Você está na página 1de 137

UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

1
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
UNIVERSIDADE DA PISCINA
BAUMINAS HIDROAZUL

Guia de Estudos
Curso avançado

Cataguases, 2021
2
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Edição – 2021
Projeto Gráfico – Marketing BAUMINAS Hidroazul
Diagramação – Suporte Técnico BAUMINAS Hidroazul
Revisão técnica – Suporte Técnico BAUMINAS Hidroazul

Coordenação

Ronaldo Vieira Rodrigues Júnior

Equipe Técnica Hidroazul


Bruna da Silva Lima
Claudia Maria Araujo Lobo
Flávia Faria Duarte
Jéssica Costa Penha

BAUMINAS Hidroazul Indústria e Comércio Ltda.


Rua João Dias Neto, 18 D – Cataguases – MG – CEP: 36770-902.
(32) 3429 – 1500
E-mail: atendimento@hidroazul.com.br
https://hidroazul.com.br/

2021
3
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

UNIVERSIDADE DA PISCINA | CURSO AVANÇADO

Autores (Equipe Técnica


BAUMINAS Hidroazul)

Ronaldo Vieira Rodrigues Júnior


Formação acadêmica: Especialista em Análise Ambiental e em Engenharia
de Produção. Químico Industrial
Cargo: Gerente de Qualidade e Desenvolvimento. Responsável pelo
Sistema de Gestão da Qualidade e Pesquisa de Novos Produtos.

Flávia Faria Duarte


Formação acadêmica: Licenciada em Ciências Biológicas.
Cargo: Supervisora Técnica.

Bruna da Silva Lima


Formação acadêmica: Biomédica.
Cargo: Assistente Técnica.

Claudia Mª Araujo Lobo


Formação acadêmica: Licenciada em Ciências Biológicas.
Cargo: Assistente Técnica.

Jéssica Costa Penha


Formação acadêmica: Mestre em química – área de concentração
Educação em Química. Licenciada em Química
Cargo: Analista Técnica.
4
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

UNIVERSIDADE DA PISCINA | CURSO AVANÇADO

ÍCONES
5
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

UNIVERSIDADE DA PISCINA | CURSO AVANÇADO

SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................................ 11
Unidade I- Importância das Piscinas ................................................................................ 14
1. Importância social .......................................................................................................... 14
2. Importância sanitária..................................................................................................... 14
2.1 Principais parâmetros físico-químicos............................................................. 15
2.2 Principais parâmetros microbiológicos ........................................................... 16
Unidade II- Classificação das piscinas ............................................................................. 20
1 Critério de uso................................................................................................................. 20
1.1 Públicas .................................................................................................................... 20
1.2 Coletivas ................................................................................................................... 21
1.3 De hospedaria ......................................................................................................... 21
1.4 Residenciais coletivas .......................................................................................... 22
1.5 Residências privativas .......................................................................................... 22
2 Suprimento e tratamento de água ............................................................................. 23
2.1 Recirculação e tratamento ................................................................................... 23
2.2 Renovação contínua programada com tratamento....................................... 23
2.3 Renovação contínua programada sem tratamento ....................................... 23
2.4 Renovação programada (encher e esvaziar) .................................................. 23
3 Finalidade ......................................................................................................................... 23
3.1 Desportivas .............................................................................................................. 23
3.2 Recreativas .............................................................................................................. 24
3.3 Mistas ........................................................................................................................ 24
3.4 Infantis....................................................................................................................... 24
3.5 Especiais .................................................................................................................. 25
4 Condicionamento da temperatura da água ............................................................. 27
5 Características físico-químicas da água .................................................................. 27
6 Local das piscinas ......................................................................................................... 27
6.1 Abertas ...................................................................................................................... 27
6
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
6.2 Cobertas-fechadas ................................................................................................. 28
6.3 Cobertas-abertas .................................................................................................... 28
7 Concepção ....................................................................................................................... 29
7.1 Artificiais................................................................................................................... 29
7.2 Naturais ..................................................................................................................... 29
8 Tipos de borda ................................................................................................................ 29
8.1 Borda transbordante ............................................................................................. 29
8.2 Borda infinita ........................................................................................................... 30
8.3 Borda seca ............................................................................................................... 30
8.3.1 Borda seca com skimmer ............................................................................ 30
8.3.2 Borda seca com canaleta ............................................................................. 31
9 Tipos de estrutura .......................................................................................................... 31
9.1 Piscina de concreto e alvenaria ......................................................................... 31
9.2 Piscina de fibra de vidro ....................................................................................... 32
9.3 Piscina de vinil ........................................................................................................ 33
RESUMO ............................................................................................................................... 34
Unidade III - Acessórios e Equipamentos de Manutenção.......................................... 36
1. Cabo e cabo telescópio ................................................................................................ 36
2. Peneiras ............................................................................................................................ 36
2.1 Peneira rasa ou cata folha ................................................................................... 36
2.2 Peneira funda .......................................................................................................... 36
3. Escovas ou esfregões................................................................................................... 37
3.1 Escova de nylon ..................................................................................................... 37
3.2 Escova de aço inoxidável .................................................................................... 37
4 Mangueira de aspiração ............................................................................................... 38
5 Aspirador .......................................................................................................................... 38
6 Capas ................................................................................................................................. 38
7 Bomba dosadora ............................................................................................................ 39
8 Skimmer ou coadeira .................................................................................................... 39
9 Ralo de fundo .................................................................................................................. 40
10 Aspiradores automáticos e robôs ......................................................................... 40
11 Equipamentos para tratamento .............................................................................. 40
11.1 Clorador flutuante .................................................................................................. 40
11.2 Dosador automático de cloro em pastilhas .................................................... 41
11.3 Gerador de cloro a base de sal ........................................................................... 41
7
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
11.4 Ozônio ....................................................................................................................... 42
11.5 Ultravioleta ............................................................................................................... 43
11.6 Ionizador ................................................................................................................... 45
12 Casa de máquinas ...................................................................................................... 46
13 Equipamentos de filtragem...................................................................................... 46
13.1 Filtro ........................................................................................................................... 46
13.2 Tipos de filtros ........................................................................................................ 47
13.3 Componentes do filtro de areia .......................................................................... 49
Meio filtrante .................................................................................................................... 49
Manômetro ....................................................................................................................... 49
Visor de lavagem ............................................................................................................ 50
Válvula de purga ............................................................................................................. 50
Bomba ............................................................................................................................... 50
Pré-filtro ............................................................................................................................ 51
Válvula seletora ou multivia ........................................................................................ 51
13.4 Operações da válvula seletora com o filtro de areia .................................... 52
a) Filtrar ......................................................................................................................... 52
b) Retrolavar ................................................................................................................. 53
c) Pré-filtrar ou enxaguar .......................................................................................... 53
d) Recircular ................................................................................................................. 54
e) Fechar ou testar ...................................................................................................... 54
f) Drenar ........................................................................................................................ 55
RESUMO ............................................................................................................................... 57
Unidade IV – Contaminação da água da piscina ........................................................... 59
1. Veículos de contaminação da água da piscina ...................................................... 59
1.1 Ar ................................................................................................................................ 59
1.2 Água de alimentação ............................................................................................. 59
1.3 Materiais, equipamentos e vestimentas dos banhistas ............................... 59
1.4 Animais ..................................................................................................................... 59
1.5 Homem ...................................................................................................................... 60
2. Doenças relacionadas ao uso da piscina ................................................................ 63
3. Como prevenir infecções em piscinas ..................................................................... 64
RESUMO ............................................................................................................................... 66
Unidade V – Noções básicas de microbiologia aplicadas às águas de piscina.... 68
1. Microrganismos de maior relevância para balneabilidade e potabilidade da
água. .......................................................................................................................................... 69
8
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
1.1 Bactérias ................................................................................................................... 69
1.2 Fungos ...................................................................................................................... 70
1.3 Vírus ........................................................................................................................... 70
1.4 Protozoários ............................................................................................................ 71
1.5 Algas microscópicas ............................................................................................. 71
Clorofíceas ....................................................................................................................... 72
Cianobactérias ou cianofíceas ................................................................................... 72
RESUMO ............................................................................................................................... 73
Unidade VI – Etapas para o tratamento de água das piscinas................................... 75
1. Cálculo do volume de água ......................................................................................... 75
2. Tratamento físico............................................................................................................ 78
3. Tratamento químico....................................................................................................... 79
3.1 Prevenção ou remoção de metais ..................................................................... 80
3.2 Ajuste de Alcalinidade .......................................................................................... 80
3.2.1 Análise da alcalinidade ..................................................................................... 81
3.2.2 Correção da alcalinidade.................................................................................. 82
3.3 Ajuste do pH ............................................................................................................ 84
3.3.1 Importância do pH .............................................................................................. 85
3.3.2 Análise do pH ...................................................................................................... 85
3.3.3 Correção do pH baixo ....................................................................................... 86
3.3.4 Correção do pH alto ........................................................................................... 87
3.4 Dureza Cálcica ........................................................................................................ 88
3.4.1 Consequências das variações da dureza cálcica .................................. 88
3.4.2 Correção da dureza cálcica ......................................................................... 89
3.5 Prevenção ou eliminação de algas .................................................................... 90
3.6 Prevenção ou eliminação de oleosidade ......................................................... 93
3.7 Prevenção ou eliminação de matéria orgânica .............................................. 93
3.8 Clarificação ou decantação ................................................................................. 94
3.8.1 O que é clarificação? ..................................................................................... 95
Resumo dos procedimentos para o processo de clarificação: ......................... 96
3.8.2 O que é floculação? ....................................................................................... 96
Resumo dos procedimentos para o processo de floculação e decantação: . 97
3.9 Cloração/Desinfecção ........................................................................................... 98
3.9.1 Desinfecção – conceito ................................................................................ 98
3.9.1.1 O que são desinfetantes ........................................................................... 98
9
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3.9.1.2 O fator de Ct ................................................................................................. 99
3.9.2 Cloro ................................................................................................................ 100
3.9.3 Cloro não estabilizado ................................................................................ 104
3.9.3.1 Cloro gasoso ou elementar ................................................................... 104
3.9.3.2 Hipoclorito de sódio ................................................................................ 104
3.9.3.3 Hipoclorito de Cálcio ............................................................................... 106
Exemplos de cloro granulado não estabilizado: ................................................. 107
3.9.4 Cloros estabilizados .................................................................................... 109
3.9.4.1 Dicloroisocianurato de Sódio ............................................................... 110
3.9.4.2 Ácido Tricloroisocianúrico .................................................................... 111
Exemplos de cloro granulado estabilizado: .......................................................... 112
3.9.5 Residual de cloro.......................................................................................... 115
Ácido cianúrico e a superestabilização do ácido hipocloroso ................................ 117
RESUMO ............................................................................................................................. 119
Unidade VII – Cuidados e segurança .............................................................................. 121
1. Cuidados com os produtos químicos..................................................................... 121
1.1 Cuidados com o manuseio dos produtos químicos ................................... 121
1.1.1 Equipamentos de proteção individual (EPI) .......................................... 121
1.1.2 Produtos químicos ....................................................................................... 121
1.1.3 Respingos ...................................................................................................... 122
1.1.4 Preparação de soluções ............................................................................. 122
1.1.5 Adição de produtos na piscina ................................................................. 122
1.1.6 Cigarro e fósforo .......................................................................................... 123
1.2 Cuidados com as embalagens dos produtos químicos ............................ 123
1.2.1 Transporte ...................................................................................................... 123
1.2.2 Recipientes .................................................................................................... 123
1.2.3 Após o uso do produto químico............................................................... 123
1.2.4 Embalagens vazias ...................................................................................... 123
1.3 Cuidados na armazenagem dos produtos químicos .................................. 123
1.3.1 Local ................................................................................................................ 123
1.3.2 Como armazenar .......................................................................................... 124
2. Cuidados com os equipamentos ............................................................................. 124
2.1 Equipamentos de segurança para evitar afogamentos ............................. 124
2.2 Cuidados com a energia elétrica na piscina ................................................. 126
RESUMO ............................................................................................................................. 127
10
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Unidade VIII – Saúde do Tratador e primeiros socorros............................................ 129
1. Proteja-se do sol........................................................................................................... 129
2. Ergonomia ...................................................................................................................... 129
3. Equipamentos de Proteção Individual .................................................................... 130
4. Primeiros socorros ...................................................................................................... 131
RESUMO ............................................................................................................................. 132
11
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Introdução
O uso das piscinas vem se popularizando ao longo dos tempos, seja para
eventos esportivos, seja para recreações ou atividades físicas. Dessa forma, é
importante conhecer o processo de tratamento da água da piscina, uma vez que
o banhista está diretamente em contato com essa água.
A água da piscina deve, além de apresentar boa aparência, estar
quimicamente balanceada, com características físico-químicas que não
prejudiquem os banhistas e nem os equipamentos que compõem a piscina.
(MAIERÁ, 2021)
Para um tratamento adequado da água da piscina, é necessário
compreender diversos fatores que influenciam nesse tratamento, como:
• o revestimento da piscina;
• finalidade e frequência da utilização (esportiva, residencial, clubes,
etc.);
• se a piscina é coberta ou ao ar livre;
• as características da água de abastecimento (como por exemplo,
se possui metais);
• parâmetros físico-químicos (como alcalinidade e pH).

Conhecer esses fatores é de fundamental importância para o tratamento


da água da piscina, que está sujeita a contaminações que podem ocorrer por
diversas vias (ar, materiais e equipamentos, banhistas, dentre outros). Quando
a água da piscina não está devidamente tratada, os banhistas ficam sujeitos a
contaminações que podem provocar infecções. Além disso, uma água que não
possui seus parâmetros adequadamente balanceados pode provocar irritações
aos banhistas (MAIERÁ, 2021).
Diante destas variáveis vitais, neste Curso Avançado de Tratamento de
Piscinas, será possível compreender as particularidades dos fatores que
influenciam no tratamento da água da piscina, bem como as etapas desse
tratamento, assim como observar se os parâmetros físico-químicos estão
adequados.

DICIONÁRIO

Água quimicamente balanceada – a água estar quimicamente balanceada


significa que suas características químicas e físico-químicas estejam dentro de
intervalos que não prejudiquem os banhistas e os equipamentos. Além do pH e
do total de sólidos dissolvidos dentro de determinados padrões, deve ter outras
características a mais como por exemplo, dureza cálcica e alcalinidade total, que
influenciam na durabilidade do acabamento da piscina e de seus equipamentos,
sendo que a alcalinidade total também é responsável pelo controle mais fácil do
pH (MAIERÁ, 2021, p. 28.2).
12
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

A água da piscina para ser considerada saudável, não deve apresentar


odores e sabores desagradáveis, precisa ter boa aparência, estar quimicamente
balanceada e ser potável, pois pode acontecer de os banhistas bebê-la, mesmo
que em pequenas quantidades.
Dessa forma, segundo Maierá (2021) o controle dos parâmetros da água
da piscina é mais rígido se comparado com a água potável, uma vez que essa
água está mais sujeita a contaminações e ao fato de o banhista estar em contato
direto e prolongado com a água da piscina.

.
13
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
14
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade I- Importância das Piscinas

1. Importância social
No ano de 2017, uma notícia publicada no site da Associação Nacional das
Empresas e Profissionais de Piscinas – ANAPP, informa que, no Brasil, existem
cerca de 2,5 milhões de piscinas, sejam públicas ou particulares. Dessa forma,
tanto as piscinas residenciais quanto as de clubes, de hotéis, de condomínios,
dentre outras, são consideradas um local de encontro, pois, além do convívio
social, possibilitam a prática de exercícios físicos que contribuem para a
qualidade de vida.
Segundo Macedo (2018), as piscinas passaram a compreender grande
importância social, pois, devido ao aumento populacional, nas grandes cidades,
este espaço, além do baixo custo, passa a ser considerado como uma fonte de
lazer.

Figura 1 – Piscina
Fonte: https://ihateflash.net/set/auslander-pool-party-1

2. Importância sanitária
Por mais limpas que sejam as águas das piscinas, elas apresentam, com o
tempo, forte tendência a concentrar impurezas, degradando-se e tornando-se
um risco à saúde dos usuários, visto que o vento, a chuva, as aves e,
eventualmente, certos animais contribuem para isso, o que piora, ainda mais,
com o desenvolvimento de algas e de outros microrganismos.
Para um bom tratamento da água das piscinas, é preciso considerar o
aspecto físico e químico da água, o que pode ocorrer em várias etapas,
dependendo do estado e da procedência da água (de rio, de poços profundos,
dentre outros).
Além disso, é primordial saber que a água da piscina deve ser potável*,
pois, mesmo que seja em pequenas quantidades, os usuários acabam ingerindo
um pouco dessa água. Para que uma água seja considerada potável, deve
atender a dois parâmetros: físico-químicos e microbiológicos. (MAIERÁ, 2021)
* Água potável é aquela que pode ser usada para beber.
15
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
2.1 Principais parâmetros físico-químicos
• pH: é o potencial de Hidrogênio, a medida da concentração dos íons de
Hidrogênio na água. Na piscina, deve estar entre 7,4 e 7,6. O pH baixo
deixa a água ácida; o pH alto deixa a água básica. A pele, a mucosa e a
conjuntiva (pele que reveste a membrana dos olhos) são muito sensíveis
ao pH. Quando o pH está desajustado, o cloro perde parte de sua eficiência.
• Dureza cálcica: caracterizada pela presença de sais de cálcio na água.
Quando os valores medidos estão baixos, a água fica corrosiva e, quando
há excesso, pode implicar incrustações.
• Alcalinidade total: são íons presentes na água, que neutralizam ácidos. É
importante que a alcalinidade esteja ajustada para que o pH se mantenha
estável.
• Total de sólidos dissolvidos: são todos os compostos químicos sólidos
dissolvidos na água. Reduzem o poder desinfetante do cloro e diminuem o
brilho da água.
• Cor: varia de acordo com a presença de diferentes substâncias dissolvidas,
como metais e matéria orgânica.
• Odor: a água da piscina não deve ter cheiro. Quando ocorre o contrário,
caracteriza-se algum tipo de problema, como a presença das cloraminas.
• Sabor: o ideal é que a água da piscina não tenha sabor. Água com sabor
pode ser um sinal de desequilíbrio químico, como quantidades muito baixas
ou muito altas de algum composto.
• Temperatura: pode variar de acordo com o tipo de piscina (natural ou
aquecida) e o clima. A diferença de temperatura causa impacto no
tratamento, como maior consumo de cloro.
• Turbidez: interfere na transparência da água, devido à presença de
materiais em suspensão. Os principais causadores de turbidez são areia,
argila e microrganismos. Em geral, quanto menor a turbidez, mais eficiente
será o processo de desinfecção.
• Teor de cloro livre: é o cloro na forma desinfetante, ou seja, cloro livre
para eliminar microrganismos.
• Teor de cloro combinado: combinação do cloro com matérias orgânicas,
que geram cloraminas e reduzem o seu poder desinfetante;
• Teor de cloro total: é a soma do teor de cloro livre e o teor de cloro
combinado
• Teor de ácido cianúrico: funciona como um ‘filtro solar” contra os raios
ultravioleta do sol, estabilizando o cloro. Precisa estar na medida certa
(entre 50 a 100 ppm ou máximo de 150 ppm) para que haja economia de
cloro.
• Matéria orgânica: são resíduos dos próprios banhistas, de animais e de
folhas.
16
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

Cloramina é a substância química que se forma quando há baixo teor de


cloro na piscina, ao mesmo tempo em que há materiais orgânicos e ambientais
(suor, óleos, filtros solares, etc). É uma substância que evapora facilmente,
apresenta odor característico e irritante, deixando os banhistas com os olhos
vermelhos, a pele e os cabelos ressecados (MAIERÁ, 2021).

2.2 Principais parâmetros microbiológicos


Quem realiza o tratamento de piscina tem a responsabilidade de seguir,
rigorosamente, as leis e normas do seu estado e do seu município e as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) específicas para
tratamento de piscinas. Em município/estado onde não há legislação própria,
deve-se seguir as normas técnicas da ABNT.
Segundo a ABNT NBR 10818:2016* (p. 1-2) a qualidade da água da piscina
precisa atender as qualidades:
• Biológicas: não pode conter bactérias do grupo coliforme e/ou
staphylococcus aureus; deve ser evitada a proliferação de algas.
• Físicas, químicas e físico-químicas: a limpidez da água deve permitir
a visibilidade da parte mais profunda da piscina; a superfície da água
deve estar livre de materiais flutuantes estranhos à piscina e o fundo
deve estar livre de detritos; o pH, alcalinidade e residual de cloro
dentro dos parâmetros.
A análise microbiológica da água permite observar a presença de
microrganismos patogênicos, o que orienta as medidas de controle e
desinfecção da piscina. A Organização Mundial da Saúde – OMS (WHO, 2006)
e o CONAMA (2000) estabelecem recomendações para redução do número de
doenças infectocontagiosas por meio da utilização de águas destinadas à
recreação, como, por exemplo, a água da piscina (BONATTO; GELINSKI, 2010).

* ABNT NBR 10818:2016. Data de Publicação: 11/01/2016. Título: Qualidade da água de piscina
- Procedimento. Comitê: ABNT/CEE-215 Piscinas. Páginas: 2. Status: Em Vigor. Organismo:
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Objetivo: Esta Norma estabelece os
requisitos mínimos para que a qualidade da água de piscina garanta sua utilização de maneira
segura, sem causar prejuízo à saúde e ao bem-estar do usuário.
17
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

MITOS E VERDADES:

• MITO: Saber se a água está ou não desinfetada, apenas olhando para a


piscina.

• VERDADE: Para atender aos parâmetros legais, não basta que a água da
piscina esteja visualmente limpa. É preciso fazer, diariamente, os testes
químicos, que são simples de usar, práticos, seguros e apresentam os
resultados em poucos segundos, além de poderem ser adquiridos a baixo
custo.

A manutenção da qualidade da água é a principal forma de impedir a


transmissão de doenças aos banhistas, e a desinfecção é considerada a etapa
mais importante para a garantia da qualidade microbiológica da água.
18
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta Unidade I, compreendemos a importância social e sanitária das


piscinas, destacando os principais parâmetros físico-químicos e microbiológicos
utilizados pelos tratadores para identificarem a qualidade da água.
19
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
20
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade II- Classificação das piscinas

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 10


339: 2019 (p. 5), piscina é parte ou conjunto de construções e instalações que
incluam um ou mais tanques destinados às atividades aquáticas, equipadas de
forma a atender às condições de uso, segurança e operação.
Conhecer a classificação da piscina auxilia no processo de tratamento, uma
vez que, informações como a finalidade da piscina; o uso (pública ou
residencial); a fonte de água de abastecimento; local e tipo e diversas outras,
são importantes para compreender e avaliar quais procedimentos precisam ser
efetuados para o tratamento da água.
A ABNT NBR 10339:2019 classifica as piscinas da seguinte forma:
1. Critério de uso
2. Suprimento de água
3. Finalidade
4. Condicionamento da temperatura da água
5. Características físico-químicas da água
6. Local das piscinas
7. Concepção
8. Tipos de borda

1 Critério de uso
1.1 Públicas
Destinadas ao uso público em geral.

Figura 1 - Piscina de centro comunitário


Fonte: http://novo.campobom.rs.gov.br/noticia-3453/temporada-aberta-piscina-comunitaria-e-a-diversao-dos-campo-bonenses-nos-dias-quentes
21
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

EXEMPLO
PISCINA PÚBLICA

Centros comunitários.

