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FERRAMENTAS

DA QUALIDADE
Ademir J. Petenate

Marcelo M. Petenate
FERRAMENTAS
DA QUALIDADE
Uma abordagem prática para
reduzir custos e defeitos em
sua organização
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Autores:

Ademir J. Petenate, EDTI Projetos

Marcelo M. Petenate, EDTI Projetos

Publicado por EDTI Projetos®, Campinas, São Paulo, Brasil


Sumário
Introdução................................................................................................................................................. 2

Gerenciar processos: as causas de variação................................................................................ 3

As sete ferramentas da qualidade....................................................................................................... 9

Distribuição(histograma e dot-plot)............................................................................................... 10

Gráfico de Pareto............................................................................................................................... 13

Gráfico de dispersão......................................................................................................................... 15

Diagrama de causa e efeito............................................................................................................. 16

Estratificação..................................................................................................................................... 18

Folha de Verificação.......................................................................................................................... 19

Um exemplo de aplicação................................................................................................................... 30

Referências............................................................................................................................................. 33

1
INTRODUÇÃO
Introdução

O
controle estatístico de processos qualidade, permitindo alavancar seus negócios
é umas das maiores invenções com uma visão voltada para o cliente. Uma das
tecnológicas do século passado, principais vantagens dessa tecnologia, além
permitindo que diversas organizações do potencial para melhorar os negócios, é que
ao redor do mundo reduzissem custos ela é de fácil aplicação e pode ser utilizada em
aumentando a qualidade de seus processos qualquer tipo de processo e organização.
e produtos. Seus fundamentos foram
Apresentaremos nesse livro os conceitos
construídos por volta de 1920 em uma das
envolvidos nessa tecnologia, apresentando
maiores agências de pesquisa dos EUA, o
exemplos de aplicação para que você possa
Bell Labs, que conquistou 7 prêmios Nobel
aplica-los em sua empresa e experimentar
com seus pesquisadores.
as vantagens da melhoria na redução de
As ferramentas que apresentaremos a custos e aumento de satisfação de seus
seguir permitiram que as empresas de todo clientes. Apresentaremos também as outras
o mundo experimentassem um aumento de ferramentas da melhoria, conhecidas como
produtividade e redução de problemas de as 7 ferramentas da qualidade.

3
Introdução

Gerenciar processos: Para ilustrar esse conceito tomemos o


exemplo de dois jovens recém-casados,
as causas de variação onde o marido conseguiu tirar um mês
Existem milhares de ondas de rádio passando de férias, mas a esposa voltou a trabalhar
ao seu lado o tempo todo, mas nem sempre na semana seguinte ao casamento. Na
estamos as escutando. Para conseguir captar primeira segunda-feira em sua nova
essas ondas precisamos do seu receptor, que residência, o marido, querendo agradar
é o rádio. Os processos também estão a todo sua nova companheira, decide preparar o
o momento tentando nos enviar informações jantar. Ele sabe que ela sai do escritório
sobre seus problemas, mas nem sempre às 17h30min e demora 30 minutos para
conseguimos “escutá-lo”. Para entender chegar em casa, então ele deixa tudo
as mensagens que ele tenta nos enviar preparado para as 18h00min. Mas ela chega
precisamos criar uma estrutura de coleta de 8 minutos atrasada e o marido, impaciente
dados desse processo ao longo do tempo. com a demora, pergunta a razão do atraso.
“Alguns pedestres atravessaram a rua e
Isso permitirá que tomemos ações no
alguns sinais estavam fechados” responde
processo no sentido de remover seus
ela. O esposo aceita as explicações e o jantar
problemas, reduzindo a variabilidade entre
é servido.
os produtos ou serviços produzidos por ele,
aumentando sua qualidade e aumentando No dia seguinte ele novamente se programa
o valor percebido por nossos clientes. para servir o jantar às 6h da tarde, mas
Apesar disso, de nada adiantar coletar dessa vez ela chega 10 minutos antes
dados se não sabemos como tomar do previsto e novamente é inquerida pelo
decisões adequadas com ele. E a maneira marido sobre os motivos. Dessa vez ela diz
correta de gerenciar processos é por meio que no caminho o transito estava um pouco
do conceito de causas de variação. melhor do que no dia anterior e a maioria

4
Introdução

dos sinais estavam abertos. A cena repete- clientes, estimamos que aproximadamente
se na quarta, quinta e sexta-feira. 10% dos recursos da organização sejam
mal direcionados porque os gestores não
Sempre quanto contamos esse exemplo
conseguem distinguir as causas de variação
em nossas palestras, onde muitos
presentes em seus processos – e, portanto,
executivos e donos de empresa estão
gerenciar adequadamente suas equipes.
presentes, as pessoas acham graça
Mas qual a maneira adequada de se fazer
desse casal, mas quando perguntamos
isso para que possamos gerenciar nossos
qual a diferença entre a situação
processos adequadamente, economizando
enfrentada por esse casal e a maneira
recursos e encontrando boas oportunidades
pela qual os indicadores das suas
de redução de custos, aumento da
empresas são gerenciados a perplexidade
qualidade e expansão das expectativas de
é geral! As pessoas presentes se dão
nossos clientes?
conta de que seus indicadores são
gerenciados da mesma maneira: pedindo Para decidir se estamos na presença de
explicação da razão de ter subido um uma causa comum ou especial precisamos
pouco no mês ou porque caiu outro tanto. conhecer a “personalidade” do nosso
indicador e isso pode ser feito por meio
Sabemos que os valores de um indicador em
de seus dados históricos. O gráfico de
dois meses serão, quase que certamente,
tendência na Figura 1 monitora o tempo de
diferentes. O que precisamos decidir é se essa
deslocamento das últimas três semanas da
diferença indica que algo de diferente – ou
esposa do exemplo anterior.
especial – aconteceu e que requer uma ação
pontual ou se a variação esta dentro do que
seria natural – variação de causa comum.
Quando pedimos para nossa equipe explicar
as razões da diferença entre os resultados
entre dois meses, quando essa variação é do
100
tipo causa comum, estamos desperdiçando
tempo, pois não existe uma explicação para 100
essa diferença. Portanto estamos jogando
dinheiro fora! Pense em quantos recursos já
foram desperdiçados em sua organização
para explicar o inexplicável. Nos nossos

5
Introdução

A conclusão que chegamos é que o Na sexta-feira seguinte a esposa chega às 19h e


padrão desse tempo é variar entre 15 o marido pergunta a razão desse atraso. Ela diz
e 45 minutos, ou seja, chegar entre que aconteceu um acidente no seu caminho que
05h45min e 06h15min não indica uma havia provocado um grande congestionamento.
fuga desse comportamento e perguntar Agora existe uma explicação concreta para essa
as razões para essas diferenças é variação. Note no gráfico da Figura 2 que esse
perder tempo e causar estresse tempo de deslocamento de 90 minutos foge do
desnecessário, pois essa variação é padrão histórico, pois isso se deve a uma causa
natural (ou esperada). especial de variação.

40 100

35 80

30 60

25 40

20 20

seg ter qua qui sex seg ter qua qui sex seg ter qua qui 0 seg ter qua qui sex seg ter qua qui sex seg ter qua qui sex

Figura 1: gráfico de tendência do tempo de deslocamento. Figura 2: gráfico de tendência do tempo de deslocamento.

