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Dissertação de Mestrado
Aprovado por:
_____________________________________
Maria Augusta Almeida Bursztyn, Doutora em Ciências da Água (Universidade de Paris VI)
(Orientadora)
_____________________________________
Armando Caldeira Pires, Doutor em Engenharia Mecânica (Universidade Técnica de Lisboa)
Examinador Interno
_____________________________________
Demétrios Christofidis, Doutor em Política e Gestão Ambiental (CDS/UnB)
Examinador Externo
Os comitês de Bacia Hidrográfica: Lições da Experiência de Minas Gerais, 185 p., 297 mm,
(UnB-CDS, Mestre, Política e Gestão Ambiental, 2003).
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação e emprestar ou
vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros
direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação de mestrado pode ser reproduzida sem a
autorização por escrito do autor.
______________________________
Eliana Fortis Silveira Anjos
DEDICATÓRIA
À minha orientadora, Maria Augusta Almeida Bursztyn pela orientação segura e direcionada do
trabalho.
Ao Dr. Raymundo José Santos Garrido, pelo apoio profissional e institucional oferecido.
Ao Dr. Antônio Félix Domingues, pela solidariedade de apoio de dois anos ao meu programa de
trabalho.
RESUMO
Este estudo aborda temas relativos às políticas públicas de gestão dos recursos hídricos
em nível nacional e estadual com enfoque na formação e constituição dos comitês de bacias
hidrográficas federais e do estado de Minas Gerais.
Foi elaborada uma análise crítica da situação atual dos comitês, apresentando, a
problemática na sua formação e instalação, aspectos positivos, pontos críticos, deficiência de
corpo técnico e problemas de ordem institucional. Algumas recomendações também foram
apresentadas visando contribuir para uma melhor estruturação do órgão gestor e do processo de
mobilização.
ABSTRACT
This study deals with themes related to public policies in management of water resources
at national and state level with focus on formation and constitution of federal and Minas Gerais
state watershed committees.
For that, it was presented information about the national problematic with emphasis on
evolution in the water resources questions and in the main problems in committee formation.
The apparatus in law nº 9,433, from January 8 of 1997, which preconizes the National
Water Resource Policy and the interface about the institutional picture in the present federal and
state water resources management were analyzed in the perspective of implementation of a
decentralized and participative management that, in despite of, to maintain the responsibilities of
federal and state levels in respect to proportionate means which possibility an adequate water
resources management, transfer to the community, represented by the watershed committee, the
responsibility in deciding about what to do and what means will be used to the objectives
consecution.
It was elaborated a critical analysis about the present committees situation, presenting the
problematic in its formation and installation, positive aspects, critical points, personnel
deficiency and institutional problems. Some recommendations were also presented in order to
contribute to a better structuring in the management organism and to the mobilization process.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO________________________________________________________ 14
5.1 Comitês de bacia hidrográfica legalmente instituídos no estado de Minas Gerais _ 101
CONCLUSÕES_______________________________________________________ 128
Quadro 3.1 - Estados brasileiros que editaram suas leis estaduais antes da promulgação da lei federal 9.433/97. 62
Quadro 3.2 - Estados brasileiros que editaram suas leis estaduais após a promulgação da lei federal 9.433/97__ 62
Quadro 6.1 - Composição do CBH Velhas ______________________________________________________ 102
Quadro 6.2 - Composição do CBH Mosquito _____________________________________________________ 104
Quadro 6.3 - Composição do CBH Araguari_____________________________________________________ 105
Quadro 6.4 - Composição do CBH Paracatu _____________________________________________________ 107
Quadro 6.5 - Composição do CBH Pará ________________________________________________________ 109
Quadro 6.6 - Composição do CBH Caratinga.____________________________________________________ 110
Quadro 6.7 - Composição do CBH Verde________________________________________________________ 111
Quadro 6.8 - Composição do CBH Paraopeba ___________________________________________________ 113
Quadro 6.9 - Composição do CBH Sapucaí. _____________________________________________________ 114
Quadro 6.10 - Composição do CBH Araçuaí _____________________________________________________ 115
Quadro 6.11 - Composição do CBH Piracicaba __________________________________________________ 117
Quadro 6.12 - Composição do CBH Mogi-Guaçu/Pardo____________________________________________ 119
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
Art. - Artigo;
Dec. - Decreto;
FIRJAN - Comercial do Rio de Janeiro, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Inc. - Inciso;
A lei federal 9.433 de 1997 insere-se no longo processo de regulamentação dos recursos
hídricos brasileiros iniciado, há quase 70 anos,com a promulgação do Código de Águas. Durante
esse período, o País modificou-se em profundidade. A população cresceu significativamente, a
economia desenvolveu-se e a sociedade deixou de ser agrária, tornando-se industrial,
majoritariamente urbana. Essas mudanças resultaram em grande pressão sobre os recursos
hídricos disponíveis, devido ao aumento da demanda e às novas modalidades de uso.
Considerando que um dos maiores desafios que devemos enfrentar nas próximas décadas,
será com certeza a exploração racional dos recursos hídricos, é oportuno enfatizar que a
implementação de uma adequada política de gestão das águas torna-se uma medida de
indiscutível valor estratégico e, em conseqüência, um dever do poder público.
Várias unidades da federação, tendo em vista o fato de serem detentoras de domínio sobre
as águas estaduais, aprovaram suas respectivas leis de organização administrativa para o setor de
recursos hídricos, encontrando-se, alguns deles, em avançado estágio de regulamentação.
Tais políticas, amparadas pela lei federal, vêm norteando a gestão integrada dos recursos
hídricos, sendo que em muitos estados a lei já se encontra regulamentada e com alguns
instrumentos de gestão sendo implementados, tais como: outorga, planos de recursos hídricos,
enquadramento de corpos d’água e sistema de informações.
A proposta dessa nova política constituiu-se num marco institucional no país, por
incorporar fundamentos, instrumentos e um sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos universalmente aceitos e praticados em muitos países. Destaca-se a gestão
descentralizada e a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
A carga significativa das competências do poder público, exigindo a sua alta dialogação e
presença em diferentes setores, tanto públicos como privados, levou o governo federal a propor a
instituição da Agência Nacional de Água – ANA, por força da lei nº 9.984 de 17 de julho de
14
2000, para implementação da política nacional de recursos hídricos, tendo em vista a necessidade
imediata de apoiar o setor de recursos hídricos.
O Brasil conta hoje com mais de 80 comitês de bacias criados em âmbito estadual e
federal e outros tantos em diferentes estágios de implantação. É preciso ter presente que a mera
multiplicação de comitês de Bacias, por si só, não garante uma efetiva ação e tampouco uma
participação eficiente. Ao contrário, caso não funcionem adequadamente, tais comitês podem
desgastar o processo participativo e gerar descrença por parte da sociedade.
Este estudo foi elaborado com o objetivo principal de apresentar os comitês de bacias
hidrográficas instalados no estado de Minas Gerais, visando detectar os avanços e impasses da
sua implementação. Estabeleceu-se como objetivos específicos:
15
Para elaboração desta dissertação, foi realizado um vasto levantamento de dados da
evolução da gestão de recursos hídricos no Brasil, pesquisas bibliográficas abrangendo diversos
trabalhos sobre a formação e instalação de comitês de bacias hidrográficas, coleta de
informações sobre o estado da arte dos comitês federais e estaduais, com destaque ao estado de
Minas Gerais.
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1. MARCO DE REFERÊNCIA CONCEITUAL
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Considerando que o modo como se dá o uso dos recursos naturais é determinante no
processo de construção de um desenvolvimento sustentável, em quaisquer de suas dimensões,
faz-se necessário que a sociedade, de modo geral, internalize a idéia segundo a qual os recursos
naturais apenas estarão disponíveis, para esta geração ou para as vindouras, se utilizados de
modo racional e em consonância com os respectivos tempos de regeneração e reposição. O fato é
que a observância a esses “tempos” muitas vezes não se adequa às necessidades de reprodução
do capital para o atendimento às necessidades associadas ao crescimento populacional, gerando
situações que ameaçam espécies e condições naturais em todo o planeta. A adequação das
atividades humanas a esses “tempos” é um dos grandes desafios do processo de desenvolvimento
sustentável.
Atualmente, parte significativa dos danos causados à base dos recursos naturais do
planeta é fruto do desconhecimento ou da negligência dos diferentes atores sociais em relação à
observância da capacidade–suporte dos ecossistemas. A questão central da conservação dos
recursos naturais está, portanto, no desafio de implementar meios de gestão que lhes garantam a
sustentabilidade.
A gestão sustentável dos recursos naturais requer posturas mais abrangentes do governo e
da sociedade como condições indispensáveis à sua implementação. A gestão dos recursos
naturais, somente poderá ser implementada com a participação dos diferentes atores sociais que,
direta ou indiretamente, atuam no processo de utilização dos recursos naturais. É essencial
estabelecer mecanismos que permitam essa participação, desde a definição do objeto da gestão
até a execução das atividades de monitoramento e fiscalização, passando pelos processos de
licenciamento e pelos critérios e limites a serem adotados. Para efetivação dessa participação, é
preciso que as informações derivadas do exercício da gestão possam ser adaptadas aos diferentes
públicos a que se destinam, criando as condições de comunicação necessárias ao entendimento
dos meios e dos objetivos da gestão pretendida.
Trata-se de permitir que agentes governamentais locais, com poder de decisão, assumam,
em conjunto com os agentes sociais, a construção de uma pauta de atividades que leve à gestão
sustentável dos recursos naturais.
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1.2 Os valores ecológico e econômico da água
A água representa um grande valor ecológico, uma vez que estabelece as bases para que
os diversos ecossistemas sejam eles aquáticos ou terrestres, tenham possibilidades de vida.
Tudo isto destaca a enorme importância de manter um bom equilíbrio global da água, já
que todos os processos mencionados têm uma permanente interação e uma decisiva influência
mútua. Por exemplo, de nada serviria fazer a gestão dos recursos hídricos em uma pequena
localidade, de maneira isolada, se no seu entorno as atividades estão desequilibradas.
Por este motivo, é preciso que se respeite e cuide o ciclo da água em todo o planeta Terra
e que se considerem os elementos de suas diversas etapas para conseguir que continue sendo o
valioso motor e base da vida.
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Smith1 desenvolveu o paradoxo do diamante e a água. Este paradoxo considera que
apesar de a água ser extremamente útil para os seres humanos e essenciais para a manutenção da
vida, entretanto, é depreciada e vendida excessivamente barata. Contraditoriamente, os
diamantes, cuja utilidade real para a vida é nula e servem unicamente em sua condição de jóia,
são vendidos a preços altíssimos.
1
Smith, Adam. Economista, “O paradoxo do diamante e a água” século XVIII.
21
seus escassos recursos e que atuem de maneira conjunta para preservar e recuperar aqueles
mananciais ameaçados ou degradados
22
Para uma melhor compreensão do conceito, definem-se abaixo alguns dos termos
abordados (Lanna,1995):
23
podem ser relacionadas à conservação do solo como forma de promover a produtividade dos
cultivos tradicionais sazonais.
2
A bacia hidrográfica é o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A
idéia de bacia hidrográfica está associada à noção da existência de nascentes, divisores de águas e características dos
cursos de água, principais e secundários, denominados afluentes e subafluentes. Uma bacia hidrográfica evidencia a
hierarquização dos rios, ou seja, a organização natural por ordem de menor volume para os mais caudalosos, que vai
das partes mais altas para as mais baixas. As bacias podem se classificadas de acordo com sua importância, como
principais (as que abrigam os rios de maior porte), secundárias e terciárias; segundo sua localização, como litorâneas
ou interiores. Em bacias de inclinação acentuada como a do Rio Colorado, nos Estados Unidos, o processo de busca
do perfil de equilíbrio fluvial tende a estreitar a área da bacia. De forma contrária, bacias de inclinação baixa como a
do Rio Amazonas tendem a ser mais largas.(Rede das Águas).
3
Tonet, H.C., Lopes, R.G.F. Alternativas organizacionais mais adequadas para viabilizar o uso dos instrumentos de
avaliação de impactos ambientais e gerenciamento de bacia hidrográfica. IBAMA, Brasília.
24
de um comitê de Bacia Hidrográfica no qual participem representantes de
instituições públicas, privadas, usuários, comunidades e de classe políticas e
empresariais atuantes na bacia. Esse comitê tem a si assegurada a análise e
aprovação dos planos e programas de investimentos vinculados ao
desenvolvimento da bacia, permitindo o cotejo dos benefícios e custos
correspondentes às diferentes alternativas.
Uma outra constatação surge de uma reflexão sobre as causas da falência dos modelos
historicamente adotados para o Gerenciamento das Águas. Uma delas é que, como é dito
popularmente “as leis muitas vezes não pegam” ou seja, apesar de existirem, nem sempre são
acatadas. Existem formas de corrigir este problema. Uma é reforçar o poder de polícia das
entidades responsáveis, o que exige grandes investimentos em pessoal e equipamentos, e a
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tomada de medidas coercitivas impopulares e de difícil sustentação política. Outra, mais
racional, é fazer com que os agentes entendam as razões da existência das leis e de que forma
suas infrações poderão afetar o bem-estar das gerações presentes e futuras. A constituição de
um comitê com atribuições no Gerenciamento das Águas de uma bacia é uma das formas de
se obter este entendimento fazendo com que cada participante controle sua própria atuação,
impeça a atuação anti-social de outros, e reforce a atuação das entidades com atribuições de
controle, visando o bem comum dos interessados na bacia hidrográfica (Setti, 1999).
O Capítulo 23 da Agenda 21 – documento assinado por 170 países durante a Eco 92,
considerado o maior esforço conjunto de governos de todo mundo para identificar ações que
aliem o desenvolvimento à proteção ambiental – destaca o papel do cidadão na defesa do meio
ambiente.
A sociedade brasileira vem se mobilizando para participar da gestão das águas desde o
início das discussões em torno da elaboração do aparato legal da área de recursos hídricos. Essa
mobilização acontece tanto por meio de organizações civis não governamentais de âmbito
nacional, quanto por ações pontuais que ocorrem no meio escolar e municipal visando a
conservação e preservação da água. É crescente o número de atividades esparsas no país visando
a conscientização da sociedade a respeito dos problemas ambientais e, principalmente, da
necessidade de água de boa qualidade.
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A crescente valorização da gestão participativa vem ao encontro dos estudos que
demonstram que apesar de grupos serem mais lentos do que indivíduos isolados na tomada de
decisões, a probabilidade de acertos aumenta. Ademais, as pessoas estão sempre mais dispostas a
aceitarem uma decisão que elas auxiliaram a tomar. Entretanto, obstáculos podem surgir em
nível de grupos decisórios, como o desequilíbrio de forças entre indivíduos ou setores
representados, indivíduos mal preparados e informados, indivíduos desinteressados, pouco
sensíveis ou com baixa competência interpessoal, além de processos de interação ineficientes.
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Segundo Lanna (1995) a gestão participativa deve estar inserida em uma rede de
decisões:
- Decisões colaborativas ou consultivas: são tomadas por grupos aos quais foram
concedidas responsabilidades e autoridade, exigindo discussões, diálogo e
conscientização dos indivíduos.
- Decisões de grupos potencializados: são tomadas por grupos que receberam poderes
para decidir sem aprovação ou revisão de níveis hierárquicos superiores.
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funções e objetivos entre diferentes atores de diferentes escalas de atuação) e vulnerável à
manipulação de interesses pessoais, territoriais e setoriais. A geração de novos “núcleos de poder
e decisão” sem a aplicação e o controle dos reais objetivos de defesa dos interessados comuns em
nível de bacia hidrográfica, pode atrasar ou mesmo retroceder a resolução de conflitos e
problemas ambientais.
Mesmo tendo em mente tais riscos, considera-se que um dos pilares da gestão racional da
água tem sido internacionalmente defendido como sendo a abertura dos sistemas nacionais à
participação dos atores locais e à aplicação do princípio da subsidiariedade (Magalhães, 2002).
Para isto, a viabilização dos CBH depende, dentre outros, da disponibilidade de dados ambientais
em escala, linguagem e apresentação compatível com a realidade dos decisores. No Brasil, a
carência de bases de dados e o mau aproveitamento das bases de dados existentes fazem parte do
histórico do processo de gestão ambiental nacional. Essa situação tem-se desenhado em função
de uma conjugação de fatores, dentre os quais, a efetivação de uma estrutura nacional integrada e
coerente de armazenamento e troca de dados sobre água em nível inter e intra-institucional (um
sistema nacional de informações sobre recursos hídricos) (Lima, 2001).
Um dos países com maior tradição de gestão participativa da água é a França, fato que se
verifica principalmente via organismos de bacia. As raízes do atual modelo de gestão remontam
a 1964, sendo atualmente marcado por um conjunto de vários níveis de intervenção integrados:
as unidades territoriais intrabacia, as bacias hidrográficas, as comunas, os departamentos, as
regiões e o Estado. Nessa estrutura descentralizada baseada na aplicação do princípio da
subsidiariedade, os comitês de bacia são considerados como “parlamento da água” nos quais a
gestão participativa e democrática é operacionalizada a partir da representação de todos os
setores da sociedade (coletividades territoriais, usuários da água, sociedade civil organizada,
poder público). Os comitês de bacia na França visam elaborar as orientações da gestão das bacias
e avaliar e aprovar os programas de ação qüinqüenais elaborados pelas Agências de água, seus
braços executores.
Mesmo países de antiga tradição “participativa” como a França, têm sofrido uma
intensificação de pressões sociais para uma maior abertura à participação social na gestão da
água, fato muitas vezes motivado pela crise de confiança dos usuários em relação à qualidade e à
transparência dos serviços públicos. No caso da França, as pressões sociais por mais
transparência e qualidade dos serviços prestados motivou as companhias operadoras à evoluir em
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suas relações com a sociedade, passando da tradicional referência do cidadão-usuário para a
noção do cidadão-consumidor ou cliente. Nesse caso, os cidadãos deixam de ser vistos como
atores passivos do sistema, para serem valorizados como atores responsáveis pela existência dos
serviços e, portanto, com direito à informação e à opinião sobre o desempenho dos serviços.
De acordo com Lima (2001) o poder resulta de uma conquista a partir de uma relação de
forças construída com as autoridades (pressão), ou como resposta a uma proposição por
iniciativa das autoridades. O processo pode ocorrer sob variadas formas, incluindo o poder de
criação e difusão de informação, o poder de opinião e o poder de decisão, este último o grau mais
elaborado de cogestão. Estes poderes são, por sua vez, exercidos via diversos mecanismos
participativos, nos quais a liberdade de expressão é mais ou menos regulada.
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CEEIBH, que juntamente com o encaminhamento do Projeto de Lei federal 2249/91, que
resultou na lei federal 9.433/97, constituíram marco histórico no processo de gerenciamento dos
recursos hídricos no Brasil.
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2. EVOLUÇÃO DA QUESTÃO HÍDRICA NO BRASIL
Passadas mais de duas décadas, a iniciativa foi retomada pelo Governo Provisório
instalado após a Revolução de 1930. Criou-se, no âmbito da Comissão legislativa desse governo,
uma Subcomissão do Código de Águas, encarregada de elaborar um novo projeto. Desta vez a
iniciativa prosperou e, em 10 de junho de 1934 o Código de Águas foi promulgado, poucos dias
antes da Constituição Federal de 1934.
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O marco histórico do início do processo de gerenciamento dos recursos hídricos no Brasil
pode ser considerado como sendo a edição do Decreto Federal Nº 24.634/34, cuja concepção
tratava a água mais como um insumo industrial e fonte geradora de energia, do que como um
bem natural de utilidades múltiplas.
A concepção do Código de Águas (só alterada cinqüenta e quatro anos depois, com a
Constituição Federal de 1988), estabelecia o domínio da União, dos Estados, dos Municípios e
também o domínio privado sobre (“águas particulares”), que segundo o Art. 8º do Código,
seriam “as nascentes e todas as águas situadas em terrenos que também o sejam, quando as
mesmas não estiverem classificadas entre as águas comuns de todos, as águas públicas ou as
águas comuns”, acabou por se constituir na diretriz política básica do processo de utilização do
recurso natural água, ao longo desse período.
Com relação ao aproveitamento das águas públicas, o Código assegura "o uso gratuito de
qualquer corrente ou nascente de água, para as primeiras necessidades de vida" (art. 34) e
permite "a todos usar de quaisquer águas públicas conformando-se com os regulamentos
administrativos" (art. 36). Dispõe que "as águas públicas não podem ser derivadas para as
aplicações da agricultura, da indústria e da higiene, sem a existência de concessão administrativa,
no caso de utilidade pública e, não se verificando esta, de autorização administrativa, que será
dispensada, todavia, na hipótese de derivações insignificantes" (art 43) e que "a concessão para o
aproveitamento das águas que se destinem a um serviço público será feita mediante concorrência
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pública, salvo nos casos em que as leis ou regulamentos a dispensem" (art. 44) Determina que,
quando o uso depender de derivação, terá "em qualquer hipótese para o abastecimento de
populações" (art. 36) e que "a concessão, como a autorização, deve ser feita sem prejuízo da
navegação, salvo" nos casos que prevê (art. 48). Estabelece que "em regulamento administrativo
se disporá sobre as condições de derivação, de modo a se conciliarem quanto possível os usos a
que as águas se prestam" (art. 51 "caput" combinado com a alínea a).
Aos quase setenta anos, o Código de Águas permanece válido, apesar de diversos
dispositivos seus não haverem sido regulamentados. Não se faz necessário um novo código,
como muitos argumentam, mas a "revisão, atualização e complementação" do atual, conforme
conclusão, em outubro de 1984, de Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos
Deputados destinada a examinar a utilização de recursos hídricos no Brasil. É preciso dividi-lo
em dois códigos, o de águas, propriamente dito, e o dos serviços de energia elétrica, acabando a
vinculação legal entre recursos hídricos e energia elétrica.
34
sobre os mesmos serviços" (art. 62); "as concessões ou autorizações para derivação que se
destine à produção de energia elétrica serão outorgadas pela União." (art. 63); e "o Serviço de
Águas do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Ministério da Agricultura, é o órgão
competente do Governo Federal para: a) proceder ao estudo e avaliação da energia hidráulica do
território nacional; b) examinar e instruir técnica e administrativamente os pedidos de concessão
ou autorização para a utilização da energia hidráulica e para a produção, transmissão,
transformação e distribuição da energia elétrica; c) fiscalizar a produção, a transmissão, a
transformação e distribuição de energia elétrica; d) exercer todas as atribuições que lhe foram
conferidas por este Código e seu regulamento" (art. 144).
