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CADERNO DE RESUMOS

ISBN: 978-85-99679-28-9
II COLÓQUIO EDUCAÇÃO E MÍDIA
O TEXTO: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
25 A 27 DE OUTUBRO DE 2011

Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

EXPEDIENTE

Coordenação
Profª. Drª. Maria Angélica Seabra Rodrigues Martins

Promoção
Departamento de Ciências Humanas
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Chefia do Departamento de Ciências Humanas


Prof. Dr. Jean Cristtus Portela (2011-2013)

Apoio
GEPLLE-Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguística, Literatura e Educação
Pró-Reitoria de Extensão da UNESP – Proex/UNESP

Design e Editoração Eletrônica


Edvaldo José Scoton

Contatos
Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 -Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17.033-360 – Fones:
(14) 3103-6064 / (14) 3103-6036

Copyright Departamento de Ciências Humanas – FAAC/UNESP, 2011


ISBN 978-85-99679-28-9

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II COLÓQUIO EDUCAÇÃO E MÍDIA
O TEXTO: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
25 A 27 DE OUTUBRO DE 2011

Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

SUMÁRIO

Ana Carolina Milo Britto, Prof. Dr. Pedro Celso Campos 3

Anauá Carina de Campos Moreira 4

André Gustavo de Paula Eduardo, Verônica Maria Alves Lima 5

Barbara dos Santos 6

Bruna Gonçalves da Silva 7

Camila Medina 8

Daniela Dias Gomide 9

Eliana Aparecida Gaiotto de Moraes 10

Elica Ito, Profª Drª Letícia Passos Affini 11

Fernanda Villa Angelino 12

Taís Crema Remoli, Gleice Bernardini 13

Iracema Amancio Afonso 14

Isabela Zamboni Moschin 15

Jéssica de Oliveira Mugnatto, Clara Luise de Souza 16

João Paulo Monteiro Santos, Suelen Nina Kanashiro, Prof. Dr. Célia Maria Retz Godoy dos Santos, 17
Jéssica Fleckner Robles

José Paulo Teodoro Coelho 18

José Roberto Lobato 19

Juliana Baptista 20

Laiara Perin 21

Luiz Henrique Cazani Junior, Profª Drª Letícia Passos Affini 22

Maria Angélica Seabra Rodrigues Martins 23

Marianna Konyosi Miyashiro 24

Roberto Garcia Campos 25

Rodrigo Carvalho da Silva 26

Suzan Martins Pereira 27

Talita Maiara Michelon 28

Thiers Gomes da Silva, Juliana Cardoso dos Santos, Luiz Antônio Santana da Silva, Márcio Ferreira 29

Valsineire Bueno de Castro 31

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O TEXTO: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
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IMAGENS E REPRESENTAÇÕES SOBRE O CONSUMO CONSCIENTE EM


SÉRIE EDUCATIVA

Ana Carolina Milo Britto

Prof. Dr. Pedro Celso Campos

Palavras-chave: Consumo Consciente, representação, animação digital, mídia

Este trabalho pretende discutir a representação do consumo consciente através da série de


animação digital intitulada "Consciente Coletivo" produzida pelo Instituto Akatu à luz das
teorias das representações mediáticas e semiótica da cultura para compreendermos de que
maneira o entrelaçamento entre animação digital e argumentação produzem sentido para
incorporar (ou não) novas práticas sociais. A série é veiculada desde setembro de 2010 nos
intervalos do Canal Futura, um veículo de iniciativa privada que traz como conteúdo a
proposta de educação para a vida. A partir do método da análise de imagens em movimento
e de conteúdo, passando pelas terminologias utilizadas para representar o tema, nos
debruçamos sobre o tema e indagamos se a comunicação de fato possui um aliado atrativo
para gerar reflexão sobre o consumo desenfreado que vem se mostrando a cada dia mais
nocivo. Nesta abordagem que valoriza especialmente a vida, a argumentação parece
considerar a recente aquisição de bens e poder de consumo das classes emergentes,
usando a narratividade não no sentido de persuadir a abrir mão desta conquista, mas de
usá-la conscientemente, chegando mais perto do universo de valores do receptor da
mensagem.

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A CONSTRUÇÃO DE UM PERSONAGEM HEROICO PARA A EDUCAÇÃO DE


TRÂNSITO

Anauá Carina de Campos Moreira

Palavras-chave: Trânsito, Conduta Defensiva, Escola, Conto de fadas, Heroi

Considerando os vários caminhos e possíveis encruzilhadas a que chegam os educadores e


os próprios estudantes quando se deparam com situações reais no e para o trânsito,
pensou-se em realizar um trabalho de forma lúdica e educativa que levasse à reflexão sobre
a conduta defensiva, especialmente para o pedestre, a maior vítima de acidentes,
objetivando demonstrar a importância dos contos de fadas, da figura do heroi, também para
a educação de trânsito.
Uma atividade, a qual, nas escolas, pode ser simples, automática ou ganhar valor
fundamental na educação das crianças, especialmente se for um conto de fadas que as
emocione e incentive esse momento particular de vivência de um ser humano em seu
desenvolvimento potencial. Para o conto de fadas, parte imprescindível deste é a
composição de um herói ou heroína que no decurso de sua trajetória lute com disposição e
inteligência para vencer os obstáculos e renasça sob uma perspectiva mais equilibrada.
O trabalho desenvolvido envolveu a contação de histórias acerca dos 3 primeiros dos 12
trabalhos de Hércules para culminar com um conto coletivo sobre uma situação de trânsito
no qual um heroi ajudaria a se ter um coletivo mais seguro. Utilizamo-nos de uma pesquisa
que culminou na reiteração da importância da educação de trânsito nas escolas por parte
dos pais e na avaliação extremamente positiva do uso dos contos de fadas para a conduta
defensiva.

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CRIANÇAS MAL-EDUCADAS: MENINOS DE RUA NO CINEMA BRASILEIRO E


CONSTRUÇÃO SIMBÓLICA DO ESPAÇO URBANO

André Gustavo de Paula Eduardo

Verônica Maria Alves Lima

Palavras-chave: Cinema; Comunicação; Crianças em situação de rua; Espaço urbano;


Pixote

O presente artigo tem como objetivo trazer luzes sobre as maneiras como o cinema
brasileiro, em casos específicos, representa a condição dos meninos em situação de rua
e/ou de risco social. Partindo do entendimento da construção do espaço urbano como um
processo excludente, engendrado pelo componente simbólico da comunicação, busca-se
compreender como o problema da exclusão social de crianças no processo de
desenvolvimento das grandes cidades se revela através da linguagem cinematográfica.
Dessa forma, pretende-se também refletir sobre como a produção midiática - no caso, o
cinema - também contribui para a construção simbólica do ambiente urbano. Para isso,
serão discutidos dois filmes que tratam da temática de crianças excluídas e dialogam entre
si: "Pixote, a lei do mais fraco", de 1981, do diretor Hector Babenco e baseado no romance-
reportagem "Infância dos mortos", de José Louzeiro; e "Quem matou Pixote?", de 1996, do
diretor José Joffily. Por meio do procedimento metodológico de análise interpretaviva
dedutiva, contemplando as referências utilizadas, busca-se inferir acerca dos elementos que
relacionam as duas tramas cinematográficas em questão: o retrato social da miséria no filme
de Babenco; e relato da consequência da exclusão e da miséria para a vida de uma criança
no filme de Joffily - especialmente o ator que interpretou Pixote na película homônima.
Assim, por meio da discussão do problema social duplamente presente nas tramas
cinematográficas - tanto no que diz respeito ao tema, quanto no que se refere à trajetória de
vida do personagem-ator, também são permeados outros assuntos pertinentes à reflexão
sobre a ligação inata entre o desenvolvimento urbano e a exclusão social, como a relação
que é mostrada nestes filmes entre as crianças e os demais elementos que compõem a
sociedade, bem com a ambiguidade entre o estado de infância e a situação de desamparo
em que vivem.