6
Introdução

Uma das empresas que atendemos referente ao inventário, que apresentou


monitorava seus indicadores por meio de um aumento de 47% em relação ao
relatórios que comparavam dois meses mês passado, e como consequência foi
seguidos (Tabela 1). Nesse relatório solicitado uma investigação e plano de ação
eram monitorados os indicadores de para que isso não mais acontecesse, o que
refugo, custo por peça e inventário e consome recursos da organização. Mas
para cada indicador temos seu valor com essa análise é impossível distinguir se
no mês passado, valor atual, a variação essa variação é referente a alguma causa
percentual entre esses dois meses. Para especial ou comum, o que pode causar
analisar o relatório o indicador com decisões equivocadas e um direcionamento
variação percentual maior do que 30% era errado para sua equipe.
destacado de vermelho.
Variação
Mensalmente realizava-se um comitê, Jun/2009 Jul/2009
Percentual
onde o relatório era exposto e eram
Refugo 1009 8- 2%
solicitadas explicações para os
Custo/Peça 0,50 0,52 4%
responsáveis pelos indicadores em Inventário 50 75 50%
vermelho. No mês de junho/2009
o indicador com “problemas” era o Tabela 1: relatório gerencial típico.

A análise correta desses indicadores


deve ser feita por meio de um gráfico de
tendência, conforme Figura 3, Figura 4
e Figura 5. O incrível é que essa análise
mostra que a variação de inventário no
último mês é uma causa comum, ou seja,
o processo não sofreu modificação entre
os dois meses e pedir explicação e plano
de ação para resolver essa diferença foi
desperdício de recursos!

Por outro lado, quando olhamos o gráfico


de tendência do custo por peça foi
possível perceber um pequeno acréscimo

7
Introdução

mensalmente, o que estava gerando um


80
custo cada vez mais alto e que alguma
medida deveria ser tomada para controla-lo, 70

o que não estava sendo feito pela direção! 60

Mas a culpa não era do diretor, mas sim da


50
análise via relatório que impossibilitava um
40
correto gerenciamento dos processos e é
isso que a EDTI percebe que acontece na 30
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
maioria das empresas. Índice

Figura 5: gráfico de tendêcia do inventário.


104
102 Esse exemplo mostra que além de coletar
100 dados sobre os processos precisamos ter
98
uma boa ferramenta para diagnosticar a
96
sua “saúde” e essa ferramenta é o gráfico de
94
tendência ou de controle, ferramenta mais
92
90
sofisticada que veremos adiante.
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Índice Outro cliente multinacional que
atendemos monitorava a satisfação de
Figura 3: gráfico de tendêncaia do refugo. seus consumidores ao redor do mundo
por meio de uma pesquisa de satisfação
0.45 em cada país onde existia uma unidade
de negócios. Nesse levantamento
0.40 eram investidos mais de U$ 30 mi
semestralmente e existia uma equipe
0.35
em cada unidade de negócios dedicada
a analisar os resultados e propor ações
0.30
para aumentar a satisfação.
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Índice
No primeiro semestre de 2011 foi divulgado
um resultado de 82% de satisfação
Figura 4: gráfico de tendência do custo por peça. no Brasil, que comparado aos 69% do
semestre anterior foi considerado um

8
Introdução

resultado extremamente significativo e a semestres, que geraram tantas viagens e


direção dessa organização solicitou que estresse, foram devidos a causa comuns, que
a equipe responsável pela análise desse estavam presentes desde o começo da série
indicador viajasse o mundo em reuniões histórica, em jan/2009. Fora desperdiçada
para explicar quais mudanças eles fizeram uma enorme quantidade de recursos, tanto
para atingir esse objetivo. O problema pelo tempo das pessoas tentando investigar
aconteceu no segundo semestre de 2011, causas comuns quanto pelo recurso investido
onde o resultado foi uma queda para 73% na pesquisa que era mal analisada.
de satisfação. Agora a direção gostaria de
saber quais as bobagens responsáveis por 0.95
Unidade: Brasil

essa queda tão expressiva no indicador e 0.90

chamaram a equipe da EDTI para ajuda-los 0.85

a identificar onde estavam os problemas. 0.80

0.75
A primeira coisa que fizemos foi colocar o 0.70

indicador em um gráfico de tendência (Figura 0.65

6), onde se percebeu que a variação era 0.60


S204 S205 S206 S207 S208 S209 S210 S211
toda devida a causas comuns e, portanto,
as diferenças observadas nos últimos 3
Figura 6: gráfico de tendência da satisfação na unidade
Brasil.

Quando um gestor consegue separar as


causas comuns das causas especiais ele
adquire uma ferramenta poderosa para
controlar e melhorar seu processo. Ele
consegue decidir qual o momento correto
de interferir e quando é o momento de
manter o trabalho rotineiro de sua equipe.
Ele não causa estresse desnecessário
em seu time, mas sim ganha a confiança
dela por agir no momento certo, além
de aumentar a produtividade e elevar a
qualidade dos produtos e processos de
sua organização.

9
AS SETE
FERRAMENTAS
DA QUALIDADE
As sete ferramentas da qualidade

A
s sete ferramentas da qualidade são um instrumento com capacidade demonstrada
e reconhecido para reduzir custos e melhorar a qualidade de qualquer tipo
de organização ou processo. Elas compreendem o conceito de identificação,
entendimento e eliminação dos problemas. São elas:

hh Distribuição (histograma e dot-plot);

hh Gráfico de Pareto;

hh Gráfico de dispersão;

hh Diagrama de causa e efeito;

hh Estratificação;

hh Folha de verificação;

hh Gráfico de controle

11
As sete ferramentas da qualidade

Distribuição Depois de coletar os dados, a primeira atividade


(histograma e dot-plot) será resumi-los, uma vez que nosso cérebro
não é preparado para compreender um extenso
Quando queremos colocar um prego na
conjunto de dados. Uma das maneiras mais
parede utilizamos um martelo. Da mesma
simples de sumarizar os dados é o histograma.
forma, dependendo do tipo de variável que
coletamos iremos utilizar uma ferramenta Para construir um histograma dividimos
diferente. Os dados de um indicador podem a amplitude dos dados em intervalos,
ser: preferencialmente de tamanhos iguais, e
contamos o número de observações que
hh Classificação (qualitativos): os
estão em cada um dos intervalos. A escolha
resultados possíveis são classificações.
desses intervalos é crítica, mas qualquer
No contexto de indicadores aparecerão
software que seja capaz de produzir um
na forma sim ou não (peça defeituosa
histograma possuí algoritmos que fazem
ou não defeituosa, entrega atrasada ou
esse cálculo de tal maneira a permitir a
não atrasada, cliente satisfeito ou não
melhor visualização possível dos dados.
satisfeito).
Para estudar o comportamento das vendas,
hh Contagem: os resultados são
um administrador coleta informações sobre o
números inteiros (número de riscos em
número de itens vendidos nos últimos 30 dias
uma peça, número de acidentes no mês).
e constrói um histograma com o auxílio de um
hh Contínuos: os resultados podem ser software. Com esse gráfico ele percebeu que
quaisquer números dentro de um intervalo suas vendas variavam entre 28 e 52 unidades, e
(peso, comprimento, gasto mensal). na maioria dos dias ele vendia em torno de 40.

