Você está na página 1de 41

Amebas intestinais e amebíase

Profa. Dra. Caliandra Maria Bezerra Luna Lima


Introdução
• O que é amebíase?
• Importante problema de saúde pública;
• Elevado número de óbitos anuais;
• Elevado número de formas
assintomáticas
• Agente etiológico: Entamoeba histolytica
Introdução
• Infecção sintomática ou assintomática
provocada pela espécie Entamoeba
histolytica

• Entamoeba histolytica x Entamoeba dispar


• Limitações para diagnóstico?
• Limitações na clínica?
• Limitações para a prevalência?
Introdução Entamoeba
Espécie patogênica
histolytica

Entamoeba
díspar
Entamoeba
Entamoeba
coli Qual a importância
epidemiológica, clínica e
Entamoeba laboratorial das amebas
hartmanni comensais?
Amebas

Endolimax
Endolimax
nana

Iodamoeba
Iodamoeba butschlii
Introdução
• Amebas:
• três gêneros importantes:
• Entamoeba
• Iodamoeba
• Endolimax

• Intestino grosso

• Formas morfológicas: cistos e trofozoítos

• Protozoários não flagelados


Aspectos
morfológicos
Amebas comensais e
patogênica
Aspectos morfológicos

Trofozoítos cistos

• é a forma ativa do • é uma forma de resistência. O


protozoário, na qual ele se protozoário secreta uma
alimenta e se reproduz por parede resistente (parede
diferentes processos cística) que o protegerá
quando estiver em meio
impróprio ou em fase de
latência
Aspectos morfológicos- gênero Endolimax
Endolimax nana
Núcleo:
Ausência de cromatina

É a menor ameba que vive no


ser humano

Trofozoíto Cisto:
10-12µm 8µm
• Citoplasma claro, • Oval;
membrana nuclear fina.; • Contém quatro núcleos
• Cariossoma : muito pequenos
grande e irregular.
Aspectos morfológicos- gênero Iodamoeba
Iodamoeba butschlii

Núcleo:
Cariossoma grande
Ausência de cromatina
periférica

Cisto
Trofozoíto
10-15µm
10-15µm
• Núcleo tem membrana espessa e não - Núcleo único;
apresenta cromatina periférica - grande vacúolo de
• Cariossoma : muito grande e central. glicogênio
Aspectos morfológicos- gênero Entamoeba

E. histolytica
Entamoeba

E. histolytica/E. dispar
E. coli
E. polecKi
Cistos com até
E. dispar
4 núcleos

E. hartmanni

Cistos com até E. hartmanni


E. coli 8-20µm 5-10µm
8 núcleos 5-10µm 15-20µm
Fonte:http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.farmacia.ufmg.br/ACT/Figura%2520
Aspectos morfológicos- gênero Entamoeba

• Estudo do núcleo do gênero Entamoeba


• Esférico
• Cromatina- reveste a membrana cariossoma

• Cariossoma

Entamoeba histolytica
Entamoeba dispar
Entamoeba hartmanni Entamoeba coli
Aspectos morfológicos- gênero Entamoeba
Entamoeba coli
• Trofozoíto
• mede cerca de 20 a 50µm,
• o citoplasma não é diferenciado em endo e
ectoplasma;
• o núcleo apresenta a cromatina grosseira e
irregular e o cariossoma grande e excêntrico.
• Cisto
• Mede cerca 15-20µm, contendo até oito
núcleos,
• corpos cromatóides finos, semelhantes a
feixes ou agulhas.
Aspectos morfológicos- gênero Entamoeba
Entamoeba coli
Aspectos morfológicos- gênero Entamoeba
Entamoeba histolytica
• Trofozoíto
• Dois tipos:
• Trofozoíto invasivo
• Trofozoito não invasivo
Aspectos morfológicos- gênero Entamoeba
Entamoeba histolytica
• Trofozoíto invasivo- • Trofozoíto não Entamoeba dispar é
“magna” invasivo “minuta” morfologicamente igual.
• 10-20um
• Até 60um

Resultado parasitológico?
Raramente nas fezes; Resultado parasitológico?
Trofozoíto de Entamoeba Trofozoíto de Entamoeba
histolytica histolytica/ Entamoeba dispar
Aspectos morfológicos- gênero Entamoeba
Entamoeba histolytica
• Pré-cisto • Cistos maduros
• núcleo • Geralmente 4 núcleos
• Corpos cromatóides • Podem ou não ter: Corpos
• Formação rica em glicogênio cromatóides e Vacúolos de
glicogênio

Entamoeba dispar é
morfologicamente igual.
Vamos revisar a
morfologia?
Transmissão e ciclo
biológico
tipo: monoxênico
➢ emerge do cisto no Transmissão: ingestão
intestino delgado, de cistos
uma forma
tetranucleada;
Metacisto
➢ sofre divisões
originando 8
trofozoítos
mononucleados. Trofozoíto metacístico

Ciclo patogênico
Ciclo não
patogênico
CICLO
Entamoeba

Ficam aderidos a Indivíduos ingerem


mucosa - cistos maduros
comensal (alimento ou água)

Migram intestino
grosso Estômago (suco
gástrico)

Intestino
4 – 8 trofozoítos delgado
metacísticos

METACISTO Desincistamento
sofre divisões (saída metacisto
)
CICLO NÃO-
PATOGÊNICO

