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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

Área Departamental de Engenharia Mecânica

Relatório do Primeiro Trabalho Laboratorial de


Climatização
DANIEL SANTOS, A44940
JOSÉ ENRIQUE GONÇALVES SANCHEZ, A44982
JOÃO ARAÚJO, A45385
Relatório de natureza científica em Engenharia Mecânica

Docente:
Professor, Gonçalo Duarte
24 Novembro 2019
1 ÍNDICE

2 Introdução....................................................................................................................................................................................4

3 Objetivos......................................................................................................................................................................................4

4 Procedimento Experimental......................................................................................................................................................5

4.1 Análise do Sistema.............................................................................................................................................................5

4.1.1 Dados – Ensaio 1.....................................................................................................................................................6

4.1.2 Dados – Ensaio 2.....................................................................................................................................................7

4.2 Tratamento dos dados experimentais...............................................................................................................................8

4.2.1 Ensaio 1...................................................................................................................................................................8

4.2.2 Ensaio 2...............................................................................................................................................................10

5 Comparação de Resultados...................................................................................................................................................12

6 Conclusão..................................................................................................................................................................................14

7 Anexos.......................................................................................................................................................................................15

8 Bibliografia.................................................................................................................................................................................17

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Representação Gráfica da UTA.................................................................................................................................................5

Figura 2-Diagrama psicrométrico do ensaio 1 IDEAL.............................................................................................................................15

Figura 3-Diagrama Psicrométrico do ensaio 1 REAL..............................................................................................................................15

Figura 4-Diagrama psicrométrico do ensaio 2 IDEAL.............................................................................................................................16

Figura 5-Diagrama psicrométrico do ensaio 2 REAL..............................................................................................................................16

Figura 6-Diagrama de Mollier com os ensaios 2 e 1..............................................................................................................................17

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Potência das resistências do ensaio 1..............................................................................................................12

Tabela 2 – Temperaturas do ensaio real 1.........................................................................................................................12

Tabela 3 – Dados do evaporador, condensador, caudal mássico e velocidade do ar do ensaio 1...................................12

Tabela 4 - Características dos pontos do ensaio ideal 1 ………………………………………………………………………12

Tabela 5 - Potência das resistências do ensaio 2…………………………………………………………………...…………..13


Tabela 6 - Temperaturas do ensaio real 2………………………………………………………………………………………..13

Tabela 7 - Dados do evaporador, condensador, caudal mássico e velocidade do ar do ensaio 2 ………………………..13

Tabela 8 - Características dos pontos do ensaio ideal 2……………………………………………….………………………13

Tabela 9 - Características dos pontos do ciclo frigorífico ideal 1………………………………………………………………15

Tabela 10 - Características dos pontos do ciclo frigorífico ideal 2…………………………………………………………….18

Tabela 11 - Comparação dos parâmetros entre cada ensaio na UTA……………………………………………….……….21

Tabela 12 - Comparação dos parâmetros de entre cada ensaio do Ciclo Frigorifico…………………………………….…23

Simbologia
ṁ - Caudal mássico (Kg/s)

w – Humidade específica (g/Kg Ar seco)

V̇- Caudal volúmico (m3/s)

Q̇BPA – Calor sensível da Bateria de Pré-aquecimento (kW)

Q̇S,BF – Calor sensível da Bateria de Frio (kW)

Q̇L,BF – Calor latente da Bateria de Frio (kW)

Q̇TBF – Calor Total da Bateria de Frio (kW)

Q̇BRA – Calor sensível da Bateria de Reaquecimento (kW)

Q̇e- Capacidade de refrigeração (kW)

Q̇c - Calor do condensador (kW)

Ẇcp - Trabalho do compressor (kW)

Tc - Temperatura do condensador (ºC)

Te - Temperatura do evaporador (ºC)

P – Pressão (bar)

T – Temperatura (ºC)

COP

FCS (Fator de calor sensível)

FB (Fator By-Pass)

Nota: Os símbolos designados por PR, F.B e COP são adimensionais .


