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Atlas de

Parasitologia
Adriana Martins

Ulbra Canoas
Novembro 2011
Índice

I - Organograma .............................................................................................3

II- Protozoários
II.1 - Intestinais
1 - Entamoeba histolytica ................................................................................. 4
2 - Giardia lamblia ........................................................................................... . 7

II.2. Teciduais e Sanguíneos


3 - Trichonomas vaginalis................................................................................ 11
4 - Plasmodium vivax....................................................................................... 13
5 - Trypanossoma cruzi................................................................................... 17

III- Helmintos

6 - Ascaris lumbricoides .................................................................................. 20


7 - Taenia sp................ ................................................................................... 23
8 - Hymenolepis nana ..................................................................................... 26
9 - Ancylostomo duodenale............................................................................. 28
10 - Trichuris trichiura ..................................................................................... 31
11 - Schistosoma mansoni ............................................................................. 33
12 - Enterobius vermicularis ........................................................................... 36
Organograma: Classificação dos parasitas
constantes neste Atlas

Parasitas

Protozoários Helmintos

Sanguíneos e
Intestinais Platelmintos Nematelmintos
Teciduais

Entamoeba Trypanossoma Himenolepys Ascaris


histolytica cruzi nana lumbricoides

Giardia Plasmodium Enterobius


Taenia sp
lamblia vivax vermiculares

Trichonomas Schistosoma Trichuris


vaginalis mansoni trichuria

Ancyslostom
a duodenale
-1 -
Entamoeba
hystolitica
1. Entamoeba histolytica

1.1 - Cistos
núcleo

Morfologia do cisto (E. histolytica):


•Forma arredondada;
•Citoplasma granuloso (cinza, se corado por HF núcleo
ou castanho claro se corado pelo lugol, no qual
os corpos cromatóides se tornam refringentes)
•Corpos cromatóides em forma de bastão com Fig. 1.1.1: cisto maduro, apresentando 4 núcleos

extremidades rombas;
•Possui de 1 a 4 núcleos com
cariossomo nítido e grânulos
pequenos de cromatina
distribuídos na cariomembrana.

Fig. 1.1.2: Cisto de E. histolytica:


desenho esquemático

Fig. 1.1.4: Cisto de


Fig. 1.1.3: Cisto E. histolytica
de E. histolytica binucleado,
uninucleado, cariosomos nítidos,
cariossomo corpos cromatóides
nítido. aparentes.

Fig.1.1 5: Dois cistos maduros de


E. histolytica, 1 núcleo e corpos
cromatóides aparentes em formato de
bastão (1600x).
1.2. Trofozoítos

Morfologia do trofozoíto (E. histolytica)

• núcleo com cariossoma central


• cromatina periférica regular e delicada
• diferenciação entre ectoplasma e
endoplasma.

Fig. 1.2.1: Trofozoíto


de E. histolytica:
desenho esquemático

Fig. 1.2.2: Trofozoíto de E.


histolytica apresentando:.
1. núcleo;
2. cariossomo;
3. cromatina;
4. endoplasma
5. ectoplasma; Fig. 1.2.3: Trofozoíto de
6. pseudópode. E. histolytica com 1
núcleo aparente onde se
evidencia o cariossoma
central e diversos
eritrócitos ingeridos.

1.3.Modo de Contaminação
•Contaminação fecal da água de consumo humano e alimentos com cistos (são
relativamente resistente à cloração).
•Contato direto de mãos contaminadas ou objetos sujos, bem como, sexualmente pelo
contato oral-anal.
-2-
Giardia
lamblia
*imagem capturada em
sala de aula, durante
aula prática
2. Giardia lamblia

2.1. Cistos
Morfologia de cisto de G. lamblia
•Oval
•2 ou 4 núcleos
•Axonemas
•Corpos parabasais
•Membrana externa bem
destacada do citoplasma Fig. 2.1.1: Cisto de G.
•12 x 8 μm lamblia: desenho
esquemático

