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POR UMA EDUCAO DO CAMPO - Percursos Histricos e Possibilidades - Astrogildo F. Da Silva Jnior e Mrio Borg PDF
POR UMA EDUCAO DO CAMPO - Percursos Histricos e Possibilidades - Astrogildo F. Da Silva Jnior e Mrio Borg PDF
RESUMO
Este texto tem como objetivo analisar a participação dos Movimentos Sociais do Campo no
processo de luta por uma educação que lhes atendam. Apresenta um histórico da educação
efetivada no meio rural brasileiro e aponta os princípios e as proposições dos Movimentos
Sociais do Campo, representados pelo coletivo “Por uma Educação do Campo”. O estudo
evidenciou a negligência por parte do Estado brasileiro e dos grupos hegemônicos com a
educação da população do campo, em especial, dos trabalhadores que ali vivem.
Palavras-Chave: Educação do Campo; meio rural; Movimentos Sociais;
ABSTRACT
This text has the objective to analyze the rural social movement enrollment in the claim for a
specific education. Here we present a historical analysis of the education in the Brazilian rural
area and point the principles and propositions of the Rural Social Movements. The study
pointed out that Brazilian governments and dominant social groups neglect the education for
rural area people.
Keywords: rural education; rural area; social movements
1
Professor no Curso de História na Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Ciências Integradas do
Pontal – FACIP. Doutorando no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Uberlândia.
2
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia. Bolsista
Capes.
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Introdução
De acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo 205, a educação é um direito de
todos e dever do Estado e da família e será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. Esse discurso vem sendo repetido inúmeras
vezes, de diversas formas tanto em documentos quanto nas mídias, principalmente a
televisiva. Comungamos com Guido (2007) ao afirmar que quando se insiste no mote
Educação e Cidadania, é porque a sociedade ainda carece desses fatores vitais, portanto, o
pensamento do presente confirma a ausência da verdadeira educação e da autêntica cidadania.
Ao consideramos, em particular, o espaço rural, essa carência se torna ainda mais evidente.
No que se refere à educação no meio rural, observamos que foi historicamente relegada
a espaços marginais nos processos de elaboração e implementação das políticas educacionais
na realidade brasileira. Uma das possíveis interpretações para esse aspecto - embora não seja a
única – diz respeito às sólidas fronteiras entre o espaço urbano e o espaço rural marcadas por
construções culturais hegemônicas do meio urbano que tende a inferiorizar, estereotipar e
segregar as identidades e subjetividades do meio rural.
Nos limites deste texto temos como objetivo analisar a participação dos Movimentos
Sociais do Campo no processo de luta por uma educação que lhes atendam. Para auxiliar
nossas reflexões apresentamos inicialmente um histórico da educação efetivada no meio rural
brasileiro; em seguida apontamos os princípios e as proposições dos Movimentos Sociais do
Campo aqui representados pelo coletivo “Por uma educação do campo3”, e dos intelectuais
que compõe o Grupo Permanente de Trabalho de Educação do Campo (GPTE4), daquilo que
3
O movimento “Por uma educação do campo” é um coletivo nacional constituído por diferentes movimentos
sociais do campo que debatem e discutem uma proposta de educação para a população do campo que prime
pelas suas especificidades culturais, sociais e econômicas. Suas proposições estão representados aqui pelos
textos de Arroyo, Caldart, Molina (2004) e Fernandes, Cerioli, Caldart, (2004).
4
O GPTE, a partir do diagnóstico “Perfil da Educação no Campo”, elaborado pelo INEP - Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, referente ao sistema de ensino formal no meio rural,
procurou levantar instrumentos para a construção de uma política pública de educação que atenda às demandas
dos sujeitos do campo, concebendo-a como instrumento imprescindível para o desenvolvimento sustentável
das populações do campo.
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seria um projeto educacional para o campo. Por fim, tecemos as nossas considerações sobre a
necessidade, os limites e as possibilidades de um projeto de formação humana pensada para
os sujeitos que vivem no campo.
As escolas rurais no Brasil foram construídas tardiamente, e sem o apoio necessário por
parte do Estado para que se desenvolvesse. Até as primeiras décadas do século XX, a
educação era privilégio de poucos, sobretudo, no meio rural. A educação rural não foi nem
sequer mencionada nos textos constitucionais até 1891 (Brasil, 2002). Evidenciamos, na
história da educação brasileira, o descaso das elites dominantes com a educação pública,
particularmente, em relação às escolas rurais. De acordo com o GPTE instituído pelo
Ministério da Educação em 03/06/2003:
o
Ao analisar a Lei n 5.692/1971, Leite (1999) afirma que a educação rural não foi
focalizada ou enfatizada e, sim, destituída de sua identidade. Segundo o autor, desde 1960, a
educação rural vem capitulando programas educacionais, via Ministério e Conselhos de
Educação, sem, contudo, estabelecer uma filosofia e/ou uma política específica para a
escolaridade nas regiões rurais.
