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Estomatologia

Características Clínicas
O carcinoma espinocelular (CEC) pode se manifestar de muitas formas em boca. As lesões
podem ocorrer tanto em lábio quanto no interior da cavidade bucal. Dentro da boca, os sítios mais
acometidos são língua e assoalho bucal, mas as lesões podem aparecer em qualquer localização.
A manifestação clínica mais conhecida é a úlcera indolor, de bordas endurecidas e elevadas que
não cicatriza após duas semanas de acompanhamento. Contudo, algumas vezes os carcinomas
espinocelulares em estágio inicial se assemelham ou são precedidos por desordens potencialmente
malignas, como a leucoplasia ou eritroplasia, ou ainda aparecem como massas proliferativas
(nódulos) que lembram o granuloma piogênico. Dessa forma, o CEC pode se manifestar como lesões
brancas, erosivas, ulceradas ou proliferativas. Para qualquer dessas manifestações, as etapas de
afastar as possíveis variações da normalidade, lesões provocadas por fatores irritativos ou lesões
que se assemelham a situação em questão não podem ser esquecidas. Em outras palavras, o clínico
deve estar atento e seguir o processo de avaliação recomendado no curso, sem pular etapas na
busca de atalhos, pois estes podem levar a erros de diagnóstico. Abaixo, você encontrará exemplos
das diferentes manifestações deste tumor. Ao final deste material, você encontrará um painel de
imagens clínicas para auxiliar na fixação das características destas lesões.

Lesões ulceradas
O aspecto clássico da lesão – úlcera indolor, de
base endurecida, bordas elevadas/roladas, com área
de necrose central é o observado em muitos, mas não
em todos os casos. Ao identificar uma lesão ulcerada,
outras hipóteses devem ser descartadas. Se houver um
dente fraturado, grampo de prótese, história de trauma
recente, recomenda-se controle/remoção destes fatores
irritativos e acompanhamento clínico por 10-14 dias
para ver se há regressão ou remissão completa da lesão,
o que confirma a hipótese de úlcera traumática. Outras Figura 1. Úlceras de centro necrótico
possibilidades como herpes secundário, ulceração aftosa e bordas elevadas e endurecidas em
recorrente, micoses profundas, sífilis, sialometaplasia borda de língua são um aspecto bastante
necrosante devem ser descartadas. característico do CEC.
Fonte: Chi et al., 2015.

Lesões brancas
Lembrando do que foi discutido no Módulo 3,
frente a identificação de uma lesão branca sem outra causa
definida, a suspeita clínica será de leucoplasia. Contudo,
em alguns casos, um carcinoma em estágio inicial será
descoberto no momento em que se faz a biópsia e o exame
histopatológico. Essa probabilidade será maior para lesões
com diagnóstico clínico de leucoplasia não homogênea. —>
Quando houver a associação de uma área ulcerada ou de
aspecto nodular/proliferativo, a chance de tratar-se de
CEC é maior. Fonte: Neville et al., 2009.

Figura 2. Placa branca com áreas mais delgadas e áreas mais espessas. As hipóteses a serem consideradas
são leucoplasia e carcinoma espinocelular. Embora toda lesão com diagnóstico clínico de leucoplasia
possa ser um CEC, a presença de área ulcerada (seta) torna essa possibilidade mais provável.

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Lesões erosivas/vermelhas:
Embora incomum, o CEC pode se manifestar como
uma lesão vermelha. Nestes casos, o diagnóstico clínico
será eritroplasia. Quando outras prováveis causas de
lesões vermelhas forem descartadas (trauma, infecção por
Candida, doenças auto-imunes, por exemplo), o diagnóstico
clínico será eritroplasia. Ao encontrarmos uma lesão deste
tipo, devemos estar cientes de que, após a biópsia, o exame
histopatológico indicará tratar-se de displasia epitelial ou
carcinoma espinocelular. Entretanto, é importante enfatizar
que a maioria dos carcinomas não surge de uma leucoplasia
ou de uma eritroplasia pré-existente. Fonte: Neville et al., 2009.
Figura 3. Lesão vermelha/erosiva em assoalho bucal de um paciente desdentado.

