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DAS SOCIEDADES RECOLETORAS ÀS PRIMEIRAS SOCIEDADES

PRODUTORAS
 
PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO

 
Onde e quando surgiu a Humanidade?
 
 Hominíneos (ou hominídeos):
 grupo que abrange o Homem atual e os seus
antepassados.
 
Os hominíneos surgiram em África, há cerca de 8 a 7 milhões de anos, na era
Cenozoica.
 

 
 
Hominização
A hominização foi o longo processo de evolução física e inteletual do Homem.
 
Principais mudanças:
 bipedia
 verticalidade
 libertação das mãos
 o corpo foi perdendo pelo
 diminuição do tamanho dos maxilares
 aumento do crânio e do cérebro
 aumento da inteligência
 desenvolvimento da linguagem
 
 
Australopitecos
 viveu em África
 primeiro primata semelhante ao Homem (hominíneo)
 deslocava-se principalmente sobre as duas pernas, embora por
vezes recorresse à ajuda das mãos
 tinha um cérebro ainda pequeno
 
Homo Habilis
 deslocava-se apenas sobre os pés
 tinha um cérebro mais desenvolvido que o Australopitecos
 primeiro a fabricar instrumentos: seixos talhados, de pedra, talhados
só numa das faces
 
Homo Ergaster/Erectus
 passou da África para a Ásia e para a Europa
 tinha um cérebro mais desenvolvido que o Homo habilis
 fabricou instrumentos mais aperfeiçoados: bifaces (permitiam caçar,
amanhar as peças de caça, defender-se dos inimigos, etc…)
 primeiro a produzir fogo, que serviu para se aquecer, defender-se
de animais ferozes, iluminar as grutas e cozinhar alimentos
 desenvolveu uma linguagem articulada
 
Homo Sapiens 
 tinha um cérebro semelhante ao nosso
 fabricou instrumentos mais aperfeiçoados em pedra, osso, chifre e
marfim: ponta de lança, arcos, flechas, arpões, anzóis, agulhas e
lâminas
 primeiro a enterrar os mortos
 
Homo Sapiens Sapiens 
 tinha um aspeto semelhante ao nosso
 primeiro a desenvolver manifestações artísticas
 chegou aos continentes americano e australiano
 
 
 
 AS SOCIEDADES RECOLETORAS 
O Paleolítico
 Paleolítico:
 período da Pré-História em que surgiram os primeiros
hominíneos
 
 Arqueologia:
 ciência que estuda as culturas e os modos de vida do
passado a partir de vestígios materiais, que contribuiu
assim para o estudo do Paleolítico e dos antepassados
do Homem
 

 
 
Vida recoletora e nomadismo
Durante o Paleolítico o Homem vivia da recoleção, ou seja, daquilo que recolhia
da Natureza. Apanhava frutos, raízes, ovos, mel, pescava e caçava.
Como não produzia nada, os alimentos que existiam num certo local
acabavam. Assim, era obrigado a deslocar-se constantemente à procura de
alimentos. Era, por isso, nómada.
 
 
Alargamento das áreas habitadas
Os nossos antepassados surgiram em África e espalharam-se por todos os
continentes, sobretudo porque:
 estavam constantemente a deslocar-se
 verificou-se um aumento da população, devido à melhoria da
alimentação
 
 
Ritos
 
Ritos mágicos
Para controlar a Natureza o Homo Sapiens recorria a ritos mágicos como
danças, cânticos, gestos e sacrifícios de animais.
 
Ritos funerários
O Homo Sapiens foi o primeiro a enterrar os seus mortos. O corpo era pintado
e colocado em posição fetal juntamente com alimentos e objetos pessoais.
 
 
Arte do Paleolítico
O Homo Sapiens Sapiens foi o primeiro a ter manifestações artísticas.
 
Arte móvel
Pequenas estatuetas de figuras femininas em pedra e osso (chamavam-se
Vénus) que tinham como propósito o culto à fertilidade.
 
Arte rupestre (ou parietal)
Pinturas e gravuras em rochas ao ar livre e nos tetos e paredes de grutas.
representavam animais, figuras geométricas, mãos e, por vezes, figuras
humanas. Muitas destas pinturas serviam como forma de ritual para facilitar a
caça.
 
