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Empresarial
Marketing
Empresarial
1ª edição
2017
Unidade de Estudo 2
Planejamento de marketing
e estratégia organizacional
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Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, vamos dar um passo para trás, não no sentido de retro-
cesso, mas no sentido de alargar, expandir nossos horizontes, para enxer-
gar não apenas a área de marketing, mas entender um pouco sobre o
contexto mais amplo da empresa. Existem alguns conceitos fundamen-
tais e toda área, inclusive a área de marketing, deve seguir o plano estra-
tégico da empresa. Portanto, é vital que um profissional de marketing
saiba como funciona um planejamento estratégico corporativo e entenda
como o marketing pode se alinhar nesse processo. Você verá conceitos
maduros, como missão, visão e valores, que, muitas vezes, são mal execu-
tados nas empresas, pois, comumente, são feitos apenas por obrigação.
Dessa forma, se esses conceitos forem bem dominados, isso pode se tor-
nar uma oportunidade de destaque no mercado de trabalho.
Objetivos de Aprendizagem
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2.1.1 Missão
Toda organização existe para realizar algo, ou seja, para atender a uma necessidade de um cliente, e esse propó-
sito precisa estar claro e estabelecido na empresa. A construção de uma missão clara começa com as seguintes
perguntas: qual é o nosso negócio? Quem é o nosso cliente? O que gera valor para os consumidores? Essas
perguntas podem parecer simples, mas na verdade não são. Empresas bem-sucedidas levantam essas questões
constantemente e as respondem de forma cuidadosa e completa.
A declaração de uma missão não pode ser entendida como uma atividade burocrática ou uma frase pronta para
colocar num quadro na recepção. Isto porque uma declaração de missão é uma declaração do propósito da
empresa, de sua razão de existência. Uma missão deve agir como uma “mão invisível” que guia as pessoas numa
organização.
Voltando ao conceito de miopia em marketing, muitas empresas confundem negócio com produto, ou seja,
definem sua missão em termos de produtos específicos ou mesmo de uma tecnologia. As missões, no entanto,
devem ser orientadas para o mercado e definidas em termos de satisfação das necessidades básicas dos clientes.
Produtos ou tecnologias se mostram potencialmente obsoletos com o tempo e, portanto, não devem orientar a
missão de uma empresa. Necessidades, por sua vez, podem durar para sempre. Por exemplo, o Facebook não se
define como uma simples rede social. Sua missão é conectar pessoas ao redor do mundo e ajudá-las a compar-
tilhar momentos da sua vida.
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As declarações de missão devem ser específicas, motivadoras. Vemos muitas empresas com declarações genéri-
cas, umas parecidas com as outras, com termos que serviriam para negócios muito diferentes. Isso não deve ser
feito, pois as empresas devem enfatizar os seus pontos fortes e mostrar de forma clara como pretendem vencer
no mercado. Por exemplo, a missão do Google é oferecer às pessoas uma vitrine para as informações do mundo.
A missão não deve ser identificada em termos de aumento das vendas e dos lucros. Isso pode parecer estranho,
mas toda empresa busca lucros, logo, este não pode ser um diferencial.
O lucro não pode ser o objetivo-fim de uma empresa, assim como o dinheiro não pode ser o
objetivo de uma pessoa.
Os lucros não passam de uma recompensa pela geração de valor para os clientes. Em vez disso, a missão deve se
concentrar nos clientes e na experiência para o cliente que a empresa quer criar. A missão do McDonald’s, por
exemplo, não é ser o melhor ou mais lucrativo restaurante de serviços rápidos do mundo, mas oferecer aos clien-
tes sua experiência favorita. Se o McDonald’s cumprir com essa missão, focada no cliente, os lucros virão como
consequência.
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Após desenvolver sua missão corporativa, a empresa precisa desdobrar essa missão em objetivos detalhados
para cada nível da administração. Esses objetivos devem ter algumas características. Vejamos a seguir.
Objetivos Permite que se avalie se a empresa os está cumprindo. Por isso, também é
mensuráveis necessário que os objetivos sejam temporais.