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O TEXTO NAS PÁGINAS DE WEBSITES: ESTRATÉGIAS E ESPECIFICIDADES

Barbara dos Santos

Palavras-chave: coerência, hipertextualidade, leitura, linearização, plataforma digital,


significado.

O objetivo desta comunicação é compreender os mecanismos e particularidades que


cercam a linguagem na internet, mais especificamente o texto nas páginas de websites.
Desta forma, através dos conceitos de hipertexto e linearização, por exemplo, pretende-se
discutir a condição do leitor enquanto interlocutor do processo discursivo e de que maneira
este estabelece as conexões precisas de significação diante do texto veiculado em
plataforma digital. Também é de suma importância ressaltar a questão do gêneros textuais
em oposição ao gêneros digitais. A teoria utilizada será da prof. Leonor Fávero com a
abordagem dos conceitos de coerência e coesão textual e, em seguida, do prof. Marcuschi
com a exposição de hipertexto e gêneros digitais. É evidente que a pesquisa receberá
contribuições de outros estudiosos da linguagem, através de artigos e ensaios científicos
não citados no corpus deste trabalho. A metodologia adotada será uma análise de
fragmentos de textos publicados na internet à luz das teorias da linguagem. O trabalho ainda
não tem obtém um resultado final, por se tratar de uma pesquisa bibliográfica. O corpus da
pesquisa será o seguinte:
FAVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2006, 104 p.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 2000, 107 p.
MARCUSCHI, Luiz Antonio; XAVIER, Antonio Carlos (orgs.). Hipertexto e gêneros digitais -
nova forma de construção de sentido. Rio de Janeiro, Lucerna, 2006, 195 p.

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CONSTRUTIVISMO VERSUS SILABAÇÃO: AS DIFICULDADES ENCONTRADAS


POR CRIANÇAS E PROFESSORES NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.

Bruna Gonçalves da Silva

Palavras-chave: Alfabetização - métodos - Leitura

O método construtivista vem sendo adotado em muitas escolas nas últimas décadas;
entretanto, há muitas críticas no que diz respeito à maneira como os professores vêm
concebendo a forma de ensinar as crianças. Para alcançar esses objetivos, foram realizados
estudos teóricos sobre o assunto, bem como observações e reflexões acerca do atual
processo de alfabetização nas escolas brasileiras. Neste trabalho, esse método de
alfabetização foi analisado a partir de suas bases, no sentido de observar se os professores
de fato estão conseguindo realizar sua prática de acordo com essa teoria, além das
dificuldades encontradas pelos alunos servidos por essa metodologia. Também foi analisada
a metodologia silábica de alfabetização, para que fosse possível fazer um mapeamento dos
aspectos positivos e das limitações apresentadas por esse método, podendo, dessa forma,
refletir sobre as adequações dos métodos analisados para um melhor processo de
aprendizagem da linguagem escrita pelas crianças. Este artigo enfatiza que, mais
importante que a escolha rígida entre um método de alfabetização e outro, é o compromisso
do professor alfabetizador com os alunos que pretende alfabetizar; ressaltando que o
professor deve se utilizar, muitas vezes, vários métodos para que consiga o maior número
de crianças alfabetizadas em sua sala, dando ênfase no trabalho com bons textos, para que
as crianças desenvolvam o prazer pela leitura em seu cotidiano.

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A DISCURSIVIZAÇÃO EM WALL.E: SOCIEDADE, TECNOLOGIA E PODER.

Camila Medina

Palavras-chave: wall-e, análise do discurso, AD, filme, tecnologia, poder

A proposta deste trabalho consiste na análise do discurso do longa-metragem em animação


Wall-e produzido pela empresa Pixar em associação com a Disney em 2008. A Pixar é
conhecida por produzir filmes que possuem diversos níveis discursivos, fazendo com que
suas produções sejam apelativas não só para crianças, como também para adultos.
Entretanto, Wall-e demonstra ser uma obra pontual na trajetória dessa empresa, pois é
aquela que se concentra na análise e na crítica da sociedade contemporânea, associada ao
desenvolvimento tecnológico, mas sem deixar de buscar também todo o potencial que a
humanidade possui. Para isso, o enredo tem como ponto de partida a questão da
sustentabilidade e do consumo desenfreado. Mas o filme amplia o debate, traçando a
relação entre tecnologia e humanidade e discutindo como um interfere no outro. O projeto,
portanto, tem como propósito demonstrar de que maneira a animação trabalha esses
conceitos e constrói seu discurso. Para tanto, o trabalho busca identificar os signos que
compõe o discurso, bem como traçar a intertextualidade entre Wall.e outras obras que
também debatem esse mesmo ponto, como 2001 – Uma odisseia no espaço, de Stanley
Kubrick (1968). Como suporte teórico-metodológico serão utilizados elementos obtidos junto
à análise do discurso e à semiótica greimasiana, com o objetivo de se analisar o percurso
do herói-robô e seu papel nessa sociedade em que os humanos, influenciados pelo
consumismo e pelo comodismo, comportam-se como criaturas desprovidas de consciência.

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A ATUALIZAÇÃO LITERÁRIA NO TEXTO AUDIOVISUAL SOB O OLHAR DA


ESTÉTICA DA RECEPÇÃO: UMA ANÁLISE DO TEXTO "SENHORA" NA SÉRIE
"TUDO O QUE É SÓLIDO PODE DERRETER".

Daniela Dias Gomide

Palavras-chave: Estética da recepção; atualização literária; análise do texto audiovisual.

