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ARTIGO ORIGINAL

Indicadores de
qualidade e
quantidade OLÍMPIO J. NOGUEIRA V. BITTAR
Médico especialista em Administração de
Serviços de Saúde e Políticas de Saúde;
Professor Doutor com Livre-Docência em

em saúde Saúde Pública. Instituto Dante Pazzanese


de Cardiologia-São Paulo.
E-mail: bittar@usp.br

RESUMO
Intr odução: informações são imprescindíveis para a administração de qualquer empresa, prin-
Introdução:
cipalmente quando transformadas em indicadores que se prestam a medir a produção de progra-
mas e serviços de saúde bem como estabelecer metas a serem alcançadas para o bem-estar da
população. Objetivos: apresentar os principais indicadores de resultados e a utilização das técni-
cas do marcador balanceado e do benchmarking em instituições de saúde. Métodos: levanta-
mento bibliográfico sobre o assunto. Resultados: uma série de doze tabelas contendo diversos
indicadores em saúde, definições do benchmarking e perspectivas do marcador balanceado quando
aplicado a instituições de saúde.
Palavras-chave – indicadores, indicadores de qualidade, indicadores de saúde, indicadores de serviços/métodos,
marcador balanceado, benchmarking

ABSTRACT
Information is essential for the administration of any firm, mainly when it is transformed into
indicators aimed at measuring the production of health programs and services, and at establish-
ing goals to be achieved in order to promote the well being of the population. Purpose
Purpose: to present
the main results of the indicators and the utilization of techniques such as balanced scorecard
and benchmarking in health institutions. Methods
Methods: bibliographic survey on the issue. Results
Results: a
series of twelve tables containing different health indicators, definitions of benchmarking, and
perspectives of balanced scorecards when applied to health institutions.
Key-wor ds – indicators, quality indicators, health indicators, services/methods indicators, balanced scorecards, bench-
Key-words
marking
RAS _ Vol. 3, Nº 12 – Jul-Set, 2001 21
INTRODUÇÃO Taxa/coeficiente é o número de vezes que um
Medir qualidade e quantidade em programas e fato ocorreu dividido pelo número de vezes que ele
serviços de saúde é imprescindível para o planeja- poderia ter ocorrido, multiplicado por uma base e
mento, organização, coordenação/direção e avalia- definido no tempo e no espaço. Por exemplo, para
ção/controle das atividades desenvolvidas, sendo mortalidade geral a base é 1.000, para indicadores
alvo dessa medição os resultados, processos e a específicos de mortalidade é 100.000, bem como
estrutura necessária ou utilizada, bem como as in- para outras situações pode ser 100, como para in-
fluências e repercussões promovidas no meio am- fecção hospitalar e letalidade.
biente. Índice é a relação entre dois números ou a razão
As comparações entre metas, fatos, dados, in- entre determinados valores, tendo como exemplo
formações, a criação de parâmetros, internos e ex- o índice de giro ou de rotatividade dos leitos e ca-
ternos, são peças fundamentais para o conhecimen- mas.
to das mudanças ocorridas em uma instituição, Números absolutos podem ser indicadores, à
áreas ou subáreas, técnica esta conhecida como medida que se comparam valores iguais, maiores
benchmarking apresentada neste artigo. ou menores a ele, resultantes de atividades, ações
Recentemente, a seleção de um grupo de indica- ou estudos de processos, resultados, estrutura ou
dores passou a ser adotada, numa certeza de um meio ambiente.
melhor conhecimento do que ocorre na instituição, Fatos, por sua vez, demonstram a ocorrência de
sendo que a introdução do Marcador Balanceado um resultado benéfico ou não, como por exemplo
(balanced scorecard ) veio satisfazer a necessidade um sangramento inesperado, uma reação alérgica,
dos administradores, profissionalizando o conheci- uma não conformidade ou outro resultado qualquer
mento do desempenho institucional. adverso ou não.
Entre os objetivos do artigo, além da possibilida- Na gestão pela qualidade total, indicadores tam-
de de medição de recursos envolvidos nos progra- bém são chamados de itens de controle(10). Além
mas e serviços das instituições de saúde, está a de serem utilizados nos programas de qualidade,
apresentação de um leque de indicadores de resul- são importantes na condução de outros processos
tados, utilizados com este fim. Indicadores de pro- como os de Acreditação Hospitalar, Seis Sigma e
cessos não serão explorados neste artigo, porém, nas Certificações pela ISO 9000.
poderão ser encontrados nas referências 1, 4 e 11, TIPOS DE INDICADORES
bem como maior detalhamento aos ligados ao meio
ambiente e estrutura. Os indicadores medem aspectos qualitativos e/
ou quantitativos relativos ao meio ambiente, à es-
trutura, aos processos e aos resultados.