12
As sete ferramentas da qualidade

seus produtos tenham comprimento de 45,


Histograma
Média = 40 com tolerância entre 42 e 48 cm. Para verificar
9
8 se estão atendendo a essa especificação o
7
engenheiro responsável retira 50 peças de
6
Frequência

5 cada um das 2 linhas de produção e calcula as


4 respectivas médias:
3
2
X linha1 =4 4.8
1
0
28 32 36 40 44 48 52 X linha2 =4 5.3
Venda

Ele anota esses dados e os envia para seu


Figura 7: histograma do número de vendas
cliente, confiante de que seu processo era
Outra maneira de enxergar a distribuição capaz de atender às especificações. Depois
dos dados é o dot-plot, onde cada ponto no de uma semana ele recebe um e-mail de seu
gráfico representa uma observação. cliente solicitando providências para a linha 2,
que estava produzindo muitas peças fora da
especificação. Junto ao e-mail ele recebe os
28.0 31.5 35.0 38.5 42.0 45.5 49.0
venda dot-plots das linhas 1 e 2.

Figura 8: dot-plot do número de vendas.

A média é uma estatística que resume linha 1

uma informação muito importante da


distribuição dos dados que é a centralidade. linha 2
38 40 42 44 46 48 50 52

A média é denotada por X̅ e é calculada por Data

+ + + Figura 9: dot-plot do comprimento por linha.


1 2
= =

onde os n valores retirados do processo são


representados por X1,…,Xn.

Apesar de extremamente importante, a


média não mostra todas as características
do nosso processo. Um fabricante de molas
para sistemas de amortecimento precisa que

13
As sete ferramentas da qualidade

Olhando para os gráficos ele percebe, para A razão de dividirmos por n-1 ao invés de n
sua surpresa, que realmente a linha dois foge do escopo desse livro, mas a ideia por
estava produzindo muitas peças fora da de traz continua sendo calcular a média das
especificação. Nosso amigo acabara de distâncias. Para voltarmos a escala original
aprender que não basta saber a média de basta calcular a raiz quadrada desse valor:
um processo, precisamos também saber a
respeito de sua variação, pois quanto menor
a variação maior a qualidade do nosso
processo.
e essa estatística é chamada de desvio
Uma forma simples de medirmos a variação
padrão e representada pela letra S. Aplicando
é pela soma de quão distante cada ponto
esse cálculo às linhas de produção de rodas
está do centro (média)
obteríamos o seguinte resultado:
� 𝑋𝑖 − 𝑋� 𝑆𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎2 = 3
𝑆𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎1 = 1
O problema é que essa soma é sempre 0.
Por exemplo, no conjunto de dados 0, 1 e 2 e nosso engenheiro perceberia que a
a média é 1 e a soma dos desvios é linha dois produz muito mais peças não
conforme do que a linha 1.
0 − 1 + 1 − 1 + 2 − 1 = −1 + 0 + 1 = 0

Para resolver esse problema elevamos


cada desvio ao quadrado, o que elimina os
sinais negativos

� 𝑋𝑖 − 𝑋� 2

e para finalizar calculamos o desvio médio

14
As sete ferramentas da qualidade

Gráfico de Pareto
Vilfredo Pareto foi um economista italiano que
viveu entre os séculos XIX e XX. Durante seus
estudos econômicos sobre a distribuição de
renda da população, Pareto identificou que uma
pequena parcela da população detinha a maior
parte do PIB, enquanto a maioria da população
representava uma pequena parcela do PIB. Esta
relação ficou conhecida como regra 80/20. 80%
do PIB nas mãos de 20% da população e 20% do
PIB nas mãos de 80% da população.

Um dos pioneiros em trabalhos na área de


Qualidade, Joseph Juran, encontrou um
responsáveis pela maioria das rejeições (poucos
padrão semelhante ao encontrado por Pareto
vitais), ou seja, 80% dos problemas de qualidade
na distribuição dos tipos de defeitos de certo
de uma peça são causados por 20% dos tipos de
produto. Após diversas análises, ele chegou a
defeitos. Da relação entre esses dois trabalho foi
conclusão de que em grande parte das iniciativas
criado o conceito de Pareto.
de melhoria, poucos tipos de defeitos eram
Um dos objetivos centrais de um programa
de qualidade é reduzir perdas provocadas
por itens defeituosos que não atendem às
especificações. Existem muitos tipos de
defeitos que fazem com que um produto
não atenda às especificações. Concentrar
esforços no sentido de eliminar todos os
tipos de defeitos não é uma política eficaz.
Devemos focar nos tipos de defeitos
que são responsáveis pela maioria das
rejeições, sendo mais eficaz atacar as
causas desses poucos defeitos mais
importantes, daí a necessidade de
utilizarmos o gráfico de Pareto.

15
As sete ferramentas da qualidade

Uma empresa de embalagens utilizadas. Um cliente cujo negócio era a


precisava reduzir custos com peças distribuição de sistemas de automação
defeituosas encontrados em sua estava interessado em reduzir o quanto
produção. Como a empresa não sabia era gasto com cada fornecedor para trocar
por onde começar decidiu-se utilizar peças que apresentavam defeitos em
o conceito do Gráfico de Pareto para campo. Para tanto eles coletaram durante
analisar quais defeitos ocorriam um mês todos os sistema que precisaram
com maior frequência. Durante duas ser trocados e qual era o fornecedor desse
semanas os dados foram coletados, sistema. Eles sabiam também que existia
resultando no gráfico a seguir: uma grande diferença entre os preços, com
Diagrama de Pareto - Tipos de Defeitos
sistemas simples que custavam R$ 300,00,
140
até sistemas complexos cujo custo era
100
120
80
R$ 2.000,00. Nesse caso cada defeito foi
100
multiplicado pelo custo do seu sistema e
Porcentagem
Frequência

80 60
60 40 essa variável foi utilizada para a construção
40
20
20 do Pareto.
0 0
o

da

da

s
ra

tro
p

nd

Tipo de Defeito
te

rra

sa
to

Gráfico de Pareto por Fornecedor


fu

Ou
la

as
em

bo
m

am
g

o
ge

ge
la

180
la

a
la
se

es

ix

100
se

se

Ca
ão

pr
ão

ão

Im
N

160
N

Frequência 55 38 22 8 7 6
Porcentagem 40.4 27.9 16.2 5.9 5.1 4.4 140 80
% Acumulada 40.4 68.4 84.6 90.4 95.6 100.0 120

Porcentagem
100 60
Figura 10: diagrama de Pareto para os tipos de defeitos.
Valor

80
40
60
A análise do gráfico de Pareto permitiu à 40
20
empresa identificar quais eram os defeitos 20
0
mais recorrentes e com isso priorizar a Fornecedor D A C E B
0
Percentual 73.3 15.1 5.8 3.5 0.3
solução dos problemas relacionados à não Cum % 75.3 90.4 96.2 99.7 100.0

selagem do topo, não selagem do fundo e


Figura 11: gráfico de Pareto por fornecedor.
não selagem lateral.
Com essa análise foi possível focar no
No exemplo anterior, no eixo vertical,
fornecedor D, uma conclusão bem diferente
utilizamos a frequência das ocorrências
do que obteríamos se olhássemos apenas a
com que ocorriam os defeitos, porém
frequência.
outras opções também podem ser

16
As sete ferramentas da qualidade

Gráfico de dispersão tentador concluir que se entregarmos antes


os projetos aumentaremos a satisfação,
O gráfico de dispersão é uma ferramenta
mas esse pensamento é potencialmente
poderosa para estudar a relação entre duas
perigoso pois a correlação não implica
variáveis (normalmente contínuas). No caso
necessariamente em causalidade. Essa
de um departamento de gerenciamento de
relação aparente pode ser causada por algo
projetos que esta interessado em aumentar
bastante diferente.
a satisfação com relação à entrega dos
projetos mede a satisfação e os dias de
Dispersão Satisfação Vs Dias Atraso Adiantamento
atraso (número negativos indicam entrega 5.0

antes do prazo). Os dados são anotados em 4.5

pares (x, y) como pode se notado na Tabela 2. Satisfação


4.0

3.5

3.0

2.5

2.0

-20 -10 0 10 20
Dias Atraso

Figura 12: gráfico de dispersão da satisfação pelos dias


de atraso.

