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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE ENGENHARIA MECÂNICA

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS

PROF. ALAN CHRISTIE DANTAS

HELDER LOPES DA SILVA


LENNON GOMES LOPES
WILLIAN FIGUEIREDO

JUAZEIRO
2013
INTRODUÇÃO

A pneumática vem do grego pneuma, que significa fôlego, vento ou sopro, dessa forma
é conceituada como sendo a ciência que trata dos movimentos e fenômenos dos gases.
Comparada a hidráulica a pneumática pode ser considerada um sistema mais simples
que possui um maior rendimento e um menor custo de aplicação, porém apresenta
também alguns pontos negativos. Para que o sistema pneumático obtenha um bom
rendimento, é necessário que o ar seja bem preparado, ou seja, não pode haver
impurezas e principalmente umidade.
Pressão, quando aplicada a pneumática pode ser definida como a fora exercida em
função da compressão do ar em um recipiente por unidade de área interna. Assim suas
principais unidades de medida são N/m² (Nilton por metro quadrado) ou Pa (Pascal).
O ar possui diversas características que tonam a pneumática um sistema capaz de
solucionar diversos problemas de automatização. Umas das características é a facilidade
de transporte que pode ser feito por tubulações, dispensando a necessidade de uma linha
exclusiva para retorno, como é exigida no sistema hidráulico. Uma outra característica
relevante em relação a hidráulica é a capacidade do ar de não variar sua viscosidade
quando há diferenças de temperatura, isso permite um sistema mais seguro até mesmo
em condições extremas. O ar não é inflamável e utiliza uma pressão baixa entre 6 e 12
bar. O ar permite também atingir altas velocidades de deslocamento, em condições
normais entre 1 e 2m/s chegando até 10m/s.
Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um certo volume de ar,
admitido nas condições atmosféricas, até uma determinada pressão, exigida na execução
dos trabalhos realizados pelo ar comprimido. Os compressores são classificados
segundo a figura abaixo.

Alternativos
Palhetas
Volumétricos

Lóbulos
Rotativos (roots)
Compressore
s Parafusos
Centrífugos
Dinâmicos
Axiais

Figura 01 – Quadro geral de compressores industriais.


Em aplicações industriais, normalmente são usados compressores com reservatórios
devidamente dimensionados afim de atender a grande demanda de pontos de utilização
e atuadores, todos interligados por uma rede tubular possibilitando uma distribuição de
forma igualitária e sem perdas significativas.

DIMENSIONAMENTO

Instalar uma rede de distribuição de ar comprimido requer alguns cuidados específicos


como a localização do compressor, sistema de arrefecimento se necessário,
dimensionamento da rede, sistemas de montagem e fixação da rede, tratamento do ar e a
identificação das linhas de transmissão.

Escolha do compressor
Os compressores podem ser selecionados levando em consideração a vazão máxima da
rede, sendo assim, de acordo com os cálculo realizados chegamos a uma vazão máxima
de 13,7m³/h. De acordo com a literatura os compressores mais usados para vazões
máximas de até 200m³/h, são os compressores a pistão, portanto o compressor usado
será um compressor de pistão de um estágio.

Localização do compressor
O local onde o compressor será instalado deve ser uma área localizada na parte externa
da fábrica, devidamente coberta, isenta de contaminantes como poeira e outros. Deve
também ser um local onde a temperatura ambiente possa se manter entre 20 e 25°.

Dimensionamento do volume do reservatório do compressor.


O volume do reservatório foi dimensionado levando em consideração o tipo de
compressor e a vazão máxima requerida pela rede, sendo assim, para compressores a
pistão o volume do reservatório é 20% da vazão total da rede em m³/min, o que
calculando resultará em um reservatório de 0,05m³.

Implantação da rede de distribuição


A rede de distribuição pode ser aberta ou fechada, a depender da distribuição dos pontos
por onde irão passar as linhas de alimentação de ar.
Neste dimensionamento iremos usar a rede do tipo fechada, pois esta possibilita uma
melhor distribuição e implantação de novos pontos, caso seja solicitado, além de
permitir uma alimentação uniforme em todos os pontos. Figura 02 do anexo.
Dimensionamento da linha tronco
A tubulação deve ser dimensionada com intuito de atender a pressão e vazão necessárias
ao diversos pontos de alimentação solicitados. Segundo a literatura, deve-se considerar
alguns itens importantes como:
 Volume de ar corrente (vazão);
 Comprimento total da linha tronco;
 Queda de pressão admissível;
 Número de pontos de estrangulamento;
 Pressão de regime.