1.2 Coletivas
Destinadas ao uso exclusivo dos associados de uma entidade.

Figura 2 – Piscina de clube


Fonte: https://www.folhaz.com.br/noticias/clubes-em-goiania/

EXEMPLO
PISCINA COLETIVA
Clubes, escolas, associações.

1.3 De hospedaria
Destinadas ao uso de hóspedes.

Figura 3 – Piscina de Hotel


Fonte: https://www.dicasdeviagem.com/piscinas-de-hoteis-mais-lindas/
22
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

EXEMPLO
PISCINA DE HOSPEDARIA

Hotéis, pousadas.

1.4 Residenciais coletivas


Destinadas ao uso de residentes permanentes.

Figura 4 – Piscina de condomínio


Fonte: http://www.condominiosc.com.br/radar/2451-uso-de-piscinas-em-condominios

EXEMPLO
PISCINA DE RESID. COLETIVA

Condomínios, asilos, dentre outros.

1.5 Residências privativas


Destinadas ao uso de famílias.

Figura 5 – Piscina residencial


Fonte: http://decorandocasas.com.br/2018/01/06/piscinas-residenciais-com-cascata/piscinas-residenciais-com-cascata-01/
23
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

EXEMPLO
PISCINA DE RESID. PRIVATIVA

Casas, apartamentos.

2 Suprimento e tratamento de água


As piscinas podem apresentar os seguintes sistemas:

2.1 Recirculação e tratamento


Quando equipadas com sistema de recirculação e tratamento de água.
2.2 Renovação contínua programada com tratamento
Quando a alimentação for contínua com água e com tratamento
adequado.
2.3 Renovação contínua programada sem tratamento
Quando a alimentação for contínua com água.
2.4 Renovação programada (encher e esvaziar)
Quando a piscina tiver renovação programada da água por esvaziamento
e enchimento.

IMPORTANTE!

Ainda que a água seja proveniente de Estação de Tratamento, é preciso


deixá-la no padrão recomendado para água de piscina, ou seja, quimicamente
balanceada.

3 Finalidade

3.1 Desportivas
Piscinas destinadas, principalmente, às competições, devendo atender às
características estabelecidas pelas instituições desportivas.
24
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 6 – Piscina de para natação


Fonte: https://www.cm-caminha.pt/pages/1281?news_id=272

3.2 Recreativas
Destinadas à recreação e/ou à prática de natação em geral.

Figura 7 – Piscina para hidroginástica


Fonte: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/01/centros-esportivos-de-santos-abrem-para-recreacao-durante-ferias.html

3.3 Mistas
Aquelas com áreas específicas destinadas às competições e à recreação.

3.4 Infantis
Destinadas às crianças, por isso a profundidade máxima deve ser de 0,50
m e a distância do topo da borda à superfície da água é de, no máximo, 0,2m.
25
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 8 – Piscina infantil


Fonte: https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g1076240-d2012928-i289973602-Thermas_Hotel_Resort-
Mossoro_State_of_Rio_Grande_do_Norte.html

3.5 Especiais
Destinadas a fins específicos que não sejam a recreação e a competição,
como piscina utilizada para eventos com barcos em miniaturas.

Figura 9 – Piscina para eventos com barcos


Fonte: https://www.iasoglobal.com/pt/produto/piscina-de-pisicultura-

IMPORTANTE!

O número de banhistas impacta diretamente no tratamento e na


qualidade da água, por isso é importante saber fazer a classificação da piscina,
quanto ao uso.
26
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

A piscina não pode ser utilizada por uma quantidade indefinida de banhistas,
pois existe um limite máximo de utilizadores que podem estar, ao mesmo tempo, na
piscina de forma segura. Segundo a ABNT NBR 10339:2019, para saber a quantidade
correta de banhistas na piscina, deve-se calcular a Área Mínima que é a área mínima
da superfície da água em m² pelo número de pessoas na piscina. Essa medida é
determinada pela proporção entre a área circundante e a área da superfície de água,
de acordo com duas faixas de profundidades distintas, abaixo de 1,5m e acima de
1,5m, conforme apresentado na tabela abaixo:
Tabela – Área mínima (m²) da superfície da água por quantidade de usuários
simultaneamente na piscina.
Proporção entre a área Partes do tanque com Parte do tanque com
pavimentada circundante profundidade de água profundidade de água
ao tanque e a área da máxima de 1,50 m superior a 1,50 m
superfície de água

<1 2,0 4,0


≥1 1,5 3,0
≥2 1,0 2,0
NOTA: Estes requisitos não se aplicam às piscinas residenciais privativas, às
desportivas e às especiais
Fonte: ABNT NBR 10339:2019 (p.17)

EXEMPLO

Em uma área pavimentada de 360m² ao redor de uma piscina com 180m² de


superfície de água e com profundidade única 1,60m, temos:
Área pavimentada de 360m² Proporção: 360 = 2m²
Área da superfície da piscina de 180m² 180

O resultado da proporção entre a área


circundante e a área de superfície é 2. Logo,
consultando a tabela acima, observa-se que a
área mínima (m²) da superfície da água por
quantidade de usuários simultaneamente na
piscina é:
• Para a profundidade menor que 1,5m – são
necessários 1,0m² por usuário.
• Para profundidade maior que 1,5m – são
necessários 2m² por usuário.

Sendo a piscina com profundidade única de


1,60m e, pelo cálculo, são necessários 2m² por
usuário, então nessa piscina, pode estar a
quantidade máxima de 90 banhistas ao mesmo
tempo, de forma segura.
Figura 10 – piscina e área pavimentada
Fonte: www.zavattishop.com/it/come-mantenere-bella-la-piscina-quando-le-assano
27
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
4 Condicionamento da temperatura da água
• Água com condicionamento (aquecida)
• Água sem condicionamento (não aquecida)

As piscinas aquecidas são uma tendência, desde que os sistemas de


aquecimento, como solar e as bombas térmicas, ficaram mais econômicos.
Para o operador da piscina, é importante saber que a água mais quente é
mais favorável à proliferação de microrganismos e que, com o aumento da
temperatura da água, as reações químicas no interior da piscina aumentam.
Segundo Maierá (2021) a cada 10°C a mais na temperatura da água, a
velocidade das reações duplica, assim como a solubilidade da maioria das
substâncias químicas aumenta. Além disso, o consumo do cloro aumenta, em
média, 30% e, também, ocorre maior corrosão nos equipamentos.
As piscinas aquecidas devem proporcionar condições adequadas de
salubridade aos usuários. Segundo a ABNT NBR 10339:2019 (p. 33) a faixa de
temperatura recomendada depende das atividades e do público que irá utilizar a
piscina, conforme demonstrado a seguir:
a) SPA: 36 °C a 38 °C;
b) Piscina de competição: 25 °C a 28 °C
c) Piscina de recreação: 27 °C a 29 °C
d) Natação para bebês e hidroterapia: 30 °C a 34 °C;
e) Natação para crianças: 29 °C a 32 °C.

SAIBA MAIS

O corpo humano tem uma temperatura média de 36°C e a água fria fica
entre 15° e 22°C. Em piscinas cobertas, recomenda-se que a temperatura do ar
ambiente seja de 2°C a 3°C acima da temperatura da água da piscina (MAIERÁ,
2021).

5 Características físico-químicas da água


• Água doce
• Água medicinal
• Água salgada

6 Local das piscinas


6.1 Abertas
Situadas ao ar livre.
28
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 11 – Piscina situada ao ar livre


Fonte: https://lindnerjba.com.br/acessorios-para-piscina-conheca-melhor/

6.2 Cobertas-fechadas
Possuem cobertura e fechamento lateral.

Figura 12 – Piscina coberta


Fonte: http://www.anapp.org.br/blog/piscina-coberta

6.3 Cobertas-abertas
Possuem cobertura, mas sem fechamento lateral.

Figura 13 – Piscina coberta, mas sem fechamento lateral


Fonte: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/02/20/piscina-coberta-no-centro-de-convivencia-do-idoso-do-recanto-das-emas/
29
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
7 Concepção
7.1 Artificiais
Quando projetadas e construídas.

Figura 19 – Piscina artificial


Fonte: https://www.lojasaquasol.com.br/piscina-de-fibra-500-x-250-x-140

7.2 Naturais
Construídas com o aproveitamento dos recursos naturais.

Foto 20 – Piscina natural


Fonte: http://www.plantagri.com/piscinas-biologicas/apertura1/

8 Tipos de borda
8.1 Borda transbordante
A água superficial da piscina permanece em constante passagem pela
borda, sendo conduzida pela canaleta direcionada para um tanque de
compensação.
30
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 14 – piscina com borda transbordante


Fonte: ABNT NBR 10339:2019

8.2 Borda infinita


Possui borda transbordante que apresenta, em pelo menos um dos lados
do tanque, a água de superfície transbordando para um tanque, localizado em
uma cota inferior à borda, sem deck ou área envolvente, nesta lateral,
oferecendo campo de visão livre.

Figura 15 – piscina com borda transbordante


Fonte: ABNT NBR 10339:2019

8.3 Borda seca


A água superficial não atinge a borda da piscina.

8.3.1 Borda seca com skimmer

Figura 16 – piscina com borda transbordante


Fonte: ABNT NBR 10339:2019
31
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
8.3.2 Borda seca com canaleta
Opção 1 Opção 2

Figura 17 – piscina com borda transbordante Figura 18 – piscina com borda transbordante
Fonte: ABNT NBR 10339:2019 Fonte: ABNT NBR 10339:2019

9 Tipos de estrutura
Outras classificações além das apresentadas pela ABNT poderão ser
observadas por meio de outros critérios. Utilizando o critério relacionado a
estrutura da piscina, têm-se as classificações: vinil, fibra de vidro, concreto e
alvenaria que serão apresentados a seguir.

9.1 Piscina de concreto e alvenaria


As piscinas de concreto são as mais antigas e tradicionais, com as paredes
e o piso de concreto, formam uma estrutura única. Já as piscinas classificadas
como alvenaria são formadas por piso de concreto e as paredes feitas com
pilares e vigas em concreto armado; os espaços entre os pilares e as vigas são
preenchidos com blocos estruturais. Essas piscinas necessitam de
impermeabilização e acabamento com revestimento. (MAIERÁ, 2021)
Como principais vantagens e desvantagens dessas estruturas de piscinas,
observamos (MAIERÁ, 2021):
• Vantagens: maior durabilidade em comparação com os outros tipos de
estrutura; possibilita a construção em qualquer formato e dimensão; caso
possua acabamento em azulejo, pastilha esmaltada e pastilha de vidro,
apresentam outras vantagens como: resistência aos raios solares e
produtos químicos; resistência à abrasão, o que possibilita o uso de
materiais e equipamentos próprios para a limpeza, fácil limpeza devido ao
acabamento liso; possibilita uma grande gama de acabamentos,
permitindo desenhos ou figuras personalizadas.
• Desvantagens: elevado custo e maior o tempo de construção, quando
comparados a outros tipos de estruturas; grande probabilidade de
vazamentos devido a possíveis falhas no momento da construção. Caso
a piscina fique sem água por períodos prolongados, pode haver ruptura
da impermeabilização, em função da dilatação e contração do material; o
rejunte do acabamento necessita de constante limpeza e manutenção.
32
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Foto 21 – Piscina de concreto (corte)


Fonte: Maierá (2021. P. 3.3)

Foto 22 – Piscina de alvenaria estrutural (corte)


Fonte: MAIERÁ (2021, p. 3.3)

9.2 Piscina de fibra de vidro


Conforme Maierá (2021) as piscinas de fibra de vidro são formadas por
uma resina poliéster reforçada com fibra de vidro, materiais em quantidades
dentro de padrões rígidos e proporções adequadas. Logo, essas piscinas
possuem acabamento e estrutura impermeabilizada.
As principais vantagens e desvantagens dessas estruturas de piscinas são
(MAIERÁ, 2021):
• Vantagens: menor tempo de instalação, quando comparada a outras
estruturas de piscinas; baixo custo de aquisição e construção; fácil
limpeza, devido a superfície lisa; é possível encontrar em diferentes cores,
profundidades e tamanhos.
• Desvantagens: suas formas são pré-determinadas pelo fabricante; possui
risco de danificações no momento do transporte; equipamentos de
limpeza e produtos químicos ácidos podem danificar a cobertura da
33
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
piscina; é preciso um controle rígido do pH, que, se for inferior a 7,2, pode
causar bolhas em sua superfície.

Foto 23 – Piscina de fibra


Fonte: https://www.piscinafiber.com.br/piscina-de-fibra/51/hydra-30

9.3 Piscina de vinil


O revestimento em vinil pode ser utilizado em piscinas com base em
alvenaria ou concreto. Maierá (2021) informa que, sendo uma manta de PVC, o
vinil reveste o interior da piscina e lhe confere impermeabilidade e acabamento.
As principais vantagens e desvantagens desse acabamento. de acordo com o
autor, são:
• Vantagens: é de fácil troca, caso necessite; dispensa impermeabilização;
existem em diferentes cores, com desenhos e texturas; fácil limpeza, por
apresentar superfície lisa; possui pouca interação com os produtos
químicos; fácil reparação quando necessário.
• Desvantagens: envelhecimento mais rápido que os acabamentos
vitrificados; possui baixa resistência a produtos oxidantes; é difícil a
remoção de manchas; o vinil pode ser rasgado caso ocorra algum
acidente com materiais pontiagudos. Assim é preciso ter um cuidado com
os equipamentos de limpeza para não danificar o vinil.

Foto 24 – Piscina de vinil


Fonte: https://viniplas.com.br/piscinas-em-vinil-2/
34
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta Unidade II, vimos como as piscinas podem ser classificadas.


Conhecer a classificação da piscina é importante, pois traz informações que
auxiliam na avaliação de procedimentos a serem utilizados no processo de
tratamento da piscina.
35
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
36
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade III - Acessórios e Equipamentos de Manutenção

1. Cabo e cabo telescópio


O cabo é constituído por uma única peça com comprimento de
aproximadamente 2,5m. Já o cabo telescópio é um equipamento constituído de
dois ou três tubos que se conectam tornando, assim, o comprimento regulável.
Nas extremidades desses cabos, são conectados os acessórios utilizados para
limpeza, como aspirador, peneira ou escova.

Figura 1 – Cabo e cabo telescópico


Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-777228461-cabo-telescopico-aluminio-limpeza-para-piscina-3-metros-_JM

2. Peneiras
2.1 Peneira rasa ou cata folha
É um acessório usado com o auxílio do cabo ou do cabo telescópio. Sua
finalidade é remover as impurezas que se encontram na superfície da água,
como por exemplo, folhas, insetos, entre outros.

Figura 2 – Peneira rasa ou cata folha


Fonte: http://abfpiscinas.com.br/index.php?route=product/product&product_id=189

2.2 Peneira funda

A peneira funda difere da peneira rasa por possuir um bolsão que é utilizado
para a remoção de impurezas maiores, também em conjunto com o cabo ou
cabo telescópio.
37
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 3 – Peneira funda


Fonte: http://www.produtosanfe.com.br/produtos.php?id=39

3. Escovas ou esfregões
As escovas ou esfregões são acessórios destinados à limpeza do piso e
das paredes da piscina. Existem dois tipos de escovas, a escova de nylon e a de
aço inoxidável.

3.1 Escova de nylon


Essa escova possui cerdas de nylon, podendo ser encontrada no formato
com ângulos nas extremidades, que facilita a limpeza dos cantos, ou no formato
reto. É utilizada em conjunto com o cabo ou cabo telescópio.

Figura 4 – Escova de nylon


Fonte: http://emprezaz.com/armazemdaquimica/produtos

3.2 Escova de aço inoxidável


Escova que possui cerdas de aço inoxidável em forma reta. Seu uso é
recomendado para piscinas que possuem acabamento revestidas de azulejo. É
utilizada para remover a sujeira grossa e as algas aderidas no rejunte dos
azulejos.

Figura 5 –Escova de aço inoxidável


Fonte: http://www.nspiscinas.com.br/produto/294623/escova-aco-inox-nautilus-25-cm.6
38
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
4 Mangueira de aspiração
É um acessório utilizado no processo de aspiração da piscina, de forma
que conecta o bocal de aspiração ao aspirador. É formada de material plástico
flexível e deve ser armazenada na forma de bobina e em local protegido dos
raios solares.

Figura 6 –Mangueira de aspiração


Fonte: https://www.fg.com.br/mangueira-pvc-succao-e-descarga-leve-para-agua-4--sl-azul/p

5 Aspirador
A ABNT NBR 10339:2019 define aspirador como o acessório utilizado para
a remoção dos detritos depositados no fundo da piscina. Esse acessório é
utilizado em conjunto com o cabo, ou cabo telescópio e a mangueira de
aspiração com a finalidade de aspirar os detritos acumulados no fundo da
piscina, cantos e áreas rasas. Existem vários tipos de aspiradores, que são
usados de acordo com o tamanho da piscina, largura e tipo de revestimento.
O ideal é que a aspiração seja feita antes do uso da piscina, pois a entrada
dos banhistas irá movimentar a água. A bomba deve ser ligada, na posição
drenar, quando houver muita sujeira, e, na posição filtrar, quando houver pouca
sujeira.

Figura 7 – Aspirador
Fonte: https://www.americanas.com.br/busca/aspirador-de-piscina-de-plastico

6 Capas
As capas são acessórios usados quando a piscina não estiver sendo
utilizada. Existem diversos tipos de capas, que são classificadas de acordo com
a finalidade principal, mas, em geral, em piscinas abertas ao tempo, a capa
impede que caiam folhas ou pequenos animais na água. Assim, haverá menor
proliferação de algas, o que facilitará o serviço de limpeza.
Dessa forma, o uso das capas, é um procedimento de segurança, pois
barra a entrada de pessoas ou de animais, mas, para isso, essas capas devem
39
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
ser devidamente instaladas, utilizadas e mantidas de acordo com as instruções
do fabricante.

Foto 8 – Capa para piscina


Fonte: https://www.magazineluiza.com.br/capa-de-piscina-43x4-lona-forte-protecao-central-capas/p/jhk2730d58/es/elc4/

7 Bomba dosadora
Esse equipamento, possibilita a introdução de produtos químicos na
tubulação de retorno da água da piscina. Por possuir reguladores, é possível
introduzir a quantidade de produto regulada de acordo com a necessidade.

Figura 9 – Bomba dosadora


Fonte: https://www.gpeletro.com.br/bomba-dosadora/bomba-dosadora-eletromagnetica/bomba-dosadora-de-cloro-ex2-30

8 Skimmer ou coadeira
O Skimmer ou coadeira, segundo a ABNT 10339:2019, é um acessório,
instalado na parede do tanque da piscina, que tem como finalidade o
recolhimento das impurezas da superfície da água. De acordo com Maierá
(2021), o Skimmer deve ser fabricado de forma que não permita a entrada e
aprisionamento de braços e pernas, além disso, deve ser resistente à corrosão
e permitir a fácil limpeza e manutenção. Sua instalação deve seguir as normas
da ABNT.

Figura 10 – Skimmer ou Coadeira


Fonte: https://www.poolsuppliescanada.ca/ecumoire-1085-pour-piscine-creusee-de-hayward.html
40
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
9 Ralo de fundo
De acordo com a ABNT NBR 10339:2018, o ralo de fundo, ou dreno de
fundo é o componente instalado na piscina, no fundo ou na parede do tanque de
forma que permite o escoamento ou sucção da água. Os ralos de fundo podem
ser encontrados nos formatos quadrado, retangular ou redondo, mas se a piscina
for de grande porte, os ralos podem ser feitos sob medida. O material mais
utilizado, em sua fabricação, é ABS e bronze cromado. A instalação dos ralos de
fundo deve obedecer às normas da ABNT. (MAIERÁ, 2021)

Figura 11 – dreno de fundo anti-turbilhão latão 1 1/2


Fonte: http://www.sodramar.com.br/Detalhe.asp?B1_COD=534&catCodigo=14&sbcCodigo=372

10 Aspiradores automáticos e robôs


O uso de aspiradores automáticos reduz o trabalho e o tempo de
manutenção da piscina, pois estes equipamentos, conectados ao sistema de
aspiração (bocal ou coadeira) por uma mangueira, servem para limpar a sujeira
depositada na piscina. Alguns aparelhos aspiram somente o fundo; outros,
também, as paredes
Robôs, em movimentos aleatórios ou por controle remoto, são a novidade
tecnológica do tratamento físico de piscinas. Movidos à energia elétrica,
percorrem automaticamente o fundo da piscina, e alguns sobem pelas paredes,
realizando operações como a escovação, agitação da água, aspiração e
filtração.

Foto 12 – Robô – Aspirador Automático com Bateria Recarregável


Fonte: https://loja.sodramar.com.br/produto/2112700/robo-rb2-para-limpeza-de-piscinas-de-ate-12m

11 Equipamentos para tratamento


11.1 Clorador flutuante
O clorador flutuante, formado em plástico resistente aos raios solares, é um
acessório auxiliar no tratamento químico de manutenção da água e na cloração
41
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
da piscina que permite a introdução de quantidade de cloro de forma regulada
por meio da dissolução de pastilhas de cloro, como as Pastilhas Premium e
Multiação Hidroazul, liberando cloro de maneira contínua na água.

Figura 13 – Clorador flutuante


Fonte: http:// http://www.hidroazul.com.br/produtos/produto/20/

IMPORTANTE!

Mantenha o clorador flutuante longe do alcance das crianças. Não é


recomendável seu uso com banhistas na piscina.

11.2 Dosador automático de cloro em pastilhas


O dosador automático de cloro em pastilhas é um acessório que pode ser
instalado na tubulação de retorno, após a instalação de todos os equipamentos
possíveis. Esse acessório possibilita a introdução de cloro na piscina por meio
da dissolução controlada de cloro em pastilhas.