Fig. 2.1.2. Cisto de G. lamblia


1= axonema dos flagelos
2= núcleos (2)
3= parede cística
4= corpos escuros (em
forma de meia-lua)

endossomos
axonema
Corpos
parabasais

núcleos (1 & 2)
Fig. 2.1.3: Cistos de G.lamblia
Cisto

Fig. 2.1.4. Cisto de G. lamblia:


dois núcleos aparentes, em
coloração tricômica.
2.2 Trofozoítos

Morfologia de cisto de G. lamblia


•Forma de pêra
•Simetria bilateral
•2 núcleos
•4 pares de flagelos
•Disco suctorial (ventosas)
•Corpos parabasais
•Axonemas Fig. 2.2.1: Trofozoíto de
G. lamblia: desenho
•20 x 10 μm esquemático

Fig. 2.2.2. Trofozoíto de G. lamblia


1= núcleos (2)
2= corpos parabasais
3= axonemas
4= flagelos

Fig. 2.2.3: Trofozoíto de G.


lamblia apresentando dois
núcleos.

2.3.Modo de Contaminação:
•Ingestão de cistos maduros encontrados na água (mesmo que clorada) e alimentos contaminados
•Em alguns casos a transmissão pode se dar por meio de mãos contaminadas.
.
-3-
Trichonomas
vaginalis
3. Trichonomas vaginalis*
*Não apresenta cisto, somente fase de trofozoítos

3.1.Trofozoítos
Morfologia dos Trofozoítos de T. Fig. 3.1.1. Trofozoíto de T.
vaginalis desenho
vaginalis:
esquemático
[nu] núcleo
•Elipsóides, piriformes ou ovalados. [fg] flagelos
[ax] axóstilo /
•Possuem quatro flagelos anteriores, [um] membrana ondulante
uma membrana ondulante e um [cs] cistosoma
[cy] sulco cistosomal
axóstilo (que se projeta através do [bb] blefaroplasto
centro do organismo, até a
extremidade posterior). Fig. 3.1.1

Flagelos

Blefaroplasto

Axóstilo

Núcleo

Fig. 3.1.2. Trofozoíto de T. vaginalis em


esfregaço vaginal corados em May-Grünwald
Giemsa (MGG).

Fig. 3.1.3. Dois Fig. 3.1.4.


trofozoítos de T. Trofozoíto de T.
vaginalis de uma cultura. vaginalis
Os 4 flagelos e núcleos mostrando os
únicos são visíveis. O quatro flagelos
bastão mediano escuro é anteriores,
o axóstimo que é membrana
característico de ondulante, o
tricomonídios. núcleo e axóstilo.

3.2.Modo de Contaminação
•O contágio sexual é a forma primária de contaminação (é uma DST).
•Outras formas foram relatadas como roupas, piscina e etc...mas é limitado pela labilidade da forma
trofozoíta.
-4-
Plasmodium
vivax
4. Plasmodium vivax
4.1 Estágios de desenvolvimento

4.1.1. Estágio Trofozoíta do P. vivax:

Trofozoíto jovem em forma de anéis pequenos, às vezes


abertos,mostrando apenas uma massa de cromatina
(raramente duas).Pode ser confundido com os trofozoítos
jovens do P. falciparum. Ausência de pigmento malárico.
Os anéis podem ser maiores e,nesse caso, apresentam
vacúolo claramente definido.

Trofozoíto maduro grande, amebóide e com vacúolo presente.


Grânulos finos de pigmento malárico escuro no
citoplasma,geralmente identificados como formas
irregulares.

4.1.2 Estágio Esquizonte P. vivax:


grande, redondo e com menos de
12 núcleos (cromatinas) quando
ainda jovem. Grânulos de
pigmento fino, escuro e difuso pelo
citoplasma. Quando maduro,
apresenta 12 à 24 merozoítos
(cromatinas maiores),
irregularmente arranjados.
Grânulos de pigmento malárico
visualizado, às vezes, como
pequena massa escura numa
parte do citoplasma.

