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Símbolos em Mensagem

O Mar

O mar simboliza a transformação e o dinamismo, vinculado ao movimento


das sua águas, representando ainda a liberdade de movimento.

O mar em Mensagem também simboliza um veiculo para a descoberta do


ser humano, tanto exterior como interiormente, sendo que este pode
ainda representar o ciclo vital, a vida e a morte, é no mar que as ondas
“nascem” e “morrem”.

Em Mensagem, o mar comporta para além de algo físico e material, algo


espiritual, este permitiu a evolução do conhecimento e a descoberta do
Mundo e do ser humano.

As Ondas

As ondas representa a passividade e a inércia uma vez que estas não se


deslocam por vontade própria uma vez que são arrastadas por uma força
superior às mesmas.

Em Mensagem as ondas simbolizam o inconsciente humano, já que este,


tal como as ondas, pode ser movido por uma força superior.

A Terra

Em Mensagem, a Terra é vista como um ponto de partida e ao mesmo


tempo um ponto de chegada, ou seja, o ser humano explora o mar com o
objetivo de encontrar novas terras, sendo portanto uma recompensa,
para além da terra que se pretende descobrir, temos também a terra que
é a identidade do indivíduo, ou seja, o seu lar e portanto o local de onde
partiu.

Por outro lado, em Mensagem, a Terra é vista como um espelho do Céu e,


portanto um paraíso mítico.
A Ilha

Em Mensagem, a ilha assume um papel de recompensa, tal como a Terra,


assume a função de um local de descanso idílico que é bastante difícil de
alcançar.

Caracteriza-se por se assemelhar ao Jardim do Edén, algo distante e


sagrado, ou seja, um centro espiritual que é alcançado através da viagem
interior.

O Campo

O Campo representa simbolicamente a vida, a fecundidade, o alimento e o


berço da Humanidade, como um espaço de evolução que permitiu o
desenvolvimento de todas as atividades humanas, como é o caso dos
Descobrimentos.

As Quinas

As Quinas representam as chagas de Cristo, um ser humano que seguiu


até à morte as vontade do seu criador, Deus, pelo que atingiu uma
condição espiritual superior à condição humana, ou seja, as Quinas
representam todos aqueles que sacrificam os seus desejos, necessidades e
aspirações pessoais por uma causa superior, pelo seu Destino, sendo
portanto considerados como divindades destinadas a cumprir um
propósito.

O Castelo

O Castelo simboliza a luta, neste caso a luta do povo português, luta por
uma identidade própria, por liberdade, por independência e por cumprir o
seu destino.

Para além disso, o Castelo representa também o lar e a proteção, um


porto seguro ao qual regressar.

O Castelo é ainda visto como um local de espiritualidade, um local sagrado


e místico, estandarte de uma entidade superior e com uma função
predefinida, no caso português, a luta pela formação e defesa de um país
e posteriormente, de um império.

O Timbre

O Timbre simboliza a legitimidade e o poder, sendo estes concedidos por


uma entidade superior e divina que destina certos seres humanos a
governar sob a vontade desta entidade superior, Deus.

O Grifo

O grifo é um animal mítico representado com cabeça e asas de águia e


corpo de leão.

Este ser mítico representa a harmonia e união entre o Céu, representado


pela cabeça e asas da águia e a Terra representada pelo corpo do leão. Por
outro lado representa ainda a união entre a força bruta e a inteligência e
astúcia que conduz à perfeição, ao divino, sendo portanto o grifo, uma
representação dos heróis que, com “asas de águia” ascenderam da
condição humana para a condição divina, a condição de herói.

A Nau

A Nau representa a viagem para o desconhecido que os navegadores


portugueses empreenderam, esta representa ainda a descoberta do
mundo, a evolução do conhecimento e a interação com novos povos, pelo
que a Nau representa também um veiculo para a condição de herói, pois
os que embarcavam nas naus não sabiam qual seria o seu destino e alguns
nunca o chegavam a alcançar, perdendo a vida pelo caminho.

A Noite

A Noite simboliza a morte e a ausência de dinamismo, estímulos ou


vivacidade.

Em Mensagem, a Noite representa o século XX no qual Fernando Pessoa


viveu, caracterizado pela inércia e pequenez.
No entanto, a Noite pode representar ainda a probabilidade da existência
do reerguer do povo português, já que depois da noite vem o dia, a
vitalidade, o Sol e a iluminação para além de que é de noite que o nosso
inconsciente acaba por se manifestar, aquela força superior que pode
levar o Homem a recuperar a sua vitalidade e energia, levando-o a atuar e
a cumprir o seu destino.

Manhã

A simbologia da manhã está associada ao período de harmonia entre os


seres humanos, representa a vida, a luz e a felicidade, assim como o inicio
de um novo ciclo.

Em Mensagem, a manhã representa o despertar, para uma nova


oportunidade para reconquistar a glória perdida.