Um exemplo bastante didático é a coleta


de dados elaborada pelo estatístico
dinamarquês Gustav Fisher. Ele coletou,
entre 1930 e 1936, dados sobre a população
e o número de cegonhas no final de cada
Tabela 2
ano na cidade de Oldenburg (Figura 13). Ele
Cada ponto do gráfico de dispersão é não fez isso por acreditar no mito infantil,
relativo a um par de pontos da tabela e mas sim para mostrar que nem sempre a
nesse exemplo concluímos que existe correlação implica em causalidade. Quando
uma forte relação entre a satisfação e construímos um gráfico de tendência
os dias de atraso. Conforme os dias de procuramos identificar relações potenciais,
atraso aumentam a satisfação diminui e que deverão ser comprovadas em
chamamos essa relação de negativa. É experimentos posteriores.

17
As sete ferramentas da qualidade

5.0
Dispersão Satisfação Vs Dias Atraso Adiantamento
Uma das grandes vantagens do diagrama
4.5
está no fato deste fornecer uma conexão
4.0
visual entre o efeito observado (disposto no
lado direito do diagrama) e todos os possíveis
Satisfação

3.5
fatores que contribuem para ele (dispostos à
3.0
esquerda). As espinhas principais representam
2.5
as causas primárias do problema e as
2.0
ramificações dessas espinhas representam as
-20 -10 0 10 20
Dias Atraso
causas secundárias ou oriundas de processos
Figura 12: gráfico de dispersão da satisfação pelos dias anteriores.
de atraso.

Um dos méritos desta ferramenta é sua


Diagrama de causa e capacidade de trabalhar com diversos pontos
efeito de vistas, compartilhando o conhecimento
comum sobre o problema e incentivando que
O Diagrama de Causa e Efeito, também
os membros da equipe visualizem o sintoma
conhecido como Ishikawa ou Espinha de
e as possíveis causas de um problema
Peixe, foi criado em 1943 pelo Dr. Karou
como parte de todo um sistema (induz ao
Ishikawa, um engenheiro químico da Tokyo
pensamento sistêmico).
Universtiy. O diagrama foi desenvolvido
com o objetivo de representar a relação Os principais tipos de causas contribuintes
entre um “efeito” e suas possíveis “causas”. para os efeitos indesejáveis na indústria são
Esta técnica é utilizada para descobrir, os seis Ms: material, mão de obra, máquinas,
organizar e resumir conhecimento de um método de trabalho, meio ambiente e o
grupo a respeito das possíveis causas que sistema de medição. Além destes, há inúmeras
contribuem para um determinado efeito. maneiras de classificação, de acordo com o
tipo do negócio e do problema em questão.
Material Meio Ambiente

São três os principais objetivos do diagrama


Objetivo
causa e efeito:
Efeito
• Seleções dos dados importantes;
Método Mão de Obra Máquina

Causas
• Apresentação das possíveis causas;
Figura 14: esquema do diagrama de causa e efeito tradi-
cionalmente utilizado em indústrias. • Guiar as medidas corretivas.

18
As sete ferramentas da qualidade

Cuidados
Alguns cuidados devem ser tomados ao se O segundo cuidado a se tomar é sobre
elaborar um diagrama de Causa e Efeito. quem deve participar da elaboração
O primeiro deles é ter em mente que as do diagrama. É comum as pessoas
causas listadas são causas prováveis, ou convidarem todos os envolvidos no
seja, são hipóteses. Deste modo, antes de processo para participarem da reunião para
começar a elaborar um plano de ação para a elaboração, porém isto só eleva o custo
corrigir as causas prováveis, é necessário da reunião e piora sua dinâmica. Para este
confirma-las. Não se deve investir dinheiro tipo de reunião, menos é mais. Só devem
em um plano de ação em que não há participar aquelas pessoas que realmente
certeza, ou pelo menos uma grande podem contribuir e tem disciplina para tal.
convicção, sobre as causas. Este reunião não deve virar bate papo.

Durante nossos trabalhos e treinamentos, Esta ferramenta é muito útil e aplicável a


nos deparamos muitas vezes com equipes quase todos os projetos de melhoria. Uma
acostumadas a preparar planos de ação das aplicações mais interessantes feitas
com o objetivo de eliminar causas não pela nossa equipe foi em um projeto
confirmadas. Isto representa uma grande cujo objetivo era aumentar o volume de
fonte de desperdício para a organização. vendas pelo telefone de uma empresa
Mas porque será que isto acontece? do ramo de equipamentos de proteção
elétrica.
A principal razão para isto chama-se RNC,
ou relatório de não conformidade. O RNC
é um relatório exigido pela ISO toda vez
que acontece algum desvio no produto
ou serviço produzido. Até aí, não haveria
problema. Porém, neste relatório geralmente
se encontra um espaço para o preenchimento
do diagrama de Causa e Efeito acompanhado
dos cinco porquês e de um plano de ação.
Esta estrutura induz as pessoas responsáveis
pelo preenchimento da RNC a preencherem
todos os três ao mesmo tempo.

19
As sete ferramentas da qualidade

Por meio do diagrama foi possível Estratificação


consolidar todas as possíveis causas
Estratificar nada mais é do que separar
para o fechamento ou não das propostas.
os dados em grupos. Uma dúvida que
Isto possibilitou a nossa equipe entender
pode surgir quando avaliamos a qualidade
quais fatores os vendedores julgavam
de peças produzidas é se a variação
importantes para o fechamento do pedido.
é a mesma para nossas duas linhas
Alguns dos fatores que apareceram foram
de produção, nesse caso a variável de
tempo de follow-up, mudança de vendedor,
estratificação. O caso anteriormente
preço, prazo de entrega e prazo de
apresentado, sobre duas linhas de produção
pagamento.
de molas exemplifica bem esse conceito.
Levantada todas as possíveis causas
Um fabricante de molas para sistemas
para o fechamento do pedido por meio
de amortecimento precisa que seus
do diagrama, foi possível elaborar um
produtos tenham comprimento de 45, com
plano de testes e verificar quais delas
tolerância entre 42 e 48 cm. Para verificar
eram factíveis.
se estão atendendo a essa especificação
Para a surpresa de todos, muitas das o engenheiro responsável retira 50 peças
“verdades” acabaram indo por terra. de cada um e elabora um gráfico de
O fator que mais espanto causou foi distribuição (dot-plot) estratificado pela
o impacto que o tempo para envio da linha. Ele percebe que a linha 2 produz
proposta e o tempo até o primeiro follow- peças com qualidade inferior e decide focar
up tem na probabilidade de fechamento. os esforços de melhoria nessa linha.
Deixar a proposta para o dia seguinte
reduzia em 50% a chances de ela ser
fechada. Assim, ficou claro que a empresa
deveria desburocratizar esse processo,
pois sua velocidade interna era muito linha 1

menor do que a velocidade que o mercado


demandava. linha 2
38 40 42 44 46 48 50 52
Data

Sem o diagrama de causa e efeito seria


impossível descobrir tais problemas. Figura 15: dot-plot do comprimento por linha.

