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Ludmila Alves Coura

Samarah Zica Mendonça

ATLAS DE PARASITOLOGIA
PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS

Trabalho de Parasitologia proposto para o


2° ano do Curso de Análises Clínicas da
FUNEC - Unidade CENTEC.

Professora: Mariana Cunha

Contagem
2020

1
SUMÁRIO

Coccídeos 4
Isospora belli ​4

​Sarcocystis hominis 5

​Cryptosporidium spp. 6

​ ​Cyclospora cayetanensis 7

Ciliados 9
Balantidium coli ​
9

Flagelados 10
Giardia lamblia ​10

Amebas 11

​Entamoeba histolytica/dispar 12

​Entamoeba hartmanni 14

​Entamoeba coli 15

​Endolimax nana 16

​Iodadamoeba buestschili 17

Protozoário Pleomórfico 20

​Blastocystis hominis 20

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS​ ​22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23

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Coccídeos
Isospora belli
Sarcocystis hominis
Cryptosporidium s​ pp.
Cyclospora cayetanensis

Características gerais:
Compreendem um grupo de protozoários pertencentes ao filo Apicomplexa -
parasitas intracelulares obrigatórios, com complexo apical (capacidade invasora)
que parasitam especificamente as células epiteliais do intestino.

Morfologia:
Trofozoítos: ​forma infectante, alongada e móvel, dotada de complexo apical.
Oocistos: ​envoltório resistente

Isospora belli
Os oocistos são elipsóides ou ovais, com membrana fina e hialina, de duplo
contorno. Medem de 20 a 33µm x 10 a 19µm (são os maiores quando comparados a
outros parasitos) e apresentam as extremidades afuniladas. Quando eliminados nas
fezes, os oocistos contêm um esporoblasto; depois da excreção, podem ser
observados dois esporoblastos.

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Sarcocystis hominis
Esporocisto: contendo 4 esporozoítas encontrados livres nas fezes com tamanho
médio de 14,8 µm X 9,9 µm. ​Cisto: arredondado com parede cística delicada
contendo vários bradizoítas em forma de arco ou meia-lua com núcleo semi-central.

4
Cryptosporidium ​spp.
Oocisto maduro esférico ou ovóide, constitui a forma infectante e contém quatro
esporozoítas. A maioria possui parede cística dupla e espessa que se mostra
resistente às condições do meio externo.

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Cyclospora cayetanensis
Oocisto: ​são esféricos, medem de 8 a 10µm e possuem a parede com aparência
rugosa ou ondulada. Os oocistos de ​C. cayetanensis são duas vezes maiores em
tamanho do que os oocistos de ​Cryptosporidium spp. Não são esporulados quando
excretados nas fezes, necessitando de uma a duas semanas em condições ideais
de temperatura para se tornarem esporulados.

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Ciliados
Balantidium coli
Maior protozoário parasita do homem

Fases evolutivas
Trofozoítos: ​caracterizados por tamanho grande (​40 µm a 200 µm), presença de
cílios na superfície celular, um cistoma, um macronúcleo em forma de grão, que
normalmente é visível, e um micronúcleo menor e menos notável. Podem invadir
também os tecidos intestinais.
Cistos: ​são ovais ou esféricos, medindo usualmente de 50 a 70 µm. Os cílios
podem ser vistos na fina parede cística. Estão presentes o macronúcleo, grande e
riniforme, e o micronúcleo.
Morfologia: ​ovóide e presença de cílios.

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Flagelados
Giardia lamblia

Fases evolutivas:
Trofozoítos: ​motilidade ativa (“folha ao vento”). Dois núcleos laterais com pequeno
cariossoma central. Citoplasma uniforme finamente granular. Dois corpos junto ao
axonema. Quatro flagelos laterais, 2 ventrais (flagelos visíveis livres). Difícil
visualização. “Formato de pêra”.
Cistos: forma oval. Quatro núcleos. Citoplasma com espaço claro entre a parede
cística e o citoplasma (efeito de halo). Flagelo interno.

