagnóstico:

Eliminar a hipotese de EAM através de: avaliação regular do pulso e a pressão arterial;
efectuar ECG em repouso e colher amostras de sangue para doseamentos repetidos das
enzimas cardíacas.
Quando a hipótese de EAM : proceder a outros exames cardíacos: prova de esforço;
monitorização do ECG de 24h – Holter e ecocardiografia. A angiografia coronária e a
cintigrafia do miocárdio permitem uma melhor avaliação da gravidade da doença. É feito o
doseamento dos lípidos sanguíneos para se verificar se há hipercolesterolémia (factor de
risco).

Tratamento: O objectivo das medidas terapêuticas é melhorar o aporte de oxigénio ao


miocárdio.

Medicação
Angioplastia coronária transluminal percutânea (ACTP)
Cirurgia coronária

ENFARTE DO MIOCÁRDIO

Manifestação aguda mais grave da doença coronária, caracterizada por uma necrose
circunscrita do tecido muscular caardíaco, em consequência de uma isquémia (irrigação
insuficiente).
Etiologia: O EAM resulta da oclusão de uma ou mais artérias coronárias ou dos seus ramos,
geralmente em consequência da formação de um trombo num segmento do vaso alterado
pela arteriosclerose. Ao miocárdio irrigado pelo vaso ocluído deixará de ser fornecida a
quantidade de O2 adequada. Após 3 a 6h instala-se uma necrose irreversível do tecido
muscular afectado.
Sintomas:

Dor retroesternal violenta acompanhada de agitação e angusia de morte


Dor torácica que pode irradiar para os braços, abdómen, entre as omoplatas ou para a
mandíbula inferior.
Náuseas e vómitos
Palidez, coloração acinzentada e suores frios ao nível do rosto
Face desfigurada pela angústia
Dispneia, na posição de sentado ou deitado
Colapso circulatório súbito, com possível perda de consciência e choque cardiogénico.

Diagnóstico: No caso de se verificarem 2 dos 3 critérios seguintes, deve considerar-se o


diagnóstico de enfarte:

ECG típico de enfarte


Sintomatologia clínica característica
Aumento característico das enzimas do músculo cardíaco.

Há grande probabilidade de enfarte quando:

CPK totais > 80 U/l


SGOT (TGO) > 19 U/l
HBDH > 135 U/l

Comprova-se a existência de enfarte quando:

Troponina T positiva
CPK-MB > 6-10% da taxa de CPK-total aumentada

Nota: lesões musculares causadas por queda ou Injecção IM também provocam aumento da
CPK!

Complicações:

Choque cardiogénico: falência do sistema circulatório que pode ser fatal, em consequência
de um deficit do aporte de oxigénio ao organismo originado por uma falência cardíaca
primária. Os principais sintomas são: insuficiência cardíaca, taquicardia, pressão sistólica ≤
90 mmHg, alteração do estado de consciência, suores frios, palidez e oligúria.
Alterações do ritmo cardíaco
Insuficiência cardíaca esquerda
Aneurisma da parede cardíaca e rotura do miocárdio
Enfarte reincidente

Intervenções:

Iniciar a reanimação imediata


Avisar o médico
Posicionar o doente com tórax elevado
Retirar vestuário apertado
Controlar SV. Se possível conectar a um monitor
Administrar O2 (2-4 l/min)
Se a PA sistólica for > 110 mmHg administrar 1-2 bombadas de um spray com nitroglicerina,
seguido da administração de nitroglicerina em perfusão por seringaelectrica.
Combater a dor
Sedar o doente
Administrar heparina por via IV
Em caso de choque administrar uma catecolamina em perfusão por seringa eléctrica
Administrar medicação para combater a hipertensão ou regularizar eventuais alterações do
ritmo cardíaco.
Proceder a um cateterismo venoso central
Preparar material para colheita de sangue
Transferir o doente para a unidade de cuidados intensivos, onde, se necessário, se irá
realizar terapia fibrinolítica.

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