Figura 14 – Dosador Automático de cloro em pastilhas


Fonte: https://goo.gl/Syr8yT

11.3 Gerador de cloro a base de sal


O gerador de cloro a base de sal, segundo a ABNT NBR 10339:2019, é um
equipamento que, por meio da reação de eletrólise, transforma o sal (cloreto de
sódio) em cloro (hipoclorito de sódio) a ser utilizado no tratamento da água. De
acordo com Maierá (2021), o gerador de cloro a base de sal, também chamado
de clorificadores ou sanilizadores, é composto, basicamente, por uma cuba
eletrolítica, fonte de corrente contínua e painel de controle. Devido ao seu
funcionamento autônomo, a piscina se mantém desinfetada, facilitando,
42
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
consideravelmente, o trabalho de manutenção. É preciso manter a rotina de
verificação dos parâmetros normais da água, medindo sua alcalinidade, pH e
teor de cloro livre. Na utilização desses geradores, é recomendável que, para
maior eficiência e durabilidade dos equipamentos, seja utilizado um sal de alta
pureza (pureza maior do que 99,8%), sendo livre de iodo e de purissato de soda.
A concentração utilizada de sal na água deve ser observada de acordo com as
orientações do fabricante.
O tamanho e o rendimento dos geradores, conforme Maierá (2021), são
classificados de acordo com a produção horária de cloro ativo, dessa forma, são
medidos geralmente em gramas por hora (g/h). Uma relação existente entre o
volume da piscina e o tamanho do gerador é: para cada 100m³, recomenda-se
um aparelho com produção de 25g/h.
Como principais vantagens desse equipamento, ressalta-se: baixo custo
operacional; pouca mão de obra; cloração constante; favorece o desempenho
da filtração, deixando a água mais cristalina. No entanto, como principais
desvantagens, tem-se o alto investimento inicial, na aquisição e instalação do
aparelho; custo adicional caso o painel de controle não tenha um medidor de teor
de sal; custo de lavagem da célula eletrolítica impregnada com carbonato de
cálcio, entretanto, os aparelhos que possuem ciclo de reversão de polaridade
nas placas, têm menor necessidade de limpeza, mas devem ser lavados com
ácido clorídrico; alto custo de manutenção dos aparelhos; alto custo de reposição
da cuba eletrolítica. (MAIERÁ, 2021)

Figura 15 – Gerador de cloro a base de sal


Fonte: Elaborado pelo autor

11.4 Ozônio
Segundo a ABNT 10339:2019 (p. 5), o ozonizador é um equipamento
utilizado para o tratamento da água, por meio da adição de ozônio, um gás
constituído por três átomos de oxigênio. Por meio do ozonizador instalado na
casa de máquinas da piscina, o ozônio é gerado devido à ação de radiação
ultravioleta ou de uma descarga elétrica de alta tensão que dividem as moléculas
de oxigênio, resultando, assim, em dois átomos de oxigênio, chamados de
43
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
oxigênio nascente. Os átomos de oxigênio formados nessa separação se unem
a duas moléculas de gás oxigênio formando o ozônio, um desinfetante que ataca
a parede celular dos microrganismos. Portanto, o ozônio pode trabalhar em
conjunto com outros desinfetantes como cloro e bromo, destruindo bactérias,
vírus, protozoários, esporos, cistos, fungos, leveduras, dentre outros. (MAIERÁ,
2021)
Como principais vantagens destacam-se: o ozônio possui pH neutro,
portanto, não afeta o pH da piscina; possui alto poder desinfetante e oxidante;
auxilia na oxidação das cloraminas e ajuda na remoção da oleosidade da água;
devido à oxidação de outros produtos químicos encontrados na água da piscina,
ajuda na redução do total de sólidos dissolvidos. Como desvantagens de sua
utilização, encontram-se: baixo efeito residual desinfetante, além disso, devido a
sua instabilidade, deve sempre ser utilizado em conjunto com outros
desinfetantes com efeito residual prolongado, como o cloro; pouco eficaz contra
as algas; alto custo do equipamento de produção. Como se trata de uma
substância tóxica ao homem, é preciso estar atento a sua concentração no ar,
principalmente próximo a superfície da piscina, uma vez que o ozônio é um gás
mais denso que o ar atmosférico. Contudo, é difícil medir ozônio, pois são valores
muito baixos, existem aparelhos que façam essa medição, mas são
equipamentos de alto custo. (MAIERÁ, 2021)
Segundo Macedo (2018, p. 439) a falta de residual no processo de
desinfecção com o ozônio se comprova pela Portaria de Consolidação de n°
5/2017 (BRASIL, 2017) revogou a Portaria do Ministério da Saúde n 2.914/2011
(BRASIL, 2011), que dispõe sobre os procedimentos de controle de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Em seu
Art. 35 que, ao utilizar o ozônio ou radiação ultravioleta como desinfetante,
deverá ser adicionado cloro ou dióxido de cloro, de forma a manter residual
mínimo no sistema de distribuição (reservatório e rede), de acordo com as
disposições no Art. 34, que corresponde a obrigação da manutenção de, no
mínimo, 0,2 mgL-1 de cloro residual livre ou 2 mgL-1 de cloro residual combinado
e/ou de 0,2mgL-1 de dióxido de cloro em toda a extensão do sistema de
distribuição (reservatório e rede).

Figura 16 – Ozônio
Fonte: https://hidroazul.com.br

11.5 Ultravioleta
O ultravioleta, de acordo com a ABNT 10339:2019 (p. 7), é um acessório a
ser usado no tratamento da água por meio de raios UVC. Os raios UVC é uma
classificação da radiação ultravioleta* compreendendo o comprimento de onda
entre 200 a 280nm**, representando nessa faixa a ação germicida concentrada.
Para o tratamento da água das piscinas, existem dois tipos de lâmpadas
44
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
ultravioleta: lâmpada ultravioleta de baixa pressão e lâmpada ultravioleta de
média pressão, assim, o posicionamento da lâmpada com relação à água
depende de seu tipo. A desinfecção ocorre, pois, a radiação destrói o material
genético do microrganismo impedindo seu metabolismo e sua multiplicação.
(MAIERÁ, 2009)
Segundo Maierá (2021), a dosagem de radiação ultravioleta para o
combate dos microrganismos é definida com a multiplicação entre a densidade
de potência – expressa em microwatt/cm² ou miliJoule/cm² – pelo tempo, em
segundos, que o microrganismo fica sob a ação da radiação. Dessa forma, a
tabela abaixo apresenta a dosagem letal para alguns microrganismos em
miliJoule/cm².
Tabela 1: Dosagens letais de radiação ultravioleta para os microrganismos

Fonte: Maiera (2009), página 36.3

Como vantagens na utilização da radiação ultravioleta, observa-se que não


possui inconvenientes com o cloro; pouca interferência no pH; não interfere nas
características físico-químicas da água, portanto seu uso não altera o pH e a
alcalinidade da água. Como desvantagens, alto custo no investimento inicial; não
apresenta efeito residual, dessa forma, deve ser usada juntamente uma pequena
quantidade desinfetante que apresente residual, como o cloro; caso a água
apresente pequena turbidez, pode reduzir a eficiência dos raios ultravioleta; não
possui poder oxidante; custo de manutenção e troca de lâmpadas. (MAIERÁ,
2021)
De acordo com Macedo (2018, p. 445), a falta de residual no processo de
desinfecção com o ultravioleta se comprova pela Portaria de Consolidação de n°
5/2017 (BRASIL, 2017) que revogou a Portaria do Ministério da Saúde n
2.914/2011 (BRASIL, 2011), dispõe sobre os procedimentos de controle de
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade. Em seu Art. 35 que, ao utilizar o ozônio ou radiação ultravioleta
como desinfetante, deverá ser adicionado cloro ou dióxido de cloro, de forma a
manter residual mínimo no sistema de distribuição (reservatório e rede), de
acordo com as disposições no Art. 34, que corresponde a obrigação da
45
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
manutenção de, no mínimo, 0,2 mgL-1 de cloro residual livre ou 2 mgL-1 de cloro
residual combinado e/ou de 0,2mgL-1 de dióxido de cloro em toda a extensão do
sistema de distribuição (reservatório e rede).
* Radiação ultravioleta compreende radiações com comprimento de onda entre 100nm a 400nm
** nm – nanômetros: 10-9 m

Figura 17 – Ultravioleta
Fonte: https://ultravioletpools.com/

11.6 Ionizador
A ABNT 10339:2019 (p. 5), informa que o ionizador é um equipamento
utilizado para tratamento químico da água por meio da liberação de íons. Dessa
forma, realizam a desinfecção da piscina a partir da liberação de íons metálicos
de prata e/ou cobre, eliminando os microrganismos da água. Esses aparelhos,
constituídos por eletrodos de cobre e/ou prata ligados a uma fonte elétrica, são
instalados, normalmente, na tubulação de retorno, após o filtro e o aquecedor,
se houver esses equipamentos. Sua durabilidade varia de acordo com o uso da
piscina, com a necessidade de tratamento e com a temperatura da água, mas
tem uma vida útil estimada, em média, de 3 anos. (MAIERÁ, 2009)
De acordo com Maierá (2009), os íons de prata têm um efeito germicida,
os de cobre possuem ação algicida. Nenhum dos dois tem efeito oxidante, por
isso é necessário que o tratamento seja realizado em conjunto com outro
oxidante, geralmente o cloro. Ainda segundo Maierá (2021,), a maioria das
legislações exige que, na utilização de ionizadores, seja utilizada em conjunto
uma concentração de cloro ou bromo.
Utilizar um ionizador na piscina gera economia de cloro e não altera o pH,
a alcalinidade e a dureza cálcica da água. Entretanto, o custo é relativamente
elevado para sua instalação e exige a realização do monitoramento do teor de
cobre e de prata na água. Existem kits específicos que medem o teor de cobre,
mas apresentam dificuldade na medição da prata. Realizar esse controle dos
teores é importante para evitar problemas à saúde humana e à estética da
piscina, como manchas. Outra desvantagem é o fato de a ionização ter um poder
desinfetante mais lento que o cloro e de necessitar do uso de outro produto para
que o processo de oxidação ocorra na piscina. (MAIERÁ, 2009)
46
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 18 – Ionizador
Fonte: https://www.pool-ionizer.com/product/power-ionizer/

12 Casa de máquinas
A construção da casa de máquinas da piscina, segundo a ABNT NBR
10339:2019, é um local onde está instalado o conjunto de equipamentos
destinados à recirculação, filtração e tratamento da água da piscina, e quando
existir, equipamentos de iluminação, aquecimento, ventilação, controle de
automação. É importante ressaltar que a construção da casa de máquinas
necessita obedecer às normas estabelecidas pela ABNT NBR 10339:2019.

Figura 19 – Casa de máquinas


Fonte: Maierá (2009) página 5.2

13 Equipamentos de filtragem
13.1 Filtro
Como a piscina está sujeita a contaminações por diversas vias, como o
vento, os banhistas, entre outros, podem surgir, na água da piscina, a presença
de partículas insolúveis. Logo, a filtração se mostra como uma operação
importante no tratamento da água.
Segundo a ABNT NBR 10339:2019, a filtração é uma operação do
processo de tratamento físico que consiste em passar a água por um meio
filtrante que promoverá a retenção das partículas que se encontram em
suspensão. Entretanto, é importante ressaltar que não se pode usar somente o
47
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
filtro para tratar adequadamente uma piscina. A utilização do filtro, sem os
produtos adequados, não garante a desinfecção, pois não mata os
microrganismos que possam estar presentes.
Conforme Maierá (2021), o processo de filtração ocorre pela atuação dos
equipamentos de filtragem juntamente com a bomba, que é responsável pelo
bombeamento da água pelos equipamentos de filtragem. Dessa forma, os filtros
são acessórios que possuem elementos filtrantes destinados à remoção dessas
partículas. Os equipamentos de filtragem devem ser planejados e instalados de
acordo com as recomendações da ABNT NBR 10339:2019.

13.2 Tipos de filtros


Filtro de cartucho: o meio filtrante é um cartucho de material sintético feito
de tecido de poliéster. Esse tipo de filtro pode ter um ou mais cartuchos leves e
de pequenas dimensões, que dispensa a retrolavagem e o uso de válvulas
seletores. Entretanto, devido a ausência do processo de retrolavagem ocorre um
aumento no total de sólidos dissolvidos e a lavagem dos cartuchos é um
processo trabalhoso. É possível observar o estado de conservação do meio
filtrante, bastando retirar o filtro e, quando necessário, fazer sua reposição. Para
esse tipo de filtro deve-se: evitar o uso de clarificantes que podem entupir o
cartucho; não deve fazer a aspiração do fundo com filtração quando a quantidade
de sujeira for muita; é preciso ter, pelo menos um cartucho de reserva; e tomar
cuidado com resinas de árvore, que podem danificar o cartucho. (MAIERÁ, 2009)

Figura 20 – Filtro de cartucho


Fonte: Cortesia:Hayward apud Maierá (2021, p. 16.1)

Filtro de diatomita: meio filtrante são restos fossilizados de pequenos


organismos marinhos denominados “diatomáceas”, que possuem aparência de
talco. Dentre os tipos de filtros, é o mais eficiente na remoção de partículas
insolúveis na água. Entretanto, esse filtro possui desvantagens como: dificuldade
48
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
no processo de lavagem dos septos e do filtro; dificuldade no momento de
colocar a diatomita nos septos do filtro; existe um risco de volta da diatomita para
a piscina; problemas ecológicos com a diatomita que é descartada no processo
de retrolavagem; danificações na diatomita devido ao uso de óleos e loções
pelos banhistas. (MAIERÁ, 2009)

Figura 21 – Filtro de diatomita


Fonte: Cortesia:Hayward apud Maierá (2021, p. 17.1)

Filtro de Areia: é o mais utilizado. O meio filtrante é areia livre de


carbonatos e material orgânico. Por serem os mais conhecidos e mais utilizados,
os filtros de areia são de fácil manutenção e suas peças de reposição são mais
acessíveis. É um filtro que precisa passar pela retrolavagem e, dessa forma,
pode ocorrer a perda de água e de produtos químicos. Além disso, é preciso
cuidado com a areia do filtro para ela não empedrar. (MAIERÁ, 2009)

Figura 22 – Filtro de areia


Fonte: Cortesia: Triton/Pentair apud Maierá (2021, p. 15.1)
49
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
13.3 Componentes do filtro de areia

Meio filtrante
O meio filtrante é constituído por areia de granulometria adequada, livre de
carbonatos e material orgânico. Nesse meio não deve conter materiais que se
fragmentam facilmente, como por exemplo, feldspato, pois no processo de
retrolavagem podem se fragmentar e passar pelas ranhuras do sistema de coleta
de água. É importante que, para uma boa filtração, os grãos de areia não tenham
formas redondas. É observado que, nos filtros de grande porte, além da areia,
se adiciona pedra brita com um volume de aproximadamente 50% do volume da
areia na base do filtro. (MAIERÁ, 2021)

IMPORTANTE!

A troca da areia deve ser realizada conforme indicação do fabricante do filtro.

Manômetro
O manômetro é um equipamento utilizado para medir a pressão da água
no sistema. Para isso, um único manômetro deve ser instalado na entrada do(s)
filtro(s). Caso haja um segundo manômetro, este deve ser instalado após o(s)
filtro(s) na tubulação de retorno para piscina.
As informações por meio da leitura do manômetro são (BIOMETA, 2017):
a) O grau de impurezas, retidas no meio filtrante, permite ao operador decidir
o momento da retrolavagem. No manômetro (colorido) a faixa de trabalho é a
verde, não devendo atingir a faixa vermelha.
- Existindo dois manômetros, a leitura da diferença entre o manômetro de
entrada e o de saída não deve atingir 10 lb/pol².
b) A entrada de ar no sistema constatada pela oscilação do ponteiro, o que
dificulta a leitura da pressão.
c) A abertura parcial de algum registro quando a pressão se elevar.

Figura 23 – Manômetro(s)
Fonte: https://www.ma-gaco.es/MANOMETRO-VERTICAL-PARA-FILTRO-PISCINA-3-Bar-40-psi-1/4
50
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Visor de lavagem
É um aparelho que permite ao operador, através da sua observação
durante a retrolavagem, concluir o serviço ao constatar a passagem de água
límpida.

Figura 24 – Visor de lavagem


Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-913200973-visor-retrolagem-bomba-sodramar-_JM

Válvula de purga
É um aparelho que deve ser posicionado na parte superior do filtro. Possui
a função de eliminar o ar presente no sistema, por meio de sua abertura,
diminuindo, assim, a pressão interna.

Figura 25 – Válvula de purga


Fonte: http://www.honsberg-ahlborn.com/Products/D5253459.html

SAIBA MAIS

Os filtros de alta vazão que dispõem de válvula seletora não são dotados
da válvula de purga.

Bomba
A bomba é o equipamento responsável pela circulação da água no sistema
de filtragem. Por meio de dispositivos que são instalados na piscina, a bomba
faz a sucção da água, e impulsiona sua passagem pelo filtro. Após a passagem
do filtro, por meio de dispositivos de retorno, volta com a água para a piscina. É
importante ressaltar que o tempo de funcionamento da bomba varia conforme
seu modelo e o volume de água a ser filtrada.
51
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Pré-filtro
O pré-filtro é uma parte anexa à bomba. É formado por um cesto coletor
que tem a função de reter os materiais insolúveis, de tamanho maiores, em água,
como, por exemplo, moedas, fios de cabelos, entre outros, que podem causar
danos aos equipamentos. Esse processo é chamado de pré-filtragem.

*Bomba e pré-filtro

Figura 26 – Pré-filtro
Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-769955153-moto-bomba-p-piscina-dancor-pf-17-34cv-m-110220v-promoco-_JM | Cortesia
Hayward

Válvula seletora ou multivia


Segundo Maierá (2009), a válvula seletora pode possuir até seis posições
que são utilizadas para auxiliar o operador nas operações com o filtro. Trata-se
de uma alavanca a ser girada de acordo com a posição da operação que se
deseja. O autor também informa que esse tipo de válvula pode ser utilizada para
filtros de diatomita ou de areia, localizada na parte superior ou lateral do filtro.
As posições da válvula seletora são: filtrar, retrolavar, enxaguar ou pré-
filtrar, recircular, drenar e fechar ou testar, e a nomenclatura das funções pode
se modificar de acordo com o fabricante.
52
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 27 – Válvula seletora ou multivia


Fonte: https://goo.gl/fR73rw

IMPORTANTE!

É importante ressaltar que ao fazer a ação de selecionar a posição da válvula


seletora deve ser realizada com o motor da bomba desligado (MAIERÁ, 2009).

13.4 Operações da válvula seletora com o filtro de areia


a) Filtrar
Na posição filtrar, a água da piscina irá passar pelo filtro que tem a
finalidade de retirar suas impurezas. Esta é a operação que é executada com
mais frequência. Segundo Maierá (2009), caso a sujeira a ser aspirada da piscina
seja pouca, é possível fazer a aspiração com a válvula na posição filtrar, pois
assim evita a perda de água. Entretanto, se a sujeira for mais densa, é
recomendável que a válvula esteja na posição drenar.
53
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 28 – Filtrar
Fonte: Maierá (2009) página 14.5

b) Retrolavar
A retrolavagem é o processo que proporciona a limpeza da areia do filtro,
sem que a água retorne para a piscina. Essa operação deve ser selecionada, de
acordo com as informações do manômetro. Segundo Maierá (2009), nos filtros
de areia com apenas um manômetro é indicada a retrolavagem se a leitura
indicar um aumento da pressão de 0,6 kgf/cm² (8,5 psi) em relação a pressão
inicial, ou seja, com o filtro limpo. Maierá (2009) informa também que, caso o
filtro tenha dois manômetros, a retrolavagem é indicada quando a diferença entre
a pressão dos manômetros aumentar 1,2 kgf/cm² (17psi) em relação a pressão
inicial.

Figura 29 – Posição retrolavar


Fonte: Maierá (2009) página 14.5

c) Pré-filtrar ou enxaguar
Essa operação deve ser realizada após a retrolavagem. O processo de pré-
filtração tem duração de 30 segundos a um minuto com objetivo de eliminar as
54
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
partículas remanescentes da retrolavagem, o que impede o retorno da água para
a piscina. (MAIERÁ, 2009)

Figura 30 – Posição pré-filtrar


Fonte: Maierá (2009) página 14.5

d) Recircular
Quando a válvula seletora está na posição de recircular, a água da piscina
é recirculada, mas não passa pelo filtro. É uma operação utilizada quando o
objetivo é homogeneizar produtos químicos que são jogados na piscina.
(MAIERÁ, 2009)

Figura 31 – Posição recircular


Fonte: Maierá (2009) página 14.5

e) Fechar ou testar
Quando for necessário fazer a manutenção na tubulação ou dos
equipamentos da piscina, deve-se usar a válvula na posição fechar ou testar.
Além disso, Maierá (2009) destaca que uma função importante dessa posição é
verificar se existe vazamento para outras tubulações que não a indicada pela
válvula. O autor ressalta que essa operação não pode ter duração maior do que
um minuto, pois pode danificar a válvula.
55
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 32 – Posição fechar


Fonte: Maierá (2009) página 14.5

f) Drenar
Segundo Maierá (2009) a função drenar da válvula seletora é utilizada
quando: se deseja fazer a aspiração do fundo da piscina, e esta apresenta uma
sujeira densa e não é recomendado passar pelo filtro; esvaziar parcialmente a
água da piscina seja devido ao excesso de água, seja devido à correção de
alguns parâmetros, como, por exemplo, o teor de dureza; para esvaziar
totalmente a piscina.

Figura 33 – Posição drenar


Fonte: Maierá (2009) página 14.5
56
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

IMPORTANTE!

Existem alguns problemas que podem vir a acontecer no momento da aspiração


da piscina. Como por exemplo (BIOMETA, 2017):

a) No momento de aspiração, pode ocorrer do vácuo de aspiração ser muito


forte. Dessa forma é importante ressaltar que o tratador não deve forçar o
movimento do aspirador. Para continuar o processo de aspiração é
necessário abrir lentamente o registro do ralo de fundo para que as pressões
se equilibrem, de forma que seja possível a movimentação do aspirador.

b) Outro problema é com relação a perda de água excessiva no momento da


aspiração. Para evitar essa perda, o tratador pode realizar o processo de
aspiração com a utilização de bomba de menor potência.
57
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta Unidade III, foram apresentados diversos acessórios que auxiliam na


manutenção de piscinas, tais como cabos, mangueiras, aspiradores, escovas,
peneiras e capas. Além disso, diferentes equipamentos foram discutidos nesta
Unidade, tais como cloradores, geradores de cloro e ozônio, aparelhos
ultravioleta, ionizadores, bombas dosadoras, filtros e aspiradores automáticos
(robôs).

Produtos Hidroazul que podem ser utilizados nessa Unidade.


58
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
59
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade IV – Contaminação da água da piscina

A sociedade humana utiliza a água conforme suas necessidades pessoais,


econômicas e sociais. Contudo, a utilização inadequada dessa água pode alterar
sua qualidade (SOUZA, et al., 2014). Essa situação pode ser observada na água
da piscina, uma vez que está sujeita a contaminações por diversas vias.
Macedo (2018), em seus estudos, aponta que a utilização da piscina
quando a água não se encontra devidamente tratada, pode colocar em risco a
saúde dos banhistas. Assim, o tratamento da água da piscina deve ser realizado
com atenção, e cada etapa possui importância fundamental para garantir a boa
qualidade da água.
A contaminação ocorre devido à introdução de contaminantes que
proporcionam a má qualidade da água da piscina. Logo, é importante conhecer
os veículos de contaminação da piscina, para que se possa fazer um tratamento
adequado, deixando sua água saudável.

