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A)

1. Estágios Psicossociais de Erikson

A teoria psicossocial de Erikson Erikson reside no amplo quadro das teorias psicodinâmicas da
personalidade. Esses estágios se concentram na orientação de um indivíduo em relação a si mesmo e aos
outros; são incorporados aspectos de ordem social e sexual do desenvolvimento da pessoa e de seus
conflitos pessoais.

As teorias da personalidade são tentativas de formular ou representar aspectos significativos do


comportamento dos indivíduos e que a produtividade dessas tentativas deve ser julgada principalmente
em termos de quão efetivamente elas servem como um estímulo para a pesquisa. (HALL et al 2000).

1.2.Confiança x Desconfiança

No primeiro estágio a criança deve adquirir a habilidade básica de confiança no ambiente a partir da
interação com as pessoas significativas que cuidam dela. Assim, se estabelece a primeira relação social do
bebê. Desse modo, quando a criança não tem suas necessidades básicas atendidas, poderá desenvolver um
comportamento de insegurança, desconfiança e ansiedade, o que indica a formação de alguns traços de
personalidade.

1.2. Autonomia x Vergonha e Dúvida

Durante o próximo estágio a criança vai aprender habilidades de linguagens, aprender a manipular
objetos, ou seja, surge um senso confortável de autonomia. Algumas críticas em excesso direcionadas à
criança nessa época podem gerar sentimentos de dúvidas ou vergonha a respeito de si mesmo. Em uma
explanação mais completa sobre a vergonha, Erikson ressalta que trata-se, na verdade, de raiva dirigida a
si mesmo, já que pretendia fazer algo sem estar exposto aos outros, o que não aconteceu. A vergonha
precederia a culpa, sendo esta última derivada da vergonha avaliada pelo superego (Erikson apud
RABELLO, 2006).
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1.3. Iniciativa x Culpa

O terceiro estágio é responsável pelo desenvolvimento do estágio psicossexual genital-locomotor ou a


capacidade da iniciativa. Nesse momento, a criança está mais avançada tanto física quanto mentalmente,
consegue planejar suas tarefas e pode associar a autonomia e à confiança, a iniciativa, pela expansão
intelectual. A relação entre confiança e autonomia, possibilita à criança um sentimento de determinação
para a iniciativa. Com a alfabetização e a ampliação de seu círculo de contatos, a criança adquire o
crescimento intelectual necessário para apurar sua capacidade de planejamento e realização (Erikson,
1987, p.116)

1.4. Diligência x Inferioridade

Nesse estágio, a criança tem a necessidade de controlar a sua fértil imaginação e direcionar sua atenção ao
processo da educação formal. Nesse momento, a criança aprende as recompensas da diligência e da
perseverança. O interesse pelos seus brinquedos abrem espaço as novas atividades mais produtivas com
outros instrumentos. Nessa fase o ego está sensível, dessa forma, se existir um nível de exigência muito
alto ou se existirem algumas falhas, a criança poderá desenvolver um nível de inferioridade considerável.

1.5. Identidade x Confusão de Identidade

A quinta fase foi reconhecida como a que mais Erikson realizou produções científicas, tendo dedicado um
livro completo a questão da crise de identidade. Esse estágio é vivido pelo adolescente como uma busca
pela sua identidade, que foi construída pelo seu ego nas fases anteriores.

Esse sentimento de identidade se expressa nas seguintes questões, presentes para o adolescente: sou
diferente dos meus pais? O que sou? O que quero ser?. Respondendo a essas questões, o adolescente
pretende se encaixar em algum papel na sociedade. Daí vem à questão da escolha vocacional, dos grupos
que freqüenta, de suas metas para o futuro, da escolha do par, etc. (RABELLO, et al 2006).
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A preocupação do adolescente em encontrar o seu papel na sociedade provoca uma confusão de


identidade, afinal, a preocupação com a opinião do outro faz com que o adolescente modifique as sua
forma de ser no mundo, remodelando sua personalidade muitas vezes em um período muito curto,
seguindo o mesmo ritmo das transformações físicas que acontecem com ele.

