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Expansão dos Estados Unidos

O crescimento territorial foi fundamental para a ascensão do país como potência, mas também
acirrou as diferenças regionais, especialmente no tocante às treze colônias originais sulistas,
que mantinham a economia de plantation, baseada na monocultura agroexportadora e
utilizando-se de mão de obra escrava.

Diferente das demais metrópoles europeias, a Inglaterra não havia impedido o desenvolvimento
manufatureiro quando ainda dominava as treze colônias. A negligência salutar inglesa resultou
na formação de uma proto indústria, que moveria a economia do Norte.

Após a independência, essa indústria encontrou na manutenção da escravidão, ao Sul do país,


um entrave ao seu desenvolvimento, sendo um dos estopins da Guerra de Secessão.

Os abolicionistas já haviam tentado eliminar a escravidão na época da independência


assegurando que a emancipação dos escravos constasse do texto constitucional. Com a enorme
influência dos estados sulistas que dependiam dos escravos, a proposta foi rejeitada e a
escravidão, mantida.

Progressivamente, a escravidão acabou se constituindo em uma questão cada vez mais delicada
e incômoda. Os estados sulistas, por serem minoria, não conseguiriam garantir o número
suficiente de apoio político nas câmaras para manter esta situação por muito mais tempo.

A eleição de Abraham Lincoln, em 1860, foi determinante na decisão dos estados do Sul de se
separem da União, pois o recém-eleito presidente fizera grande parte de sua campanha
advogando em prol da abolição da escravatura.

Em 1861 eclode o conflito, a mais sangrenta revolução que o país vira até então e que deixaria
um rastro de milhares de mortos e se tornaria a mais conhecida guerra civil de todo o
continente.

Os sulistas declaram sua independência e a formação dos Estados Confederados da América, ou


CSA, sigla em inglês para Confederate States of America.
Em azul a união, em vermelho, os estados confederados.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:USA_Map_1864_including_Civil_War_Divisions.png

O conflito persistiu sangrento até 1863, quando Lincoln assina a Proclamação de Emancipação
que abolia a escravidão, um grande golpe para as tropas confederadas. Os ex-escravos passaram
a lutar no exército da União que ganhou um reforço de milhares de homens em um único golpe
de caneta.

Além da questão do contingente militar, pesava o fato de que a maior parte da malha
ferroviária concentrava-se nos estados do Norte, o que facilitava o transporte das tropas,
armamentos e suprimentos diversos, como alimentos.

Grande parte da indústria bélica também estava no Norte, o que dificultava o reabastecimento
de munição aos soldados confederados.

Fonte desta tabela:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_d
e_Secess%C3%A3o
Em 1865, o Sul se rende, pondo fim à guerra que deixara um saldo de milhares de mortos e além
de ter desestruturado completamente a economia sulista, que entrou em um período de crise.

Entretanto, no plano social, a abolição não foi sinônimo de igualdade. Os anos seguintes
assistiram a uma intensa segregação racial, expressa nas leis dos estados, especialmente, no
Sul.

Os negros eram obrigados a frequentar escolas próprias, diversos estabelecimentos proibiam o


acesso da “população de cor” e a discriminação era legitimada pelo poder estatal. Somente no
século XX, através de lutas intensas e do fortalecimento do movimento negro, que teve em
Martin Luther King uma de suas principais vozes, a sociedade americana aboliu as leis
segregacionistas e caminhou rumo à construção da igualdade social.

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