4.1.3. Estágio Gametócito do P. vivax:


Redondo ou oval, com única massa de cromatina
triangular ou redonda, tamanho variável. Pigmento
malárico fino, difuso e escuro sobre o citoplasma. As
formas mais evoluídas podem ser maiores que o
microlinfócito.

As hemácias parasitadas geralmente são jovens


(reticulócitos) e apresentam granulações de Schüffner.
Seu diâmetro pode estar aumentado pelo tamanho do
parasito.

Legenda:
E – eritrócito normal
G – gametócito
N – núcleo
SH – esquizonte
T – grânulos de Schuffner
Fig. 4.2.1. Fases do Plasmodium
vivax no sangue

1: Célula vermelha normal


2-6: Trofozoítos jovens (estágio de
anel)
7-18: Trofozoítos maduros
19-27: Esquizontes
28-29: Gametócitos masculinos e
femininos

4.2.2. Trofozoíto de P.vivax apresentando o anel em um único glóbulo vermelho a partir de um esfregaço de sangue humano.

RBC não infectado

Grânulos de Schuffner

Núcleo do parasita

Trofozoíta c/ anel grande em RBC


Fig. 4.2.3 - Esquizontes de P. vivax Fig. 4.2.4. Trofozoíto jovem de P. vivax Fig. 4.2.5. Esquizonte de P. vivax rompido,
em esfregaços de sangue fino com pontilhado de Schuffner em um esfregaço de sangue fino, mostrando
merozoítos livres e pigmento.

4.2.6.Esquizonte de P. vivax 4.2.7. Gametócito de P. vivax 4.2.8.Trofozoíto de P. vivax


mostrando a morfologia amebóide

4.2.9.Múltiplos trofozoítos de 4.2.10. Trofozoíto precoce de P.vivax 4.2.11. Esquizontes de P. vivax


P.vivax em célula sanguínea mostrando grânulos de Schuffner em esfregaços de sangue espesso

4.3.Modo de Contaminação

A transmissão natural da malária está condicionada à existência de portadores de gametócitos


(reservatórios humanos) e de vetores, mosquitos da espécie de anofelinos com potencial de transmitir a
malária. No Brasil, cerca de cinco espécies são importantes: Anopheles (N) darlingi, A. (N) aquasalis, A.
(N) albitarsis, A. (K) cruzi e A. (K) bellator.

A malária pode ser transmitida acidentalmente por transfusão de sangue (sangue contaminado com
plasmódio), pelo compartilhamento de seringas (em usuários de drogas ilícitas) ou por acidente com
agulhas e/ou lancetas contaminadas. Há, ainda, a possibilidade de transmissão neonatal.
-5-
Trypanossoma
cruzi
5. Trypanossoma cruzi *
*T. cruzi é um organismo unicelular que existe em três formas distintas, a
saber, a infecciosa tripomastigota encontrado na corrente sangüínea, o
intracelular amastigota encontradas em tecidos, e
os epimastigota (reprodutivos).

5.1 Estágios de desenvolvimento

Tripomastigota: forma alongada (podendo se apresentar como


formas finas e largas), com cinetoplasto arredondado localizado na
região posterior ao núcleo; flagelo emergindo da bolsa flagelar (não
visível ao microscópio óptico) que se localiza lateralmente, na
região posterior do parasito. O flagelo emerge e se adere ao longo
do corpo do parasito, tornando-se livre na região anterior.

Fig. 5.1.1. Forma tripomastigota de T. cruzi


em esfregaço sanguíneo, observa-se o
cinetoplasto posterior ao núcleo.