INDICADORES Os de meio ambiente ou meio externo, de acor-
Indicador é uma unidade de medida de uma ativi- do com Bittar(1), são aqueles relacionados às condi-
dade, com a qual se está relacionado ou, ainda, uma ções de saúde de uma determinada população, a
medida quantitativa que pode ser usada como um fatores demográficos, geográficos, educacionais,
guia para monitorar e avaliar a qualidade de impor- socioculturais, econômicos, políticos, legais e tec-
tantes cuidados providos ao paciente e as ativida- nológicos e existência ou não de instituições de saú-
des dos serviços de suporte(9). de.
Um indicador não é uma medida direta de quali- Estrutura é definida por autores como Donabe-
dade. É uma chamada que identifica ou dirige a aten- dian e Fleming, citados por Bittar(1), como a parte
ção para assuntos específicos de resultados, den- física de uma instituição, os seus funcionários, ins-
tro de uma organização de saúde, que devem ser trumentais, equipamentos, móveis, aspectos rela-
motivo de uma revisão. tivos à organização, entre outros.
Um indicador pode ser uma taxa ou coeficiente, Processos são as atividades de cuidados realiza-
um índice, um número absoluto ou um fato. das para um paciente, freqüentemente ligadas a um
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resultado, assim como atividades ligadas à infra- • Nome do indicador (ou item de controle)
estrutura para prover meios para atividades-fins • Fórmula (maneira de expressão, dependendo
como ambulatório/emergência, serviços comple- do tipo)
mentares de diagnóstico e terapêutica e interna- • Tipo (taxa, coeficiente, índice, percentual, nú-
ção clínico cirúrgica para atingirem suas metas. São mero absoluto, fato)
técnicas operacionais. • Fonte de informação (local de onde será extraí-
Resultados são demonstrações dos efeitos con- da a informação)
seqüentes da combinação de fatores do meio am- • Método (retrospectivo, prospectivo, transver-
biente, estrutura e processos acontecidos ao pa- sal)
ciente depois que algo é feito (ou não) a ele, ou • Amostra
efeitos de operações técnicas e administrativas en- • Responsável (pela elaboração)
tre as áreas e subáreas de uma instituição. • Freqüência (número de vezes que será medi-
Indicadores para eventos sentinela – um instru- do em determinado período)
mento que mede o quanto é sério, indesejável, e • Objetivo/meta (motivo, valor, tempo, prazo do
freqüentemente o quanto pode ser evitável um re- item que se quer medir)
sultado nos cuidados prestados ao paciente: revi- É importante conhecer o(s) cliente(s) a quem o
são de casos individuais dirigida para cada ocorrên- mesmo se destina, interno ou externo, quais as
cia. necessidades (qualidade intrínseca, custo, atendi-
mento, moral, segurança, outras), para a elabora-
ATRIBUTOS NECESSÁRIOS ção de indicadores com os atributos citados acima.
PARA OS INDICADORES(9)
MARCADOR BALANCEADO
• Validade – o grau no qual o indicador cumpre o (BALANCED SCORECARD)
propósito de identificação de situações nas quais
as qualidades dos cuidados devem ser melhoradas. Em 1992, Norton e Kaplan(15), desenvolveram o
• Sensibilidade – o grau no qual o indicador é Balanced Scorecard, que foi traduzido entre nós
capaz de identificar todos casos de cuidados nos como Marcador Balanceado(5), sendo que empre-
quais existem problemas na atual qualidade dos sas brasileiras, citadas na revista Exame(7), já fazem
cuidados. uso do mesmo. Os princípios, dimensões ou pers-
• Especificidade – o grau no qual o indicador é pectivas do Marcador Balanceado podem ser facil-
capaz de identificar somente aqueles casos nos mente identificados na figura 1, desenvolvida pe-
quais existem problemas na qualidade atual dos los autores.
cuidados. As quatro dimensões ou perspectivas do desem-
• Simplicidade – quanto mais simples de buscar, penho compreendem:
calcular e analisar, maiores são as chances e opor- Resultados financeiros
tunidades de utilização.
Lucro, crescimento e composição da receita, re-
• Objetividade – todo indicador deve ter um ob-
dução de custos, melhoria da produtividade, utiliza-
jetivo claro, aumentando a fidedignidade do que se
ção dos ativos, estratégia de investimentos.
busca.
Posição em relação aos clientes:
• Baixo custo – indicadores cujo valor financeiro
Participação no mercado, retenção de clientes,
é alto inviabilizam sua utilização rotineira, sendo
aquisição de novos clientes, satisfação dos clien-
deixados de lado.
tes, rentabilidade dos clientes, qualidade do produ-
to, relacionamento com clientes, imagem e reputa-
MONTAGEM DE INDICADORES(1,4,10) ção.
A montagem de indicadores obedece uma se- Processos internos do negócio:
qüência lógica de acordo com os nove itens seguin- Inovação (desenvolvimento de novos produtos e
tes: processos), operação (produção, distribuição, ven-
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Como nós olhamos os acionistas?