1
2 Introdução
Desde o início dos tempos, os meios de refrigeração e climatização já eram do conhecimento humano, sendo o gelo
natural o principal meio utilizado (colhido nas superfícies de rios e lagos congelados), com a finalidade de conservar os
alimentos, assim como o facto de se esconderem em cavernas em dias com temperaturas extremas, de modo a
manterem o conforto térmico.

Daqui surge o conceito de Climatização - processo de fazer com que um meio ambiente/espaço permaneça numa
faixa de temperatura “simpática” aos organismos biológicos que se quer preservar. A AVAC ou HVAC constitui a
tecnologia destinada ao conforto ambiental interior, sobretudo em edifícios e em veículos.

Neste trabalho de laboratório será analisado o sistema de uma unidade de tratamento de ar, UTA, tendo como base
certas condições impostas ao modelo didático, afim de verificarmos a evolução do fluido (Ar) ao longo da UTA,
traçando a respectiva evolução na carta psicrometrica.
Assim, será avaliada a eficácia de uma bateria de frio (ou evaporador) para o arrefecimento do ar, através da análise
da evolução do próprio ar ao longo da UTA e do líquido frigorigéneo (R12), utilizado para receber calor do ar que se
pretende arrefecer.

Conceitos:

UTA - utilizadas para o condicionamento e a circulação do ar no sistema de aquecimento, de ventilação, e de ar


condicionado. A função desta é recolher ar do exterior, condicioná-lo, e fornecer ar novo ao sistema em estudo. Todo o
ar de exaustão é eliminado, o que assegura uma boa qualidade do ar no sistema. Dependendo da temperatura
necessária, o ar novo é aquecido por uma unidade de recuperação ou uma serpentina de aquecimento, ou arrefecido
por uma serpentina de arrefecimento.

 Constituição: Contêm ventiladores diferentes para o fornecimento e a exaustão, uma serpentina de


aquecimento, uma serpentina de arrefecimento, um sistema de recuperação de calor/frio, filtros de ar,
atenuadora de som, uma câmara de mistura, e grelhas. As UTA’s estão ligadas muitas das vezes às
condutas AVAC que distribuem o ar condicionado.

3 Objetivos
O presente trabalho tem como principais objetivos:

 Débito de Ar;

 Temperatura ADP;

 Capacidade das baterias de Reaquecimento e Pré-Aquecimento (confirmar os valores que constam na


unidade);

 Capacidade total, sensível e latente da Bateria de Arrefecimento, tais como o FCS. (sendo que para o
segundo ensaio se pretende apenas justificar as alterações que se encontram relativamente ao primeiro);

 Representar as evoluções psicrométricas para os dois ensaios e a respetiva análise ao ciclo frigorífico;

 O relatório, além do anteriormente requerido, deverá incluir considerações que se julguem necessárias para
a compreensão do mesmo.

4
4 Procedimento Experimental
Durante o procedimento experimental, o ar atmosférico sofre três evoluções:

 Aquecimento simples ou sensível (Figura 1) na passagem pela BPA;


 -Arrefecimento com desumidificação (Figura 2) na passagem pela bateria de arrefecimento;
 -Aquecimento simples ou sensível (Figura 1) na passagem pela BRA.
 Para além destes processos, para que exista uma bateria de frio, deve também existir um ciclo frigorífico. O
ciclo frigorífico é um processo que ocorre paralelamente à evolução do ar na UTA (processo ideal
demonstrado na Figura 7). Como se é de esperar, a bateria de arrefecimento de um ciclo frigorífico remete-
se ao evaporador. O fluido frigorígeno utilizado é o R12.

4.1 Análise do Sistema

F IGURA 1- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA UTA

 Durante a realização desta fase de cálculos, foi necessário alterações ao processo real. Tal como foi dito
anteriormente, nas baterias de Pré-Aquecimento (entre os pontos 1 e 2) e de Reaquecimento (entre os
pontos 3 e 4) deve-se considerar aquecimento simples (sem variação de humidade específica).