Essa realidade acarretou uma subordinação da gestão da água aos interesses dos serviços
de energia elétrica, em prejuízo dos outros setores usuários e da gestão integrada dos recursos
hídricos. As hidrelétricas, em sua grande maioria, foram construídas visando exclusivamente à
produção de energia, apesar de o Código de Águas dispor, em seu art. 143, que “em todos os
aproveitamentos de energia hidráulica serão satisfeitas exigências cauteladoras dos interesses
gerais”:
b) da salubridade públicas;
c) da navegação;
d) da irrigação;
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A regulamentação dada ao Código de Águas privilegiou os serviços de energia elétrica,
favorecendo seu desenvolvimento em nosso país e o aproveitamento de nosso abundante
potencial de energia hidráulica. O estabelecimento de regras claras para os serviços de
eletricidade possibilitou sua organização em bases empresariais, com gestão e suporte financeiro
adequados a essa atividade, que se caracteriza por investimentos de vulto, com longo prazo de
retorno.
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cursos de água da União e o estudo integrado e o acompanhamento da utilização racional dos
recursos hídricos.
Em diversas bacias hidrográficas de rios com águas de domínio da União foram criados
Comitês Executivos, vinculados ao CEEIBH. O apoio do DNAEE no processo, elaborando
estudos e diagnósticos que serviram de base para os trabalhos dos comitês, foi a razão do
importante impulso que receberam na sua fase inicial. O bom funcionamento dos comitês
dependeu, em grande parte, do apoio que receberam de entidades estaduais que suportaram a
presidência e a secretaria executiva. O comitê da Bacia do Rio Paraíba do Sul, por exemplo, teve
o apoio da SABESP inicialmente à presidência e depois a sua secretaria executiva ao longo de
quase 20 anos. A criação do comitê paulista do rio Paraíba do Sul, em 1994, colocou em questão
a existência do CEIVAP no modelo centralizador com que foi constituído em 1978, mas a sua
extinção somente ocorreu, de fato com o Decreto nº 1.842, de 22 de março de 1996, que instituiu
o Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul-CEIVAP. Pode-se dizer
que a razão foi a mesma do Comitê do Alto Tietê, do Acordo MME/CESP, isto é, falta de
representatividade política dos participantes.
A partir de 1983, por razões políticas, o Comitê do Alto Tietê entrou em declínio, que se
acentuou a partir da criação do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do
Estado de São Paulo, por lei, em 1991. A razão básica desse declínio e posterior extinção foram
de natureza política: criado em período de centralização e autoritarismo, foi objeto de rejeição a
partir da eleição direta do Governador do Estado, em 1983, rejeição essa que aumentou a partir
da criação do comitê paulista, visto como democrático e participativo.
Outro caso que pode ser citado é o do Comitê do Paranapanema, sustentado pela CESP
como estratégia da empresa para conciliar os conflitos entre essa empresa e o estado do Paraná,
tendo em vista as desapropriações de terras inundadas pelas usinas construídas por essa empresa.
Resolvido este problema, o comitê começou a declinar e foi extinto de fato, com a criação dos
comitês paulistas da bacia, entre 1996 e 1998. O Comitê do rio São Francisco-CEEIVASF, foi
inicialmente suportado pela CODEVASF e posteriormente pela CHESF. Além desse suporte,
contribuiu para a sua continuidade a atuação de sua presidência no sentido de descentralizar o
comitê, criando subcomitês e articulando-se com os municípios.
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A Constituição de 1988 contém vários dispositivos sobre recursos hídricos de água doce.
Estão nos Capítulos II e III do Título III, que versam sobre a União e sobre os Estados
Federados, respectivamente, e no Capítulo I do Título VII, que estabelece os Princípios Gerais da
Atividade Econômica. Dispõem sobre o domínio das águas, seu aproveitamento e as
competências legislativa e administrativa das três esferas do Poder Público, nessa matéria.
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Esse Grupo de Trabalho foi criado para: “(a) estudar o gerenciamento e a administração
dos recursos hídricos, em nível nacional, no que se refere ao uso, conservação, proteção e
controle de água e b) propor medidas visando ao estabelecimento da Política Nacional de
Recursos Hídricos e à instituição do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos".
Seus membros foram representantes dos Ministérios da Marinha, das Relações Exteriores, da
Saúde, da Economia, Fazenda e Planejamento, da Agricultura e Reforma Agrária, da Infra -
Estrutura e da Ação Social e das Secretarias da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente, do
Desenvolvimento Regional e de Assuntos Estratégicos da Presidência da República - SAE. Sua
coordenação foi atribuída a esta Secretaria, que deveria solicitar, quando necessário, "a
colaboração de órgãos ou entidades da administração federal, das Unidades da Federação e da
sociedade para a realização dos trabalhos". A composição desse Grupo, com representação da
maioria dos órgãos do primeiro escalão da administração federal, e um bom indicativo das
abrangências multisetorial da questão dos recursos hídricos e da complexidade de seu
equacionamento.
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consultores nacionais, de renome internacional, e de um consultor da Comissão Econômica para
a América Latina - CEPAL, órgão das Nações Unidas.
Na esteira dessas concepções que se consolidavam, o Estado do Rio Grande do Sul, por
exemplo, já em maio de 1981, instituía um Sistema Estadual de Recursos Hídricos, criando o
Conselho de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul e definindo os objetivos do Sistema. O
objetivo prioritário era a integração dos programas e atividades governamentais nas áreas de
abastecimento público, controle de cheias, irrigação e drenagem, pesca, transporte fluvial e
lacustre, aproveitamento hidrelétrico e meio ambiente, ou seja, tinha como foco a gerenciamento
dos usos. Ora, este tipo de objetivo também estava relacionado com as concepções e propostas
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de planejamento integrado da ação pública, tão em moda na década de 80. Enfim, o
planejamento deixava de ser setorial e centralizador, mas permanecia tecnocrático.
Era preciso por um lado, envolver os diferentes usuários da água no processo e, por outro,
permitir a participação de atores mais permanentes, de maneira a garantir a ação do Sistema de
Gerenciamento como um instrumento real de gestão da oferta da água, infra-estrutura
fundamental do desenvolvimento social e econômico, especialmente do que se convencionou
chamar desenvolvimento ambientalmente sustentável. Aí estava a segunda base política da
mudança.
42
Em dezembro de 1992, em Vitória, o Projeto foi objeto de um dia de debates, por ocasião
do 1 Encontro Nacional de Consórcios Intermunicipais, evento promovido pelo Consórcio
Intermunicipal para Recuperação Ambiental das Bacias dos Rios Santa Maria da Vitória e Jucu
(ES) e pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba e Capivari (SP).
Em janeiro de 1993, em São Paulo, apesar de não ter sido o objeto principal do evento, o
Projeto foi novamente debatido no Seminário Qualidade e Gestão da Água - Busca de um
Modelo Integrado para a Cooperação Internacional, promovido pelo Ministério das Relações
Exteriores, pelo Instituto Latino- Americano - ILAM e pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento - PNUD, com a colaboração do Governo do Estado de São Paulo (por
intermédio de sua Secretaria de Energia e Saneamento, sua Secretaria do Meio Ambiente, seu
Departamento de Águas e Energia Elétrica -DAEE/SP e sua Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental - CETESB) e com o apoio da Associação Brasileira de Recursos
Hídricos - ABRH, da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS, da Associação
Brasileira de Irrigação e Drenagem - ABID, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental - ABES e da Associação Brasileira das Entidades de Meio Ambiente - ABEMA.
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Reitores das Universidades Brasileiras, às associações de profissionais ligados a recursos
hídricos, às instituições e associações científicas, aos sócios da Associação Brasileira de
Recursos Hídricos e a, aproximadamente, 1.700 organizações não-governamentais.
Nesse período, o debate e as iniciativas brasileiras a respeito dos recursos hídricos não se
limitaram à apreciação do Projeto. Merecem destaque: A Carta do Rio de Janeiro sobre Recursos
Hídricos e Meio Ambiente, aprovada pela Assembléia Geral Ordinária da Associação Brasileira
de Recursos Hídricos - ABRH, em 14 de novembro de 1991; a promulgação da Lei Estadual de
São Paulo n0 7.663, de 30 de dezembro de 1991, estabelecendo "normas de orientação à Política
Estadual de Recursos Hídricos bem como ao Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos
Hídricos", resultado de intenso debate na sociedade paulista; a promulgação da lei cearense sobre
recursos hídricos e as iniciativas legislativas dos Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro
e Rio Grande do Sul.
Assim, a reforma da administração federal que lançou as bases necessárias para uma
gestão integrada de recursos hídricos possibilitou a transformação do Ministério do Meio
Ambiente e da Amazônia Legal em Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, com competência "para planejamento, coordenação, supervisão e controle das
ações relativas ao meio ambiente e aos recursos hídricos", e "preservação, conservação e uso
racional dos recursos naturais renováveis", foi o primeiro e fundamental passo nessa direção.
Igualmente importante foi a restrição das competências do Ministério de Minas e Energia, em
matéria de recursos hídricos, ao "aproveitamento da energia hidráulica".
44
XIII - Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal:
45
A medida provisória n0 1794-8, de 31 de dezembro de 1998, altera o nome do Ministério
do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal para Ministério do Meio
Ambiente, constituindo áreas de competência deste Ministério os seguintes assuntos:
No nível estadual, a vinculação da gestão da água aos interesses dos serviços de energia
elétrica foi menos intensa do que no federal, apesar de diversos estados haverem copiado a
organização federal e criado seus Departamentos de Águas e Energia Elétrica, os DAEE. Essa
realidade decorre de nossa legislação atribuir exclusivamente à União competência para
regulamentar os serviços de energia elétrica. Alguns estados antecederam o Governo Federal no
processo de integração e coordenação da gestão de recursos hídricos.
46
A velocidade das mudanças no campo social e político já não garantem que o voto
exercido a cada eleição como expressão máxima do exercício da cidadania seja suficiente. Então,
é preciso criar outras instâncias de participação onde o cidadão possa ser recolocado no processo
decisório de maneira mais amiúde. Está colocada a terceira base política da mudança.
47
Este Capítulo proclamou os antecedentes e a evolução das questões hídricas no Brasil.
Tratamos aqui os principais marcos históricos que culminaram com a edição da lei 9.433/97 e no
arranjo institucional federal, alcançando, no que diz respeito aos recursos hídricos, a
configuração final para o setor.
O Capítulo 3 mostrará a situação atual dos estados brasileiros com relação às políticas
estaduais de recursos hídricos.
48
3. QUADRO ATUAL
2 - da água como um bem limitado, por vezes escasso, que passa, portanto, a ser
dotado de valor econômico;
4 - da gestão descentralizada.
A água, que era tida res nullius – coisa sem dono, passível, conseqüentemente, de
apropriação individual – passa a ser considerada res communis, um patrimônio comum.
Revogou-se o art.8 do Dec. 24.643, de 10 de julho de 1934 (Código de Águas), que previa a
possibilidade de apropriação particular de determinada categoria de recursos hídricos (as
nascentes e todas as águas situadas em terrenos particulares, desde que não estivessem
classificadas entre as águas comuns de todos, as águas públicas ou as águas comuns).
Surge então o conceito de res communis: o bem ambiental pertence a todos; todos têm
responsabilidade sobre sua preservação4. O conceito de res communis implica, no entanto, na
4
a própria Constituição Federal reconhece que o meio ambiente é um bem de uso comum do povo, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (Art. 223.caput).
49
necessidade de uma regulamentação do recurso: é necessário prever uma organização para que
todos possam, dele, usufruir. Com relação à água, cabe lembrar que o art. L210-1 do Código
Francês de Meio Ambiente dispõe que esta faz parte do patrimônio comum da nação5.
Com relação à previsão de uma gestão que sempre proporcione o uso múltiplo do recurso,
cabe ressaltar que isto significa que a água não deve ser destinada a um único fim – como a
diluição de efluentes/esgotos, a geração de energia elétrica ou o consumo humano - mas que sua
gestão deve assegurar o conjunto desses usos em um mesmo corpo d’água.
Para que atinja esses objetivos, a Lei forma a base legal para uma radical descentralização
da gestão: da sede do poder público para a esfera local da bacia hidrográfica. Trata-se da
implementação do princípio da subsidiariedade, já formalmente reconhecido em âmbito
internacional, pela União Européia, desde a sua inserção, pelo tratado de Maastricht, de 07 de
fevereiro de 1992, no Tratado de Roma, de 25 de março de 19576.
5
Artigo L210-1: L’eau fait partie du patrimoine commun de la nation. Sa protection, sa mise en valeur et le
développment de la ressource utilisable, dans le respect des équilibres naturels, sont d’intérêt général. L’usage de
l’eau appartient à tous dans le cadre des lois et règlements ainsi que des droits antérieurement établis.
6
De acordo com o Artigo 5º (ex-artigo 3º -B) do Tratado de Roma: A comunidade atuará nos limites das
atribuições que lhe são conferidas e dos objetivos que lhe são cometidos pelos do presente Tratado. Nos domínios
que não sejam das suas atribuições exclusivas, a Comunidade intervém apenas, de acordo com o princípio da
subsidiariedade, se e na medida em que os objetivos da ação encarada não possam ser suficientemente realizados
pelos Estados –Membros, e possam pois, devido à dimensão ou aos efeitos da ação prevista, ser melhor alcançados
ao nível comunitário. A ação da Comunidade não deve exceder o necessário para atingir os objetivos do presente
Tratado.
50
conhecidos e empregados a outorga para lançamento de cargas residuais, com a finalidade de
manutenção do enquadramento dos rios, e o mercado de títulos negociáveis.
Numa acepção mais ampla, latu sensu, regular significa também normatizar, isto é,
elaborar regras, normas legais e infralegais que assegurem a regulação strictu sensu.
51
planos de recursos hídricos, que segundo a Lei 9.433 serão alcançados
com a cobrança pelo uso da água.
52
Hidrográfica, como forma de legitimar a decisão e é também garantir sua implementação. Há que
se assinalar que os estados têm avançado na criação dos Comitês de Bacias Hidrográficas e
muitos deles apresentam Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, o que não garante que
estejam funcionando e atuando ativamente em prol da melhoria da gestão e do disciplinamento
dos recursos hídricos.
Dentre as principais inovações introduzidas pela Lei 9.433/97 está o estabelecimento claro,
quase didático, dos instrumentos que devem ser utilizados para viabilizar a implantação da Política
Nacional de Recursos Hídricos:
A Lei 9.433/97 é importante para a ordenação territorial do país, mas implica mudanças
importantes dos administradores públicos e dos usuários, já que requer receptividade ao processo
de constituição de parcerias.
Nesse sentido, a principal dificuldade observada nos anos subseqüentes à aprovação da Lei
9.433/97, referia-se ao arranjo institucional do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que
carecia de um órgão com a atribuição executiva de implantar a Política Nacional de Recursos
53
Hídricos. Concluiu-se que um sistema, baseado quase que exclusivamente na ação dos Comitês de
Bacia, não poderia se estruturar para atender atividades essencialmente técnicas como a concessão
de outorgas, ou mesmo para a implementação de sistemas complexos como a cobrança pelo uso da
água (Scardua,2003). As agências de bacia, braços executores dos comitês de bacias hidrográficas e
que efetuarão a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, serão criadas por lei específica. O Projeto
de Lei 1616/99, que dispõe sobre a gestão administrativa e a organização institucional do sistema
nacional de gerenciamento de recursos hídricos, em particular dos contornos das agências de bacias
a serem criadas no resto do país, ainda não foi votado no Congresso Nacional.
A lei inicia o processo para uma radical descentralização da gestão: da sede do poder
público para a esfera local da bacia hidrográfica. Efetiva uma parceria do poder público com a
sociedade civil organizada. O poder público abre mão de parcela dos poderes que, por sua
natureza, podem ser compartilhados ou delegados. O poder decisório passa a ser compartilhado
nos Comitês de Bacia Hidrográfica e nos Conselhos Nacional ou Estaduais de Recursos
Hídricos. A lei possibilita a delegação às Agências de Água da cobrança pelo uso da água, mas
mantém com o poder público o poder de outorgar direitos de uso.
54
arrecadados com a cobrança pelo uso de Recursos Hídricos; e d) o rateio de custo das obras de
uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
A composição do Conselho foi assim estabelecida pela lei: representantes dos ministérios
e secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos
hídricos; representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
representantes dos usuários dos recursos hídricos, representantes das organizações civis de
recursos hídricos.
Total de
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
PRESIDENTE DO CNRH representantes = 29
SECRETÁRIO DE RECURSOS MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
HÍDRICOS - SRH/MMA
SECRETÁRIO EXECUTIVO DO CNRH MINISTÉRIO DA FAZENDA
PESCADORES
IRRIGANTES LAZER E TURISMO
INSTRUÇÕES DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO INDÚSTRIAS
GERAÇÃO DE SETOR
ENERGIA HIDROVIÁRIO
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encaminhá-lo à aprovação do Conselho Nacional de Recurso Hídricos; coordenar o Sistema
Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.
Os Comitês de Bacias Hidrográficas que podem ter como área de atuação: I) a totalidade
de uma bacia hidrográfica; II) sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal
da bacia, ou de tributário desse tributário; ou III) grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas
contíguas. exercem as atribuições principais de: I) promover o debate das questões relacionadas
a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes; II) arbitrar, em primeira
instância; III) aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia; IV) acompanhar a execução do
Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de
suas metas; V) propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos
as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de
isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os
domínios destes; VI) estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e
sugerir os valores a serem cobrados; IX) estabelecer critérios e promover o rateio de custo das
obras de uso múltiplo de interesse comum ou coletivo.
57
As Agências de Água
As Agências de Água serão as responsáveis mediante delegação pela cobrança pelo uso
de recursos hídricos em sua jurisdição e exercerão a função de Secretaria Executiva do
respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica. A criação dessas agências está condicionada, em cada
bacia, à prévia existência do Comitê de Bacia Hidrográfica e à viabilidade financeira, que poderá
ser assegurada pela cobrança pelo uso de recursos hídricos.
A ANA foi criada pela Lei nº 9.984, de 17 de Julho de 2000 com a finalidade de
implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Com a edição do Decreto n° 3.692,
de 19 de dezembro de 2000, regulamentou-se a Lei 9.984 e a Agência iniciou suas atividades
com a posse de sua primeira Diretoria, em 22 de dezembro do mesmo ano.
Trata-se de regular o uso do recurso natural pelos seguintes mecanismos: outorga, para
disciplinar a utilização dos corpos hídricos, tanto para captação de água quanto para lançamento
de efluentes; fiscalização, para assegurar que as outorgas sejam licenças efetivamente respeitadas
e não meros formalismos cartoriais; e cobrança, para assegurar que os corpos hídricos sejam
utilizados com parcimônia, além de possibilitar a geração dos recursos financeiros necessários à
recuperação e conservação dos rios e lagos. Estes três mecanismos devem ser implementados de
59
forma homogênea em cada bacia hidrográfica, o que impõe uma estreita articulação entre a ANA
e os órgãos e entidades gestoras de recursos hídricos dos governos estaduais (Art. 2º São
objetivos da Política de Recursos Hídricos: I) assegurar à atual e às futuras gerações a
necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
II) a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário,
com vistas ao desenvolvimento sustentável; III) a prevenção e a defesa contra eventos
hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais) e (Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos
recursos hídricos de interesse comu).
É prerrogativa do plano federal legislar sobre água, mas os estados estão avançando no
sentido de aprovar e regulamentar suas leis. Atualmente são 25 unidades federadas que já
dispõem de suas leis estaduais (Anexo II), restando os estados do Acre e Roraima a editarem
suas leis de recursos hídricos. Alguns começaram antes mesmo da aprovação da lei federal, mas
observando os parâmetros estabelecidos no projeto de lei que tramitava no Congresso. Todos os
demais estados se mobilizaram após a edição da lei 9.433/97, com uma articulação não só do
ponto de vista legal, mas também de formação de uma competência técnica e gerencial para essa
questão de água.
Como não poderia deixar de ser, na implantação dos sistemas de gerenciamento têm
ocorrido diferenças importantes, constatando-se que muitas vezes as leis não estão adequadas às
condições locais, suscitando ajustes e revisões. Isto ocorreu com alguns estados como Minas
Gerais que teve a lei nº 11.504, de 20/06/94 revogada pela lei nº 13.199, de 29/01/99, que
promoveu os ajustes necessários, seguindo orientações do dispositivo federal contidas na lei nº
9.433/97.
Destaque deve ser dado ao estado do Pará, que promulgou a lei nº 5.793, de 04/01/94,
sobre política mineraria, incluindo os recursos hídricos. Entretanto, a filosofia da gestão contida
nessa lei não é a mesma da União e dos demais estados não pertencentes à Região Norte. Esta lei
foi revogada pela lei nº 6.381, de 25/07/2001, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos
Hídricos e institui o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
60
O Distrito Federal apesar de ter sido a terceira Unidade Federada no Brasil a ter sua lei de
recursos hídricos sancionada, por intermédio da lei nº 512, de 29 de julho de 1993 e não teve até
agora nenhum dos seus artigos sido regulamentado.
No caso de Minas Gerais, optou-se pela criação do Instituto Mineiro de Gestão das Águas
- IGAM, vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Na Bahia e em Sergipe, foram criadas Superintendências de Recursos Hídricos. Nos Estados de
Pernambuco e Alagoas os órgãos gestores são as Secretarias Estaduais de Recursos Hídricos. No
Distrito Federal, foi criada a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e no Estado de
Goiás, a Secretaria de Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Habitação.
O Quadro 3.1 mostra a situação dos estados brasileiros que tiveram suas leis estaduais de
recursos hídricos promulgadas antes da lei federal 9.433/97. Os estados do Pará, Minas Gerais e
o Distrito Federal tiveram suas leis reeditadas, para se adequarem aos preceitos da lei federal. O
Quadro 3.2 mostra os estados brasileiros que tiveram suas respectivas leis estaduais sancionadas
após a edição da lei 9.433/97 e, por esta razão tiveram seus dispositivos legais mais coerentes
com os preceitos da lei das águas.
61
Quadro 3.1 - Estados brasileiros que editaram suas leis estaduais antes da promulgação da lei
federal 9.433/97.