Objetivos
Definem o que deve ser feito e por quem.
específicos
Legenda: Lista com as cinco características dos objetivos de uma empresa e suas definições.
Fonte: Adaptada de Kotler e Keller (2006).
Objetivos e metas não são a mesma coisa, embora estejam intimamente ligados. As metas são a quantificação
dos objetivos. Por exemplo, você pode querer aumentar a qualidade de vida em 2017. Este seria um possível obje-
tivo seu. Note que ele é mais estratégico, qualitativo ainda. Mas o que é qualidade de vida? Passar mais tempo
com seus filhos, passar menos tempo no trânsito, ter um novo hobby? É preciso, portanto, desdobrar essa ideia
em objetivos e metas para que se tenha algo para monitorar. Uma pessoa pode definir que precisa emagrecer,
portanto, ela pode estipular que precisa perder dez quilos no período de três meses.
Você pode aprender mais sobre o desdobramento de metas estudando sobre o Balanced Sco-
recard (SBC), que é uma metodologia desenvolvida para medir o desempenho das empresas.
Saiba mais sobre esse assunto lendo o artigo do Portal Administração, disponível em: <http://
www.portal-administracao.com/2014/03/o-que-e-balanced-scorecard-bsc.html>.
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Importa mencionar, ainda, que as estratégias e os programas de marketing devem sempre ser desenvolvidos para
apoiar os objetivos da empresa.
2.1.3 Visão
2.1.4 Valores
Os valores constituem outro pilar importante da empresa. Valores são condutas, trata-se de como a empresa
acredita que as coisas devem ser feitas. Além disso, os valores devem ser passados por meio de exemplos concre-
tos e devem ser reforçados por normas, condutas e procedimentos. Um exemplo interessante é o da Disney, ícone
de qualidade e atendimento. A Disney tem como um de seus valores o de não ser cínico, ou seja, ao lidar com o
público, o colaborador nunca, em hipótese alguma, pode dar uma resposta que subestime a audiência. Outro
valor da Disney é a atenção aos detalhes, por isso, diariamente, o parque recebe manutenção nos mínimos deta-
lhes para que reflita exatamente o que se espera, ainda que para o público seja virtualmente impossível notar.
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Usando a matriz BCG, podemos classificar portfólio de produtos, marcas ou outras UENs plotando na matriz de
crescimento/participação mostrada a seguir.
No eixo vertical, a taxa de crescimento do mercado oferece uma medida de atratividade. No eixo horizontal, a
participação relativa de mercado funciona como uma medida do poder da empresa no mercado. A partir dessas
combinações, temos quatro possibilidades:
a. Estrelas: são negócios ou produtos em mercados de alto crescimento relativo e que têm grande parti-
cipação relativa. Geralmente, essas UENs precisam de grandes investimentos para financiar esse rápido
crescimento. Num dado momento, o crescimento desacelera e elas se convertem em vacas leiteiras.
b. Vacas leiteiras: são negócios ou produtos em mercados de baixo crescimento, mas com grande parti-
cipação relativa de mercado. Tendem a ser negócios mais maduros, precisando de menos investimento
para se manter. Geram, por isso, uma boa quantidade de recursos que a empresa usa, inclusive, para
pagar seus custos e despesas e ainda financiar outras UENs.
c. Pontos de interrogação: são unidades de negócio de pequena participação relativa, ainda que em mer-
cados de grande crescimento. Requerem um volume considerável de recursos para manter ou ainda
aumentar sua participação. Com a evolução, podem se transformar em estrelas ou, ainda, em abacaxis.
d. Abacaxis: unidades de negócio em mercados de baixo crescimento e de pequena participação rela-
tiva. Podem gerar dinheiro suficiente para se manter, mas não são uma promessa de grande geração de
dinheiro.
É importante entender que a matriz BCG é dinâmica, não estática, ou seja, com o tempo, as unidades de negócio
mudam de posição entre os quadrantes. Muitas começam como pontos de interrogação e, se obtêm sucesso,
alcançam a categoria de estrelas. Mais tarde, à medida que o crescimento do mercado arrefece, elas se tornam
vacas leiteiras e, finalmente, desaparecem ou se transformam em abacaxis, caminhando para o fim do seu ciclo
de vida. A empresa precisa sempre adicionar novos produtos e unidades para que alguns deles se tornem estrelas
e, depois, vacas leiteiras, que ajudarão a financiar outras UENs.