 Deste modo, antes de se proceder à análise de valores do gráfico na carta psicrométrica (ensaio real), foi
necessário ajustá-lo, para que as humidades específicas entre esses pontos sejam iguais (w 1=w2 e w3=w4).
Este ajustamento trata-se fazer variar a temperatura de bolbo húmido de alguns destes pontos, mantendo
constante a temperatura do bolbo seco, para que as linhas de evolução da BPA e BRA constituam um reta
horizontal.

 Após a realização do novo gráfico (gráfico ideal), foram retirados os parâmetros que caracterizam os 4
pontos do ensaio, tais como os novos valores de temperatura de bolbo húmido (tabela 2 e 5), por forma a
realizar os cálculos descriminados nos objetivos.

 Em anexo, encontrar-se-ão a evolução dos ambos os ensaios, relativamente ao ensaio real e ideal.

 Para determinar o ganho ou perda de calor em cada uns dos equipamentos da UTA existem duas hipóteses.
A primeira hipótese considera que o caudal volúmico do ar é constante durante o processo, dado que a sua

5
variação é desprezável; na segunda hipótese recorre-se à utilização do caudal mássico que, pela lei da
conservação da massa, se mantém constante, o que nos leva a obter resultados mais próximos da realidade.

4.1.1 Dados – Ensaio 1

Potência Ventilado
Ensaio 1
(Kw) r (%)
BPA 1
80
BRA 0,5
TABELA 1 - POTÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DO ENSAIO 1

Condiçõe TB,Seco TB,Húmido


s do ar (˚c) (˚c)
1 26 18,4
2 31,2 20,8
3 21,2 17,8
4 25 18
TABELA 2 – TEMPERATURAS DO ENSAIO REAL 1

Caudal mássico Velocidade do ar


Evaporador Condensador
R12 (g/s) (m/s)
P= 4,4 bar P= 9 bar 16,5 11,98
Tentrada (˚c) = 5 Tsaída (˚c) = 38 --------------------- ---------------------
Tsaída (˚c) = 11,5 --------------------- --------------------- ---------------------
TABELA 3 – DADOS DO EVAPORADOR, CONDENSADOR, CAUDAL MÁSSICO E VELOCIDADE DO AR DO ENSAIO 1.

w (g/kg Ar
Pontos TB,Seco (˚c) TB,Húmido (˚c) h (kJ/kg)
Seco)
1 26 20,2 53 10,6
2 31,2 18,8 58,5 10,6
3 21,2 16,6 47 10,2
4 25 18 51 10,2
TABELA 4 – CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DO ENSAIO IDEAL 1

6
4.1.2 Dados – Ensaio 2

Potência Ventilador
Ensaio 1
(Kw) (%)
BPA 2
60
BRA 0
TABELA 5 - POTÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS E DO VENTILADOR DO ENSAIO 2.

Pont TB,Seco TB,Húmido


o (˚c) (˚c)
1 27 19
2 38,2 23,2
3 24,5 19,6
4 25 18,9
TABELA 6 - TEMPERATURAS DO ENSAIO REAL 2

Evaporador Condensador Caudal mássico Velocidade do ar


R12 (g/s) (m/s)
P= 4,4 bar P= 9,5 bar 18 11,8
Tentrada (˚c) = 7,5 Tsaída (˚c) = 40 --------------------- ---------------------
Tsaída (˚c) = 15 --------------------- --------------------- ---------------------
TABELA 7 - DADOS DO EVAPORADOR, CONDENSADOR, CAUDAL MÁSSICO E VELOCIDADE DO AR DO ENSAIO 2.

w (g/kg Ar
Pontos TB,Seco (˚c) TB,Húmido (˚c) h (kJ/kg)
Seco)
1 27 20 57,5 11,8
2 38,2 23,2 69,5 11,8
3 24,5 18,6 53,5 11,2
4 25 18,8 54 11,2
TABELA 8 – CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DO ENSAIO IDEAL 2

7
4.2 Tratamento dos dados experimentais
Dados gerais:

Dconduta = 152 mm = 0,152 m.