Como os clientes nos vêem? Perspectiva financeira O que devemos fazer para melhorar?

Estamos satisfazendo a Metas Medidas Estamos trabalhando


necessidade do cliente? Eficiência interna + satisfação efetivamente e eficientemente?
do cliente = sucesso financeiro

Perspectiva do cliente Perspectiva dos negócios internos


Metas Medidas Metas Medidas

Como podemos servir o Como podemos continuar


cliente melhor no futuro? Perspectiva de inovação e aprendizado a melhorar e criar valores?
Metas Medidas

Quais são as oportunidades e desafios emergentes?


Fonte: ref erênc ia 1 5 .

Fig. 1 – Relacionamento entre as quatro perspectivas do Balanced Scorecard(15)

das), serviços pós-venda (assistência técnica, aten- dirigir e avaliar/controlar, sem indicadores confiáveis
dimento a solicitações do cliente). e sensíveis.
Aprendizagem e crescimento: Para estas instituições e mesmo na área de saú-
Desenvolvimento de competências da equipe, de como um todo, outras dimensões podem ser
infra-estrutura tecnológica, cultura organizacional e incorporadas, já que a complexidade e amplitude
clima para ação. dela assim o exige. Elas devem procurar, dentre
O marcador balanceado é definido para cada indicadores de estrutura, processos, resultados e
empresa, de acordo com sua estratégia, e constitui aqueles relativos ao meio externo ou ambiente, o
um instrumento para gerenciar a implementação conjunto que expresse quantidade e qualidade que
da estratégia. melhor atenda às necessidades em termos de uma
Os segredos do marcador são: “balanço entre administração efetiva, eficaz, eficiente com quali-
aspectos financeiros e não financeiros, medidas dade e produtividade.
internas e externas, indicadores de desempenho Exemplos da utilização do marcador, em institui-
precoces e tardios e resultados objetivos e subjeti- ções de saúde, podem ser encontrados nas refe-
vos”. rências 12, 13 e 14.
As instituições hospitalares são complexas, face
a inúmeras peculiaridades inerentes aos programas, BENCHMARKING
serviços, influências externas, internas e condições
de trabalho, geralmente em emergência/urgência Um outro instrumento gerencial, é o benchmar-
ou mesmo da ansiedade e pressão, por parte de king, que, de uma maneira simplista, pode ser en-
pacientes, familiares e profissionais. Como já foi tendido como o ato de comparar sistematicamen-
mostrado por Bittar(2), o número de áreas, subáreas te informações.
e os processos desempenhados pelas mesmas tor- Inúmeras são suas utilizações como pode ser vis-
nam-nas difíceis de planejar, organizar, coordenar/ to nas referências 3 e 8.
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Existem diferentes tipos de benchmarking, con- tas e proprietários das atividades e dos resultados
forme matéria sobre o assunto, publicada em dife- por eles esperados, já que contribuem com impos-
rentes artigos(3,6,8), para os quais procurou-se ade- tos ou valores para a manutenção das mesmas.
quá-las com a nomenclatura da área de saúde e que
se encontram a seguir: INFORMAÇÕES DO MEIO
EXTERNO E INTERNO
Benchmarking
Dividem-se as informações como sendo internas
É um processo contínuo e sistemático para ava- e externas à instituição.
liar produtos, serviços e processos de trabalho de
organizações que são reconhecidas como represen- Meio externo
tantes das melhores práticas, com a finalidade de De acordo com Bittar(1) as informações de meio
melhoria organizacional. Pode também ser defini- externo são as de demografia, geografia, economia,