Lesões proliferativas/nodulares:
Embora menos comuns, devem ser lembradas. A
superfície dos CEC que se manifestam dessa forma apresenta
ulceração e as lesões tem consistência endurecida. Às vezes
este aspecto é descrito como lesão ulcero-vegetante. Este tipo
de apresentação é mais comum na região de retrocomissura,
ventre de língua e assoalho bucal. Importante descartar que
algum fator irritativo seja o causador da lesão.

Fonte: Neville et al., 2009.


Figura 4. Nódulo com centro ulcerado/necrótico localizado em borda de língua.

Diagnóstico e prognóstico
O diagnóstico definitivo de câncer bucal é determinado pela biópsia seguida do exame
anatomopatológico. Quando houver suspeita de tratar-se de lesão maligna, está indicada a
realização de biópsia parcial.
A biópsia pode ser realizada pelo cirurgião-dentista clínico geral, desde que este se sinta apto
para exercer a técnica de coleta e principalmente a interpretação do resultado. Quando o cirurgião-
dentista não se sentir seguro, o paciente deve ser encaminhado para atendimento em algum serviço
de Estomatologia.
Assim como outras neoplasias, os carcinomas bucais são classificados para definir o grau de
disseminação das lesões (estadiamento clínico). Com base nessa classificação, a equipe médica vai
definir se o tratamento vai envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação entre
estes. O sistema usado na maioria dos centros é a classificação TNM – tumor-nodo-metástase, onde
cada letra representa um critério. T indica o tamanho do tumor, N a presença ou ausência de lesões
metastáticas nos linfonodos e M refere-se a metástases distantes. Cada critério tem graus que
indicam tumor mais ou menos disseminado, e a partir da soma dos graus obtidos nos três critérios,
o estágio do tumor é definido. Entretanto, as evidências demonstram que, embora útil, esse sistema
é insuficiente para determinar o prognóstico de pacientes com carcinoma espinocelular. Abaixo,
apresentamos o detalhamento dessa classificação a título de ilustração.

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TNM - Classificação Clínica


A classificação é aplicável somente para carcinomas da mucosa (o vermelhão) dos lábios e da
cavidade oral, incluindo os das glândulas salivares menores. Deve haver confirmação histológica da
doença. Os procedimentos para avaliação das categorias T, N e M são os seguintes:
Categorias T - Exame físico e diagnóstico por imagem
Categorias N - Exame físico e diagnóstico por imagem
Categorias M - Exame físico e diagnóstico por imagem

T - Tumor Primário
TX O tumor primário não pode ser avaliado
T0 Não há evidência de tumor primário
Tis Carcinoma in situ
T1 Tumor com 2 cm ou menos em sua maior dimensão
T2 Tumor com mais de 2 cm e até 4 cm em sua maior dimensão
T3 Tumor com mais de 4 cm em sua maior dimensão
T4a (Lábio) Tumor que invade estruturas adjacentes: cortical óssea, nervo alveolar
inferior, assoalho da boca, ou pele da face (queixo ou nariz)
T4a (Cavidade oral) Tumor que invade estruturas adjacentes: cortical óssea, músculos
profundos/extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso),
seios maxilares ou pele da face
T4b (Lábio e cavidade oral): Tumor que invade o espaço mastigador, lâminas pterigóides
ou base do crânio ou envolve artéria carótida interna
N - Linfonodos Regionais
NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados
N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais
N1 Metástase em um único linfonodo homolateral1, com 3cm ou menos em sua maior
dimensão
N2 Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até 6 cm em sua
maior dimensão, ou em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6
cm em sua maior dimensão; ou em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum deles
com mais de 6 cm em sua maior dimensão
N2a Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até 6 cm em sua
maior dimensão
N2b Metástase em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6 cm
em sua maior dimensão
N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais2, nenhum deles com mais de 6
cm em sua maior dimensão
1.
do mesmo lado do tumor.
2.
do lado oposto ao do tumor.