Área transversal da conduta:

 Aconduta=Pi*r2 = Pi * (0,152/2)2 = 0,018 m2

4.2.1 Ensaio 1

Velocidade de saída do ar no ensaio 1 (v1) = 11,98 m/s

Ventilador a 80%

Caudal volúmico:

 V̇1 = v1 * Aconduta = 11,98 * 0,018= 0,2174 m3/s.

ṁ1 = V̇1 / 𝑣1

Volume específico de saída do ar no ensaio 1 (𝑣1) = 0,861 m3/Kg

Caudal mássico:

 ṁ1 = 0,2174 / 0,861 = 0,2525 Kg/s

Calor trocado na bateria de arrefecimento (com h2'= 57 kJ/kg):

 Q̇TBF = ṁ1 * (h3-h2) = 0,2525 * (47-58,5) = -2,9036 kW


 Q̇TL,BF = ṁ1 * (h2'-h2) = 0,2525 * (57-58,5) = -0,3787 kW
 Q̇TS,BF = ṁ1 * (h3- h2') = 0,2525 * (47-57) = -2,525 kW

(note-se que h2' foi também retirado da carta psicrométrica do ensaio ideal 1, fazendo um reta horizontal no ponto 3 e
outra vertical no ponto 2. O valor de entalpia pode-se retirar pela interseção das mesmas.)

Caudal de condensados:

 ṁH20,1 = ṁ1 * (w3 – w2) = 0,2525 * (10,2 – 10,6) = -0,101 g/s

Temperatura ADP:

 TADP = (TENTRADA,EVAPORADOR + TSAÍDA,EVAPORADOR)/2 = (5+11,5)/2 = 8,25 ºC

Fator de Calor sensível da bateria (FCS):

 FCS = (T3 - TADP)/(T2 - TADP) = (21,2-8,25)/(31,2-8,25) = 0,5643

Calor trocado na bateria de Pré-Aquecimento (BPA):

 PotINDICADA,BPA = 1kW
 Q̇BPA = ṁ1 * (h2- h1) = 0,2525 * (47-58,5) = 1,388 kW
 Desvio da PotBPA = 1- (PotINDICADA,BPA / Q̇BPA) = 1- (1/1,388) = 0,279

(o desvio da potência indica que na BPA, a potência experimental é 27,9% superior à teórica)

8
 ƞ BPA = Q̇BPA / PotINDICADA,BPA = 1,388 / 1 = 1,388 = 138,8 %

Calor trocado na bateria de Reaquecimento (BRA):

 PotINDICADA,BRA = 0,5 kW
 Q̇BRA = ṁ1 * (h4- h3) = 0,2525 * (51-47) = 1,01 kW
 Desvio da PotBRA = 1- (PotINDICADA,BRA / Q̇BRA) = 1- (0,5/1,01) = 0,501
 ƞ BRA = Q̇BRA / PotINDICADA,BRA = 1,01 / 0,5 = 2,02 = 202 %

Ciclo Frigorífico

Fluido Refrigerante: R12

Caudal Mássico: ṁR12,1 = 16,5 g/s = 0,0165 kg/s

 Usando o Software Coolpack para retirar valores dos pontos do ciclo frigorífico, temos:

Pontos T [ºC] P [bar] v [m3/kg] h [kJ/kg] s [kJ/Kg.K] x [%]

1 (saída do evaporador) 11,279 4,4 0,0394 356,219 1,5497  


2s (saída do compressor) 40,747 9 0,0198 368,847 1,5497  
3 (saída do condensador) 37,372 9 0,000791 235,87 1,1238  
4 (entrada do evaporador) 11,279 4,4 0,007703 235,87 1,1289 17,6
TABELA 9 – CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS CICLO FRIGORÍFICO IDEAL 1

Calor trocado no evaporador (efeito de refrigeração):

 Q̇EVAPORADOR,1 = ṁR12,1 * (h1-h4) = 0,0165 * (356,219 – 235,87) = 1,986 kW

Calor trocado no Condensador:

 Q̇CONDENSADOR,1 = ṁR12,1 * (h2s-h3) = 0,0165 * (368,847 – 235,87) = 2,194 kW

Calor trocado no Compressor

 Q̇COMPRESSOR,1 = ṁR12,1 * (h2s-h1) = 0,0165 * (368,847 – 356,219) = 0,208 kW

Coeficiente de desempenho (𝛽 ou COP):

 𝛽 = Q̇EVAPORADOR,1 / Q̇COMPRESSOR,1 = 1,986 / 0,208 = 9,546

Fração de líquido do evaporador (FL):

 FL = 100 - x4 = 100 – 17,6 = 82,4 %

4.2.2 Ensaio 2

9
Velocidade de saída do ar no ensaio 2 (v2) = 11,8 m/s

Ventilador a 60%

Caudal volúmico:

 V̇2 = v2 * Aconduta = 11,8 * 0,018= 0,2141 m3/s.

ṁ1 = V̇2 / 𝑣2

Volume específico de saída do ar no ensaio 2 (𝑣2) = 0,865 m3/Kg

Caudal mássico:

 ṁ2 = 0,2141 / 0,865 = 0,2475 Kg/s

Calor trocado na bateria de arrefecimento (com h2'= 67,6 kJ/kg):

 Q̇TBF = ṁ2 * (h3-h2) = 0,2475 * (53,5-69,5) = -3,9606 kW


 Q̇TL,BF = ṁ2 * (h2'-h2) = 0,2475 * (69,5-67,5) = -0,4951 kW
 Q̇TS,BF = ṁ2 * (h3- h2') = 0,2475 * (53,5-69,5) = -3,4655 kW

(note-se que h2' foi também retirado da carta psicrométrica do ensaio ideal 1, fazendo um reta horizontal no ponto 3 e
outra vertical no ponto 2. O valor de entalpia pode-se retirar pela interseção das mesmas.)

Caudal de condensados:

 ṁH20,2 = ṁ2 * (w3 – w2) = 0,2475 * (11,2 – 11,8) = -0,1485 g/s

Temperatura ADP:

 TADP = (TENTRADA,EVAPORADOR + TSAÍDA,EVAPORADOR)/2 = (7,5+15)/2 = 11,25 ºC

Fator de Calor sensível da bateria (FCS):

 FCS = (T3 - TADP)/(T2 - TADP) = (24,5-11,25)/(38,2-11,25) = 0,4916

Calor trocado na bateria de Pré-Aquecimento (BPA):

 PotINDICADA,BPA = 2 kW
 Q̇BPA = ṁ2 * (h2- h1) = 0,2475 * (69,5-57,5) = 2,9704 kW
 Desvio da PotBPA = 1- (PotINDICADA,BPA / Q̇BPA) = 1- (2/2,9704) = 0,3267

(o desvio da potência indica que na BPA, a potência experimental é 32,67% superior à teórica)

 ƞ BPA = Q̇BPA / PotINDICADA,BPA = 2,9704 / 2 = 1,48 = 148 %

Calor trocado na bateria de Reaquecimento (BRA):

 PotINDICADA,BRA = 0 kW
 Q̇BRA = ṁ2 * (h4- h3) = 0,2475 * (54-53,5) = 0,1237 kW
 Desvio da PotBRA = 1- (PotINDICADA,BRA / Q̇BRA) = 1- (0/0,1237) = 1
 ƞ BRA = Q̇BRA / PotINDICADA,BRA = 0,1237 / 0 = Inf.

10
Ciclo Frigorífico

Fluido Refrigerante: R12

Caudal Mássico: ṁR12,2 = 18 g/s = 0,018 kg/s

 Usando o Software Coolpack para retirar valores dos pontos do ciclo frigorífico, temos:

Pontos T [ºC] P [bar] v [m3/kg] h [kJ/kg] s [kJ/Kg.K] x [%]

1 (saída evaporador) 11,279 9,5 0,00394 356,219 1,5497  


2s (saída do compressor) 43,15 4,4 0,0188 369,813 1,5497  
3 (saída do condensador) 39,547 4,4 0,000796 238,068 1,1309  
4 (entrada do evaporador) 11,279 9,5 0,008204 238,068 1,1309 19,1
TABELA 10 – CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS CICLO FRIGORÍFICO IDEAL 2