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Diante dessas problemáticas, Leite (1999), Arroyo, Caldart e Molina (2004) afirmam
que, nas últimas décadas do século XX, assistimos a uma instigante presença dos sujeitos do
campo na cena política e cultural do País, como por exemplo os movimentos sociais do
campo. Tais sujeitos se mostram diferentes e exigem respeito. Denunciam o silenciamento e o
esquecimento por parte dos órgãos governamentais e lutam por uma escola do campo que não
seja apenas um arremedo da escola urbana e, sim, uma escola que esteja atenta aos seus
sujeitos específicos.
5
Segundo as autoras Silva e Costa (2006), paradigma é entendido como o conjunto de referências, valores,
conhecimentos que se consolidam na comunidade científica, são incorporados por diferentes instituições e se
transformam em um projeto de desenvolvimento territorial. Ele tanto seleciona o que interessa quanto exclui o
que não reconhece como verdadeiro para si.
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caiçaras, extrativistas, pescadores, indígenas, remanescentes de quilombos, enfim, todos os
povos do campo brasileiro. Reconhece a importância da agricultura familiar ao reconhecer a
diversidade do campo brasileiro. Além disso, no processo de redemocratização do Brasil,
fortaleceram as lutas e a organização dos diferentes tipos de movimentos sociais, dentre eles,
os organizados no campo, cujas agendas de reivindicações prevêem a extensão de direitos,
como a educação. Essas mudanças no campo implicam a necessidade de um novo paradigma
da educação do campo.
O GPTE (2005) defende os seguintes princípios pedagógicos de uma Educação do
Campo: 1) o papel da escola é formar sujeitos, e isso deve articular-se a um projeto de
emancipação humana; 2) é valorizar os diferentes saberes oriundos da diversidade de sujeitos
no processo educativo; 3) é valorizar os diferentes espaços e tempos de formação dos sujeitos
da aprendizagem, pois a educação do campo ocorre tanto em espaços escolares quanto fora
deles; 4) é vincular a escola à realidade dos sujeitos; 5) é ter a educação como estratégia para
o desenvolvimento sustentável; 6) desenvolver a autonomia e colaboração entre os sujeitos do
campo e o sistema nacional de ensino.
Nesse sentido, Arroyo, Caldart e Molina (2004) esclarecem que a escolaridade rural
deve ter como objetivo principal proporcionar conhecimentos, cidadania e continuidade
cultural. A escola, ao ser levada ao campo, depara-se com as mais diversificadas formas de
processos produtivos, culturas heterogêneas, sujeitos diferenciados, com valores e aspirações
próprias. Para Leite (1999):
6
CANIVEZ (1991), em sua obra: “Educar o cidadão”, apresenta o problema da educação dos cidadãos,
discutindo diversas concepções de Estado e de cidadania que se desenvolveram ao longo dos tempos, sem
perder de vista os diferentes modos de organização social que as ensejaram. Nesta investigação entendemos
que formar o cidadão não significa domesticá-lo, instruindo-o a cumprir deveres e a expor os seus direitos.
Formar o aluno cidadão é formar o sujeito, capaz de fazer uma análise crítica da realidade que o cerca, dos
lugares da experiência, não reduzindo a experiência aos lugares e tempos próximos como também a
correlacionando aos outros espaços e tempos.
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É necessário, segundo os autores, a implementação de políticas públicas que fortaleçam
a sustentabilidade dos povos do campo, e os sujeitos devem estar atentos para o fato de que
existem diferenças de ordem diversa entre esses sujeitos. O campo é heterogêneo, muito
diverso. Assim, não se pode construir uma política de educação idêntica para todos.
Consoante com Ortega e Fonseca (2004), deve-se articular as políticas nacionais às
especificidades de cada região. Arroyo, Caldart e Molina (2004) referem que a escola deve ser
vinculada ao mundo do trabalho, da cultura, ao mundo da produção, à luta pela terra e ao
projeto popular de desenvolvimento do campo. É preciso superar a visão de que a cultura do
campo é estática, voltada para a manutenção de formas e valores arcaicos.