do com uma marca conhecida ou elevação assumi- política, cultura, educação, psicossocial, tecnologia,
da do geral onde outras elevações podem ser esta- existência ou não de outras instituições de saúde e
belecidas, ou ainda um padrão de referência pelo epidemiológicas. A análise dos indicadores de saú-
qual outros podem ser medidos ou julgados; de da comunidade deve ser associada a outras para
que se possa formar um melhor juízo das condi-
Benchmarking interno
ções de promoção da saúde, prevenção da doen-
É a comparação de processos semelhantes en- ça, diagnóstico, tratamento e reabilitação das pes-
tre diferentes áreas ou subáreas do hospital. Exem- soas que compõem determinada comunidade ou,
plo: a comparação entre o atendimento (consulta) em outras palavras, dos fatores ou influências que
no ambulatório e no pronto-socorro; formam o perfil epidemiológico dela.
Benchmarking funcional Os indicadores constantes da tabela 1 podem ser
gerais ou específicos para uma série de variáveis,
É a comparação de processos semelhantes en-
como doença, idade, sexo, entre outros.
tre hospitais que atuam em mercados distintos.
A utilização dos mesmos se aplica à perspectiva
Exemplo: a comparação das áreas de internação de
dos acionistas, governo, comunidades, quando se
hospitais privados com fins lucrativos e os sem fins
utiliza o marcador balanceado, ou mesmo o bench-
lucrativos (ou com os hospitais públicos);
marking para comparação com outras unidades ou
Benchmarking genérico programas e serviços de saúde entre regiões.
Trata-se do sistema de reformulação contínua dos
Tabela 1 – Indicadores externos ou de meio ambiente
processos de uma empresa. Exemplo: a contínua
comparação da produtividade de várias células Indicadores de saúde da comunidade
(áreas e subáreas) de produção de um hospital;
• Taxa de incidência
Benchmarking competitivo • Taxa de prevalência
• Taxa de letalidade
É a forma mais associada ao benchmarking. Tra- • Taxa de mortalidade geral
ta-se da comparação de processos semelhantes • Taxa de mortalidade infantil
entre concorrentes diretos. Exemplo: a compara- • Taxa de mortalidade infantil tardia
ção do controle de estoques de dois hospitais. • Taxa de mortalidade neonatal precoce
• Taxa de mortalidade materna
A utilização de Marcador balanceado e do Bench-
• Taxa de natimortalidade
marking se traduz em formas metodológicas de • Taxa de mortalidade por causa específica
continuamente alertar os responsáveis pelas insti- Indicadores econômicos e de política
tuições das suas posições no mercado, ocorrências Indicadores demográficos e geográficos
de eventos e sinais normais e anormais nos pro- Indicadores epidemiológicos
gramas e serviços técnicos e administrativos, bem Indicadores educacionais, psicossociais, culturais
Indicadores tecnológicos
como a prestação de contas à sociedade, acionis-
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Tabela 2 – Recursos componentes da estrutura

RECURSOS RECURSOS RECURSOS RECURSOS DE


HUMANOS MATERIAIS MATERIAIS UTILIDADE PÚBLICA
(PERMANENTE) (CONSUMO)

RECURSOS • edificações • medicamentos • energia


FINANCEIROS • mobiliários • médicos • 1. elétrica
• equipamentos • enfermagem • 2. solar
RECURSOS DE • instrumentais • limpeza • 3. gás
INFORMAÇÕES • utensílios • manutenção • 4. outras
• veículos • gases medicinais • água
RECURSOS • combustíveis • comunicação
EMPREGADOS • roupas • 1. telefone
EM SERVIÇOS • escritório • 2. internet
TERCEIRIZADOS E • informática • 3. intranet
QUARTEIRIZADOS • impressos • 4. correio
• gêneros alimentícios