1. Veículos de contaminação da água da piscina


Maierá (2021) afirma que a contaminação pode ocorrer por diversos
veículos como os apresentados a seguir:
1.1 Ar
Vento e chuva, através do ar, podem trazer impurezas como
microrganismos, principalmente algas, além de pó proveniente de folhas,
insetos, pólens, chuva dentre outros.

1.2 Água de alimentação


A água de alimentação é aquela que se utiliza para abastecer a piscina,
que pode ser da concessionária, de poço, mina, lago, rio, dentre outros. Ao
abastecer a piscina, a água pode inserir contaminantes que podem ser produtos
químicos e/ou microrganismos.

1.3 Materiais, equipamentos e vestimentas dos banhistas


Por meio da utilização de materiais, equipamentos e vestimentas, podem
ser introduzidos à água resíduos como: fiapos de tecidos e fragmentos de
brinquedos, pranchas, materiais esportivos entre outros.

1.4 Animais
A contaminação pode acontecer devido à presença de animais na piscina,
com sapos, aves, ratos, cães, insetos e outros podem contaminar a água.
60
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
1.5 Homem
O banhista é considerado o principal veículo de introdução de impurezas e
contaminantes na piscina. Dentre esses contaminantes encontramos pelos, fios
de cabelos, escamas de pele, cremes e diversos tipos de óleos, saliva,
secreções de urina, dentre outros. Além dessas impurezas, pode ocorrer,
também, a introdução de microrganismos como protozoários, bactérias, fungos,
vírus, etc.
Além dos acidentes que podem causar contaminação da água, fezes,
líquidas ou sólidas, e vômitos, quando se misturam à água da piscina, podem
causar doenças intestinais caso a água seja ingerida. Dentre os germes
presentes nas fezes estão a Giardia lamblia e a E. coli.
Para diminuir infecções adquiridas por contaminação da água da piscina,
deve-se orientar os banhistas para que algumas ações sejam realizadas antes
de entrar na piscina, como ir ao banheiro e tomar uma ducha; não entrar na
piscina quando se sentir indisposto ou estiver com infecção intestinal; não se
alimentar próximo da piscina; ao cuidar dos bebês, as fraldas devem ser trocadas
no banheiro e não na beira da piscina; além de outras práticas que serão
descritas no item 3 dessa unidade.
Segundo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (em inglês:
Centers for Disease Control and Prevention - CDC) (CDC, 2018), uma agência
do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, os
acidentes fecais apresentam risco de contaminação de microrganismos na
piscina. Portanto, é importante a realização da desinfecção da água
contaminada.

O que fazer em caso de contaminação por fezes sólidas


Conforme o CDC (2018), no caso de contaminação por fezes sólidas, existe
o risco de propagação de microrganismos, incluindo a Giardia lamblia. Dessa
forma, para desinfetar a água da piscina, é importante seguir as etapas descritas
abaixo:

1. Solicite que todos os usuários saiam da piscina e feche o local para os


banhistas, ou seja, ninguém deve entrar na piscina até que seja finalizado
o tratamento. Caso o sistema de filtragem seja comum a outras piscinas,
todas devem ser interditadas.

2. Remova o máximo de material fecal com o auxílio de acessórios, como


uma peneira ou concha e descarte de forma sanitária. Em seguida, limpe
e desinfete o equipamento utilizado. NÃO É RECOMENDADO ASPIRAR
A MATÉRIA FECAL DA ÁGUA.

3. Aumente o teor de cloro livre para 2 ppm (caso esteja inferior a 2ppm),
por meio da utilização de um cloro não estabilizado e com o valor do pH
entre 7,2 e 7,5 e a temperatura da água de aproximadamente 25°C.
Mantenha esse teor de cloro livre por 30 minutos*. Para isso, é importante
a verificação dessa concentração em diferentes pontos da piscina.
Normas e regulamentos locais podem exigir concentração diferente de
cloro livre na presença de estabilizadores (ácido cianúrico).
61
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
4. Depois de ajustar o teor do cloro, para 2 ppm (caso esteja inferior a 2ppm),
na faixa de pH indicado, entre 7,2 e 7,5, utilize o sistema de filtração
durante o tempo de desinfecção, 30 minutos.

5. Após percorrido o tempo necessário para a desinfecção, a piscina pode


ser reaberta para os banhistas, mas antes é necessário observar se os
parâmetros estão ajustados dentro da faixa permitida pelas leis locais.

6. Documente o acidente fecal no registro de ocorrências e parâmetros da


piscina. Nesse registro é preciso ser informada a data e a hora, os valores
do cloro residual livre e pH no momento do acidente. Devem-se registrar,
também, os procedimentos adotados para o processo de desinfecção,
juntamente com a concentração de cloro livre e tempo de contato.

*Esse tempo de contato e concentração são baseados para a eliminação ou inativação de 99,9%
dos cistos de giárdia no pH indicado e temperatura de aproximadamente 25°C, de acordo com
U.S. Environmental Protection Agency (EPA) Disinfection Profiling and Benchmarking Guidance
Manual (Manual de orientação de avaliação e perfil de desinfecção da Agência de Proteção
Ambiental dos EUA (EPA))

O que fazer em caso de contaminação por fezes líquidas


De acordo com o CDC (2018), em casos de acidente por fezes líquidas,
existe o risco de contaminação pelo protozoário Cryptosporidium parvum. O CDC
(2018) informa que para realizar a desinfecção da água, após um acidente com
fezes líquidas, é necessário elevar a concentração de cloro durante um longo
período de tempo para que se atinja o fator de contato* do Cryptosporidium
parvum, sendo este 15.300 (20ppm x 765min) no pH indicado nas etapas abaixo
e temperatura de, aproximadamente, 25°C. Segundo o CDC (2018):
1. Solicite que todos os usuários saiam da piscina e feche o local para os
banhistas, ou seja, ninguém deve entrar na piscina até que seja finalizado
o tratamento. Caso o sistema de filtragem seja comum a outras piscinas,
todas devem ser interditadas.

2. Remova o material fecal, com o auxílio de uma peneira ou concha e


descarte de forma sanitária. Em seguida, limpe e desinfete o equipamento
utilizado. NÃO SE RECOMENDA ASPIRAR A MATÉRIA FECAL DA
ÁGUA.

3. Aumente o teor de cloro livre para 20 ppm, por meio da utilização de um


cloro não estabilizado e com o valor do pH entre 7,2 e 7,5 e a temperatura
da água de, aproximadamente, 25°C. Mantenha esse teor de cloro livre
por 13h. Para isso, é importante a verificação dessa concentração em
diferentes pontos da piscina. Normas e regulamentos locais podem exigir
concentração diferente de cloro livre na presença de estabilizadores
(ácido cianúrico).

4 Depois de ajustar o teor do cloro, para 20 ppm (caso esteja inferior a


2ppm), na faixa de pH indicado, entre 7,2 e 7,5, utilize o sistema de
filtração durante o tempo de desinfecção, 13 horas.
62
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
5 Após decorrido o tempo necessário para a desinfecção, realize a
retrolavagem do filtro, certificando-se o descarte da água está de acordo
com os regulamentos estaduais ou locais.

6 Após esse processo, a piscina pode ser reaberta para os banhistas, mas
antes é necessário observar se os parâmetros estão ajustados dentro da
faixa permitida pelas leis locais.

7 Documente o acidente fecal no registro de ocorrências e parâmetros da


piscina. Nesse registro, é preciso ser informada a data e a hora, os valores
do cloro residual livre e pH no momento do acidente. Deve-se registrar,
também, os procedimentos adotados para o processo de desinfecção,
juntamente com a concentração de cloro livre e tempo de contato.

De acordo com Macedo (2018), é preciso levar em consideração a


interferência do ácido cianúrico, caso esteja presente na piscina. Em seus
estudos, observou que para o Cryptosporidium Parvum, como margem de
segurança para a desinfecção, é adicionado ao valor do cloro residual livre 8%
do valor da concentração de ácido cianúrico, mantendo o tempo de exposição.
Dessa forma, Macedo (2018) apresenta como exemplo a seguinte situação: no
caso de 20 ppm de ácido cianúrico na piscina, para atingir o Ct do
Cryptosporidium Parvum são necessários 21,6 ppm de residual de cloro livre, em
pH ≤ 7,5 com um tempo de exposição de 13h.
Além disso, é preciso ressaltar que normais locais podem exigir
concentrações diferentes de residual de cloro livre na presença de
estabilizadores na piscina.

SAIBA MAIS

*O fator Ct ou valor de Ct, conforme Macedo (2018), é calculado por meio


da multiplicação da concentração do desinfetante (em mg/L ou ppm), necessária
para inativar uma certa porcentagem (99,9%) do microrganismo patogênico, pelo
tempo (em minutos) em que este é exposto a essa concentração. Cada
desinfetante possui um valor de Ct específico para cada contaminante. Portanto,
o fator Ct do cloro para o Cryptosporidium parvum é 15.300. Esse fator será
estudado na unidade VI desta apostila.

DICIONÁRIO

Microrganismo Patogênico é todo microrganismo que causa doenças ou


infecções ao ser humano. (MAIERÁ, 2021, p. 69.1).
63
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

De acordo com Macedo (2018), no caso de contaminação por fezes de


animais ou pela presença de animais mortos na piscina, é indicado que os
procedimentos para o processo de desinfecção sejam os mesmos utilizados para
fezes líquidas.

SAIBA MAIS

Para acidentes com vômitos, é indicado que o processo de desinfecção


seja o mesmo utilizado para fezes sólidas (MACEDO, 2018; MAIERÁ, 2021).

SAIBA MAIS

Segundo Maierá (2021, p. 30.3) os microrganismos presentes no sangue


são rapidamente mortos pela concentração de desinfetantes presentes na
piscina (com os parâmetros ajustados). Assim, respingos de sangue na água da
piscina não são motivos para sua interdição. Além disso, ainda não se tem
notícia de que o vírus da hepatite B ou do HIV seja transmitido aos nadadores
via sangue espirrado na água da piscina.

2. Doenças relacionadas ao uso da piscina


Um dos fatores principais relacionado a transmissão de doenças aos
usuários da piscina, segundo Macedo (2018), é a falta de tratamento adequado
e manutenção da água, o que ocasiona um ambiente propício para a proliferação
de microrganismos. Assim, algumas doenças podem ser transmitidas por meio
do uso da piscina com água contaminada e sem o tratamento correto.
Maierá (2021) informa que o contato com a água contaminada da piscina
seja pela inalação, ingestão ou em contato com a pele, é responsável pelas
doenças infecciosas causadas principalmente por fungos, bactérias e vírus.
Normalmente, esse contato pode provocar infecções nos olhos, no nariz,
ouvidos, pele, mucosas e aparelho gastrointestinal, algumas vezes, graves. O
autor também destaca que, devido aos produtos utilizados na água para seu
tratamento, o contato com a água da piscina pode causar, também, a alguns
banhistas, reações alérgicas a esses produtos.
Além disso, a água da piscina que não se encontra devidamente tratada,
tem potencial para a proliferação de larvas de insetos, como o mosquito Aedes
aegypti, transmissor da dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela.
64
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

EXEMPLO
-+
As doenças que podem ser adquiridas através da utilização de piscinas com
água sem tratamento (MAIERÁ, 2021):
• 50% Dermatológicas (Micoses, Candidíases, Molusco Contagioso, etc.);
• 30% Oftalmológicas ou otorrinolaringológicas (Conjuntivite, Otite, Rinite,
Sinusite, etc.);
• 20% Gastrointestinais (Giardíase, Criptosporidíase, Hepatite A).

3. Como prevenir infecções em piscinas


No meio aquático, o ser humano, normalmente, encontra-se com pouca
roupa e sem calçados e, com o atrito com a água, desgasta a proteção natural
da pele, dos olhos, dos ouvidos e do nariz. Portanto, além do tratamento
adequado da água da piscina, algumas atitudes de higiene podem ser orientadas
aos banhistas de forma a evitar a contaminação e transmissão de doenças. Tais
atitudes são importantes, uma vez que o ambiente da piscina é frequentado por
várias pessoas ao mesmo tempo.
Algumas medidas de higiene que podem ser tomadas pelos usuários da
piscina que estão descritos abaixo. (MACEDO, 2018; MAIERÁ, 2021):

• Portadores de doenças infecto-contagiosas (como micose, conjuntivite ou


hepatite A) não devem entrar na piscina;
• Após tratar uma doença infecto-contagiosa, observar o prazo de, pelo
menos, uma semana para entrar na piscina;
• Evitar nadar ao se sentir indisposto;
• Crianças que usam fraldas devem usar as específicas para piscinas;
• Não trocar fraldas no ambiente das piscinas;
• Usar chinelos e sandálias a caminho da piscina e nos vestiários;
• Tomar banho antes de entrar na piscina;
• Não compartilhar objetos, como toalhas e pentes;
• Ir ao banheiro antes de entrar na piscina;
• Maiôs e sungas devem estar bem lavados.

Para auxiliar nas medidas de higiene para os banhistas, é possível utilizar


placas com avisos, informando as medidas a serem tomadas, no momento da
utilização da piscina, como as exemplificadas abaixo.
65
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 1 – Exemplo de placas com avisos para piscinas


Fonte: Maierá (2021)
66
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta Unidade I, vimos que a água da piscina pode ser contaminada de


diferentes formas: pelo ar, pela água de abastecimento, por objetos ou parte de
objetos, pelas vestimentas dos banhistas, por animais e pelo homem. Há
doenças que são transmitidas através do uso da piscina com água contaminada,
sem tratamento correto. O tratamento com cloro e outros produtos é
indispensável para garantir uma água de boa qualidade. Além disso, a higiene
dos usuários contribui para prevenir a contaminação da água.

Produtos Hidroazul que podem ser utilizados nessa Unidade.


67
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
68
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade V – Noções básicas de microbiologia


aplicadas às águas de piscina

A microbiologia é o ramo da biologia que se destina a estudar os


microrganismos. De acordo com Tortora et al. (2017), os microrganismos,
também chamados de micróbios, são seres vivos que, em geral, individualmente
são muito pequenos para serem visualizados a olho nu. São exemplos de
microrganismos: bactérias, fungos, protozoários, algas microscópicas e vírus.
Como estudado acima, a piscina está sujeita a contaminações por diversas
vias que comprometem a qualidade da água. É importante que a água esteja
visualmente cristalina, contudo, não é possível saber se a piscina está
realmente saudável com a simples observação de sua aparência a olho nu,
por isso é preciso verificar se a água está adequadamente desinfetada.
Considerando o Brasil um país de clima tropical, a utilização de piscinas é
uma prática comum entre as pessoas, principalmente no verão, estação
favorável à proliferação de microrganismos devido à temperatura e à umidade
relativa do ar. Dessa forma, é importante avaliar a qualidade microbiológica da
água, uma vez que alguns microrganismos apresentam riscos à saúde.
(LANGONI et al., 2015)
Assim, a análise microbiológica da água é um procedimento que permite
observar a presença de microrganismos patogênicos e orienta as medidas de
controle e desinfecção da piscina (BONATTO; GELINSKI, 2010).
Quem realiza o tratamento da água da piscina, precisa conhecer as leis e
normas do seu estado e município e as normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) específicas para o tratamento de piscinas.
Nesse estudo, iremos abordar apenas os microrganismos de maior
relevância para a balneabilidade* e a potabilidade** da água da piscina.

DICIONÁRIO

* Balneabilidade são os critérios usados para definir se a água está própria


ou imprópria para o banho. O fator que influencia a balneabilidade é,
basicamente, a densidade de coliformes fecais ou a Escherichia coli, que indica
a existência de outros microrganismos causadores de doenças (CONAMA,
2000).
**Potabilidade são os critérios utilizados para definir se a água é destinada
ao consumo humano. Nesse caso, a água deve possuir parâmetros físicos,
químicos, físico-químicos, bacteriológicos e radionucleares dentro de intervalos
rígidos (MAIERÁ, 2021, p. 28.1).
69
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
1. Microrganismos de maior relevância para
balneabilidade e potabilidade da água.
Os microrganismos possuem dimensões microscópicas e podem ser
patogênicos* ou não patogênicos. Algumas características físico-químicas e
microbiológicas podem alterar a capacidade de sobrevivência dos
microrganismos na piscina (MAIERÁ, 2021, p. 69.3). Dentre elas, podem-se
destacar:
• temperatura da água;
• pH da água;
• intensidade de sol na piscina;
• presença de matéria orgânica;
• presença de algas;
• presença de outros microrganismos;
• tipo e concentração do sanitizante.
A seguir, apresentamos os microrganismos mais comuns encontrados em
águas de piscinas: bactérias, fungos, protozoários, algas microscópicas e vírus.

DICIONÁRIO

*Microrganismo Patogênico é todo microrganismo que causa doenças ou


infecções ao ser humano. (MAIERÁ, 2021, p. 69.1).

1.1 Bactérias
As bactérias podem ser definidas como microrganismos unicelulares, ou
seja, de uma única célula. As células bacterianas podem apresentar uma entre
várias formas, como formas de: Bacilos (semelhante a bastões), cocos (esféricos
ou ovoides), espirais (espiralados ou curvados), dentre outros. (TORTORA et al.,
2017)
Algumas bactérias podem causar infecções e doenças. As bactérias
classificadas como coliformes, que possuem forma de bastonete, dividem-se em
coliformes totais e coliformes fecais. A presença de coliformes fecais pode
indicar a possibilidade de contaminação da água por microrganismos
patogênicos. (MAIERÁ. 2021)
Um exemplo de bactéria é a Escherichia coli que é encontrada em fezes
humanas e de animais, utilizada como fator de balneabilidade. (CONAMA, 2000)
70
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 1 – Escherichia coli


Fonte: https://www.gentside.com.br/escherichia/escherichia-coli-na-urina-tratamento-sintomas-o-que-e-escherichia-coli_art6315.html

1.2 Fungos
Os fungos podem ser unicelulares ou multicelulares, e são considerados
seres eucariontes*, pois suas células possuem estruturas mais complexas.
Podem ter dimensões microscópicas ou macroscópicas, dessa forma, os fungos
multicelulares de grandes dimensões, como, por exemplo, os cogumelos, podem
parecer com plantas, contudo, não são capazes de realizar fotossíntese e sua
reprodução pode ocorrer de forma sexuada ou assexuada. Os fungos obtêm
nutrientes por meio da absorção de soluções de materiais orgânicos do
ambiente, que podem ser provenientes do solo, da água ou de um hospedeiro,
animal ou vegetal. (TORTORA et al., 2017)

Figura 2 – Pé de atleta (Tinea pedis)


Fonte: http://doutorpebr.blogspot.com/2015/05/pe-de-atleta-e-um-problema-so-de-quem.html

DICIONÁRIO

*São considerados seres eucariontes aqueles que são formados por


células que apresentam um núcleo delimitado por um envoltório nuclear. Nesse
tipo celular o material genético está restrito a região do núcleo. (SANTOS, s.d.)

1.3 Vírus
A maioria dos vírus só podem ser vistos por meio de um microscópio
eletrônico, pois possuem dimensões muito pequenas. Como possuem estruturas
simples, só podem se reproduzir no interior de células hospedeiras que infectam.
(TORTORA et al., 2017)
71
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 3 – Vírus da Hepatite C


Fonte: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/hepatite-c-uma-doenca-traicoeira/

1.4 Protozoários
Os protozoários são microrganismos unicelulares eucarióticos e
compreende uma variedade de formas, que, em sua maioria, apresenta vida
livre, entretanto algumas espécies levam vida parasitária no organismo de
diversos hospedeiros. Além disso, alguns protozoários são fotossintéticos, por
isso utilizam a luz e o dióxido de carbono como fonte de energia e de carbono
para a produção de açúcares. A reprodução dos protozoários pode ser de forma
sexuada ou assexuada. (TORTORA et al., 2017)
Exemplos de infecções causadas por protozoários são: a Criposporidíase,
causada pela Cryptosporidium parvum; e a Giardíase, causada pela Giardia
lamblia.

Figura 4 – Protozoários
Fonte: https://midia.atp.usp.br/plc/plc0501/impressos/plc0501_06.pdf

1.5 Algas microscópicas


As algas, de acordo com Maierá (2021), são vegetais unicelulares com
mais de 20.000 espécies, que podem ser macroscópicas ou microscópicas. As
algas microscópicas transportadas para piscina por diversas vias, como o vento,
a chuva, entre outras, provocam turbidez na piscina.
72
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

Maierá (2021, p. 63.2) apresenta que, mesmo não sendo nocivas para a
saúde, a presença das algas na piscina contribui para a proliferação de
microrganismos; retardam a ação dos desinfetantes; aumentam o pH; aumentam
o consumo de produtos químicos, principalmente os desinfetantes; deixam a
superfície da piscina escorregadia, entre outros. Assim, para se evitar o
surgimento de algas, é recomendável um tratamento constante da piscina, de
forma a manter o teor de sanitizante dentro dos padrões e que se realize a
filtração e as demais etapas de tratamento da água.

Clorofíceas
As Clorofíceas, conhecidas como algas verdes, são as algas mais comuns
em piscinas. Possuem coloração verde, são flutuantes e podem se desenvolver
nas paredes da piscina. Essas algas têm a capacidade de cobrir a superfície da
piscina em questão de horas, tornando, assim, a água turva. (MAIERÁ, 2021)

Cianobactérias ou cianofíceas
São conhecidas como algas de coloração preta, porém, sua coloração se
apresenta como azul-esverdeada. Segundo Maierá (2021), essas algas são mais
difíceis de serem removidas das piscinas e, algumas vezes, são confundidas
com manchas originadas por metais. Elas se aderem à superfície da piscina e
possuem em seu exterior, uma camada de polimucosacarideo que a protege e
dificulta a sua remoção.

Figura 5 – Algas azuis (Cianofíceas)


Fonte: http://hakufu-sonsaku.blogspot.com/2012/09/archea.html
73
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta Unidade II, foram apresentados os microrganismos (micróbios)


possíveis de serem encontrados na água das piscinas: bactérias, fungos,
protozoários, algas microscópicas e vírus que podem provocar desconforto e
doenças aos banhistas. O tratamento da água deve ser eficiente para prevenir
e, sempre que necessário, combater a proliferação destes microrganismos.

Produtos Hidroazul que podem ser utilizados nessa Unidade.


74
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
75
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade VI – Etapas para o tratamento de água das


piscinas

Para um tratamento correto da água da piscina, é importante seguir as


etapas abaixo:
1º Cálculo do volume de água;
2º Tratamento físico;
3º Tratamento químico.