Pensar a educação do campo7 é pensar em estratégias que ajudem a reafirmar
identidades do campo. Neste sentido, o governo brasileiro instituiu as Diretrizes Operacionais
para a Educação básica nas Escolas do Campo, aprovadas pelo Conselho Nacional de
Educação – Resolução CNE/CEB, n. 1, de 03 de abril de 2002. O documento é fruto da ação
do GPTE, que consolidou reivindicações históricas das organizações e movimentos sociais
que lutam por uma educação de qualidade para os diversos sujeitos, povos com identidades
diversas que vivem no campo, como: agricultores familiares, trabalhadores rurais sem terra,
quilombolas, assalariados rurais, povos da floresta, ribeirinhos, pescadores, extrativistas e
outros. Ressalta-se que em fevereiro de 2004, o governo brasileiro criou, na estrutura do
Ministério da Educação e Cultura (MEC), a Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade (SECAD), que conta com a Coordenação Geral da Educação do
Campo.
Segundo as Diretrizes Operacionais para a Educação básica nas Escolas do Campo, a
identidade da escola do campo é definida da seguinte maneira:
7
Educação do Campo possibilita o diálogo entre seus diferentes sujeitos. Segundo Caldart (2004), no campo, há
diferentes sujeitos: são pequenos agricultores, quilombolas, povos indígenas, pescadores, camponeses,
assentados, ribeirinhos, povos da floresta, caipiras, lavradores, roceiros, sem-terra, agregados, caboclos,
meeiros, assalariados rurais e outros grupos mais (CALDART, 2004, p. 153).
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exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva do País.
(BRASIL, 2002, p.37).
Nossas considerações
As considerações aqui apresentadas não visam concluir a temática, posto que esse
trabalho busca apenas pontuar a partir de uma perspectiva histórica algumas considerações
sobre as possibilidades do que se convencionou chamar de “Educação do Campo”. Buscou-se,
portanto evidenciar a negligência por parte do Estado brasileiro e dos grupos hegemônicos
com a educação da população do campo, em especial, dos trabalhadores que ali vivem. Esse
descaso é entendido por nós como desdobramento da luta de classes travada historicamente,
regida pelas contradições sociais expressas nas relações de produção do sistema capitalista.
Frente a isso, apontamos ainda, nesse texto aquilo que consideramos a antítese desse
processo, a organização desses excluídos em Movimentos Sociais por meio dos quais
discutem e elaboram proposições para o projeto educacional que melhor lhes atendam.
Em vista de corresponder ao objetivo proposto, julgamos necessário problematizar a
necessidade de um projeto de formação humana próprio dos movimentos organizados pelos
trabalhadores do campo. Como o projeto educacional desenvolvido pelos movimentos sociais,
e suas lutas pela materialização desse projeto foram constituídas e fundamentadas nas críticas
às teorias e práticas burguesas referentes à organização da sociedade capitalista, concordamos
com Lombardi (2010) ao dizer que é no contexto do modo produção de mercadorias que a
problematização sobre a educação deve ser colocada.
Partimos do suposto que após o surgimento do modo de produção capitalista a divisão
da sociedade em classes tornou-se mais evidente e intensificou-se, fato o qual alimentou e
manteve, ao longo da história, inúmeros conflitos provocados pelos interesses daí decorrentes.
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Esses embates produziram projetos antagônicos para a educação e diferentes pedagogias
(LOMBARDI, 2010). Por isso, consideramos aqui a educação como um projeto de formação
humana que se insere em um projeto de sociedade pensado, contestado e/ou materializado
pelas diferentes classes.
Frente a isso, foi possível verificar que ao longo da história da educação brasileira a
educação dos grupos menos favorecidos fora negligenciada pelo Estado e seus mandatários, e
pôde-se perceber que no meio rural isso se manifestava de maneira mais intensa. Como marca
de uma educação liberal, mesmo sobre a chancela do signo “para todos”, a maior parcela da
humanidade esteve historicamente à margem do processo educacional, e no Brasil não foi
diferente. Conforme nos mostram os estudos de Leite (1999) e do GPTE (2005) da população
camponesa foi subtraído o direito de acessar ao conhecimento produzido historicamente pela
humanidade e à ciência de seu tempo. Em determinados momentos da história brasileira
sequer tínhamos instituições públicas de ensino no meio rural e quando essas instituições são
criadas nesse espaço, resultante das reivindicações da classe trabalhadora, via-se um arremedo
de escola erigida sobre estruturas precárias, financiamentos ínfimos e propostas pedagógicas
desconectadas das aspirações e das reais necessidades da população camponesa, bem como
distanciadas das condições materiais e objetivas do campo.