Epimastigota: forma alongada, com cinetoplasto em forma de


barra ou bastão localizado anteriormente ao núcleo. O flagelo
emerge da bolsa flagelar com abertura lateral, e percorre aderido
a parte do corpo do parasita, tornando-se livre na
região anterior.

Fig. 5.1.2. Forma epimastigota de T. cruzi


em esfregaço sanguíneo, observa-se o
cinetoplasto anterior ao núcleo.
Amastigota: forma arredondada, com cinetoplasto
em forma de barra ou bastão na região anterior ao
núcleo, aflagelado. Esta forma pode ser encontrada
no interior das células de hospedeiros infectados,
bem como em cultivo axênico.

Fig. 5.1.3. Forma amastigota de T. cruzi em


esfregaço sanguíneo,.

Fig. 5.1.4. músculo cardíaco de camundongo


infectado com T. cruzi. Formas amastigotas (seta
preta)

5.2. Modo de Contaminação:

As forma natural ou primária, é vetorial (penetração dos tripomastigotas metacíclicos através da pele
ou mucosa) a partir da picada do barbeiro.

Transfusão sanguínea, transmissão congênita, e mais recentemente, as que ocorrem via oral, pela
ingestão de alimentos contaminados.

Mecanismos menos comuns envolvem acidentes de laboratório, manejo de animais infectados,


transplante de órgãos e pelo leite materno. Uma via teoricamente possível, mas extremamente rara é a
transmissão sexual.
-6-
Ascaris
lumbricoides
6. Ascaris lumbricoides
6.1 - Ovos de A. Lumbricoides

Morfologia geral:
•Mede cerca 50 μm;
•Cor castanha;
•Envolvidos por três membranas protetoras: uma
interna, impermeável, constituída por 25% de
proteína, 75% de lipídeos; uma membrana média,
constituída por quitina e proteínas e a membrana
externa, constituída por mucopolissacarídeos,
manilonada (que confere grande resistência ao ovo
contra dessecação).
Fig. 6.1.1. Ovo fértil de A. lumbricoides

Ovos férteis: arredondados, envolvidos por uma membrana de duplo contorno, rodeados
por uma camada albuminosa rugosa com aspecto mamilonado, com projeções na
superfície semelhante a um “abacaxi arredondado” e medem cerca de 60µm de
comprimento por 35µm de largura.
Fig. 6.1.2, 6.1.3, 6.1.4, 6.1.5 - Ovos férteis

Fig. 6.1.2 Fig.6.1.3 Fig.6.1.4 Fig. 6.1.5

Ovos férteis decorticados: são ovos férteis normais, mas não tem membrana mamilonada
(diagnóstico mais difícil).
Fig. 6.1.6, 6.1.7, 6.1.8, 6.1.9 - Ovos férteis descorticados

Fig. 6.1.6 Fig.6.1.7 Fig.6.1.8 Fig. 6.1.9


Ovos larvados: possuem a larva em seu interior, são desprovidos de membrana
mamilonada e são arredondados
Fig. 6.1.10, 6.1.11, 6.1.12, 6.1.13 - Ovos larvados

Fig. 6.1.10 Fig.6.1.11 Fig.6.1.12 Fig. 6.1.13

Ovos inférteis: mais alongados, maiores que os férteis (85-95µm por 33-37µm) e com a
membrana mamilonada irregular mais delgada e massa germinativa granulada.
Fig. 6.1.15, 6.1.16, 6.1.17, 6.1.18 - Ovos inférteis:

Fig. 6.1.15 Fig.6.1.16 Fig.6.1.17 Fig. 6.1.18

6.2. Fase larvária de A. lumbricoides

Fig. 6.2.1. Eclosão da larva infectante Fig. 6.2.2. Larva adulta de A. lumbricoides Fig. 6.2.3. Extremidade anterior do Ascaris
lumbricoides mostrando boca, esôfago e intestino.

