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Plano Geral de  

Urbanização de
Negomano-Sede 2010 
II ‐ Fundamentação das Opções Tomadas

Centro de Estudos para o 
Desenvolvimento do Habitat 
30/04/2010 
PGU NEGOMANO-SEDE
 

PLANO GERAL DE URBANIZACAO DE NEGOMANO-SEDE (PGU NEGOMANO-SEDE)

RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇÕES TOMADAS

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2

2 ENQUADRAMENTO LEGAL DO PLANO ........................................................................... 3

3 BREVE REFERÊNCIA AO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO ......................... 3

3.1 Principais Etapas ................................................................................................................ 4

3.2 Principais Fontes de Informação Utilizadas ........................................................................ 6

3.3 Estratégias orientadoras do processo de Planeamento .................................................... 8

4 CENÁRIO PARA DESENVOVIMENTO DA ESTRUTURA TERRITORIAL DE


NEGOMANO-SEDE ......................................................................................................... 8

5 OBJECTIVOS DO PLANO GERAL DE URBANIZAÇÃO DE NEGOMANO-SEDE ………. 11

6 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO PLANO GERAL DE URBANIZAÇÃO DE


NEGOMANO-SEDE ............................................................................................................ 13

6.1 O Zoneamento do Território de Negomano-Sede ............................................................... 13

6.2 O Balanço de Áreas............................................................................................................. 17

7 Perímetro Urbano - Áreas de Uso Residencial Predominante ........................................... 18

7.1 Zona Urbanizável ............................................................................................................... 18

8 REGRAS E OPERAÇÕES URBANÍSTICAS PARA AS ÁREAS DO PGU DE


NEGOMANO-SEDE ............................................................................................................ 19

8.1 Zonas Residenciais Propostas ............................................................................................ 19

8.2 Zona para Equipamento de Interesse Colectivo ................................................................ 20

8.3 Zona para Equipamentos para Usos Especiais .................................................................. 22

8.4 Zona para Actividades Industriais ..................................................................................... 23

8.5 Zona para Actividades Agrícolas......................................................................................... 25

8.6 Espaço Afecto a Estrutura Ecológica................................................................................... 26

8.7 Áreas Florestais................................................................................................................... 27

8.8 Áreas Canais para Infra-Estruturas ..................................................................................... 28

8.9 Áreas Canais para a Rede Viária ........................................................................................ 29

9 Plano de Execução proposto .............................................................................................. 30

 
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1 INTRODUÇÃO

Os processos referentes à composição da estrutura e forma urbana nas cidades de


Moçambique e os procedimentos para a planificação, desenho e gestão dos assentamentos
urbanos estão pouco estudados, investigados e divulgados. Transcorridos mais de trinta
anos após a Independência Nacional, somente no decurso do ano de 2008, o país, passou
a dispor de legislação pertinente para sustentar a actividade de Planeamento e de
Ordenamento Territorial. Perante este quadro e o crescente cenário de crescimento
desregrado dos assentamentos humanos urbanos, torna-se urgente armar com
instrumentos e informação adequada, os decisores públicos, os estudiosos e fazedores da
planificação do território.

A partir da identificação da realidade local, abordada segundo diversas perspectivas, dentre


as quais o facto de que, no âmbito da livre circulação na região Austral de África, ter sido
estabelecido um acordo para a construção da Ponte da Unidade entre Moçambique e
Tanzânia, cujas obras estão actualmente em fase conclusiva, aliado ao facto de que a
Localidade Negomano, sede do Posto Administrativo de Negomano, no distrito de Mueda,
constituir o local de encontro da ponte no País, tornam pertinentes a organização de
actividades inerentes àquela vocação fronteiriça a serem executadas em diversas áreas,
pelos órgãos de tutela, de modo a operacionalizar com eficiência a circulação e seus
efeitos, naquele ponto do País.

Nesta perspectiva, no atributo das suas competências, a Direcção Provincial para a


Coordenação da Acção Ambiental de Cabo Delgado (DPCA - CD) desencadeou naquele
assentamento o processo de elaboração do Plano de Urbanização de Negomano, processo
este enquadrado nas actividades do Governo da Província, no âmbito de assistência técnica
e apoio técnico às Sedes de Distrito na elaboração dos instrumentos de gestão territorial.

Conforme definido nos termos de referência, estabeleceram-se como objectivos


fundamentais do plano melhorar a qualidade de vida da população, como factor
determinante para a sua fixação, determinar espaços para a oferta de equipamentos e
serviços, especialmente para aqueles relacionados com a sua vocação de ponto de entrada
no país, conferindo-lhe o carácter urbano que a sua localização lhe atribui e, ainda,
preservar e valorizar o ambiente circundante, numa perspectiva dinâmica e abrangente.

 
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O presente Plano de Urbanização referente ao Posto Administrativo de Negomano tem


assim por objectivo dar indicações para o uso e aproveitamento racional do solo urbano e a
sua articulação com a provisão de infra-estruturas urbanas e equipamentos sociais e, ainda,
é elaborado com base nos termos de referência produzidos para o efeito, conjugados os
princípios preceituados pela legislação pertinente.

Igualmente, de acordo com a legislação aplicável aos instrumentos de gestão territorial,


acompanha os documentos fundamentais do Plano um relatório com a fundamentação das
opções tomadas na sua elaboração. O presente documento constitui portanto a resposta a
essa exigência.

2 ENQUADRAMENTO LEGAL DO PLANO


A elaboração do Plano Geral de Urbanização de Negomano-Sede rege-se pelo disposto na
Lei do Ordenamento do Território (LOT) no 19/2007, de 18 de Julho e pelo Regulamento da
mesma Lei, apoiando-se também na Lei de Terras no 19/1997 e na Lei do Ambiente no
20/1997

3 BREVE REFERÊNCIA AO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO


Para uma melhor percepção do Plano agora apresentado, importará referir sinteticamente a
metodologia seguida no processo da sua elaboração e também os aspectos relativos à
 
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recolha de informação e à articulação estabelecida com outras entidades, envolvidas directa


ou indirectamente.

3.1 Principais Etapas


Como é normal em qualquer processo de planeamento, a fase inicial consistiu na recolha,
análise e tratamento de informação, de forma sistemática, de forma a identificar a realidade
do Posto Administrativo de Negomano e da respectiva sede, não só na perspectiva da sua
caracterização mas também da detecção das tendências que vem manifestando e das
margens de progresso identificadas.

Com base no tratamento da informação estatística e também nos resultados do diálogo


havido com diversas entidades envolvidas no processo, foi definida a área sujeita ao Plano
de Urbanização, fez-se a avaliação das condições topográficas e das componentes
ambientais, foram identificadas as pessoas residentes no local, os recursos naturais, as
características fisico-ambientais e socioeconómicas. Realizou-se o inventário de
necessidades referentes aos acessos e locais para equipamento social e infra-estruturas e,
ainda, identificaram-se os melhoramentos a efectuar no seio da população residente.

Entre os dias 25 e 27 de Novembro efectuou-se a primeira viagem de reconhecimento do


Posto Administrativo, antecedida por encontros de trabalho na Sede do Distrito de Mueda.