 
 
 
AS PRIMEIRAS SOCIEDADES PRODUTORAS
 
 
Neolítico
O Neolítico refere-se ao último período da Pré-História quando o Homem
começa a produzir os seus alimentos e a utilizar instrumentos de pedra polida.
 
 
Novas atividades
O Homem do Neolítico aprendeu a cultivar e, por outro lado, começou a
domesticar animais. Nasceram assim duas atividades: a agricultura e
a pecuária.
 
Agricultura
Primeiros produtos a serem cultivados:
 trigo
 cevada
 arroz
 feijão
 
Pecuária
Primeiros animais a serem domesticados:
 cão
 cabra
 porco
 boi
 
 
Novos instrumentos e técnicas
Para cultivar as terras e delas tirar partido surgiram novos instrumentos e
técnicas.
 
Novos instrumentos:
 foicinha
 faca
 arado
 enxada
 
Novas técnicas:
 cestaria
 cerâmica
 moagem
 tecelagem
Surgiu neste período também a roda e a vela.
 
 
Economia produtora e sedentarização
Ao produzir os seus alimentos, o Homem deixou de estar dependente do que a
Natureza lhe dava. Deixou de ser recoletor e tornou-se produtor.
Ao tornar-se produtor, o Homem precisou de estar junto das suas terras e
rebanhos e por isso passou a viver permanentemente num mesmo local, ou
seja, deixou de ser nómada e tornou-se sedentário.
Esta mudança de vida deu-se na zona chamada Crescente Fértil, entre o Egipto
e a Mesopotâmia.
 
 
Primeiros aldeamentos
Para se abrigar, o Homem do Neolítico construiu casas de pedra, madeira,
barro e cobertas com colmo, juntas umas das outras para se proteger melhor e
defender os seus bens, surgindo assim as primeiras aldeias. Algumas
encontravam-se protegidas por fossos e muralhas.
 
 
Divisão do trabalho e diferenciação social
Através da melhoria da alimentação, verificou-se um aumento da população. A 
produção aumentou e evidenciou-se a divisão do trabalho, ou seja, a população
começou a ter funções mais específicas: havia agricultores, pastores, artesãos,
sacerdotes, etc…
Passou a haver também uma diferenciação social com base na riqueza e no
poder.
 
 
 
Culto agrário
O Homem do Neolítico passou a fazer culto às forças da Natureza (sol, terra,
água e vento), pois estavam ligadas à agricultura. A mulher era relacionada
com a terra, pois ambas permitiam a continuidade da vida, e era adorada com
estatuetas femininas chamadas deusa-mãe, a principal divindade neste período.
 
 
Monumentos megalíticos
Os megálitos são grandes construções de pedra com várias funções:
 menires: pedras isoladas verticalmente no solo, serviam para fazer
culto à Natureza
 alinhamentos: conjunto de menires em linha, também serviam para
fazer culto à Natureza
 cromeleques: conjunto de menires em círculo, era um local de culto e
reunião
 dólmenes ou antas: pedras ao alto cobertas com uma horizontal (laje)
onde enterravam os mortos
CONTRIBUTOS DAS PRIMEIRAS
CIVILIZAÇÕES
 
 
 
AS CIVILIZAÇÕES DOS GRANDES RIOS
 
A partir do 5º milénio a.C. assistiu-se a uma nova e profunda viragem:
o Homem começou a fixar-se nos vales de alguns grandes rios, onde
vieram surgir as primeiras cidades, e com elas as primeiras
civilizações:
 Civilização do Egito, junto ao Rio Nilo
 Civilização da Antiga China, junto ao Rio Amarelo
 Civilização da Suméria, junto ao Rio Tigre e ao Rio Eufrates
 Civilização do Vale do Indo, junto ao Rio Indo
 
 
Condições naturais
Algumas comunidades deslocaram-se para junto dos grandes rios por
causa do seu regime de cheias anuais que tornavam férteis os solos
das suas margens. Inicialmente, o Homem não sabia como controlar
as cheias e por isso não se fixava nas proximidades dos rios. No
entanto, a partir do 5º milénio a.C. as populações atreveram-se a
enfrentar a força dos rios e a ocupar as suas margens.
Desbravou-se o solo, drenaram-se os pântanos, construiram-se
diques para suster as águas nos meses de cheias e construiram-se
canais para irrigar os campos durante os meses de seca. Todo este
esforço foi recompensado com colheitas abundantes, sobretudo de
cereais.
 