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Amebas
Entamoeba histolytica/dispar
Entamoeba hartmanni
Entamoeba coli
Endolimax nana
Iodamoeba buestschili

Características Gerais:
São amebas que vivem no intestino humano, a morfologia de todas essas amebas
possuem uma fase de trofozoíto e uma fase de cisto, diferenciando pelos seus
tamanhos, número de núcleos, núcleo e forma das inclusões citoplasmáticas.

Entamoeba histolytica/dispar
Ambas são parasitas intestinais, sendo que a ​E.dispar não causa sintomas no
​ ue causa uma
paciente, pois ela é uma ameba comensal, diferente da ​E.histolytica q
invasão da mucosa intestinal e vários sintomas por consequência disso.

Morfologia
Trofozoítos: ​Mede de 20 até 40µm, mas pode chegar a 60µm nas formas obtidas
de lesões tissulares (forma invasiva); em culturas ou disenterias, os trofozoítos
medem entre 20 e 30µm. Geralmente tem um só núcleo, bem nítido, o citoplasma
apresenta-se em ectoplasma, que é claro e hialino, e endoplasma, que é granuloso,
com vacúolos, núcleos normalmente esféricos e restos de substâncias alimentares.

Pré-cisto: ​É uma fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto. É oval ou


ligeiramente arredondado, menor que o trofozoíto.

Metacisto: ​É uma forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado,


onde sofre divisões, dando origem aos trofozoítos.

Cistos:​São esféricos ou ovais, medindo 8 a 20µm de diâmetro, quando corados


com lugol os núcleos tornam-se bem visíveis e variam de um a quatro, tomando a
cor castanho-escuro.O cariossoma é pequeno e fica no centro do núcleo, corando
também de marrom-escuro ou negro. Os corpos cromatóides,quando presentes, tem
forma de bastonetes ou de charutos com pontas arredondadas.

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Entamoeba hartmanni
Essa ameba é um parasita intestinal comensal, ou seja, convive com o ser humano
sem prejudicá-lo.

Morfologia
Cistos: ​Os cistos de ​Entamoeba hartmanni são semelhantes aos de ​E. histolytica​,
mas menores, medindo 5-10 µm. Os cistos maduros contêm quatro núcleos que
possuem um cariossomo pequeno, discreto, localizado centralmente e cromatina
periférica uniformemente distribuída. O citoplasma em cistos maduros pode ter
corpos cromatóides arredondados ou alongados com extremidade arredondadas.
Trofozoítos: ​Os trofozoítos de Entamoeba hartmanni ​geralmente medem 5-15 µm.
Os trofozoítos têm um único núcleo que contém um cariossoma pequeno, compacto,
localizado central ou excentricamente, e uma cromatina periférica fina e uniforme.

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Entamoeba coli
Essa ameba é um parasita intestinal comensal, ou seja, convive com o ser humano
sem prejudicá-lo.
Morfologia
Cistos: ​Os cistos de ​Entamoeba coli são geralmente esféricos, mas podem ser
alongados e medir 10-35 µm. Os cistos maduros geralmente têm 8 núcleos, mas
podem ter até 16 ou mais. Entamoeba coli é a única espécie de ​Entamoeba
encontrada em humanos que possui mais de quatro núcleos no estágio de cisto. Os
núcleos podem ser vistos tanto em amostras não coradas quanto em amostras
coradas. Os cariossomas podem ser compactos ou difusos e geralmente localizados
de maneira excêntrica. A cromatina periférica está presente e geralmente é
grosseira, granular e irregularmente disposta ao longo da membrana nuclear, mas
pode ser mais uniforme. O citoplasma de cistos maduros pode conter glicogênio
difuso.
Trofozoíto: ​Os trofozoítos de Entamoeba coli g ​ eralmente medem 15-50 µm. Os
trofozoítos têm um único núcleo com um cariossoma excêntrico caracteristicamente
grande e cromatina periférica irregular e grosseira. O citoplasma é geralmente
grosseiramente granular e vacuolado (frequentemente descrito como citoplasma
“sujo”).