1.6. Intimidade x Isolamento

No estabelecimento de uma identidade definida, o sujeito estará pronto para unir-se à identidade de
outrem. Essa fase é caracterizada por esse momento da união, o que sugere à associação de um ego ao
outro. Para que haja uma associação positiva é necessário que o indivíduo tenha construído um ego forte e
autônomo, para assim, aceitar o convívio com o outro ego, numa perspectiva mais íntima. Quando isso
não acontece, isto é, o sujeito não construiu um ego seguro, a pessoa irá preferir o isolamento, numa
tentativa de preservar esse ego.

1.7. Generatividade x Estagnação

Essa fase consiste no momento em que o indivíduo se preocupa com o que gerou o que foi gerado.
Preocupa-se com a transmissão de valores de pai para filho e sente que sua personalidade foi enriquecida,
somada, Dessa forma, acredita-se que seu conhecimento foi repassado e que deixou um pouco de si nos
outros. Caso isso não aconteça, o sujeito acredita que toda a sua construção não foi produtiva, uma vez
que não terá como dar prosseguimento aos seus projetos.

1.8. Integridade x Desespero

Nesse estágio é feita uma reflexão sobre sua vida, sua história, o que fez e o que deixou de fazer.
Entretanto, esse movimento retrospectivo pode ser vivenciado de diferentes formas. O indivíduo pode
entrar em um período de desespero por acreditar que sua vida chega ao fim e não há mais tempo para
realizações e desejos, ou ainda, pode sentir a sensação de dever cumprido e de integridade, repassando
com sabedoria o conhecimento adquirido ao longo da vida.

b) Comente: "A adolescência não é cronológica, é psicossocial.


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A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson prediz que o crescimento psicológico ocorre
através de estágios e fases, não ocorre ao acaso e depende da interação da pessoa com o meio que a
rodeia. Cada estágio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma vertente
negativa.

Adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Caracteriza-se por alterações
em diversos níveis — físico, mental e social — e representa para o indivíduo um processo de
distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição de
características e competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis sociais do adulto

2.Caracterize os niveis e os estágios da teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg.

Podemos esquematizar a teoria de Kohlberg da seguinte maneira:

Nível 1 (Pré-Convencional)

1. Orientação "punição obediência"

(Como eu posso evitar a punição?)

2. Orientação auto-interesse (ou "hedonismo instrumental")

(O que eu ganho com isso?)

Nível 2 (Convencional)

3. Acordo interpessoal e conformidade

(Normas sociais)
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(Orientação "bom moço"/"boa moça")

4. Orientação "manutenção da ordem social e da autoridade"

(Moralidade "Lei e Ordem")

Nível 3 (Pós-Convencional)

5. Orientação "Contrato Social"

6. Princípios éticos universais

(Consciência principiada)

1. Nível pré-convencional

O nível pré-convencional de argumentação moral é particularmente comum em crianças, embora adultos


também possam exibir esse nível de argumentação. Nesse nível, o juízo da moralidade da ação é feito
com base em suas consequências diretas. O nível pré-convencional consiste apenas do primeiro e segundo
estágios de desenvolvimento moral, e está preocupado apenas com o próprio ser de uma maneira
egocêntrica. Alguém com uma moral pré-convencional ainda não adotou ou internalizou as convenções
da sociedade sobre o que é certo ou errado, mas, em vez disso, foca-se grandemente em consequências
externas que certas ações possam ter.[4][5][6]