O objetivo deste artigo é analisar de que forma a teoria da Estética da Recepção, elaborada
dentro do campo de estudos literários, consegue abarcar os objetos de estudo do campo de
comunicação ajudando a compreender os aspectos de produção de sentidos de um texto
audiovisual diante de uma obra cultural. Para tanto, vamos requisitar a teoria de Hans
Robert Jauss, que se preocupou com a recepção e com o lugar da leitura como formador de
sentidos. Considerando o a televisão como leitora da obra literária, analisaremos como esta
leitura transforma o texto atualizando sua linguagem, mas mantendo sua literariedade.
Entendendo as diferenças de linguagens pretende-se demonstrar como o horizonte de
expectativa do texto literário encontra um ponto de intersecção com o horizonte de
expectativas do leitor, neste caso a televisão. Compreendendo a diferença dos horizontes
de expectativas do leitor (receptor) torna-se possível dizer que a televisão é um “leitor” do
texto literário, uma vez que a característica enunciativa da televisão demonstra as
particularidades do receptor que Jauss pontua como “transformador” e “atualizador” do texto
e que este receptor é responsável pela finalização da obra em seus diferentes contextos
históricos. Para este estudo foram feitas análises de um episódio da série “Tudo o que é
Sólido pode Derreter” que traz a atualização literária da obra “Senhora” de José de Alencar.
Tal escolha se deve aos estudos mais minuciosos desta série nos quais percebeu-se a
possível aplicação da Estética da Recepção como elemento construtor de sentido da
narrativa e também como método de análise.

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O PAPEL DO CONTEXTO E DA IDEOLOGIA NAS DIFERENTES VERSÕES DO


CONTO DE FADAS “CINDERELA”

Eliana Aparecida Gaiotto de Moraes

Palavras-chave: Análise de Discurso. Contexto histórico. Ideologia. Conto de fadas


Cinderela.

A análise de discurso procura considerar que a linguagem não é transparente e vê o texto


tendo uma materialidade simbólica própria e significativa não levando em consideração
somente o texto analisado para compreender e identificar os significados presentes nele.
São consideradas então as condições de produção de um determinado discurso que
compreendem os sujeitos, a situação e a memória, levando sempre em consideração o
momento histórico que se estava vivendo na época da produção. E a memória é o que
sustenta os dizeres desse discurso, tudo que já se disse sobre o assunto tratado. “O fato de
que há um já-dito que sustenta a possibilidade mesma do dizer, é fundamental para se
compreender o funcionamento do discurso e sua relação com os sujeitos e com a ideologia”,
(ORLANDI, 2009)
Pretende-se, neste trabalho, a partir da análise do discurso, observar as marcas deixadas
no discurso pelo enunciador, capazes de denotar sua carga ideológica e sua visão de
mundo projetada na diferentes versões do conto de fadas Cinderela, considerando-se que
ele recria e ambienta a história sobre fatos reais de uma determinada época (MARTINS,
2007). A identidade do sujeito, construída a partir de sua ideologia, permite que se
identifique a influência desse meio histórico-social em seu comportamento e em sua
linguagem.

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TELEVISÃO DIGITAL NO CELULAR: CLASSIFICAÇÃO, ESPECIFICIDADES E


ANÁLISE DE AUDIÊNCIA

Elica Ito

Profª Drª Letícia Passos Affini

Palavras-chave: audiovisual, televisão digital, mobilidade, portabilidade, dispositivos móveis

O presente trabalho tem como objetivo analisar a televisão móvel, suas especificidades e
classificação a partir do ponto de vista do usuário. O SBTVD, padrão de TV digital adotado
pelo Brasil e derivado do ISDB-T japonês, tem como características: alta qualidade de
imagem e som, multiprogramação, interatividade, portabilidade e mobilidade. A possibilidade
de assistir televisão em movimento e de modo portátil amplia a audiência das emissoras
abertas e promove novos modelos de negócios além dos convencionais espaços
comercializados. No aparelho celular, a função televisão tornou-se mais acessada,
principalmente em situações de espera, como, deslocamento no trânsito, horário de almoço
e filas. Para facilitar a compreensão da pesquisa, elaborou-se uma classificação de televisão
móvel no celular, uma vez que esta forma de ver TV tem histórico anterior à implantação do
sinal digital. A classificação foi desenvolvida a partir das especificidades tecnológicas e de
uso. O resultado desta análise determina cinco categorias de televisão móvel no celular:
analógica, digital, carregada pelo usuário, acessada através de conexão à internet e por
assinatura de canais. O artigo engloba ainda características e especificidades da
programação acessada em dispositivos móveis e traça um paralelo no comportamento do
usuário brasileiro e japonês, a partir de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

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ANÁLISE DOS ELEMENTOS DA CULTURA CELTA NA LENDA “TRISTÃO E


ISOLDA”

Fernanda Villa Angelino

Palavras-chave: celtas; tristão e isolda; dialogismo; fadas

O artigo se propõe a apontar e discutir os elementos da cultura celta que são encontrados
no conto medieval “Tristão e Isolda”, na versão de Fernandel Abrantes (2006). Com base
nessa lenda, os diversos aspectos da cultura celta serão apresentados dentro de seu
contexto histórico e explicados como componentes da lenda. Alguns exemplos que serão
estudados: a mãe de Isolda, e a própria Isolda, que embora não seja explicitamente
mencionado na lenda, têm conhecimentos e poderes atribuídos às fadas, o herói Tristão
como herói arrebatado pelo amor, tal qual Lancelot do Lago, das lendas arturianas, o filtro
do amor utilizado pela mãe de Isolda, a presença da religião cristã, que acaba ficando em
segundo plano para os amantes, e até é ludibriada pelo ardil de Isolda, as viagens de
Tristão a terras distantes, a natureza como protetora de ambos, sempre dentro do contexto
medieval em que a lenda foi escrita, momento em que acontecia a romanização da cultura
celta. A abordagem da obra será efetuada sob uma ótica teórico-literária, a partir dos
estudos de Coelho (2008); antropológica, analisando-se a visão de T.G.E. Powell (1974) e
Alvim de Barros (1994); e semiológica, a partir dos estudos bakhtinianos discutidos por
Barros e Fiorin (1994) a respeito do dialogismo e da polifonia, bem como a abordagem de
Kristeva para a intertextualidade. O objetivo deste artigo é observar quais aspectos dos
contos de fadas e das origens celtas podem ser encontrados na estória, considerando-se o
contexto histórico social em que vivia a Europa no período em que se presume a estória
tenha ocorrido e as implicações e desdobramentos da mitologia céltica nos contos de fadas
atuais, já que o próprio conceito de “fada” foi utilizado pela primeira vez pelos celtas.

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FAMIGERADO: ANÁLISE ESTILÍSTICA, DISCURSIVA E INTERTEXTUAL

Taís Crema Remoli

Gleice Bernardini

Palavras-chave: Famigerado; Guimarães Rosa; discurso; aspectos estilísticos;


intertextualidade.