Calor trocado no evaporador (efeito de refrigeração):

 Q̇EVAPORADOR,1 = ṁR12,2 * (h1-h4) = 0,018* (356,219 – 238,068) = 2,1267 kW

Calor trocado no Condensador:

 Q̇CONDENSADOR,1 = ṁR12,2 * (h2s-h3) = 0,018* (369,813 – 238,068) = 2,3714 kW

Calor trocado no Compressor:

 Q̇COMPRESSOR,1 = ṁR12,2 * (h2s-h1) = 0,018* (369,813 – 356,219) = 0,2447 kW

Coeficiente de desempenho (𝛽 ou COP):

 𝛽 = Q̇EVAPORADOR,1 / Q̇COMPRESSOR,1 = 2,1267 / 0,2447 = 8,69

Fração de líquido do evaporador (FL):

 FL = 100 - x4 = 100 – 19,1= 80,9

5 Comparação de Resultados

11
 Através dos valores de temperatura, nomeadamente da temperatura do bolbo seco e húmido, de todos os 4
pontos que caracterizam a unidade de tratamento de Ar, obtiveram-se, com o auxílio da carta Psicrométrica,
as linhas de evolução do fluido na UTA (gráfico real).

 Após uma análise aos gráficos reais de ambos os ensaios, conclui-se que estes estavam incorretos. Um dos
aspetos que leva a corroborar a afirmação anterior é o facto da evolução de 1-> 2 e de 3 -> 4 não
constituírem na carta linhas horizontais. Mediante o enunciado de trabalho, as evoluções que caracterizam
este conjunto de pontos são caracterizadas como sendo, em ambos os casos, aquecimento simples, o que
implica que não haja variação da humidade específica na passagem do fluido na bateria de Pré-Aquecimento
e de Reaquecimento. Mais se acrescenta que para existir variação de humidade específica seria necessário
aumentar a temperatura de bolbo seco e húmida, o que não se verifica, pois não é introduzido no sistema
vapor.

 Nas evoluções que representam a bateria de Pré-Aquecimento (1-> 2), pode-se observar que existe um
aumento de temperatura e de humidade específica (aquecimento com humidificação), algo que seria
impossível de obter em apenas um processo.

 Em relação à evolução que diz respeito à bateria de arrefecimento (ou evaporador), que ocorre entre os
pontos 2 e 3, não seria possível obter nenhum valor de temperatura equivalente de superfície T ADP fidedigno,
pois o valor da sua interseção com a linha de saturação representava um valor muito elevado. Para além
disto, como se pode ver nos diagramas psicrométricos reais em anexo, ocorre um processo simultâneo de
arrefecimento e de humidificação, o que não é expectável para uma bateria de arrefecimento, cuja sua
função é em apenas um processo arrefecer e desumidificar.

 Os erros discriminados anteriormente podem ser justificados por leituras incorretas das temperaturas de
bolbo seco e húmido na realização da experiência e devido ao facto dos termómetros estarem em constante
mudança de pontos (os termómetros deveriam ficar mais tempo nas zonas de medição dos bolbos para obter
uma temperatura estável). A situação ótima seria possuir um termómetro para cada ponto de medição, para
evitar estas mudanças de temperatura. Consequentemente, existe a probabilidade dos termómetros estarem
mal posicionados, por não se encontrarem envolvidos numa gaze húmida, mas sim mergulhados num
pequeno recipiente com água, medindo erradamente a temperatura.

 Desta forma, procedeu-se à realização de novos gráficos (ideais) de ambos os processos, mantendo
constantes as temperaturas do bolbo seco, fazendo variar a temperatura do bolbo húmido, para que em
ambos os ensaios seja verificada a seguinte igualdade:

W1 = W2 e W3 = W4

 Desta forma, no ensaio 1, assume-se como ponto de partida o ponto 4 para as subsequentes evoluções
(aquecimento simples e arrefecimento com desumidificação). No ensaio 2, assumindo como ponto de partida
para as evoluções do ar na UTA o ponto 4, não resolvia o problema da bateria de arrefecimento, pois
verificava-se neste caso que a bateria ainda constituía na carta psicrométrica um processo de arrefecimento
e humidificação. Desta forma, foi necessário também diminuir a temperatura de bolbo húmido do ponto 1, e
refazer o gráfico de evolução partindo destes dois pontos (1 e 4). Apenas desta forma foi possível manter a
igualdade demonstrada anteriormente e que a bateria representasse um processo de arrefecimento e
desumidificação.

