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AMEBAS PARASITAS DO

HOMEM
AMEBAS DE VIDA LIVRE EVENTUALMENTE PATOGÊNICAS
As amebas que se encontram frequentemente nos exames de fezes humanas
são protozoários da ordem Amoebida. Muitas pertencem à família
Endamoebidae e uma delas — Entamoeba histolytica — é responsável pela
amebíase. Várias outras vivem como inquilinos inofensivos de nosso intestino.

AMEBAS ESTRITAMENTE PARASITAS DA FAMÍLIA ENDAMOEBIDAE


Esta família compreende amebas parasitas do aparelho digestivo ou dos tecidos
de vertebrados, mas também formas coprozoicas, de vida livre. São amebas de
pequenas dimensões, sem flagelos e desprovidas em geral de vacúolo pulsátil.
Elas formam cistos uni ou plurinucleados. Três gêneros têm importância
médica: Entamoeba, Endolimax e Iodamoeba.
Gênero Entamoeba
Gênero Entamoeba
Tem como característica um núcleo esférico, vesiculoso, uma membrana delgada é
revestida, internamente, de grânulos cromáticos (cromatina periférica), enquanto
um ou mais grânulos se reúnem no centro ou perto dele (cromatina central),
formando uma estrutura denominada cariossomo. Nesse gênero, o cariossomo é
sempre de pequenas dimensões (Fig. 1).

Fig. 1 Amebas que parasitam o intestino humano.


(A) Entamoeba histolytica, forma trofozoítica pequena (minuta) e não-
patogênica.
(B) E. histolytica, forma trofozoítica grande (magna), cuja atividade
patogênica é caracterizada pela presença de hemácias fagocitadas, em seu
citoplasma.
(C) Entamoeba coli, trofozoíto.
(D e E) Entamoeba hartmanni, trofozoítos.
(F e G) Endolimax nana, trofozoítos.
(H) Dientamoeba fragilis.
(I) Iodamoeba bütschlii.
(J), Cisto maduro de E. coli.
(K) Cisto de Endolimax nana.
(L) Cisto de E. hartmanni.
(M) Cisto maduro de E. histolytica.
(N) Cisto jovem de E. histolytica.
(O) Cisto de Iodamoeba bütschlii.
ENTAMOEBA HARTMANNI

A Entamoeba histolytica apresenta trofozoítos móveis com diâmetro que varia de


20 a 40 µm, podendo chegar a 60 µm em lesões teciduais. O parasito apresenta um
único núcleo, bem nítido quando corado, medindo 4 a 7 µm, com cariossoma
central, membrana nuclear delgada e cromatina uniforme

Aspectos mais frequentes da estrutura nuclear das amebas intestinais,


após coloração pela hematoxilina:
(A) Entamoeba histolytica.
(B) Entamoeba hartmanni.
(C) Entamoeba coli.
(D) Endolimax nana.
(E) Núcleos de formas trofozoíticas de Iodamoeba bütschlii.
(F) Núcleos de formas encistadas de I. bütschlii.
(G) Dientamoeba fragili
Quadro 1 Caracteres para a diferenciação entre Entamoeba histolytica e E. hartamani, de
acordo com a fase evolutiva e o método de observação (Segundo Burrows, 1965)
ENTAMOEBA COLI
O endoplasma é bastante granuloso, cheio de vacúolos, onde
se encontram bactérias fagocitadas em grande número,
leveduras, algumas vezes cistos de outros protozoários e,
muito raramente, hemácias. O ectoplasma escasso vê̂ -se, de
preferência, nos pseudópodes.

Os cistos são esféricos, ligeiramente ovoides ou, muito Cisto de Entamoeba coli (coloração pelo iodo)
raramente, irregulares, medindo habitualmente 15 a 25 μm. A
parede cística é espessa; o citoplasma, sem vacúolos, contém
de 1 a 8 núcleos, segundo o grau de maturidade. A fresco,
pode-se notar no citoplasma uma área de textura mais lisa,
correspondendo às reservas do glicogênio que se coram em
vermelho pelo Lugol. Também podem estar presentes umas
formações refringentes lembrando agulhas ou espiculas: são
os corpos cromatoides.
ENTAMOEBA GENGIVALIS
Espécie cosmopolita que vive na boca,
principalmente na base dos dentes
posteriores, sem causar lesões, se bem que
prolifere muito quando há processos
inflamatórios causados por outros
microrganismos. Requer meio redutor, pois
é anaeróbia. Os trofozoítos corados pela
hematoxilina férrica apresentam um núcleo
que se assemelha ao de E. histolytica. Não
se conhecem cistos desta ameba. Rey, 2009.
Ocasionalmente, trofozoítos de E. gengivalis
também foram relatados no trato genital
feminino, particularmente em associação
com o uso de um dispositivo intrauterino
(DIU).
Gênero Endolimax
Endolimax nana

O núcleo é pequeno, vesicular, com membrana


nuclear delicada e sem revestimento interno de
grânulos de cromatina.
O cariossomo é grande, compacto e irregular,
ligando-se, às vezes, à membrana por meio de
filamentos delgados.
Os cistos são elípticos ou ovoides, medindo 8 a 12 m
no maior diâmetro, por 5 a 7 m de largura. No
interior encontram-se quatro núcleos pequenos,
pobres em cromatina, mas lembrando o aspecto
descrito nas formas trofozoíticas.
Os cistos medem de 5 a 12µm de tamanho. Quando corados pela solução de Lugol são
ovais ou esféricos, com citoplasma apresentando coloração verde-clara. Contém quatro
núcleos pouco visíveis, em virtude de seu pequeno tamanho. Nas preparações coradas
(hematoxilina férrica, tricrômico), o cariossoma é grande e irregular, membrana nuclear
fina e ausência de cromatina periférica na membrana nuclear. No citoplasma às vezes
podem ser vistos corpos cromatoides pequenos e ovoides.
Cisto de E. nana (seta à direita) e E. coli (seta à esquerda) corados pela solução de
Lugol. Objetiva com aumento de 40x.
Gênero Iodamoeba
Iodamoeba bütschlii

Iodamoeba bütschlii tem ampla distribuição


geográfica e é encontrada nas fezes com relativa
frequência. Ela é considerada um parasito não-
patogênico.
As amebas deste gênero possuem núcleo limitado
por espessa membrana, mas sem cromatina
periférica. O cariossomo ou endossomo é grande,
central e fica separado da membrana por uma
fileira de grânulos acromáticos.
Elas possuem o citoplasma muito vacuolizado e
dentro dos vacúolos encontram-se muitas
bactérias e partículas fagocitadas. Mede entre 6 e
16 m de diâmetro.
Os cistos, de igual tamanho que os trofozoítos, são caracterizados não só pela forma
irregular como por conterem uma ou duas áreas de glicogênio bem demarcadas, que,
quando coradas pelo Lugol, tomam o corante intensamente.
Com a hematoxilina, o aspecto do núcleo é semelhante ao dos trofozoítos, mas,
frequentemente, com o cariossomo excêntrico ou aderido por um lado à membrana
nuclear.

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