Trofozoítos
Eliminados nas fezes desprendem-se da
parede

Tetranucleados Caem luz intestino


(Cistos maduros) grosso

Transformam-se
PRECISTOS e CISTO
mononucleados
CICLO
PATOGÊNICO

Fígado ➔
pulmão ➔ rim ➔ TROFOZOÍTOS
cérebro ou pele na forma invasiva

TROFOZOÍTOS
Através invadem mucosa
circulação porta intestinal

Multiplicam-se
interior úlceras
Patogenia e aspectos clínicos
Patogenia e aspectos clínicos
• início da invasão amebiana é
resultante da ruptura ou
quebra do equilíbrio
parasito-hospedeiro, em
favor do parasito;
Entamoeba
sintomática
histolytica • Fatores ligados ao
Amebíase hospedeiro:
• localização geográfica,
assintomática • sexo,
• idade,
• resposta imune,
• estado nutricional,
• Reinfecções sucessivas
Patogenia e aspectos clínicos
Mecanismos invasores

Adesão do trofozoíto a
célula hospedeira e
lesão

Liberação de enzimas
proteolíticas e
destruição do tecido

Amebaporos Cisteína-proteinase: degradação da mucina; Atua


na imunidade clivando imunoglobulinas (IgA e IgG)
Patogenia e aspectos clínicos
Mecanismos invasores

Adesão do trofozoíto a
célula hospedeira e
lesão

Liberação de enzimas
proteolíticas e
destruição do tecido

Amebaporos Cisteína-proteinase: degradação da mucina; Atua


na imunidade clivando imunoglobulinas (IgA e IgG)
Patogenia e aspectos clínicos
Mecanismos invasores

Adesão do trofozoíto a
célula hospedeira e
lesão

Liberação de enzimas
proteolíticas e
destruição do tecido

Amebaporos
Patogenia e aspectos clínicos
Formas clínicas

Forma assintomática Formas sintomáticas

Forma intestinal Forma extra-intestinal

✓ Colite não disentérica ✓ abscessos hepáticos


✓ Colite disentérica ✓ abscessos pulmonares
✓ amebomas ✓ Formas cerebrais cerebrais
Patogenia e aspectos
clínicos
• Colite disentérica
• Evacuações mucossanguinolentas
• Evacuações frequentes: 8-10 por dia
• Cólicas
• Flatulência
• Pirose, náuseas, vômitos, desconforto
abdominal
• Tremores
Patogenia e aspectos
clínicos
➢ Colite disentérica
➢ Qual a espécie?

➢ Como se caracteriza o trofozoíto?

➢ Há presença de anticorpos?

➢ Quais os exames para diagnóstico?


Patogenia e aspectos
clínicos
Colite não disentérica
• Evacuações diarréicas ou não
• Evacuações: 2-4 por dia
• Fezes moles ou pastosas
• Raramente ocorre febre
• O quadro clínico tem duração variável( 2-3
dias), com períodos de normais até novo
surto
Patogenia e aspectos
clínicos
➢ Colite não disentérica
➢ Qual a espécie?

➢ Como se caracteriza o trofozoíto?

➢ Há presença de anticorpos?

➢ Quais os exames para diagnóstico?


Patogenia e aspectos clínicos

• Amebíase extra-intestinal:
predominância em adultos entre 20 e 60 anos;
• Amebíase hepática As principais manifestações clínicas são
• aguda não supurativa; representadas pela tríade composta por dor,
febre e hepatomegalia.
• abscesso hepático
• Complicações do abscesso hepático: ruptura, infecção bacteriana e propagação para
outros órgãos.
• Amebíase em outros órgãos: pulmão, cérebro, etc.
Diagnóstico
Diagnóstico
• Clínico
• Avaliação dos sintomas

• Laboratorial
• Parasitológico
• Parasitológico de fezes: pesquisa de cistos e ttrofozoítos
• Pesquisa de cistos em fezes sólidas (diferenciar amebas não patogênicas)
• trofozoítas em fezes líquidas

• Imunológico
• detecção de antígeno nas fezes
• detecção Acs soro - amebíase invasiva
• Limitações:
• Persistência dos títulos durante meses e anos após o tratamento
• Podem dar negativos nos casos assintomáticos
Tratamento
Fármaco
Doses (VO) Observações
indicado

Adultos: 1,5 g dose única.


Teclozana Fármaco bem tolerado
Crianças menores de 7 anos: 50 mg, 3 vezes/dia durante 5 dias

Adultos: 500 mg, 2 vezes/dia; ou 100/200 mg, 5 vezes/dia,


Não sofre absorção se administrado por via oral; por isso, é
Etofamida durante 3 dias.
completamente eliminado nas fezes
Crianças: metade da dose durante 3 dias.

Adultos: 500 a 750 mg,


3 vezes/dia, durante 5 a 10 dias. Associado a uma substância de ação intraluminal, tem ação
Metronidazol
Crianças: 35 a 50 mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, durante mais efetiva
5 a 10 dias.

Adultos: 2 g/dia em tomada única (ou fracionada a cada 12


horas), durante 2 a 3 dias.
Tinidazol
Crianças: 50 mg/kg/dia, dose única ou fracionada durante 2 a 3
dias.

Adultos: 2 g, dose única diária, durante 2 a 5 dias.


Secnidazol
Crianças: 30 mg/kg/dia, dose única diária, durante 2 a 5 dias.

Adaptada de Brasil, 2010; Tavares, 2014; Medeiros, 2015.


Profilaxia

Você também pode gostar