O artigo "Famigerado: análise estilística, discursiva e intertextual" visa analisar o texto


“Famigerado”, de João Guimarães Rosa, abordando seus aspectos estilísticos que revelam
a genialidade do autor citado ao construir seu texto, escolhendo, cuidadosamente, os
elementos empregados. Embora utilize muitos elementos regionalistas em sua obra,
Guimarães apresenta um novo significado a eles, transportando-os para além dos limites da
realidade do sertanejo brasileiro, atingindo o plano universal - o que ressalta a relevância de
um trabalho nesta temática; por este motivo, este artigo enumerará diversas figuras de
linguagem e recursos estilísticos que explicitam a maneira inovadora do autor, bem como
analisará seu impacto dentro da narrativa. Visa, também, analisar o discurso das
personagens, apontando os elementos de persuasão e retórica presentes, com base em
Aristótles e Maria A. S. R. Martins, apontando como a leitura gestual é importante diante de
uma situação de perigo e como um discurso bem elaborado e empregado é capaz de
reverter uma situação desfavorável. Com a finalidade de elaborarmos um diálogo
intertextual, optou-se por estabelecer algumas comparações entre temáticas e personagens,
como o jagunço de “Famigerado” e Fabiano, de Graciliano Ramos em "Vidas Secas" -
comparando-se suas realidades e as influências destas em seus discursos, bem como
elencar alguns dos inúmeros filmes e releituras elaborados a partir do texto "Famigerado",
apontando a visão da crítica especializada a esse respeito.

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A SIMBOLOGIA E O DIALOGISMO BAKHTINIANO EM “ O PEQUENO


PRÍNCIPE”

Iracema Amancio Afonso

Palavras-chave: simbologia; dialogismo; polifonia; ideologia; contexto

Filme Pequeno Príncipe produzido e dirigido por Stanley Donen em 1974 é baseado no
grande clássico do francês Antoine de Saint-Exupéry.
Donen era considerado o rei dos musicais e soube encaixar muito bem esta característica
no filme tornando-o ainda mais suave e interessante.
O filme conta as aventuras de um piloto perdido no deserto e do menino que ele encontra
ali, um príncipe vindo de um lugar muito distante e pequeno, a fim de buscar um pouco de
conhecimento sobre a vida. Ele é persistente e questionador, assim como todas as crianças
de sua idade. Juntos, eles compartilham diversas experiências, aprendendo lições.
A história apresenta personagens plenos de simbolismos: a rosa, o rei, o empresário, o
historiador, a raposa e a serpente. E estes elementos colocam em evidência a disparidade
entre o pensamento infantil e o pensamento adulto que encanta e questiona tanto leitor,
quanto o espectador.
Sendo assim, o objetivo deste artigo é desvendar as entrelinhas do filme os significados de
seus personagens e símbolos de acordo com Chevalier e Gheerbrant (1982), o percurso
narratológico deste pequeno herói e analisar o corpus por meio dos conceitos de dialogismo,
polifonia e intertextualidade de Bakhtin.

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FILOSOFIA X CRISTIANISMO: A CONSTRUÇÃO DE UM PARADOXO NO FILME


"ALEXANDRIA"

Isabela Zamboni Moschin

Palavras-chave: intertextualidade, semiótica, dialogismo, polifonia, análise do discurso,


alexandria

Neste trabalho será analisado o filme "Alexandria" (2009), com direção do espanhol
Alejandro Amenábar, em que Rachel Weisz interpreta Hypatia, uma filósofa grega, real, que
conviveu com o fanatismo dos primeiros tempos do cristianismo na cidade de Alexandria, e
em sua famosa biblioteca, local de estudo do mundo antigo e que teria sido destruída pelo
fogo e pela ignorância do fanatismo que eclodia. O enfoque será dado na personagem
Hypatia e em seu valor como mulher e como filósofa, em uma época em que o preconceito
determinava que as mulheres eram inferiores aos homens e que deveriam se dedicar
apenas aos papéis de mãe e esposa. Seu percurso na história será analisado com base na
teoria semiótica greimasiana e na análise do discurso. Também serão observados os
estudos dialógicos e polifônicos bakhtinianos, bem como a noção de intertextualidade de
Julia Kristeva, no sentido de se observar a incorporação de um elemento discursivo a outro,
reconhecido à medida que o autor constrói a sua obra relacionando-a textos, imagens ou a
sons de obras de outros autores, tanto para reverenciá-los, como para construir textos
dotados de sentido, segundo Barros e Fiorin (1999). Será analisado o dialogismo e a
polifonia que perpassa os discursos entre filósofos, cristãos puros da irmandade parabolani
e a reação dos garotos que, educados dentro da corrente filosófica que levava ao
questionamento, repentinamente tinham que aderir ao fanatismo religioso e à noção de
verdade dos cristãos, que não admitiam réplicas, em um conflito em que nem sempre o bom
senso se manifestava, diante do Poder da Igreja em ascensão, entre os anos 355 e 415 no
Egito.

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INTERTEXTUALIDADE DE KRISTEVA E TEORIAS BAKHTINIANAS EM “O


MUNDO IMAGINÁRIO DE DR. PARNASSUS”

Jéssica de Oliveira Mugnatto

Clara Luise de Souza

Palavras-chave: Intertextualidade. Kristeva. Bakhtin. Polifonia. Dialogismo. Carnavalização.

O objetivo deste artigo é trabalhar os conceitos de polifonia e dialogismo a partir da teoria


desenvolvida por Bakhtin – o qual acreditava no fato de nenhum texto poder subsistir sem o
outro –, bem como no conceito de intertextualidade desenvolvido por Julia Kristeva nos anos
60, colocando como perspectiva a incorporação de um texto a outro. Como corpus será
utilizado o filme “O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus” (2007), de Terry Gilliam, que conta
a história de Dr. Parnassus – uma alusão a um ser divino –, antigo monge sábio, místico e
misterioso, que ao fazer um acordo com Sr. Nick – uma menção ao Diabo – conquista o
rejuvenescimento e a possibilidade de viver ao lado do amor de sua vida, em troca
entregaria a filha quando esta completasse 16 anos. O enredo se desenrola próximo ao
aniversário dela em que Dr. Parnassus, a partir de uma aposta feita com Sr. Nick, tem uma
segunda chance de ficar com Valentina. A escolha do filme deve-se ao fato de que nele há
várias referências e alusões a períodos e fatos diferentes da história da arte e da própria
humanidade, criando um universo particular e surreal que reflete os próprios meandros da
mente humana. Além disso, o filme é regado de estilização e carnavalização de obras,
valores e situações cotidianas.

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REALIDADE OU FICÇÃO NA CIDADE DOS SONHOS?

João Paulo Monteiro Santos

Palavras-chave: surrealismo, sonhos, David Lynch, semiótica, cinema

O artigo se propõe a estudar e analisar Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive, de 2001),
uma das mais complexas obras do cineasta estadunidense David Lynch. Dirigida e
produzida por Lynch, o filme surrealista de suspense conta uma história que se passa nos
planos da realidade e da idealização, onde os limites de uma e de outra não são claramente
discerníveis, e que trata do processo de identificação entre duas mulheres. A produção a ser
analisada é repleta de situações e personagens, aparentemente desconexos, que
estabelecem relações que confundem a noção de real e imaginário, colocando o espectador
no limiar entre o sonho e a realidade. Outro ponto focado pelo artigo é a interação do público
com a obra de arte, pois Cidade dos Sonhos é um filme que prova que David Lynch não
somente conta histórias, mas cria mistérios, envolve o público e o faz pensar. Neste ponto, o
filme é também uma reflexão do diretor, evidenciando como o cinema, enquanto criação
artística, pode interagir com o público, transcendendo o momento do “aqui e agora”. Uma
obra onde se observa, além de todo um simbolismo, referências às próprias obras do
diretor, como Twin Peaks (1990-1991), Veludo Azul (1986), Coração Selvagem (1990) e
Estrada Perdida (1997), além do diálogo com clássicos do cinema como O Desprezo (1963)
e Crepúsculo dos Deuses (1950). A abordagem da obra será feita através de uma ótica
semiológica, a partir dos estudos bakhtianos discutidos por Barros e Fiorin (1994) a respeito
do dialogismo e da polifonia, observando-se, ainda, elementos da psicologia junguiana em
Santos (1976). O objetivo do artigo é a interpretação da trama criada por Lynch, a qual
transita entre o cotidiano, o alucinatório e o mundo dos sonhos criado por Diane (Naomi
Watts), além de observar críticas à Hollywood e a exaltação do cinema e da própria obra de
David Lynch, verificando características presentes em produções anteriores do diretor.