1. Cálculo do volume de água


Ao iniciar o tratamento, é primordial saber o volume de água da piscina,
para que os produtos sejam aplicados nas dosagens corretas. Dosagens
maiores do que o indicado podem causar saturação* da água. Além de ser um
desperdício de produto, consequentemente, implica aumento no custo do
tratamento e a qualidade da água ficará comprometida. Dosagens menores do
que o indicado também aumentam o custo do tratamento, devido à necessidade
de refazê-lo. A ineficiência no tratamento implica baixa qualidade da água.

DICIONÁRIO

*Saturação - Levar uma solução a conter a maior quantidade possível de corpos


dissolvidos.

Aprenda a calcular
Para calcular o volume de água da piscina, é preciso saber qual é a
profundidade média. Para isso, use a fórmula abaixo:

Profundidade média = profundidade maior + profundidade menor


2

1.000 litros = 1 m³

EXEMPLO

Exemplo: Uma piscina com:


• profundidade maior - 1,4 m
• profundidade menor - 1 m

Profundidade média = 1,4 +1 = 1,2 m de profundidade média


2
76
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Cálculo de volume para piscinas retangulares ou quadradas
Volume (em m³) = Comprimento (m) x largura (m) x profundidade média (m)

EXEMPLO

Piscina com 6 m de comprimento, 3 m de largura, com profundidade 1,0 m


no raso, e 1,4 m na parte mais funda.

1,4+1
• Profundidade média = = 1,2𝑚
2

• Cálculo do volume:
6 x 3 x 1,2 = 21,6 m³ ou 21.600 litros

Cálculo de volume para piscinas redondas


Volume (em m³) = Diâmetro (m) x diâmetro (m) x profundidade média (m) x 0,785

EXEMPLO

Piscina com 5 m de diâmetro, com profundidade de 0,5 m no raso, e 1,5 m na


parte mais funda.

1,5+0,5
• Profundidade média = = 1𝑚
2

• Cálculo do volume:
5 x 5 x 1 x 0,785 = 19,625 m³ 19.625 litros
77
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

Explicação para o fator 0,785


Para compreender o fator 0,785, é preciso, primeiro, observar a fórmula de
volume do cilindro:
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 𝜋 𝑥 (𝑟𝑎𝑖𝑜)2 𝑥 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎

Sendo:
𝜋 = 3,14
altura = profundidade média
raio = diâmetro
2
Então podemos escrever a fórmula acima como:
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 3,14 𝑥 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎
2 2
Dividindo 𝜋 (3,14) por 4 (2x2=4), como resultado, tem-se o fator 0,785. Dessa forma,
a equação pode ser escrita como:

𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒅𝒐 𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = 𝟎, 𝟕𝟖𝟓 𝒙 𝑫𝒊â𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 𝒙 𝑫𝒊â𝒎𝒕𝒓𝒐 𝒙 𝒑𝒓𝒐𝒇𝒖𝒏𝒅𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒎é𝒅𝒊𝒂

Cálculo de volume piscinas ovais


Volume (em m³) = Diâmetro maior (m) x diâmetro menor (m) x profundidade
média (m) x 0,785

EXEMPLO

Piscina com 3 m de diâmetro maior x 2 m de diâmetro menor, com


profundidade de 1,0 m no raso, e 1,5 m na parte mais funda.
1,5+1
• Profundidade média = = 1,25𝑚
2
• Cálculo do volume:

3 x 2 x 1,25 x 0,785 = 5,887 m³ ou 5.887 litros


78
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

IMPORTANTE!

Quando os valores obtidos nos cálculos de volume da piscina forem


fracionados, como, por exemplo, 5.887 litros, esse volume pode ser
arredondado para cima. Neste caso, seriam 6.000 litros.

2. Tratamento físico
A limpeza física da piscina consiste na retirada de sólidos que estão
suspensos na água ou depositados nas superfícies internas das piscinas. Essas
impurezas podem ser folhas, poeiras ou insetos. Antes da limpeza física da
piscina, é preciso realizar algumas operações importantes, como por exemplo a
limpeza da capa; do deck; dos cestos; da coadeira (ou Skimmer) e do pré-filtro.
Além disso, quando necessário, fazer a troca do meio filtrante. O processo de
limpeza ao redor da piscina deve ser realizado de forma que oriente o sentido da
borda da piscina para fora, pois, dessa forma, não permite que as impurezas
sejam transferidas para a água da piscina. (MACEDO, 2018; MAIERÁ, 2021)
A limpeza física da piscina inclui as paredes, o piso, a superfície da água e
o meio aquoso. Portanto, existem várias fases do tratamento físico como as
apresentadas a seguir (MACEDO, 2018; MAIERÁ,2021):
• A limpeza do espaço, ao redor da piscina, deve ser realizada no sentido da
borda da piscina para fora, evitando, assim, que caia sujeira na água. Caso
se utilize capa na piscina, é importante fazer a limpeza da capa.
• As impurezas que se encontram na superfície da água podem ser retiradas
com peneiras e com o auxílio de coadeiras (ou Skimmer), quando houver.
• Realize a limpeza das bordas e das paredes da piscina com produtos
destinados para essa função, de forma que elimine a matéria orgânica.
Nesses ambientes, geralmente, grudam óleos usados pelos banhistas, óleo
natural do corpo, carbonato de cálcio, metais e algas. Portanto, sempre que
necessário, faça a escovação das paredes e do fundo da piscina, de forma
a eliminar a sujeira aderida nesses locais com a utilização dos acessórios
adequados ao revestimento da piscina. Lembrando que não se deve utilizar
palha de aço, escovas metálicas nem esponjas abrasivas. As bordas da
piscina devem ser limpas com esponja embebida em um produto específico
para limpeza das bordas.
• Com o sistema de filtração desligado, realize a limpeza do pré-filtro e da
coadeira (ou Skimmer), quando houver.
• No piso da piscina, pode conter resíduos maiores de impurezas e pode ser
encontrado o mesmo tipo de sujeira que aparece nas paredes. Além disso,
nas piscinas em que a profundidade for maior que 1,80m, podem ocorrer
sujeiras aderidas ao piso da piscina devido à falta de contato com os pés dos
banhistas. A limpeza do fundo é feita, inicialmente, com o escovão e, depois,
com o aspirador. A aspiração do fundo da piscina deve ser realizada quando
houver partículas de impurezas precipitadas no fundo da piscina. No
momento da aspiração, a piscina não deve ser utilizada.
79
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

• Para a eliminação das partículas que se encontram em suspensão no meio


aquoso da piscina, deve-se utilizar o sistema de filtração, onde estas serão
retidas no meio filtrante. O processo de filtração da água deve ser realizado
seguindo as instruções do fabricante do filtro.

Limpa Bordas Hidroazul

É um produto específico para remoção de óleos e gorduras, melhorando


o rendimento do cloro. Não altera o pH e pode ser utilizado também para limpar
infláveis e móveis plásticos.

Link do tutorial de como usar o Limpa Bordas Hidroazul

Figura 1 – Limpa Bordas Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

3. Tratamento químico
O tratamento químico engloba um conjunto de etapas que estudaremos a
seguir:

3.1 Prevenção ou eliminação de metais;


3.2 Ajuste da alcalinidade;
3.3 Ajuste do pH;
3.4 Dureza Cálcica.
3.5 Prevenção ou eliminação de algas
3.6 Prevenção ou eliminação de oleosidade
3.7 Prevenção ou eliminação de matéria orgânica
3.8 Clarificação ou decantação
3.9 Cloração/desinfecção
80
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3.1 Prevenção ou remoção de metais
Um dos problemas que pode ocorrer nas piscinas, principalmente com as
que são abastecidas por água de poço ou de mina, é a presença de metais.
Segundo Maierá (2021), a presença de metais na água da piscina é
caracterizada por manchas nas paredes ou no fundo da piscina, ou pelo fato de
a água estar colorida, porém, transparente. Os metais normalmente encontrados
na piscina, são cobre, ferro e manganês.
Assim, antes de dar início ao tratamento químico, é importante avaliar se
se a água contém metais. Para isso, dilua, em um balde plástico branco,
aproximadamente 6 grãos de qualquer cloro Hidroazul para 10 L de água.
Aguarde 30 minutos. Não havendo alteração na coloração da água, prossiga o
tratamento químico pela etapa de ajuste de alcalinidade. A mudança de cor da
água indica presença de metais. Esse teste não é conclusivo. Para um resultado
preciso, é necessário realizar análise da água em laboratório. Para prevenir ou
eliminar coloração e manchas, ocasionadas por metais, utilize o Controlador de
Metais Hidroazul, indicado também para prevenção de incrustações calcárias em
águas com elevada dureza cálcica.

Controlador de Metais Hidroazul

O Controlador de Metais Hidroazul é um produto específico para remover


os metais, além das manchas no fundo da piscina, causadas por ferrugem, como
marcas de tampinhas de garrafas, pregadores, dentre outros, assim como
manchas nas paredes da piscina, devido à presença de metais.
Link do tutorial de como usar o Controlador de Metais Hidroazul

Figura 2 – Controlador de Metais Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

3.2 Ajuste de Alcalinidade


De acordo com Macedo (2018), a alcalinidade da água é representada por
meio da presença de íons hidróxido, carbonato e bicarbonato. O autor destaca
que esses íons, causadores da alcalinidade, possuem características básicas,
reagem com soluções ácidas, ocorrendo a reação de neutralização. Dessa
forma, a alcalinidade é definida como a medida total das substâncias presentes
numa água capaz de neutralizar ácidos – geralmente expressa em ppm*.
81
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
A alcalinidade é responsável pelo equilíbrio do pH, dessa forma, quando
desajustada, fica difícil a correção do pH. A alcalinidade desejável em piscinas é
de 80 a 120 ppm. Em caso de desajustes, existem produtos específicos para
correção, como Elevador de Alcalinidade e Diminuidor de pH e Alcalinidade
Hidroazul.
Segundo Maierá (2021) a alcalinidade ideal para os diferentes tipos de
cloros:
• De 80 a 100 ppm: cloro líquido, hipoclorito de cálcio, hipoclorito de lítio.
• De 100 a 120 ppm: dicloro, tricloro, gás cloro e compostos de bromo.

SAIBA MAIS

*ppm – partes por milhão


Partes por milhão (ppm) é uma das unidades de medida que expressa a
concentração de soluções químicas, utilizada para soluções que são muito
diluídas, ou seja, a concentração da solução é muito pequena (MAIERÁ, 2021).
A concentração em partes por milhão pode ser exemplificada da seguinte
maneira:
1 ppm: 1 ml do soluto (substância dissolvida) em 1.000 litros de solução
1 ppm: 1 g do soluto (substância dissolvida) em 1.000 kg de solução.

3.2.1 Análise da alcalinidade


Em piscinas residenciais, a alcalinidade deve ser verificada, no mínimo, de
15 em 15 dias. Já em piscinas coletivas ou de uso frequente, deve ser verificada,
no mínimo, a cada 3 dias. A análise da alcalinidade pode ser realizada com Kits
de soluções ou então com fitas testes.

Kit Teste Aquachek Hidroazul (Alcalinidade)

Composto por um tubo cilíndrico incolor e dois frascos contendo reagentes


líquidos: solução 1 – Indicador e solução 2 – Titulante.

Link do tutorial de como usar o Kit Teste Aquachek (Alcalinidade) Hidroazul

Figura 3 – Kit Teste Aquachek Hidroazul (Alcalinidade)


Fonte: http://www.hidroazul.com.br
82
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Fita Teste Aquachek Hidroazul (4 em 1)

É um kit que contém 50 fitas reagentes, que, quando mergulhadas na água,


permitem leituras simultâneas da alcalinidade total, pH, cloro livre e ácido
cianúrico.

Link do tutorial de como usar a Fita Teste Aquachek Hidroazul

Figura 4 – Fita Teste Aquachek Hidroazul (4 em 1)


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

3.2.2 Correção da alcalinidade

Alcalinidade total baixa (abaixo de 80ppm)


Quando a alcalinidade se encontra abaixo do teor indicado, fica difícil o
controle do pH, que pode ser alterado bruscamente pela adição de pequena
dosagem de qualquer produto químico ácido e até mesmo com a água da chuva.
Além disso, a água tende a ficar corrosiva (ácida) e, dessa forma, pode provocar
corrosões em vários componentes da piscina. (MAIERÁ, 2021).
A alcalinidade fora dos parâmetros indicados implica consumo maior de
cloro, além de prejudicar o processo de decantação e causar desconforto aos
banhistas devido ao difícil ajuste do pH.

Elevador de Alcalinidade Hidroazul

Produto granulado fino. Específico para ajustar a alcalinidade baixa e


estabilizar o pH.

Link do tutorial de como usar o Elevador de Alcalinidade Hidroazul


83
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 5 – Elevador de Alcalinidade


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

EXEMPLO

Piscina com 50 m³ e alcalinidade em 20 ppm. Neste caso, de acordo com


a tabela, seriam necessários 8,5 kg de Elevador de Alcalinidade Hidroazul.

Alcalinidade total alta (acima de 120ppm)


Quando a alcalinidade total está acima dos parâmetros indicados, pode
ocorrer a turbidez da água (água leitosa) e formação de incrustações nos tubos
e em outras partes do sistema de circulação (depósitos de carbonato de cálcio).
(MAIERÁ, 2021).
Água com alcalinidade alta significa grande dificuldade para abaixar o pH,
o que gera maior consumo de cloro e prejudica o processo de decantação.

Diminuidor de pH e Alcalinidade Hidroazul

Produto concentrado para corrigir alcalinidade elevada. Deve ser utilizado


diretamente sobre a água, que deve ficar em repouso por 8 horas.

Link do tutorial de como usar o Diminuidor de pH e Alcalinidade Hidroazul


84
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 6 – Diminuidor de pH e Alcalinidade Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

EXEMPLO

Piscina com 50 m³ e alcalinidade em 180 ppm. Neste caso, de acordo com


a tabela, seriam necessários 6 litros de Diminuidor de pH e Alcalinidade
Hidroazul.

3.3 Ajuste do pH
O potencial hidrogeniônico (pH) é definido como cologarítimo da
concentração de íons de hidrogênio na água. Assim, segundo a ABNT NBR
10339:2019 o potencial hidrogeniônico representa uma escala do grau de acidez
ou de basicidade, cujos valores numéricos indicam se o meio está ácido, básico
ou neutro. Dessa forma, os valores da escala de pH variam de 0 (zero) a 14
(quatorze), sendo que o pH abaixo de 7,0 indica que o meio está ácido, acima
de 7,0 indica que o meio está básico, e o pH 7,0 indica que o meio está neutro.

Figura 7 – Escala de pH com exemplos do cotidiano


Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/conceito-ph-poh.htm
85
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3.3.1 Importância do pH
O pH é expresso por um número que varia de 0 a 14, sendo que, ao se
utilizar cloro como sanitizante, a faixa ideal indicada é entre 7,4 e 7,6. De acordo
com Maierá (2021), o valor do pH da piscina pode sofrer variações com tempo
devido a alguns fatores, como:
• a alcalinidade desajustada;
• a frequência de utilização pelos banhistas;
• água de reposição;
• produtos utilizados no tratamento químico da água;
• ocorrência de chuvas, entre outros fatores.

Devido a essas possíveis variações do pH, é importante a regularidade na


medição de seu valor e, quando necessário, sua correção. Além disso, esse
parâmetro tem influência em vários processos relacionados à piscina, como por
exemplo:
• Para a desinfecção – caso o pH não esteja dentro da faixa
recomendada, pode ocasionar perda da eficiência do sanitizante.
• Para a floculação – o processo de floculação é mais eficiente quando
pH se encontra dentro da faixa recomendada.
• Para o conforto dos banhistas – caso o pH não esteja regulado, pode
causar desconforto para os banhistas, como irritação aos olhos.
Outras consequências, observadas com a variação do pH, estão descritas
no quadro abaixo:
Quadro 1 – Consequências da variação do pH
Consequências de um pH baixo Consequências de um pH alto
Irritação nos olhos e nas mucosas Irritação aos olhos e às mucosas
Perda do sanitizante, por causa de sua
Baixa eficiência no sanitizante
evaporação mais acelerada
Pode haver formação de carbonato de
Pode haver corrosão nos metais cálcio, o qual pode causar incrustações
e turvar a água
Fonte: Maierá, 2021

3.3.2 Análise do pH
Em piscinas residenciais, o pH deve ser verificado diariamente. Já em
piscinas coletivas ou de uso frequente, no mínimo, 3 vezes ao dia. A análise do
pH pode ser realizada com Kits de soluções ou com fitas testes.

Kit Teste Aquachek Hidroazul (análise de pH e cloro)

Tem por finalidade a verificação dos níveis de cloro residual e pH na água.


O Kit é composto por um comparador de cor e dois frascos de reagentes, sendo
um Vermelho de Fenol (análise de pH) e o outro Ortotolidina (análise de cloro).

Link do tutorial de como usar o Kit Teste Aquachek (pH/cloro) Hidroazul


86
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 8 – Kit Teste Aquachek Hidroazul (análise de pH e cloro)


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Para análise do pH, também pode ser utilizada a Fita Teste Aquachek
Hidroazul que foi apresentada acima nesta apostila.

IMPORTANTE!

Em piscinas residenciais, o pH e o cloro devem ser verificados


diariamente. Já em piscinas coletivas, mais de uma vez por dia.

3.3.3 Correção do pH baixo


Caso seja necessária a correção do pH baixo recomenda-se o uso de
Barrilha ou do Elevador de pH.

Barrilha Hidroazul

Alta pureza, granulado fino, completamente solúvel.


Link do tutorial de como usar a Barrilha Hidroazul

Figura 9 – Barrilha Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br
87
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

EXEMPLO

Piscina com 50 m³ e pH 6,6. Neste caso, de acordo com a tabela, seriam


necessários 750 g de Barrilha Hidroazul.

Elevador de pH Hidroazul

Produto líquido, concentrado e de fácil aplicação. Neutraliza a acidez da


água.
Link do tutorial de como usar o Elevador de pH Hidroazul

Figura 10 – Elevador de pH Líquido Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

EXEMPLO

Piscina com 50 m³ e pH 6,8. Neste caso, de acordo com a tabela, seria


necessário 750mL de Elevador de pH Hidroazul.

3.3.4 Correção do pH alto


Em caso de pH alto, a utilização do Diminuidor de pH e Alcalinidade é
recomendável.

Diminuidor de pH e Alcalinidade Hidroazul

Produto de ação rápida. Para redução de pH, deve ser diluído, em um balde
com água, para que a solução seja distribuída sobre a superfície da piscina.
Neste caso, a água deve ficar recirculando.

Link do tutorial de como usar o Diminuidor de pH e Alcalinidade Hidroazul


88
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 11 – Diminuidor de pH e Alcalinidade Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

EXEMPLO

Piscina com 50 m³ e pH 8. Neste caso, de acordo com a tabela, seriam


necessários 250 ml de Diminuidor de pH e Alcalinidade Hidroazul.

3.4 Dureza Cálcica


A dureza total da água, segundo Maierá (2021), é representada pela soma
da dureza de íons de cálcio, magnésio e outros metais. Para a água da piscina,
é importante a medição da dureza cálcica, ou seja, a dureza proveniente dos
íons de cálcio, e não a dureza total. Esse parâmetro é considerado de grande
importância para o equilíbrio químico da água, assim como o pH e a alcalinidade.
A dureza cálcica é expressa em ppm (partes por milhão) de carbonato de
cálcio (CaCO3). Considerando a faixa de pH entra 7,2 a 7,8, Macedo (2021), em
seus estudos, apresenta que a faixa proposta para a dureza cálcica para piscinas
varia de 90 ppm a 175 ppm, embora seja possível encontrar referencias que
indicam variações nesses valores.
A análise da dureza cálcica pode ser realizada por meio de fitas teste ou
kits específicos, assim como o pH e a alcalinidade.

3.4.1 Consequências das variações da dureza cálcica


Quando a dureza cálcica da água possui valores abaixo do ideal, a água
torna-se agressiva, ou seja, pode causar problemas como corrosão de metais
dos equipamentos e outros materiais, tais como rejuntes, trocadores de calor,
aquecedores, dentre outros; além de formação de espuma e tornar difícil o
balanço químico da água. Quando os valores de dureza são maiores do que o
ideal, a água pode ficar turva, podendo ocorrer a formação de depósitos de cálcio
nas paredes, no piso e nas tubulações da piscina. Além disso, pode dificultar o
balanceamento químico da água, danificar o meio filtrante e diminuir a eficiência
dos aquecedores, principalmente os aquecedores a gás. (MAIERÁ, 2021)
89
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3.4.2 Correção da dureza cálcica
De acordo com Maierá (2021), pode-se aumentar a dureza cálcica por meio
da utilização do composto cloreto de cálcio anidro ou hidratado. Além disso, o
autor informa que o uso contínuo do hipoclorito de cálcio contribui para a
elevação da dureza cálcica.
Para reduzir a dureza cálcica, pode ser realizada uma drenagem parcial da
água da piscina e, em seguida, deve-se completar seu volume com água de
dureza baixa. Segundo Maierá (2021, p. 52.3) o cálculo para o volume de água
de reposição com determinada dureza cálcica para uma piscina de volume
conhecido e dureza cálcica conhecida se dá por meio da fórmula:

Vs = Vp x (Da – Dd)
(Da – Dr)

Sendo
Vs – volume da água a substituir
Vp – volume da água da piscina
Da – dureza cálcica atual da água da piscina
Dd – dureza cálcica final desejada
Dr – Dureza cálcia da água de reposição

EXEMPLO

Considere uma piscina de 100m³, com dureza cálcica de 200 ppm, valor
que precisa ser abaixado para 150 ppm. Considerando que a água de reposição
tem 100 ppm, de dureza cálcica, devemos calcular a quantidade de água de
reposição que deve ser introduzida na piscina (e o quanto de água deve ser
retirado da piscina).
Vp – 100m³
Da – 150 ppm
Dd – 50 ppm
Dr – 50 ppm
Vs = Vp x (Da – Dd)
(Da – Dr)

Vs = (100) x (200 – 150)


(200 – 100)

Vs = 100 x 50
100

Vs = 50 m³
90
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

Um dos derivados clorados que pode ser utilizado no tratamento químico


da água da piscina é o hipoclorito de cálcio (Ca(ClO)2), conhecido, como cloro
granulado não estabilizado. A utilização desse derivado clorado auxilia no
aumento da dureza cálcica da água devido ao fato de possuir cálcio em sua
composição. Entretanto, seu uso pode não ser interessante para águas em que a
dureza tenha valores mais elevados, pois seu uso pode aumentar o valor da
dureza cálcica para além do recomendado, gerando as consequências desse
valor desajustado. (MAIERÁ, 2021)

SAIBA MAIS

Lembre-se das unidades de medidas:


1 Quilograma (kg) = 1.000 gramas (g)
1 grama (g) = 1.000 miligramas (mg)
1 metro cúbico (m³) = 1.000 litros (L)
ppm = parte por milhão
g/m³ = grama por metro cúbico
1 ppm = 1g/m³ = 1 mg/L

3.5 Prevenção ou eliminação de algas


Uma das etapas do tratamento químico da água da piscina é a prevenção
ou eliminação de algas, que podem ser levadas até a piscina por diversas vias,
como chuva, ventos, insetos, água de abastecimento, dentre outras. Uma vez na
piscina e com ambiente favorável, as algas multiplicam-se rapidamente e,
mesmo não sendo nocivas à saúde humana, sua presença contribui para a
proliferação de microrganismos que podem ser patogênicos. (MAIERÁ, 2021)
Há numerosas espécies de algas, mas, no tratamento de piscinas, os
principais tipos são:

• Algas verdes (Clorofíceas): são algas flutuantes que também podem se


desenvolver nas paredes das piscinas. Apresentam coloração verde e,
podem tornar as águas das piscinas esverdeadas. (MAIERÁ, 2021)
• Algas negras (Cianofíceas): mesmo sendo conhecidas como algas
negras, sua coloração é azul escuro esverdeado. São algas que se aderem
firmemente às paredes ou ao fundo das piscinas. Elas se apresentam,
geralmente, como pontos e pequenas manchas de difícil remoção.
(MACEDO. 2018)
91
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Segundo Maierá (2021), a presença de algas, na piscina, além de contribuir


para a proliferação de microrganismos, também deixa a superfície da piscina
escorregadia. Além disso, podem turvar a água; aumentar o consumo de
produtos químicos e retardar a ação dos desinfetantes, assim como aumentar o
pH e causar odor e sabor à água. Portanto, é importante evitar que elas se
desenvolvam, eliminando-as, logo no início, e prevenindo a sua instalação.
Para prevenir algas, indica-se Algicida Manutenção Hidroazul ou Algicida
Multiação Hidroazul; para eliminar algas (piscina verde), recomenda-se Algicida
Choque Hidroazul ou o Algicida Multiação Hidroazul.