 
Acumulação de excedentes
O aumento da produção fez com que se produzisse mais do que se
consumia, o que originou a acumulação de excedentes.
 
Progresso técnico e estratificação social
Com a acumulação de excedentes agrícolas, já não era necessário
tantas pessoas se dedicarem ao trabalho agrícola, ficando libertas
para outras atividades.
Surgiram os primeiros artesãos especializados: oleiros, tecelões e,
mais tarde, metalurgistas. A metalurgia (técnica de fusão e
tratamento de metal) permitiu o fabrico de instrumentos e de armas de
metal, o que mudou profundamente o modo de vida das comunidades.
As necessidades de defesa e de organização da comunidade levou ao
aparecimento de guerreiros, sacerdotes e governantes. Os chefes
guerreiros, religiosos e políticos adquiriram grande poder e autoridade
e começaram a exigir aos camponeses e artesãos o pagamento
de tributos.
A sociedade passou então a estar dividida em estratos sociais: por
um lado, os chefes guerreiros, religiosos e políticos (os que dirigiam e
comandavam) e, por outro lado, os camponeses e os artesãos (os que
produziam).
 
 
Trocas comerciais
A acumulação de excedentes também permitiu o aparecimento de
uma nova atividade económica: o comércio, ou seja, a troca de bens
(trocavam-se produtos agrícolas e artesanais).
 
 
Aparecimento das cidades
Concluindo, a acumulação de excedentes permitiu o aparecimento de
novas atividades, como o artesanato, o comércio e os serviços
administrativos, militares e religiosos. Estas atividades tendiam a
concentrar-se em grandes aglomerados populacionais – as cidades.
Foi, portanto, nos vales fluviais que se deu a revolução urbana, que
originou as bases para as primeiras civilizações.
 
 
 
O EGITO
Condições naturais
O Egito situa-se no nordeste de África. Fica a norte do deserto da
Núbia, a este do deserto da Líbia e a oeste do deserto Arábico. Tem
ainda como limites o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.
O território é atravessado por um grande rio: o Rio Nilo. Com as suas
cheias anuais, os solos das suas margens tornam-se bastante férteis
e, por isso, propícios à agricultura.
É possível distinguir duas regiões:
 Alto Egito: nas terras mais a sul
 Baixo Egito: região do delta (parte terminal do rio Nilo que
desaguava por vários braços para o Mar Mediterrâneo)
Estas regiões foram independentes durante séculos. Entretanto, deu-
se a unificação de todo o território a cerca de 3200 a.C., pelo rei
Narmer (ou Menés), tornando-se assim no primeiro faraó do Egito.
 
 
Atividades económicas
Principais atividades económicas e produtos:
 Agricultura:
 Cereais (trigo e cevada)
 Linho
 Artesanato:
 Ourivesaria
 Metalurgia
 Cerâmica
 Tecelagem
 Carpintaria
 Comércio:
 Importava: minerais, pedras preciosas e madeira
 Exportava: cereais, objetos de cerâmica, tecidos
de linho
 
 
Sociedade
A sociedade egípcia era estratificada e hierarquizada, ou seja,
estava dividida em vários estratos sociais, cada um com a sua
importância a nível social:
 Faraó:
 Tinha poder sacralizado, pois era considerado
deus vivo, filho do deus-Sol Amon-Ré
 Concentrava em si todos os poderes: era o sumo-
sacerdote, juíz supremo, chefe do exército e
administrador do Egito
 Altos funcionários:
 Tinham funções administrativas
 Sacerdotes:
 Prestavam o culto aos deuses, nos templos
 Escribas:
 Desempenhavam diversos cargos, como
magistrados, cobradores de impostos e
contabilistas, graças aos seus conhecimentos
(escrita e cálculo)
 Artesãos:
 Trabalhavam nas oficinas do rei, dos templos e
dos nobres
 Camponeses:
 Cultivavam as terras do faraó, dos templos e dos
nobres, estando ainda sujeitos a pesados impostos
 Escravos:
 Eram prisioneiros de guerra que se ocupavam de
diversos serviços (domésticos, agrícolas, obras
públicas, etc.)
 