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TID - UMA PROPOSTA DE EXTENSÃO NO ENFOQUE DAS RELAÇÕES


PÚBLICAS

José Paulo Teodoro Coelho

Suelen Nina Kanashiro

Célia Maria Retz Godoy dos Santos

Jéssica Fleckner Robles

Palavras-chave: inclusão digital; terceira idade; comunicação; envelhecimento

O objetivo principal do TID é a inclusão dos idosos nas práticas digitais, a fim de ampliar
seus repertórios e melhorar a interatividade, além de incentivar a cultura do voluntariado nos
alunos de graduação que ministraram as oficinas e fornecer subsídios para pesquisa sobre
os impactos da comunicação digital neste segmento de público. Todo o processo de ensino-
aprendizado se deu em oficinas que focaram desde princípios básicos de manuseio de
periféricos do computador (mouse, teclado), utilização de programas como word, contato
com a internet, até a confecção de textos sobre um assunto pesquisado ou formação de
grupos de discussão de uma temática escolhida entre as notícias da rede. O TID também
abriu espaço para os voluntários, que puderam interagir com este público, observando as
dificuldades de linguagens e de comunicação face às mídias digitais. As intervenções se
deram em todos os sentidos: seja com alongamentos, músicas através do youtube;
discussões sobre tendências e criatividade utilizando programas de desenhos. A proposta
metodológica conceitual desta intervenção com os idosos - mediante o uso das tecnologias
digitais - pretende discutir as dimensões culturais (Canclini, 1997, Martin-Barbero, 1987),
das teorias da Recepção (Souza, 2006) e a visão sistêmica das relações públicas atuando
nos cenários políticos, econômicos, sociocultural e tecnológicos (Grunig, 1984, Giddens
1996). A programação tem estimulado os idosos a criarem meios de se comunicar a partir
das ferramentas disponíveis na internet e a utilizarem as redes sociais e sites para
pesquisar assuntos de comunicação e atualidades. Conforme as aulas avançavam, notou-se
uma melhora na habilidade dos idosos, não só com o computador, mas com o mundo digital
em si. Com isso, cada aula passou a ter um tema central, em que os idosos recorriam à
internet para a coleta de informações e curiosidades. Posteriormente definia-se uma
atividade, como um texto escrito sobre a temática escolhida, para exercitar não só a
digitação, mas também estimular a redação das experiências vividas.

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"ANÁLISE DOS RECURSOS PERSUASIVOS NO DISCURSO DE ADOLF HITLER


À JUVENTUDE NAZISTA - 1934"

José Roberto Lobato

Palavras-chave: persuasão, nazismo, juventude

OBJETIVOS DA PESQUISA: elencar os recursos de persuasão presentes no discurso de


Adolf Hitler destinado à juventude nazista em setembro de 1934 e o caráter ideológico de
seu enunciado destinado a um enunciatário ideal, inserido no contexto político social da
Alemanha Nazista da década de 30 e o prenúncio da política imperialista alemã. CORPUS:
a ideologia nazista cunhada desde 1923 com a redação da obra entitulada "Minha Luta" pelo
então membro fundador do Partido Social Democrata Alemão - Adolf Hitler - ainda na prisão,
evoluiu para o restabelecimento do III Reich Alemão com a tomada do poder por Adolf Hitler
e chegou à sua apoteose com o expansionismo alemão com a invasão dos países europeus
e a eclosão da II Guerra Mundial. Toda essa trajetória foi possível graças a uma gama de
fatores interligados entre si, entrelaçados por um aparelho de propaganda eficaz, permeado
por uma ideologia galgada no emprego de recursos de persuasão, os quais prepararam o
campo para esse sucedâneo de fatos históricos que até a contemporaneidade causam
perplexidade. Nesse contexto, Hitler e seu ministro da propaganda Goebels tem papel
central, cunhando o discurso que seduziu ao povo alemão, em especial à juventude,
fazendo uso dos recursos da persuasão para veicular e legitimar a ideologia
ultranacionalista nazista. O discurso analisado neste trabalho busca elencar alguns destes
elementos persuasivos inseridos no contexto histórico supracitado. TEORIA E
METODOLOGIA: através da análise do famoso discurso proferido por Adolf Hitler à mais de
200 mil jovens alemães em setembro de 1934, cujo material se encontra gravado em vídeo,
como um dos documentos históricos mais eloquentes desse período, o trabalho emprega os
recursos teóricos concernentes à análise do discurso para corroborar o cunho ideológico
persuasivo do discurso em pauta, inserido em um contexto mais abrangente, tendo em vista
o preparo das condições emocionais e psicológicas - em especial dos jovens - para os
ideias imperialistas do Estado Alemão sob a égide do Nazismo. RESULTADOS: com o
instrumental teórico empregado para análise do discurso supracitado, fica evidente que
Adolf Hitler, logo após ter conseguido angariar em 1933 poderes políticos praticamente
ilimitados junto ao Congresso (dominado por seu partido), já em 1934 estava persuadindo
os futuros soldados alemães (os enunciatários do presente enunciado, ou seja, a juventude
alemã) tendo em vista a ideologia nazista e suas práticas ultranacionalistas e imperialistas.

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A CONSTRUÇÃO DA PARÓDIA NA OBRA KILL BILL DE QUENTIN TARANTINO

Juliana Baptista

Palavras-chave: Kill Bill, Paródia, Intertextualidade, Dialogismo

O artigo tem o intuito de expor as intertextualidades do filme Kill Bill com demais filmes do
próprio diretor. Será abordado como diversos personagens, situações e até mesmo objetos
de outros filmes de Tarantino são retomados em Kill Bill, estabelecendo um intertexto dentro
de suas obras cinematográficas. Também será abordado o contexto em que os filmes são
produzidos e de que maneira o diretor utiliza-se das paródias de diversos gêneros do
cinema na mesma obra (artes marciais, western, gangster etc). A intertextualidade será
discutida segundo os conceitos estabelecidos por Barros (1999).
Tarantino retoma os elementos de vários contextos e os reelabora procurando atribuir-lhes
sua visão de mundo que interfere na produção e recepção de discursos, ou seja, em suas
condições de produção. Ocorre, portanto um processo de assujeitamento, segundo a
denominação da análise do discurso, em que os sujeitos passam a transitar de um ambiente
para outro, apropriando-se de um discurso preexistente, utilizando-se a partir de regras
também já conhecidas.
Para Bakhtin (1970) ocorre dialogismo na troca das vozes que repercutem no tema tratado.
Kristeva (1978), a partir de Bakhtin, nos anos 60, adota o conceito de intertextualidade para
o reflexo de várias obras e idéias num mesmo contexto, de forma a produzir um novo
material. Neste trabalho, procurar-se-á analisar o filme de Quentin Tarantino considerando
os desvios das obras originais que ele utiliza-se para construir suas paráfrases.