Algicida Manutenção Hidroazul

Previne a formação de algas, evitando que a água fique verde. Não altera
o pH da água e possui ação prolongada.

Link do tutorial de como usar Algicida Manutenção Hidroazul

Figura 1 – Algicida Manutenção Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Algicida Multiação Hidroazul

Duas funções em um único produto: tratamento de choque e manutenção.


Fórmula isenta de cobre e de outros metais, indicado especialmente para
piscinas abastecidas com água de poço. Pode ser aplicado diretamente na água
da piscina e em conjunto com o cloro. Não mancha revestimentos, cabelos ou
roupas.
92
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Link do tutorial de como usar o Algicida Multiação Hidroazul

Figura 2 – Algicida Multiação Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Algicida Choque Hidroazul

Combate as infestações de algas, promovendo um choque químico.

Link do tutorial de como usar o Algicida Choque Hidroazul

Figura 3 – Algicida Choque Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

IMPORTANTE!

A remoção das algas negras do piso e das paredes é um processo difícil


devido à “camada protetora” que essas algas possuem. Assim, além de utilizar
os processos indicados para a remoção de algas, é fundamental que seja
realizada uma escovação enquanto durar o tratamento. (MAIERÁ, 2021)
93
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3.6 Prevenção ou eliminação de oleosidade
Devido ao uso de protetores solares, óleos bronzeadores e outros
cosméticos, é comum o acúmulo de gordura proveniente desses produtos na
água. Essa oleosidade, se não eliminada, pode se acumular, apresentando um
aspecto gorduroso na superfície da água e nas bordas da piscina, além de
ocasionar problemas como: turvamento da água; entupimento dos filtros;
danificação dos equipamentos da piscina; reações alérgicas aos banhistas;
redução da qualidade da água da piscina, assim como dificuldade no seu
tratamento. (MACEDO, 2018)
Portanto, um processo importante no tratamento da água da piscina é a
eliminação da oleosidade. Para esse procedimento, aplique o Eliminador de
Oleosidade Hidroazul.

Eliminador de Oleosidade Hidroazul

Contém enzimas que provocam, naturalmente, a quebra completa desses


resíduos orgânicos. Com isso, é possível o melhor aproveitamento do cloro,
bordas das piscinas limpas por mais tempo e ainda prevenção contra o
entupimento do filtro.

Link do tutorial de como usar o Eliminador de Oleosidade Hidroazul

Figura 4 – Eliminador de Oleosidade Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

3.7 Prevenção ou eliminação de matéria orgânica


A oxidação é uma operação muito importante no tratamento da água da
piscina para a eliminação da matéria orgânica e prevenção das cloraminas,
contudo, muitas vezes, essa operação é negligenciada. O oxidante auxilia no
tratamento da água da piscina, uma vez que ao reagir com a matéria orgânica,
ajuda na manutenção do residual do desinfetante. Os cloros, também, agem
como oxidantes e, quando aplicados na água, aproximadamente 85% são
consumidos na operação de oxidação e 15%, na operação de desinfecção
(MAIERÁ, 2021).
Em vista disso, para evitar o elevado consumo de cloro, é indicada a
aplicação de um oxidante.
94
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

PoderOX Hidroazul

Forte agente oxidante para águas de piscinas já cloradas e que


necessitam da oxidação frequente para destruir contaminantes, causadores de
turbidez na água, de odores desagradáveis e de irritação na pele e nos olhos,
que consomem o residual de cloro.
Elimina a matéria orgânica e outros contaminantes, sem formar
cloraminas e sem apresentar cheiro. Substitui a supercloração, reduz o consumo
do cloro e aumenta o poder desinfetante do cloro.
Não há necessidade de pré-dissolver e o produto que pode ser aplicado
diretamente na água da piscina. Não mancha (descolore) piscinas de fibra, vinil,
superfícies pintadas ou roupa de banho. Melhora a cristalinidade da água e o
residual de cloro fica livre para a tarefa de desinfecção. Após 15 minutos da
aplicação do PoderOX Hidroazul, a piscina poderá ser utilizada.
Produto muito indicado para piscinas de uso coletivo (clubes, academias,
condomínios, dentre outros), por serem piscinas que mais recebem carga de
matéria orgânica (banhistas suados, urina na água, etc).

Link do tutorial de como usar o PoderOX Hidroazul

Figura 5 – PoderOX Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

3.8 Clarificação ou decantação


A ocorrência de impurezas na água da piscina se deve a diversas vias
como estudado no Capítulo 2, como vento, chuva, animais e até o próprio
banhista. Assim, com a presença de impurezas, a água pode se tornar turva. A
turbidez, segundo Macedo (2018, p. 79) é a alteração da penetração de luz
devido à presença de partículas que se encontram em suspensão na água,
sendo que turbidez, limpidez e transparência possuem o mesmo significado na
área de piscina.
Para fazer a remoção dessas impurezas, pode ser utilizado o processo de
clarificação ou floculação e decantação.
95
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3.8.1 O que é clarificação?
Os sólidos em suspenção são partículas insolúveis e de sedimentação
lenta, portanto, é necessária a remoção desses sólidos. Um processo que pode
ser utilizado para isso, é a clarificação. A clarificação é um processo de
microfloculação, com a utilização dos agentes clarificantes e, em seguida, o filtro.
Para clarificação, indica-se o Floc Gel Hidroazul ou o Floc Plus 2 em 1
Hidroazul.

Floc Gel Hidroazul

Cubo em gel com alto poder clarificante e de fácil utilização. Para isso,
basta colocá-lo no pré-filtro ou no skimmer. Mantém a água cristalina por até 15
dias. Elimina as micropartículas causadoras de turbidez que ficam suspensas na
água e promove um brilho incomparável. Ideal para todos os tipos de piscinas.
Funciona, aglomerando partículas submicrônicas para serem aprisionadas
pelo filtro de areia, aumentando sua eficácia a fim de que a água da piscina
permaneça cristalina. Reduz o consumo de cloro ao remover contaminantes da
água.

Link do tutorial de como usar o Floc Gel Hidroazul

Figura 6 – Floc Gel Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Floc Plus 2 em 1 Hidroazul

Tem dupla ação: clarificante e decantador. Alta eficácia em qualquer tipo


de piscina. Usado no tratamento preventivo, evita que a água fique turva, e,
como decantador, elimina sujeiras acumuladas na água.
96
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Link do tutorial de como usar o Floc Plus 2 em 1 Hidroazul

Figura 7 – Floc plus 2 em 1 Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Resumo dos procedimentos para o processo de clarificação:


1º Verificar alcalinidade e pH. Corrigir, se for necessário;
2º Retrolavar o filtro;
3º Utilizar o Floc Gel ou aplicar o Floc Plus 2 em 1 Hidroazul, seguindo as
instruções de uso que constam nas respectivas embalagens;
4º Filtrar a água da piscina por 6 horas;
5º Liberar a piscina aos frequentadores 30 minutos após aplicação do Floc
Plus 2 em 1 Hidroazul. No caso do emprego de Floc Gel, não é necessário
um intervalo para liberação do uso da piscina.

SAIBA MAIS

Para muitos Tratadores de Piscina, o processo de clarificação pode ser


considerado novidade, uma vez que é recente a entrada, no mercado, de
produtos que são agentes clarificantes.
Os agentes clarificantes, ao serem adicionados na piscina, agem com as
partículas em suspensão, formando microflocos que são encaminhados pelo
sistema de filtração e são retidos no filtro, sem comprometer o meio filtrante.

3.8.2 O que é floculação?


A floculação é o processo de aglomerar os sólidos que causam turbidez na
água, formando partículas maiores, denominadas flocos. Ao se aglomerarem, há
um aumento na velocidade de sedimentação, devido ao peso e aos inúmeros
flocos, ocorrendo, assim, a sua decantação, ou seja, os flocos ficarão no fundo
97
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
da piscina. Esse processo ocorre por meio da adição de um agente floculante.
(MAIERÁ, 2021)
Para facilitar a floculação e, consequentemente, a decantação, recomenda-
se o Sulfato de Alumínio Hidroazul ou o Floc Plus 2 em 1 Hidroazul.
Sulfato de Alumínio Hidroazul

Produto granulado com alto grau de pureza. De fácil dissolução e com alta
eficiência na floculação e decantação, esse produto transforma a água turva em
cristalina.
Atenção: Ao utilizar o sulfato de alumínio, nunca ligue o filtro na posição
“filtrar”. Aspire o fundo da piscina após, 12 horas, com o filtro na posição “drenar”.

Link do tutorial de como usar o Sulfato de Alumínio Hidroazul

Figura 8 – Sulfato de Alumínio Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Resumo dos procedimentos para o processo de floculação e decantação:


1º Verificar alcalinidade e pH. Corrigir, se for necessário;
2º Desligar o motor da bomba de recirculação;
3º Fechar o registro do ralo de fundo;
4º Adicionar Sulfato de Alumínio Hidroazul e Barrilha Hidroazul ou apenas
Floc Plus 2 em 1 Hidroazul, seguindo as instruções de uso que constam
nas respectivas embalagens;
5º Aguardar o processo de decantação dos flocos (no mínimo, 12 horas e,
no máximo, 24 horas);
6º Preparar o aspirador dentro da piscina;
7º Abrir o registro da linha de aspiração;
8º Religar o motor da bomba de recirculação ou da linha de aspiração, caso
exista;
9º Aspirar os flocos para o esgoto;
10º Completar o volume da piscina;
11º Analisar alcalinidade, pH e o cloro residual. Corrigir, se necessário;
12º Liberar a piscina aos frequentadores.
98
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

IMPORTANTE!

Sendo a água um recurso natural, é importante evitar o seu desperdício.


Assim, o processo de tratamento da água da piscina, além de evitar a
proliferação de microrganismos patogênicos, também evita o seu esvaziamento
e, consequentemente, o desperdício de água.
O ideal é que a piscina seja tratada regularmente, pois além da economia
da água, também serão economizados os produtos químicos devido ao fato de
as doses de manutenção serem menores do que as doses para tratamento de
choque, utilizado quando a água se encontra muito suja. Logo, um tratamento
adequado com desinfetante nas concentrações corretas, parâmetros químicos
balanceados e realização do processo de filtração, evita a proliferação de algas
e microrganismos patogênicos, o que implica segurança para a saúde do
banhista e economia de produtos para a correção.

3.9 Cloração/Desinfecção

3.9.1 Desinfecção – conceito


Nesta unidade, daremos continuidade aos estudos sobre as etapas do
tratamento da piscina, estudando o conceito de cloração/desinfecção.
A desinfecção é o processo de matar ou pelo menos inativar 99,9% dos
microrganismos de um meio como, por exemplo, a água da piscina. Logo, o
processo de desinfecção é capaz de reduzir os microrganismos a níveis que são
considerados seguros na perspectiva microbiológica, de forma a garantir a saúde
dos banhistas. (MAIERÁ, 2021; MACEDO, 2018)

3.9.1.1 O que são desinfetantes


No capítulo 1, item 3 Definições/Glossário da resolução RDC da
ANVISA/MS de nº 14/2007 (BRASIL, 2007), desinfetante é um produto que mata
todos os microrganismos patogênicos, mas não necessariamente todas as
formas microbianas esporuladas* em objetos e superfícies inanimadas. Essa
mesma resolução, em seu capítulo 5, item 3, subitem 3.3, define desinfetante
para piscinas como produto empregado com finalidade higiênica e estética para
evitar a transmissão de doenças contagiosas em águas de piscina.
Os desinfetantes podem ser de natureza física (exemplo: calor, luz
ultravioleta) ou química (exemplo: substâncias orgânicas e inorgânicas que
liberam o cloro ativo, sais de quaternário de amônio). Algumas características
desejáveis dos desinfetantes são: apresentar alta eficiência na desinfecção; não
ser tóxico ou irritante ao homem nas concentrações de utilização; ter poder
oxidante; apresentar efeito residual; concentração fácil de medir na água; ter
ação algicida; fácil de introduzir na piscina, seja manualmente, seja por
automação; não ter sua eficiência alterada pelo pH; não ser destruído pela luz
99
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
solar; não ter características agressivas para o acabamento da piscina; ser fácil
de estocar, transportar e manusear, além de obedecer às leis e códigos federais,
estaduais e municipais; entre outras. Mesmo não sendo possível encontrar
desinfetante que apresente todas as características desejadas juntas, é preciso
conhecê-las para melhor avaliar aquele que atenda às especificações
necessárias em cada situação. (MAIERÁ, 2021)

SAIBA MAIS

*Formas microbianas esporuladas – são formas que possuem resistência


ao calor e à dissecação.

3.9.1.2 O fator de Ct
O fator ou valor de Ct, conforme Macedo (2018), corresponde a um número
que representa a facilidade ou dificuldade na inativação de um microrganismo
por um determinado desinfetante. Ele é calculado por meio da multiplicação da
concentração “C” do desinfetante (em mg/L ou ppm), necessária para inativar
uma certa porcentagem (99,9%) do patógeno, pelo tempo “t” (em minutos) que
o patógeno é exposto a essa concentração. Assim:
Ct = C (concentração em ppm) x t (tempo em minutos)
Quanto maior for o valor Ct, maior é a dificuldade de inativação do
contaminante. Da mesma forma, quanto menor for o valor Ct, menor a dificuldade
de inativação do contaminante
Para compreender melhor esse conceito, Maierá (2021, p. 31.1) apresenta,
como exemplo, a seguinte situação: 99,9% de uma determinada bactéria morre
quando uma concentração de 2ppm de um determinado desinfetante age nessa
bactéria por 2 minutos. Neste caso, o valor Ct para este desinfetante, para este
microrganismo, é igual a 4 (2 ppm x 2 minutos).
Assim, podemos concluir que ao se utilizar uma concentração diferente do
mesmo desinfetante, há necessidade de que o tempo de contato seja um valor
que mantenha o fator de Ct. Da mesma forma, caso tome o tempo de contato
como referência, a concentração deve ser num valor que mantenha o fator de
Ct. Ou seja. tomando o exemplo acima, sendo o valor de Ct= 4, caso se utilize 4
ppm de desinfetante, será necessário um tempo de contato de 1 minuto (4 ppm
x 1 minuto = 4). Analogamente, caso se utilize concentração de desinfetante 1
ppm, serão necessários 4 minutos de tempo de contato (1 ppm x 4 minutos = 4).
Cada desinfetante possui um valor de Ct específico para cada
contaminante. Esse parâmetro é obtido por meio de experimentos em laboratório
e esse valor sofre alterações com o pH e a temperatura, parâmetros importantes
a serem informados juntamente com o Ct. O fator de Ct é considerado o mais
aceitável na comparação de eficiência dos desinfetantes na água, portanto, um
valor alto, implica tolerância do microrganismo ao desinfetante, enquanto um
100
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
valor baixo indica menor tolerância ao desinfetante, ou seja, torna-se mais fácil
a inativação do microrganismo. (MACEDO, 2018)

3.9.2 Cloro
O termo cloro, no ramo de tratamento de piscinas, refere-se aos compostos
derivados clorados que, em contato com a água, são hidrolisados e formam o
ácido hipocloroso (HClO), substância que age como desinfetante e oxidante. O
ácido hipocloroso, em água forma os íons: cátion hidrogênio e ânion hipoclorito,
como representado pela reação abaixo:

HClO H+ + ClO-
Ácido hipocloroso cátion hidrogênio ânion hipoclorito

SAIBA MAIS

Os íons são átomos ou conjunto de átomos que estão carregados


eletricamente, devido à perda ou ao ganho de elétrons. Quando a carga é
positiva, é chamado de cátion; quando a carga é negativa é chamado de ânion.

Conforme Maierá (2021), o ácido hipocloroso é mais eficiente no processo


de desinfecção do que o ânion hipoclorito e, mesmo não compreendendo como,
de fato, ocorre a morte dos microrganismos pela ação do ácido hipocloroso, é
consenso geral que esse composto possui a capacidade de penetrar nas
paredes dos microrganismos com certa facilidade e, assim, inibir a ação
enzimática, causando a morte do microrganismo.
Dessa forma, é melhor que a forma encontrada na água, em maior
quantidade, seja o ácido hipocloroso ao invés do ânion hipoclorito. A quantidade
entre essas duas espécies é afetada pelo valor do pH, de acordo com a tabela
abaixo:

Tabela 1 – Porcentagem de ácido hipocloroso (HClO) e ânion hipoclorito (ClO-) em


função do valor do pH da solução
pH Porcentagem Porcentagem
HClO ClO -

3,54 99,990 0,010


5,54 99 1
6,26 95 5
101
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
6,58 90 10
6,78 85 15
6,94 80 20
7,06 75 25
7,17 70 30
7,27 65 35
7,36 60 40
7,45 55 45
7,54 50 50
7,62 45 55
7,71 40 60
7,81 35 65
7,91 30 70
8,01 25 75
8,14 20 80
8,29 15 85
8,49 10 90
8,66 7 93
8,82 5 95
9,05 3 97
9,53 1 99
10,06 0,3 99,7
10,24 0,2 99,8
11,54 0,01 99,99
OBS: Cálculos considerando a constante de dissociação do ácido hipocloroso de
2,9x10-8 a 25ºC
Fonte: MACEDO (2018, p.238).
Grifo nosso.

Observando os dados apresentados na Tabela 1, é possível perceber que


quanto menor o valor do pH, maior a quantidade de ácido hipocloroso no meio.
Em se tratando de água de piscina, é indicada a faixa ideal de pH como sendo
7,4 a 7,6, levando em consideração segurança/conforto para o banhista, danos
aos equipamentos e concentrações ideais de ácido hipocloroso para a
desinfecção.
O ácido hipocloroso age como desinfetante e oxida a matéria orgânica
presente na água da piscina. Assim, ao adicionar um derivado clorado na água
102
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
da piscina, inicialmente, ocorre a reação de oxidação da matéria orgânica,
chamada de “demanda de cloro”. Uma vez satisfeita essa demanda, o ácido
hipocloroso reage com os compostos nitrogenados formando as cloraminas,
também denominadas “cloro residual combinado”. (MACEDO, 2018)

SAIBA MAIS

As cloraminas são formadas por meio da reação do ácido hipocloroso com


amônia ou compostos amoniacais, quando presentes na água. Esses compostos
chegam à piscina por diversas vias, como, por exemplo a urina. As reações de
formação das cloraminas podem ser representadas pelas equações abaixo
(MACEDO, 2018):
NH4+ + HClO NH2Cl + H2O + H+
Monocloramina

NH2Cl + HClO NHCl2 + H2O


Dicloramina

NHCl2 + HClO NCl3 + H2O


Tricloramina

Segundo Macedo (2018), mesmo que a concentração de cloro seja 20 ppm,


o cloro residual livre não possui odores, já o cloro residual combinado
(cloraminas), numa concentração de 0,1 a 0,2 ppm, apresenta um odor forte e
irritante. Consequentemente, quando se sente um cheiro irritante, que é
caracterizado pelos banhistas de “cheiro forte de cloro” ou “excesso de cloro”, o
odor se deve à existência de cloraminas, mas não ao excesso de cloro, logo, a
presença desse cheiro característico indica a falta de cloro residual livre.
Portanto, é preciso evitar a presença de cloraminas na água da piscina, pois,
além do desconforto devido aos odores, consomem o cloro residual livre.
Para a eliminação das cloraminas, é preciso adicionar mais derivado
clorado, utilizado, para a ocorrência do fenômeno denominado de “break-point”
ou ponto de quebra, ou seja, ocorrência da oxidação das cloraminas.
Segundo Macedo (2018), a cloração ao “break-point” ocorre sob condições
controladas, adicionando o derivado clorado para que ocorra a oxidação da
matéria orgânica, e continua sendo adicionado até que as cloraminas também
sejam oxidadas. O ponto em que o derivado clorado adicionado libera ácido
hipocloroso, com finalidade somente de desinfecção, é denominado ponto de
quebra ou “break-point”.
103
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 1- Curva de cloração ao breakpoint.


Fonte: Santos Filho (1985) apud Macedo (2018)

Os derivados clorados, em água, podem formar subprodutos de acordo


com o derivado utilizado, uns têm a característica de aumentar o pH; outros, de
diminuir; alguns com a característica oxidante maior devido ao teor ativo, outros
com teor ativo menor; enfim, existem vantagens e desvantagens em cada
derivado clorado, utilizado no processo de desinfecção da água da piscina.
Sendo assim, é preciso observar as características que se deseja para a melhor
escolha do produto utilizado. (MACEDO, 2021)
De acordo com Maierá (2021), existem dois grupos principais de derivados
clorados: os não-estabilizados, cloro gás, hipoclorito de sódio e o hipoclorito de
cálcio; e os estabilizados, dicloro e tricloro. Os derivados clorados estabilizados,
são substâncias que, ao entrarem em contato com a água, além da formação do
ácido hipocloroso forma o ácido cianúrico que age como estabilizante. O ácido
cianúrico é uma substância que diminui acentuadamente a decomposição do
cloro pelos raios ultravioleta do sol.
Veremos os tipos de derivados clorados a seguir.

