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A Mãe Divina

Texto de Mirtzi Lima Ribeiro


Publicado em: https://pt.scribd.com

Quando se retrata Maria ou Nossa Senhora como ícone de devoção, estamos evidenciando um
SÍMBOLO.
Símbolo de todos os aspectos relacionados ao FEMININO: à criação, à Terra, à qualidade de acolher, de
ser receptivo e de ser inclusivo. É o útero da criação, o Santo Graal dos Templários, é a Sabedoria
(Sophia) dos iluminados, é Diana a caçadora que luta para dar alimento aos seus.
A tríade “Diana” (deusa da caça, romana e grega), “Maria” (mãe de Jesus e Nossa Senhora), e, “Sophia”
(a sabedoria para os gregos), retrata os aspectos: luta, maternidade e sabedoria, atributos inerentes ao
elemento feminino, em suas várias gradações desde a materialidade, passando pelo campo emocional
do amor materno, até a sofisticação do ensinamento que está no campo mental e espiritual.
Segundo estudos da Cabala, o número 01 (UM) é sempre atribuído ao elemento masculino e está nos
Céus e o 02 (DOIS) ao feminino e está como seu espelho na Terra. Assim como a lua é associada ao
feminino e o sol ao masculino.
O caos é o elemento masculino, etéreo, do Céu, que é o Cosmos e aquilo que é imaterial. A ordem, por
sua vez, é o elemento feminino, organizador da natureza, da Terra e aquilo que é material.
Deus, em seu domínio, seria uma figura rarefeita, de alto potencial de energia inteligente. Para consolidar
a sua “criação”, Ele teria que se desdobrar, tornando-se menos rarefeito, cuja Ação Divina seria retratada
através do Espírito Infinito, que por sua vez, se densificaria ou personificaria até ser compreendido por
nós enquanto Espírito Santo ou Presença Divina.
Essa ‘presença’ teria se materializado através das línguas de fogo em Pentecostes, sobre a cabeça dos
discípulos mais próximos a Cristo, e, sua energia catalisou os processos de profetizar, curar, falar em
vários idiomas com a finalidade de levar ensinamento aos estrangeiros que estavam na localidade.
Esse Aspecto Criador e de Comunicação é associado à qualidade do Feminino Divino.
“O Livro de Urantia” – que foi organizado, compilado e certificado entre 1925 até 1955, cuja edição ficou
a cargo da Fundação Urantia, sob direitos internacionais, em 12 de outubro de 1955 –, trata da descrição
dos Mundos Superiores e Imateriais, da criação dos Universos e em particular, discorre sobre toda a
história da Terra até a auto-outorga do Cristo, através de sua crucificação. Nesse livro, logo no início, há
a seguinte referência:
“Se desejais, verdadeiramente, encontrar Deus, não podeis deixar de ter nas vossas mentes a
CONSCIÊNCIA do SUPREMO. Como DEUS é o vosso PAI DIVINO, também o SUPREMO é a VOSSA
MÃE DIVINA, em quem sois nutridos durante as vossas vidas, como criaturas do universo” (O Livro de
Urantia, 117:6.2)
Nesse mesmo diapasão, na Bíblia, no livro de Gênesis, está registrado: “E criou DEUS o HOMEM à SUA
IMAGEM; À IMAGEM de DEUS o CRIOU; HOMEM e MULHER os CRIOU” (Gênesis 1:27).
Ratificando esse aspecto, o livro de Marcos 10:6 (Bíblia, Novo Testamento), é mencionado sobre a
criação do ser humano, que “... desde o princípio da CRIAÇÃO, DEUS os FEZ MACHO e FÊMEA”
(Marcos 10:6).
Logo, o conceito sobre a Mãe Divina, tem sido ensinado através do SÍMBOLO associado às várias
manifestações e divindades femininas: Adi Shakti (sânscrito: Mãe da Criação), Kali (hindu: Mãe Natureza),
Ma’at (egípcio: Poder da Ordem), Kuan Yin (chinês: Bodsatva da Compaixão), Imma Ilaah (Mãe
Suprema), Theotokos (grego: Mãe de Deus), Gaia (grego: Terra), Pachamama (pacha: Mãe do Planeta
ou do Cosmo), e outros milhares de nomenclaturas atribuídas ao elemento feminino da criação, da ordem
e do equilíbrio.
Quando se retrata a Virgem Maria através de seus vários atributos, a exemplo de Rainha dos Céus
(Regina Caelorum) e Rainha da Paz (Regina Pacis), entre outros inúmeros títulos, epítetos, invocações
e nomes poéticos, estamos invocando a energia intrínseca da Mãe Divina, a quem ela representa.
Uma vez que a consciência humana é muito limitada, só pode ser ensinada através de símbolos, que
estão no campo do inconsciente coletivo.
Desse modo, começamos a compreender o EQUILÍBRIO e a UNIDADE entre as energias Masculina e
Feminina, apesar de toda a opressão sobre as mulheres, representantes natas da energia feminina, e,
portanto, da Mãe Divina, que gera, acolhe, nutre, alimenta, faz crescer, AMA, dá ordem a todas as coisas
e equilibra todas as coisas.

(Obs.: Estamos aqui tratando de ENERGIA ou POLARIDADE masculina e feminina, subjacentes a cada um de nós,
seja qual for a opção sexual adotada. Cada pessoa precisa equilibrar em si mesmo esses dois aspectos da energia).

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