Para autores como Ribeiro (2010), Cassin & Botiglieri (2008), a escola rural organizada
pelo Estado brasileiro embora marcada pelo emblema liberal “para todos”, convive em sua
natureza com um paradoxo: na medida em que se busca a materialização da máxima liberal
“educação para todos”, a escola de caráter universal, imbuída de uma cultura tida como geral,
esbarra-se nas necessidades e especificidades da população camponesa. Esses autores
consideram que as escolas rurais ao manifestarem os interesses, a visão de mundo e o modo
de vida capitalista, se sustentam por uma cultura urbano-industrial que se expressa como
única, universal, para todos, e promove assim, a exclusão educacional dos trabalhadores rurais
à medida que não contemplam as especificidades das relações de sociais de trabalho, das suas
condições materiais, do seu modo vida, bem como não valoriza a cultura do povo do campo,
seus ideais e valores.
Dessa forma, por compreender que a educação não é neutra e, por isso, “atende aos mais
variados interesses políticos, econômicos e sociais, estando presente desde a montagem do
currículo escolar até a discussão em torno do que deve ser estudado, quem deve estudar e
como se deve estudar” (Bezerra Neto, 2009, p.3) entendemos ser justa e necessária a luta dos
camponeses por uma educação condizente com seus anseios e necessidades materiais.
Em um pronunciamento à juventude soviética Lênin (2005, p.12) no início do século
XX elucida-nos as raízes do projeto educacional liberal que predominava em seu contexto
histórico, e que permanece até hoje. Segundo o referido autor
Frente a isso, acreditamos que aos trabalhadores deve ser ofertada uma educação de
qualidade, que a instrução a eles dispostas não deve ser inferior àquela posta para os grupos
hegemônicos. Devem-se colocar à disposição da classe trabalhadora “[...] o desenvolvimento
lógico do acervo de conhecimentos conquistados pela humanidade sob o jugo da sociedade
capitalista, da sociedade latifundiária, da sociedade burocrática” (Ibid, p.14).
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Não estamos dizendo que aos trabalhadores não foram ofertado nenhuma instrução, mas
que a qualidade dessa está aquém das suas necessidades. Longe de fazer discussões
metafísicas sobre a escola brasileira, podemos elucidar a falta de qualidade da educação que a
classe trabalhadora vem tendo acesso ao longo das últimas décadas descrevendo um pouco
daquilo que seria a escola pública hoje. As investidas do capital têm desqualificado o espaço e
a instrução ofertada pelo serviço público. Não é difícil perceber suas precárias condições
materiais, baixo investimento; precárias estruturas físicas das instituições de ensino; baixos
salários dos professores e precárias condições de trabalho; condições insalubres de trabalho;
déficit no quadro de professores; currículos cada vez mais esvaziados de conteúdos que são
substituídos por competências a serem adquiridas, dentre outras “qualidades” (sic!) que não
cabem ser discutidas aqui. Essa caracterização das escolas públicas brasileiras não são
“privilégios” só das escolas rurais, mas também das escolas urbanas.
Defendemos, portanto uma educação pública de qualidade, urbana e rural, para todos os
grupos menos favorecidos que compõe a sociedade brasileira, dentre eles, aqueles que vivem
no campo. Dessa maneira, compreendemos ser justa e necessária a luta daqueles que lutam
por uma educação do campo, tendo em vista que esse movimento pode criar as condições
materiais para se efetivar uma educação de qualidade para a população camponesa. No
entanto temos ressalvas e defendemos a cautela para não exacerbar a reivindicação pelas
especificidades do campo senão corremos o risco de cair somente na discussão do paradoxo
entre escola do campo e escola da cidade e perdemos de vista a luta pelas melhorias da
instrução pública.
Nesse cenário marcado pelas contradições emergentes da luta de classe, da disputa pela
hegemonia e, pela luta por uma educação de qualidade do e para os trabalhadores rurais e
urbanos, apreende-se que estudos e investigações sobre a “educação do campo” constitui-se
em grande desafio investigativo. Ao fazer esta afirmação, tomamos como referência a
centralidade da luta de classes como motor da história. A existência da luta afim, em que pese
as contradições também que possam se manifestar em seu interior contribui,
significativamente, para o avanço e problematização das lutas sociais no Brasil.
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