O Encontro realizado na sede do Distrito de Mueda, dirigida pelo respectivo Administrador,


com presença de representantes das mais diversas instituições locais, considerou as
seguintes premissas para um bom desenvolvimento de Negomano:
a) O aproveitamento das potencialidades que a junção dos dois rios e a existência de
águas cristalinas oferecem para o turismo, reservando-se espaços para essa função;
b) A prioridade na provisão de espaços para as funções inerentes às actividades
fronteiriças, tais como Alfandegas, Migração e Guarda-Fronteira;
c) A definição de áreas para o equipamento de utilidade pública particularmente para
equipamento educacional, sanitário e desportivo;
d) A localização e loteamento racional de áreas destinadas à função residencial;
e) Determinação da área reservada à produção alimentar;
f) Considerar e determinar as zonas a incluir no Património Histórico, especialmente
onde foram enterrados os Combatentes da luta armada de Libertação Nacional;
g) Ter em consideração que o Posto Administrativo de Negomano integra a zona
tampão da reserva natural do Niassa e as implicações que esses facto acarreta;

 
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h) A definição dos espaços canais para o provimento de infra-estruturas, especialmente


a captação e distribuição de água potável e rede de energia eléctrica

Imagens da reunião consultiva sobre o Plano de Urbanização de Negomano, realizada na Sede do Distrito de
Mueda

Nos dias 28, 29 e 30 de Novembro uma delegação dirigida pelo Director Provincial de
Coordenação Ambiental Policarpo Napica que incluiu o Secretário Permanente, o Director
Distrital de Infra-estruturas do Distrito de Mueda, consultores, financiadores do Plano e
técnicos deslocou-se ao Posto Administrativo de Negomano tendo, para além do inventário
primário da situação local, realizado um encontro de auscultação com a presença dos
representantes da comunidade local.

Imagens da reunião consultiva sobre o Plano de Urbanização de Negomano, realizada na Localidade Sede do
Posto

A segunda etapa consistiu na elaboração do diagnóstico da situação actual, bem como da


cartografia complementar.

 
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A terceira etapa consistiu na elaboração do plano de urbanização do Posto Administrativo


de Negomano com a elaboração dos seus documentos fundamentais, o Regulamento, a
Planta de Zoneamento e a Planta de Condicionantes.

No dia 16 de Março, depois de uma ultima visita à Vila Sede do posto Administrativo,
realizou-se na cidade de Pemba um Seminário cujo tema era o Plano de Urbanização de
Negomano-Sede que contou com a presença de membros do Governo Provincial, quadros
de diferentes instituições com interesses no desenvolvimento da planta física da Vila de
Negomano-Sede, representantes do financiador etc.. A Audiência foi dirigida pelo Director
Provincial de Recursos Minerais que estava acompanhado na mesa pelo Director Provincial
para a Coordenação da Acção Ambiental e pelo Administrador do Distrito de Mueda.

Imagens da reunião consultiva sobre o Plano de Urbanização de Negomano, realizada na Localidade Sede do
Posto

Foram constatações principais deste encontro as seguintes:


• A necessidade de ampliação dos limites propostos e da área reservada ao Turismo;
• A pertinência de prever-se áreas para estacionamento junto à zona destinada a
Indústria e Armazéns;
• Destinar nova área para a transferência do Aeródromo;
• Definir mecanismos para a implementação do Plano;
• Prever áreas para o Aterro Sanitário;
• Indicar no Plano os espaços para infra-estruturas.

3.2 Principais fontes de informação utilizadas


Relativamente à informação utilizada, esta poderá subdividir-se em quatro grupos principais,
os quais se referem nas alíneas seguintes:

 
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• Informação cartográfica;
• Informação estatística disponível: a principal fonte utilizada foi a Administração de
Mueda, o livro branco recolhido na direcção Provincial de Agricultura de Cabo
Delgado;
• Recolha directa de informação: embora não tenham sido executados inquéritos
directos e sistemáticos às populações, no âmbito do presente plano, ocorreram duas
importantes formas de levantamento directo de informação que importará destacar
pela significância que tiveram no conjunto de dados utilizados. Tratou-se, por um
lado, de entrevistas aos responsáveis da Administração Pública na Capital
Provincial, Sede do Distrito de Mueda e Posto Administrativo, no qual foram
colocadas questões não só de caracterização do posto, (tendências demográficas,
actividades económicas, equipamentos, infra-estruturas, realizações sociais e
culturais, património cultural existente) como se solicitou também uma referência aos
principais problemas sentidos e a manifestação de aspirações. Por outro lado e
aproveitando os trabalhos de campo realizados para a actualização e referenciação
cartográfica, foram contactadas elementos das populações locais com o objectivo de
se constituir um ficheiro de dados caracterizador dos lugares existentes.

Planta da situação actual

 
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3.3 Estratégias orientadoras do processo de planeamento.


Para além dos objectivos fundamentais, descrevem-se, no relatório a fundamentação das
opções tomadas para a consecução desses objectivos e que, são as seguintes:
• A análise da situação actual do distrito e do posto de Negomano;
• Selecção de áreas por função, com destaque para as zonas de protecção total e
parcial;
• Definição e estruturação dos talhões na zona de expansão;
• Definição das acessibilidades e da mobilidade das populações;
• Perspectivação das dotações de equipamentos e infra-estruturas;
• Coordenação Inter–institucional;
• Optimização dos recursos locais.

4 CENÁRIO PARA DESENVOVIMENTO DA ESTRUTURA TERRITORIAL DE


NEGOMANO-SEDE

A estruturação espacial da localidade de Negomano-Sede, em termos de diferenciação de


usos, funções e formas paisagísticas, é simultaneamente efeito e elemento definidor das
suas características e tendências de evolução, tal como foram abordadas de forma mais ou
menos parcelar na fase da análise da situação actual.

No que se refere aos usos dominantes do solo, desde logo ressalta a coincidência entre as
áreas possuidoras de melhores características para a agricultura (que em geral é, como se
sabe, de entre as actividades rurais, a que detém maior capacidade de fixação de
populações), as áreas minimamente povoadas e aquelas que apresentam melhores
condições orográficas de acessibilidade, tanto entre os seus diferentes lugares como entre
estes e o exterior, sem descurar a evidente vocação do posto como local de administração
da fronteira, para além de se ter em conta o papel que a ponte desempenhará para o rápido
crescimento local.

Quer isto significar que as tendências mais recentes de evolução do território do posto
administrativo e em particular do seu povoamento, encontraram como ponto de partida uma
acentuada diferenciação espacial, decorrente da matriz tradicional de actividades
característica das áreas rurais, nomeadamente no que se refere à distribuição da população
e correspondente densidade.

 
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O carácter isolado da localidade, deficientemente servida em termos de acessibilidade em


relação a outros pontos do distrito de Mueda, aliada à baixa produtividade dos solos,
determinam a baixa densidade populacional e a pouca ligação entre as comunidades locais
com a realidade do país, evidenciando-se por outro lado a evidente influência pós-
fronteiriça, tanto cultural como socialmente.

Um dos principais objectivos formulados na elaboração da proposta para o Plano Geral de


Urbanização de Negomano-Sede é o da estruturação da localidade existente,
reconvertendo-a num centro com vocação de posto fronteiriço de excelência e ponto de
referência para as populações residentes no seu redor.

O alcance desta intenção, efectivar-se-á a partir da organização e articulação de uma


estrutura viária clara, de equipamentos e verdes urbanos, eixos estruturantes e agregativos
de toda a restante ocupação, fundamentalmente a residencial e a destinada aos órgãos de
soberania responsáveis pela gestão fronteiriça.