6.3. Modo de Contaminação:


•Fecal-oral: ingestão de água e alimentos contaminados com ovos embrionados; poeira.
-7-
Taenia sp
7. Taenia sp

7.2 – Ovos de Taenia spp.

Morfologia do ovos de Taenia:


•Indistinguíveis entre as espécies
•Esféricos
•Embrióforo
•Oncosfera ou embrião hexacanto
•Três pares de acúleos
•Membrana dupla

Fig. 7.2.1 Ovo de Taenia spp.

Fig. 7.2.2 Fig. 7.2.3

Fig. 7.2.4 Fig. 7.2.5 Fig. 7.2.6

Fig. 7.2.2, 7.2.3, 7.2.4, 7.2.5, 7.2.6 Ovos de Taenia são esféricos e morfologicamente indistinguíveis entre as espécies.
Ao diagnóstico relata-se: “presença de ovos de Taenia spp.”). Internamente, encontra-se o embrião hexacanto ou
oncosfera, provido de três pares de acúleos e dupla membrana.
7.2 – Forma adulta

7.2.1 – Taenia solium


Fig. 7.2.1.1 , 7.2.1.2 – Escoléx de Taenia
solium
Escoléx (cabeça) arredondada, 4 ventosas,
rostro armado com dupla hélice de acúleos.

Fig. 7.2.3 – Proglote de Taenia solium


Proglote gravídica, com remaificações
uterinas pouco numerosa e dendríticas.
Poro genital (seta)
T. Solium contém 12 pares de
Fig. 7.2.1.1 Fig. 7.2.1.2 Fig. 7.2.1.3 ramificações e terminações dendrítricas.

7.2.2 – Taenia saginata


Fig. 7.2.2..1 , 7.2.2.2 – Escoléx de T.
saginata
Escoléx (cabeça): quadrangular, 4
ventosas, sem acúleos

Fig. 7.2.2..3– Proglote de T. saginata


Proglote gravídica. Com muitas
ramificações uterinas e dicotômicas.
Poro genital (seta).
T. Saginata contém 26 pares de
ramificações e terminações dicotômica.
Fig. 7.2.2.1 Fig. 7.2.2.2 Fig. 7.2.2.3

7.2.3 – Forma larvar (cisticerco): 7.2.4 – Verme adulto

Fig. 7.2.3.1 Cisticerco Fig. 7.2.4.1


de Taenia spp: Vermes adultos
Corresponde ao de Taenia spp
podem atingir de 2
escólex invaginado em
a 8 metros de
uma vesícula comprimento
Fig. 7.2.3.1 Fig. 7.2.4.1

7.3.Modo de Contaminação

•Teníase: Ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cisticercos (C. bovis/ C. cellulosae)

•Cisticercose: Ingestão de ovos viáveis de T. solium

•Mecanismos:
Hetero-infecção ou primoinfecção
Auto-infecção interna
Auto-infecção externa
-8-
Hymelopis
nana
8. Hymenolepis nana
8.1 – Ovos de H. nana
Morfologia
• Oval ou arredondado - 40
μm • 2 mamelões polares
• transparentes • Filamentos polares
• Memb. Interna e Externa • Conhecido como “chapéu
• Oncosfera de mexicano”.

Fig. 8.1.1- Ovo de H. nana


1
2 3 Fig. 8.1.2. - Ovo de H. nana com
filamentos polares (1, 2) aparentes,
no interior do ovo pode ser observado
um embrião hexacanto (3) com 3
pares de ganchos..