 Com os diagramas psicrométricos refeitos (gráfico ideal), foram retirados os valores de entalpia e humidade
específica para todos os pontos, de forma a efetuar os cálculos presentes nos objetivos (pág. 5).

Parâmetros Ensaio 1 Ensaio 2

v [m/s] 11,98 11,8

V̇ [m /s]
3
0,217 0,214

ṁ [kg/s] 0,252 0,247

12
TADP [ºC] 8,25 11,25

Q̇T,BF [kW] -2,9035 -3,9606

Q̇ L,BF [kW] -0,3787 -0,49507


Q̇S,BF [kW] -2,5245 -3,4655
Fator BP 0,564 0,4916
ṁH20 [kg/s] -0,1009 -0,1485
Q̇BPA [kW] 1,388 2,9704
ƞ BPA [%] 138,865 148,5232
Q̇BRA [kW] 1,0099 0,1237

ƞ BRA [%] 201,985 ---------------------------------


TABELA 11 – COMPARAÇÃO DOS PARÂMETROS ENTRE CADA ENSAIO NA UTA

 Analisando a tabela 10, podemos concluir que o trabalho da bateria de arrefecimento é superior no ensaio 2,
apesar do fator BP ser menor neste caso. Como temos um calor latente superior no ensaio 2, isto é, existe
uma variação de humidade específica entre os pontos 2 e 3 superior à do ensaio 1, o caudal de
condensados é superior no ensaio 2, como seria expectável (caudal mássico pouco varia entre ensaios).

 Relativamente ao ensaio 1 e 2, o rendimento da BPA (138,8 e 148,5 %,respetivamente), os valores


calculados são muito superiores a 100%, o que significa que ao longo do processo de passagem de ar pela
BPA, existem ganhos de calor, provocados pelo ganho entálpico (superior no caso do ensaio um por ter uma
potência associada superior) que ocorre devido ao atrito ocorrido nas pás do ventilador (insuflador). Por isso,
os valores de Q̇BPA de ambos os ensaios são superiores aos valores tabelados na UTA (1 e 2 kW,
respetivamente).

 A BRA para o primeiro ensaio encontra-se ligada, sendo o valor de potência tabelado na UTA de 0,5 kW. Na
realidade, o calor fornecido tem um valor de 1.01 kW e promove um aumento de temperatura do ar em
aproximadamente 3,8 ºC, o que representa um ƞ BRA = 201,98 %, algo que é impossível, como já foi referido,
sendo que no limite o rendimento deve ser 100 %.

 No caso do segundo ensaio a BRA não se encontra ligada, sendo, portanto, a potência de alimentação desta
de 0 W. Contudo verifica-se uma troca de calor de aproximadamente 123,7 W, promovendo esta troca um
aumento de temperatura de 0,5 ºC. Na teoria, como na passagem de ar pela BRA a potência é 0 W, seria
expectável que os pontos 3 e ponto 4 do diagrama psicrométrico real 2 fossem sobrepostos (condições de
entrada e saída da BRA iguais). Isto não ocorre porque o ponto de saída da UTA (ponto 4), está em contacto
direto com o meio ambiente (temperatura superior), influenciando o aumento de temperatura e a respetiva
troca de calor.

 Na bateria de frio, o calor retirado pelo fluido frigorífico é inferior ao calor perdido pelo fluido na bateria de
frio, pois existem duas trocas de calor não ocorridas entre a serpentina de arrefecimento e o fluido (tais como
convecção e condução nas paredes da UTA). No primeiro ensaio, temos uma troca de calor de
aproximadamente -2,9035 kW promovendo esta troca de calor um arrefecimento do ar a rondar os 10 ºC. No
segundo ensaio, a diferença de temperaturas é de 13,7 ºC e a esta descida de temperatura temos associada
uma troca de calor de -3,9606 kW.