A abordagem realizada dos resultados do processo de debate para a geração de


alternativas de desenvolvimento da localidade, considerou que o plano determine os seus
eixos estruturantes, através dos quais ela se desenvolve, se estrutura e se organiza. Para
estes eixos estruturantes o PGU estabelece objectivos, a sua inserção e desenvolvimento
espacial, bem como as estratégias de intervenção.

Tendo em conta o contexto, foram definidos eixos estruturantes determinantes para o


crescimento e organização da localidade, com destaque à Ponte da Unidade em torno do
qual se gera o desenvolvimento, a estrutura de acessibilidade e mobilidade que deverá ser
projectada em função da necessidade de prevenir o seu rápido crescimento, o equipamento
de interesse colectivo, as funções terciárias, os canais infra-estruturais bem como o
loteamento da área residencial.

O planeamento sustentável do sistema de acessibilidade bem como a definição dos lugares


centrais da localidade ajudará a definição da localização e adequação de infra-estruturas
públicas, tais como redes de fornecimento de água potável, esgotos, electricidade e outras
fontes de energia e telecomunicações.

A localidade de Negomano-Sede tem actualmente 639 habitantes, numa área cujo


perímetro é indefinido, apresentando uma situação de baixa densidade quando comparada
à média dos aglomerados urbanos do país. Considerando o previsível rápido processo de

 
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urbanização para a zona, o PGU integra uma zona residencial com 500 talhões
destinados à habitação unifamiliar, para além de uma área de reserva para o mesmo fim.

O turismo deve ser outra vertente essencial a considerar no planeamento do futuro da


localidade de Negomano-Sede. A confluência dos rios Lugenda e Rovuma, a paisagem
amena e refrescante bem como a proximidade da reserva são factores atractivos para a
zona, o que induz que o processo de ordenamento do território local contemple também
áreas destinadas à actividade turística.

No âmbito dos temas prioritários para o presente PGU, encontram-se a necessidade da


garantia do equilíbrio ecológico na localidade. São propostas, as áreas não edificáveis,
particularmente as afectas à sua estrutura ecológica, tais como os espaços de
concentrações do verde arbóreo e arbustivo, os cursos, os leitos e os planos de água, as
áreas húmidas e inundáveis, a orla fluvial, etc.

Apesar de os estudos sobre as condicionantes biofísicas do território de Negomano-Sede


terem evidenciado a generalidade da pobreza potencial para a produção agrícola, é
importante ter-se em conta os espaços destinados a esta função, baseados na
consideração de que um número considerável de cidadãos tem aquela prática como a sua
actividade produtiva principal.

Para estas áreas o PGU através do seu regulamento, recorda e recomenda os parâmetros
e normas de condicionamento do seu uso, de modo a apoiar os processos de gestão
municipal desta componente essencial para o desenvolvimento local.

É neste pano de fundo que o presente plano pretende materializar as acções de dotação da
sede do posto administrativo de Negomano, com as infra-estruturas e os equipamentos
básicos exigidos por uma qualidade de vida minimamente condigna.

A distribuição espacial destas instalações, patente na cartografia, evidencia, como seria de


esperar, uma lógica de localização em sintonia com as tendências atrás referidas. Tornam-
se particularmente relevante os seguintes factos:

• A necessidade de prover espaços para as funções de soberania, de modo a que se


operacionalizem com eficiência a circulação de pessoas e bens e, ainda, seus
efeitos;

 
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• A necessidade de garantir a provisão de espaços para o rápido povoamento do


território local, induzido pela existência da ponte da Unidade e eventual consolidação
da acessibilidade a outros centros do país;
• A consideração da possibilidade de geração de alternativas de desenvolvimento
local, garantindo a reserva de áreas para equipamento destinado a actividades
económicas, turísticas, sociais, culturais e desportivas;
• O acautelamento das condições ambientais que a natureza oferece, em especial as
potencialidades florestais, a paisagem e o ecossistema fluvial bem como a reserva
de espaços para a actividade agrícola;
• A importância da rede viária e de transportes, tanto do ponto de vista das
acessibilidades da vila para o exterior dela, bem como a interligação de todos os
espaços interiores;
• Um modelo territorial mais selectivo que promova a racionalização territorial da
oferta em diversos domínios (de que a educação, a saúde, o desporto ou a cultura
são exemplos já anteriormente referidos), com concentração das redes de
equipamentos e serviços em áreas mais restritas e que permita às população
residente nas zonas mais periféricas boas condições de mobilidade.

5 OBJECTIVOS DO PLANO GERAL DE URBANIZAÇÃO DE NEGOMANO-SEDE


De acordo com a lei de ordenamento territorial no seu artigo 43, conjugado com o
respectivo Regulamento constituem objectivos do Plano Geral de Urbanização e/ou do
Plano Parcial de Urbanização:

a) A materialização dos princípios e parâmetros definidos pelos Planos de Estrutura


Urbana, abrangendo escalas e domínios territoriais diversos;
b) A evolução demográfica da população da autarquia local e os modelos de ocupação
do espaço urbano correspondentes;
c) As reservas de espaço para uso público;
d) A dimensão e o esquema geométrico da subdivisão do solo urbano para os diversos
usos;
e) As áreas com valores paisagísticos excepcionais, ou que façam parte do património
cultural a conservar e os princípios a observar para o planeamento das áreas
adjacentes, cujo desenvolvimento possa afectar a conservação daqueles valores;
f) As zonas urbanas a requalificar, dentro do princípio do respeito pela ocupação
existente e da sua progressiva integração no tecido urbano planificado com infra-
estruturas e serviços urbanos essenciais;

 
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g) A estrutura viária geral e local, incluindo os princípios de separação de sistemas de


tráfego, onde e como aplicáveis;
h) A localização das vias-férreas, linhas de alta tensão, aquedutos, sistemas de
drenagem de águas superficiais e de águas usadas e de todo e qualquer outro
sistema ou infra-estrutura para uso público e interesse colectivo;
i) A estrutura e os princípios específicos a usar para a progressiva pedonalização do
tecido urbano nos centros de actividade multi-funcional e nas zonas residenciais;
j) A definição das unidades espaciais que podem ou devem ser objecto de planos
parciais de urbanização ou de pormenor;
k) Os indicadores quantitativos e qualitativos e, ainda, os parâmetros urbanísticos a
utilizar para cada uma das categorias de espaço urbano.

Considerando as especificidades do posto administrativo de Negomano e as


recomendações dos termos de referência são intenções do presente Plano de Urbanização:

a) Dotar o Governo local de um instrumento técnico e legal capaz de orientar e


disciplinar o uso do solo, através de um zoneamento que qualifique o território
em áreas vocacionadas para determinadas actividades de carácter económico,
social e ambiental, respeitando os valores naturais e culturais do território;

b) Definir o modelo de organização e crescimento de novas áreas urbanas e zonas


urbanas a requalificar que podem ou devam ser objecto de planos parciais de
urbanização ou de pormenor;

c) Fazer uma previsão das infra-estruturas, equipamentos e serviços urbanos


essenciais requeridos actualmente e no futuro em base às previsões feitas,
enquadrando a actividade comercial e de fronteira e garantindo o
desenvolvimento espacial das áreas adjacentes;

d) Garantir o controlo das faixas de protecção de fronteira e vias de circulação


rápidas;

e) Garantir protecção dos locais ambientalmente sensíveis e o uso sustentável dos


recursos naturais e propor medidas de protecção ambiental e travagem da
degradação ambiental urbana;

f) Promover formas de participação comunitária e de todos os agentes de


desenvolvimento no planeamento e gestão do uso de solo urbano do posto;

 
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6 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO PLANO GERAL DE URBANIZAÇÃO DE


NEGOMANO-SEDE
O presente PGU tem como seus elementos fundamentais o Regulamento, o Plano de
Zoneamento com a síntese das transformações físico-espacial a operar e a Planta de
Condicionantes com as zonas de protecção parcial e as servidões administrativas. O Plano
é complementado pela Análise da Situação Actual, a Fundamentação das suas Opções
Tomadas e a Planta de Enquadramento.