ESTADOS LEIS
SÃO PAULO 7.663, de 30 de dezembro de 1991
CEARÁ 11/996, de 24 de julho de 1992
DISTRITO FEDERAL 512. de 29 de julho de 1993 e 2.725, de 13 de junho de 2001
PARÁ 5.793, de 04 de janeiro de 1994 e 6.381, de 25 de julho de 2001
MINAS GERAIS 11.504, de 20 de junho de 1994 e 13.199 de 29 de janeiro de
1999
SANTA CATARINA 9.748 de 30 de novembro de 1994
RIO GRANDE DO SUL 10.350, de 30 de dezembro de 1994
BAHIA 6.885, de 12 de maio de 1995
RIO GRANDE DO NORTE 6.908, de 01 de julho de 1996
PARAÍBA 6.308, de 02 de julho de 1996
Quadro 3.2 - Estados brasileiros que editaram suas leis estaduais após a promulgação da lei
federal 9.433/97
ESTADO LEI
PERNAMBUCO 11.426, de 17 de janeiro de 1997
GOIÁS 13.123, de 16 de julho de 1997
SERGIPE 3.870, de 25 de setembro de 1997
MATO GROSSO 6.945, de 05 de novembro de 1997
MATO GROSSO DO SUL 2.406, de 29 de janeiro de 2002
ALAGOAS 5.965, de 10 de novembro de 1997
MARANHÃO 7.052, de 22 de dezembro de 1997
ESPÍRITO SANTO 5.818, de 30 de dezembro de 1998
RIO DE JANEIRO 3.239, de 02 e agosto de 1999
PARANÁ 12.239, de 02 de agosto de 1999
PIAUÍ 5.165, de 17 de agosto de 2000
AMAZONAS 2.712, de 28 de dezembro de 2001
RONDÔNIA Lei Complementar 255, de 25 de janeiro de 2002
TOCANTINS 1.307, de 22 de março de 2002
AMAPÁ 686, de 07 de junho de 2002
A seguir optou-se por, ilustrar a situação dos estados brasileiros que tiveram suas leis
sancionadas antes da lei 9.433 (SP, CE, DF, PA, MG, SC, RS, BA, RN e PA) e aqueles que
editaram suas respectivas leis após a lei federal (PE, GO, SE, MT, MS, AL, MA, ES, RJ, PR, PI,
AM, RO, TO, AP) e os estados que ainda não dispõem de legislação específica para o setor de
recursos hídricos (AC e RR) e aqueles que revisaram (Figura 3.3).
62
RR
AP
AM CE
PA MA RN
PB
PI PE
AC AL
TO SE
RO
BA
MT
GO
DF
MG
MS ES
ES
SP RJ
PR
SC
RS
Estados Brasileiros que editaram a Lei Estadual antes da promulgação da Lei Federal 9.433/97
Estados Brasileiros que editaram a Lei Estadual após a promulgação da Lei Federal 9.433/97
Figura 3.3 - Situação dos estados brasileiros com relação às suas respectivas leis de recursos
hídricos.
Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos (SRH/MMA, 2002)
63
4. OS COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
A distribuição dos comitês por estado, está ilustrada no mapa do Brasil e na forma de
diagrama. Os dados mostrados referem-se ao ano de 2002, tendo como fonte a Secretaria de
Recursos Hídricos (Figura 4.1e Figura 4.2).
64
Figura 4.2 - Diagrama com a distribuição de comitês por estado.
Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos – MMA (2002)
65
¾ Cada comitê de bacia tem seu próprio estatuto, no qual são definidas as regras
e procedimentos para realização das assembléias deliberativas, formas de
participação, eleição e competências.
66
para viabilizar o processo de instalação dos comitês. Com essas considerações apresentadas foi
enriquecida e alterada a Resolução nº 5, no sentido de possibilitar a prorrogação do mandato da
Diretoria Provisória dos comitês de bacia hidrográfica, a critério do CNRH, com a seguinte
redação “Art. 12-A. O prazo de mandato a que se refere o § 1º do art.11, bem como os prazos no
§2º do art. 11 e no caput do art. 12 poderão ser prorrogados, por tempo determinado, pelo
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, desde que tenha sido prévia e justificadamente
solicitado pelo Presidente Interino do comitê, quarenta dias antes do término de seu mandato.
Natureza Jurídica
A Resolução CNRH 5/2000 tampouco aborda a questão. Entretanto, dispõe em seu art.
1º, § 1º: “Os Comitês de Bacia Hidrográfica são órgãos colegiados com atribuições normativas,
deliberativas e consultivas a serem exercidas na bacia hidrográfica de sua jurisdição”. Os comitês
são órgãos similares aos conselhos, destes diferindo na abrangência territorial, estrutura de
composição e estratégia de atuação. Os comitês prestam serviço de interesse público, mas não
possuem personalidade jurídica. Sua proliferação e desenvolvimento poderá levá-los a assumir
67
personalidade jurídica, que permita identificar responsabilidades em sua atuação, o que seria
positivo para todo o Sistema de Gerenciamento.
Autonomia e vinculação
Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional ou
aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com a esfera de competência (art. 38,
Parágrafo Único)
Área de atuação
68
considera o duplo domínio das águas e a aplicação dos instrumentos da política, pois tende a
restringir a atuação do comitê do rio principal à sua calha, uma vez que as questões referentes
aos tributários dos rios principais, ou aos tributários destes, seriam tratadas no comitê pertinente,
demandando compatibilizações nos comitês de abrangência territorial maior, o que põe em
questão o próprio conceito de comitê de bacia.
Com esta determinação cria-se uma condição peculiar para os comitês instituídos para
rios não-principais, uma vez que estes não serão efetivamente autônomos, pois, na prática, suas
decisões que afetem a quantidade e qualidade da água no exutório das sub-bacias, dependeriam
de compatibilizações no âmbito do comitê do rio principal, perante o que cabe o questionamento
sobre a funcionalidade desse modelo.
Composição
I– da União;
§ 1º. O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os
critérios para sua indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a
representação dos poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade
do total de membros.
69
§ 2º. Nos comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços
de gestão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério
das Relações Exteriores.
§ 3º. Nos comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas
devem ser incluídos representantes:
§ 4º. A participação da União nos comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita
a bacias de rios sob domínio estadual dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos.
A limitação imposta no §1º da lei, para a representação do poder público (metade do total de
membros), não é observada em vários estados, principalmente naqueles que tiveram suas leis de
recursos hídricos promulgadas anteriormente à lei federal. Essa questão recebeu tratamento
avançado na Resolução 5/2000, ao limitar o número de votos dos representantes dos Poderes
Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a 40% do total de votos,
percentual este que foi efetivamente conferido à representação dos usuários cabendo à sociedade
civil pelo menos 20% do total de votos (art. 8º da Resolução 5/2000). Ou seja, pela resolução
somente os usuários terão assegurado a representação de 40% do total de votos, pois a do poder
público terá até 40%, o que implica em que a da sociedade civil terá pelo menos 20%. O avanço
consiste em que a representação do poder público é minoritária no comitê, fato novo com o qual a
sociedade se adapta, já que até pouco tempo o poder decisório sobre as questões hídricas era
inteiramente dos primeiros; e também, na destacada representação dos usuários (40%), categoria à
qual competirá o maior peso decisório na aplicação dos instrumentos da política na bacia,
principalmente a cobrança. Assim definido, o segmento sobre o qual recairá o maior ônus da
cobrança terá maior poder decisório na definição dos valores a serem cobrados, o que é
perfeitamente coerente e justo.
O fato da distribuição de poder no comitê não ser observada na maioria dos comitês de
bacias que envolva rios de domínio estadual, deve-se em parte à inexistência da regulamentação
federal. Entretanto, é comum o argumento, no âmbito dos gestores estaduais, de que as
representações dos usuários e da sociedade civil nos comitês estaduais ainda não estariam
suficientemente amadurecidas para assumir participação majoritária em relação ao estado, havendo,
70
inclusive, por parte desses setores, demanda pela presença majoritária da representação do poder
público no comitê, pelo menos até que haja maior amadurecimento de sua participação no
colegiado.
Direção
71
Figura 4.3 – Comitês federais instalados no Brasil
72
Entre os principais usos da água estão a captação para uso doméstico; usos industrial; uso
agrícola; geração de energia elétrica.
Ocupa uma área de 55.000 km², estendendo-se pelos estados de São Paulo (13.900 km²),
Rio de Janeiro (20.900 km²) e Minas Gerais (20.700 km²), abrangendo 180 municípios – 88 em
Minas Gerais, 53 no estado do Rio e 39 no estado de São Paulo. A área da bacia corresponde a
cerca de 0,7% da área do país e, aproximadamente, a 6% da região sudeste do Brasil. A extensão
do rio Paraíba do Sul é de 1.150 km e sua foz é na praia de Atafona, município de São João da
Barra – Rio de Janeiro/Oceano Atlântico.
O comitê da bacia hidrográfica do rio São Francisco foi criado por Decreto Presidencial
em 5 de junho de 2001 e para a condução inicial dos trabalhos foi nomeada uma Diretoria
Provisória, conforme determina a Resolução nº 05 do CNRH, com a finalidade de coordenar a
instalação do CBH-SF. O Art. 1° estabelece “fica instituído o Comitê da Bacia Hidrográfica do
rio São Francisco, órgão colegiado, com atribuições normativas, deliberativas e consultivas, no
73
âmbito da respectiva bacia hidrográfica, vinculado ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos –
CNRH, nos termos da Resolução nº 5, de 10 de abril de 2000”.
A bacia hidrográfica do rio São Francisco tem grande importância para o país não apenas
pelo volume de água transportada em uma região semi-árida, mas, também pelo potencial hídrico
passível de aproveitamento e por sua contribuição histórica e econômica para a região. A bacia
hidrográfica do rio são Francisco abrange 639.219 km² de área de drenagem (7,5% do país) e
vazão média de 2.850 m³/s (2% do total do país). O rio São Francisco tem 2.700 km de extensão
e nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e
Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao Oceano Atlântico através da divisa
entre Alagoas e Sergipe. Sete unidades da federação possuem superfícies na bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco - Bahia (48,2%), Minas Gerais (36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas
(2,2%), Sergipe (1,2%), Goiás (0,5%) e Distrito Federal(0,2%) – e compreendendo áreas de 504
municípios (cerca de 9% do total de municípios do país).
A Bacia do São Francisco contempla fragmentos dos biomas: floresta Atlântica, cerrado,
caatinga, costeiros e insulares. O cerrado cobre, praticamente, metade da área da bacia – de
Minas Gerais ao oeste e sul da Bahia, enquanto a caatinga predomina no nordeste da Bahia, onde
as condições climáticas são mais severas. Um exemplar da floresta Atlântica, devastada pelo uso
agrícola e pastagens, ocorre no Alto São Francisco, principalmente nas cabeceiras. Margeando os
rios, onde a umidade é mais elevada, observam-se regiões de Mata Seca.
O rio São Francisco tem, entre rios, riachos, ribeirões, córregos e veredas, 168 afluentes,
dos quais 99 são perenes e 69 são intermitentes. Os mais importantes formadores com regime
perene são os rios: Paracatu, Urucuia, Carinhanha, Corrente e Grande, pela margem esquerda, e
74
das Velhas, Jequitaí e Verde Grande, pela margem direita. Os afluentes, situados no polígono das
secas a jusante do Rio Grande (Bahia), são intermitentes, caracterizados por secarem nos
períodos de pouca pluviosidade e apresentarem grandes torrentes na época das chuvas.
A situação atual da bacia hidrográfica do rio são Francisco apresenta alguns trabalhos
principais, entre os quais:
75
deste ano, procedeu-se à eleição de sua diretoria e à realização da Primeira Reunião Ordinária do
Comitê.
O Comitê das Sub-bacias Hidrográficas dos Rios Pomba e Muriaé localizadas nos estados
de Minas Gerais e Rio de Janeiro, foi instituído pelo Decreto de 5 de junho de 2001. A área de
atuação do Comitê das Sub-bacias Hidrográficas dos Rios Pomba e Muriaé, tributários do rio
Paraíba do Sul, localizadas nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, é definida pelos limites
geográficos das bacias hidrográficas dos rios Pomba e Muriaé, de domínio da União, delimitada
pelas áreas de drenagem com seus exutórios.
A bacia do rio Pomba possui uma área de drenagem de cerca de 8.700 km² e
aproximadamente 280 km de extensão, em sua maior parte, em território mineiro. Suas nascentes
encontram-se na Serra da Mantiqueira, no estado de Minas Gerais, banhando os municípios de
Leopoldina, Cataguases, Ubá e Santos Dumont; e no território fluminense, Santo Antônio de
Pádua, Miracema, Aperibé e Cambuci, antes de desaguar no rio Paraíba do Sul. Há 35
municípios mineiros participando da área de bacia, totalizando uma população de 485.215
habitantes e apenas 4 municípios em território fluminense, com uma população de 88.444. O
total de habitantes em toda a bacia é de 573.659 habitantes (IBGE, 1999).
O rio Muriaé é formado pela confluência dos ribeirões Samambaia e Bonsucesso, que
ocorre nas proximidades da cidade de Mirai, no estado de Minas Gerais. Percorre, de sua
nascente até a foz no Paraíba do Sul, do qual é o seu afluente da margem esquerda,
aproximadamente 300 km de extensão, drenando uma área de 8.230 km². Em seu percurso pelo
estado de Minas Gerais tem em suas margens cidades do porte de Mirai, Muriaé e Carangola.
Seu principal afluente neste estado é o rio Glória. No território fluminense seu principal afluente
é o rio Carangola que banha Natividade e Porciúncula, consideradas cidades de médio porte. A
cidade de maior porte às margens do rio Muriaé, neste estado, é Itaperuna. Na bacia do rio
Muriaé estão contidos 18 municípios mineiros, com uma população de 236.642 habitantes e 10
municípios pertencentes ao estado do Rio de Janeiro com uma população de 171.847 habitantes,
totalizando 408.489 habitantes em toda a bacia.
O processo de formação do comitê das sub-bacias hidrográficas dos rios Pomba e Muriaé
– CEHIPOM teve início em maio de 1999 com o encaminhamento de ofício ao Secretário de
76
Recursos Hídricos do MMA, Secretário Executivo do CNRH, com assinaturas de representantes
dos Governos Estaduais e Municipais de Minas Gerais e Rio de Janeiro, de ONG’s e empresários
usuários solicitando a inclusão, em pauta da reunião do CNRH de junho/99, da solicitação de
aprovação de criação do Comitê Pomba e Muriaé. Este documento foi organizado em conjunto
pelos consórcios Pomba e Muriaé. Em reunião ordinária do CEIVAP ocorrida em setembro/99
na cidade de Muriaé, solicitação de criação do Comitê Pomba e Muriaé foi aprovada por
aclamação pelos membros do CEIVAP, com defesa do Secretário de Meio Ambiente do Estado
do Rio de Janeiro e então presidente do CEIVAP. Após ofício enviado pelo CEIVAP
comunicando a aprovação da criação do comitê, a solicitação entrou em pauta na 3ª Reunião
Ordinária do CNRH, e foi o primeiro comitê federal aprovado pelo CNRH.
77
enfrenta relaciona-se com a vulnerabilidade de municípios quando acometidos de catástrofes
naturais.
Enchentes sucedem-se ano após ano, causando perdas materiais e humanas. No outro lado
da moeda, a pouca disponibilidade hídrica no Médio rio Doce, agravada com estiagens mais
prolongadas, causa escassez de água para consumo humano, irrigação e trato do gado, com
grandes danos a economia regional. Nunca houve uma preocupação quanto à forma de ocupação
de terras ou utilização de rios e córregos. O assoreamento é crescente. A Bacia Hidrográfica do
rio Doce está localizada na região Sudeste do Brasil, com uma área de drenagem de 83.400 km²,
sendo 86% em Minas Gerais e 14% no estado do Espírito. Abrange 201municípios no estado de
Minas Gerais e 26 no estado do Espírito Santo. Limita-se ao Norte com Serra Negra e Serra dos
Aimorés, a Oeste com a Serra do Espinhaço, a Sudoeste e Sul com a Serra da Mantiqueira, a
Sudeste com a Serra do Caparaó e Leste com o Oceano Atlântico.
Para uma região que até a década de 1910, possuía matas com 25 metros de altura, mata
esta que assustava os viajantes estrangeiros, com seus índios Botocudos, que eram temidos,
assim com o início da construção da Ferrovia Vitória a Minas, hoje a Bacia Hidrográfica
apresenta alguns locais em acelerado processo de desertificação. Sua economia exploratória
baseada na extração da madeira, da mica, do ouro, dos minérios, das pedras preciosas e
principalmente nos desmatamentos predatórios para a expansão da lavoura e do gado, deixou a
Bacia Hidrográfica com poucos locais remanescentes da Mata Atlântica, que de difícil acesso ou
por transformação em unidade de conservação, se matem preservadas. A região do Baixo Rio
78
Doce ainda possui algumas reservas devido a cultura do Café e do Cacau que dependiam das
matas para desenvolvimento, o médio Rio Doce, somente possui algumas unidades de
conservação e estudos técnicos comprovam que está em acelerado processo de desertificação e o
Alto Rio Doce ainda apresenta boa cobertura de topo de morro, por motivos da geografia
acentuada do local.
Sua área é definida pelos limites geográficos da bacia hidrográfica do rio Piracicaba, de
domínio da União, e dos rios Capivari e Jundiaí, de domínio do Estado de São Paulo, delimitada
pelas áreas de drenagem com seus exutórios. A bacia conjunta dos Rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí, estes últimos afluentes do Médio Tietê, com bacias que se desenvolvem paralelamente
79
no sentido leste/oeste, estende-se por 14.042,64 km², em território paulista, sendo 11.313,31 km²
correspondentes à Bacia do Rio Piracicaba,1.611,68 km² correspondentes à Bacia do Rio
Capivari e 1.117,65 km² correspondentes à Bacia do Rio Jundiaí..Acrescidos os 1.189 km² às
nascentes dos rios Jaguari e Camanducaia em território mineiro, a área de intervenção do comitê
federal é de 15.231 km².A área de atuação do comitê federal contém a área de atuação do Comitê
das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – CBHPCJ, estadual, criado em
18 de novembro de 1993, conforme previsto na Lei Estadual nº 7.663/91. Ao todo são 75
municípios na bacia, sendo 70 paulistas e 5 mineiros.
80
O processo de instalação do comitê federal em área alta complexidade está sendo
conduzido pela ANA a partir da interlocução com representantes do comitê PCJ, estadual; com
representantes do Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí; com representantes da indústria, comércio e sociedade civil. Os resultados
obtidos até o momento retratam o esforço de integração entre os diferentes segmentos de
usuários. Foram realizadas diversas reuniões: Extrema/MG, Jundiaí, Americana, Limeira e
seminários abertos ao público Rio Claro, Itatiba, Monte Verde/MG e Indaiatuba, ocasião em que
foram sendo discutidas a sistemática do processo eleitoral, a minuta do regimento do comitê, sua
composição, a sistemática de realização do pleito em março de 2003, a cobrança pelo uso da
água e as perspectivas advindas da aplicação dos recursos na própria bacia.
A partir da eleição dos membros do comitê estadual, será elaborada a Agenda do Comitê
Federal em consonância com a Agenda do Comitê Estadual, estando prevista a composição dos
dois Comitês com representantes comuns, visando maximizar os benefícios de uma gestão
integrada entre União e Estado. A diretoria provisória teve seu mandato prorrogado até
Setembro/2003, tendo sido acatado pelo Conselho Nacional em sua IX Reunião Extraordinária.
81
Na totalidade dos municípios da bacia, residem aproximadamente sete milhões de
habitantes. Os rios Paraná e Paraguai formam a Bacia do rio do Prata, área de importância
estratégica para integração do Mercosul. Esta bacia apresenta deficiência de informação, quase
não há produção científica, indicativos estatísticos, planejamento ou manejo integrado da Bacia
como um todo. Só agora, através da iniciativa dos municípios e apoio do Governo Federal, a
Bacia, os rios, os vários usos da água e o planejamento estratégico para toda a região começam a
ser debatidos. É importante frisar que os principais mananciais de abastecimento do Distrito
Federal estão localizados nos rios Descoberto e previsto no rio São Bartolomeu, tributários
indiretos do rio Paranaíba.
Além das quatro represas citadas, após o eixo de São Simão, para jusante da confluência
do rio Paranaíba com o rio Verde, tem início o reservatório da usina de Ilha Solteira, cujo
barramento localiza-se no rio Paraná.
82
Com uma região de nascentes localizadas num planalto, o rio Paranaíba apresenta áreas
mais acidentadas nas encostas, passando, posteriormente, por uma área relativamente plana,
cerca de 120 km, até atingir as proximidades do município de Patos de Minas.
A instalação do Comitê se deu via Decreto nº 16/07/2002 e teve sua publicação no Diário
Oficial da União em 17/07/2002.
83
participação de 307 pessoas de 13 estados brasileiros, representando os segmentos estadual,
municipal, federal e organizações da sociedade civil. Além desses eixos, foram discutidos outros
aspectos envolvendo os Comitês de Bacias: i) os estados colocaram as dificuldades de obterem
recursos, para implantação e manutenção dos Comitês de Bacias. Este Fórum recomendou que as
leis estaduais deveriam prever sempre esta questão;ii) a partir das dificuldades colocadas por
alguns Estados, foi recomendado que na implantação do Sistema de Gestão, foi recomendado,
que se intensifique o intercâmbio e o auxílio mútuo, através do Fórum Nacional dos comitês, no
sentido de trocarem e repassarem experiências; iii) foi levantada também, preocupação com
possíveis disputas entre os estados a partir de diferentes políticas de gestão da água e meio
ambiente, que possam resultar na transferência de empreendimentos ou investimentos, de um
estado para outro (por exemplo, quando houver diferenciação nos critérios de outorga e tarifação
de determinados usos, que possam estimular o usuário a transferir seu empreendimento). Como
conclusão, o I Fórum recomendou que o Ministério do Meio Ambiente convidasse os
representantes dos estados, a participarem da discussão para a regulamentação da Outorga e
fiscalização das águas de domínio da União efetivamente, em reuniões específicas para esse fim.
1. No tocante ao projeto de Lei 1617/99, que criou a ANA, traz em seu bojo diversos
conflitos e dúvidas no que tange a sintonia das ações desse organismo, dentro do
contido na lei 9.433, no relacionamento com a Secretaria de Recursos
Hídricos/MMA;
84
3. Para que se possa sensibilizar de fato, o Presidente da República, o Senado, a
Câmara Federal, os Órgãos de governo, este Fórum precisa ser melhor articulado,
com um canal de comunicação mais dinâmico e se não um órgão
institucionalmente organizado, com estatuto, que busque esta postura como órgão
de influência política, social e de representação de um segmento nacional que seja
forte, que funcione nos encontros e entre eles, sob pena de não ter reconhecimento
nas esferas do governo.
86
¾ Solicitação de informação sobre como se dará a compatibilização dos comitês
de rios estaduais com os de rios federais.
Este capítulo mostrou os comitês de bacias hidrográficas com destaque aos comitês de
rios federais abordando também os quatro encontros nacionais de comitês de bacias
hidrográficas.