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N3 Metástase em linfonodo com mais de 6 cm em sua maior dimensão


M - Metástase à Distância
MX A presença de metástase à distância não pode ser avaliada
M0 Ausência de metástase à distância
M1 Metástase à distância
Considera-se como tumores localizados aqueles que estão confinados a região onde
o tumor surgiu. Quando há atraso no diagnóstico, o tumor tem tempo para crescer e se infiltrar
nos tecidos vizinhos. Ao atingir a rede linfática, as células neoplásicas podem utilizar esses vasos
e se disseminar para os linfonodos da região submandibular, submentual ou cervical superficial
(pescoço), fenômeno chamado de disseminação regional. Na medida em que mais linfonodos são
envolvidos, piora o prognóstico, sendo este ainda pior quando algum órgão à distância é envolvido,
caracterizando a metástase à distância. A Tabela 1 ilustra como a combinação dos diferentes
critérios (TNM) interferem na taxa de sobrevida e como os tumores de lábio costumam ter um
comportamento menos agressivo do que os tumores que aparecem dentro da boca.
Tabela 1. Relação entre estadiamento clínico (TNM) e taxa de sobrevida

Taxa de sobrevida relativa em 5 anos


Cavidade
Estágio Classificação TNM Lábio
bucal
Estágio I T1 N0 M0 68% 83%
Estágio II T2 N0 M0 53% 73%
Estágio III T3 N0 M0 ou T1, T2 ou T3 N1 M0 41% 62%
Estágio IV

Estágio IV A T4a N0 ou N1 M0 ou T1, t2, T3 ou T4 N2 M0


27% 47%
Estágio IV B Qualquer T N3 M0 ou T4b, qualquer N M0

Estágio IV C Qualquer lesão M1

De forma simplificada, quanto mais localizado estiver o tumor, maior as chances de sobrevida.
Na Figura 6, são apresentadas estatísticas norte-americanas a respeito deste tema. Observa-se
que apenas 30% dos casos são diagnosticados em estágio localizado e que quanto mais o tumor se
espalha, menor a taxa de sobrevida.
Figura 6. Percentual de casos diagnosticados nos diferentes estágios e sobrevivência relativa em 5
anos de acompanhamento para cada estágio (National Cancer Institute –Suveillance, Epidemiology
and End Results Program – SEER). Disponível em: https://seer.cancer.gov

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Em função disso, tem-se buscado identificar quais são os indivíduos suscetíveis, formas de
aumentar o diagnóstico precoce e de reduzir o atraso no encaminhamento dos pacientes com
câncer para o tratamento adequado. A sobrevida do paciente com câncer bucal varia conforme a
localização topográfica do tumor primário. As recidivas ocorrem principalmente após dois ou três
anos, sendo os cinco primeiros anos o período de maior risco.
Prevenção
As estratégias de prevenção devem ter suporte em políticas públicas e traçar, de forma clara,
ações de longo tempo. Essa característica permite ações em educação que levam à mudança de
conceitos e hábitos, que não se modificam em campanhas curtas e datas pontuais.
A prevenção deve ter ações de educação da população iniciando já no programa de saúde
do escolar, ou mesmo antes, passando pelos grupos dentro das unidades de saúde até às ações de
comunicação em massa, sempre de forma a alcançar continuamente a população. Da mesma forma
que a população, os profissionais da equipe de saúde bucal devem estar em programas de educação
continuada (cursos na própria rede, atualizações teóricas e práticas em serviços de saúde externos
e universidades), sempre reforçando a importância da multidisciplinariedade.
Não existe nenhuma forma comprovada de prevenir o câncer bucal. Entretanto, é possível
reduzir o risco se algumas medidas forem adotadas (Quadro 1).