6.1 O Zoneamento do Território de Negomano-Sede


 

A previsível aceleração da transformação do território de Negomano-Sede, apresenta um


difícil desafio ao ordenamento do território, quer no que respeita à componente de gestão,
quer no âmbito do planeamento físico sustentável desta localidade.

A localidade ocupa (segundo o perímetro proposto pelo PGU), uma área de 17 km2. Destas
são urbanizáveis cerca de 325 ha, estando actualmente ocupadas cerca de 35 ha que
constituem as áreas predominantemente residenciais onde vivem aproximadamente cerca
de 650 habitantes.

Nas Zonas Urbanizáveis, onde a tipologia dominante é a habitacional unifamiliar verificam-


se severas carências em infra-estruturas e equipamento de interesse público. Nestas áreas,
encontram-se áreas por planificar, isto é, áreas carentes tanto da segurança jurídica no seu
uso e aproveitamento como de demarcação e registo no cadastro municipal. Para além
disso, verifica-se o facto de as populações ocuparem áreas afectas à área de protecção da
zona fronteiriça. Esta situação obsta o acesso dos seus utentes às infra-estruturas básicas
tais como redes de distribuição de água e energia, estradas e canais de escoamento de
águas pluviais.

 
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Planta de zoneamento

A totalidade das zonas urbanizáveis são ocupadas por áreas que nunca foram demarcadas,
ocupadas por casas construídas com material local. A ocupação por não ser baseada num
claro processo de planeamento, caracteriza-se pela indefinição do tamanho dos talhões,
tendo em conta o horizonte do plano e a natureza do presente instrumento de ordenamento
territorial, (PGU de Negomano-Sede); a intenção fundamental é a de propor o
desenvolvimento racional e sustentável da localidade, considerando a sua integração no
contexto de zona de atravessamento de fronteiras nacionais determinado pela ponte e a
sua relação privilegiada com dois rios importantes. O exercício de estruturação física da
localidade envolve essencialmente a classificação e categorizarão da função de cada
espaço no território municipal, com a definição da sua utilização bem como as respectivas
normas, índices e parâmetros urbanísticos que guiarão a sua transformação. Pressupõe
ainda, a definição das densidades no que diz respeito ao seu incremento ou manutenção, a
determinação das áreas não urbanizáveis e áreas de protecção total e parcial e, ainda, de
utilidade pública, com a respectiva quantificação e regras de uso, protecção ou restrição.

As áreas destinadas a Zona Predominantemente Residencial proposta ocupam cerca de


140 ha e nelas serão demarcados talhões com dimensões entre 450 e 600 m2. Nestas
zonas para além da habitação que será dominante, serão contempladas áreas para funções
tais como mercado, comércio, verde urbano, actividades educacionais, culturais e
 
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recreativas. O PGU define igualmente áreas para equipamento de interesse colectivo, tais
como, espaço para escolas primárias e secundária, centro de saúde, instituições públicas,
polícia, comunicações etc. O PGU destina para o equipamento de utilização colectiva
cerca de 22 ha.

No ordenamento do território de Negomano-Sede, constitui factor essencial a reserva de


áreas para as actividades de soberania. O Plano propõe para isso zonas destinadas às
tarefas de gestão tributária, dos assuntos de migração e do controle militar da fronteira.

As zonas seleccionadas para o efeito rodeiam a estrada que sai da ponte da Unidade em
direcção ao interior do país. Junto à ponte, no lado esquerdo, encontra-se o posto
alfandegário que ocupa 15 ha de terreno. A área destinada à migração ocupa o lado
contrário do destinado às alfandegas, com cerca de 1,2 ha de área. Do lado direito da
ponte, logo a seguir à área destinada aos serviços de migração, está reservada uma
extensa área para a instalação da unidade militar responsável pela defesa da fronteira.

Igualmente ao redor da estrada que se dirige para a ponte, o PGU define uma área cuja
função é o de armazenagem, sendo tanto cobertas como abertas, cabendo também nela,
a instalação de unidades de processamento industrial e oficinas de reparação. Estas
actividades ocupam em conjunto 28 ha. Inserido nestas áreas devem ser contempladas
zonas destinadas ao parqueamento, bem como a definição de uma área para uma
terminal rodoviária.

Ainda ao longo da estrada como indicado na Planta de Zoneamento, o PGU determina uma
zona reservada à instalação de equipamento destinada a actividades desportivas e
recreativas ocupando cerca de 25 ha. Igualmente ao longo da estrada são reservadas
áreas para a instalação de equipamento turístico, especialmente destinado a servir os
viajantes utilizadores da ponte de Unidade.

Ainda para o Turismo, o PGU estabelece uma área de 31 ha próximo da confluência dos
dois rios, ainda dentro do perímetro da localidade de Negomano, para servir para a
instalação de serviços e equipamentos afins.

 
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Planta de Condicionantes

O PGU contempla diversos Usos Especiais, com destaque para a área destinada à
transferência do Aeródromo com 127 ha. Consta também na Planta de Zoneamento uma
área para o Cemitério da Vila, uma ampliação do actual e que vai ocupar cerca de 5 ha.
Ainda no âmbito dos Usos Especiais está seleccionada uma área destinada ao Aterro
Sanitário como indicado na Planta de Zoneamento que ocupa 2 ha. Estas zonas definidas
como Zonas de Uso Especial devem ser sujeitas a planos de detalhe próprios.

Na definição do zoneamento do PGU, são também consideradas as áreas de edificação


condicionada, restrita ou proibida. Estas áreas são também representadas na Planta de
Condicionantes à mesma escala da Planta de Zoneamento.

Fazem parte deste conjunto as áreas que compõem a Estrutura Ecológica da localidade: as
áreas verdes de recreio e de protecção, as húmidas e inundáveis, as alagáveis, os cursos e
planos de água, bem como as áreas de forte inclinação e sujeitas à erosão. Outras áreas
cuja edificação é condicionada são o conjunto de zonas de protecção parcial ou restrições
de utilidade pública, onde se destacam as áreas de protecção às redes de distribuição de
energia eléctrica, à marcos geodésicos, à instalações militares, e ainda, à protecção de vias
rodoviária, da orla fluvial e da fronteira.

 
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Constituem parte das zonas condicionadas, as áreas destinadas à actividade agrícola,


importantes para o equilíbrio da funcionalidade e subsistência das populações da
localidade. Esta área situa-se essencialmente na margem direita da localidade e ocupa
cerca de 300 há.

As áreas que constituem as zonas de protecção parcial com restrições de utilidade pública
constantes na Planta de Condicionantes, têm como objectivo a segurança dos cidadãos, o
funcionamento e ampliação das infra-estruturas e equipamentos, o enquadramento do
Património Cultural e Ambiental, e ainda, a execução de infra-estruturas programadas ou já
em fase de projecto. Tendo em conta a importância do Património Histórico local, a Planta
de Zoneamento assinala o Cemitério onde estão enterrados combatentes da luta armada de
libertação nacional, área que deve ser proposta para classificação como monumento
histórico.

