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ISBN: 978-85-99679-28-9
II COLÓQUIO EDUCAÇÃO E MÍDIA
O TEXTO: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
25 A 27 DE OUTUBRO DE 2011
Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas
EXPEDIENTE
Coordenação
Profª. Drª. Maria Angélica Seabra Rodrigues Martins
Promoção
Departamento de Ciências Humanas
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Apoio
GEPLLE-Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguística, Literatura e Educação
Pró-Reitoria de Extensão da UNESP – Proex/UNESP
Contatos
Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 -Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17.033-360 – Fones:
(14) 3103-6064 / (14) 3103-6036
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SUMÁRIO
Camila Medina 8
João Paulo Monteiro Santos, Suelen Nina Kanashiro, Prof. Dr. Célia Maria Retz Godoy dos Santos, 17
Jéssica Fleckner Robles
Juliana Baptista 20
Laiara Perin 21
Thiers Gomes da Silva, Juliana Cardoso dos Santos, Luiz Antônio Santana da Silva, Márcio Ferreira 29
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O presente artigo tem como objetivo trazer luzes sobre as maneiras como o cinema
brasileiro, em casos específicos, representa a condição dos meninos em situação de rua
e/ou de risco social. Partindo do entendimento da construção do espaço urbano como um
processo excludente, engendrado pelo componente simbólico da comunicação, busca-se
compreender como o problema da exclusão social de crianças no processo de
desenvolvimento das grandes cidades se revela através da linguagem cinematográfica.
Dessa forma, pretende-se também refletir sobre como a produção midiática - no caso, o
cinema - também contribui para a construção simbólica do ambiente urbano. Para isso,
serão discutidos dois filmes que tratam da temática de crianças excluídas e dialogam entre
si: "Pixote, a lei do mais fraco", de 1981, do diretor Hector Babenco e baseado no romance-
reportagem "Infância dos mortos", de José Louzeiro; e "Quem matou Pixote?", de 1996, do
diretor José Joffily. Por meio do procedimento metodológico de análise interpretaviva
dedutiva, contemplando as referências utilizadas, busca-se inferir acerca dos elementos que
relacionam as duas tramas cinematográficas em questão: o retrato social da miséria no filme
de Babenco; e relato da consequência da exclusão e da miséria para a vida de uma criança
no filme de Joffily - especialmente o ator que interpretou Pixote na película homônima.
Assim, por meio da discussão do problema social duplamente presente nas tramas
cinematográficas - tanto no que diz respeito ao tema, quanto no que se refere à trajetória de
vida do personagem-ator, também são permeados outros assuntos pertinentes à reflexão
sobre a ligação inata entre o desenvolvimento urbano e a exclusão social, como a relação
que é mostrada nestes filmes entre as crianças e os demais elementos que compõem a
sociedade, bem com a ambiguidade entre o estado de infância e a situação de desamparo
em que vivem.
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O método construtivista vem sendo adotado em muitas escolas nas últimas décadas;
entretanto, há muitas críticas no que diz respeito à maneira como os professores vêm
concebendo a forma de ensinar as crianças. Para alcançar esses objetivos, foram realizados
estudos teóricos sobre o assunto, bem como observações e reflexões acerca do atual
processo de alfabetização nas escolas brasileiras. Neste trabalho, esse método de
alfabetização foi analisado a partir de suas bases, no sentido de observar se os professores
de fato estão conseguindo realizar sua prática de acordo com essa teoria, além das
dificuldades encontradas pelos alunos servidos por essa metodologia. Também foi analisada
a metodologia silábica de alfabetização, para que fosse possível fazer um mapeamento dos
aspectos positivos e das limitações apresentadas por esse método, podendo, dessa forma,
refletir sobre as adequações dos métodos analisados para um melhor processo de
aprendizagem da linguagem escrita pelas crianças. Este artigo enfatiza que, mais
importante que a escolha rígida entre um método de alfabetização e outro, é o compromisso
do professor alfabetizador com os alunos que pretende alfabetizar; ressaltando que o
professor deve se utilizar, muitas vezes, vários métodos para que consiga o maior número
de crianças alfabetizadas em sua sala, dando ênfase no trabalho com bons textos, para que
as crianças desenvolvam o prazer pela leitura em seu cotidiano.