20
As sete ferramentas da qualidade

Folha de Verificação Folha de verificação para a


análise da distribuição de
A folha de verificação é uma das mais
parâmetros de controle num
utilizadas e importantes ferramentas da
processo produtivo:
qualidade. São formulários utilizados
para padronizar e facilitar a coleta de Este tipo de folha de verificação é
dados e a organização dos mesmos aplicado quando queremos conhecer
para a estratificação. A padronização e a a distribuição dos valores de uma
facilidade na coleta de dados irão garantir determinada característica de qualidade.
uma maior probabilidade de que os dados Para construí-lo dividimos a amplitude
coletados reflitam os fatos e a realidade (máximo valor - mínimo valor) em
do processo em análise, caso contrário intervalos (Figura 16) e apontamos com
todas as ações subsequentes do projeto um x no respectivo intervalo cada peça
de melhoria poderão estar fundamentas retirada da produção (Figura 17).
sobre dados falsos. Exemplo: Espessura da peça após o
biscoito prensado no processo cerâmico.
É neste documento que são incorporadas
as categorias de dados necessárias Peça(produto) Operação (processo)
para a validação das hipóteses sobre a Operador Máquina
influência de alguns parâmetros. Com a Data Seção
folha de verificação é possível avaliar os
Dimensão Amostra Total
itens de controle do processo, os itens de menosde
1 2 3 4 5 6
verificação, classificar os dados, localizar 10,050

defeitos e identificar uma possível relação 10,050

causa-efeito (desde que o documento 10,055

seja devidamente construído). 10,060

10,065
O livro de Hitoshi Kume Statistical
10,070
Methods for Quality Improvement define
10,075 ou
os principais tipos de folha de verificação: mais

Figura 16. Exemplo de folha de verificação para análise da dis-


tribuição de parâmetros de controle num processo produtivo.

21
As sete ferramentas da qualidade

Folha de verificação de defeitos


Esse tipo de folha de verificação é utilizado
quando queremos saber quais os tipos de
defeitos mais frequentes e número de vezes
causado por cada motivo, para a construção
posterior de um gráfico de Pareto, por exemplo.
Exemplo: tipos de defeitos em uma peça usinada.

Peça(produto) Operação (processo)

Operador Máquina

Data Seção

Tipo de Defeito Contagem Total

Saliência

Aspereza
Figura 17: Exemplo de folha de verificação para análise da dis- Risco
tribuição de parâmetros de controle num processo produtivo.
Mancha

Cor

Outro

Figura 18. Exemplo de folha de verificação utilizada para análi-


se de itens defeituosos.

Folha de verificação para


localização de defeitos:
É usada para localizar defeitos externos,
tais como: mancha, sujeira, riscos, pintas,
e outros. Geralmente esse tipo de lista de
verificação tem um desenho do item a ser
verificado, na qual é assinalado o local e a
forma de ocorrência dos defeitos.
Exemplo: Bolha estourada na superfície do
vidrado, nas peças de cerâmica.

22
As sete ferramentas da qualidade

Esta folha nos mostrará o local onde mais Folha de verificação para análise
aparece o tipo da bolha. das causas de defeitos:
Esse tipo de folha de verificação é uma Este tipo de folha de verificação é
importante ferramenta para a análise do geralmente utilizado para investigar as
processo, pois nos conduz para onde e causas dos defeitos, sendo que os dados
como ocorre o defeito. relativos à causa e os dados relativos aos
defeitos são colocada de tal forma que
FOLHA DE VERIFICAÇÃO PARA LOCALIZAÇÃO DE BOLHAS
se torna clara a relação entre as causas
Nome do Produtor: xyz
Material: Vidro abed
Data: 20/04/2010
e efeitos. Posteriormente os dados são
Cima
analisados por meio da estratificação de
causas. Alguns exemplos de estratificação
são desajuste de máquina, inexperiência
LE Frente Atrás LD
do operador, dia da semana, horário do dia
Riscos
Pintura entre outros.
Acabamento Baixo

OBSERVAÇÕES
Peça(produto) Operação (processo)
Figura 19: Exemplo de folha de verificação utilizada para
Data Seção
localização de defeitos
Dia

Máqui- Opera-
2a 3a 4a 5a 6a
nas dor

1 B

2 B
C

Figura 20: Exemplo de folha de verificação utilizada para Figura 21: Exemplo de folha de verificação utilizada para
localização de defeitos em veículos. investigar as causas dos defeitos.

23
As sete ferramentas da qualidade

Construção de uma folha de Para todas as etapas, é importante atribuir


verificação responsável e treiná-lo. Uma fábrica do
setor de escapamentos desejava identificar
Apesar de não existir uma regra para criá-
problemas de solda que ocorriam com
la, já que cada caso merece um estudo
seus produtos. A empresa resolveu então
diferente, pode-se elencar as principais
coletar dados que pudessem identificar os
etapas para elaboração de uma folha de
seguintes aspectos:
verificação:
hh Em qual produto ocorria defeito;
1. Definir o objetivo da coleta de dados e o
tipo da folha de verificação. hh Qual era o tipo de defeito;

2. Incluir campo para o registro de: hh Em qual turno ocorriam os defeitos;

a. Nomes e códigos das áreas. hh Quais eram os parâmetros da máquina


no momento do defeito;
b. Produtos e pessoas responsáveis.
hh Em qual máquinas ocorriam os
c. Folha autoexplicativa para o
defeitos.
preenchimento.
Para conseguir coletar todas essas
3. Conscientização para a coleta.
informações de uma maneira fácil e em que
4. Executar um pré-teste. os próprios operadores pudessem coleta-
los, a empresa decidiu criar uma Folha de
Verificação que permitisse colher todas
estas informações em apenas um papel:

Figura 22: Exemplo de folha de verificação utilizada para


investigar as causas dos defeitos

24
As sete ferramentas da qualidade

Gráficos de controle
110 UCL=109.61

Vimos no primeiro capítulo a importância de


105
distinguir as causas de variação presentes
em um processo para podermos gerenciá- 100

Refugo
_
X=97.29

lo da maneira mais adequada possível. 95

Mas muitas vezes é difícil distinguir quando 90

um ponto indica a presença de alguma 85 LCL=84.97

causa especial e se torna necessário o


estabelecimento de um critério formal que
Figura 24: gráfico de controle do refugo.
a indique. É para essa finalidade que foi
desenvolvido o gráfico de controle. Ele nada
Quando monitoramos algum indicador
mais é do que um gráfico de tendência
estamos decidindo, a cada novo ponto,
com linhas de referencia adicionadas. A
se estamos na presença de uma causa
linha central indica a média, a linha inferior
comum ou especial. Para que tenhamos
o limite inferior de controle (LCL) e a linha
convicção sobre nossa decisão precisamos
superior o limite superior de controle (UCL).
conhecer o “DNA” do nosso processo, ou
104
seja, coletar dados históricos. Podemos
102 imaginar a coleta de 30 pontos desse
100 indicador e construir um gráfico de
98 frequência, ou histograma, como mostrado
96
na Figura 25.
94
Histograma da variável venda
92 30
90
25
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Índice 20
Percentual

15
Figura 23: Gráfico de tendência do refugo.
10

0
28 32 36 40 44 48 52
Venda

Figura 25: histograma de vendas.