O Capítulo 5 se dedicará a apresentar a gestão das águas em Minas Gerais e dará ênfase
à formação dos comitês no estado de Minas Gerais, onde descreveremos todos os comitês já
constituídos e instalados. Neste Capítulo também abordaremos os principais problemas
enfrentados na formação dos comitês e no seu funcionamento e uma análise crítica da
estruturação e desempenho dos comitês.
87
5. A GESTÃO DAS ÁGUAS EM MINAS GERAIS
O estado de Minas Gerais possui uma superfície aproximada de 588.383,6 km2, com uma
população de mais de 16 milhões de habitantes. Equivalente a 6,9 % da área total do País e
engloba dezessete bacias hidrográficas, correspondentes às nascentes de alguns dos principais
rios federais. Situado a noroeste da região sudeste, tem como limites a Bahia(NE); Espírito Santo
(L); Rio de Janeiro (S e SE); São Paulo (S e SO); Mato Grosso do Sul (O); Goiás (O e NO)
conforme (Figura 5.1).
BA
GO
ES
MS
N
SP RJ
0 50 100 km
88
O desbravamento da região teve início no século 16, por bandeirantes que buscavam ouro
e pedras preciosas. Em 1693, as primeiras descobertas importantes de ouro provocaram uma
corrida cheia de incidentes, sendo o mais grave a Guerra dos Emboabas (1707-10). Em 1709, foi
criada a Capitania de são Paulo e Minas de Ouro, que, em 1720, foi desmembrada em são Paulo
e Minas Gerais. Na primeira metade do século 18, a região tornou-se o centro econômico da
colônia, com rápido povoamento. No entanto, a produção aurífera começou a cair por volta de
1750, o que levou Portugal a buscar meios para aumentar a arrecadação de impostos, provocando
a revolta popular, que culminou na Inconfidência Mineira, em 1789. Em 1833, o
descontentamento com a regência provocou o Movimento Restaurador; já em 1842, os mineiros
uniram-se à Revolução Liberal. Em 1927, foi o primeiro Estado a instituir o voto secreto. No
século 20, Minas Gerais se firmou como uma das grandes forças políticas e econômicas do país.
Outro fator relevante que tem resultado em significativos impactos ambientais é a forte
dependência do setor industrial mineiro em relação à biomassa florestal. A predominância de
atividades siderúrgicas, cimenteiras, de calcinação, de cerâmica, de alimentos e de bebidas,
tradicionais consumidoras de lenha e carvão vegetal, resultou em grande desmatamento e perda
de habitats.
A avaliação do mapa de cobertura vegetal realizada pelo IEF (1994) demonstra que a
situação do bioma Cerrado, também é crítica, assim como a situação da Caatinga e dos Campos
Rupestres mineiros.
90
A capacidade de geração de energia elétrica no estado é de 11.031.259 KW, dos quais
20,3% correspondem à energia hidrelétrica, respondendo por cerca de 19,3% do total de energia
hidrelétrica produzida, no país (Fundação João Pinheiro, 1998).
Nos últimos anos, o estado de Minas Gerais publicou uma série de novos instrumentos
para a conservação ambiental, a exemplo da lei que redefiniu a distribuição da cota-parte do
ICMS, incluindo a variável ambiental (Lei 12.040/95, Lei 12.428/96, Lei 12.581/97, Decreto
37.713/95, Resolução SEMAD 002/95, 003/96 e 004/96).
Os múltiplos usos da água nos setores industrial, agropecuário e como fonte de geração
de energia, entre outras atividades, exigem um permanente monitoramento desse indispensável
recurso da natureza. Neste contexto, Minas Gerais ocupa um lugar de destaque. Além das
riquezas minerais existentes em seu subsolo e do potencial de suas terras para o desenvolvimento
da agropecuária, Minas dispõe de grandes mananciais. As terras das alterosas são conhecidas
como “caixa d’água do Brasil”, isto porque aqui se encontram as principais bacias hidrográficas
que abastecem de água e energia elétrica o nosso País. O volume de água que Minas Gerais que
escoam anualmente para outros estados é de cerca de 160 bilhões de metros cúbicos, recebendo
de outros estados no mesmo período, um total de apenas 1,57 bilhão de metros cúbicos, o que
representa uma cifra 100 vezes menor que o valor de sua contribuição.
Dessa riqueza hídrica que originá-se no estado de Minas Gerais dependem diretamente
diversos ecossistemas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás,
Mato Grosso do Sul. Para ressaltar a importância de Minas Gerais no cenário das águas
nacionais, basta dizer que seu território contribui com 80% da vazão total do rio São Francisco,
na terça parte da bacia deste rio, compreendida entre as suas nascentes e a divisa com a Bahia.
91
Além disso, as bacias Paranaíba e Grande, formadoras do rio Paraná, levam águas de Minas
Gerais à Argentina e o Uruguai, na bacia do Prata. A utilização da água vem crescendo em ritmo
acelerado e, alguns casos, além da capacidade dos mananciais. Para agravar este quadro, somam-
se o desperdício e a contaminação dos mananciais pelos esgotos urbanos, resíduos industriais e
defensivos agrícolas.
O estado de Minas Gerais apresenta uma tradição de política ambiental aprimorada ao longo
das últimas décadas. O interesse e a preocupação com o uso racional das águas em Minas Gerais
surgiu em 1979, ano da criação do Comitê Estadual de Estudos Integrados de Bacias Hidrográficas –
CEEIBH-MG, que deve ser considerado como o marco de um processo que evoluiu e culminou
com o embasamento legal existente hoje no estado.
Em 1993, foi realizado o Seminário Legislativo “Águas de Minas” que propiciou uma ampla
discussão da sociedade sobre temas relativos à gestão de recursos hídricos, resultando na
promulgação da primeira lei sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei 11.504, de
20/06/94. Esta lei já estabelecia o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos de
Minas Gerais.
Fica evidente que o estado possui tantos instrumentos legais, constantemente revistos e
atualizados, como um aparato institucional que integra o Sistema Estadual de Meio Ambiente-
SISEMA e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGRH). Esses dois
sistemas têm proporcionado os elementos básicos para a colocação em prática de uma política
92
estadual de águas. O funcionamento do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM)
desde 1977 ampliou e consolidou a formulação da política ambiental do estado, não se limitando
à atuação dos órgãos oficiais, mas com a participação de diversos segmentos da sociedade. O
SEGRH, por sua vez, está sendo construído de forma participativa, também com a atuação de
vários setores da sociedade, entretanto, o processo está lento, o que faz dele ainda um sistema
frágil.
93
Figura 5.2 - Organograma da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável.
Fonte: SENAD/Governo de Minas Gerais (2001)
O estado de Minas Gerais avançou muito na elaboração dos Planos Diretores de Recursos
Hídricos. Algumas bacias já possuem seus Planos Diretores concluídos, outras estão com os
planos diretores quase totalmente finalizados. A elaboração dos Planos Diretores dos rios Pardo e
Jequitinhonha se deu em período anterior à lei 9.433/97, não seguindo as orientações
estabelecidas na lei federal, que estabelece o conteúdo mínimo que deverá conter os Planos
Diretores e a Resolução nº 17, de 29/05/01, que dispõe sobre as normas para elaboração dos
Planos. Os Planos Diretores elaborados no estado de Minas são: Paracatu, Jequitinhonha e Pardo
concluído integralmente, Paranaíba com apenas 30% executado, Baixo Grande e Afluentes do
São Francisco com cerca de 90% executados e Bacias do Leste com 80% do plano elaborado. A
94
Figura 5.3 mostra o Estágio atual em que se encontram os planos diretores já iniciados no estado
de Minas Gerais, indicando os percentuais de sua elaboração.
Figura 5.3 - Mapa do estágio atual dos Planos Diretores no estado de Minas Gerais
Fonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas (2000)
0 50 100 km
96
Por meio de 31 pré-conferências nas áreas definidas como Unidades de Planejamento, das
quais participaram milhares de pessoas, de diferentes setores da sociedade, a conferência, além
de divulgar a Política Estadual de Recursos Hídricos e delimitar suas principais diretrizes,
sensibilizou e mobilizou a população do Estado, colocando o tema água como assunto em
evidência na política estadual. Entretanto, gerou uma demanda para a qual o IGAM não estava
totalmente estruturado.
O apoio aos comitês tem se concretizado com um projeto elaborado em 1999 e financiado
pelo Proágua – Programa do Ministério do Meio Ambiente financiado pelo Banco Mundial – que
tem como objetivo dar subsídios, através de apoio técnico e administrativo, aos comitês. O
projeto “Estruturação e Assessoria Técnica e Administrativa de Apoio aos Comitês de Bacia
Hidrográfica”, é o que de concreto surgiu como forma alternativa de fortalecimento institucional
dos Comitês de Bacia, com apoio da ANA.
Essa proposta surgiu a partir de uma avaliação crítica sobre a necessidade de apoiar essas
organizações já que enfrentam problemas, principalmente pela falta da regulamentação das leis,
que impossibilita a implantação da cobrança e a instituição das Agências. A consolidação de
planos de ações para as bacias, que deverão ser realizados de forma bem interativa com os
comitês e ainda observando todos os estudos já realizados naquelas regiões é uma das metas a ser
atingida pelo projeto. Este projeto vem atendendo os Comitês de Bacia Hidrográfica dos rios
Araguari, Mogi-Guaçu/Pardo, Sapucaí e Verde.
7
O conceito de ‘capital social’ foi desenvolvido por Robert Putnam (1996) para explicar as diferenças no
desenvolvimento regional, considerando fatores como: os laços sociais, as redes horizontais e verticais de
cooperação, as regras de reciprocidade, a confiança e os sistemas de participação cívica. O resultado do conjunto
desses fatores é o capital social. Portanto, o capital social pode ser considerado como um indicador que demonstra o
nível de cooperação dos membros de determinada sociedade ou organização social
97
demonstrado serem fatores determinantes para a organização social e a participação nos comitês.
Sem dúvida, a atuação do Estado na mobilização da população, estimulando e mesmo
promovendo a organização também é um elemento fundamental nesse processo; às vezes
simplesmente viabilizar as reuniões torna-se um fator que muda as condições da região para a
formação do comitê.
Vale destacar, no entanto, que o nível de organização da sociedade civil ainda está muito
aquém da demanda que uma organização como o Comitê de Bacia Hidrográfica requer. É visível
a dificuldade que vários comitês enfrentaram para conseguir entidades para compô-lo, muitos
não conseguiram o número suficiente, de forma a que se equipare com os demais setores (poder
público estadual, municipal e usuários).
O estado vem melhor orientando a composição desses comitês, definindo quais entidades
compõem os segmentos da ‘sociedade civil organizada’ e de ‘usuários’. O segmento ‘usuário’
denota primordialmente uma atividade econômico-produtiva. Assim, por exemplo, um sindicato
de Produtores Rurais, embora considerado uma entidade da sociedade civil em outras instâncias,
98
no caso de sua participação no comitê pode ser entendida como representando os interesses do
segmento de ‘usuários’. Isso não foi compreendido desta forma na instituição desses primeiros
comitês, como também pode ser observado nas composições apresentadas a seguir. A
aglutinação de órgãos representativos da bacia, a participação do setor ‘usuários’ exprimindo a
exata vocação econômica da região, a ampla participação dos municípios representando as
regiões do alto, médio e baixo curso do rio, e organizações da sociedade civil representando os
interesses dos diversos grupos locais, é fundamental para a representatividade e legitimidade do
comitê. Podemos observar algumas dessas tendências na composição dos comitês, assim como
também é visível interpretações variadas sobre o significado de ‘usuário’ e de ‘sociedade civil’,
que ainda não seguem o mesmo critério.
estabelecer critérios e normas e aprovar os valores propostos para cobrança pelo uso
de recursos hídricos.
O processo de formação dos Comitês de Bacia Hidrográfica em Minas Gerais tem sido
bem diversificado, pois existem comitês originados das diretrizes do Comitê Estadual de Estudos
Integrados de Bacias Hidrográficas – CEEIBH, no início da década de 80 (como o CBH Pará e
CBH Verde), que denominamos de ‘primeira fase’, ou seja, aqueles criados por incentivo
exclusivo do estado; e os comitês de ‘segunda fase’, formados a partir de demandas de setores
sociais das áreas das bacias. Atualmente, existem 12 comitês legalmente instituídos e em
funcionamento no estado, de um total de 32 previstos conforme as Unidades de Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos.
99
ESTADO DE MINAS GERAIS
Secretaria Estadual do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável
IGAM
Legenda
Comitês de Rios Federais
Rio Grande
Comitês em processo de formação
mobilização Rio São Francisco
Analisa-se a seguir o processo de formação de cada comitê dos rios estaduais e dos
principais problemas por eles enfrentados. Vale ressaltar que, entre as 10 novas regiões que estão
se mobilizando para a formação de comitês, o IGAM está trabalhando efetivamente em 8 delas,
nas quais o processo já está mais amadurecido, pois estão contando com mais apoio de
prefeituras, universidades e setor produtivo. Estas regiões estão em posição de vantagem, pois
têm agora, à disposição, as experiências dos comitês instituídos. O acesso a estas experiências
que não se restringe às condições propiciadas pelo órgão gestor nem se limita às informações por
ele acumuladas, mas também, através do Fórum Mineiro de Comitês, instância criada em
100
março/2001, espelhada no Fórum Nacional de Comitês, e que pode vir a se constituir em um
importante espaço de intercâmbio das experiências vivenciadas por todos os comitês e de
articulação entre essas organizações.
CBH Velhas
Entre os afluentes do rio São Francisco, a bacia do rio das Velhas é a de maior área.
Conta com uma população acima de 3 milhões e 100 mil pessoas, vivendo em 51 municípios, o
que lhe confere importância significativa, além de se constituir num dos principais mananciais e
sistema de drenagem da região metropolitana de Belo Horizonte. Nesta bacia localiza-se o maior
parque industrial do estado resultando em graves problemas hidroambientais.
O CBH Velhas dispõe de Plano Diretor e Enquadramento do rio das Velhas e de seus
afluentes. As informações relativas ao Plano Diretor foram disponibilizadas aos 28 membros do
101
comitê (Quadro 5.1), e embora já tenham sido utilizadas como suporte para priorizar ações, com
destaque para o saneamento, esses instrumentos ainda não foram divulgados na bacia.
CBH Mosquito
102
O estado estimulou a formação deste comitê em 1996, e contou com o empenho e
participação de lideranças locais. O comprometimento e persistência de algumas lideranças
mantiveram o comitê ativo nos primeiros anos de funcionamento. Posteriormente, a bacia do rio
Mosquito foi contemplada com o projeto Proágua (Programa de Melhoria da Oferta de Água no
Semi-Árido Mineiro), onde estão sendo executadas obras de infra-estrutura de saneamento
básico do complexo denominado “Águas Vermelhas”, revitalização do rio Mosquito e trabalho
de educação sanitária relativo à esquistossomose. Apesar de o comitê não ter sido protagonista
na definição desse Projeto, o fato dele ser atuante na região e o apoio que representa foram
fundamentais para sua agilização.
Tudo o que os outros comitês buscam para suas bacias, de uma certa forma, o Proágua
possibilitou para a bacia do rio Mosquito. Entretanto, o comitê precisa resgatar sua identidade
como instância de decisão dos assuntos relacionados à gestão dos recursos hídricos na região e
trabalhar de maneira plena com o Proágua, já que se observa uma tendência a confundir os
papéis do Projeto do Proágua e do Comitê (Fonte IGAM).
O único instrumento de gestão que dispõe a bacia é o Plano Diretor dos Vales do
Jequitinhonha e Pardo-Planvale que não só é desconhecido pelo comitê, como se encontra
desatualizado, já que foi elaborado em 1994. Além disso, o Plano foi trabalhado numa escala em
um nível extremamente macro que dificilmente se adequará às necessidades da bacia.
103
Quadro 5.2 - Composição do CBH Mosquito
CBH Araguari
O rio Araguari, situado na região conhecida como Triângulo Mineiro, é afluente do rio
Paranaíba, tem 475 km de extensão, nasce no município de São Roque de Minas, no Parque
Nacional da Serra da Canastra e atravessa cerca de 20 municípios mineiros. É uma das principais
sub-bacias da Bacia do rio Paranaíba com uma área de aproximadamente 21.856 km².
A criação do comitê foi estimulada pelo estado, fundamentado em sua primeira Política
Estadual de Recursos Hídricos, a Lei 11.504/94. Sendo uma de suas primeiras iniciativas quanto
à formação de comitês, o estado não estava preparado o suficiente e não aprofundou
devidamente na região o papel do comitê, e a mobilização da sociedade concentrou-se muito na
sua simples criação. No processo de mobilização não foi observada a importância de se
estabelecer parcerias na região para garantir uma infra-estrutura mínima de apoio administrativo
e técnico para o comitê. As universidades e as próprias prefeituras, instituições importantes neste
processo, não estão participando de uma maneira efetiva, mas sim como espectadores. Na
ocasião do processo de formação do comitê, as Prefeituras participaram intensamente, como
pode ser verificado na própria composição do comitê, que mostra a articulação dos municípios
104
para dele participarem, porém numa avaliação rápida contata-se que esta participação se traduziu
em apenas presença
O CBH Araguari conta com o diagnóstico do Plano Diretor do rio Paranaíba, primeira
fase do Plano, mas tal instrumento de gestão ainda está incompleto e, portanto não conta com a
aprovação do Comitê composto por 36 membros (Quadro 5.3), no sentido de trazer informações
úteis para pautar suas ações.
105
CBH Paracatu
O comitê foi instalado no final de 1998, apresenta 24 membros (Quadro 5.4) e teve uma
atuação precária até a presente data, devido ao pouco envolvimento dos membros do comitê e da
falta de parceria que pudesse contribuir para o apoio administrativo e técnico do comitê, Fonte
IGAM.
Percebe-se atualmente uma vontade dos membros de reunirem esforços para uma melhor
atuação do comitê. A existência do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Paracatu, elaborado em 1996 pelo consórcio Magna/Dam/Eyser sob a coordenação da Fundação
Ruralminas/SEAPA-MG e Secretaria de Recursos Hídricos-SRH/MMA, coloca este comitê em
situação privilegiada, pois por meio dele o comitê já tem um grande instrumento que pode
possibilitar a captação de recursos e de um planejamento para as ações do comitê na bacia. Esse
Plano ainda não foi aprovado pelo comitê, o que impede sua utilização para o planejamento das
ações na bacia.
106
Quadro 5.4 - Composição do CBH Paracatu
CBH Pará
O rio Pará é um dos afluentes do alto rio São Francisco, nascendo nas serras do Galga e
da Cebola e desaguando no reservatório da CEMIG de Três Marias, com um curso de
aproximadamente 300 km. É uma região de tradição agrícola e industrial. Já abrigou um pólo
siderúrgico que encontra-se em decadência; hoje destacam-se a extração de minérios, a
metalurgia e as indústrias de produtos alimentícios e têxtil. Na produção agropecuária
sobressaem-se a criação de gado leiteiro, granjas e criação de suínos, e suas respectivas
indústrias de derivados, além da produção de diversos cultivos agrícolas sendo que o tomate é
predominante no sul da bacia. O esgoto urbano é um dos principais problemas, seguido da
contaminação proveniente dos dejetos industriais que são despejados nos rios; em algumas áreas,
como ao sul, a contaminação derivada do uso de agrotóxicos na agricultura já se encontra com
índices alarmantes.
O CBH Pará, um dos primeiros comitês instituídos no estado, originou-se em 1987 com a
mobilização de lideranças da região, as quais ainda hoje participam do comitê, sendo parte do
107
grupo constituído por 40 (quarenta) membros. A região possui uma tradição de lutas e esforços
em relação às questões ambientais e de recursos hídricos na bacia, o que se reflete na existência
de diversos Conselhos Municipais de Meio Ambiente (CODEMA) que estão presentes em
muitos dos municípios. Esse grupo inicial articulou com o do SEEIASF (Sub-Comitê de Estudos
Executivos Integrados do Alto São Francisco) e em 1998 se adequou às leis vigentes,
transformando-se no CBH Pará.
A forte liderança exercida pela atual diretoria do comitê tem conseguido a viabilização de
projetos e a captação de recursos para a bacia, elaborando-os através de parcerias com
universidades, e contando com o comprometimento financeiro dos órgãos e prefeituras que
fazem parte do comitê. Nesse sentido, foi aprovado o projeto “Sistema de Apoio à Gestão da
Bacia Hidrográfica do Rio Pará” pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). O Projeto
está realizando um diagnóstico georreferenciado da bacia enfocando nos usos da água, com o
envolvimento dos órgãos estaduais e das Prefeituras; também está desenvolvendo um trabalho de
comunicação, onde se destaca a publicação de um jornal bimensal com ampla distribuição na
bacia (como escolas, órgãos municipais e estaduais, e empresas) e para instituições de fora. Este
projeto impulsionou o comitê legitimando-o como o organismo que trata dos interesses da
coletividade na região da bacia. As fundamentais parcerias que foram estabelecidas, a articulação
necessária com as instituições que atuam direta e indiretamente com os recursos hídricos e
usuários da água, além do imprescindível compromisso dos participantes estão propiciando o
apoio administrativo/técnico e o aprimoramento dos trabalhos do comitê.
Os instrumentos que possui são o Plano Diretor dos afluentes mineiros do rio São
Francisco e o enquadramento dos cursos de água (Deliberação Normativa nº 28 e 32/98). O
Plano Diretor, em fase de conclusão, já foi apresentado ao comitê e a principal crítica é que, além
de estar com dados defasados, as informações estão disponibilizadas numa escala inadequada a
uma utilização prática pelo comitê (Quadro 5.5).
108
Quadro 5.5 - Composição do CBH Pará
CBH Caratinga
O rio Caratinga é tributário do rio Doce, abrangendo 16 municípios com uma população
de 210.000 habitantes, sendo que mais de 40% vive na zona rural. O relevo é montanhoso e a
região tem como principal fonte econômica a cultura de café e a pecuária.
A formação deste comitê, com 36 membros (Quadro 5.6), foi estimulada pelo Estado em
1996. Houve uma mobilização significativa na região com a presença dos setores ligados à
pecuária e agricultura, apoio da imprensa e das faculdades. Porém, no processo de formação não
109
foi aprofundado o papel do comitê com a necessária clareza e o funcionamento deste ficou
comprometido na fase inicial.
CBH Verde
A bacia do rio Verde está localizada no sul do estado, inserida na bacia do rio Grande que
integra a bacia platina. As principais atividades econômicas são a pecuária leiteira, a cultura do
café, milho, feijão e batata. Tem uma população estimada em 400.000 habitantes, englobando 31
municípios.