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Camila Medina
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O objetivo deste artigo é analisar de que forma a teoria da Estética da Recepção, elaborada
dentro do campo de estudos literários, consegue abarcar os objetos de estudo do campo de
comunicação ajudando a compreender os aspectos de produção de sentidos de um texto
audiovisual diante de uma obra cultural. Para tanto, vamos requisitar a teoria de Hans
Robert Jauss, que se preocupou com a recepção e com o lugar da leitura como formador de
sentidos. Considerando o a televisão como leitora da obra literária, analisaremos como esta
leitura transforma o texto atualizando sua linguagem, mas mantendo sua literariedade.
Entendendo as diferenças de linguagens pretende-se demonstrar como o horizonte de
expectativa do texto literário encontra um ponto de intersecção com o horizonte de
expectativas do leitor, neste caso a televisão. Compreendendo a diferença dos horizontes
de expectativas do leitor (receptor) torna-se possível dizer que a televisão é um “leitor” do
texto literário, uma vez que a característica enunciativa da televisão demonstra as
particularidades do receptor que Jauss pontua como “transformador” e “atualizador” do texto
e que este receptor é responsável pela finalização da obra em seus diferentes contextos
históricos. Para este estudo foram feitas análises de um episódio da série “Tudo o que é
Sólido pode Derreter” que traz a atualização literária da obra “Senhora” de José de Alencar.
Tal escolha se deve aos estudos mais minuciosos desta série nos quais percebeu-se a
possível aplicação da Estética da Recepção como elemento construtor de sentido da
narrativa e também como método de análise.
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Elica Ito
O presente trabalho tem como objetivo analisar a televisão móvel, suas especificidades e
classificação a partir do ponto de vista do usuário. O SBTVD, padrão de TV digital adotado
pelo Brasil e derivado do ISDB-T japonês, tem como características: alta qualidade de
imagem e som, multiprogramação, interatividade, portabilidade e mobilidade. A possibilidade
de assistir televisão em movimento e de modo portátil amplia a audiência das emissoras
abertas e promove novos modelos de negócios além dos convencionais espaços
comercializados. No aparelho celular, a função televisão tornou-se mais acessada,
principalmente em situações de espera, como, deslocamento no trânsito, horário de almoço
e filas. Para facilitar a compreensão da pesquisa, elaborou-se uma classificação de televisão
móvel no celular, uma vez que esta forma de ver TV tem histórico anterior à implantação do
sinal digital. A classificação foi desenvolvida a partir das especificidades tecnológicas e de
uso. O resultado desta análise determina cinco categorias de televisão móvel no celular:
analógica, digital, carregada pelo usuário, acessada através de conexão à internet e por
assinatura de canais. O artigo engloba ainda características e especificidades da
programação acessada em dispositivos móveis e traça um paralelo no comportamento do
usuário brasileiro e japonês, a partir de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
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O artigo se propõe a apontar e discutir os elementos da cultura celta que são encontrados
no conto medieval “Tristão e Isolda”, na versão de Fernandel Abrantes (2006). Com base
nessa lenda, os diversos aspectos da cultura celta serão apresentados dentro de seu
contexto histórico e explicados como componentes da lenda. Alguns exemplos que serão
estudados: a mãe de Isolda, e a própria Isolda, que embora não seja explicitamente
mencionado na lenda, têm conhecimentos e poderes atribuídos às fadas, o herói Tristão
como herói arrebatado pelo amor, tal qual Lancelot do Lago, das lendas arturianas, o filtro
do amor utilizado pela mãe de Isolda, a presença da religião cristã, que acaba ficando em
segundo plano para os amantes, e até é ludibriada pelo ardil de Isolda, as viagens de
Tristão a terras distantes, a natureza como protetora de ambos, sempre dentro do contexto
medieval em que a lenda foi escrita, momento em que acontecia a romanização da cultura
celta. A abordagem da obra será efetuada sob uma ótica teórico-literária, a partir dos
estudos de Coelho (2008); antropológica, analisando-se a visão de T.G.E. Powell (1974) e
Alvim de Barros (1994); e semiológica, a partir dos estudos bakhtinianos discutidos por
Barros e Fiorin (1994) a respeito do dialogismo e da polifonia, bem como a abordagem de
Kristeva para a intertextualidade. O objetivo deste artigo é observar quais aspectos dos
contos de fadas e das origens celtas podem ser encontrados na estória, considerando-se o
contexto histórico social em que vivia a Europa no período em que se presume a estória
tenha ocorrido e as implicações e desdobramentos da mitologia céltica nos contos de fadas
atuais, já que o próprio conceito de “fada” foi utilizado pela primeira vez pelos celtas.