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Endolimax nana
Essa ameba é um parasita intestinal comensal, ou seja, convive com o ser humano sem
prejudicá-lo.
Morfologia
Cistos:​Os cistos de ​Endolimax nana variam de forma esférica a elipsoidal e medem
5-10 µm. Os cistos maduros têm quatro núcleos pequenos com cariossomas
grandes, geralmente localizados centralmente, e sem cromatina periférica.O
citoplasma pode conter glicogênio difuso, mas não possui corpos cromatóides.
Trofozoítos: ​Os trofozoítos do ​Endolimax nana medem 6-12 µm e têm um único
núcleo com um cariossoma semelhante a uma mancha caracteristicamente grande,
de formato irregular. O núcleo não tem cromatina periférica. Seu citoplasma é
granular e, frequentemente, altamente vacuolado e pode conter inclusões de
bactérias. Os trofozoítos de E. nana podem ser difíceis de distinguir daqueles de
Iodamoeba buetschili​.

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Iodadamoeba buestschili
Essa ameba é um parasita intestinal comensal, ou seja, convive com o ser humano sem
prejudicá-lo.
Morfologia
Cistos: ​Os cistos de ​Iodamoeba buetschili variam de forma quase esférica a
elipsoidal e medem 5-20 µm. Os cistos contêm um único núcleo. Corado
permanente (como tricrômio), o núcleo contém um grande cariossomo, geralmente
localizado excentricamente. Os grânulos acromáticos podem ou não estar presentes
ao redor do cariossomo. Uma importante característica diagnóstica para esta
espécie é a presença de uma grande massa compacta (vacúolo) de glicogênio no
estágio de cisto. O vacúolo de glicogênio não se cora com tricromo, mas é visível
como uma massa bem definida.

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Trofozoítos: ​Os trofozoítos de ​Iodamoeba buetschili medem 8-20 µm e têm um
único núcleo com um grande cariossoma, geralmente localizado no centro, rodeado
por grânulos acromáticos refráteis. O citoplasma é grosseiramente granular e
vacuolado e pode conter bactérias, leveduras ou outros materiais. Os trofozoítos de
I. buetschili​ podem ser difíceis de distinguir dos de ​Endolimax nana.

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Protozoário Pleomórfico
Blastocystis hominis

Morfologia

Forma vacuolar: ​varia grandemente de tamanho com uma média de 4 a 15 μm.


São esféricas e caracterizam-se por possuírem um grande vacúolo localizado no
centro da célula, o qual pode ocupar 90% do seu volume. O vacúolo central
normalmente contém um material granular ou floculento. O citoplasma é uma fina
banda localizada perifericamente, devido à expansão do vacúolo. O que mais se
destaca nesta região é a presença de organelas semelhantes a mitocôndrias.

Forma granular: ​é muito similar à forma vacuolar, exceto que seus numerosos
grânulos são encontrados dentro da delgada banda do citoplasma periférico ou,
mais comumente, dentro do vacúolo central. Estes grânulos apresentam várias
formas morfológicas. Tem-se sugerido que alguns grânulos do vacúolo central têm
funções reprodutivas, participando na esquizogonia e endogenia, representando a
progênie do ​B. hominis​.

Forma Amebóide: ​é pouco relatada, e sua descrição morfológica ainda é motivo de


controvérsia. Porém, com o avanço dos estudos genéticos, sabe-se que as
diferenças notadas por diversos autores são devido à diversidade genética entre as
diferentes colônias isoladas. De um modo geral, estas são bem menores (2.6 a 7,8
μm) e possuem pseudópodes extensos. Foi demonstrada a presença de bactérias
inseridas em estruturas como lisossomos dentro da célula, assim como a presença
de organelas em seu interior.