 Volume de ar corrente (Vazão) (Q):

Dando início ao dimensionamento, tem-se o cálculo do consumo total de ar, ou seja a


vazão de ar solicitada pela empresa. Com base na tabela abaixo temos:
Tabela 01 – Distribuição dos pontos de utilização.

SETOR CARACTERÍSTICAS
1 5 Pontos de utilização – 4 l/min
2 10 Pontos de utilização - 3 l/min
3 4 Pontos de utilização - 10 l/min
4 10 Pontos de utilização - 5 l/min
5 1 Ponto de utilização - 20 l/min
6 2 Pontos de utilização - 15 l/min
Total 32 pontos de utilização – 190 l/min

Convertendo a unidade de l/min para m³/h, unidade padrão usada em distribuições


pneumáticas temos uma vazão máxima exigida de 11,4 m³/h de ar. Visando uma
possível ampliação futura, será adicionada 30% a vazão máxima, totalizando 13,7 m³/h.
 Comprimento total da linha:

Sabendo que o comprimento total da linha tronco é a soma do comprimento linear e o


comprimento equivalente gerado pelos pontos de estrangulamento como tês e curvas.
Para este cálculo usaremos a tabela abaixo.
Comprimento
QT
Singularidade equivalente Total [m]
D
[m]
Curva de 90° de raio longo 4 0,83 3,32
Tês de fluxo pelo ramal 27 2,0 54
Válvula tipo gaveta 10 0,25 2,5

Total 41 59,82

Com base na tabela e sabendo que o perímetro da área a ser aplicada as tubulações é de
300m, temos:
¿=L1 + L2

¿=300,00+ 59,82

¿=359,82m

Onde:

 L1 é o comprimento linear total da linha [m].

 L2 é o comprimento equivalente [m].

 Queda de pressão admitida (ΔP):

Sabendo que para que se obtenha um desempenho satisfatório da rede a queda de


pressão não deve exceder 0,3kgf/cm², contudo como estamos tratando de uma rede com
uma dimensão um pouco maior considera-se então uma perda de carga máxima de
0,5kgf/cm².

 Pressão de regime (P):

Sabendo que a pressão armazenada no reservatório pode variar de 7 a 12 [kgf/cm²],


porém a pressão considerada econômica industrialmente é de 6 [kgf/cm²].

 Cálculo do diâmetro do tubo (d):

[√ ]
−3 1,85
5 1,663785 x 10 x Q x Lt
d=10
ΔP x P

d=10 [√
5 1,663785 x 10−3 x 13,71,85 x 359,82
0,5 x 6,0 ]
d=19,08 m

Dimensionamento das linhas secundárias


Tomando como base o dimensionamento da linha tronco, usando o mesmo
equacionamento, porém usando o volume de ar corrente dividido pelo número de linhas
secundárias, ajustando também o comprimento Lt. Assim pode-se calcular o diâmetro
da tubulação para esses segmentos.
 Volume de ar corrente por linha secundária (Q):

359,82
Q=
12

3
Q≅ 30 m / h

 Aplicando a equação:

d=10 [√
5 1,663785 x 10−3 x 301,85 x 20
0,5 x 6,0 ]
d=18,8 m
ANEXOS

Figura 02 – Rede Pneumática.

Figura 03 – Rede Pneumática 3D.


REFERENCIAS

FIALHO, ARIVELTO BUSTAMANTE. AUTOMAÇÃO PNEUMÁTICA: PROJETOS


DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE CIRCUITOS. 7ª SÃO PAULO: ÉRICA LTDA, 2012.

PARKER. LINHA PNEUMÁTICA. TECNOLOGIA PNEUMÁTICA INDUSTRIAL. APOSTILA


M1001 BR. PARKER
HANNIFI IND. COM. LTDA. JACAREÍ, SP., 2000.

PARKER. LINHA PNEUMÁTICA. TECNOLOGIA ELETROPNEUMÁTICA INDUSTRIAL.


APOSTILA M1002-2 BR.
PARKER HANNIFI IND. COM. LTDA. JACAREÍ, SP., 2005.

PAZ, JEFERSON HENTZ. DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA


PNEUMÁTICO PARA UMA MÁQUINA PRODUTORA DE BLOCOS DE
CONCRETO. HORIZONTINA: FACULDADE HORIZONTINA, 2012.

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