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Gleice Bernardini
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Filme Pequeno Príncipe produzido e dirigido por Stanley Donen em 1974 é baseado no
grande clássico do francês Antoine de Saint-Exupéry.
Donen era considerado o rei dos musicais e soube encaixar muito bem esta característica
no filme tornando-o ainda mais suave e interessante.
O filme conta as aventuras de um piloto perdido no deserto e do menino que ele encontra
ali, um príncipe vindo de um lugar muito distante e pequeno, a fim de buscar um pouco de
conhecimento sobre a vida. Ele é persistente e questionador, assim como todas as crianças
de sua idade. Juntos, eles compartilham diversas experiências, aprendendo lições.
A história apresenta personagens plenos de simbolismos: a rosa, o rei, o empresário, o
historiador, a raposa e a serpente. E estes elementos colocam em evidência a disparidade
entre o pensamento infantil e o pensamento adulto que encanta e questiona tanto leitor,
quanto o espectador.
Sendo assim, o objetivo deste artigo é desvendar as entrelinhas do filme os significados de
seus personagens e símbolos de acordo com Chevalier e Gheerbrant (1982), o percurso
narratológico deste pequeno herói e analisar o corpus por meio dos conceitos de dialogismo,
polifonia e intertextualidade de Bakhtin.
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Neste trabalho será analisado o filme "Alexandria" (2009), com direção do espanhol
Alejandro Amenábar, em que Rachel Weisz interpreta Hypatia, uma filósofa grega, real, que
conviveu com o fanatismo dos primeiros tempos do cristianismo na cidade de Alexandria, e
em sua famosa biblioteca, local de estudo do mundo antigo e que teria sido destruída pelo
fogo e pela ignorância do fanatismo que eclodia. O enfoque será dado na personagem
Hypatia e em seu valor como mulher e como filósofa, em uma época em que o preconceito
determinava que as mulheres eram inferiores aos homens e que deveriam se dedicar
apenas aos papéis de mãe e esposa. Seu percurso na história será analisado com base na
teoria semiótica greimasiana e na análise do discurso. Também serão observados os
estudos dialógicos e polifônicos bakhtinianos, bem como a noção de intertextualidade de
Julia Kristeva, no sentido de se observar a incorporação de um elemento discursivo a outro,
reconhecido à medida que o autor constrói a sua obra relacionando-a textos, imagens ou a
sons de obras de outros autores, tanto para reverenciá-los, como para construir textos
dotados de sentido, segundo Barros e Fiorin (1999). Será analisado o dialogismo e a
polifonia que perpassa os discursos entre filósofos, cristãos puros da irmandade parabolani
e a reação dos garotos que, educados dentro da corrente filosófica que levava ao
questionamento, repentinamente tinham que aderir ao fanatismo religioso e à noção de
verdade dos cristãos, que não admitiam réplicas, em um conflito em que nem sempre o bom
senso se manifestava, diante do Poder da Igreja em ascensão, entre os anos 355 e 415 no
Egito.
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O artigo se propõe a estudar e analisar Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive, de 2001),
uma das mais complexas obras do cineasta estadunidense David Lynch. Dirigida e
produzida por Lynch, o filme surrealista de suspense conta uma história que se passa nos
planos da realidade e da idealização, onde os limites de uma e de outra não são claramente
discerníveis, e que trata do processo de identificação entre duas mulheres. A produção a ser
analisada é repleta de situações e personagens, aparentemente desconexos, que
estabelecem relações que confundem a noção de real e imaginário, colocando o espectador
no limiar entre o sonho e a realidade. Outro ponto focado pelo artigo é a interação do público
com a obra de arte, pois Cidade dos Sonhos é um filme que prova que David Lynch não
somente conta histórias, mas cria mistérios, envolve o público e o faz pensar. Neste ponto, o
filme é também uma reflexão do diretor, evidenciando como o cinema, enquanto criação
artística, pode interagir com o público, transcendendo o momento do “aqui e agora”. Uma
obra onde se observa, além de todo um simbolismo, referências às próprias obras do
diretor, como Twin Peaks (1990-1991), Veludo Azul (1986), Coração Selvagem (1990) e
Estrada Perdida (1997), além do diálogo com clássicos do cinema como O Desprezo (1963)
e Crepúsculo dos Deuses (1950). A abordagem da obra será feita através de uma ótica
semiológica, a partir dos estudos bakhtianos discutidos por Barros e Fiorin (1994) a respeito
do dialogismo e da polifonia, observando-se, ainda, elementos da psicologia junguiana em
Santos (1976). O objetivo do artigo é a interpretação da trama criada por Lynch, a qual
transita entre o cotidiano, o alucinatório e o mundo dos sonhos criado por Diane (Naomi
Watts), além de observar críticas à Hollywood e a exaltação do cinema e da própria obra de
David Lynch, verificando características presentes em produções anteriores do diretor.