A Planta de Zoneamento do PGU considera também o desenvolvimento do sistema de


mobilidade e acessibilidade no município, propondo o sistema rodoviário estruturante, bem
como a sua relação com o sistema fluvial.

6.2 O Balanço de Áreas

Balanço de Áreas do Plano Geral de Urbanização Negomano-Sede

Designação Área de Terreno (m2)

Perímetro Urbano 17.000.000

Área Residencial Existente 150.000

Área Residencial Proposta 1.400.000

Área de Equipamento de Utilização Colectiva Existente 50.000

Área de Equipamento de Utilização Colectiva Proposto 170.000

Área Industrial, Armazenagem e Reparações 280.000

Área para Actividade Turística 310.000

Área para Actividades Desportivas 245.000

Área para Alfandegas 150.000

Área para Migração 12.000

Área para Instalações da Guarda Fronteira 380.000

Área para o Aeródromo 300.000

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 
Área para o Terminal de Transportes Rodoviários 40.000

Área para o Cemitério 28.000

Área para o Aterro Sanitário 2.000

Área para Actividade Agrícola 3.000.000

Área para Actividade Florestal 5.000.000

7 Perímetro Urbano - Áreas de Uso Residencial Predominante

7.1 Zona Urbanizável

Considera-se Espaço Urbanizável, o espaço incluído no perímetro urbano da Vila de


Negomano-Sede e delimitado na Planta de Zoneamento, susceptível de se transformar em
Espaço Urbano. Os Espaços Urbanizáveis são caracterizados por carecerem de infra-
estruturas urbanas completas e, uma parte considerável delas, serem de ocupação não
planeada. As áreas de predominância habitacional em Negomano-Sede incluir-se-ão nesta
Classe. São objectivos do PGU para os Espaços Urbanizáveis:

• A contenção do alastramento urbano desordenado, incoerente e de expressão


urbanística desqualificada;
• A definição rigorosa e as escalas melhor adequadas dos perímetros urbanos;
• A constituição de zonas de protecção, controlo do impacto ambiental e de
amortização, sobre a paisagem envolvente;
• A redução das acções prejudiciais às zonas sensíveis circundantes;
• A satisfação gradual das dotações em equipamentos para toda a área territorial,
incorporando os espaços urbanos aquando da sua programação;
• A criação de espaços verdes de dimensão adequada, integrando-se aí
preferencialmente os solos de baixas aluvionares;
• A qualificação séria dos traçados do sistema viário, face à emergência da
articulação com os traçados interurbanos de expressão distrital, provincial e
nacional.

Nos Espaços Urbanizáveis, os Parâmetros e Índices Urbanísticos a observar nas áreas


destinadas predominantemente ao uso habitacional, são os que constam do Regulamento
do presente PGU, em função das tipologias de aglomerações verificadas na localidade.

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

Estes índices deverão ser observados pelos Planos de Pormenor e de Loteamento que
serão elaborados durante a Vigência deste Plano.

8 Regras e Operações Urbanísticas para as Áreas do PGU de Negomano-Sede

8.1 Zonas residenciais propostas


 
O PGU de Negomano-Sede seleccionou áreas na zona para além de um quilómetro da
fronteira fluvial, actualmente não construídas, cobertas com vegetação arbórea dispersa,
localizadas junto ao arruamento existente, para serem reconvertidas de modo a acolherem
predominantemente habitação unifamiliar, preservando baixas densidades de ocupação.

Estas áreas devem ser objecto de intervenções de regularização urbanística, fundiária e de


provimento de infra-estruturas e equipamento de interesse colectivo que permitam fornecer
melhor qualidade de vida aos seus utentes.

O seu desenvolvimento deverá ser baseado nas seguintes regras urbanísticas:

A definição do tamanho dos lotes deve ter em conta que nela serão implantados
especialmente edifícios unifamiliares, daí ser necessário considerar uma dimensão mínima
de 600 m2 por cada um. O coeficiente de implantação do edificado deve ser igual ou inferior
a 0,25 e o coeficiente de ocupação deve ser no máximo de 0,5, sendo que o de
impermeabilização deve ter como máximo 0,5. Os afastamentos devem ser de 3 metros
frontal e os laterais também de 3 metros. A cércea terá um máximo de 7 metros.

A tipologia funcional dominante deve continuar a ser a habitacional de baixa densidade.


Estas áreas devem ser servidas por equipamento de interesse colectivo, comércio, serviços
e devem ser reservadas cerca de 15% da área para o verde urbano.

Considerando a zona habitacional existente, zona correspondente a uma área cujo regime
de uso, ocupação e transformação do solo é actualmente constituído por casas dispersas
de material precário, sem regularização urbanística nem fundiária, carente de infra-
estruturas de qualquer tipo, ela deverá ser objecto de operações de melhoramento,
baseadas essencialmente nas seguintes operações:

• Regularização Urbanística – Desenho da Planta de Implantação, da Planta de


Condicionantes e elaboração do Relatório respectivo (Plano de Pormenor -
PP). Estudo da forma de realizar o ordenamento das áreas já ocupadas de

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

forma não planeada, refazendo o loteamento num processo baseado na


participação interessada dos utentes;
• Dotação de Infra-estruturas - Abertura ou redimensionamento de arruamentos.
Estudo das possibilidades de acesso à futura rede pública de abastecimento
de água potável e, na sua impossibilidade, tendo como alternativa um plano de
furos e organização de uma rede interna. Acções para o escorrimento de
águas pluviais devem ser programadas nos PP.
• Regularização Fundiária - A regularização da estrutura física do bairro onde se
integram as áreas não planificadas deverá ser acompanhada de
Regularização Fundiária e Endereçamento;
• Equipamento de Interesse Colectivo – O Plano de Pormenor (PP) deverá
considerar a organização de área destinada ao Comércio, especialmente
àquelas destinadas ao mercado;
• Verde Urbano – Na planificação de acções a serem implementadas nos
bairros, é fundamental a previsão de áreas destinadas ao lazer e recreio, bem
como espaços abertos destinadas a reuniões, onde a ocupação do solo é
predominantemente verde.

8.2 Zona para Equipamento de Interesse Colectivo


 

Os equipamentos existentes no perímetro urbano encontram-se assinalados na Planta de


Zoneamento, devem na medida do possível serem transferidos para novas zonas de
ocupação inscritas na Planta de Zoneamento.

Os equipamentos propostos correspondem aos novos equipamentos conforme assinalados


na Planta de Zoneamento. Para a sede do posto administrativo devem ser reservados 6000
m2, para o posto policial, agência bancária, comunicações e área para reuniões públicas
cerca de 4000 m2. O Centro de Saúde e farmácia terão de área 1000 m2. O Mercado vai
ocupar cerca de 4000 m2 e o centro comunitário com restauração e cultura também 4000
m2.

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

Para a função educacional devem ser reservados 28.000 m2 como indicado na Planta de
zoneamento e para as actividades desportivas são reservados 25 ha. Praças e jardins
devem ocupar no mínimo meio hectare.