25
As sete ferramentas da qualidade

Nesse gráfico a altura de cada barra indica Histograma da variável venda

o percentual de observações na respectiva 35

faixa de dados e, portanto, a soma da altura 30

25
de todas as barras é 100%, ou seja, todos os
20
resultados possíveis para essa distribuição.

Percentual
15
Podemos “aproximar” esses dados por uma
10
linha contínua, como mostrado na Figura
5
26, que também tem área igual a 100%.
0
Essa figura nos ajuda a conhecer nosso 30 40 50 60 70
Venda
processo e a decidir quando um novo ponto
se parece com esse “DNA” (causa comum) Figura 27: histograma de venda com outlier.

ou quando esse ponto parece pertencer a


Os limites de controle são estabelecidos
um processo diferente (causa especial).
de tal forma que entre eles estejam,
Histograma da variável venda aproximadamente, 99% dos dados. Assim, se
30
um ponto cai além desses limites temos uma
25
chance menor do que 1% de ser uma causa
20
comum e, portanto, existe forte evidência
Percentual

15 do acontecimento de uma causa especial


10 (mudança no processo). A razão da escolha do
5 valor 99 % é que, normalmente, não queremos
0 correr o risco de tratar uma causa comum
28 32 36 40 44 48 52
Venda como especial, uma vez que isso irá acarretar
parada no processo e consequentemente
Figura 26: histograma com linha contínua.
diminuição da produtividade. Quem definiu
Podemos pensar que esses dados foram esses valores foi Walter Shewhart, o criador
coletados entre os meses jan/2009 e dessa ferramenta. Uma discussão mais
jun/2011 e no mês de jul/2011 o resultado detalhada pode ser encontrada no livro
tenha sido igual a 70, como mostrado na de Douglas Montgomery, intitulado de
Figura 27. Esse novo ponto não parece fazer Introduction to Statistical Quality Control.
parte do mesmo processo que gerou os
Uma aplicação interessante foi observada
outros dados e, portanto, parece bastante
no monitoramento do gasto mensal com
crível que ele seja uma causa especial.
treinamento, acompanhado mensalmente.

26
As sete ferramentas da qualidade

Cada ponto no gráfico representa o gasto treze aparece a indicação de uma causa
de 1 mês e nesse caso dizemos que o especial no gráfico X-barra, mas não no
subgrupo é de tamanho 1 (um mês). Além gráfico S, indicando que a média do diâmetro
disso, estamos trabalhando com uma das peças mudou, mas não a variação
variável contínua (gasto com treinamento) entre elas. Com essa informação podemos
e, portanto, iremos utilizar o gráfico de concluir que temos uma causa especial
individuais. que afetou todas as peças, causando um
aumento de diâmetro em todas elas. Essa
Gráfico I de Gasto
110 indicação levou a descoberta de que um lote
UCL=107,38
105
de matéria-prima, que estava abastecendo
todas as cinco linhas estava com problema.
100
gasto

X = 97,57
Gráfico Xbarra-S do diâmetro
95
52
UCL= 50.89
medida amostral

90 48
LCL = 87,95 X = 46.05
44
1
01

1
ai 1

2
Se 01

Se 02
Ju 02
02
ov 1

02

2
00

00
00

00
0

00
20

0
0
20

LCL = 41.22
20

20
/2

/2
/2

/2
l/2

l/2
/2

/2
n/

n/
t/

t/

40
ar

ar

ai

ov
Ju
Ja

Ja
M
M

M
N

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
mês hora

UCL= 6.352
6.0
desvio padrão amostral

Figura 28: gráfico de controle de individuais do gasto. 4.5

3.0
S= 2.473

Muitas vezes é comum a retirada de algumas


1.5

0.0 LCL = 0

peças ao final de uma hora de produção para 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13


hora

avaliar a qualidade dessas e realizar ajustes na


Figura 29: gráfico X-barra/S do diâmetro
máquina quando necessário. Uma empresa
de autopeças retirava 5 rodas por hora, uma
Já na semana 15 a causa especial acontece
de cada uma de suas 5 linhas de produção,
somente no gráfico S, indicando que a variação
e avaliava os respectivos diâmetros. Dessas
entre as peças aumentou, mas a média não
cinco peças era possível calcular o diâmetro
foi tão alterada. Isso indica que existe uma
médio e o desvio padrão e monitorar essas
causa especial afetando somente uma das
estatísticas ao longo do tempo.
linhas e agora podemos tentar entender o
Chamamos o gráfico produzido com a que aconteceu com ela. Nesse caso uma das
média de X-barra ( X ) e o gráfico produzido ferramentas utilizada na produção da peça
com o desvio padrão de S, de Standar estava gasta e foi possível trocá-la antes de
deviation (desvio padrão em inglês). Na hora produzir mais peças não conformes.

27
As sete ferramentas da qualidade

Gráfico Xbarra-S do diâmetro Gráfico I de Gasto


0.5
52 UCL= 52.18
UCL= 0.4367
48 0.4

Riscos em 10 peças
X = 46.09

44
0.3
40 LCL = 39.99
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 0.2
hora

0.1 U = 0.115
desvio padrão amostral

8- UCL= 8.01

6-
0.0 LCL = 0
4-
S= 3.12

0
10

10
0

1
0

1
1
11
10
01
01

01
01

01
01
2-

20

20

20
20
/2
/2

/2
l/2

l/2
/2
n/

n/
t/
ai

ov
ar

ar

ai
Ju

Ju
Se
Ja

Ja
M
M

M
N
0- LCL = 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
hora
Figura 31: gráfico U de rsicos por 10 peças.
Figura 30: gráfico Xbarra/S do diâmetro

Outra grande empresa de tecelagem


Os gráficos de individuais e X-barra/S foram
monitorava o número de defeitos por rolo
todos utilizados quando a variável era
de tecido produzido, mas os rolos variavam
contínua.
de tamanho. De hora em hora era retirado
Uma grande empresa estava interessada um rolo e anotava-se o número de defeitos
em monitorar o número de riscos em suas e a área (em m2) de tecido. A Tabela 3
peças, uma importante característica de apresenta os dados do número de defeitos
qualidade para seus clientes e, para tanto, e do tamanho, em m2, dos rolos produzidos.
ela retira 10 peças a cada meia-hora. O que será monitorado nesse caso é o
Quando os dados representam contagem número de defeitos por cm2 e, portanto,
de defeitos, que são expressos por número o tamanho do subgrupo é o tamanho do
inteiros positivos, trabalhamos com o gráfico rolo. Como os tamanhos dos rolos eram
de controle U (Figura 31). Cada ponto nesse diferentes entre si os limites de controle
gráfico irá representar o número de defeitos serão diferentes para cada ponto, uma vez
médio nas três peças retiradas e, portanto, o que o subgrupo (nesse caso o tamanho do
tamanho do subgrupo nesse caso é 10. rolo) é “ingrediente” de seu cálculo.