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O objetivo principal do TID é a inclusão dos idosos nas práticas digitais, a fim de ampliar
seus repertórios e melhorar a interatividade, além de incentivar a cultura do voluntariado nos
alunos de graduação que ministraram as oficinas e fornecer subsídios para pesquisa sobre
os impactos da comunicação digital neste segmento de público. Todo o processo de ensino-
aprendizado se deu em oficinas que focaram desde princípios básicos de manuseio de
periféricos do computador (mouse, teclado), utilização de programas como word, contato
com a internet, até a confecção de textos sobre um assunto pesquisado ou formação de
grupos de discussão de uma temática escolhida entre as notícias da rede. O TID também
abriu espaço para os voluntários, que puderam interagir com este público, observando as
dificuldades de linguagens e de comunicação face às mídias digitais. As intervenções se
deram em todos os sentidos: seja com alongamentos, músicas através do youtube;
discussões sobre tendências e criatividade utilizando programas de desenhos. A proposta
metodológica conceitual desta intervenção com os idosos - mediante o uso das tecnologias
digitais - pretende discutir as dimensões culturais (Canclini, 1997, Martin-Barbero, 1987),
das teorias da Recepção (Souza, 2006) e a visão sistêmica das relações públicas atuando
nos cenários políticos, econômicos, sociocultural e tecnológicos (Grunig, 1984, Giddens
1996). A programação tem estimulado os idosos a criarem meios de se comunicar a partir
das ferramentas disponíveis na internet e a utilizarem as redes sociais e sites para
pesquisar assuntos de comunicação e atualidades. Conforme as aulas avançavam, notou-se
uma melhora na habilidade dos idosos, não só com o computador, mas com o mundo digital
em si. Com isso, cada aula passou a ter um tema central, em que os idosos recorriam à
internet para a coleta de informações e curiosidades. Posteriormente definia-se uma
atividade, como um texto escrito sobre a temática escolhida, para exercitar não só a
digitação, mas também estimular a redação das experiências vividas.
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Juliana Baptista
O artigo tem o intuito de expor as intertextualidades do filme Kill Bill com demais filmes do
próprio diretor. Será abordado como diversos personagens, situações e até mesmo objetos
de outros filmes de Tarantino são retomados em Kill Bill, estabelecendo um intertexto dentro
de suas obras cinematográficas. Também será abordado o contexto em que os filmes são
produzidos e de que maneira o diretor utiliza-se das paródias de diversos gêneros do
cinema na mesma obra (artes marciais, western, gangster etc). A intertextualidade será
discutida segundo os conceitos estabelecidos por Barros (1999).
Tarantino retoma os elementos de vários contextos e os reelabora procurando atribuir-lhes
sua visão de mundo que interfere na produção e recepção de discursos, ou seja, em suas
condições de produção. Ocorre, portanto um processo de assujeitamento, segundo a
denominação da análise do discurso, em que os sujeitos passam a transitar de um ambiente
para outro, apropriando-se de um discurso preexistente, utilizando-se a partir de regras
também já conhecidas.
Para Bakhtin (1970) ocorre dialogismo na troca das vozes que repercutem no tema tratado.
Kristeva (1978), a partir de Bakhtin, nos anos 60, adota o conceito de intertextualidade para
o reflexo de várias obras e idéias num mesmo contexto, de forma a produzir um novo
material. Neste trabalho, procurar-se-á analisar o filme de Quentin Tarantino considerando
os desvios das obras originais que ele utiliza-se para construir suas paráfrases.