Os espaços urbanizáveis, regulados anteriormente, compreendem categorias de espaços


de equipamento, caracterizadas como áreas na maior parte não existentes e previstas de
dimensão relevante, para utilização colectiva, de iniciativa pública ou privada, destinadas ao
apoio educacional, religioso, desportivo, cultural e recreativo, turístico, social, de carácter
sanitário, segurança, abastecimento de combustíveis e de protecção civil.

Estas áreas destinam-se à localização de equipamentos de interesse público ou colectivo,


de iniciativa pública ou privada. Incluem-se no conceito de equipamento, entre outros, os
serviços públicos, os empreendimentos turísticos, os estabelecimentos de restauração e de
bebidas e, ainda, postos de abastecimento de combustíveis.

A localidade de Negomano-Sede não possui actualmente, nas suas áreas urbanizáveis,


uma distribuição equilibrada de equipamento, especialmente aquele de interesse público e
colectivo destinado a funções sociais e recreativas tal como escolas, hospitais, parques
recreativos, campos desportivos dentre outros.

Para além das indicações inscritas anteriormente, no referente às áreas urbanizáveis, o


PGU propõe novas áreas onde o uso predominante é o do equipamento de interesse
colectivo. Tendo em conta a demanda cada vez mais premente em espaço de equipamento
de interesse público, foram seleccionadas áreas destinadas ao equipamento social, para
funções tais como equipamento desportivo e recreativo.

A área de equipamento delimitada, na planta de ordenamento, destina-se


predominantemente a equipamentos colectivos e serviços da administração pública. Trata-
se de novos equipamentos de nível local.

A ocupação das Áreas de Equipamentos de Interesse Colectivo deve ser objecto de Plano
de Pormenor ou de Projecto Urbano sujeitas às seguintes condições:

• Podem incluir outros usos, desde que estes não ocupem mais de 20% da área
delimitada na Planta de Zoneamento;

• 30% Da superfície total do terreno deve ser destinado a áreas verdes ou áreas
permeáveis;

• O Coeficiente de Afectação do Solo (CAS) deve ser no máximo de 0,6;

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

O PEUCM propõe, uma área destinada a actividades desportivas e recreativas.


Esta área que ocupa 25 ha poderá acolher complexos desportivos, campos de golf,
autódromos, estádio local etc., cuja concretização poderá ser da iniciativa do sector
privado.

A ocupação das Áreas para Actividades Desportivas deve ser objecto de Plano de
Pormenor ou de Projecto Urbano a ser realizado com base nas indicações do PGU.

Área para equipamento de utilização colectiva 

Função Área de % De área de


Terreno Construção

Sede do Posto Administrativo 600 25

Posto Policial 600 25

Agencia Bancária 600 25

Comunicações 600 25

Praça de reuniões 2.000 0

Posto de Saúde/Farmácia 600 25

Mercado 4.000 40

Lojas/artesanato 2.400 30

Centro Comunitário 1.200 25

Restaurante/Café 600 25

Creche/jardim infantil 600 25

Escola Primária EPC 8.000 25

Escola Secundária c/internato 20.000 25

Áreas verdes Parque e Jardim 4.000 -

Área desportiva 150.000 10

8.3 Zona para Equipamentos para Usos Especiais


 

Constam nesta designação equipamentos tais como aeródromo, cemitério, lixeira,


equipamento de uso militar e de segurança nacional, pública ou fronteiriça etc. Devem ser
 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

reservados espaços para a provisão destes equipamentos, tal como assinalado nas plantas
de zoneamento e de condicionantes. Para o cemitério são necessários cerca de 5 ha, para
o aterro sanitário cerca de 2 ha e para o aeródromo 127 ha.

No âmbito dos equipamentos especiais constam os de carácter militar e paramilitar. Assim


para as alfândegas estão destinados 15 ha, para a migração 3 ha e para a guarda-
fronteira também 38 ha. Estas Instituições para além das áreas destinadas às suas
instalações, são responsáveis pela gestão da faixa de protecção parcial ao longo da faixa
da fronteira fluvial.

8.4 Zona para Actividades Industriais

A Vila de Negomano-Sede pode ser dentro do contexto provincial um dos locais onde o
sector industrial provincial se pode desenvolver com mais vigor. O facto de ela ter
igualmente uma sólida vocação residencial, afasta o incremento da actividade industrial
principalmente daquela nociva ao ambiente e incompatível com a função habitacional. Não
obstante esta constatação, o PGU propõe a selecção de áreas vocacionadas para a
instalação de actividades industriais e de armazenagem, bem como de depósitos, parques
de sucata e oficinas de reparação.

O dinâmico sector da madeira que dinamiza a economia inter-fronteiriça precisa de espaços


definidos para o seu armazenamento e controle. Esta função pode ser exercida pela
alfândega e pelo sector privado, daí a necessidade de amplo espaço para o
acondicionamento de toros de madeira e áreas para a transformação e tratamento dos
mesmos. O PGU reserva para o efeito 28 ha de terreno. Para além desta actividade
actualmente óbvia, outros interesses no sector industrial são potenciais no local.

As Indústrias a estabelecer nesta zona devem ser as compatíveis com a função residencial,
isto é que não dêem lugar a ruídos, cheiros, fumos, resíduos ou quaisquer outros
incómodos; não perturbem as condições de trânsito automóvel ou pedonal, quer pelo
volume de tráfego gerado, quer por acções de acesso, estacionamento, cargas ou
descargas, assim como pela excessiva concentração de actividades que acarretam; não
constituam risco de incêndio, toxicidade ou explosão, comprometendo a segurança de
pessoas e bens.

A área proposta deverá ser objecto de Plano de Pormenor submetido ao PGU.

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

Dentro dos espaços industriais distinguem-se as seguintes categorias identificadas na


Planta de Ordenamento:

• Área para oficinas e armazenagem;


• Área para indústrias.

Os espaços industriais destinam-se à localização predominante de actividades industriais e


de armazenagem, podendo admitir-se a instalação de outras actividades, nomeadamente
comerciais, de equipamento e de serviços, de apoio à actividade industrial e de
armazenagem, bem como depósitos de sucata. Excepcionalmente, admite-se nestes
espaços, a localização de equipamentos de interesse público.

Nas operações de loteamento urbano de carácter industrial e de armazenagem, os


arruamentos terão uma largura mínima de 8 metros e 1,5 metros de passeio. Admite-se
porém o uso de dimensões inferiores às aqui previstas nos arruamentos e passeios que
possam considerar-se de importância secundária.

Cada lote ou fracção destinada à indústria ou armazenagem deverá, dentro dos seus
limites, garantir o número de lugares de estacionamento suficiente para responder às suas
próprias necessidades, no mínimo de 1 lugar de estacionamento por cada 200 m² de área
bruta de construção.

Não serão permitidas operações de carga e descarga na via pública, pelo que cada lote
deverá dispor, dentro dos seus limites, de espaço destinado a esse fim.

A geminação de edifícios industriais será apenas permitida quando a fachada conjunta


resultante não exceder os 100 m.

A cércea máxima permitida será de 7 m a contar do nível da soleira e medida no seu ponto
mais desfavorável. Exceptuam-se as construções especiais devidamente justificadas pelas
suas condições de laboração.

O processo de licenciamento incluirá obrigatoriamente estudo de tratamento do espaço


exterior do lote, indicando claramente os locais de acesso, cargas e descargas,
estacionamento, depósito ao ar livre e áreas de arborização.

Os espaços industriais referidos anteriormente, estando preferencialmente vocacionados


para a instalação de unidades industriais, destinam-se, também, às instalações de
armazenagem, oficinas de reparação bem como de outros serviços de apoio à actividade
industrial.