IMPORTANTE

Jamais misture qualquer tipo de cloro, ainda que seja da mesma marca,
sob risco de combustão e/ou liberação de gases tóxicos.
104
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

3.9.3 Cloro não estabilizado


3.9.3.1 Cloro gasoso ou elementar
O cloro gás, cloro gasoso ou cloro elementar, possui fórmula química C l2,
é um gás que apresenta coloração amarelo-esverdeado, comercializado na
forma líquida em cilindros de aço. (MACEDO, 2018)
Ao reagir com a água, forma o ácido hipocloroso e o ácido clorídrico,
portanto, por meio dessa reação, pode ocorrer a redução no pH da água,
precisando da utilização de produtos para elevar pH e alcalinidade sempre que
necessário. (MAIERÁ, 2021)
Por ser um gás tóxico e mais denso que o ar, seu manuseio deve ser
realizado com atenção e cuidado. Logo, para seu uso, é necessário mão de obra
capacitada, equipamento especial, inspeções frequentes das instalações, entre
outros cuidados para maior segurança (MACEDO, 2018; MAIERÁ, 2021).
Dessa forma, devido à complexidade de sua utilização e aos riscos
operacionais, esse derivado clorado dificilmente será utilizado para desinfecção
de águas de piscinas. (MACEDO, 2018)

Figura 2 – Cloro gasoso ou elementar


Fonte: http://www.alliedmones.com/LISTADO_DE_PRODUCTOS_-_ALLIED_MONES_CORPORATION__S.A..pdf

SAIBA MAIS

Reação do cloro gás com a água:


Cl2 + H2O HClO + HCl
Gás cloro ácido ácido
hipocloroso clorídrico

3.9.3.2 Hipoclorito de sódio


Também conhecido pelo termo “cloro líquido”, o hipoclorito de sódio
(NaClO), é um dos derivados clorados. Segundo Maierá (2021), essa substância
apresenta coloração ligeiramente amarelada, possui alta solubilidade em água,
é um líquido inflamável e não higroscópico*. O hipoclorito de sódio ao reagir com
105
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
a água, produz ácido hipocloroso e hidróxido de sódio. Devido à formação do
hidróxido de sódio, ocorre uma elevação do valor do pH.
O hipoclorito de sódio é um composto instável com teor percentual de cloro
ativo de 8,38% a 12,30%. Devido ao seu teor de cloro ativo, a sua utilização
envolve grandes volumes, o que dificulta seu transporte e armazenamento. Por
ser um produto instável, sua concentração de cloro ativo tende a diminuir devido
a fatores como: quanto mais alta a concentração do hipoclorito de sódio, maior
é a decomposição; é mais estável em pH alto; altas temperaturas e presença de
luz solar, favorecem sua decomposição. (MAIERÁ, 2021)

Figura 3 – Hipoclorito de sódio


Fonte: http://www.plasticweldingrepairs.ca/plastic-barrels.php

SAIBA MAIS

*O hipoclorito de sódio líquido é uma substância não higroscópica, pois não


absorve a umidade do ar.

SAIBA MAIS

Reação do cloro líquido com a água:


NaClO + H2O Na+ + ClO- + H2O
Hipoclorito de
sódio

Na+ + ClO- + H+ + OH- HClO + NaOH


ácido hidróxido de
hipocloroso sódio
106
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

SAIBA MAIS

O gerador de cloro à base de sal, segundo a ABNT NBR 10339:2019, é um


equipamento que, por meio da reação de eletrólise, transforma o sal (cloreto de
sódio) em cloro (hipoclorito de sódio) a ser utilizado no tratamento da água.
Dessa forma, o derivado clorado, formado no gerador de cloro, é o hipoclorito de
sódio, de acordo com as reações (MACEDO, 2019):
eletrólise
2 NaCl + 2H2O ➔ 2NaOH + Cl2 + H2
2NaOH + Cl2 ➔ NaClO + NaCl + H2O

NaCl + H2O ➔ NaClO + H2

3.9.3.3 Hipoclorito de Cálcio


O hipoclorito de cálcio (Ca(ClO)2), também conhecido como cloro
granulado não estabilizado, é um sólido branco apresentado na forma de
grânulos, podendo possuir teor de cloro ativo de até 70%. Sua reação com água
forma ácido hipocloroso e hidróxido de cálcio o que pode provocar um aumento
do pH. Por possuir cálcio em sua composição, esse derivado clorado tem a
propriedade de elevar a dureza cálcica da água, o que é vantajoso em casos de
água com dureza baixa, porém se torna uma desvantagem em água com dureza
alta. (MAIERÁ, 2021)
Esse produto não deve ser jogado diretamente, na forma de grânulos, em
piscinas de vinil ou fibra de vidro, pois pode danificar o revestimento. Além disso,
ao ser jogado diretamente na piscina, pode tornar a água turva. Tais problemas
podem ser evitados por meio da dissolução desse composto em água num balde
não metálico antes de ser jogado na piscina. Lembrando que, por questões de
segurança, deve-se jogar o cloro na água e não o contrário. (MAIERÁ, 2021)

SAIBA MAIS

Reação do Hipoclorito de Cálcio com a água:


Ca(ClO)2 + H2O Ca2+ + 2 ClO- + H2O
Hipoclorito de
cálcio

Ca2+ + 2 ClO- + 2 H+ + 2 OH- 2 HClO + Ca(OH)2


ácido hidróxido de
hipocloroso cálcio
107
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Exemplos de cloro granulado não estabilizado:

Cloro Premium Hidroazul

Hipoclorito de Cálcio. Alto poder desinfetante, com 70% de cloro ativo. Nº


1 em concentração, o mais forte do mercado. Adequado para todos os tipos de
piscinas.
Princípio ativo: Hipoclorito de Cálcio. 70% de cloro ativo.

Link do tutorial de como usar o Cloro Premium Hidroazul

Figura 4 – Cloro Premium Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Cloro Premium 65 Hidroazul

Hipoclorito de cálcio com 65% de concentração de cloro ativo. Excelente


bactericida e forte oxidante. Previne a transmissão de diversas doenças
infecciosas. Ação imediata.
Princípio ativo: Hipoclorito de Cálcio. 65% de cloro ativo.

Link do tutorial de como usar o Cloro Premium 65 Hidroazul

Figura 5 – Cloro Premium 65 Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br
108
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Super Premium Hidroazul

O Cloro Super Premium é um Hipoclorito de Cálcio Multifuncional,


desenvolvido com fórmula exclusiva. Possui 10 funções para sua piscina,
projetado com 45% de teor ativo. Pode ser utilizado para a destinação domiciliar
ou institucional. É indicado para a eliminação dos microrganismos da água da
piscina, oxidação de matéria orgânica, inibição de odores desagradáveis e para
a prevenção da transmissão de diversas doenças infecciosas.
Princípio ativo: Hipoclorito de cálcio. 45% de cloro ativo.
Link do tutorial de como usar o Cloro Super Premium Hidroazul

Figura 6 – Cloro Super Premium Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Weekend Hidroazul (Solução completa para água verde)

Único no mercado capaz de deixar a piscina limpa e clorada da noite para


o dia. Tratamento de choque.
A sacola contém 2 sacos plásticos. Passo n° 1: aplicar o Desinfetante (saco
vermelho). Passo n° 2: aplicar o Decantador (saco azul). As dosagens são pré-
calculadas para piscinas de 30.000 ou 50.000 litros. Caso a piscina tenha volume
de água diferente, basta calcular a proporção adequada, conforme cálculo
abaixo.
Link do tutorial de como usar o Weekend Hidroazul

Figura 7 – Weekend
Fonte: http://www.hidroazul.com.br
109
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Fórmula para piscina com volume diferente:


Volume da piscina x 40

EXEMPLO

Como calcular a dosagem de Weekend para uma piscina de 35.000 litros?


Utilizando a fórmula: 35 x 40 = 1.400g
Neste caso, seriam necessários 1,4 kg do produto do saco Nº1 e 1,4 Kg do produto
do saco Nº2.

IMPORTANTE!

Siga corretamente as instruções de uso do produto. Nunca misture, no


mesmo balde, o produto do saco Nº 1 e o produto do saco Nº 2. Pode ocorrer
reação com liberação de gases tóxicos e afetar a eficiência do produto.

3.9.4 Cloros estabilizados


Os cloros estabilizados são substâncias que, ao entrarem em contato com
a água, além da formação do ácido hipocloroso, forma o ácido cianúrico que age
como estabilizante. O ácido cianúrico é um ácido fraco, sólido e muito pouco
solúvel em água. Ele é a única substância química conhecida até o momento
que, através de uma reação de equilíbrio com o cloro (ácido hipocloroso) diminui
acentuadamente a decomposição do cloro pelos raios ultravioleta do sol.
(MAIERÁ, 2021)
O ácido hipocloroso, é o agente desinfetante formado pela reação dos
derivados clorados com a água, é uma substância instável em presença de
radiações ultravioleta provenientes do sol. Dessa forma, o ácido cianúrico é
considerado um estabilizante, pois sua presença na água da piscina diminui a
decomposição do ácido hipocloroso. Maierá (2021) apresenta que, em duas
horas, em um dia de sol intenso, praticamente todo o cloro da piscina é
eliminado, na ausência de uma concentração adequada de ácido cianúrico.
Como demonstrado no gráfico abaixo, com o uso do ácido cianúrico (cerca de
20 ppm), a perda de cloro, depois de duas horas, em um dia ensolarado, chega
a ser 5 vezes menor do que a perda sem a presença de ácido cianúrico.
110
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Figura 8. Redução do consumo de cloro em função da concentração de ácido cianúrico.


Fonte: MAIERÁ (2021, p. 39.3)

O teor de ácido cianúrico pode ser analisado por meio de testes práticos
que são feitos com kits através da turbidez da água ou por testes colorimétricos,
usando-se fitas de teste. O valor ideal do ácido cianúrico deve ser de 30 a 100
ppm, valores acima de 150 ppm são considerados altos. Os cloros orgânicos ou
estabilizados, no Brasil, são representados pelo dicloro (dicloroisocianurado de
sódio) e o tricloro (ácido tricloroisocianúirico).

SAIBA MAIS

Fórmula estrutural do ácido cianúrico:


O ácido cianúrico pode ser representado por meio de duas fórmulas estruturais,
como apresentado abaixo. Isso ocorre, pois a estrutura do ácido cianúrico possui
isomeria, o que significa que dois ou mais compostos têm a mesma composição,
mas um arranjo diferente de átomos, sendo o caso do ácido cianúrico, a isomeria
denominada tautomeria. Assim, esses compostos coexistem em equilíbrio
dinâmico, ou seja, por meio de uma reação química, uma estrutura se transforma
em outra e vice-versa. (MACEDO, 2018)

s-triazine-2,4,6-triol s-triazine-2,4,6-trione
(forma enol) (forma ceto)

3.9.4.1 Dicloroisocianurato de Sódio


O dicloroisocianurato de sódio, também conhecido como dicloro ou dicloro-
s-triazina-triona de sódio, é um pó granulado branco que possui alta solubilidade
em água e pouca influência no pH da piscina. Sua reação com água, forma o
ácido hipocloroso e o cianurato de sódio, este ao reagir com água forma o ácido
cianúrico. (MAIERÁ, 2021)
111
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Os dicloroisocianurato de sódio não devem ser jogados diretamente na
piscina de fibra de vidro ou que possuem acabamento em vinil, pois podem
manchar o acabamento dessas piscinas.

SAIBA MAIS

Reação do Dicloroisocianurato de Sódio com a água:

3.9.4.2 Ácido Tricloroisocianúrico


O tricloroisocianúrico, também conhecido como tricloro ou tricloro-s-
triazina-triona, é encontrado na forma granular e na forma de tabletes ou
bastões. Depois do cloro gás, é o que apresenta a maior concentração de cloro
ativo. Na forma de tabletes, possui baixa solubilidade em água, com dissolução
é lenta, portanto, são utilizados em cloradores na tubulação de retorno ou em
cloradores flutuantes. Como se trata de um derivado clorado com características
ácidas, em sua composição, pode ocorrer a adição de barrilha ou bicarbonato de
sódio para ajustar a acidez. É importante ressaltar que os tricloros não devem
ser utilizados diretamente em piscinas de vinil ou fibra de vidro, pois podem
manchar o acabamento. (MAIERÁ, 2021)

SAIBA MAIS

Reação do Ácido tricloroisocianúrico com a água:


112
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Exemplos de cloro granulado estabilizado:

Dicloroisocianurato de sódio

Dicloro Orgânico Hidroazul

Cloro granulado estabilizado. Proporciona excelente rendimento em


menores dosagens. Indicado para todos os tipos de piscinas.
Princípio ativo: Dicloroisocianurato de sódio. 56% de cloro ativo.

Link do tutorial de como usar o Dicloro Orgânico Hidroazul

Figura 9 – Dicloro Orgânico Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Cloro Multiação Hidroazul (O ORIGINAL)

Cloro orgânico multifuncional. Produto com ação fungicida. Contribui para


o equilíbrio da alcalinidade, do pH e do cloro, previne e elimina algas e matéria
orgânica, com função oxidante. A ação clarificante auxilia na filtração e deixa a
água mais cristalina. Rápida dissolução.
Princípio ativo: Dicloroisocianurato de sódio. 45% de teor ativo.

Link do tutorial de como usar o Cloro Multiação Hidroazul

Figura 10 – Cloro Multiação Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br
113
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Cloro FAZ! Hidroazul

Multivantagens e economia. Contribui para o equilíbrio da alcalinidade, do


pH e do cloro, evitando a ardência nos olhos e melhorando o rendimento do
cloro. Previne a formação de algas, elimina a matéria orgânica e previne odores
desagradáveis.
Princípio ativo: Dicloroisocianurato de sódio. 38,1% de cloro ativo.

Link do tutorial de como usar o Cloro FAZ! Hidroazul

Figura 11 – Cloro FAZ! 4 + 1 Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Dicloro Granulado Hidroazul

Cloro granulado estabilizado. Ação prolongada com dissolução rápida. Não


altera o pH.
Princípio ativo: Dicloroisocianurato de sódio. 42% de cloro ativo.

Link do tutorial de como usar o Dicloro Granulado Hidroazul

Figura 12 – Dicloro Granulado Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br
114
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Ácido tricloroisocianúrico

Pastilha de Tricloro Multiação Hidroazul

Tricloro estabilizado. Fórmula exclusiva com ação clarificante, algicida e


fungicida. Para utilização em cloradores ou flutuadores.
Princípio ativo: Ácido tricloroisocianúrico. 90% de cloro ativo.

Link do tutorial de como usar a Pastilha Multiação Hidroazul

Figura 13 – Pastilha de Tricloro Multiação Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br

Pastilha de Tricloro Premium Hidroazul

Composta por 100% tricloro. Garante ação prolongada do cloro. É um


poderoso agente desinfetante. Para utilização em cloradores ou flutuadores.
Princípio ativo: Ácido tricloroisocianúrico. 90% de cloro ativo.

Link do tutorial de como usar a Pastilha Premium Hidroazul

Figura 13 – Pastilha de Tricloro Premium Hidroazul


Fonte: http://www.hidroazul.com.br
115
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3.9.5 Residual de cloro
Existem dois tipos de residual de cloro: o cloro residual livre, em função do
ácido hipocloroso e do ânion hipoclorito, e o cloro residual combinado, em função
das cloraminas. A soma desses dois residuais resulta no residual de cloro total.
O residual de cloro livre é a quantidade de cloro disponível para o processo
de desinfecção da água da piscina. Dessa forma, como visto anteriormente, é
conveniente que o residual de cloro livre resulte da presença do ácido
hipocloroso, sendo este mais eficiente no processo de desinfecção que o ânion
hipoclorito, e, para isso, é preciso o controle dos parâmetros, principalmente pH.
(MAIERÁ, 2021; MACEDO, 2018)
O residual de cloro combinado está relacionado à quantidade de
cloraminas formadas. As cloraminas possuem poder de desinfecção mínimo em
relação ao ácido hipocloroso, além de apresentar um odor forte e irritante,
portanto, é recomendável que o teor de cloro combinado na água não seja maior
que 0,2 ppm, uma vez que numa concentração de 0,1 a 0,2 ppm apresenta um
odor forte e irritante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006), o
máximo teor de cloro combinado é 0,2 ppm.
Existem diversas normas e leis que estabelecem os níveis de concentração
de cloro livre na água:

• ABNT NBR 10818:2016 – entre 0,8 mg/L a 3,0 mg/L


• Literaturas internacionais – entre 0,8 mg/L a 4,0 mg/L

O profissional, ao realizar o tratamento de piscina, deve estar atento aos


regulamentos de seu estado/município.

SAIBA MAIS

Como calcular a quantidade de cloro a ser dosada, considerando que já


existe um residual na piscina? Não devemos deixar o cloro zerar para realizar a
próxima aplicação. O ideal é que, quando o cloro atingir a faixa de 1 ppm, seja
realizado o reforço. Esse residual existente na piscina irá se somar ao cloro
adicionado. Por isso, ele deve ser considerado, no cálculo, a fim de evitar
superdosagem ou dosagens insuficientes.
Fórmula:
𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐
𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒅𝒆 á𝒈𝒖𝒂 𝒅𝒂 𝒑𝒊𝒔𝒄𝒊𝒏𝒂 𝑿 (𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒋𝒂𝒅𝒐 − 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒆𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒐)
=
𝑻𝒆𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 (%)
𝟏𝟎𝟎
116
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

EXEMPLO

Um clube possui uma piscina de 500 m³ e deseja realizar um tratamento de


choque, fazendo uma supercloração. Para isso, precisa elevar o residual de cloro
livre para 10 ppm na água. Através da análise, o Tratador da Piscina encontrou
1,5 ppm de cloro livre. Saiba qual é a dosagem de cloro que ele deve usar para
chegar aos 10 ppm, considerando duas situações:
a) Utilizando cloro FAZ! Hidroazul (teor de cloro ativo – 38,1%):
Fórmula:
𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐
𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒅𝒆 á𝒈𝒖𝒂 𝒅𝒂 𝒑𝒊𝒔𝒄𝒊𝒏𝒂 𝑿 (𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒋𝒂𝒅𝒐 − 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒆𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒐)
=
𝑻𝒆𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 (%)
𝟏𝟎𝟎
500 𝑋 (10 − 1,5)
𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 =
38,1%
100

4250
𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 =
0,381

𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 = 𝟏𝟏𝟏𝟓𝟓𝒈 𝒐𝒖 𝟏𝟏, 𝟏𝟓𝟓𝑲𝒈

b) Utilizando cloro PREMIUM Hidroazul (teor de cloro ativo – 70%):


Fórmula:
𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐
𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒅𝒆 á𝒈𝒖𝒂 𝒅𝒂 𝒑𝒊𝒔𝒄𝒊𝒏𝒂 𝑿 (𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒋𝒂𝒅𝒐 − 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒆𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒐)
=
𝑻𝒆𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 (%)
𝟏𝟎𝟎

500 𝑋 (10 − 1,5)


𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 =
70%
100

4250
𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 =
0,7

𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐 = 𝟔𝟎𝟕𝟏𝒈 𝒐𝒖 𝟔, 𝟎𝟕𝟏𝑲𝒈

OBS: Caso a piscina apresente sinais de contaminação por matéria


orgânica, como oleosidade e/ou odores, uma parte desse cloro será consumido
por esses contaminantes.
117
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
Ácido cianúrico e a superestabilização do ácido
hipocloroso
Associa-se a superestabilização ao fato do ácido hipocloroso ter sua ação
inibida devido à presença em excesso de ácido cianúrico na água da piscina.
Para entender melhor esse conceito, é importante saber que o ácido cianúrico,
na água, sofre uma reação química e pode se apresentar na forma não
dissociada (Composto A) ou na forma dissociada (Composto B), ao perder um
Hidrogênio (H), segundo a reação mostrada abaixo. (MACEDO, 2018)

Hidrogênio

Composto A Composto B
Ácido Cianúrico (Não dissociado) Cianurato (Dissociado)

Figura 14. Dissociação do ácido cianúrico (forma ceto).


Fonte: WAHMAN (2018).

Segundo Macedo (2019), para ocorrer uma superestabilização é preciso


que este ácido esteja na forma não dissociada. A quantidade entre a forma
dissociada e não dissociada, encontrada na água, é afetada pelo valor do pH do
meio, como apresentado pela Tabela 2:
Tabela 2- Porcentagem da concentração ácido cianúrico/cianurato, com
relação ao pH
Ácido Cianúrico Cianurato
pH
(Não dissociado) (Dissociado)
1,94 99,990 0,010
3,95 99 1
4,67 95 5
4,99 90 10
5,34 80 20
5,58 70 30
5,77 60 40
5,94 50 50
6,12 40 60
6,31 30 70
6,55 20 80
6,90 10 90
7,22 5 95
7,45 3 97
7,54 2,5 97,5
7,63 2 98
7,76 1,5 98,5
7,94 1 99
118
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
8,47 0,3 99,7
8,64 0,2 99,8
9,94 0,01 99,99
(Fonte: MACEDO, 2018)

Observando a Tabela 2, na faixa de pH próximo de 7,45, cerca de 97% do


ácido cianúrico está na forma dissociada (cianurato). Portanto, em um
tratamento convencional, onde o pH considerado ideal para piscinas é de 7,4 a
7,6, não há possibilidade de existir uma superestabilização, uma vez que esse
efeito está relacionado à forma não dissociada do ácido cianúrico. Esse efeito só
é possível em pH muito baixo, inferior a 5,94. (MACEDO, 2018)

IMPORTANTE

Vale ressaltar que a troca natural de água da piscina como a perda de água
pelo uso dos banhistas (splash-out), através da drenagem na aspiração,
lavagem do filtro e da reposição do nível da água, diminuem ainda mais a
possibilidade de ocorrer um acúmulo de ácido cianúrico, estando ele na forma
dissociada ou não. De acordo com as referências citadas, conclui-se que, em
uma piscina com os parâmetros ajustados e com um tratamento convencional é
praticamente impossível ocorrer o fenômeno da superestabilização. (MACEDO,
2018)
119
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta unidade VIII, apresentamos como é feito o cálculo do volume da água


da piscina e as etapas do tratamento físico e químico. Para fazer o tratamento
físico, vimos quais são as soluções para a limpeza da superfície da água, do
meio aquoso, das paredes e do piso da piscina. Com relação ao tratamento
químico, estudamos a prevenção ou a remoção de metais da água, quando
necessário e a importância de se medir os parâmetros de alcalinidade, pH e
dureza cálcica da água. Quando esses parâmetros estão desajustados, o
tratador precisa fazer a correção com os produtos específicos para cada caso.
Vimos também, as etapas de prevenção ou eliminação de algas, oleosidade da
água (causada pelo uso de protetor solar e cosméticos), matéria orgânica e
clarificação ou decantação. Além disso, estudamos um dos pontos fundamentais
para o tratamento de piscinas: a desinfecção. Você viu que existem diferentes
tipos de desinfetantes para piscinas. Abordamos ainda quais são os diferentes
tipos de cloro usados no tratamento de piscinas. Você aprendeu, também, a
calcular a quantidade de cloro que deve ser usada em diversas situações.