Nevoeiro e “O Encoberto”

O nevoeiro simboliza a indistinção entre das forma, ou seja a falta de


nitidez e, portanto, atua como uma cortina que nos impede de ver para
além dela, no entanto, o nevoeiro é passageiro e quando se dissipa pode
revelar algo novo pelo que este também está associado à regeneração, no
caso de Mensagem, essa regeneração é o regresso de D. Sebastião num
dia de nevoeiro.

D. Sebastião ou “O Encoberto”, representa esse messias enviado por Deus


que irá regressar à pátria para a salvar da decadência, retornando-lhe a
glória perdida.

O Graal

O Graal, onde foi recolhido o sangue de Cristo representa a vida e


a espiritualidade, por outro lado, este representa a pureza e persistência
daqueles que procuram a salvação e que vieram ao Mundo para cumprir o
seu destino.

O Graal é símbolo de perfeição e de amadurecimento interior pelo que


este só se revela a aqueles que procuram a perfeição e a pureza através
de uma evolução espiritual, passando de uma condição humana para uma
condição espiritual.

Número um

O número um representa a harmonia e a perfeição do ser, a comunhão


entre consciente e inconsciente.

Este representa a unidade e o indivíduo como sendo uma junção de polos


opostos, ou seja, os polos opostos atraem-se, convivendo em equilíbrio e
harmonia.

Número dois

O número dois é símbolo da separação, o criador e o criado, sendo que


este número expressa dualidade, tanto de complementaridade como de
contrariedade e ainda um paradoxo, a vida e a morte.

Em Mensagem este número está mais associado à dualidade,


representando dois conceitos opostos, o caráter ativo e o caráter passivo.

O Número três

O número três simboliza a união entre Deus, o Universo e o Homem,


representando a totalidade e a perfeição.

Este número surge vinculado a Cristo e ás suas três vertentes, a de rei, a


de padre e a de profeta.

O número três pode ainda associar-se ao ciclo vital, composto por três
partes, o nascimento, o crescimento e a morte.
Por outro lado, o número três sugere ainda as fases da existência:

nascimento, crescimento e morte. Ora, sabemos que a Mensagem se liga,

simbolicamente, ao ciclo da vida: Brasão (a primeira parte) conota o

nascimento da Nação, Mar Português (a segunda parte) evidencia o seu

crescimento e o seu momento áureo histórico e O Encoberto (a terceira


parte)

preconiza a morte, à qual se seguiria o Renascimento.

Número cinco

O número cinco simboliza a ordem, o equilíbrio, a harmonia e a perfeição.


Por outro lado, este pode representar o sofrimento e o sacrifício já que
Cristo tinha cinco chagas.

Ao representar a perfeição e o equilíbrio, o número cinco transmite ainda


o conhecimento e alcance por parte do Homem da dimensão divina e
espiritual.

Número sete

O número sete corresponde a um período temporal unificante, a semana,


que

tem sete dias. Ele representa, igualmente, a totalidade das energias, após
a

completude de um ciclo. "Os Castelos" são compostos por


uma série de sete

poemas, cujos títulos são os de personagens históricas (à excepção de


Ulysses,

figura lendária, fundador de Lisboa). Este número liga-se aqui à renovação


de
um ciclo que se inicia com os filhos de D. Filipa de Lencastre e termina
com

D. Sebastião. O sete é igualmente um número mágico, associado ao Poder


e

ao acto de Criação. O sétimo dia que, segundo a Bíblia, foi aquele em que

Deus descansou, depois de ter criado o Mundo, aponta para a relação


estreita

entre Deus e o Homem, a sua obra - na Mensagem, essa indissociação


entre os

elementos divino e humano é explicitada pelos nomes que constituem o

conjunto de poemas intitulado "As Quinas", que confere uma


sequência

simbólica ao grupo anterior.

Número doze

O número doze remete também para uma unidade - um ano tem doze
meses.

Este número é o da cidade santa, situada no Céu, a Jerusalém Celeste, que

terá doze portas e na qual terão lugar os doze apóstolos. Os doze


apóstolos

significam a eleição de um novo povo e preconizam outra forma de estar


no

Universo: aquela que se baseia na fidelidade a Cristo. O número doze é,

assim, o símbolo das mutações operadas no interior do ser humano e da

perpétua evolução do Universo. O número doze marca, então, o final de


um

ciclo involutivo, ao qual se sucede a morte, que dá lugar ao renascimento.


Na
obra Mensagem, a segunda parte ("Mar Português") é
composta por doze

poemas. Como vimos, pela simbologia que compreende, ela encerra as

referências míticas ao período áureo da História nacional (que fecha um


ciclo)

ao qual se seguiram quatro séculos de trevas. Essas trevas estão presentes


na

última parte ("O Encoberto") e é aí, também, que se faz apelo


ao

renascimento.

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