8.2 – Larva cisticercóide


Fig.8.2.1
Cisticerco de H.nana:
escólex invaginado
envolvido por
membrana

8.3 - Verme adulto (“tenia anã”)

Fig. 8.3.1- Verme adulto de H. nana

8.4 - Modo de Contaminação


• Ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes infectadas.
• Transmissão inter-humana facilitada pela falta de higiene (ex. mão contaminada). Maior índice
de transmissão em ambientes coletivos como escolas, asilos, orfanatos, etc
• Autoinfecção externa e interna
• Transmissão através de hospedeiro intermediário (insetos, carunchos de cereais, infectados
podem ser ingeridos acidentalmente, resultando na transmissão do agente.
-9-
Ancylostoma
duodenale
9. Ancylostoma duodenale

9.1 – Ovos de A. duodenale

Morfologia:
ovóide ou elipsóides (forma de barril)
casca fina e transparente; entre a casca e a célula-
ovo há sempre um espaço claro;
 de 60-65µ por 36-40µ.
• 4 a blastômeros em fezes secas, e mais células se as
fezes ficarem à temperatura ambiente após a sua
coleta, mesmo por poucas horas.

Fig. 9.1.1: Ovo de A. duodenale

Fig. 9.1.2, 9.1.3, 9.1.4


Ovos de A. duodenale em clivagem

Fig. 9.1.2 Fig. 9.1.3 Fig. 9.1.4

Fig. 9.1.5 - Ovo de A. duodenale em mórula Fig. 9.1.6 - Ovo em método de Fig. 9.1.7 - Ovo em preparação de Kato-Katz
concentração M.I.F.

Fig. 9.1.8 e 9.1.9


Ovos larvados de A. duodenale

Fig. 9.1.8 Fig. 9.1.49


9.2 – Forma adulta
Morfologia
• cilíndricos, com extremidade anterior curvada
ventralmente.
• Cápsula bucal profunda, com 2 pares de dentes
na margem interna da boca e 1 par de lancetas
triangulares no fundo da cápsula bucal.
• Cor rósea quando vivo (à fresco) e
esbranquiçada depois de morto (fixada).
• 1 centímetro ( fêmea > macho)
• fêmea –extremidade posterior afilada
• Macho -extremidade posterior em forma de bolsa Fig. 9.2.2 - Ancylostoma
duodenale: cápsula bucal
copuladora
• Cápsula bucal : 2 pares de dentes

Fig. 9.2.3- A. duodenale


adulto macho: extremidade
posterior c/ bolsa
copuladora *

Fig. 9.2.4: A. duodenale


adulto fêmea: extremidade
posterior afilada*

Fig. 9.2.1: A. duodenale verme adulto

9.3. Modo de Contaminação

1. Penetração de larvas infectantes na pele, mucosa ou conjuntiva (ativa)

2. Ingestão de larvas (passiva):


•Alimentos e água contaminadas
•Sexo oral
- 10 -
Trichuris
trichiura
10. Trichuris trichiura
10.1 – Ovos de T. trichiura

Morfologia
•elíptico característico com poros salientes
e transparentes em ambas extremidades,
preenchidos por material lipídico.
• 50-55µm por 22-24µm.
•A casca é formada por uma camada
vitelínea interna, uma quitinosa
Fig. 10.1.1. - Ovo típico de Trichuris trichiura
intermediária e uma lipídica interna

Fig. 10.1.2 - Ovo típico de T. trichiura Fig. 10.1.3 - Ovo larvado de T. Fig. 10.1.4 - Ovos atípicos de T. trichiura
trichiura

10.2 – Forma adulta


•Morfologia Região anterior do corpo
afiliada e mais comprida que a Posterior
(aspecto de chicote)
•fêmeas têm em torno de 4 a 5 cm,
possuem a extremidade posterior
romba e reta.
•machos têm em torno de 2,5 a 4 cm e
possuem extremidade posterior
encurvada, apresentando um espículo
Fig. 10.2 – T. trichiura–Verme adulto fêmea.
protegido por uma bainha. Apresenta porção anterior filiforme (2/3 do verme) e
porção posterior alargada (1/3 do verme).