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O LABIRINTO DO FAUNO: UMA ANÁLISE DO PERCURSO DA HEROÍNA E DA


SIMBOLOGIA NO FILME

Laiara Perin

Palavras-chave: Literatura Infantil; Semiótica; Percurso do herói; Intertextualidade

Este trabalho está relacionado aos estudos semiológicos desenvolvidos no GEPLLE (Grupo
de Estudos e Pesquisa em Linguística, Literatura e Educação), em que se procede à
interpretação de textos audiovisuais, muitos adaptados de obras literárias, como ocorre
nesta análise do filme O labirinto do Fauno, de Guilhermo del Toro, de 2006. O filme constrói
a história de uma princesa (Moana) do mundo subterrâneo, que fugiu do seu palácio para
conhecer o mundo dos humanos. Ao chegar a esse novo mundo perdeu a memória de
quem fora, sofrendo durante muitas vidas até que se personificou em Ofélia, a protagonisa
da estória em questão, vivendo no início da decadência do Franquismo na Espanha, quando
passa por provas que a competencializarão a redescobrir e a retomar a sua origem de
princesa (Moana) em seu mundo subterrâneo. Este trabalho, busca analisar a figura de
Ofélia/Moana, e seu percurso de heroína sob a perspectiva de Vladimir Propp (1984), além
das influências manipuladoras elaboradas pelo seu destinador (Fauno) e seu antagonista
(General Vidal). Aprofundando a análise semiótica do filme, será enfatizado o nível
discursivo, com ênfase na profusão de figuras que identificam a heroína como a simbologia
de sua marca (lua e estrela), o fauno e diversos outros elementos que tornam a narrativa
mais instigante. Considerando os estudos dialógicos e intertextuais de Bakhtin e Kristeva,
serão observados alguns traços de identificação com outras obras que remetem tanto à
Bíblia, quanto aos contos de fadas, aos contos maravilhosos e ao mito que serão analisados
a partir de Coelho (1991) e Eliade (1972) .

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A NARRATIVA AUDIOVISUAL SOB A LUZ DO PENSAMENTO COMPLEXO

Luiz Henrique Cazani Junior

Profª Drª Letícia Passos Affini

Palavras-chave: Audiovisual; Complexidade; Narrativa

O presente trabalho objetiva discutir a narrativa audiovisual a partir dos paradigmas do


pensamento complexo proposto por Edgar Morin (2007). São eles: dialógico, recursivo,
retroativo, sistêmico, hologramático, auto-eco-organização e reconstrução do conhecimento.
Como corpus, os filmes The Butterfly Effect (Erci Bress e J. Mackye Gruber, 2004), Lola
Rennt (Tom Tykwer, 1998), Pulp Fiction (Quentin Tarantino, 1994) e Babel (Alejandro
Gonzalez, 2006), reunidos por Jan Simons sob a denominação de narrativas complexas. No
primeiro momento observou-se que todos os paradigmas são aplicavéis a estrutura narrativa
o que invibializaria uma categorização pura. No segundo momento constatou-se que
determinados paradigmas se sobressairam dada as características intrínsecas dos filmes.
Em The Butterfly Effect, o principio dialógico se manifesta na ordem temporal do filme que é
quebrada, originando uma desordem no tempo reorganizado pela interação do protagonista.
A busca pela reparação do dano acarreta outros, apontando a recursividade neste processo.
Por fim, a utilização da teoria do caos, como justificativa para o encadeamento das linhas
narrativa, é remetida ao paradigma da reconstrução do conhecimento. Lola Rennt apresenta
três linhas narrativas com variações dos mesmos elementos narrativos auto-regulados
mediante ao desempenho de Lola a cada obstáculo transposto. Manifesta-se, portanto, o
princípio do anel retroativo, além da sistemicidade pela reunião de três linhas narrativas em
uma totalide fílmica. Há, ainda, a apropriação da linguagem dos jogos para a sua recriação.
Em Pulp Fiction destaca-se o princípio hologramático ao apresentar uma narrativa
fragmentada, mantendo os mesmos personagens em cada uma delas. Ao quebrar uma
narrativa em duas e inserir outras duas entre as partes, novas significações são originadas
nesse sistema. Babel, com quatro linhas narrativas unidas por pontos de intersecção e pela
montagem, se destaca também pela sistemicidade, que permite a simultaneidade dos
percalços sofridos por uma mesma familia ocorridos em momentos diferentes, além da
reconstrução da linguagem hipertextual.
A multidimensionalidade conferida pelo pensamento complexo supera os limites do método
clássico científico proporcionando um novo olhar para a estrutura narrativa audiovisual.
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REFLEXÕES SOBRE ALICE KINGSLEY EM UMA RELEITURA DE TIM BURTON:


REBELDE OU HEROÍNA VITORIANA?

Maria Angélica Seabra Rodrigues Martins

Palavras-chave: Construção do herói; Psicanálise; Antropologia; Semiótica;


Intertextualidade.

A figura do herói é inerente a todas as culturas humanas. Seus feitos são transmitidos aos
jovens nos ritos de iniciação pelos anciãos das tribos, a fim de que adquiram as
responsabilidades relativas a seu papel na sociedade em que estão inseridos. Muitas das
estórias folclóricas relatam os feitos de determinado herói, que levaram a modificações em
comportamentos ou que solucionaram conflitos em determinadas tribos, muitas vezes
expondo-se a perigos que podem lhes custar a própria vida, mas que conduzem a uma
evolução humana e moral desse indivíduo e do povo que ele representa. Neste artigo, a
figura de Alice da obra “Alice no País das Maravilhas” (1865), de Lewis Carroll será
abordada a partir da adaptação cinematográfica da obra efetuada por Tim Burton em 2010,
observando-se o encaminhamento dado pelo cineasta a um argumento vitoriano, cuja
ênfase na construção da heroína aproxima-se dos moldes femininos atuais, considerando-
se as estruturas do inconsciente que levam a personagem a adquirir sabedoria e a
desenvolver a coragem e a capacidade de decidir seu próprio destino. Como suporte
teórico-metodológico serão utilizados os estudos proppianos e greimasianos sobre a
construção do herói, além dos estudos psicanalíticos junguianos acerca da individuação.