Meio interno (indicadores hospitalares) Indicadores que medem a produção são impor-
O meio interno, nas instituições de saúde, é aque- tantes, tanto para os diversos tipos de benchmar-
le caracterizado pelas estruturas de recursos, visua- king, como perspectiva dos negócios internos, na
lizados na tabela 2, distribuídos de acordo com Bit- utilização do marcador balanceado. Entre eles, te-
tar(2), em áreas e subáreas, de infra-estrutura, am- mos os que se encontram na tabela 4, ressaltando
bulatório/emergência, complementar de diagnósti- porém que lista mais completa pode ser encontra-
co e terapêutica e internação clínico-cirúrgica. da nas referências bibliográficas citadas neste artigo.
Estes recursos possibilitam a formação de uma Partindo-se da produção, podemos agregar uma
série de indicadores importantes para a administra- série de indicadores de produtividade, que também
ção das instituições de saúde, entre eles os cons- se fazem imprescindíveis na perspectiva dos negó-
tantes da tabela 3. cios internos e nos vários tipos de benchmarking e
Inúmeros são os indicadores da parte estrutural se encontram na tabela 5.
das unidades de saúde e que têm importância na Quanto à perspectiva financeira, pode-se traba-
avaliação das mesmas, principalmente quando da lhar com indicadores econômico-financeiros propria-
utilização do marcador balanceado, propiciando uma mente ditos e com alguns dos indicadores de eco-
visão global da sua participação no mercado. Alguns nomia da saúde, tabelas 6 e 7, respectivamente.
deles podem também ser utilizados na avaliação Alguns destes últimos se aplicam também à avalia-
da perspectiva interna dos negócios. ção da qualidade em saúde, como é o caso do QALY
(Quality adjusted life years).
Tabela 3 – Indicadores de estrutura
Tabela 4 – Indicadores de produção
• Capacidade planejada (leitos e camas)
• Capacidade operacional (leitos e camas) • Número de atendimentos
• Capacidade ociosa • Número de internações
• Número de consultórios • Lista de espera e tempo de espera
• Número de salas cirúrgicas • Pacientes-dias
• Consultas/consultório/dia • Taxa de ocupação hospitalar
• Cirurgias/sala cirúrgica/dia • Taxa de necropsia
• Exames/equipamento/dia • Número de cirurgias e partos
• Kg roupa lavada/máquina/dia • Rendimento/concentração

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INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS tante dos processos, como também influencia na
Indicadores como os de qualidade hospitalar têm escolha do cliente por determinado hospital ou na
sua importância tanto na perspectiva dos negócios liberação de recursos por parte de entidades com-
internos como na perspectiva do cliente e dos acio- pradoras de serviços.
nistas, governo e comunidade, já que os resulta- O mesmo se aplica aos indicadores componen-
dos obtidos com os indicadores da tabela 8 têm tes da tabela 9, já que medir satisfação, conhecer a
utilização interna para avaliação da qualidade resul- imagem perante o público, a fidelidade dos clien-
tes, o número de inserções positivas na mídia e,
atualmente, do balanço social assinalar o que a ins-
Tabela 5 – Indicadores de produtividade
tituição está retornando à comunidade, tem impor-
tância nas perspectivas dos clientes, acionistas e
• Índice de produção por funcionário da área/subárea dos negócios internos.
• Índice de renovação ou giro de rotatividade Finalmente, a perspectiva da inovação e do apren-
• Índice intervalo de substituição dizado, em que é fundamental conhecer aspectos
• Média de permanência
• Funcionários/Leitos e camas

Tabela 7 – Indicadores de economia da saúde

Tabela 6 – Indicadores econômico-financeiros


• Análise de minimização de custos
• Análise de custo-efetividade
Indicadores de liquidez
• Análise de custo-benefício
• Índice de liquidez imediata • Análise de custo-utilidade
• Índice de liquidez corrente • QALY
• Índice de liquidez seco • Índice de eficácia
• Índice de liquidez global • Índice de efetividade
• Índice de eficiência
Indicadores de atividade • Eficiência clínica
• Período médio de cobrança • Eficiência na produção
• Prazo médio de pagamento • Eficiência na distribuição
• Posição relativa
• Rotação de estoques
• Período médio de estocagem
Tabela 8 – Indicadores hospitalares de qualidade
Indicadores de rentabilidade
• Taxa bruta de infecções
• Margem operacional
• Giro do ativo • Taxa de cesáreas
• Retorno sobre o total do ativo ou investimento • Taxa de cirurgias desnecessárias
• Retorno sobre o patrimônio liquido • Taxa de complicações ou intercorrências
Indicadores de alavancagem • Taxa de infecção hospitalar (geral/sistêmica/topográfica, respi-
ratória, urinária...)
• Grau de alavancagem
• Taxa de mortalidade geral hospitalar
Indicadores de viabilidade econômica • Taxa de mortalidade institucional
• Índice de viabilidade • Taxa de mortalidade materna hospitalar
• Taxa de mortalidade operatória
Outros
• Taxa de mortalidade pós-operatória
• Ponto de equilíbrio
• Taxa de mortalidade por anestesia
• Balanço/balancetes
• Orçamento • Taxa de mortalidade transoperatória
• Contabilidade de custos • Taxa de remoção de tecidos normais