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

1. As condições de ocupação do solo e de instalação de unidades empresariais nas


zonas industriais, a verificar pelos projectos a apresentar à administração do Distrito,
são estabelecidos pelo regulamento das respectivas zonas.
2. A ocupação dos espaços industriais será regulamentada por Plano de Pormenor ou
de loteamento.
3. O licenciamento de novas unidades industriais em loteamento municipal deverá
obedecer aos seguintes parâmetros e condicionantes:
a. Índice de utilizações líquido - máximo 0.40;
b. Superfície não impermeabilizada - mínimo 50%;
c. Índice volumétrico COS - máximo 3m³/m²;
d. Área de estacionamento - 1lugar/100m² área construída;
e. Afastamento das edificações aos limites posteriores e laterais do lote -
mínimo 5 metros;
f. Afastamento das edificações ao limite frontal do lote - mínimo 10 metros;
g. Ligação ao sistema de abastecimento de água e de drenagem e tratamento
de águas residuais do posto.

8.5 Zona para Actividades Agrícolas.

Apesar dos estudos realizados para a elaboração do PGU terem constatado o fraco
potencial para a produção agrícola na generalidade do território local, o facto de ainda a
maior parte dos cidadãos se dedicarem àquela actividade, ficou evidente a necessidade de
reservarem-se áreas para a agricultura. Assim, grande parte da área localizada na periferia
da vila reserva-se à produção agrícola.

O espaço para actividade agrícola que ocupa cerca de 300 ha possui características
agrícolas e, como tal, destinam-se preponderantemente a esta actividade.

A edificabilidade em solos integrados nesta categoria de espaços só é permitida desde que


devidamente justificada, sendo garantidas as condições ambientais e paisagísticas de
integração na envolvente e desde que se destinem aos seguintes fins:

• Apoio agrícola da exploração;


• Apoio habitacional do proprietário ou responsável da exploração;
• Vias de comunicação, equipamentos e infra-estruturas de interesse público;

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

• Apoio à transformação, embalagem ou comercialização dos produtos agrícolas


da respectiva exploração;
• Equipamentos de iniciativa privada destinados à instalação de unidades
hoteleiras ou similares de hotelaria;
• Ampliação de construções existentes, desde que se destinem a apoio agrícola
da exploração;
• Ampliação ou remodelação das construções existentes, quando se destinem a
habitação própria e exclusiva do proprietário ou responsável da exploração;

Nos espaços agrícolas são proibidas, sem prévia licença da Administração Distrital, todas
as práticas de destruição do revestimento vegetal, que não tenham fins agrícolas, bem
como movimentações de terras que alterem o relevo natural e as camadas superficiais do
solo.

8.6 Zona Afecta a Estrutura Ecológica

Espaço Afecto a Estrutura Ecológica na Localidade de Negomano-Sede é constituída por


um conjunto de espaços verdes, tanto quanto possível contínuos e interligados, integrados
no espaço urbano, com o fim de assegurar as funções dos sistemas biológicos, o controlo
dos escoamentos hídricos e atmosféricos, o conforto bio-climático e a qualidade do espaço
urbano através da integração dos espaços verdes e, ainda, as condições para o uso de
espaços adequados ao recreio e lazer da população.

Fazem também parte da estrutura ecológica no Negomano-sede as zonas ribeirinhas,


águas interiores e áreas de infiltração máxima, que integram os leitos dos cursos de água,
áreas ameaçadas pelas cheias, as cabeceiras de linhas de água, as áreas de máxima
infiltração e as zonas declivosas, que integram áreas com risco de erosão;

A Estrutura Ecológica Urbana é constituída pelos seguintes sistemas:

Sistema Húmido que integra áreas correspondentes a linhas de drenagem pluvial existentes
a céu aberto, subterrâneas e áreas adjacentes, bacias de recepção das águas pluviais,
lagos e charcos.

Sistema seco que integra áreas com declives superiores a 30%, elementos de
compartimentação da paisagem rural, áreas de prados de sequeiro de ocupação
condicionada e maciços de vegetação representativa.

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

Corredores que integram faixas de protecção às vias assim como os arruamentos


arborizados ou a arborizar.

Os usos preferenciais para os sistemas que integram a Estrutura Ecológica são os


seguintes:

• No sistema Húmido os usos preferenciais a instalar são os de espaços verdes


de grande utilização, nomeadamente jardins e parques urbanos. A
implantação de superfícies de água, tanto de concepção naturalizada como
formal é, aqui, particularmente adequada. Quando estas áreas se localizem
nas faixas adjacentes às vias, assumirão a função de integração paisagística
das mesmas;
• No Sistema seco os usos preferenciais a instalar são os de espaço verde de
média e baixa utilização e de integração de vias ou de edifícios. Nos casos em
que existam explorações agrícolas em funcionamento, estas devem ser
mantidas e, quando possível, evoluírem para sistemas equivalentes de
utilização colectiva;
• Nos corredores admitem-se todos os usos compatíveis com as infra-estruturas
a que estão afectas e aos espaços públicos urbanos, devendo as faixas
arborizadas ser mantidas, estabelecendo ligações entre os sistemas húmido e
seco por forma a assegurar a continuidade biológica.

8.7 Zona de Actividades Florestais

As áreas florestais são compostas por formações arbóreas de elevado interesse ambiental
e paisagístico, com funções de protecção ou usos de produção compatíveis.

São objectivos prioritários de ordenamento a conservação dos recursos e a valorização


ambiental das áreas integradas nesta categoria de espaço, tendo em conta o interesse
comunitário bem como o nacional. As áreas florestais identificadas na zona ultrapassam o
perímetro da localidade e são importantes para o ecossistema local. Assim, o PGU
regulamenta os seus limites e elabora a sua regulamentação. Por isso são interditas as
seguintes actividades:

• Construção de quaisquer edificações, com excepção de equipamentos


públicos de interesse ambiental;

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

• Abertura de caminhos, excepto os estritamente necessários para a actividade


agro-florestal, percursos de descoberta da natureza e acesso a equipamentos
públicos de interesse ambiental, em ambos os casos mediante aprovação das
entidades competentes;
• Melhoria dos caminhos existentes, excepto os estritamente necessários para a
actividade agro-florestal, percursos de descoberta da natureza e acesso a
equipamentos públicos de interesse ambiental, habitação e turismo em espaço
rural, em todos os casos mediante aprovação das entidades competentes;
• A introdução de novos povoamentos de eucaliptos e outras espécies de
crescimento rápido, explorados em revoluções curtas.

Nesta categoria de espaço, constitui actividade condicionada a introdução ou expansão de


taxas animais ou vegetais de reconhecido ou potencial carácter invasor ou infestante,
atendendo à legislação nacional e normas internacionais que regulamentam a utilização de
espécies não indígenas.

As técnicas florestais a adoptar nestas áreas devem assegurar a estabilidade biofísica,


mediante a implementação de planos de gestão.

8.8 Áreas Canais para Infra-Estruturas

As infra-estruturas a realizar na localidade Negomano-sede, assinaladas nas respectivas


plantas, são as de infra-estruturas de tratamento, acondicionamento e abastecimento de
água, infra-estruturas de saneamento básico, infra-estruturas de águas pluviais e infra-
estruturas viárias. São ainda necessárias as seguintes infra-estruturas na PGU de
Negomano-sede: Infra-estruturas eléctricas, infra-estruturas de recolha de resíduos e infra-
estruturas de telecomunicações.