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Outra coisa relevante é que as empresas, na sua maioria, poderão ter negócios em cada um dos quadrantes.
Achar que uma empresa só pode ter estrelas não é realista, até porque a análise é relativa.
Uma vez classificadas as UENs, a empresa deve determinar qual papel cada uma delas desempenhará no futuro.
Nesse contexto, a empresa pode adotar uma das quatro estratégias apresentadas a seguir para cada UEN.
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Pode investir mais na unidade Pode investir apenas o suficiente
de negócios com o objetivo para manter a participação da
de construir sua participação. UEN no nível atual.
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Pode colher os frutos da UEN,
retirando seu fluxo de caixa de Pode desistir da UEN, vendendo-a
curto prazo, sem se preocupar ou desfazendo-se dela e utilizando
com os efeitos que isso pode seus recursos em outro lugar.
causar no longo prazo.
A matriz BCG, como outras ferramentas, tem suas imperfeições. Sua implementação pode ser difícil, demorada
e dispendiosa. Além disso, a administração pode ter dificuldade para definir as UENs e para mensurar a partici-
pação de mercado, assim como o crescimento. Ainda, essas abordagens são voltadas para a classificação dos
negócios atuais, oferecendo poucas informações para planejamentos futuros.
A General Eletric (GE) e a consultoria McKinsey desenvolveram um modelo de portfólio como resposta à matriz
BCG, o qual contém informações sobre as forças da empresa e a atratividade do setor. Assim, a matriz no modelo
GE compara as UENs com alta, média ou baixa atratividade do setor, e força comercial alta, média ou baixa.
Os critérios usados para medir a atratividade do setor e a força da empresa incluem:
• fatores de mercado: como tamanho, Market share e diversidade de segmentos;
• fatores competitivos: como tipos de concorrentes, nível e tipo de integração;
• fatores financeiros e econômicos: como margens de contribuição;
• fatores tecnológicos: como maturidade e volatilidade, capacidade de lidar com mudanças e nível de tec-
nologia da empresa.
Dessa forma, um setor é considerado atrativo se estiver em crescimento ou apresentar boas margens de lucros.
Uma empresa é forte se, por exemplo, tiver uma grande participação de mercado ou for líder em qualidade e
tecnologia.
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Nesse sentido, a empresa classifica as UENs dentro das duas dimensões da matriz. Círculos maiores representa-
rão setores maiores. Em seguida, as UENs são posicionadas de acordo com a participação de mercado. A empresa
deve, portanto, investir nas UENs da parte superior esquerda da matriz para tentar ampliá-las, uma vez que têm
alta atratividade do setor e alta força comercial. Na faixa mediana, a empresa deve investir de forma seletiva e
colher ou abandonar as que tenham baixa atratividade do setor e baixa força potencial.
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Produtos
Produtos atuais Novos produtos
Mercados
Penetração Desenvolvimento
Clientes atuais
no mercado do produto
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Considerações finais
Apresentamos nesta unidade o que é planejamento estratégico geral
da organização e o papel do marketing na organização. O planejamento
estratégico corporativo estabelece os alicerces para os planejamentos
da empresa. Nesse contexto, o marketing contribui muito para esse pro-
cesso, pois lidera o processo de identificação das necessidades e de como
a empresa pode criar valor para seu público-alvo.
Ao longo deste estudo, abordamos os seguintes tópicos:
• planejamento estratégico da empresa (missão, objetivos, visão e
valores);
• análise do portfólio de negócios;
• desenvolvimento de estratégias de crescimento e redução;
• planejamento de marketing e criação de parcerias entre os depar-
tamentos da empresa.
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Referências bibliográficas
CHURCHILL JR., G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes.
São Paulo: Saraiva, 2011.
______. Marketing: criando valor para os clientes. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2013.
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