Parâmetros Ensaio 1 Ensaio 2

Calor Evaporador [kW] 1,9857585 2,126718


Calor Condensador [kW] 2,1941205 2,37141
Calor Compressor [kW] 0,208362 0,244692
COP 9,530329 8,6914079

13
TABELA 12 – COMPARAÇÃO DOS PARÂMETROS ENTRE CADA ENSAIO NO CICLO FRIGORÍFICO

 Como podemos verificar através das análises das tabelas 10 e 11, o Calor do Evaporador é maior quanto
maior for o calor trocado na bateria de frio. A parte disto, implica que o trabalho do compressor seja maior,
diminuindo o valor do coeficiente de desempenho (COP). Pode-se dizer que ciclo frigorifico do ensaio 1 è
mais eficiente.

6 Conclusão

 Através da análise dos valores obtidos, verifica-se que o calor trocado pelo condensador é igual à soma do
calor trocado no evaporado e o compressor. Isto significa que o calor libertado no condensador resulta do
calor retirado ao ar através do evaporador e do calor libertado pelo compressor.

 Verifica-se ainda que o calor retirado do fluido da unidade de tratamento de ar na bateria de arrefecimento ( -
2,9035 e -3,9606 kW) é superior àquele que é recebido pelo fluido frigorífico (1,9857585 e 2,126718 kW),
para os ensaios 1 e 2, respetivamente. Do ponto de vista teórico, tal não devia de acontecer, pois no limite
máximo Q̇T,BF = calor trocado no evaporador. Tal como foi explicado anteriormente, existirá erros nas
medições das temperaturas correspondentes aos pontos da unidade em estudo.

 Após a análise das evoluções reais do ar na UTA, conclui-se que estas possuem irregularidades e
incoerências. Por exemplo, a reta que define a bateria de arrefecimento possuir declive negativo, isto é, esta
representar, para além de um arrefecimento, uma humidificação, algo que seria impossível representar em
apenas um processo. Mais se pode dizer que as retas que representam deveriam apresentar um
aquecimento simples, nomeadamente na passagem das baterias de pré-aquecimento e reaquecimento,
constituem retas com declive, isto é, com variação de humidade específica, sendo que esta não varia neste
tipo de processo.

 Assim, foram necessárias assumir-se alterações nos diagramas psicrométricos reais, de forma a fazer jus à
teoria dada em aula. Estas alterações baseiam-se em alterações de temperaturas de bolbo húmido
(mantendo constantes as temperaturas de bolbo seco), como foi explicado anteriormente.

 Perante os cálculos dos rendimentos, nomeadamente das baterias de pré-aquecimento e reaquecimento,


verifica-se que os valores de rendimentos superiores a 100 % podem ser justificados pelo facto das
condições de medição e da fronteira com a UTA (sala) não serem devidamente controladas, influenciando os
valores de temperaturas medidos.

7 Anexos

14
FIGURA 3-DIAGRAMA PSICROMÉTRICO DO ENSAIO 1 REAL

15
FIGURA 4-DIAGRAMA PSICROMÉTRICO DO ENSAIO 2 IDEAL

FIGURA 5-DIAGRAMA PSICROMÉTRICO DO ENSAIO 2 REAL

16
FIGURA 6-DIAGRAMA DE MOLLIER COM OS ENSAIOS 2 E 1

8 Bibliografia
https://pt.grundfos.com/servico/encyclopedia-search/air-handling-unitahu.html
https://www.brighthubengineering.com/hvac/41436-psychrometric-processes-sensible-
cooling-and-sensible-heating-of-air/
https://nptel.ac.in/content/storage2/courses/112105129/pdf/R&AC%20Lecture%2028.pdf
http://www.sugartech.co.za/psychro/index.php
2017_ASHRAE_Handbook_Fundamentals_SI.pdf
Material das aulas

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