10.3 - Modo de contaminação

Passivo oral: ovos contendo larva infectante no seu interior são extremamente resistentes no meio
ambiente, assim tendo a chance de serem disseminados pela água e mais raramente por manipulação
destes locais ou pelo vento, contaminando alimentos e ou água, sendo então ingeridos.
- 11 -
Schistossoma
mansoni
11. Schistosoma mansoni
11.1 – Ovos de S. mansoni

Morfologia
•forma elipsoíde irregular
•duas membrana envoltórias
•150x60µm
•sem opérculo
•epísculo lateral Fig . 11.1.1 e 11.1. 2.
Ovos de S. Mansoni
•presença de um miracídio formado
•(ovo maduro) (encontrado nas
fezes)

11.2. Miracídio de S. mansoni

Forma cilíndrica
Cílios para movimento no meio
aquático
Terebratorium que serve para
ser estimulado pelos
quimiotáticos do muco do
molusco e sua
adesão por terem glândulas de
penetração
Fig . 11.2.1 e 11.2. 2. Miracídeo de S. Mansoni

11.3. Cercária de S. mansoni

Cauda bifurcada
Ventosa oral e ventral, na qual a
ventral é mais desenvolvida, pois é a
que gruda na hora da
fixação da penetração

Fig . 11.3.1 e 11.3. 2. Cercária de S. Mansoni


11.4 – Forma adulta de S. mansoni
Morfologia:

1) Macho
•Mede 10 mm
•Tem cor esbranquiçada e tubérculos no tegumento
•Dividido em parte anterior onde tem ventosa oral e ventosa
ventral (acetábulo), mais desenvolvidas que na fêmea já que é o
macho que faz a movimentação até o local onde a fêmea vai
liberar os ovos
•Parte posterior onde tem o canal ginecóforo (dobras laterais do
corpo no sentido longitudinal para albergar a fêmea e fecundá-la)

2) Fêmea
•Mede 15 mm
•Tem cor escura e tegumento liso
•Na parte anterior tem ventosa oral e ventral
•Na parte posterior tem órgãos sexuais
Fig . 11.4.1 e 11.4.2.
S. Mansoni

Macho e fêmea.
A fêmea tem
coloração mais
escura devido ao
ceco com sangue
digerido

11.5 Modo de Contaminação :


Os ovos do S. mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro infectado (homem). Na água,
eclodem, liberando uma larva ciliada denominada miracídio, que infecta o caramujo. Após 4 a 6
semanas, a larva abandona o caramujo, na forma de cercária, ficando livre nas águas naturais. O
contato humano com águas infectadas pelas cercárias é a maneira pela qual o indivíduo adquire
a Esquistossomose.
- 12 -
Enterobius
vermiculares
12. Enterobius vermiculares

12.1 – Ovos de E. vermiculares

Morfologia:
•possuem um dos lados achatado e o outro
convexo (em forma de um “D”) e uma membrana
dupla, lisa e transparente.
•Casca lisa e transparente, e já contém uma larva
formada no momento da postura.

Fig. 12.1.1 - Ovos de E.


vermiculares

Fig. 12.1.2, 12.1.3, 12.1.4.


Ovos de E. vermiculares
Fig. 12.1.2 Fig. 12.1.3 Fig. 12.1.4

Fig. 12.1.5, 12.1.6, 12.1.7.


Ovo larvados de E.
vermiculares (forma
infectante)
Fig. 12.1.5 Fig. 12.1.6 Fig. 12.1.7
12.2 – Fase adulta

• Macho: mede cerca de 5 mm


x 0,2 mm com espículo
presente

•Fêmea: mede cerca de 1 cm x


0,4 mm

Fig 12..2.1 – E. vermiculares Fig 12.2.2 – E. vermiculares


adulto fêmea. adulto macho.

Fig 12.2.3 E. vermiculares


adulto evidenciando “asas
cefálicas” e esôfago

12.3. Modo de Contaminação


 Heteroinfecção
 Auto-infecção externa (oral) ou direta
 Auto-infecção interna (retal)
 Auto infecção externa,anal ou retroinfecção.

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