 
Religião
O povo egípcio era politeísta, ou seja, acreditava em vários deuses.
Os deuses egípcios tinham várias formas: podiam ter forma humana,
animal ou mista. Representavam forças da Natureza ou qualidades
humanas.
Cada cidade ou região tinha os seus próprios deuses, mas os mais
importantes eram adorados em todo o Egito. O culto a estes deuses
era prestado em grandes e ricos templos.
 
 
Culto dos mortos
Os Egípcios acreditavam na vida após a morte e na reencarnação.
Por isso, procedia-se à mumificação dos corpos dos mortos de forma
a preservá-los para a outra vida. Depois de embalsamados, os corpos
ficavam encerrados em sarcófagos que eram depois colocados em
túmulos juntamente com alimentos, adornos, jóias e outros objetos de
uso pessoal.
No entanto, como este processo era algo dispendioso, era apenas
realizado aos faraós e alguns privilegiados. Os restantes egípcios (a
maioria) eram sepultados no deserto.
 
 
Arte
A arte egípcia está muito relacionada com a religião e ao culto dos
mortos.
 Arquitetura
 Construíram-se três tipos de sepulturas:
as pirâmides (enormes túmulos reservados aos
faraós), as mastabas (túmulos reservados à
família dos faraós e priveligiados) e
os hipogeus (túmulos escavados nas rochas, de
forma a evitar roubos dos objetos lá deixados)
 Os templos eram grandiosos de forma a
engrandecer os deuses a que faziam culto
 Escultura e pintura
 Destinavam-se sobretudo à decoração de templos
e túmulos
 A figura humana era representada de acordo com
a lei da frontalidade: a cabeça e os pés de perfil e
o tronco de frente
 A dimensão das figuras era de acordo com a sua
categoria social
 
 
Escrita
Os Egípcios inventaram uma escrita com base em centenas de
símbolos a que chamamos hieróglifos. A escrita hieroglífica era
aprendida pelos escribas em escolas especiais, sendo os únicos da
sociedade que sabiam ler  e escrever.
 
 
Outros saberes
Os Egípcios demonstraram desenvolvimento em alguns domínios
como:
 Geometria
 Cálculo
 Medicina
 Astronomia
 
 
 
 
CONTRIBUTOS CIVILIZACIONAIS NO
MEDITERRÂNEO ORIENTAL
 
 
A religião monoteísta dos Hebreus
Os Hebreus eram pastores nómadas que viviam na Mesopotâmia.
Deslocaram-se para a Palestina, comandados por Abrão, e depois
para o Egito, atraídos pelas suas riquezas mas onde acabaram por ser
escravizados. Abandonaram então o Egito e regressaram à Palestina
– a Terra Prometida – onde fundaram o Estado de Israel. Mais tarde, o
país dividiu-se em dois reinos: o de Israel e o de Judá. Ao longo dos
tempos, os Hebreus ainda tiveram sujeitos a outros povos, como os
Assírios, os Babilónios, os Persas e os Romanos.
A originalidade dos Hebreus encontrava-se na religião, dado que
acreditavam num único deus (Javé), ou seja, era um povo
monoteísta. Por terem estado ao longo dos tempos sujeitos a muitas
perseguições, esperavam a vinda de um Messias, o Salvador.
A Bíblia, constituída pelo antigo e Novo Testamento, é o livro sagrado
deste povo.
Assim, a religião monoteísta constitui o principal contributo dos
Hebreus para a história da civilização.
 
 
A escrita alfabética dos Fenícios
As condições naturais da Fenícia favoreceram o aparecimento de
importantes cidades junto ao litoral. Como os recursos naturais eram
insuficientes, os Fenícios dedicaram-se ao artesanato e à vida
mercantil e marítima.
Os Fenícios, como comerciantes, precisavam de uma escrita rápida e
simples que facilitasse os seus negócios. Por isso, criaram um novo
sistema de escrita – o alfabeto. Este novo sistema de escrita era
composto por 22 sinais muito simples, em que cada um representava
um único som.
A escrita alfabética rapidamente se expandiu e está na origem de
todos os alfabetos ocidentais.
 

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