110
Este comitê, originado do CEEIBH, foi criado em 1987 com o nome de SCOBVER – Sub
Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia do Rio Verde. Lideranças e técnicos da região
se uniram visando a organização da população, devido ao acelerado estado de poluição das águas
desta bacia. Em 1999 coube ao estado adequá-lo à lei 13.199/99 e tornou-se o CBH Verde.
111
CBH Paraopeba
O rio Paraopeba é um dos afluentes do alto rio São Francisco, responsável por grande
parte do abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte. Municípios como os
de Contagem e Betim, altamente industrializados e que abrigam uma grande população urbana,
situam-se na bacia do rio Paraopeba. O principal problema é a qualidade das águas, tanto pela
carga excessiva de esgoto como pela contaminação industrial.
O CBH Paraopeba dispõe de Plano Diretor dos Afluentes mineiros do Rio São Francisco,
com cerca de 90% já executado e enquadramento do rio Paraopeba e de seus afluentes conforme
Deliberação Normativa COPAM nº 016/96 (Quadro 5.8).
112
Quadro 5.8 - Composição do CBH Paraopeba
CBH Sapucaí
A bacia do rio Sapucaí está inserida no sudoeste de Minas Gerais. Seu clima é
considerado úmido. Os terrenos da bacia são ocupados predominantemente por pastagens e as
declividades acentuadas não favorecem a prática da agricultura, que se restringe às várzeas de
alguns cursos d’água.
A motivação pela formação deste comitê foi devido às enchentes que ocorrem com certa
freqüência nesta bacia, apoiado pelo estado que estimulou a sua formação. Nem o estado e nem o
grupo que liderou a formação do comitê conseguiram uma mínima mobilização na bacia.
Entretanto o comitê acabou por ser constituído via Decreto nº 39.911, de 22 de setembro de 1998
atendendo solicitação de lideranças ligadas a ONG’s ambientalistas da bacia ao IGAM.
113
Nesta fase inicial, o comitê está buscando implementar a capacitação dos membros do
comitê bem como um planejamento de ações e atividades que poderão alavancar a atuação deste
comitê. A bacia hidrográfica do rio Sapucaí não conta com nenhum instrumento de gestão de
recursos hídricos (Quadro 5.9).
CBH Araçuaí
114
A organização do comitê partiu de uma iniciativa da Universidade Federal de Ouro Preto,
que desenvolvia um trabalho na região, e que articulou junto a algumas organizações da
sociedade civil a mobilização para a criação do comitê. Nesse caso, o estado procurou aprimorar
o trabalho de mobilização, de acordo com experiências de formação dos outros comitês, isto é,
organizou reuniões regionais nas quais eram passadas informações a respeito da política estadual
de recursos hídricos, tendo promovido também o intercâmbio com outras experiências no estado.
Entretanto, dois problemas foram visíveis no processo de formação do comitê. Primeiro, a
articulação com as organizações da sociedade civil foi realizada de forma diferenciada, sem que
envolvessem os principais agentes interessados ao longo de todo o processo de organização, ou
seja, do planejamento à avaliação. Por outro lado, o ritmo imposto para a criação do comitê
seguiu o ritmo político do estado, e não o requerido por muitas organizações que demandavam
um tempo maior para mobilizar suas bases. No entanto, apesar de haver surgido conflitos nesse
processo, terminou-se com um acordo pela criação do comitê, que se deu via decreto nº 40.931,
de 16 de fevereiro de 2000 (Quadro 5.10).
115
CBH Piracicaba
O CBH Piracicaba surgiu da própria demanda da região, que foi estimulada por
lideranças locais que já conheciam profundamente os aspectos legais da gestão de recursos
hídricos. O papel do estado foi o de esclarecer questões específicas para a formação do comitê e
divulgar amplamente a Política Estadual de Recursos Hídricos. Devido ao rico processo de
mobilização da região, a composição do comitê é bastante sólida, com entidades participantes e
ativas que contribuem de fato para a sua estruturação.
116
O comitê com 36 representantes (Quadro 5.11), tem se mostrado auto-suficiente,
buscando apoio de várias parcerias e não tem contado com apoio financeiro do Estado. No
entanto, segundo o IGAM os diversos segmentos necessitam amadurecer no entendimento de
que o comitê é um espaço de negociação, e esses devem avançar no sentido de assegurar diálogo
em lugar de exercer uma improdutiva cobrança mútua de responsabilidades pela atual
degradação dos rios.
CBH Mogi-Guaçu/Pardo
Esta bacia, situada no sul de Minas, compreende uma área de drenagem em torno de
35.742 km quadrados (sendo 17% em Minas Gerais e 83% em São Paulo). A população estimada
117
da parte mineira é cerca de 500.000 habitantes e a atividade predominante na bacia é a
agropecuária. O uso de agrotóxico nas culturas da batata e morango e o parque industrial da
cidade de Poços de Caldas, incluindo o complexo industrial da Nuclebrás situado nas cabeceiras
do rio Pardo, são considerados os problemas mais críticos da região.
O estado estimulou a formação do comitê da parte mineira dessa bacia, motivado pela má
qualidade das águas comprometidas pelo uso abusivo e indiscriminado de agrotóxicos. A
proximidade com o estado de São Paulo também alavancou o processo, devido aos esforços e
avanços daquele Estado na gestão de Recursos hídricos.
A mobilização da sociedade nesta região foi realizada no final de 1999, pouco tempo
antes da edição do Decreto nº 40.930, de 16 de fevereiro de 2000. Tal mobilização não foi
significativa no momento da formação do comitê com 40 representantes (Quadro 5.12), mas o
grupo que levou o processo adiante participou ativamente até a sua instalação e, posteriormente a
Diretoria do comitê trabalhou intensamente para dar visibilidade do comitê na região,
principalmente na mídia e nos municípios das bacias.
Os resultados deste trabalho inicial, somados à forte influência do estado de São Paulo,
ao envolvimento da diretoria do comitê da bacia hidrográfica Mogi-Guaçu/Pardo e dos grupos
técnicos já formados e atuantes, assim como à participação de vários setores da sociedade da
bacia como o poder público municipal, a mídia, as superintendências regionais de ensino e o
setor produtivo, estão apontando para um caminho que poderá trazer resultados rápidos na
atuação do comitê. Percebe-se ainda que este comitê, por ter feito um trabalho inicial de
articulação, já conta com apoio de usuários que manifestaram disposição para pagar pelo uso da
118
água, o que esbarra, entretanto, na morosidade da implementação do SEGRH, que ainda não
regulamentou a cobrança nem definiu a natureza jurídica das Agências de Bacia.
Fonte: IGAM.
119
5.2 Análise crítica da formação e desempenho dos comitês
120
¾ Falta de um estudo preliminar ou diagnóstico de algumas bacias que venha
nortear as ações do comitê
Diante dos problemas que os comitês estão enfrentando, verifica-se que sua atuação fica
ainda mais comprometida quando ocorrem simultaneamente os seguintes fatores: dependência do
estado, decisões centralizadas na diretoria do comitê, pouco envolvimento dos membros e falta
de planejamento e ações práticas na bacia. A falta de recursos não é fator tão determinante para a
atuação do comitê nesta situação inicial, pois o que vem se mostrando é que por meio de
parcerias e articulando com outros órgãos ele pode conseguir viabilizar sua manutenção e
realizar ações na bacia.
A partir dessa análise da situação atual dos comitês em funcionamento em Minas Gerais
percebe-se que os fatores determinantes para um melhor desempenho desses colegiados são: a
organização existente, a articulação, a parceria, a informação e, sobretudo, o posicionamento de
comprometimento, de disponibilidade e de seriedade das pessoas que estão à frente dessas
iniciativas, como presidentes, secretários e membros mais envolvidos. A mobilização não é um
fator determinante no processo organizativo inicial, ela é, de fato, uma necessidade contínua,
avaliada a todo momento, pois é por meio dela que o comitê se fortalece.
Em relação ao papel do estado, a avaliação leva ao reconhecimento que este cumpriu com
o seu papel de estimular a formação dos comitês, iniciando a implementação do Sistema
Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, mesmo atuando de maneira incipiente, devido
à novidade do processo e a pouca estrutura existente.
121
estado e que dificilmente conseguirão viabilizar em suas áreas de atuação estas entidades
executivas. Além disso, deve-se trabalhar politicamente pela operacionalização do FHIDRO –
Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento das Bacias Hidrográficas do estado de
Minas Gerais-, proporcionando condições necessárias à atuação dos comitês. Enfim, cabe ao
estado propiciar uma condição que torne os comitês auto-sustentáveis e nesse aspecto,
entendemos que o Conselho Estadual de Recursos Hídricos tem um papel fundamental de
consolidar o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Por outro lado, embora o órgão gestor tenha avançado tecnicamente em relação aos
instrumentos de gestão como outorga, enquadramento e planos diretores, todos estes
instrumentos se encontram desarticulados entre si e com os comitês de Bacia. São poucos os
comitês que se apropriaram dos instrumentos que dispõem e que estão utilizando-os nos seus
planos de ação. Além do mais, grande maioria dos Planos Diretores foi elaborada numa escala
macro, muito longe da escala de ação do comitê, e muitos deles encontram-se já defasados no
tempo.
Em Minas Gerais, o setor da agricultura irrigada é responsável por cerca de 70% das
outorgas concedidas pelo poder público. “O Brasil é perdulário com a água, afirma Willer Pós8”.
Para ele, a maioria dos produtores pratica o “molhamento” ou o “aguamento”, o que gera
impactos no meio ambiente. Minas é conhecida como a maior “caixa d’água” do Brasil. Cerca de
8,3% dos rios e lagos naturais e artificiais do país estão em solo mineiro, ocupando uma
superfície equivalente a 4.586 km² dos 55.457 km² existentes no Brasil.
Segundo Willer Pós, cada um dos comitês estaduais implementados em Minas Gerais tem
características diferentes. Os considerados mais estruturados são os comitês de bacia do Rio das
Velhas, essencialmente do setor siderúrgico e industrial, o do Pará e do Paraopeba, seguido pelo
de Araguari, de formação quase totalmente agrícola e o de Paracatu, considerado misto, com
participação dos setores mineral e agrícola. O da bacia do rio Doce é constituído especialmente
pelo setor siderúrgico. O comitê estadual mais antigo é o rio da Velhas, que possui plano diretor
e um estudo preliminar para a cobrança de tarifas. Além disso, é um comitê que já está
deliberando sobre processos de outorgas com previsão legal, depois de analisados pelo Igam.
8
Willer Hudson Pós. Diretor Geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM/2002. (Em entrevista
pessoal).
122
Nem todos os setores estão preparados para participar dos comitês, na opinião do diretor
presidente do Igam. “Considero o setor agrícola o menos preparado e com menor representação
nos comitês de bacia, apesar de ser o maior usuário da água”, afirma Willer Pós. Ele atribui o
fato às características de formação do setor, que conta com a participação de grupos familiares,
com baixa produção, descapitalizado, de difícil sustentabilidade e com pouco acesso à
informação.
Alguns comitês, com forte representação agrícola, como o de Araguari, que já foi
considerado “a menina dos olhos do Igam”, não conseguem deslanchar. Na opinião dos técnicos
da área, faltam-lhes subsídios importantes como um inventário ou um plano para a bacia
hidrográfica, o que lhes dariam mais suporte e o empurrão necessário pra uma atuação mais
ampla. A engenheira sanitarista Luiza de Marillac Camargos9 afirma que os comitês irão
realmente funcionar e mostrar resultados quando surgirem as agências de água. E, para haver as
agências, é preciso que haja a cobrança pelo uso da água. Ela acredita que a participação do setor
agrícola está em ritmo crescente e a possibilidade do início do processo de cobrança está
despertando preocupação e um maior interesse na participação. Ela considera importante o
estabelecimento de parcerias regionais para o fortalecimento dos comitês de bacia. “Os comitês
sofrem hoje as dificuldades de qualquer organização pioneira, funcionam dentro de sedes de
associações, de prefeituras municipais, de universidades. Mas o estado tem feito todo esforço
para fortalecê-los”, completa ela.
9
Dra. Luiza de Marilac Moreira Camargos, Chefe da Divisão de Ordenamento de Bacias Hidrográficas do IGAM
123
dos recursos hídricos, preconizada pelos comitês. As Agências se constituem no braço técnico de
seus respectivos comitês, dando efetividade às deliberações emanadas desses. Sua
sustentabilidade é garantida pela cobrança pelo uso da água.
A Engª. Fátima Chagas10 considera que a garantia do uso dos recursos financeiros
oriundos da cobrança para a bacia é clara na lei estadual (lei 1.399): os recursos arrecadados com
a bacia serão revertidos para ela. O Conselho de Recursos Hídricos de Minas Gerais ainda não
deliberou sobre a cobrança da taxa pelo uso da água dos rios estaduais, mas suas reuniões estão
cada vez mais freqüentes e, brevemente, começará a contar com a atuação de comitês técnicos.
Entre seus feitos, o CERH contabiliza o decreto de regulamentação da Lei 1.399, sobre a Política
Estadual de Recursos Hídricos, a aprovação da divisão do Estado em unidades de planejamento e
gestão, além da deliberação para a formação dos comitês de bacia. “Minas é um estado interior,
em que as bacias são compartilhadas com a união. Temos que ter cuidado no trato das nossas
águas e do nosso território”, considera Fátima, referindo-se especialmente às bacias dos rios São
Francisco e Doce e á formação de seus comitês. A representatividade e a capilaridade dos
comitês de bacia existentes no estado é uma das atuais preocupações da Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais – SEMAD. Alguns deles são
extremamente dinâmicos, como o das Velhas, do Pará, do Paraopeba, do Caratinga e o do
Araguari. “O comitê das Velhas está discutindo a cobrança e uma forma de criar uma unidade
transitória que se transformará numa agência de bacia”, comenta Fátima. Como determina a
legislação, esses comitês têm uma formação paritária entre o poder público (estadual e
municipal) e a sociedade civil organizada e usuária, com o objetivo de constituir fóruns
democráticos, onde os interesses existentes dentro da bacia são discutidos e tirado um consenso
ou não. Na falta desse consenso, o assunto passa para outra instância, ou seja, o CERH.
10
Dra. Fátima Chagas Dias Coelho. Secretária Adjunta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais – SEMAD. (Em entrevista pessoal)
124
concretos, que saiam da subjetividade, para verificar se estão sendo atendidos os níveis de
representatividade e de capilaridade dos principais interessados”, defende a enga. Fátima Chagas.
No que toca à participação da sociedade, fica evidente que para o funcionamento dos
comitês se requer organização e participação. Nesse processo é fundamental contar com atores
comprometidos com os objetivos do comitê.
Para o eng. Júlio Thadeu11, os avanços que a formação dos comitês de bacias de rios
estaduais e federais trouxeram para o estado de Minas Gerais “foram no sentido de melhorar a
participação da sociedade organizada no processo de decisão e institucionalização do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”. Já para Luiza de Marilac, os avanços foram
observados “na sensibilização e mobilização de várias regiões do estado em relação ao tema água
e maior conhecimento da Política Estadual de Recursos Hídricos”. Quanto à implementação dos
instrumentos de gestão, segundo Marilac “com a criação de comitês em Minas, os assuntos sobre
cobrança e o surgimento das futuras Agências de bacia estão sendo cada vez mais discutidos,
mas em relação à implementação dos instrumentos de gestão, têm-se poucas experiências. O
CBH-Pará e o CBH-Paraopeba estão avançando neste sentido, porque obtiveram apoio
institucional e financeiro para viabilizar a implementação dos instrumentos. O Igam iniciou a
discussão sobre o sistema de Informações, mas o projeto não avançou (dificuldades para captar
recursos financeiros), os planos diretores também estão paralisados. A outorga é ainda o nosso
instrumento que obteve maior avanço”. Acredita que isto aconteceu não tanto pela criação dos
comitês, mas um pouco pela sensibilização dos usuários e mais ainda porque todo processo de
empréstimo aos empreendimentos nos bancos financiadores exige a outorga.
Com relação à carência de recursos humanos capacitados para compor as equipes técnicas
dos comitês Maria de Lourdes Pereira dos Santos12, atribui à esta dificuldade o fato do quadro de
servidores do estado ser reduzido pelos baixos salários e poucas chances de crescimento
profissional, e por esta razão saírem de cena os técnicos com melhor capacitação. Dessa forma,
crê ser difícil para o estado conseguir equipes multidisciplinares, como devem ser, para o
11
Engº Júlio Thadeu Silva Kettelhut. Diretor de Programa de Implementação da Secretaria de Recursos
Hídricos do Ministério do Meio Ambiente. (Em entrevistas pessoal).
12
Dra. Maria de Lourdes Pereira dos Santos. Ex-Diretora de Desenvolvimento Hídrico do IGAM. (Em entrevista
pessoal).
125
atendimento aos comitês, já que os órgãos técnicos estaduais são extremamente carentes de
profissionais especializados. “O que se vê, comumente, é a cessão temporária de servidores dos
órgãos representados nos colegiados, para o suporte às suas atividades e ações. Sobre esta
matéria, comenta Luiza de Marilac: “O Igam ainda não tem uma estrutura formalizada de apoio
aos comitês, mas temos esta dificuldade sim, por se tratar de assunto novo e especialmente deste
trabalho possuir uma nova dinâmica (necessária interação e participação de técnicos com o
comitê para que este aproprie dos conhecimentos). O Igam tem um projeto de apoio aos comitês,
com recursos do PROÁGUA, que atendeu 4 comitês em 2002 e está previsto o apoio a mais 4
comitês em 2003”
13
Dra. Patrícia Gambogi Bóson. Pesquisadora da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC. (Em
entrevista pessoal).
126
domínio federal quanto estaduais é o número reduzido de técnicos capacitados, no quadro dos
órgãos gestores das águas, para a devida mobilização na região da bacia hidrográfica. Outra
dificuldade é a escassez de recursos financeiros para o atendimento às demandas de viagens e
reuniões e o entrosamento com os outros estados e com a União além da adequação do que deve
ser realizado para o bem da bacia, aos interesses setoriais e institucionais de cada um, no caso
dos comitês de rios da União”.
Quanto aos critérios para priorização das bacias a serem apoiadas pelo órgão gestor com
vistas à formação do comitê, Luiza de Marilac afirma “Inicialmente houve uma priorização em
regiões onde já havia algum conflito relacionado a quantidade/qualidade da água. Assim
surgiram os primeiros comitês: Velhas, Mosquito, Araguari, Paracatu, Pará e Sapucaí com o
estado fazendo o papel de incentivar a formação. Posteriormente, a demanda por comitês surgiu
da própria sociedade da bacia”.
Em verdade, nem a sociedade civil e menos ainda o poder público do país, no seu
tradicional e histórico desejo administrativo centralizador, estão preparados para tal estrutura
apresentada pelo Sistema Nacional e Estadual de Gestão de Recursos Hídricos. Assim, vivemos
neste momento, em que alguns comitês já se instalam no Brasil e mais ainda em Minas Gerais,
um grande laboratório, onde tudo é aprendizado.
127
CONCLUSÕES
Por outro lado, os poderes públicos constituídos, temem que a descentralização venha
ferir suas competências e autonomia de ação como agentes reguladores de um bem público, no
caso a água, e não perderam a oportunidade, através do fomento a iniciativas locais, financiadas
por grandes programas e projetos governamentais, de exercerem um papel tutelar sobre os
comitês, com reflexos numa futura e providencial situação de dependência, portanto,
subordinação.
Estamos sem dúvida alguma diante de algo muito novo. Talvez por isso, não raro nos
deparamos com análises contrárias a esse formato da administração pública. Tais análises são
realizadas tendo, como base teórica e conceitual, velhos referenciais que até então foram
utilizados para interpretar a realidade social. Por isso não raro escutamos discursos no sentido de
que esses colegiados enfraquecem as instituições já tradicionalmente montadas para a solução
dos problemas públicos, mesmo que essas, de fato, não estejam resolvendo problema algum, ou
poucos e de forma muito precária.
A gestão de recursos hídricos no Brasil é uma questão relativamente nova para os setores
envolvidos e interessados na preservação ou recuperação de nossos aqüíferos superficiais e
subterrâneos. Os mecanismos dessa gestão ainda são incógnitas para aqueles que realmente
importam no processo, ou seja: a população. Mas é fácil verificar, pelos meios de comunicação
que, cada vez mais, a população pede por iniciativas que possam reverter a situação atual.
128
Em vários países, as legislações sobre o tema se consolidaram nos últimos trinta anos,
principalmente na França, cuja legislação foi utilizada como modelo para a elaboração dos
primeiros atos administrativos e legislativos que visam a estruturação do setor.
129
Tem-se, hoje, no Brasil, uma lei que permite que a água tenha o seu uso cobrado. Do
primeiro projeto, de 1992 a 1997, houve um grande esforço para que isso ocorresse. Todavia, a
lei não resolve todos os problemas; há um enorme trabalho por realizar. Destaca-se, nesse
esforço que já vem sendo empreendido, a necessidade de cooperação entre cidadãos, entre
esferas de poder, entre estados, municípios e sociedade civil. Sem ela, a política pode estar
consubstanciada em inúmeras leis, em regulamentos, mas as idéias não saem do papel. Muito já
se conseguiu, com a edição da lei 9.433/97. Mas há muito que fazer. Cabe ressaltar a importância
do papel do Judiciário nesse processo, pois embora não participe da formulação das políticas
públicas, nem dos processos legislativos, é quem vai dar o contorno definitivo da política de
águas, ao tratar dos casos concretos. A interpretação da lei, nesse sentido, deve ser voltada à
proteção dos recursos hídricos, como condição de ordem social. Os princípios constitucionais
adotados devem ser os que congregam a proteção do meio ambiente nas atividades humanas.
Cabe ao Judiciário exigir que a lei seja cumprida, mesmo quando se tratar de infração cometida
pela Administração Pública. A independência dos poderes não pode sobrepor-se ao princípio da
legalidade, à qual encontra-se adstrito o Poder Público, por força constitucional.
Verifica-se, portanto que já existe uma base jurídica para o combate à degradação dos
recursos hídricos. Ocorre que, diante do cenário atual, principalmente nas áreas urbanas e em
especial nas regiões metropolitanas, a situação requer muito mais. Requer que sejam alocados
vultosos recursos para reverter a degradação.
130
sociedade de forma organizada. Mais do que permitir aos usuários o direito de voz nos fóruns
concedeu o direito de voto nas decisões.
Finalmente, é importante assinalar alguns pontos que são fundamentais para uma
adequada implementação da política de recursos hídricos no Brasil, tanto no âmbito federal
quanto estadual:
¾ Nas bacias e regiões em que os conflitos são mais sérios e que tenha havido
mobilização das comunidades e das entidades civis em torno do tema, são
mais factíveis as soluções inovadoras, que implicam em parcerias entre o
Poder Público e a sociedade.