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Tabela 9 – Indicadores de imagem quantidade do que é realizado em termos de pro-
gramas e serviços de saúde e que os mesmos cu-
Resultados de pesquisas sobre: bram todos os seus componentes como a estrutu-
• Satisfação do paciente ra, os processos e resultados, não esquecendo o
• Satisfação do fornecedor meio ambiente que ora sofre influências das insti-
• Satisfação do visitante tuições de saúde ora influencia as mesmas.
• Satisfação do acompanhante Além de imprescindíveis no trabalho com as qua-
• Satisfação do funcionário
tro funções da administração, a utilização dos mes-
• Satisfação do corpo clínico
• Imagem perante o público mos na construção de cenários, facilitando o en-
• Fidelidade dos clientes frentamento do futuro, é uma das vantagens que
• Inserções na mídia permitem, quando bem utilizados.
• Balanço social Resta somente enfatizar a necessidade de dei-
xar claro os objetivos para a escolha deles, a preo-
cupação com um sistema de armazenamento que
relativos aos recursos humanos, fazer o benchmar- permita um banco de dados simples, confiável, ágil
king com instituições semelhantes, concorrentes e de baixo custo, além da montagem de séries his-
ou mesmo buscar as melhores práticas em empre- tóricas que permitam a comparação com outras ins-
sas diferentes, como nos mostra o artigo da revista tituições ou consigo mesma, quando analisadas no
Exame(8). tempo.
Entre estes indicadores temos os seguintes (ta-
bela 10): BIBLIOGRAFIA
1. BITTAR, O.J.N.V. Hospital: qualidade & produtividade. Sarvier, 1997.
2. BITTAR, O.J.N.V. Gestão de processos e certificação para qualidade. Rev Ass Med
Tabela 10 – Indicadores de recursos humanos Brasil, v. 46, n. 1, p. 70-6, 2000.
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dores de garantia de calidad en farmacia hospitalaria. Madri, 1995.
• Número de cursos/treinamentos realizados
5. CASTRO, D. Balanced scorecard: marcador balanceado [on line]. Disponível em
• Horas de treinamento/funcionário/ano http://members.nbci.com/xmcm/durvalcastro/Balscord/.htm. Em 23. Fev. 2001.
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• Idade média dos funcionários 8. EXAME. Benchmarking. 7 Março, 2001. p. 32-4, 2001.
• Anos de escolaridade dos funcionários 9. Agenda for change – Characteristics of Clinical Indicators. Joint Commission. QRB
• Facilidade para lidar com a tecnologia existente – Quality Review Bulletin, v. 15, n. 11, 1989.
• Facilidade para lidar com a tecnologia emergente 10. Nogueira, L.C.L. Gerenciando pela qualidade total na saúde. EDG – Editora de
• Número e categoria profissional pelas diversas subáreas/áreas Desenvolvimento Gerencial, Belo Horizonte, 1999.
11. Novaes, H.M.; Paganini, J.M., Padrões e indicadores de qualidade para hospitais
• Salários/benefícios
(Brasil). OPAS/OMS, Washington, DC, 1994.
• Capacidade de inovação
12. Wachtel, T. L.; Hartford, C.E; Hughes, J.A. Building a balanced scorecard for a
• Planejamento para novos desafios burn center, Burns, v. 25, p. 431-7, 1999.
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consider before implementing a balanced scorecard effort. Acad. Med. v. 12, p.
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tion in an academic clinical department. Acad Med v. 74, p. 114-22, 1999.
É desnecessário enfatizar a importância da utili- 15. Kaplan, R.S.; Norton, D.P. The balanced scorecard-measures that drives perfor-
zação de indicadores que meçam a qualidade e mance. Harvard Business Review, p. 71-9, 1992.

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