28
As sete ferramentas da qualidade

Hora Defeitos m² Uma grande mineradora monitorava o


1 7 30.0 número de acidentes com afastamento por
2 11 27.6 10 mil funcionários. Com esses dados de
3 15 30.4
contagem eles construíram um gráfico U e
4 6 34.8
5 11 26.0 acompanharam o indicador, que se manteve
6 15 28.6 sem nenhuma causa especial, durante os
7 5 28.0 últimos dois anos. No mês de janeiro de
8 10 30.2 2012 o diretor responsável pelos acidentes
9 8 28.2
recebeu a atualização do indicador e tomou
10 3 31.4
11 3 30.3 um susto com o número de 7 acidentes,
12 14 27.8 uma causa especial apontada pelo gráfico.
13 3 27.0
14 9 30.0 Gráfico de controle U de acidentes
15 7 32.1 7

16 6 34.8 6
UCL = 5.568
17 7 26.5
numero de acidentes

18 5 30.0 4

19 14 31.3 3

2
20 13 31.6 1
U = 1.68

21 11 29.4 0 LCL = 0
22 6 28.6

1
ov 1

12
0
0

0
ai 0

1
0

1
1
1
ov 0

01
1
01
01

01
1

01
01

01
01
1
1

20

20
20

20
20

23 6 27.5 /2
/2
2

/2

/2
l/2

l/2
/2

t/

n/
n/

n/
t/
ar

ar

ai

Se
Ju

Ju

Ja
Se
Ja

Ja
M

N
M

M
N

mês
24 9 32.6
25 11 31.7 Figura 33: gráfico de controle U de acidentes por mês.

Tabela 3: dados dos defeitos por m2 de tecido.


Foi pedido que se estudasse o problema e
Gráfico U de defeitos por metro² de tecido
uma coleta de dados por local de trabalho foi
0.6
UCL = 0.5740 realizada, onde se percebeu que a regional
Defeitos por metro² de tecido

0.5
MGP02 era a grande responsável pelos
0.4
acidentes. Com uma investigação descobriu-se
0.3 U = 0.2880

0.2
que era uma unidade recém-aberta e as regras
0.1
para acidentes não estavam sendo seguidas.
0.0 LCL = 0.;0021 Como medida foi realizada uma ação de
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
conscientização e fiscalização das regras, o
hora
que eliminou o problema nessa regional.
Figura 32: gráfico U de defeitos por m2 de tecido..

29
As sete ferramentas da qualidade

Outras vezes os dados aparecem na forma de Para facilitar a decisão sobre qual gráfico de
percentual de defeituosos como, por exemplo, controle devemos utilizar disponibilizamos
o percentual de peças com rebarba em uma a árvore de decisão na Figura 35. A primeira
linha de produção. Nesses casos utilizamos decisão que devemos tomar é se a variável
o gráfico P (de percentual). A EDTI sempre é classificação (defeituosa), contagem
utilizou de gráfico de controle para monitorar (defeitos) ou contínua. Quando a variável
seus indicadores e um dos mais importantes é de classificação utilizamos o gráfico p,
indicadores comerciais é o percentual de de proporção. Já quando a variável é de
propostas fechadas sobre enviadas. Em cada contagem utilizamos o gráfico U, de defeitos
mês coletávamos o número de propostas por unidade.
enviadas e acompanhávamos cada uma das
Quando a variável é contínua existe mais uma
propostas para saber se seria fechada ou
etapa de decisão: o tamanho da amostra.
negada. Nesse caso o tamanho do subgrupo era
Quando cada ponto representa uma medida,
variável – o total de propostas enviadas no mês.
como no exemplo da Figura 28, utiliza-se,
1.0
Gráfico P de Propostas Fechadas geralmente, o gráfico I, de individuais (o gráfico
de individuas segue a suposição de distribuição
Proporção de propostas fechadas

0.9
UCL = 0.8796
normal e o livro de Douglas Montgomery,
0,8
Statistical quality control: a modern introduction
P = 0.7309
0.7
apresenta maiores detalhes). Quando cada
0.6 LCL = 0.5821 ponto representa a média de 2 ou mais
0.5 unidades, o gráfico adequado é o X-barra/ S,
como no exemplo da Figura 29.
05

05

06

7
00

00

00

00

00

00
20

20

20
/2

/2

/2

l/2

2
t/

t/

n/
ov

ar

ai

ov
Ju
Se

Se
Ja

Ja
M
M
N

Figura 34: gráfico de controle P de percentual de propostas


fechadas.

Esse gráfico nos ajudou a entender que se


quiséssemos aumentar nosso crescimento
precisaríamos aumentar o número de
propostas enviadas, uma vez que o percentual
de fechamento era alto se comparado ao
benchmark do mercado. Isso deu força a ideia
de criação de uma estrutura de vendas ativa
(ligações e visitas para atrair novos clientes).

30
As sete ferramentas da qualidade

Tipos de Dados

CONTAGEM OU CONTINUOS
CLASSIFICAÇÃO (Dados de Variáveis)
(Dados de Atributo)

Contagem Classificação

Defeitos ou não Unidades Defeituosas Sub-Grupo Tamanho Fixo Tamanho Variável


conformidades ou Não conformes tamanho 1 de Sub-Grupo de Sub-Grupo

Gráfico Gráfico Gráfico Gráficos Gráficos


U P X XeR XeS

DEFEITOS PORCENTAGEM MEDIDA MÉDIA MÉDIA


POR UNIDADE DE DEFEITUOSOS INDIVIDUAL E AMPLITUDE E DESVIO
PADRÃO

Figura 35: regra de decisão para gráficos de controle.

O conceito básico em atribuir que um ponto fora dos limites é causa especial vem do fato
de sua baixa probabilidade de acontecer caso o processo não tenha mudado. Existem
outras regras, apresentadas na Figura 36, que também apontam padrões com baixa
probabilidade de acontecer se somente causas comuns atuam no processo.

Um ponto muito mais


afastado dos demais

Sequência de oito ou mais Sequência de seis ou mais


pontos abaixo ou acima da média pontos crescente ou decrescente

Figura 36: regras para causas especiais.

31
UM EXEMPLO
DE APLICAÇÃO
Um exemplo de aplicação

N
esse capítulo final vamos reunir as e com a possibilidade de perder o cliente,
principais lições discutidas nesse livro decidiu que era muito importante reduzir
em um estudo de caso completo. o número produtos que eram entregues
Esse estudo de caso é uma adaptação de com embalagens danificadas. O diretor
um projeto desenvolvido e orientado por de armazenamento, Pedro, sugeriu que a
nossa equipe que o ajudará a entender como empresa implementasse as ferramentas
as ferramentas da qualidade são utilizadas da qualidade. Pedro havia tido seu
em uma iniciativa de melhoria real. Nesse primeiro contato com estas ferramentas
caso foram utilizadas 4 ferramentas: gráfico lendo livros sobre qualidade. O restante
de controle, folha de verificação, gráfico de da diretoria resolveu aceitar esta ideia.
Pareto e diagrama de causa e efeito. Decidiram colocar logo as ideias em prática
e determinaram que o Pedro seria o líder do
A Rapidão Transportes é uma empresa que
projeto.
atua no ramo de transporte de mercadorias
na cidade de São Paulo com mais de 50 anos O primeiro passo foi colocar em um gráfico
de mercado. Ela possui diversos clientes, de controle os dados sobre o percentual
entre eles podemos destacar a Casa dos de embalagens da Casa dos Brinquedos
Brinquedos, uma organização que produz danificadas nos últimas 2 anos, onde eles
brinquedos para crianças de 4 a 10 anos perceberam que nos últimos dois meses
de idade e que tem uma forte participação o percentual de embalagens danificadas
no mercado. A Rapidão Transportes é havia subido consideravelmente (era uma
responsável por retirar os produtos na causa especial).
fábrica da Casa dos Brinquedos, localizados
a 100 km de São Paulo, e transportá-lo até 0.20

as lojas que efetuam as vendas.