¾ Nos estados em que isso não ocorrer, basicamente por questões políticas,
essas inovações são mais difíceis e deve procurar estágios intermediários de
gerenciamento de recursos hídricos, porém explicitando-se diretrizes de longo
prazo.
132
transparente com o segmento no qual irá recair este instrumento de gestão, ou
seja, os usuários.
133
BIBLIOGRAFIA
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projetos de lei para criação da ANA, Julho/99.
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13. ANA – “A evolução da gestão dos recursos hídricos no Brasil” Edição Comemorativa do
dia Mundial da Água – Março/2002
134
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18. ANJOS, E.F.S., Recursos Hídricos no Brasil – Panorama atual nos estados brasileiros,
21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, ABES, 2001.
19. ANJOS, E.F.S.; Oliveira, R.L.; Macedo, A.C., “Um novo modelo de gestão dos recursos
hídricos sob o moderno enfoque de mobilização social”. 20º Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, 1999. Rio de Janeiro.
20. ANJOS, E.F.S; Santos, D.G., Moreira, MMMA “Audiência Pública: estratégia
democrática no processo de legitimação dos planos diretores de recursos hídricos “20º
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental” – ABES, Rio de Janeiro –
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21. ARANGO, José Bernardo Toro. E.; WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização
Social: Um Modo de Construir a Democracia e Participação.
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30. BARTH, F.T. Evolução nos aspectos institucionais e no gerenciamento de recursos
hídricos no Brasil. In: O Estado das Águas no Brasil, 1999. ANEEL/MMA/OMM.
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31. BARTH, F.T. Quadro institucional da gestão dos recursos hídricos no Centro-Oeste:
histórico, situação atual e perspectivas. In: Simpósio de Recursos Hídricos do Centro-
Oeste, 1., Associação Brasileira de Recursos Hídricos. Anais... Brasília, 2000. 23p.
32. BARTH, Flavio Terra, [et al.], Modelos para gerenciamento de recursos hídricos, coletas
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35. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal,
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Suporte Técnico à Gestão de Recursos Hídricos, ABEAS. Brasília/1999.
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Mensaem nº 640/91
41. CÂMARA, dos Deputados. Projeto de Lei nº 2.249-D, de 1991 (Do Poder Executivo)
Mensagem nº 640/91. Centro Gráfico do Senado Federal, 1991, Brasília-DF.
42. Camargos, Luiza de Marillac Moreira e Cardoso, Maria Lúcia de Macedo “O Papel do
Estado e da Sociedade Civil no Processo de Criação dos Comitês de Bacia Hidrográfica
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136
44. CÂNDIDO, José Rildo e TAVARES, José F., Direito Processual Ambiental e de Águas,
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46. COUTO, L., Anjos, E.F.S. “Conceito do Produtor de Água – A água na agricultura –
Workshop: Qualidade das Águas dos Mananciais das Bacias dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí – Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rio Piracicaba, Capivari e
Jundiaí/São Pedro-SP, 2001.
49. DNAEE. Código de Águas. Brasília: MME, Departamento Ambiental de Águas e Energia
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50. DOMINGOS, A.F.; Anjos, E.F.S.; Santos, Devanir Garcia. Posição da Atual Política
Nacional de Recursos Hídricos – A Agência Nacional das Águas e a Política Nacional
das Água – II Encontro de Preservação de Mananciais da Zona da Mata Mineira – Viçosa
– MG, 2002.
51. Furriela,RB. “Os tratados internacionais de proteção dos recursos hídricos e oceanos”,
ABEAS, Brasília, 1997
54. I Relatório de Gestão – Edição Comemorativa do Dia Mundial da Água – ANA, 2002
55. III Encontro Nacional dos Comitês de Bacias Hidrográficas, Relato dos Trabalhos, Belo
Horizonte-MG/2001
58. IV Encontro Nacional dos Comitês de Bacia Hidrográfica , Relato dos Trabalhos,
Balneário Camboriú-SC/2002.
59. KETTELHUT, J.T.S.; Rizzo, H.G.; Reis, D.E.C.C.; Anjos, E.F.S., “A lei das águas e sua
regulamentação”, 20º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES
– Rio de Janeiro – RJ, 1999.
137
60. KETTULHUT, J.T.S., Amore, L., Leeuwestein, J.M., A Experiência Brasileira de
Implementação de Comitês de Bacias Hidrográficas, 1998, Gramado-RS.
64. MACHADO, P.A.L., Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo, 7ª Edição, Malheiros
Editores, 1998.
65. MAGALHÃES JR, Antônio Pereira. “Os indicadores como instrumentos de apoio à
consolidação da gestão participativa de água no Brasil: realidade atual e perspectiva no
contexto dos comitês de bacia hidrográfica”, 142 pg – UNB-CDS, 2002.
66. Paim, Paulo Renato “Legislação Estadual e Setorial – Região Sul” ABEAS, Brasília,
1997
70. Revista CEJ/Conselho da Justiça Federal, Centro de Estudos Judiciários. n.1 (1997).
Brasília: CEJ. 1997.
71. RODRIGUES, F.A.; Santos, D.G.; Anjos, E.F.S. “Planos Diretores de Recursos
Hídricos. A experiência da Secretaria de Recursos Hídricos na Coordenação e Avaliação
dos Estudos”. VIII Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental – João
Pessoa – PB, 1998.
72. SANTOS, D.G.; Anjos, E.F.S. – Água e Meio Ambiente. Anais do I Simpósio Norte
Mineiro sobre a Cultura da Banana – Nova Porteirinha/MG – EPAMIG/2001.
73. SANTOS., D.G.; Anjos, E.F.S.; Bronzatto, L.A..; Lobo, L.W.S. “A Bacia Hidrográfica
do Rio Verde Grande – Rio São Francisco-MG: As ações da Agência Nacional de Águas
– ANA na reestruturação do Sistema de Gestão na Bacia” – WI Simpósio Ítalo-Brasileiro
de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, 2002.
138
75. SDM, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Bacias
Hidrográficas do Estado de Santa Catarina: Diagnóstico Geral. Florianópolis, 1997.
77. Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais: Plano
Diretor de Recursos Hídricos do Estado da Paraíba/PB, Bacias do rio Piancó e do Alto
Piranhas.
78. SEMAR – Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos: “A lei das águas do
Distrito Federal”, Brasília, março 2000.
84. SILVA, Demetrius David e PRUSKI, Fernando Falco. “Gestão de Recursos Hídricos:
Aspectos legais, econômicos, administrativos e sociais”, Universidade de Viçosa,
Secretaria de Recursos Hídricos.
85. THAME, A.C.M. Comitês de Bacias Hidrográficas, uma revolução conceitual. São
Paulo/2002.
86. VAN ACHER, Francisco T., O Meio Ambiente e as Águas na Constituição, competências
normativas e administrativas, ABEAS, 1999.
139
6. ANEXOS
140
ANEXO I
141
Engº Júlio Thadeu Silva Kettelhut, engenheiro civil, Diretor de Programa de
implementa;áo da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, membro
titular do Conselho Nacional de Recursos Hídricos representando o Ministério do Meio
Ambiente e Presidente das Câmaras Técnicas de Assuntos Legais e Institucionais – CTIL e de
Análise de Projetos –CTAP.
Dr. Mauro Guilherme Jardim Arce, Secretario de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras
do Estado de São Paulo, membro titular do Conselho Nacional de Recursos Hídricos,
representando a Região Sudeste.
Dra. Maria de Lourdes Pereira dos Santos, Geóloga e Engenheira de Minas, com pós-
graduação em hidrologia subterrânea. Ex-Assessora de Planejamento e Coordenação e Ex-
Diretora de Desenvolvimento Hídrico do IGAM e atualmente na Companhia do Vale do Rio
Doce, vinculada à Gestão Ambiental. Atuou como membro da Câmara Técnica de Assuntos
Legais – CTIL/CNRH.
Dra. Fátima Chagas Dias Coelho, Engenheira Civil, Secretária Adjunta da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais - SEMAD, Secretária
Executiva do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH.
Dr. Willer Hudson Pós, Químico Ambiental, Doutorado em Química Ambiental, Diretor
Geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, da Secretaria de Meio Ambiente de
Desenvolvimento Sustentável – SEMAD.
142
1) Quais são os avanços na gestão de Recursos Hídricos no estado de Minas Gerais,
decorrentes da formação de comitês de bacias hidrográficas?
3) Como se insere um Comitê Estadual de rio de 2ª ordem num Comitê Estadual de rio de 1ª
ordem ou mesmo um Comitê de rio de domínio do Estado num Comitê de rio de domínio
da União?
8) Quais são os critérios para priorização das bacias a serem apoiadas pelo órgão gestor com
vistas à formação do Comitê de Bacia? Qual apoio financeiro que o Comitê tem recebido,
para apoiar despesas de mobilização e de sua implementação.
143
ANEXO II
144
145
LEGISLAÇÃO ESTADUAL E DO DISTRITO FEDERAL DE RECURSOS HÍDRICOS
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Decreto nº 37.784, de 22 de
Lei nº 6.126 de 16 de
Lei nº 5.965, de 10/11/97, outubro de 1998, publicado SECRETARIA DE ESTADO DE
dezembro de 1999 – Cria a
publicada em 11/11/97 - em 23 de outubro de 1998 – RECURSOS HÍDRICOS E
Secretaria de Estado de
Dispõe sobre a Política Regulamenta o Conselho IRRIGAÇÃO
Recursos Hídricos.
Estadual de Recursos Hídricos. Estadual de Recursos Hídricos. Endereço: Rua Cincinato Pinto 348 -
Lei nº 6.145, de 13 de
ALAGOAS institui o Sistema Estadual Centro
janeiro de 2000 – Dispõe
de Gerenciamento Integrado de Decreto nº 006, de 23 de Maceió – AL CEP: 57.020-050
sobre as diretrizes básicas
Recursos Hídricos e dá outras janeiro de 2001 – Fone: (82) 326-9907
para a reforma e
providências. Regulamenta a outorga de Fax: (82) 326-9936
organização do Poder
direito de uso de recursos e-mail: sip@seplan.al.gov.br
Executivo do Estado de
hídricos.
Alagoas.
INSTITUTO DE PROTEÇÃO
Lei nº 2.712, de 28 de
AMBIENTAL DO AMAZONAS -
dezembro de 2.001 –
IPAAM
Disciplina a Política Estadual
Endereço: Rua Recife nº 3280 -
de Recursos Hídricos,
AMAZONAS Bairro do Parque 10 de novembro
estabelece o Sistema Estadual
Manaus - AM CEP: 69.057-002
de Gerenciamento de Recursos
Fones: (92) 642-4848/642-7723
Hídricos e dá outras
Fax: (92) 642-4890/4778
providências.
E-mail: ippaan@ippaan.br
Site: www.ipaam.br
SECRETARIA DE ESTADO DE
MEIO AMBIENTE, CIÊNCIA E
Lei nº 686 de 07 de junho de TECNOLOGIA - SEMA
2002. Dispõe sobre a Política Endereço: Av. Mendonça Furtado, nº
AMAPÁ de Gerencia de Recursos 53 - Centro
Hídricos do estado e dá outras Macapá - AP CEP: 68.906-060
providências. Fone: (96) 212-5300/5301 - 223-
5771/212-5202: Fax: (96) 223-5731
e-mail: gabinete@sistema.ap.gov.br
Lei Nº 6.855, de 12/05/95 – Lei nº 8.194, de 21 de janeiro Dec nº 8.247, de 08 de SUPERINTENDÊNCIA DE
Dispõe sobre a Política, o de 2002. Dispõe sobre a maio de 2002. Aprova o RECURSOS HÍDRICOS
Gerenciamento e o Plano criação do Fundo Estadual de Regimento da Endereço: Av. 3 - Nº 390 Plataforma
BAHIA Estadual de Recursos Hídricos. Recursos Hídricos da Bahia - Superintendência de 04 – 1º andar - Ala Norte Centro
(publicada no DOE em 13 e FERHBA e a reorganização da Recursos Hídricos da Bahia Administrativo
14.05.1995) Superintendência de Recursos - SRH. Salvador – BA CEP: 41.746-900
Hídricos - SRH e do Conselho Lei nº 8.194, de 21 de Fones: (71) 370-6195 / 370-6170 /
146
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Estadual de Recursos Hídricos janeiro de 2002. Dispõe 6198
- CONERH. sobre a criação do Fundo Fax: (71) 370-6577
Estadual de Recursos E-mail: srh@srh.ba.gov.br
Lei nº 7.354, de 14 de Hídricos da Bahia - FERHBA http://www.srh.ba.gov.br
setembro de 1998. Cria o e a reorganização da
Superintendência de
Conselho Estadual de Recursos Hídricos - SRH e
Recursos Hídricos. do Conselho Estadual de
Recursos Hídricos -
CONERH.
Decreto nº 6.296 de Lei nº 7.435, de 30 de
21 março de 1997 - Dispõe dezembro de 1998. Dispõe
sobre a organização e
sobre a outorga de direito de estrutura da Administração
uso de recursos hídricos, Pública do Poder Executivo
Estadual.
infração e penalidades e dá Lei nº 6.812, de 18 de
outras providências. janeiro de 1995. Cria a
Superintendência de
Decreto nº 6.295, de 21 de Recursos Hídricos, entidade
março de 1997 – Institui o autárquica vinculada à
Sistema de Planejamento, Secretaria de Recursos
Coordenação e Implantação do Hídricos, Saneamento e
Projeto de Gerenciamento de Habitação.
Recursos Hídricos do Estado
da Bahia.
147
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Decreto nº 26.361, de 27 de Decreto nº Decreto nº 22.485, de 20 de
agosto de 2001.Altera 25.725, de 03 de janeiro abril de 1993. Aprova o
dispositivos do Decreto nº de 2000..Dispõe sobre a Regulamento da Secretaria
24.264, de 12 de novembro de finalidade, a estrutura dos Recursos Hídricos e dá
1996 e dá outras providências. organizacional e outras providências.
Decreto nº 25.443, de 28 de distribuição dos cargos
abril de 1999. Altera o prazo de assessoramento da
máximo de vigência da outorga Secretaria dos Recursos
de direito de uso de recursos Hídricos (SRH), e dá
hídricos. outras providências.
Decreto nº 25.391, de 01 de
março de 1999. Cria os
Comitês das Sub-bacias
Hidrográficas do Baixo e do
Médio Jaguaribe e institui seus SECRETARIA DOS RECURSOS
estatutos. HÍDRICOS
Lei Nº 11.996, de 24/07/92 -
Decreto nº 24.870, de 01 de Centro Adm. Governador Vírgilio
Dispõe sobre a Política
abril de 1998. Altera Távora - Ed. Seduc - Bloco C - 2º
Estadual de Recursos Hídricos,
dispositivos do Decreto nº Andar - Cambeba - Fortaleza -
institui o Sistema Integrado de
7. CEARÁ 24.264, de 12 de novembro de Ceará – CEP: 60819-900
Gestão de Recursos Hídricos -
1996 e dá outras providências. Fones: (85) 488 8503 / 8505
SIGERH e dá outras
(publicada em 08.04.98) Fax: (85) 488 8579
providências.
Decreto nº 24.264, de 12 de Email: srh@srh.ce.gov.br
novembro de 1996. http://www.srh.ce.gov.br/
Regulamenta o art. 7º, da Lei nº
11.996 de 24 de junho de 1992,
na parte referente à cobrança
pela utilização dos recursos
hídricos e dá outras
providências.
Decreto nº 23.068, de 9 de
fevereiro de 1994 –
Regulamenta o controle técnico
das obras de oferta hídrica e dá
outras providências.
Decreto nº 23.067, de 11 de
fevereiro de 1994.
Regulamenta o art. 4º da Lei nº
11.996, de 24 de julho de 1992,
148
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
na parte referente à outorga de
direito de uso de recursos
hídricos, cria o Sistema de
Outorga para Uso da Água.
Decreto n° 23.047, de 03 de
fevereiro de 1994.
Regulamenta o Fundo Estadual
de Recursos Hídricos -
FUNORH, criado pela Lei
n°11.996, de 24 de julho de
1992, alterada pela Lei
n°12.245, de 30.12.93.
Decreto nº 23.039, de 01 de
fevereiro de 1994. Aprova o
Regimento Interno do Conselho
Estadual de Recursos Hídricos
– CONERH.
Decreto nº 14.535, de 2 de
julho de 1981. Dispõe sobre a
preservação e o controle dos
recursos hídricos,
regulamentando a Lei nº
10.148, de dezembro de 1977.
Decreto nº 22.356, de 31 de
Decreto nº
Lei nº 2725, de 13 de junho agosto de 2001.
22.358, de 31 de agosto SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE
de 2001. (publicada no DODF Regulamenta o Sistema de
de 2.001 - Dispõe sobre E DE RECURSOS HÍDRICOS -
nº 116 em 19.06.01). Institui a Informações sobre Recursos
a outorga de direito de Decreto n.º 21.410, de 02 SEMARH
Política de Recursos Hídricos Hídricos do Distrito Federal,
uso de água de agosto de 2000 - Dispõe Endereço: SEPN 511 – Bloco "A" -
do Distrito Federal, cria o e dá outras providências.
subterrânea no território sobre a estrutura orgânica Ed. Bittar II
DISTRITO Sistema de Gerenciamento de
do Distrito Federal de da Secretaria de Estado de Brasília – DF CEP: 70.750-901
FEDERAL Recursos Hídricos do Distrito Decreto n° 22.359, de 31 de
que trata o inciso II, do Meio Ambiente e Recursos Fone: (61) 340-3756 / 340-3792
Federal e dá outras agosto de 2001
artigo 12, da Lei n.º Hídricos. Fax: (61) 340-3785
providências. Dispõe sobre a outorga de
2.725 de 13 de junho de E-mail: semarh@semarh.df.gov.br
- Revoga a Lei nº 512, de 28 direito de uso de recursos
2001, e dá outras http://www.semarh.df.gov.br/
de julho de 1993. hídricos no território do distrito
providências.
federal e dá outras
providências.
Lei Nº 13.123, de 16/07/97 – Lei nº 13.025 de 13/01/97 que Lei nº 13.583, Lei nº. 12.603 de 07/04/95, SECRETARIA DO MEIO
GOIÁS
Dispõe sobre a Política dispõe sobre a pesca, de 11 de janeiro de que institui a Secretaria de AMBIENTE, DOS RECURSOS
149
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Estadual de Recursos Hídricos aqüicultura e proteção da fauna 2000, dispôs sobre a Meio Ambiente e dos HÍDRICOS E DA HABITAÇÃO -
e dá outras providências. aquática; conservação e proteção Recursos Hídricos, a SEMARH
ambiental dos depósitos SEMARH Endereço: Av. Laurício Pedro
Lei nº 13.040, de 20/03/97 que de água subterrânea no Lei nº 13.456, de 16 de Rasmussen nº 2.535 Vila Iate
aprova o Plano Estadual de Estado de Goiás. abril de 1999. Transforma a Goiânia – GO CEP: 74.015-080
Recursos Hídricos e Minerais Secretaria de Meio Fones: (62) 202-3300/ 202-3515 /
para o quadriênio 1995/1998; Ambiente e Recursos 223-8521 / 229-3758 / 565-1434
Hídricos em Secretaria de Fax: (62) 202-2366 / 212-5532
Lei nº 13.061 de 09/05/97 que Meio Ambiente, Recursos E-mail: semarh@sectec.gov.go.br
altera o referido Plano Estadual Hídricos e Habitação. site:
http://www.goias.gov.br/index.php
Decreto nº 4.468, de 19/06/95.
Dispõe sobre o Conselho
Estadual de Recursos Hídricos
– CERH.
Portaria nº 130 de 22/04/99 –
Regulamenta o Instrumento da
Outorga.
GERÊNCIA ADJUNTA DE MEIO
Lei nº 7.052, de 22/12/97 – Decreto nº 16.679, AMBIENTE E RECURSOS
Dispõe sobre a Política
Estadual de Recursos Hídricos, de 4 de janeiro de 1999. HÍDRICOS
Endereço: Av. Carlos Cunha s/nº -
institui o Sistema de Dispõe sobre a Calhau
MARANHÃO
Gerenciamento Integrado de
Recursos Hídricos e dá outras organização da Gerência São Luís – MA CEP: 65.076-820
Fones: (98) 246-5500 / 246-5298 /
providências. de Qualidade de Vida. 8429
Fax: (98) 246-7999
FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO
AMBIENTE – FEMA
Lei Nº 6.945 de 05/11/97 – Diretoria de Recursos Hídricos
Portaria FEMA- Decreto nº 393 de 12 de
Dispõe sobre a Lei de Política Decreto Estadual nº 3.952, de Endereço: Av. "D" s/nº - Palácio
MT nº 002, de agosto de 1999.
Estadual de Recursos Hídricos, 06.03.2002. Regulamenta o Paiaguás – Antigo Prédio do DOP -
25.04.2000. Organograma da Fundação
MATO GROSSO institui o Sistema Estadual de Conselho Estadual de Centro Político Administrativo
Normatização da Estadual do Meio Ambiente
Recursos Hídricos e dá outras Recursos Hídricos – CEHIDRO. Cuiabá – MT CEP: 78.050-970
construção de poços (FEMA-MT).
providências. Fones: (65) 644-4177 / 313-2054 /
tubulares
2850 / 231-6617
Fax: (65) 644-2566 / 313-2267
www.fema.mt.gov.br
150
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Lei n.º 2406, de 29 de
janeiro de 2002. Institui a
Política Estadual de Recursos SECRETARIA DE ESTADO DO
MEIO AMBIENTE CULTURA E
MATO GROSSO Hídricos, cria o Sistema TURISMO - SEMACT
DO SUL
Estadual de Gerenciamento Telefone: (67) 318.5600
Fax: (67) 318.5646
dos Recursos Hídricos e dá
outras providências.
151
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
e vistoria dos processos de
outorga de direito de uso de
recursos hídricos no Estado de
Minas Gerais e dá outras
providências.
Portaria IGAM/nº 01 de 4 de
abril de 2000 – Dispõe sobre a
publicidade dos pedidos de
outorga de direito de uso de
recursos hídricos.
Portaria IGAM/nº 6 de 25 de
maio de 2000 - Acrescenta
parágrafo ao art. 12 e altera a
redação do art. 13 da Portaria
nº 030/93, de 7 de junho de
1993, com nova redação dada
pela Portaria nº 010/98, de 30
de dezembro de 1998 e
alterada pela
Portaria IGAM nº 007, de 19
de outubro de 1999. Altera a
redação do § 3º do Art. 8º da
Portaria nº 030/93, de 07 de
junho de 1993, com nova
redação dada pela Portaria nº
010/98, de 30 de dezembro de
1998, que regulamenta o
processo de outorga de direito
de uso de águas de domínio do
Estado.