1.1. O estágio I (Orientação para o castigo e a obediência)

É o do castigo e obediência. Nesse estágio, a moralidade para a criança consiste em observar literalmente
as regras, obedecer à autoridade e evitar o castigo. Por exemplo, uma ação é vista como errada apenas
porque aquele que a cometeu foi punido. "Da última vez que fiz tal coisa, apanhei, então não farei de
novo". Quanto pior a punição, pior é visto o ato.[10] O ponto de vista é egocêntrico, o ator não distingue
entre seus interesses e os dos outros, que o ponto de vista dos outros pode ser diferente do seu. Há uma
deferência para aqueles vistos como de maior poder ou prestígio.[11]

1.2. O estágio II (Orientação para o individualismo ou hedonismo)

É aquele em que a pessoa é movida apenas pelos próprios interesses. O comportamento moral consiste
em seguir regras quando forem do interesse imediato do ator, e em reconhecer que outros também têm
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seus próprios interesses, o que pode justificar uma troca entre atores, integrando interesses recíprocos,
mas apenas até o ponto em que isso serve aos interesses do próprio ator. O ponto de vista inclui, portanto,
o de outros indivíduos, numa base instrumental, ocorrendo uma certa descentração, embora mínima. O
respeito pelos outros não está baseado em lealdade ou respeito mútuo, mas no sentido de "uma mão lava a
outra". A falta de perspectiva do estágio 2 também não pode ser confundida com o estágio 5, pois aqui
todas as ações têm o propósito de servir os próprios interesses ou necessidades do próprio indivíduo.[12]

2. Nível convencional

O nível convencional de argumentação moral é típico de adolescentes e adultos. Aqueles que argumentam
de uma maneira convencional julgam a moralidade das ações comparando-as com as visões do mundo e
expectativas da sociedade. A moralidade convencional é caracterizada por uma aceitação das convenções
sociais a respeito do certo e do errado. Nesse nível um indivíduo obedece regras e segue as normas da
sociedade mesmo quando não há consequências pela obediência ou desobediência. Aderência a regras e
convenções é de algum modo rígida, entretanto, a adequação da aplicação de uma regra ou a justiça dela é
por vezes (poucas) questionada.[4][5][6]

2.1. O estágio III (Orientação para as relações interpessoais)

É o das expectativas interpessoais mútuas, e do conformismo, em que o ser entra na sociedade


preenchendo papéis sociais (identidade dos papéis). O correto é atender às expectativas das pessoas de
referência, ser um "bom moço", no papel de filho, irmão ou amigo, tendo sido ensinado que há um valor
inerente a tal comportamento. O ponto de vista inclui as perspectivas dos outros e sentimentos
compartilhados, que têm precedência sobre os interesses individuais. A argumentação do estágio 3 pode
julgar a moralidade de uma ação valorando as suas consequências em termos dos relacionamentos de uma
pessoa, a qual agora começa a incluir coisas como respeito, gratidão, e a "regra de ouro". Desejo de
manter as regras e autoridade existe apenas para manter esses papéis sociais. As intenções das ações
desempenham um papel mais significante na argumentação neste estágio; "eles têm boas intenções…".
[12]

2.2. O estágio IV (Orientação para a ordem social)


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É aquele em que a pessoa se move com base na obediência a autoridade e ordem social. O correto é
cumprir seu dever na sociedade, preservar a ordem social, e manter o bem-estar da sociedade ou do
grupo. O ponto de vista é o do sistema ou do grupo social como um todo, e considera os interesses
individuais dentre desse quadro de referência mais amplo. O argumentação moral no estágio quatro está
além da necessidade de aprovação individual exibida no estágio três; a sociedade deve aprender a
transcender necessidades individuais. Um ideal (ou ideais) central frequentemente prescreve o que é certo
ou errado, como no caso do fundacionalismo. Se uma pessoa viola uma lei, talvez todo mundo possa –
portanto, há uma obrigação e um dever em manter leis e regras. A maioria dos membros ativos da
sociedade permanecem no estágio quatro, onde a moralidade é predominantemente ditada por uma força
externa.[12]

