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Assim, esta decisão judicial é uma exceção, e como uma exceção necessita ser
entendida, servindo, contudo, como direcionadora de que os Juízes e Tribunais,
como já faziam, e agora, ainda mais, com o suporte jurisprudencial da decisão
do TST, sempre que identificarem, de forma comprovada, uma situação atípica,
que não esteja calcada na perspectiva religiosa, espiritual ou de fé, no
relacionamento entre pastores e Igrejas, poderá o Judiciário brasileiro considerar
esta uma relação de emprego celetista, gerando direitos para o obreiro-
empregado, e, condenação trabalhista para a Igreja-Empregadora, inclusive com
anotação na Carteira de Trabalho e demais verbas trabalhistas.
Desta forma, não existe lei específica para o exercício da atividade religiosa,
assim, as normas do exercício pastoral, contendo pré-requisitos, condições
pessoais, regramentos alusivos aos dogmas, inclusive de fidelidade doutrinária,
podem estar inseridas no Estatuto Associativo, Convenção de Obreiros etc.
Relembramos, por oportuno, a iniciativa que há alguns anos atrás, quando surgiu
em São Paulo um Sindicato dos Pastores e Ministros Evangélicos, inclusive
conseguindo o registro junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, que logo após
sua divulgação teve seu Registro Sindical cancelado, o qual tinha como objetivo
fixar piso salarial e direitos em Convenções Coletivas de Trabalho com as
Igrejas, tendo sido rechaçado pela Comunidade Religiosa Cristã, sobretudo por
diversos líderes espirituais de praticamente todas as denominações evangélicas
no país.