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Laiara Perin
Este trabalho está relacionado aos estudos semiológicos desenvolvidos no GEPLLE (Grupo
de Estudos e Pesquisa em Linguística, Literatura e Educação), em que se procede à
interpretação de textos audiovisuais, muitos adaptados de obras literárias, como ocorre
nesta análise do filme O labirinto do Fauno, de Guilhermo del Toro, de 2006. O filme constrói
a história de uma princesa (Moana) do mundo subterrâneo, que fugiu do seu palácio para
conhecer o mundo dos humanos. Ao chegar a esse novo mundo perdeu a memória de
quem fora, sofrendo durante muitas vidas até que se personificou em Ofélia, a protagonisa
da estória em questão, vivendo no início da decadência do Franquismo na Espanha, quando
passa por provas que a competencializarão a redescobrir e a retomar a sua origem de
princesa (Moana) em seu mundo subterrâneo. Este trabalho, busca analisar a figura de
Ofélia/Moana, e seu percurso de heroína sob a perspectiva de Vladimir Propp (1984), além
das influências manipuladoras elaboradas pelo seu destinador (Fauno) e seu antagonista
(General Vidal). Aprofundando a análise semiótica do filme, será enfatizado o nível
discursivo, com ênfase na profusão de figuras que identificam a heroína como a simbologia
de sua marca (lua e estrela), o fauno e diversos outros elementos que tornam a narrativa
mais instigante. Considerando os estudos dialógicos e intertextuais de Bakhtin e Kristeva,
serão observados alguns traços de identificação com outras obras que remetem tanto à
Bíblia, quanto aos contos de fadas, aos contos maravilhosos e ao mito que serão analisados
a partir de Coelho (1991) e Eliade (1972) .
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A figura do herói é inerente a todas as culturas humanas. Seus feitos são transmitidos aos
jovens nos ritos de iniciação pelos anciãos das tribos, a fim de que adquiram as
responsabilidades relativas a seu papel na sociedade em que estão inseridos. Muitas das
estórias folclóricas relatam os feitos de determinado herói, que levaram a modificações em
comportamentos ou que solucionaram conflitos em determinadas tribos, muitas vezes
expondo-se a perigos que podem lhes custar a própria vida, mas que conduzem a uma
evolução humana e moral desse indivíduo e do povo que ele representa. Neste artigo, a
figura de Alice da obra “Alice no País das Maravilhas” (1865), de Lewis Carroll será
abordada a partir da adaptação cinematográfica da obra efetuada por Tim Burton em 2010,
observando-se o encaminhamento dado pelo cineasta a um argumento vitoriano, cuja
ênfase na construção da heroína aproxima-se dos moldes femininos atuais, considerando-
se as estruturas do inconsciente que levam a personagem a adquirir sabedoria e a
desenvolver a coragem e a capacidade de decidir seu próprio destino. Como suporte
teórico-metodológico serão utilizados os estudos proppianos e greimasianos sobre a
construção do herói, além dos estudos psicanalíticos junguianos acerca da individuação.
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De acordo com Jung, o ser humano por mais contemporâneo e racional que seja, possui
seus medos, vícios, desejos, neuroses e alegrias, elementos de sua psique que se
manifestam muitas vezes através de sonhos. Um sonho é um reflexo do inconsciente e um
meio de comunicação com a parte consciente, para tal, utiliza-se de símbolos e arquétipos;
esses últimos, por sua vez, apesar de possuírem uma linguagem comum a toda
humanidade, são empregados sempre de forma inteiramente individual direta e significativa.
A obra „Sonhos‟ de Akira Kurosawa reflete a teoria acima, já que sua proposta é transmitir
visões peculiares que o diretor teve através de seus sonhos. O surreal dialoga com a
mitologia japonesa e acontecimentos, por vezes apocalípticos, do mundo real, em uma visão
polifônica e intertextual. O uso intenso e muito bem elaborado da estética visual oriental
auxilia na transmissão dos signos implícitos que permeiam muitas vezes sonhos e
pesadelos em comum com a humanidade.
Este artigo tem o objetivo de apontar na obra de Akira Kurosawa o simbolismo presente e
seu diálogo com a teoria elaborada por Carl Jung em: „O homem e seus signos‟ (2008). Para
tanto, será estudado o contexto em que Kurosawa está inserido: a cultura e a estética
japonesa, suas fábulas e mitologias em consonância com a teoria de Jung: o inconsciente, a
individuação, o simbolismo nas artes plásticas e etc. Dessa forma, pode-se traçar o que uma
visão/experiência pessoal do diretor influenciou na simbologia retratada em seus sonhos e
qual o formato pessoal que estas adquiriram.