3. Nível pós-convencional

Consiste dos estágios cinco e seis do desenvolvimento moral. Há uma crescente percepção de que os
indivíduos são entes separados da sociedade, e de que a perspectiva do próprio indivíduo pode tomar
precedência sobre a visão da sociedade; eles podem desobedecer regras inconsistentes com princípios
universais que possam ser justificados. Essas pessoas vivem de acordo com seus próprios princípios
abstratos sobre o certo e o errado – princípios que tipicamente incluem direitos humanos básicos. Devido
ao fato desse nível colocar a "natureza do ser antes dos outros", o comportamento de indivíduos pós-
convencionais, especialmente daqueles no estágio seis, podem ser confundido com o daqueles no nível
pré-convencional. As pessoas que exibem uma moralidade pós-convencional veem as regras como
necessárias e como mecanismos mutáveis – idealmente, as regras podem ajudar a manter a ordem social
geral e a proteger os direitos humanos. As regras não são ditos absolutos que devem ser obedecidos sem
questionamentos, podendo ser desobedecidas ou modificadas com base em justificativas universais.[4][5]
[6]

3.1. O estágio V (Orientação para o contrato social)

É o dos direitos pré-existentes e do contrato social ou utilidade. A visão de mundo de quem está neste
estágio é a de que no mundo existem pessoas de diferentes opiniões, direitos, e valores. O correto é apoiar
os direitos, valores e contratos jurídicos de uma sociedade, mesmo quando estão em conflito com as
normas concretas do grupo. As leis são consideradas como contratos sociais em vez de um mandamento
rígido. Aquelas que não promovem o bem-estar geral devem ser modificadas quando necessário para
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adequar-se ao "bem máximo para o maior número de pessoas". Isso é atingido através da decisão da
maioria, e do comprometimento inevitável. Muitos dos atos de um governo democrático são baseados no
estágio cinco.[5]

3.2. O estágio VI (Orientação do princípio ético universal)

É o dos princípios universais éticos. As leis e acordos sociais só são válidos na medida em que derivam
de tais princípios. Assim, quando a lei viola esses princípios, é preciso agir de acordo com eles. Os
princípios em questão são os da igualdade dos seres humanos e o respeito por sua dignidade como
indivíduos, considerados como fins e não enquanto meios, como na filosofia de Immanuel Kant.[13][14]
[15] Existe uma capacidade de se imaginar no lugar do outro.[16] O ponto de vista é universalista,
transcendendo grupos e sociedades particulares, e se baseia numa ética válida para todos, da qual derivam
arranjos e instituições concretas. Os direitos escritos formalmente não são necessários, pois os contratos
sociais não são essenciais para a ação moral deôntica. O indivíduo age porque é o correto a ser feito, não
porque tal ação é instrumental, esperada, legal, ou foi previamente acordada. Para Kohlberg, raras pessoas
atingem este estágio.[8][17]

3. *Opcional* tente identificar o seu nivel e estágio de juizo moral.

Referências Bibliográficas

HALL, Calvin.; LINDZEY, Gardner; CAMPBELL, John B. (2000) – Teorias da personalidade. Trad.
Maria Adriana Veríssimo Veronese. 4ª Ed. Porto Alegre: Artmed Editora; IBSN 85-7307-655-0.

RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Erikson e a teoria psicossocial do desenvolvimento.

Disponível em http://www.josesilveira.com

ERIKSON, E. H. Infância e Sociedade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1987.

HGSE News (01 de outubro de 2000). «Reconstructing Larry: Assessing the Legacy of Lawrence
Kohlberg». Consultado em 14 de Novembro de 2009 Verifique data em: |data= (ajuda)
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Haggbloom, S.J. et al. (2002). The 100 Most Eminent Psychologists of the 20th Century. Review of
General Psychology. Vol. 6, No. 2, 139–15.

Kohlberg, Lawrence (1971). From Is to Ought: How to Commit the Naturalistic Fallacy and Get Away
with It in the Study of Moral Development. New York: Academic Press.

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