0.15

Nos últimos 2 meses, a Rapidão Transportes


Proporção

0.10
tem recebido diversas reclamações da Casa UCL = 0.0795

dos Brinquedos, pois muitas embalagens 0.05

chegavam danificadas aos pontos de vendas, P = 0.0291

0.00 LCL = 0
o que ocasionava grande perda de produtos,
1

12
11

2
2

2
ov 1

12
1
11

2
01
01

01
01

01
1
01

01

20
0

pois esses não podiam ser comercializados.


20

20
20

/2
/2

l/2

/2
/2

/2
/2

l/2

t/
t/

n/
n/

ar

ov
ar

ai
ai

Se
Ju

Se

Ju
Ja
Ja

N
M

M
M

A diretoria da Rapidão Transportes,


Figura 37: gráfico de controle P da proporção de embala-
preocupada com as diversas reclamações gens danificadas.

33
Um exemplo de aplicação

Gráfico de Pareto - Produto


Com o conhecimento adquirido, o grupo 25
100

Frequência
de melhoria resolveu estudar onde se 20

Porcentagem
80
15 60
encontravam os defeitos e em quais turnos 10
5
40
20

e tipos de caminhões estes ocorriam. Para Produto


0 0

s
s
y

ra

ro
ça
m

ra

er

t
am

i
pe

Ou
ve
isso, elaboraram uma Folha de Verificação

Gu
Ca
M

da
20
er

do

s
p

do
Su

ói

do
er

an
e coletaram as informações de todas as

u
a

sc
c

m
X-
ne

ee

Co
s
Bo

ça

da
e

pa
ab
embalagens danificadas.

Es
C
a-
br
e
Qu
Frequência 15 4 2 1 1
Porcentagem 65,2 17,4 8,7

Folha de Verificação
4,3 4,3
% Acumulada 65,2 82,6 91,3 95,7 100,0

Figura 39: gráfico de Pareto de defeitos por produto.


Local do Defeito:

30
100
Tipo de CaminhãoTransportado:

25
80

20

Porcentagem
Frequência

Produto: 60

Este lado 15
para cima
40
10

20
5

Figura 38: exemplo de folha de verificação utilizada no 0 0


Tipo de veículo Toco Truck VUC Leve
projeto. Frequência 8 8 7 6
Percentual 27,6 27,6 24,1 20,7
Acumulado% 27,6 55,2 79,3 100,0

Passado 1 semana, a equipe tinha dados


disponíveis sobre os defeitos encontrados Figura 40: gráfico de Pareto de defeitos por tipo de veícu-
lo.
em todas as embalagens danificadas e para
estuda-los utilizou o Gráfico de Pareto, por tipo Com a equipe reunida, eles elaboraram
de produto e tipo de transporte, conforme Figura um Diagrama de Causa e Efeito para cada
39. Foi possível perceber que a Boneca Super entender qual a razão da Boneca Super
Mammy era o produto onde aconteciam 65% Mammy apresentar tantos defeitos de
dos problemas. Além disso, eles perceberam embalagem. Para a construção dos ramos
que o problema acontecia em todos os tipos principais foi utilizado o método dos 6 M´s
de transportes, uma vez que nenhum ficou (Máquina, Mão de Obra, Meio-Ambiente,
destacado no gráfico de Pareto (Figura 40). Material, Método e Medição).

34
Um exemplo de aplicação

problemas. A Rapidão Transportes decidiu por


um empilhamento máximo de 2 bonecas, o
que resultou na diminuição das embalagens
danificadas e a consequente satisfação da Casa
dos Brinquedos.

0.20

0.15

Proporção
0.10
UCL= 0.0786
Figura 41: diagrama de causa e efeito elaborado pela
equipe. 0.05
P = 0.0286

Com o diagrama de Causa e Efeito eles 0.00 LCL = 0

12
1

13
11

12

13
11
1

12

2
levantaram diversas hipóteses para o porquê 01
01

01

20

20
20

20

20
20

20
l/2
/2

l/2

t/

r/
n/

n/

n/
t/

r/
r

Ju

Ou

Ab
Ju
Ou
Ab

Ab
Ja

Ja

Ja
dos problemas ocorrerem. Ao longo da análise,
a equipe descartou diversas hipóteses e Figura 42: gráfico de controle P do percentual de embala-
gens danificadas.
sobraram duas que chamaram muita atenção
da equipe: o material da embalagem e o método
de empilhamento.

A equipe conseguiu, por meio dos dados


coletados e analisados, chegar a um possível
problema que tinha grande possibilidade de ser
o responsável pelas embalagens danificadas. A
Boneca Super Mammy era um produto recém
lançando, onde a equipe de Desenvolvimento de
Embalagens da empresa Casa de Brinquedos
utilizou um novo material para embalar este
produto que permita deixar a embalagem
mais leve e mais barata. A Transportadora
Rapidão não tinha conhecimento desta troca
de material e continuava a empilhar o produto
em pilhas de 5 embalagens, o que gerava os

35
Referencias

Referências
Deming, W. E. The New Economics for Industry, Governament, Education. EUA:
Massachussets Institute of Technology, 1993.

Ishikawa, K. Guide to Quality Control. Japão: Asian Productivity Organization, 1982.

Juran, J. (ed.). Quality Control Handbook (3a ed.). EUA: McGraw-Hill, 1979

Kume, H. Statistical Methods for Quality Improvement. Japão: Quality Resources, 1987.

Langley, G.; Moen, R.; Nolan, K.; Nolan, T.; Norman, C.; Provost, L. Modelo de Melhoria. Brasil:
Mercado de Letras. 2011.

Langley, G.; Moen, R.; Nolan, K.; Nolan, T.; Norman, C.; Provost, L. The improvement
Handbook: Models, Methods and Tools for Improvement. EUA: API, 2005.

Montgomery, D.C. Introduction to Statistical Quality Control (6a ed.). EUA: John Wiley e Sons,
2009.

Nolan, T. e Provost, L. “Understanding variation”. Quality Progress, maio 1990.

Scholtes, P.; Joiner, B.; Streibel, B. The Team Handbook. EUA: Oriel. 2003.

Shewhart, W.A. Economic Control of Quality of Manufactured Product. EUA: Wis., 1931.

Shewhart, W.A. 1939. Statistical Method from the Viewpoint of Quality Control (editado por
W.E. Deming). EUA: Graduate School, Department of Agriculture.

Tague, N.R. The Quality toolbox. 2a ed. ASQ Quality Press, 2004.

Tufte, E. The Visual Display of Quantitative Information. Chesire, Conn.: Graphics Press,
1983.

36
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