8. Portaria
Administrativa Nº 010/98
(Publicada no “Minas
Gerais” em 23 de janeiro
de 1999.) Altera a
redação da Portaria Nº
030/93, de 07 de junho
de 1993.
152
LEI SOBRE POLÍTICA E ÁGUAS LEGISLAÇÃO DO ÓRGÃO
ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Lei nº 5457, de 11 de maio
de 1988 – Cria a Secretaria
SECRETARIA DE CIÊNCIA,
Lei nº 6.381, de 25 de julho de de Estado da Ciência,
TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE
2001, que dispõe sobre a Tecnologia e Meio Ambiente
– SECTAM
Política Estadual de Recursos e dá outras providências.
Endereço: Travessa Lomas
Hídricos, institui o Sistema Lei nº 5752, de 26 de julho
PARÁ Valentina, 2717 – Bairro Marco
Estadual de Gerenciamento de de 1993. Dispõe sobre a
Belém – PA CEP: 66.095-770
Recursos Hídricos e dá outras reorganização e cria cargos
Fones: (91) 276-1256 / 0731
providências. na Secretaria de Ciência,
Fax: (91) 276-8564
Tecnologia e Meio Ambiente
http://www.sectam.pa.gov.br/
– SECTAM e dá outras
providências.
Decreto nº 19.260, de 31 de Lei nº 7.033, de 29 de
outubro de 1997. novembro de 2001. Cria a
Regulamenta a outorga de Agência de Águas, Irrigação
direito de uso dos recursos e Saneamento do Estado da
hídricos e dá outras Paraíba – AAGISA, e dá
providências. outras providências.
Decreto nº 19.258 de 31.10.97.
Regulamenta o Controle
Técnico das Obras e Serviços
de Oferta Hídrica e dá
Lei nº 6.308 de 02.07.96, outras providências.
publicada em 03.07.1996. Decreto nº 19.257 de 31.10.97. Agência de Águas, Irrigação e
Institui a Política Estadual de Dá nova redação a dispositivos Saneamento do Estado da Paraíba
PARAÍBA
Recursos Hídricos, suas do Regimento Interno – AAGISA
diretrizes e dá outras do Conselho Estadual de Telefone: (83) 238.5255
providências. Recursos Hídricos, aprovado http://www.semarh.pb.gov.br/
pelo Decreto nº 18.824, de 02
de abril de 1997, e dá
outras providências.
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ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
providências.
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ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
de 18/07/2000. Estabelece
normas e critérios para a
instituição de comitês de bacia
hidrográfica
DECRETO N.º 2.314,
PUBLICADO NO DIÁRIO
OFICIAL DO ESTADO DE
18/07/2000. DISPÕE SOBRE
O CONSELHO ESTADUAL DE
RECURSOS HÍDRICOS.
Lei nº 11.427 Lei nº 11.629, de 28 de
de 17/01/97 – Dispõe janeiro de 1999. Dispõe
SECRETARIA DE RECURSOS
Lei nº 11.426 de 17/01/97 - 0 sobre a conservação e a sobre a estrutura
Decreto n 20.269 de 24 de HÍDRICOS
Dispõe sobre a Política proteção das águas organizacional do Poder
dezembro de 1997 – Dispõe Endereço: Rua Irmã Maria David,
Estadual de Recursos subterrâneas do Estado Executivo Estadual, cria e
sobre a Política Estadual de 180 – Casa Forte
Hídricos e o Plano Estadual de Pernambuco. extingue cargos e dá outras
Recursos Hídricos e o Plano 0 Recife – PE CEP: 52.061-070
de Recursos Hídricos, institui Decreto n providências.
PERNAMBUCO Estadual de Recursos Hídricos, Fones: (81) 3441-5636 / 1331 /
e Sistema Integrado de 20.423 de 26 de março
institui o Sistema Integrado de 3441-7525
Gerenciamento de Recursos de 1998. Regulamenta a Decreto nº 19.826, de 06 de
Gerenciamento de Recursos Fax: (81) 3441-7525
Hídricos e dá outras Lei nº 11.427, de 17 de junho de 1997. Aprova o
Hídricos. http://www.sectma.pe.gov.br/
providências. janeiro de 1997. Regulamento, Estrutura e
http://www.srh.pe.gov.br
Organograma da Secretaria
de Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente.
9. Decreto nº
27.208, de 2 de outubro FUNDAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA
Lei nº 3.239 de 02 de agosto
de 2000 - Dispõe sobre o ESTADUAL DE RIOS E LAGOAS –
de 1999, publicado no DOE
Conselho Estadual de SERLA
em 04/08/99. Institui a Política
Recursos Hídricos, e dá Endereço: Campo de São Cristovão,
Estadual de Recursos Hídricos,
outras providências. 138 – 3º andar – sala 301
cria o Sistema Estadual de
RIO DE JANEIRO Portaria nº 273, de 11 de Rio de Janeiro – RJ CEP: 20.921-
Gerenciamento de Recursos
dezembro de 2000. Estabelece 440
Hídricos, regulamenta a
os procedimentos técnicos e Fones: (21) 580-0048 / 580-4221 /
Constituição Estadual em seu
administrativos para a emissão 580-1198
artigo 261, § 1º, inciso VII, e dá
de outorga de direito de uso de Fax: (21) 580-0348 / 0548
outras providências.
recursos hídricos de domínio http://www.serla.rj.gov.br/
do Estado do Rio de Janeiro.
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HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Decreto nº 13.836, de Decreto nº 13.285 de 22 de
11/03/1998. Regulamenta o março de 1997, publicado
Fundo Estadual de Recursos em 25 de março de 1997.
Hídricos - FUNERH, criado pela Aprova o Regulamento da
Lei 6.908 de 01 de julho de Secretaria de Recursos
1996, e da outras providências. Hídricos do Estado do Rio
Lei nº 6.908 de 1º de julho de Decreto nº 13.283 de 22 de Grande do Norte.
Secretaria de Recursos Hídricos
1996, publicada em 3 de março de 1997, publicado em Lei n.º 8.086, de 15 de abril
do Estado do Rio Grande do Norte
julho de 1996 - Dispõe sobre 25 de março de 1997 – de 2002. Cria o Instituto de
Endereço: Av. Hermes da Fonseca,
a Política Estadual de Regulamenta o inciso III do art. Gestão das Águas do
1174 – Bairro Tirol
RIO GRANDE DO Recursos Hídricos, institui o 4º da Lei nº 6.908, de 1º de Estado do Rio Grande do
Natal – RN CEP: 59.015-001
NORTE Sistema Integradas de Gestão julho de 1996, que dispõe Norte IGARN, e dá outras
Fones: (84) 232-2410 / 2409 / 2420
de Recursos Hídricos - sobre a Política Estadual de providências.
Fax: (84) 232-2411 / 2419
SIGERH e dá outras Recursos Hídricos.
http;//www.serhid.rn.gov.br
providências. Decreto nº 13.284 de 22 de
março de 1997, publicado em
25 de março de 1997 –
Regulamenta o Sistema
Integrado de Gestão de
Recursos Hídricos – SIGERH e
dá outras providências.
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ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
nº 10.350, de 30 de dezembro
de 1994, que instituiu o
Sistema Estadual de Recursos
Hídricos.
Decreto nº 36.055, de 04 de
julho de 1995
Regulamenta o artigo 7º da Lei
nº 10.350, de 30 de dezembro
de 1994, que instituiu o
Sistema Estadual de Recursos
Hídricos.
Decreto nº 81.351, de 17 de
fevereiro de 1978
Promulga o Tratado de
Cooperação para o
Aproveitamento dos Recursos
Naturais e o Desenvolvimento
da Bacia da Lagoa Mirim e o
Protocolo para o
Aproveitamento dos Recursos
Hídricos do Trecho Limítrofe do
Rio Jaguarão, anexo a esse
Tratado.
Resoluções do CRH/RS
001/1995 – Regulamenta a
operação experimental do
sistema de irrigação
Vacaraí/Canas no município de
São Gabriel, RS
001/1997 - Regulamenta os
usos da água que dispensam
de outorga.
002/1997 - Regulamenta a
alocação de recursos
financeiros do Fundo de
Investimentos em Recursos
Hídricos do Rio Grande do Sul,
visando a minimizar problemas
de drenagem urbana.
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ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
003/1997 - Aprova a
composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Taquari-
Antas.
004/1997 - Regulamenta a
administração e operação em
caráter experimental dos
sistemas de irrigação no
município de São Gabriel/RS
001/1998 - Aprova a nova
composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Santa
Maria e aprova o seu
Regimento Interno.
002/1998 - Aprova a alteração
de nome do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio dos Sinos,
bem como aprova a sua nova
composição.
003/1998 – Oficializa a
Comissão Provisória do Lago
Guaíba.
004/1998 - Aprova a
composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Caí.
005/1998 - Aprova a
composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo.
006/1998 - Aprova a nova
composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Gravataí.
007/1998 - Aprova a
composição do Comitê de
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HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica dos rios Vacacaí e
Vacacaí-Mirim.
008/1998 - Delega ao Instituto
Riograndense do Arroz - IRGA
a fiscalização da operação das
tomadas de água para irrigação
no arroio Velhaco e afluentes
no período da safra 1998/99.
009/1998 - Aprova a proposta
do Comitê de Gerenciamento
da Bacia Hidrográgica do Rio
Camaquã.
010/1998 - Aprova a proposta
do Comitê de Gerenciamento
da Bacia Hidrográfica do Rio
Tramandaí.
001/1999 - Aprova o Regimento
Interno do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográficado Rio Caí.
002/1999 - Delega ao Instituto
Riograndense do Arroz - IRGA
a continuidade na fiscalização
da operação das tomadas de
água para irrigação no arroio
Velhaco e afluentes no período
da safra 1999-2000.
003/1999 - Aprova o Regimento
Interno do Comitê
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo.
004/1999 - Aprova o Regimento
Interno do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio dos Sinos.
005/1999 - Aprova o Regimento
Interno do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
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HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Hidrográfica do Lago Guaíba.
001/2000 - Aprova o Regimento
Interno do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Gravataí.
002/2000 - Aprova o Regimento
Interno do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica dos rios Vacaraí e
Vacaraí-Mirim.
003/2000 - Delega ao Intituto
Rio Grandense do Arroz - IRGA
a continuidade na fiscalização a
operação da tomadas de água
para irrigação no arroio
Velhaco e afluentes, no período
da safra 2000-2001.
001/2001 - Aprova a proposta
de composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Alto Jacuí.
002/2001 - Aprova a proposta
de composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Ijuí.
003/2001 - Discute e delibera
sobre o Projeto de Lei n.º
4.147/2000.
004/2001 - Delega ao IRGA a
fiscalização no Arroio Velhaco
e seus afluentes, no período da
safra 2001/2002.
005/2001 - Institui a Câmara
Técnica de Assessoramento
Permanente ao Conselho de
Recursos Hídricos.
006/2001 - Inicia o processo de
discussão para a criação das
Agências de Região
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HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
Hidrográfica – ARH.
007/2001 - Instituição um
Grupo de Trabalho para tratar
de assuntos relativos ao
Programa Estadual Integrado
de Capacitação em Recursos
Hídricos, articulado ao
Programa de Gestão Ambiental
Compartilhada.
008/2001 - Aprova a proposta
de composição do Comitê de
Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica dos Rios Turvo-
Santa Rosa-Santo Cristo.
009/2001 - Regulamenta o
Processo de Instalação dos
Comitês de Gerenciamento de
Bacias Hidrográficas do Rio
Grande do Sul.
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO
Lei Complementar nº 255, de AMBIENTAL – SEDAM
25 de janeiro de 2002. Institui Endereço: Estrada de Santo Antônio,
a Política Estadual de Recursos 900- Parque Cujubim Porto Velho -
RONDÔNIA
Hídricos e o Sistema Estadual RO CEP: 78.900-000
de Gerenciamento de Recursos Fone: PABX (69) 224-2220 / 7484 /
Hídricos. 2528 / 314.2110
Fax: (69) 224-2529 / 224 7466
SECRETARIA DE ESTADO DO
Lei nº 6.739, de 16 de
Lei nº 9.748 de 30/11/94 – DESENVOLVIMENTO URBANO E
dezembro de 1985 – Cria o
Dispõe sobre a Política MEIO AMBIENTE – SDM
Conselho Estadual de
Estadual de Recursos Hídricos Endereço: Av. Osmar Cunha, 183,
Recursos Hídricos
SANTA e dá outras providências. Ed. Ceisa Center, Bloco B, 5º andar
Lei Nº 10.644, de 07 de
CATARINA Lei nº 9.022 de 06/05/93 – Florianópolis – SC CEP 88.015-900
janeiro de 1998 - Dá nova
Dispõe sobre o Sistema Fone:(48) 224-3064/223 0400/224
redação ao art. 2º da Lei nº
Estadual de Gerenciamento de 6166 R- 202
6.739, de 16 de dezembro de
Recursos Hídricos Fax: (48) 222-9403/224 0471
1985, alterado pela Lei nº
http: //www.sdm.sc.gov.br
8.360, de 26 de setembro de
161
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ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
1991, e nº 10.007, de 18 de
dezembro de 1995, que cria o
Conselho Estadual de
Recursos Hídricos - CERH.
Decreto nº 27.576 de 11 de
novembro de 1987 – Cria o Portaria DAEE Nº 712, de
Conselho Estadual de 28.06.2002. Cria a estrutura
Lei nº 10.020, de 3 de julho de
Recursos Hídricos. da Diretoria de
1998. Autoriza o Poder
Decreto nº 32.955, de 07 de Procedimentos de Outorga e
Executivo a participar da
fevereiro de 1991 – Lei nº 6.134, Fiscalização
constituição de Agência de
Regulamenta a Lei nº 6.134/88. de 02 de junho de 1988 LEI nº 8.275, de 29 de
Bacias.
Decreto nº 37.300 de 25 de – Dispõe sobre a março de 1993 (*) Cria a
Lei n.º 7.663, de 30/12/91 -
agosto de 1993 – preservação dos Secretaria de Estado de
Estabelece normas de
Regulamenta o Fundo Estadual depósitos naturais de Recursos Hídricos,
orientação à Política Estadual
de Recursos Hídricos – águas subterrâneas do Saneamento e Obras, altera
de Recursos Hídricos bem
FEHIDRO, criado pela Lei nº Estado de São Paulo. a denominação da
como ao Sistema Integrado de
7.663/91. Secretaria de Energia e DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E
Gerenciamento de Recursos
Decreto Estadual nº 41.258 de Decreto n° Saneamento e dá ENERGIA ELÉTRICA – DAEE
Hídricos.
31 de agosto de 1996. 32.955, de 7 de providências correlatas. Endereço: Rua Butantã, 285 – 5º
Lei nº 9034, de 27 de
Regulamenta a outorga de fevereiro de 1991 - DECRETO Nº 13.834, DE andar – Pinheiros
dezembro de 1994 – Dispõe
direitos de uso dos recursos regulamenta a Lei nº 27 DE AGOSTO DE 1979. São Paulo – SP CEP: 05424-140
sobre o Plano Estadual de
SÃO PAULO Hídricos e a fiscalização de 6.134, de 2 de junho de Dispõe sobre ampliação das Fone: (11) 3813-4145 / 3814-9011
Recursos Hídricos 1994/1995.
usos de recursos hídricos – 1988, que dispõe sobre atribuições do Departamento Fax: (11) 3814-9011 Ramal 2131 /
Lei nº 9866, de 28 de
artigos 9º a 13 da Lei nº a preservação dos de Águas e Energia Elétrica, 3815 - 9452
novembro de 1997 – Dispõe
7.663/91. depósitos naturais de contidas no Regulamento e-mail: sti@daee.sp.gov.br
sobre a proteção e recuperação
Decreto nº 43.022, de 7 de águas subterrâneas do baixado pelo Decreto n.o e-mail: drh@daee.sp.gov.br
de mananciais.
abril de 1998 – Regulamenta a Estado de São Paulo e 52.636, de 3 de fevereiro de http://www.daee.sp.gov.br/
Lei n.º 898, de 18 de
Lei nº 9.866/97. dá outras providências. 1971.
dezembro de 1975. Disciplina
Portaria DAEE nº 717, de 12
o uso do solo para a proteção
de dezembro de 1996. Aprova
dos mananciais, cursos e
a Norma e os Anexos que
reservatórios de água e demais
disciplinam o uso dos recursos
recursos hídricos de interesse
hídricos.
da Região Metropolitana da
Portaria DAEE nº 01, de 03 de
Grande São Paulo e dá
janeiro de 1998. Aprova a
providências correlatas.
Norma e os Anexos que
disciplinam a fiscalização, as
infrações e as penalidades.
Decreto nº 10.755, de 22 de
162
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ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS
ESTADOS E DF SISTEMA DE REGULAMENTAÇÃO SUBTERRÂNEAS GESTOR DE RECURSOS
HÍDRICOS
GERENCIAMENTO HÍDRICOS
novembro de 1977. Dispõe
sobre o enquadramento dos
corpos de água receptores na
classificação prevista no
decreto n. 8.468 (1), de 8 de
setembro de 1976, e dá
providências correlatas.
Decreto nº 18.099, de 26 de
março de 1998 – Dispõe sobre o
Conselho Estadual de Recursos
Hídricos – CONERH/SE, e dá
outras providências. SECRETARIA DE ESTADO DO
Lei nº 3.870 de 25 de Decreto nº 18.456, de 03 de PLANEJAMENTO E DA CIÊNCIA E
setembro de 1997 - Dispõe dezembro de 1999 - Regulamenta TECNOLOGIA – SEPLANTEC
sobre a Política Estadual de a outorga de direito de uso de Endereço: Rua Vila Cristina, 1051 -
Recursos Hídricos, e institui o recursos hídricos. Bairro São José
Decreto nº 18.931, de 3 de julho
SERGIPE Sistema Integrado de de 2000 – Corrige os valores de
Aracaju - SE CEP: 49.020-150
Gerenciamento de Recursos custos operacionais do Anexo Fone: (79) 214-4424/214-5177
Hídricos e dá outras único do Decreto nº 18.456, de 3 de Fax: (79) 211-9931
providências. dezembro de 1999, que E-mail: srh-se@prodase.com.br
regulamenta a outorga de direito de http://www.prodase.com.br/seplantec
uso de recursos hídricos. -srh
Decreto nº 19.079 de 5 de
setembro de 2000 – Regulamenta
o Fundo Estadual de Recursos
Hídricos – FUNERH.
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E
Decreto nº 637, de 22 de julho de MEIO AMBIENTE – SEPLAN
o
Lei n 1.307, de 22 de março de 1998 – Cria o Conselho Estadual Endereço: Secretaria do Planejamento e
2002. Dispõe sobre a Política de Recursos Hídricos, e dá outras Meio Ambiente - ANNO - Esplanada das
Estadual de Recursos Hídricos, e providências. Secretarias – Centro - Palmas – TO CEP
TOCANTINS adota outras providências. Portaria nº 006, de 30 de janeiro 77.163.050 - Fone: (63) 218-1155 /1151
de 2001 – Dispõe sobre a outorga Geral:63 218.1141 - Fax:63 218-
de direito de uso de recursos 1158/1099
hídricos. e-mail: seplangb@zaz.com.br
http://www.seplan.to.gov.br/
163
ANEXO III
164
RELAÇÃO DOS COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO BRASIL
Foz do Rio
Código Nome do Comitê Representante Legal Endereço Cidade Estado CEP Fone Fax E-mail/Site
Principal
Aprovado pelo
CNRH e instituído
7 Rio Doce CBH - DOCE
pelo Decreto de
25/01/2002
Rua getúlio
8 Rio Uruguaí CBH - RIO PEIXE Aristides Cimadon Vargas, 2125 - CP Joaçaba SC 89.600-000 (49) 551 2018 (49) 551 2004 peixe@unoescjba,rct-sc.br
542
Arthur Parada
CBH - BAIXADA Av. Getúlio (13) 3445 comitebs@recursoshidricos.sp.gov.b
9 Oceano Atlântico Prócida (Prefeito de Mongaguá SP 11.730-000 (13) 3421 1600
SANTISTA Vargas, 67 Centro 3063 r
Mongaguá)
Caixa Postal comitelagoa@guiafloripa.com.br /
Oceano CBH - LAGOA DA Alessio dos Passos (48) 232
10 10.100 Lagoa da Florianópolis SC 88.062-010 (48)232 0185 www.guiafloripa.combr/comitelagoa
Atlântico CONCEIÇÃO Santos 0515
Conceição da conceicao
Av. Marcolino
martins cabralk,
Oceano CBH - RIO
12 Carlos José Stüpp 1788 Ed. Minas Tubarão SC 88.705-000 (48) 626 6222 acit@acit-tubarao.com.br
Atlântico TUBARÃO
Center, 2º andar
CP 50
Rua Dr. Moreira
Carlos Magno Feijó
13 Rio Curu CBH - RIO CURU de Azevedo, 162 Pentecoste CE 62.640-000 (88) 352 1155
Campelo
Centro
CBH -
PIRACICABA, Claudio Antonio de Sede: Av. Estados
14 Rio Tiête Piracicaba SP 13.416-500 (19) 434 5111 (19) 434 5111 cbh-pcj@merconet.com.br
CAPIVARI E Mauro Unidos nº 988
JUNDIAÍ
Sede: Av.