Forma cística: apresentam diâmetros menores (3 a 5 μm) e muito distintas em


aparência das outras formas, podendo ser facilmente confundidas com restos fecais.
Os cistos presentes nas fezes são esféricos ou ovais e protegidos por uma parede
cística com multicamadas. A parede cística parece formar-se sob uma cápsula. O
seu interior celular contém de um a quatro núcleos, múltiplos vacúolos, depósitos de
glicogênio e lipídeos. Sabe-se que esse cistos não são lisados em água,
sobrevivem em temperatura ambiente até 19 dias, sendo sensíveis ao calor, frio
extremo e a desinfetantes comuns. Portanto, o estágio cístico é considerado a forma
transmissível do parasito.

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MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
Para as protozooses intestinais

A utilização simultânea de três métodos com diferentes sensibilidades, para o


diagnóstico de enteroparasitos, tem a finalidade de aumentar a eficiência no
diagnóstico e, portanto, diminuir os resultados falso-negativos. O exame
microscópico permite visualizar os estágios de diagnósticos dos protozoários (cistos,
trofozoítos, oocistos e esporos).

➢ Método direto
O exame direto a fresco permite visualizar a motilidade de trofozoítos dos
protozoários em fezes recém emitidas, analisadas até 30 minutos após a
evacuação. Para a identificação de cistos de protozoários e larvas de helmintos, a
preparação deve ser corada com lugol.

➢ Método de Faust e cols.


Fundamenta-se em centrífugo-flutuação de cistos, oocistos, ovos leves e larvas em
solução de sulfato de zinco, na densidade 1,18g/ml. Para fezes preservadas
recomenda-se a densidade de 1,20g/ml. É indicado para a concentração de cistos
de protozoários.

➢ Método de Ritchie

Se fundamenta em centrífugo-sedimentação de cistos, oocistos, ovos e larvas em


sistema formalina-éter ou formalina-acetato de etila. É indicado para a concentração
de cistos e oocistos de protozoários.

➢ Colorações de esfregaços fecais:


○ Solução de lugol, coloração pelo tricrômico ou pela hematoxilina
férrica, e Giemsa.
○ Coloração para coccídios intestinais: coloração de Ziehl-Neelsen e
suas modificações, e da safranina modificada.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

❖ http://www.rbac.org.br/artigos/atualizacao-em-coccidioses-intestinais-uma-abo
rdagem-critica/
❖ Parasitologia humana 11a edição - David Pereira Neves
http://tga.blv.ifmt.edu.br/media/filer_public/7e/78/7e783c68-e298-4d4a-8294-2
da4e23b706b/neves_-_parasitologia_humana_-_11ed.pdf
❖ https://www.cdc.gov/dpdx/amebiasis/index.html
❖ https://www.cdc.gov/dpdx/intestinalamebae/index.html
❖ http://www.professores.uff.br/yaraadami/wp-content/uploads/sites/155/2017/1
0/5ApostHWM_Parasito_Parte_I_-_B._hominis_R1.pdf
❖ https://issuu.com/laboratorio_hu/docs/-atlasde_parasitologia__humana_...de_f
ranciele_de_/1?ff
❖ https://parasitologiaclinica.ufsc.br/index.php/info/conteudo/doencas/#/?i=1
❖ https://parasitologiaclinica.ufsc.br/index.php/info/conteudo/diagnostico/helmint
oses-protozooses/parasitologico-fezes/
❖ https://www.cdc.gov/dpdx/cystoisosporiasis/index.html
❖ https://www.cdc.gov/dpdx/cryptosporidiosis/index.html
❖ https://www.cdc.gov/dpdx/cyclosporiasis/index.html
❖ http://www.professores.uff.br/yaraadami/wp-content/uploads/sites/155/2017/1
0/5ApostHWM_Parasito_Parte_I_-_B._hominis_R1.pdf
❖ https://www.cdc.gov/dpdx/sarcocystosis/index.html
❖ https://www.cdc.gov/dpdx/balantidiasis/index.html

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