As infra-estruturas de captação, tratamento acondicionamento e abastecimento de água


deverão ser objecto de planeamento e mapeamento da rede abastecimento de água
potável, da definição e mapeamentos dos furos e poços necessários ao abastecimento de
água local e da monitorização e manutenção da rede. A proximidade do rio favorece a
instalação de sistema de captação organizado em sua função. Enquanto essa solução não
for operacionada a alternativa serão os poços e furos cujo estudo não foi contemplado no
presente PGU.

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

O presente PGU propõe o percurso provável de uma futura rede, baseada na captação da
água de um dos rios circundantes da vila, rede esta que acompanha o traçado da rede
viária proposta.

As infra-estruturas de saneamento básico devem ser objecto de definição e mapeamento da


rede ao longo das vias de circulação, da identificação e ajustamento das condutas de águas
residuais bem como a rede de águas pluviais e possíveis descargas existentes para os rios
e, ainda, da monitorização e manutenção da rede. As infra-estruturas eléctricas devem ser
objecto de sua definição e mapeamento posterior.

8.9 Áreas Canais para a Rede Viária

As infra-estruturas viárias devem ser objecto de intervenções, para a sua pavimentação,


perfilamento (redefinição de perfis), pedonalização, reabilitação e manutenção de
arruamentos existentes. Processos de pavimentação de vias de acesso, sobretudo nas
consideradas de distribuição e colectoras devem merecer prioridade.

O enquadramento regional da Vila-sede de Negomano coloca-o na rota para ligação de


Mueda e as urbes fronteiriças da Tanzânia e vice-versa. Tal posicionamento geográfico
propicia a vila-sede a eleger ligações de transporte com estas zonas potenciais de destino e
de partida, por se entender que a ela poderá ser um dos destinos de chegada ou de partida
e que muitos dos seus residentes poderão constituir parte integrante do conjunto dos que
chegam ou dos que se deslocam para estas áreas circunvizinhas.

Atendendo às funções que cada elemento de uma rede viária desempenha, as vias da vila
de Negomano-Sede podem classificar-se e estruturar-se hierarquicamente da seguinte
forma:
• Rede Viária Distribuidora Principal, que tem como funções o atravessamento e
acesso à vila e assegurar ligações urbanas estruturantes; estas características
encontram-se na estrada nacional que para além de conduzir o fluxo rodoviário para
além fronteiras, através da ponte da Unidade, liga a vila de Negomano-Sede ao
país, particularmente na sua virtual ligação com a vila de Mueda, sede do distrito.
Esta estrada tem também a particularidade de dividir a Vila de Negomano-Sede em
duas partes.

• Rede Viária Distribuidora Secundária, que inclui as vias distribuidoras que


asseguram a distribuição e colecta de tráfego da rede local para a rede primária;
 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

Possui esta qualidade a estrada que actualmente parte da estrada Nacional de


acesso à ponte, atravessa a zona de produção agrícola e a zona habitacional
proposta e desemboca na actual zona de utilização colectiva, exactamente onde se
situa a casa do administrador do posto. Também terão esta característica as vias
que conduzirão o tráfego até à zona turística ao longo do rio, bem como as vias que
separam a via militar da zona industrial e via que liga a estrada nacional ao
aeródromo local.

• Rede Secundária de Acesso Local que inclui as vias de acesso local que
asseguram predominantemente funções de acesso local à rede de actividades e
funções urbanas, integrando ruas com utilização distinta e partilhada por veículos e
peões; Inclui todo o conjunto de vias estruturantes da zona urbanizável, da zona
turística e da industrial.

A existência da ponte da Unidade privilegia a localização de uma Terminal Rodoviária para


absorver todo o movimento rodoviário oriundo da província, a partir da provável futura
estrada de ligação à Mueda. A estratégia para a formalização deste elemento de apoio aos
transportes passa pela definição no PGU de espaço adequado que facilite as operações de
carga e de descarga de mercadorias, sem perturbações ao tráfego circundante. Na Planta
de Zoneamento está representada a área destinada à terminal.

9. Plano de execução proposto

A organização e o modelo de gestão a propor caberá às autoridades do distrito


assessoradas pelo governo provincial através da Direcção Provincial de Coordenação da
Acção Ambiental que deverá definir, no âmbito das suas competências e de forma
adequada à sua realidade económica e política, o calendário e os procedimentos de
execução do Plano de Urbanização.

O presente Plano pressupõe que só serão licenciadas ou autorizadas operações


urbanísticas ou obras de edificação, na sequência da aprovação de plano de pormenor ou,
supletivamente, de operação de loteamento conjunta, garantindo-se desta forma maior
justiça na distribuição de benefícios e encargos inerentes ao processo de urbanização e
edificação, bem como um crescimento urbano mais qualificado e ordenado, com a
necessária reserva de solo urbano para a construção de equipamentos de utilização
colectiva e espaços públicos, com dimensão e qualidade adequada às funções de estadia,
recreio e lazer.
 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

Tendo em conta o contexto da necessária dinâmica urbanística que se faz necessária


localmente, bem como a grande dependência deste ciclo de crescimento económico e
urbano em relação a importantes investimentos públicos e privados, a serem realizados
sobretudo em infra-estruturas de transporte, o esforço de planeamento realizado em sede
de instrumento de gestão territorial deve concentrar-se predominantemente na definição de
objectivos, estratégias e identificação de prioridades de intervenção, aqui designadas por
projectos estratégicos.

As tarefas de programação física e financeira, bem como a definição das estruturas de


gestão e parcerias a estabelecer devem ser desenvolvidas no âmbito das actividades do
distrito e dos seus serviços técnicos, sob pena de se produzir programação de projectos e
acções desfasadas da realidade financeira e política local, bem como dos parceiros e
recursos externos que em cada momento seja possível mobilizar para a concretização dos
projectos estratégicos.

Assim, os projectos considerados estratégicos no âmbito deste plano que se deverão


reflectir nas grandes opções do plano e no plano plurianual de investimentos do Município
de Negomano-Sede são:

Elaboração de Plano de Pormenor da zona urbanizável (Zeh e Zuc), proposta na margem


esquerda da estrada de ligação à ponte da Unidade. Este plano deve ser seguido das
execuções das operações urbanísticas conducentes à concretização do loteamento,
respondendo às regras e parâmetros urbanísticos definidos no PGU. Para além da definição
dos lotes para residências, é essencial determinar os espaços destinados a cada
equipamento de utilização colectiva, com prioridade da área para a unidade sanitária e
mercado local.

Implementação de operações urbanísticas de loteamento das áreas destinadas para as


entidades de soberania, para a zona industrial, terminal de transportes rodoviários e zona
desportiva.

Elaboração do projecto de adequação da via de distribuição secundária, incluindo o


prolongamento para a zona turística ao longo do rio Lugenda, apurando os procedimentos,
prazos e investimento necessários para a sua concretização.

 
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PGU NEGOMANO-SEDE
 

Realização de estudos que conduzam à definição do projecto de dotação da vila de infra-


estruturas para o abastecimento de água potável, de saneamento do meio e drenagem
efluentes domésticos e pluviais.

Elaboração do plano de melhoramento da zona residencial existente, com operações de


regularização urbanística e fundiária e dotação de infra-estruturas básicas especialmente as
de circulação e abastecimento de água.

 
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