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O SIMBOLISMO DE AKIRA KUROSAWA PRESENTE EM 'SONHOS'

Marianna Konyosi Miyashiro

Palavras-chave: Sonhos, Kurosawa, mitologia, Japão, símbolos, Jung

De acordo com Jung, o ser humano por mais contemporâneo e racional que seja, possui
seus medos, vícios, desejos, neuroses e alegrias, elementos de sua psique que se
manifestam muitas vezes através de sonhos. Um sonho é um reflexo do inconsciente e um
meio de comunicação com a parte consciente, para tal, utiliza-se de símbolos e arquétipos;
esses últimos, por sua vez, apesar de possuírem uma linguagem comum a toda
humanidade, são empregados sempre de forma inteiramente individual direta e significativa.
A obra „Sonhos‟ de Akira Kurosawa reflete a teoria acima, já que sua proposta é transmitir
visões peculiares que o diretor teve através de seus sonhos. O surreal dialoga com a
mitologia japonesa e acontecimentos, por vezes apocalípticos, do mundo real, em uma visão
polifônica e intertextual. O uso intenso e muito bem elaborado da estética visual oriental
auxilia na transmissão dos signos implícitos que permeiam muitas vezes sonhos e
pesadelos em comum com a humanidade.
Este artigo tem o objetivo de apontar na obra de Akira Kurosawa o simbolismo presente e
seu diálogo com a teoria elaborada por Carl Jung em: „O homem e seus signos‟ (2008). Para
tanto, será estudado o contexto em que Kurosawa está inserido: a cultura e a estética
japonesa, suas fábulas e mitologias em consonância com a teoria de Jung: o inconsciente, a
individuação, o simbolismo nas artes plásticas e etc. Dessa forma, pode-se traçar o que uma
visão/experiência pessoal do diretor influenciou na simbologia retratada em seus sonhos e
qual o formato pessoal que estas adquiriram.

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A INTERFERÊNCIA DOS MITOS NÓRDICOS NA OBRA ANGLO-SAXÃ DE


TOLKIEN

Roberto Garcia Campos

Palavras-chave: Intertextualidade; dialogismo; polifonia; percurso do herói.

Este artigo tem como objetivo apresentar a forma como Tolkien construiu sua obra,
mesclando elementos da mitologia nórdica e da Inglaterra anglo-saxã as suas vivências
cotidianas. Retomando o que considera a verdadeira história da Inglaterra, a partir do século
V da era cristã, Tolkien faz uma espécie de elo entre seus personagens e situações,
reproduzindo seres que estiveram em várias sagas nórdicas como o Beowulf, os trolls, os
elfos, os heróis, entre outros para construir seus mitos como suporte teórico-metolodógico,
será utilizado o dialogismo e a polifonia de Bakhtin e o conceito de intertextualidade
desenvolvido por Kristeva na década de 60, afim de apresentar as analogias utilizadas por
Tolkien, evidenciando traços marcantes de sua própria existência, a sua religiosidade, as
suas frustrações e os ideais de vida ao longo de suas estórias. Também será analizado em
Tolkien o percuso do herói, que difere das propostas clássicas, necessitando, ao final de sua
tarefa ainda adquirir competências necessárias ao reconhecimento de sua heroicidade.

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O PERFIL DE MARINA SILVA NAS ELEIÇÕES DE 2010 - CONSTRUÇÃO DE


IDENTIDADES NOS TEXTOS DA MÍDIA

Rodrigo Carvalho da Silva

Palavras-chave: Comunicação. Discurso. Política. Jornalismo. Partido Verde.

Descreve e interpreta o processo discursivo de construção da identidade do Partido Verde e


de sua candidata, Marina Silva, durante a campanha presidencial de 2010, focalizando as
eventuais formas de discurso transmitido das quais se vale a mídia impressa brasileira para
veicular o discurso ecológico-político. A pesquisa tem seu foco na comunicação social, mas
possui um caráter multidisciplinar por meio de empréstimos teóricos, conceituais e
metodológicos de outras disciplinas, sobetudo a linguística. O trabalho é realizado com base
nas Teorias do Jornalismo e da Notícia que tratam do processo de produção de notícias em
teóricos como Pena, Ponte, Sousa e Traquina. Como suporte teórico-metodológico,
usaremos as ferramentas da Análise do Discurso francesa, destacando as reflexões de
Charaudeau e Maingueneau que tratam dos discursos da mídia e da política. O estudo se
dá também com o apoio da perspectiva da Análise Crítica do Discurso, proposta por autores
como Fairclough e Fowler. A intenção é revelar como o discurso midiático é moldado por
relações de poder e ideologia, sobretudo quando relacionado ao âmbito político. Como
corpus deste trabalho são analisadas matérias publicadas em dois periódicos brasileiros
com características editoriais distintas: as revistas Carta Capital e Veja. É examinado como
duas formações discursivas diferentes caracterizam o discurso ecológico-político,
observando uma construção semelhante ou totalmente distinta. Os textos compreendem um
período de tempo que vai do dia 10/06/2010 a 31/10/2010 e foram selecionados de acordo
com o tema abordado que, em conformidade com os objetivos desta pesquisa, tratam do
discurso ecológico-político do Partido Verde.

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INTERTEXTUALIDADE E POLIFONIA: DE MOULIN ROUGE À BURLESQUE

Suzan Martins Pereira

Palavras-chave: Moulin Rouge; Burlesque; polifonia; dialogismo

O filme musical Moulin Rouge amor em vermelho (2001), representa ficcionalmente os


verdadeiros ideais boêmios no bairro Montmartre em Paris, ao longo dos anos 1899 e 1900,
refletindo as grandes transformações sociais e artísticas condizentes a Belle Époque. A
narrativa de Moulin Rouge apesar de seguir uma linha aparentemente histórica enuncia
elementos atemporais como o amor, desejo e ganância aliados à intensa intertextualidade
musical e imagética. Essa atemporalidade provinda das paixões nos remete ao filme
Burlesque (2010) cuja temática contemporânea também se apoia nos problemas humanos
relativos aos sentimentos e ao dinheiro. Este artigo objetiva desconstruir os corpus em
análise por meio dos conceitos de dialogismo, polifonia e intertextualidade, bem como
divagar brevemente sobre as quatro grandes classes de processos manipulatórios através
do personagem Harold Zidler e introduzir novos elementos que associem os dois musicais.
Moulin Rouge é uma notável mescla de elementos musicais, artísticos e biográficos,
apoiado nas óperas “La Traviata”, inspirada na Dama das Camélias de Alexandre Dumas e
“La Bohéme” permeia um teor de romantismo intenso. Essas marcas que se encaixam
dentro da narrativa e aludem ao conceito polifonia e dialogismo, pois conectam as
influências e perspectivas do diretor Baz Luhrmann ao resultado final da ficção. Além disso,
há vários outros horizontes reconhecidos na análise de Moulin Rouge, como a referência
sútil ao mito de Orfeu, e a intertextualidade presente na composição das personagens e nos
símbolos.Já em Burlesque há um resgate empobrecido da temática do amor e do sucesso,
há também uma tentativa de trazer alguns elementos da performática Satine para a
contemporânea Ali, interpretada por Christina Aguilera.
Dessa forma ao longo da análise, torna-se-á perceptível a verossimilhança de ambas
narrativas que traduzem os ideais humanos, visto que Satine representa a fragilidade e a
persistência e Ali o lado forte da delicadeza transformando as duas protagonistas em
personagens indissociáveis em alguns aspectos da personalidade.