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Este artigo tem como objetivo apresentar a forma como Tolkien construiu sua obra,
mesclando elementos da mitologia nórdica e da Inglaterra anglo-saxã as suas vivências
cotidianas. Retomando o que considera a verdadeira história da Inglaterra, a partir do século
V da era cristã, Tolkien faz uma espécie de elo entre seus personagens e situações,
reproduzindo seres que estiveram em várias sagas nórdicas como o Beowulf, os trolls, os
elfos, os heróis, entre outros para construir seus mitos como suporte teórico-metolodógico,
será utilizado o dialogismo e a polifonia de Bakhtin e o conceito de intertextualidade
desenvolvido por Kristeva na década de 60, afim de apresentar as analogias utilizadas por
Tolkien, evidenciando traços marcantes de sua própria existência, a sua religiosidade, as
suas frustrações e os ideais de vida ao longo de suas estórias. Também será analizado em
Tolkien o percuso do herói, que difere das propostas clássicas, necessitando, ao final de sua
tarefa ainda adquirir competências necessárias ao reconhecimento de sua heroicidade.
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Este trabalho pretende abordar a importância da inserção das fábulas de autores como
Monteiro Lobato, Esopo e La Fontaine no 4º ano do ensino fundamental, para que as
crianças possam desenvolver uma leitura significativa e que traga reflexões acerca do uso
da linguagem. Marca bastante típica dos livros infantis, segundo Marisa Lajolo e Regina
Zilberman (2002), é a incorporação da oralidade, tanto na narrativa quanto na poesia. A
tentativa de fazer uso de uma linguagem mais coloquial é outra forma de a literatura para
crianças aproximar-se das obras de Monteiro Lobato. Esse autor adapta sua literatura,
utilizando linguagem adequada, o texto enxuto, e personagens que retratam a linguagem
oral, como a Tia Nastácia, cujo nível intelectual e comportamental não ultrapassa o das
crianças, Pedrinho, Narizinho e a boneca Emília, além da norma culta empregada pelo sábio
Visconde de Sabugosa. Desse modo, a variedade de linguagem adotada pelo autor permite
que se faça uma abordagem sociolingüística de sua obra. De acordo com Bettelheim (2007)
a literatura não deve ser apenas algo para estimular a linguagem e sim outros aspectos
como a imaginação, o intelecto e a emoção que são fatores essenciais para o
desenvolvimento das crianças. A inserção das fábulas que são textos curtos, objetivos e
com lições de moral, proporcionará também às crianças uma maturidade para que
observem que na língua não há certo ou errado, mas contextos aos quais elas devam se
adequar, para que possam se comunicar e para que diminuam o preconceito linguístico.
Dessa maneira torna-se pertinente realizar observações nas aulas de Língua Portuguesa e
aplicações de intervenções no tocante à contação de histórias pelo professor ou por um
auxiliar e à produção de textos por essas crianças, para que se possa diagnosticar a falta de
contato como uma literatura infantil adequada, o que poderia estar dificultando o
aprendizado da produção de textos coesos e coerentes e a adequação da linguagem nos
diferentes contextos.
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II COLÓQUIO EDUCAÇÃO E MÍDIA
O TEXTO: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
25 A 27 DE OUTUBRO DE 2011
Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas
Márcio Ferreira
Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas
antigos processos funcionarem melhor, mas em permitir que as organizações rompam com
antigas regras e criem novas formas de trabalho, sendo assim, as redes se apresentam hoje
como mais comum e importante ambiente de informação e conhecimento fortalecendo o
ambiente organizacional e abrindo espaço para a cooperação.
Em poucas décadas as tecnologias de informação e comunicação veem transformando a
nossa cultura, redefinindo paradigmas e as redes impulsionam e incentivam o
compartilhamento da informação e a construção do conhecimento sendo condição
imprescindível para a sustentação e crescimento proporcionando novas oportunidades e
possibilidades ultrapassando fronteiras.
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II COLÓQUIO EDUCAÇÃO E MÍDIA
O TEXTO: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
25 A 27 DE OUTUBRO DE 2011
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