Produtos Hidroazul que podem ser utilizados nessa Unidade.


120
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
121
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade VII – Cuidados e segurança

1. Cuidados com os produtos químicos


O manuseio dos produtos químicos requer cuidados e procedimentos de
segurança para que possam ser utilizados corretamente e diminuir as
possibilidades de ocorrência de acidentes. Portanto, é importante conhecer a
Ficha de Segurança do Produto Químico-FISPQ e ler as instruções
disponibilizadas nos rótulos das embalagens, no site ou consultar o manual do
fabricante, quando houver.
Para encontrar a FISPQ dos produtos Hidroazul, basta acessar o site
www.hidroazul.com.br, e clicar nas informações sobre os produtos.
Veremos, a seguir, procedimentos de segurança relacionados ao
manuseio, armazenamento e embalagens de produtos químicos.

1.1 Cuidados com o manuseio dos produtos químicos


1.1.1 Equipamentos de proteção individual (EPI)
Os equipamentos de proteção individual (EPI) devem ser utilizados no
momento do manuseio dos produtos químicos. Portanto, é necessário consultar
a FISPQ do produto utilizado para orientações dos equipamentos necessários
para o manuseio. (MACEDO, 2018)
São exemplos de EPI’s
• Luvas de latex (emborrachadas);
• Máscara (Peça Facial Filtrante - PFF);
• Óculos de Segurança;
• Botas de PVC;
• Calça e camisa de manga comprida.

1.1.2 Produtos químicos


Segundo Macedo (2018), antes do manuseio dos produtos químicos é
importante verificar se existe algum vazamento na embalagem, para evitar
possíveis acidentes. Além disso, não se deve utilizar produto químico que não
esteja com rótulo. Portanto, antes da utilização do produto químico, sempre leia
as instruções de uso, informadas pelo rótulo e pela FISPQ do produto.
Além disso, Maierá (2021) destaca que ao abrir uma embalagem, deve-se
colocá-la o mais longe possível do rosto, virando a cabeça para o lado para evitar
inalação de possíveis vapores e/ou contato com possíveis respingos. No
momento do manuseio do produto, é necessário evitar a inalação dos possíveis
vapores dos produtos químicos e utilizá-lo com segurança para que não
aconteça respingos que podem atingir os olhos, a boca, o nariz ou a pele.
É importante ressaltar a necessidade do uso dos equipamentos de
proteção, tais como: luvas, botas, aventais, óculos, máscara, entre outros de
acordo com as especificações do rótulo e a FISPQ do produto utilizado. Após o
manuseio de produtos químicos, é necessário lavar as mãos com água e sabão.
122
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

1.1.3 Respingos
Na ocorrência de respingos, ao manusear produtos químicos, o local deve
ser lavado imediatamente com água. Se o local do respingo apresentar irritações
ou em casos em que os respingos atingem áreas mais delicadas, como a região
dos olhos, é necessário consultar um médico, levando as informações sobre o
produto químico. (MAIERÁ, 2021)

1.1.4 Preparação de soluções


Na preparação de uma solução, é importante se atentar aos procedimentos
de segurança. Para isso, leia, com atenção, as instruções no rótulo da
embalagem e na FISPQ do produto. Para o preparo de soluções, Macedo (2018)
destaca que nunca se deve colocar água sobre o produto químico. O
procedimento deve ser realizado, adicionando o produto químico a água.
Nota: Somente pessoas que tenham recebido orientação correta e
completa podem manipular os produtos.

1.1.5 Adição de produtos na piscina


No que se refere à adição de produtos na água da piscina, Macedo (2018)
informa que deve ser realizada na forma de soluções, a menos que seja
recomendado o contrário pelo fabricante. Dessa forma, de acordo com as
instruções de uso do produto químico, a solução deve ser feita em um recipiente
de plástico, sempre que possível com a própria água da piscina. Para adicionar
a solução na piscina, esse procedimento deve ser realizado distribuindo a
solução em frações, na água da piscina, de forma mais homogênea possível. É
importante sempre ler as orientações de dosagem e uso dos produtos em seus
rótulos.
IMPORTANTE: Jamais misture produtos químicos diferentes,
principalmente, com outro cloro, sob risco de combustão e/ou liberação de
gases tóxicos. Além disso, existem produtos que não devem ser
adicionados após outros, portanto, é importante conhecer as
especificações e instruções de uso do produto manuseado.

IMPORTANTE!

Não se devem misturar produtos químicos diferentes. Os produtos devem


sempre ser diluídos e aplicados separadamente. A mistura poderá levar à
formação de compostos altamente tóxicos, explosivos ou do tipo que podem
causar incêndio.
123
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
1.1.6 Cigarro e fósforo
Devido ao risco de incêndios por alguns produtos serem altamente
inflamáveis, não se deve fumar ou acender fósforos e isqueiros perto dos
produtos químicos ou de seus vapores. (MACEDO, 2018; MAIERÁ, 2021)

1.2 Cuidados com as embalagens dos produtos químicos


1.2.1 Transporte
Ao adquirir um produto químico para o tratamento da água da piscina, é
importante avaliar sua embalagem e não adquirir produtos sem rótulo ou com
embalagens danificadas. No momento do transporte do produto químico, caso
ocorra suspeita de vazamentos, é importante interromper o transporte para que
seja verificado e corrigido o problema. Além disso, após o transporte é preciso
observar se houve danos acidentais nas embalagens. IMPORTANTE: produtos
químicos não devem ficar guardados dentro de veículo, principalmente se
esse veículo estiver em exposição ao sol. (MACEDO, 2018; MAIERÁ, 2021)

1.2.2 Recipientes
Não se deve misturar produtos velhos com produtos novos do mesmo tipo.
De acordo com Macedo (2018), os produtos químicos devem ser armazenados
em suas embalagens originais e em boas condições de uso.

1.2.3 Após o uso do produto químico


Após a utilização do produto químico, Maierá (2021) aponta que é
necessário fechar completamente a embalagem, para que, assim, se evitem
possíveis acidentes.

1.2.4 Embalagens vazias


As embalagens vazias não devem ser reutilizadas para outros fins. É
recomendado que a embalagem vazia seja lavada com água da piscina. Ao final
da lavagem, essa água deve ser devolvida para a piscina, de forma que seja
retirado todo o produto que ainda tenha na embalagem. Esse procedimento deve
ser realizado pelo menos três vezes. O descarte da embalagem deve ser
direcionado para a coleta seletiva de reciclagem. Nas cidades que não possuem
coletas seletivas para a reciclagem, devem-se seguir as recomendações dos
órgãos governamentais locais.

1.3 Cuidados na armazenagem dos produtos químicos


1.3.1 Local
Segundo Maierá (2021), o local de armazenamento dos produtos químicos
deve ser bem ventilado, fresco, seco, ao abrigo do sol e longe do alcance de
pessoas não autorizadas, bem como de crianças e animais. Maierá (2021)
também destaca que o piso não deve apresentar água ou ter a possibilidade de
ocorrência, pois o contato da água com os produtos químicos pode provocar
reações indesejáveis. Portanto, o local de armazenamento deve ser mantido
124
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
limpo e seco, caso ocorra vazamento de produto, a área afetada deve ser limpa
imediatamente.
É importante ressaltar que esse local precisa ser longe de chamas, dos
equipamentos elétricos e não deve ser na casa de máquinas, pois pode danificar
os equipamentos do filtro devido a vapores de alguns produtos.

IMPORTANTE!

Produtos químicos não devem ser armazenados próximos uns dos outros,
principalmente quando se tratar de diferentes tipos de cloros.

1.3.2 Como armazenar


Os produtos químicos não devem ser armazenados diretamente sobre o
piso, perto de janelas ou de portas, dessa forma, precisam ser colocados sobre
estrados ou prateleiras. (MAIERÁ, 2021)
As orientações para o armazenamento correto dos produtos químicos
podem ser encontradas na FISPQ do produto, disponibilizada pelo fabricante,
bem como as orientações de incompatibilidade com outros produtos.
OBS: produtos químicos líquidos não devem ser armazenados em
cima de produtos químicos sólidos.

SAIBA MAIS

Conforme ABNT NBR 10339:2019, para o correto armazenamento dos


produtos químicos, deve-se:
a) Armazenar e manipular os produtos, cuidadosamente, em compartimento
exclusivo
b) No caso de não haver ventilação natural, utilizar ventilação forçada no
compartimento, conforme recomendação da ABNT NBR 16401-3

2. Cuidados com os equipamentos


Evite ou proteja o acesso de pessoas não autorizadas à casa de máquinas
assim como aos produtos químicos. Mantenha os equipamentos da piscina em
boas condições, com manutenções preventivas em dia. Tenha sempre os
manuais de instrução dos equipamentos para consulta.

2.1 Equipamentos de segurança para evitar afogamentos


Os afogamentos ou quase afogamentos, em piscinas, são acidentes que
ocorrem com frequência, principalmente com crianças, sendo mais comum em
125
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
piscinas residenciais. Esses acidentes podem ser evitados por meio de
determinadas ações e utilização de equipamentos de segurança. Os acidentes
com afogamentos e quase afogamentos podem ser evitados por meio da
constante supervisão das crianças quando estas se encontram na piscina.
(MAIERÁ, 2021)
Somado a supervisão, podem ser utilizadas medidas adicionais que
diminuem a probabilidade de ocorrer acidentes, mas não eliminam totalmente a
possibilidade de afogamentos. Dentre essas medidas estão: cercas, capas de
segurança, abrigos e sistemas de alarme. (MAIERÁ, 2021)
• Cercas: podem ser fixas ou móveis. Devem ter altura mínima de 1,2 m,
não devem possuir aberturas verticais maiores de 10 cm, e a distância da
grade ao chão deve ser inferior a 10 cm. Os portões devem possuir
fechamento automático ou trinco auto-travante, de forma que o trinco
esteja numa altura que uma criança não alcance.
• Capas de segurança: devem cobrir completamente a piscina,
bloqueando o acesso à água, essas capas de segurança devem obedecer
a certas especificações. Antes do uso da piscina, as capas devem ser
removidas completamente e não se deve nadar debaixo da capa. É
necessário remover qualquer quantidade de água no bojo da capa.
• Abrigos: em estruturas metálicas, não são muito usados no Brasil.
Transformam piscinas descobertas em piscinas cobertas.
• Alarmes: geralmente sonoros, podem ser instalados no portão de acesso
à piscina, na própria piscina (alarme de superfície e alarme de sub-
superfície) ou no deck da piscina. Existem, também, os alarmes pessoais,
podendo ser utilizados em crianças, colocados na vestimenta, pescoço ou
no pulso, como um relógio.
Adultos e adolescentes também podem se afogar devido a uma série de
fatores, como cair na água, inesperadamente, acessar a piscina sem
autorização, não ser capaz de nadar, consumir álcool, ter um mal súbito quando
estiver nadando sozinho, praticar brincadeiras perigosas, nadar fora dos limites
de profundidade do usuário, prender a respiração debaixo d’água ou ser
succionado pelo ralo de fundo (também conhecido como dreno de fundo).
Conforme Maierá (2021), os acidentes com os ralos de fundo, compreende
uma grande variedade de idades, segundo o autor, ocorrem com maior
frequência com adolescentes, crianças acima de 5 anos e mulheres. Devido à
força de sucção da bomba, uma pessoa pode ficar presa no ralo de fundo sem
conseguir se soltar, até mesmo com a ajuda de outras pessoas.
No que se refere aos ralos de fundo, é fundamental que os responsáveis
pela piscina, conheçam as leis e normas de segurança em vigor, definidas pela
Norma Técnica da ABNT NBR 10339:2018. Além disso, é importante a constante
verificação do estado da tampa ou grade do ralo de fundo a fim de manter seu
perfeito estado de conservação.
126
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

IMPORTANTE!

Quando houver qualquer falha na fixação da tampa ou na grade do ralo


de fundo, a piscina deverá ser interditada.

2.2 Cuidados com a energia elétrica na piscina


Para a proteção das pessoas e dos equipamentos, é necessário observar
os cuidados com a energia elétrica na piscina. Dessa forma, a instalação elétrica
de uma piscina deve ser feita por um eletricista habilitado e, segundo a ANBT
NBR 10339:2019, as instalações elétricas e o aterramento das casas de
máquinas devem ser dimensionados de acordo com a ABNT NBR 5410. Antes
de fazer a manutenção da piscina, desligue a energia elétrica dos equipamentos
da piscina.
127
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta Unidade II, destacamos os procedimentos de segurança no uso de


produtos químicos e os diferentes equipamentos da piscina. Somente pessoas
com as devidas orientações e treinamento podem realizar tais tarefas. As
medidas são indispensáveis para o Tratador de Piscina e devem ser do
conhecimento, também, dos proprietários de piscinas, para a prevenção de
acidentes.
128
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
129
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Unidade VIII – Saúde do Tratador e primeiros socorros

1. Proteja-se do sol
No Brasil, dependendo da região, há
um índice de altas temperaturas e
incidência de sol praticamente o ano
inteiro. Logo a atividade do Tratador de
Piscina é realizada com a exposição ao
sol durante a maior parte do ano.
Portanto, é importante estar atento à
saúde e aos cuidados com a exposição
aos raios ultravioletas, pois o excesso
dessa exposição pode causar problemas
de saúde, principalmente para os
profissionais que trabalham diariamente
expostos a essas radiações, como o
Tratador de Piscina. Dentre os problemas
causados à saúde pela exposição ao sol,
encontram-se queimaduras, insolação,
desidratação, insolação, câncer de pele,
entre outros. (BRASIL, 2003)
Portanto, é essencial que o tratador não se esqueça dos cuidados com a
saúde, por meio da hidratação e proteção ao sol, mediante a utilização de
chapéus, camisas e óculos com proteção ultravioleta, além do filtro solar.

2. Ergonomia
Segundo a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), a ergonomia
consiste na disciplina que estuda a relação do ser humano com outros elementos
do ambiente de trabalho (sistema) e a profissão. É a ciência que procura aplicar
teorias, princípios, dados e métodos para a otimização do bem-estar do ser
humano e para melhorar o desenvolvimento de toda a sistemática do trabalho
(BRASIL, 2020, p.4).
Dessa forma, um cuidado importante no exercício do Tratador de Piscina
é com relação à postura, sobretudo no momento da limpeza física da piscina e
no transporte manual de produtos pesados. É importante procurar a orientação
de um ortopedista, de um médico do trabalho e de um fisioterapeuta para ter
uma postura correta durante a atividade profissional para que, assim, possam
ser evitados problemas comuns, como lesões por esforço repetitivo, hérnia de
disco, lombalgia, artrose, escoliose, cifose e lordose.
130
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
3. Equipamentos de Proteção Individual
A saúde do Tratador de Piscina depende, também, do uso dos EPIs,
equipamentos de proteção individuais. Os rótulos e as FISPQs dos produtos
químicos trazem informações sobre quais são os EPI’s necessários para o
manuseio do produto com segurança.
Exemplos de EPI’s:
• Luvas de látex (emborrachadas)

Figura 1 – Luva de látex


Fonte: https://www.lojadomecanico.com.br/setor/36/316/458/P/982/luvas-plastcor

• Óculos de segurança

Figura 2 – Óculos de proteção


Fonte: https://lojazeusdobrasil.com.br/produtos/detalhes/oculos-protecao-imperial-com-lente-incolor

• Botas de PVC

Figura 3 – Bota de PVC


Fonte: https://www.superepi.com.br/bota-de-pvc-fujiwara-cano-curto-preta-88fpc600-p663/
131
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

• Calça e camisa de manga comprida.

Figura 4 – Camisa com proteção UV


Fonte: https://www.mprotect.com.br/camiseta-protecao-solar-uv-dry-manga-longa-masculina-azul-marinho

• Máscara (Peça Facial Filtrante - PFF)*;

*Peça Facial Filtrante (PFF) é um tipo


de máscara descartável purificadora de
ar. É responsável por não deixar os
contaminantes do ambiente entrarem em
contato com o sistema respiratório do
usuário. O modelo PFF2, indicado por
especialistas em Segurança do Trabalho,
filtra partículas, poeiras e névoa e possui
válvula de exalação para maior conforto.

Figura 5 – Máscara PFF2


Fonte: https://www http://atacadodoepi.com/br/mascaras-pff2-com-valvula-

4. Primeiros socorros
Em caso de acidente com produtos químicos de piscina é importante
observar as orientações do rótulo e da FISPQ do produto sobre os
procedimentos a serem tomados (BRASIL, 2007).

• Pele: Em caso de contato com a pele, é necessário lavar o local atingido


com água em abundância, por 15 a 20 minutos. Persistindo a irritação, é
necessário procurar o hospital mais próximo, levando a embalagem ou o
rótulo do produto.

• Olhos: No caso de contato com os olhos, é recomendado lavar com água


em abundância, por 15 a 20 minutos. Procurar o hospital mais próximo,
levando a embalagem ou o rótulo do produto.
132
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
• Ingestão: No caso de ingestão, não se deve provocar vômitos. É
necessário procurar o centro de intoxicações ou o hospital mais próximo,
levando a embalagem ou o rótulo do produto.

• Inalação: No caso de inalação, é preciso remover a pessoa para um local


que seja arejado e procurar o hospital mais próximo, levando a
embalagem ou o rótulo do produto.

• Segundo a Anvisa, para dúvidas relacionadas a intoxicações, ligue para


o número 0800 722 6001. A ligação é gratuita e o usuário é atendido por
uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e
Assistência Toxicológica (Renaciat)*.

SAIBA MAIS

* A Renaciat é uma rede coordenada pela Anvisa, criada em 2005 pela resolução
RDC nº 19. É composta por 36 Centros de Informação e Assistência Toxicológica
(Ciats), espalhados em 19 estados brasileiros. Os Ciats funcionam em hospitais
universitários, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e fundações.
Quando o usuário utiliza o 0800, sua ligação é transferida para o Ciat mais
próximo da região de onde a chamada foi originada. Os centros estão
preparados para receber ligações de longa distância, 24 horas por dia, sete dias
por semana, durante todo o ano.
133
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

RESUMO

Nesta Unidade III, destacamos, não a piscina, mas o Tratador de


Piscina, profissional que merece o respeito e a atenção de todos com quem
convive no exercício de sua atividade e que deve, também, cuidar-se, para que
continue trabalhando com saúde e dedicação, evitando acidentes e sabendo
como agir nas mais diversas situações.
134
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Referências Bibliográficas

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10339


Piscina – projeto, execução e manutenção. Rio de Janeiro, 2019.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10818


Qualidade da água da piscina - procedimento. Rio de Janeiro, 2016.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-3


Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários. Parte 3:
Qualidade do ar interior. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410


Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Disque – Intoxicação.


Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/agrotoxicos/disque-
intoxicacao>. Acessado em: 29 de abr. de 2021.

BIOMETA SOCIOAMBIENTAL E EDUCACIONAL. Apostila do Curso de


Operação e Manutenção de Piscinas. 2017.

BOIMEL, M. Tratamento da piscina – Piscineiros: a garantia de água saudável


e cristalina em sua piscina. Associação Nacional das Empresas e
Profissionais de Piscinas. 19 de jul. de 2017. Disponível em
<http://www.anapp.org.br/noticias/tratamento-da-piscina-piscineiros-a-garantia-
de-agua-saudavel-e-cristalina-em-sua-piscina> Acesso em 23 de jul. de 2021.

BONATTO, N.; GELINSKI, J. M. L. N. Condições higiênico-sanitárias de


piscinas em companhia hidromineral conforme análise de indicadores de
contaminação fecal. REB: Revista Eletrônica de Biologia, v. 3, p. 105-116,
2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Queimaduras de


sol, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Coordenação-Geral de


Gestão de Pessoas. Cartilha de Ergonomia: aspectos relacionados ao
posto de trabalho [recurso eletrônico] – Brasília: Ministério da Saúde, 2020.

BRASIL. Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os


procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial [da República Federativa
do Brasil], Brasília, 14 dez. 2011 Secção 1.

BRASIL. Portaria de Consolidação n.5, de 28 de setembro de 2017,


Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema
Único de Saúde. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 28
de setembro de 2017.
135
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO
BRASIL. Resolução RDC da ANVISA/MS de n° 14, de 28 de fevereiro de 2007.
Aprova Regulamento Técnico para produtos com Ação Antimicrobiana,
harmonizado no âmbito do Mercosul, e dá outras providências. Diário oficial
[da República Federativa do Brasil], Brasília, 24 de setembro de 2010. Seção 1.

CDC. Fecal Incident Response Recommendations for Aquatic Staff.


Washington, D. C.: DHHS – U.S. Departamento f Health and Human Services /
DCD – Centers for Disease Control and Prevention. June 22, 2018 Disponível
em: < https://www.cdc.gov/healthywater/swimming/pdf/fecal-incident-response-
guidelines.pdf> Acesso em 24 de maio de 2021.

CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – Resolução nº 274,


de novembro de 2000. Brasília – DF (Brasil), Conselho Nacional do Meio
Ambiente, Ministério do Meio Ambiente, 2000.

HIDROAZUL: nada melhor! Disponível em <http://www.hidroazul.com.br>.


Acessado em: 29 de abr. de 2021.

LANGONI, H.; TRONCARELLI, M.Z.; SOUZA, L.C.; SILVA, R.C. Qualidade


microbiológica da água de piscinas de clube esportivo de Botucatu-SP, Brasil.
Veterinária e Zootecnia. 22(1), p. 61-71, 2015.

MACÊDO, J. A. B. Piscina – Água & Tratamento & Química, 2. ed. Belo


Horizonte: CRQ-MG, 2018.

MAIERÁ, N. Piscinas – Litro a Litro. 2. Ed. São Paulo: Esedra, 2009.

MAIERÁ, N. Piscinas – Litro a Litro. 3. Ed. São Paulo: Esedra, 2021.

SANTOS FILHO. Tecnologia de tratamento de água. São Paulo: Livraria


Nobel S.A., 1985

SANTOS, V. S. dos. Células eucariontes. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/biologia/celulas-eucariontes.htm. Acesso em 10
de agosto de 2021.

SOUZA, J. R.; MORAES, M. E. B.; SONODA, S. L.; SANTOS, H. C. R. G. A


Importância da Qualidade da Água e os seus Múltiplos Usos: Caso do Rio
Almada, Sul da Bahia, Brasil. Rede: Revista Eletrônica do Prodema, v. 8, p.
26-45, 2014.

TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. Tradução de


Danielle Soares de Oliveira Daian, Luiz Fernando Marques Dorvillé. 12 Ed.
Porto Alegre: Artmed, 2017

WHO. World Health Organization. Guidelines for Safe Recreational-water


Environments: Swimming Pools and similar Enviroments. Geneva [s.n.], v.
2, 2006.
136
UNIVERSIDADE DA PISCINA – CURSO AVANÇADO

Você também pode gostar