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A LEITURA PROMOVENDO O USO ADEQUADO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E


DO LETRAMENTO.

Talita Maiara Michelon

Palavras-chave: Literatura Infantil; Sociolinguística e Formação das Crianças.

Este trabalho pretende abordar a importância da inserção das fábulas de autores como
Monteiro Lobato, Esopo e La Fontaine no 4º ano do ensino fundamental, para que as
crianças possam desenvolver uma leitura significativa e que traga reflexões acerca do uso
da linguagem. Marca bastante típica dos livros infantis, segundo Marisa Lajolo e Regina
Zilberman (2002), é a incorporação da oralidade, tanto na narrativa quanto na poesia. A
tentativa de fazer uso de uma linguagem mais coloquial é outra forma de a literatura para
crianças aproximar-se das obras de Monteiro Lobato. Esse autor adapta sua literatura,
utilizando linguagem adequada, o texto enxuto, e personagens que retratam a linguagem
oral, como a Tia Nastácia, cujo nível intelectual e comportamental não ultrapassa o das
crianças, Pedrinho, Narizinho e a boneca Emília, além da norma culta empregada pelo sábio
Visconde de Sabugosa. Desse modo, a variedade de linguagem adotada pelo autor permite
que se faça uma abordagem sociolingüística de sua obra. De acordo com Bettelheim (2007)
a literatura não deve ser apenas algo para estimular a linguagem e sim outros aspectos
como a imaginação, o intelecto e a emoção que são fatores essenciais para o
desenvolvimento das crianças. A inserção das fábulas que são textos curtos, objetivos e
com lições de moral, proporcionará também às crianças uma maturidade para que
observem que na língua não há certo ou errado, mas contextos aos quais elas devam se
adequar, para que possam se comunicar e para que diminuam o preconceito linguístico.
Dessa maneira torna-se pertinente realizar observações nas aulas de Língua Portuguesa e
aplicações de intervenções no tocante à contação de histórias pelo professor ou por um
auxiliar e à produção de textos por essas crianças, para que se possa diagnosticar a falta de
contato como uma literatura infantil adequada, o que poderia estar dificultando o
aprendizado da produção de textos coesos e coerentes e a adequação da linguagem nos
diferentes contextos.

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AS REDES DE INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO

Thiers Gomes da Silva

Juliana Cardoso dos Santos

Luiz Antônio Santana da Silva

Márcio Ferreira

Palavras-chave: Redes de Informação; Redes de Conhecimento; Redes.

Observa-se, na atualidade que o relacionamento visando à cooperação se funde cada dia


mais ao conceito organizacional uma vez que o mundo experimenta uma revolução
tecnológica que muda formas e a interação gera inovação.
Segundo Levy (1993) vivemos em uma época de „transição‟ onde um novo estilo de
humanidade é inventado e as redes de informação e conhecimento podem ser consideradas
espaços de interação tendo em vista a elaboração de projetos propiciando um ambiente
colaborativo, pois as novas tecnologias criam novos espaços de informação e conhecimento
e proporcionam múltiplas oportunidades de aprendizagem.
As redes estão impregnadas da concepção de cooperação, por serem responsáveis por
articulações entre diferentes atores que fortalecem e são fortalecidos pelo conjunto e
normalmente as pessoas ou estabelecimentos em rede mantêm contato entre si geralmente
organizadas e sobre um único comando, sendo capazes de reunir indivíduos e instituições,
de forma democrática e participativa em torno de temáticas e ou objetivos comuns.
A adoção da tecnologia de rede pode ser entendida como consequência natural do
crescimento do grau de independência dos usuários, aliado a necessidade de
compartilhamento de informações. Estas redes agem estruturas abertas capazes de
expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro
da rede, isto é, desde que compartilhem objetivos comuns, pois dentro da economia de rede
„nó‟ representa um repositório enquanto a ligação representa vínculos econômicos e
estratégicos. O método utilizado para a elaboração deste trabalho foi o hipotético dedutivo a
partir de pesquisas documentais sobre os procedimentos para a criação e utilização das
redes de informação, com o objetivo de constatar as evoluções históricas, sociais e
contextuais destas estruturas onde podem estar transmitidas sobre os fatos e eventos
sociais e seus derivados muito influentes no cotidiano da comunicação social. Pode-se
considerar, através das redes, que o verdadeiro poder da tecnologia não está em fazer
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antigos processos funcionarem melhor, mas em permitir que as organizações rompam com
antigas regras e criem novas formas de trabalho, sendo assim, as redes se apresentam hoje
como mais comum e importante ambiente de informação e conhecimento fortalecendo o
ambiente organizacional e abrindo espaço para a cooperação.
Em poucas décadas as tecnologias de informação e comunicação veem transformando a
nossa cultura, redefinindo paradigmas e as redes impulsionam e incentivam o
compartilhamento da informação e a construção do conhecimento sendo condição
imprescindível para a sustentação e crescimento proporcionando novas oportunidades e
possibilidades ultrapassando fronteiras.

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A BUSCA DE UM SENTIDO PARA A LOUCURA: ERASMO DE ROTERDÃ,


MACHADO DE ASSIS E MUNCH

Valsineire Bueno de Castro

Susan Martins Pereira

Palavras-chave: loucura, Erasmo, Machado, Munch

Buscando embasamento nas teorias da significação e do discurso erigimos um sentido


comum para a utilização da loucura como conteúdo temático. Elegendo como ponto de
observação as enunciações de Erasmo de Roterdã, Machado de Assis e Edward Munch
associamos os três textos respectivos: Elogio da Loucura, O Alienista e O grito, sendo que
os três enunciados correspondem a períodos históricos distintos e nichos geográficos
diferentes, os quais refletem aspectos diversos do desenvolvimento cultural da humanidade.
Observamos os escritores e suas enunciações, bem como investigamos contexto e discurso
solicitando apoio nas teorias da análise do discurso e semiótica. Analisamos a loucura,
enquanto eixo temático, expressão de conteúdo em dois planos, o da expressão verbal e
plano de expressão visual em três epocas distintas, a saber: Humanismo renascentista,
Realismo e Expressionismo Alemão, vinculando ainda ao contexto contemporâneo em
abordagem midíatica do tema, refletindo sobre o eufemismo e metáfora da loucura em
nossos dias. Através dos estudos da comunicação pragmática analisamos a loucura como
tema e conteúdo proposicional o qual deixou traços em produções literárias e artísticas,
escandalizando ou sensibilizando seus receptores em contextos plurais através da ruptura
de paradigmas e da utilização de enunciações que refletiram a ideologia de cada período.
Também pontuamos as marcas autorais que sinalizaram críticas aos moldes sociais, à
ciência, à religião, à politica, comunicando e transmitindo informações em suas implicaturas.

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