Dionei Minuzzi Santa Cruz (51) 3717
15 Rio Jacuí CBH - PARDO-RS Independência , RS 96.815-900 (51) 3717 7460 dionei@proppex.unisc.br
Delevati do Sul 7470
2293
Rua Benedito
CBH - AGUAPEÍ E
16 Rio Paraná Elzio Stelato Júnior Mendes Faria, nº Marília SP 17520-520 (14) 427 1662 (18) 427 1662 daeebpp@terra.com.br
PEIXE
40 A
ULTRA -
CBH - BAIXO Cachoeira do (51) 3722
17 Rio Jacuí Fernando Bernal Martinho Lutero, RS 96.501-000 (51) 3722 4646 fhbernal@hotmail.com
JACUÍ Sul 3681
s/nº
Av. Otavio Pinto
CBH - TURVO Germano Hernandes São José do
18 Rio Grande César, nº 1400 SP 15.085-360 (17) 226 5302 (17) 227 2108 cimitetg@recursoshidricos.sp.gov.br
GRANDE Filho Rio Preto
Cidade Nova / cbhtg@terra.com.br
166
Rua Raul
CBH - RIO Luiz Sergio Girão de Morada
23 Rio Jaguaribe Nogueira nº CE 62.940-000
BANABUIÚ Lima Nova
9(altos)
Rua Dona Maria
Homero de Carvalho (16) 682
24 Rio Grande CBH - RIO PARDO das Dores, 248 Serra Azul SP 14.30-000 (16) 682 1302 pfmazul@zaz.com.br
Freitas 1222/682 1221
Centro
Av. Mercúrio, s/nº (11) 3315
Hugo V. S. Marques
25 Rio Tiête CBH - ALTO TIÊTE Parque Dom São Paulo SP 03007-900 (11) 3315 9077 9083 / 3315 jconejo@sp.gov.br
de Resende
Pedro II 1309
Instituído pelo
Rio Paraíba do CBH - POMBA -
26 Decreto de 5 de
Sul MURIAE
junho de 2001
UCS - Francisco
CBH - RIO (54) 214 3492
27 Rio Taguari Isidoro Zorzi Getúlio Vargas, Caxias do Sul RS 95.070-560 (54) 212 1133 izorzi@ucs.tche.br
TAQUARI-ANTAS Ramal 2480
1130 CP 1352
Rio CBH - PONTAL DO José Alberto Mangas Rua Desbravador Presidente comitepp@recursoshidricos.sp.gov.b
31 SP 19.015-190 (18) 221 4350 (18) 221 4350
Paranapanema PARANAPANEMA Pereira Catarino Ceará, 438 Prudente r
167
Rua Nossa (48) 248
Oceano CBH - RIO Senhora das 5797/337 0448 robsaito@yahoo.com.br /
36 José Y. Saito Florianópolis SC 88.070-620
Atlântico CUBATÃO Graças, 164 9983 5592 saiadm@matrix.com.br
Estreito (celular)
Rua Barão do
CBH - LAGO Luiz Antonio Timm
40 Lagoa dos Patos Cerro Largo, 600 Porto Alegre RS 90.850-110 (51) 3225 6636 grassilat@netmarket.com.br
GUAÍBA Grassi
Menino de Deus
Oceano CBH - LITORAL Luiz Roberto Numa Rua Cunhambebe, (12) 432 3816
41 Ubatuba SP 11.680-000 (12) 432 3816 comiteln@pratica.com.br
Atlântico NORTE de Oliveira 532– Centro Ramal 30
Avenida Dr.
CBH - SAPUCAÍ- Flávio Rocha, (16) 3724
42 Rio Grande Agliberto Gonçalves Franca SP 14.405-600 (16) 3724 5270 comitesmg@francanet.com.br
MIRIM GRANDE 4551 - Vila 5270
Exposição
CBH - BAIXO Marcos Martins comitebt@recursoshidricos.sp.gov.b
43 Rio Tiête Rua Silvares, 100 Birigui SP 16200-000 (18) 642 3655 (18) 642 3502
TIÊTE Villela r
Rio Pardo CBH - RIO Marilene Farias de Rua São Vicente Águas (33) 3755
44 MG 39.990-000
MG/BA MOSQUITO souza nº 154 Vermelhas 8129/3755 1204
Rua Gonçalves (31) 3337 2978 /
Belo
45 São Francisco CBH - PARAOPEBA Mauro da Costa Val Dias nº 2299/1007 MG 30.140-092 9108 9707 mcostaval@uol.com.br
Horizonte
Lourdes (celular)
CBH - RIO DAS Av. Afonso Pena, Belo
46 São Francisco Paulo Maciel Junior MG 31.130-003 (31) 3277 5182 dafma@pbh.gov.br
VELHAS 4000 Horizonte
168
Paulo Roberto
CBH - BAIXO Fiatikoski (Prefeito Praça Martinico Morro (16) 3851
48 Rio Grande SP 14.640-000 (16) 3851 1400 pmagudo@netsite.com.br
PARDO GRANDE Munic. de Morro Prado, 1626 Agudo 1166
Agudo)
Av. Olegário
Pedro Paulo de Maciel, 544 - (33) 3329
49 Rio Doce CBH - CARATINGA Caratinga MG 35.300-047 (33) 3329 8029 beirario@prodatanet.com.br
Oliveira Martins Edifício horácio 8001
Valentim - 11
Samuel Pinto, 51
(81) 3227 3911 (81) 3227
50 São Francisco CBH - RIO PAJEÚ Rafael Silvio Nunes Edifício Tupy Boa Recife PE 50050-240
ramal 265 3519
Vista
M. Floriano
Roberto Carlos da S. Sebastião
55 Rio Jacuí CBH - RIO CAÍ Peixoto, 395 RS 95.760-000 (51) 3635 1550 comite@cpovo.net
Silva Alves do Caí
CP172
169
Rua Carlos
CBH - RIO (51) 3484 3488 comitegravataí@metroplan.rs.gov.b
59 Rio Jacuí Sérgio Cardoso Chagas,55/2 Porto Alegre RS 90.030-020
GRAVATAÍ 3288 6012 r/ada@metroplan.rs.gov.br
andar/sala 107
Toshio Toyota
CBH - RIO TIÊTE Praça Rio Branco, Novo comitetb@recursoshidricos.sp.gov.b
60 Rio Tiête (Prefeito Municipal SP 14.960-000 (17) 542 1144 (17) 542 1122
BATALHA 185 Horizonte r
de Novo Horizonte)
(Prefeitura
CBH - RIO Ubirajara Ferreira Municipal de (81) 3535 (81) 3535
61 Rio Capibaribe Moreno PE 54.800-000
JABOATÃO Paz Moreno) Sofrênio 1067/1197 1067
Portela, 375
Av. Amazonas nº
(35) 3229
62 Rio Grande CBH - RIO VERDE Valentim Calenzani 115 6º Andar - Varginha MG 37.310-000 (35) 3229 5614
5658
Centro
Rua Santa Lúcia,
CBH - RIO João (31) 3852
63 Rio Doce Vinicius Perdigão 291 bairro MG 35.930-117 cbhpiracicaba@robynet.com.br
PIRACICABA Montevade 1541
Aclimação
CBH - ALTO
Rio Walter Martins de Av. São Sebastião,
64 PARANAPANEMA Piraju SP 18.800-000 (14) 351 2599 (14) 351 2790 comitealpa@winf.com.br
Paranapanema Oliveira 125
(ALPA)
170
Av.Leoberto Leal
senseflora@baroni.com.br /
CBH - RIO Júlio bernardo da nº1904 Bairro
70 Rio Uruguaí SC (49) 221 0100 (49) 221 0102 juliofilho.silva@bol.com.br /
CANOAS silva Filho Universitário CP
adonismaccari@ig.com.br
225
Av. Getúlio
Oceano CBH - RIO (48) 522
71 Tadeu Santos Vargas nº 227 Sala Araranguá SC 88.802-001 pbarzan@casan.com.br
Atlântico ARARANGUÁ 0709/9954 5445
09 Centro
BR 277, Km 353
CBH - RIO Parque Municipal
72 Rio Iguaçu Mauro Battistelli Guarapuava PR 85030-230 (42) 624 2214 (42) 624 2214 semaflor@gol.psi.br
JORDÃO das Araucária
SEMAFLOR
Rua Padre
Reinaldo Gomes
73 Paranapanema CBH - RIO TIBAGI Votoriano Valente Ibiporã PR 86.200-000 (43) 258 5454 (43) 258 2377 imprensaibipora@onda.com.br
Ribeirete
nº 540
CBH - RIO Marcelo Déda Praça Olimpio nº
74 Rio Sergipe Aracaju SE 49.010-010
SERGIPE Chagas 180
171
ANEXO IV
161
RESOLUÇÃO Nº 5, DE 10 DE ABRIL DE 2000
(Publicada no D.O.U de 11 de abril de 2000)
(Modificada pela Resolução nº18, de 20 de dezembro de 2001, e pela Resolução nº 24, de 24 de maio de 2002)
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto na Lei nº
9.433, de 8 de janeiro de 1997, e no Decreto nº 2.612, de 3 de junho de 1998, e
§ 1º Os Comitês de Bacia Hidrográfica são órgãos colegiados com atribuições normativas, deliberativas e
consultivas a serem exercidas na bacia hidrográfica de sua jurisdição.
§ 2º Os Comitês de Bacia Hidrográfica , cujo curso de água principal seja de domínio da União, serão vinculados ao
Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Art. 2º As entidades mencionadas no art. 51 da Lei nº 9.433, de 1997, deverão, necessariamente, alterar seus
estatutos visando sua adequação ao disposto na Lei nº 9.433, de 1997, nesta Resolução e nas normas
complementares supervenientes.
Art.3º As ações dos Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio dos Estados, afluentes a rios de domínio da
União, serão desenvolvidas mediante articulação da União com os Estados, observados os critérios e as normas
estabelecidos pelo Conselho Nacional, Estaduais e Distrital de Recursos Hídricos.
Parágrafo único. Será assegurada ampla defesa ao Comitê de Bacia Hidrográfica objeto da intervenção de
que trata este artigo.
Art. 5º A área de atuação de cada Comitê de Bacia será estabelecida no decreto de sua instituição, com base
no disposto na Lei nº 9.433, de 1997, nesta Resolução e na Divisão Hidrográfica Nacional, a ser incluída no Plano
Nacional de Recursos Hídricos, onde deve constar a caracterização das bacias hidrográficas brasileiras, seus níveis e
vinculações.
Parágrafo único. Enquanto não for aprovado o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a Secretaria de
Recursos Hídricos elaborará a Divisão Hidrográfica Nacional Preliminar, a ser aprovada pelo Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, tendo em vista a definição que trata o caput deste artigo.
Art.6º Os planos de recursos hídricos e as decisões tomadas por Comitês de Bacias Hidrográficas de sub-
bacias deverão ser compatibilizadas com os planos e decisões referentes à respectiva bacia hidrográfica.
Parágrafo único. A compatibilização a que se refere o caput, deste artigo, diz respeito às definições sobre o
regime das águas e os parâmetros quantitativos e qualitativos estabelecidos para o exutório da sub-bacia.
Art. 7º Cabe aos Comitês de Bacias Hidrográficas, além do disposto no art. 38, da Lei nº 9.433, de 1997, no
âmbito de sua área de atuação, observadas as deliberações emanadas, de acordo com as respectivas competências do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou dos Conselho Estaduais, ou do Distrito Federal:
I - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos, inclusive
os relativos aos Comitês de Bacias de cursos de água tributários;
162
II - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia, respeitando as respectivas diretrizes:
a) do Comitê de Bacia de curso de água do qual é tributário, quando existente, para efeito do disposto no art. 6º desta
Resolução ou ;
IV - compatibilizar os planos de bacias hidrográficas de cursos de água de tributários, com o Plano de Recursos
Hídricos da Bacia Hidrográfica de sua jurisdição;
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso aos Conselhos Nacional, Estaduais
ou Distrito Federal de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de competência.
Art. 8º Deverá constar nos regimentos dos Comitês de Bacias Hidrográficas, o seguinte:
I - número de votos dos representantes dos poderes executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, obedecido o limite de quarenta por cento do total de votos;
III – número de representantes dos usuários dos recursos hídricos, obedecido quarenta por cento do total de
votos; e (NR) Resolução CNRH nº 24, de 24 de maio de 2002, artigo 1º
IV - o mandato dos representantes e critérios de renovação ou substituição. (NR) Resolução CNRH nº 24,
de 24 de maio de 2002, artigo 1º
§ 1º Os mandatos do Presidente e do Secretário serão coincidentes, escolhidos pelo voto dos membros
integrantes do respectivo Comitê de Bacia, podendo ser reeleitos uma única vez.
§ 2º As reuniões e votações dos Comitês serão públicas, dando-se à sua convocação ampla divulgação, com
encaminhamento simultâneo, aos representantes, da documentação completa sobre os assuntos a serem objeto de
deliberação. (NR) Resolução CNRH nº 24, de 24 de maio de 2002, artigo 1º
§ 3º As alterações dos regimentos dos Comitês somente poderão ser votadas em reunião extraordinária,
convocada especialmente para esse fim, com antecedência mínima de trinta dias, e deverão ser aprovadas pelo voto
de dois terços dos membros dos respectivos Comitês. (NR) Resolução CNRH nº 24, de 24 de maio de 2002, artigo 1º
Art. 9º A proposta de instituição do Comitê de Bacia Hidrográfica, cujo rio principal é de domínio da
União, poderá ser encaminhada ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos se subscrita por pelo menos três das
seguintes categorias:
I - Secretários de Estado responsáveis pelo gerenciamento de recursos hídricos de, pelo menos, dois terços
dos Estados contidos na bacia hidrográfica respectiva considerado, quando for o caso, o Distrito Federal;
163
II- Prefeitos Municipais cujos municípios tenham território na bacia hidrográfica no percentual de pelo
menos quarenta por cento;
III- entidades representativas de usuários, legalmente constituídas, de pelo menos três dos usos indicados
nas letras “a” a “f ”, do art 14º desta Resolução com no mínimo cinco entidades; e
IV- entidades civis de recursos hídricos, com atuação comprovada na bacia, que poderão ser qualificadas como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, legalmente constituídas, com no mínimo dez entidades,
podendo este número ser reduzido, à critério do Conselho, em função das características locais e justificativas
elaboradas por pelo menos três entidades civis.
II - caracterização da bacia hidrográfica que permita propor a composição do respectivo Comitê de Bacia
Hidrográfica e identificação dos setores usuários de recursos hídricos, tendo em vista o que estabelece o art. 14 desta
Resolução;
Art.11 A proposta de instituição do Comitê será submetida ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos e,
se aprovada, será efetivada mediante decreto do Presidente da Republica;
§ 2º Em até cinco meses, contados a partir da data de sua nomeação, o Presidente Interino deverá realizar:
I - a articulação com os Poderes Públicos Federal, Estaduais e, quando for o caso, do Distrito Federal, a que
se refere o inciso I e II, do art. 39, da Lei nº 9.433, de 1997, para indicação de seus respectivos representantes;
II - a escolha, por seus pares, dos representantes dos Municípios, a que se refere o inciso III, do art.39, da
Lei nº 9.433, de 1997;
III - a escolha, por seus pares, dos representantes das entidades civis de recursos hídricos com atuação
comprovada na bacia, a que se refere o inciso V do art. 39, da Lei nº 9.433, de 1997, podendo as entidades civis
referenciadas, a serem qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público; e
IV - o credenciamento dos representantes dos usuários de recursos hídricos, a que se referem o art.14 desta
Resolução e inciso IV, do art.39, da Lei nº 9.433, de 1997;
§ 3º O processo de escolha e credenciamento dos representantes, a que se refere o parágrafo anterior deste
artigo, será público, com ampla e prévia divulgação;
Art.12 Em até seis meses, contados a partir da data de sua nomeação, o Presidente Interino deverá realizar:
164
Art. 12–A O prazo de mandato a que se refere o §1º do art. 11, bem como os prazos previstos no §2º do art.
11 e no caput do art. 12 poderão ser prorrogados, por tempo determinado, pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, desde que tenha sido prévia e justificadamente solicitado pelo Presidente Interino do Comitê, quarenta dias
antes do término de seu mandato. (AC) Resolução CNRH nº 18, de 20 de dezembro de 2001, artigo 1º
Art.13 O Presidente eleito do Comitê de Bacia deve registrar seu regimento no prazo máximo de sessenta dias,
contados à partir de sua aprovação.
Art. 14 Os usos sujeitos à outorga serão classificados pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em
conformidade com a vocação da bacia hidrográfica, entre os seguintes setores usuários: (NR) Resolução CNRH nº
24, de 24 de maio de 2002, artigo 1º
d) hidroeletricidade;
e) hidroviário;
I - cada usuário da água será classificado em um dos setores relacionados nas alíneas “a” a “f”, deste artigo;
II - a representação dos usuários nos Comitês será estabelecida em processo de negociação entre estes
agentes, levando em consideração:
a) vazão outorgada;
b) critério de cobrança pelo direito de usos das águas que vier a ser estabelecido e os encargos decorrentes
aos setores e a cada usuário;
c) a participação de, no mínimo, três dos setores usuários mencionados nas “a” a “f” do caput desse artigo,
e
d) outros critérios que vierem a ser consensados entre os próprios usuários, devidamente documentados e
justificados ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Parágrafo único. O somatório de votos dos usuários, pertencentes a um determinado setor, considerado
relevante, na bacia hidrográfica conforme alíneas “a” a “f”, deste artigo, não poderá ser inferior a quatro por cento e
superior a vinte por cento.
Art.15 Os usuários das águas que demandam vazões ou volumes de água considerados insignificantes,
desde que integrem associações regionais, locais ou setoriais de usuários, em conformidade com o inciso II, do art.
47, da Lei nº 9.433, de 1997, serão representados no segmento previsto no inciso II, do art. 8º desta Resolução;
165
RESOLUÇÃO Nº 18, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2001
(Publicada no D.O.U de 06 de março de 2002)
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº
9.433, de 8 de janeiro de 1997, com a redação dada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, regulamentada pelo
Decreto nº 2.612, de 3 de junho de 1998, alterado pelo Decreto nº 3.978, de 22 de outubro de 2001, e tendo em vista
o disposto no seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria MMA nº 407, de 23 de novembro de 1999, e
Considerando a experiência adquirida com a instalação dos comitês de bacia hidrográfica já instituídos;
Considerando que os rios de domínio da União envolvem geralmente mais de um estado da federação,
muitas vezes outros países;
Considerando que os prazos estabelecidos pela Resolução nº 5 do CNRH, tem-se mostrado insuficientes
para viabilizar o processo de instalação dos comitês, resolve alterar esta Resolução, no sentido de possibilitar a
prorrogação do mandato da Diretoria Provisória dos Comitês de Bacia Hidrográfica, a critério do CNRH.
Art. 1º Acrescenta-se o art. 12-A, à Resolução CNRH nº 5, de 10 de abril de 2000, que possui a seguinte
redação:
,“Art. 12............................................................................."
“I..................................................................”
“II.................................................................”
“Art. 12–A. O prazo de mandato a que se refere o §1º do art. 11, bem como os prazos previstos no §2º do
art. 11 e no caput do art. 12 poderão ser prorrogados, por tempo determinado, pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, desde que tenha sido prévia e justificadamente solicitado pelo Presidente Interino do Comitê, quarenta dias
antes do término de seu mandato.”
166
RESOLUÇÃO Nº 24, DE 24 DE MAIO DE 2002
(Publicada no D.O.U de 16 de setembro de 2002)
O CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS, no uso das competências que lhe são
conferidas pela Lei n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997, regulamentada pelo Decreto n° 2.612, de 3 de junho de 1998,
e tendo em vista o disposto no seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria nº 407, de 23 de novembro de 1999, e
Considerando o estágio atual de implementação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos; e
III – número de representantes dos usuários dos recursos hídricos, obedecido quarenta por cento do
total de votos; e
..............................................................................
§ 2º As reuniões e votações dos Comitês serão públicas, dando-se à sua convocação ampla divulgação, com
encaminhamento simultâneo aos representantes, da documentação completa sobre os assuntos a serem objeto de
deliberação.
§ 3º As alterações dos regimentos dos Comitês somente poderão ser votadas em reunião extraordinária,
convocada especialmente para esse fim, com antecedência mínima de trinta dias, e deverão ser aprovadas pelo voto
de dois terços dos membros do respectivo Comitê.
...........................................................................(NR)"
“Art. 14 Os usos sujeitos à outorga serão classificados pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em
conformidade com a vocação da bacia hidrográfica, entre os seguintes setores usuários:
...........................................................................(NR)”
167
ANEXO V
168
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos
IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto nas Leis nos 9.433, de 8 de janeiro de
1997, e 9.984, de 17 de julho de 2000,
DECRETA:
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
169
X - estabelecer critérios gerais para outorga de direito de uso de recursos hídricos e para a
cobrança por seu uso;
XII - formular a Política Nacional de Recursos Hídricos nos termos da Lei no 9.433, de 8 de
janeiro de 1997, e do art. 2º da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000;
XIII - manifestar-se sobre propostas encaminhadas pela Agência Nacional de Águas - ANA,
relativas ao estabelecimento de incentivos, inclusive financeiros, para a conservação qualitativa e
quantitativa de recursos hídricos, nos termos do inciso XVII do art. 4º da Lei no 9.984, de 2000;
XIV - definir os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da
União, nos termos do inciso VI do art. 4º da Lei no 9.984, de 2000;
XVI - autorizar a criação das Agências de Água, nos termos do parágrafo único do art. 42 e
do art. 43 da Lei no 9.433, de 1997;
XVIII - manifestar-se sobre os pedidos de ampliação dos prazos para as outorgas de direito
de uso de recursos hídricos de domínio da União, estabelecidos nos incisos I e II do art. 5º e seu § 2º da
Lei no 9.984, de 2000;
XIX - delegar, quando couber, por prazo determinado, nos termos do art. 51 da Lei no 9.433,
de 1997, aos consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas, com autonomia
administrativa e financeira, o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto
estas não estiverem constituídas.
Art. 2º O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será presidido pelo Ministro de Estado
do Meio Ambiente e terá a seguinte composição:
a) da Fazenda;
170
c) das Relações Exteriores;
d) dos Transportes;
e) da Educação;
f) da Justiça;
g) da Saúde;
h) da Cultura;
i) do Desenvolvimento Agrário;
j) do Turismo; e
l) das Cidades;
a) da Integração Nacional;
b) da Defesa;
e) da Ciência e Tecnologia;
a) do Meio Ambiente; e
b) de Minas e Energia;
a) de Aqüicultura e Pesca; e
171
§ 1º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III e IV do caput deste artigo e seus
suplentes, serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos e designados pelo Presidente do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
172
§ 7º O Presidente do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será substituído, nas suas
faltas e impedimentos, pelo Secretário-Executivo do Conselho e, na ausência deste, pelo conselheiro
mais antigo, no âmbito do colegiado, dentre os representantes de que tratam os incisos I, II, III e IV do
caput deste artigo.
§ 1º A convocação para a reunião ordinária será feita com trinta dias de antecedência e
para a reunião extraordinária, com quinze dias de antecedência.
173
§ 5º A participação dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos não enseja
qualquer tipo de remuneração e será considerada de relevante interesse público.
Art. 7º O regimento interno do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será aprovado pela
maioria absoluta de seus membros.
Art. 9º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 2o, e
seus suplentes, deverão ser indicados no prazo de trinta dias, contados a partir da publicação deste
Decreto.
Art. 11. Ficam revogados os Decretos nos 2.612, de 3 de junho de 1998, 3.978, de 22 de
outubro de 2001, e 4.174, de 25 de março de 2002.
Marina Silva
174