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Quadro 1. Medidas para reduzir o risco para o câncer bucal.

Medida Comentários
Se você não consome, nem comece. Se você consome tabaco, pare. Ao
Não se expor ao tabaco. usar tabaco, você expõe as células da sua boa a diversas substâncias
causadoras do câncer (carcinógenos)

Não consumir bebidas O consumo crônico e excessivo de álcool pode irritar as células da
alcoólicas ou consumi-las mucosa bucal, tornando-as vulneráveis ao câncer bucal. Se optar por
com moderação. beber, limite-se a poucas doses eventualmente.

Opte por uma dieta rica em frutas e vegetais. As vitaminas e


Adotar uma dieta rica em
antioxidantes encontrados nestes alimentos reduzem o risco de
frutas e vegetais.
câncer de boca.
Prefira se manter a sombra, evitando exposição à radiação UV. Usar
Evitar exposição solar
chapéu de aba larga é uma alternativa interessante para proteger a
excessiva e, quando o fizer,
boca e todo o seu rosto. Inclua a aplicação de protetor solar labial no
utilizar protetor solar.
seu esquema de proteção solar habitual.
Visitar o dentista
Como parte do exame de rotina, solicite ao seu dentista que examine
regularmente e solicitar
toda a sua boca para identificar qualquer lesão que esteja presente
que ele avalie toda a sua
nas mucosas.
boca.
Fonte: Mayo Clinic. Disponível em: www.mayoclinic.org
Identificar o câncer precocemente é a melhor estratégia para que os tratamentos necessários
sejam menos mutilantes e para aumentar a taxa de sobrevida destes pacientes. Para que haja
aumento no número de casos diagnosticados em estágios iniciais, é preciso dedicação e atenção dos
profissionais de saúde. Muitas vezes as lesões são assintomáticas nos estágios iniciais, dificultando
o diagnóstico. Uma forma de enfrentar esse problema é realizando o exame de toda a boca a cada
consulta. Ao contrário do que pode parecer, esse procedimento é rápido, sendo necessários, para a
sua execução, aproximadamente 90s da consulta de um profissional bem treinado.
Alguns sinais e sintomas podem indicar presença de um carcinoma espinocelular em boca:
• úlceras que não cicatrizam;

• desconforto ou dor persistente na boca;

• manchas/placas brancas, vermelhas ou que intercalam as duas cores;

• dificuldade (disfagia) ou dor (odinofagia) para engolir;

• dificuldade para falar (dislalia) ou mudança na voz;

• nódulos endurecidos e fixos na região submandibular ou do pescoço;

• perda de peso;

• mal hálito (halitose).

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Outros Tumores Malignos


Em torno de 5% dos tumores malignos corresponde a lesões diferentes do CEC. Dentre
estes, destacam-se os tumores malignos de glândulas salivares e o melanoma, com características
clínicas, tratamentos e prognóstico diferentes. Um mesmo tipo de tumor, pode apresentar
maior ou menor agressividade, na dependência do seu estágio no momento do diagnóstico e de
características próprias, como a maior ou menor diferenciação (especialização) das células, aspecto
que também interfere no comportamento da doença. Abaixo, serão sumarizadas as características
clínicas dessas lesões.
Tumores malignos de glândulas salivares
Dentre estes, destacam-se o carcinoma mucoepidermóide e o carcinoma adenoide cístico.
a) Carcinoma mucoepidermóide:
Apresentação clínica:
• aumento de volume;
• assintomático;
• coloração igual a mucosa adjacente ou azulada;
• paralisia do nervo facial (se o tumor for localizado
na glândula parótida).
Idade: ampla faixa etária (2ª a 7ª década).
Figura 7. Aumento de volume no palato com
Localizações preferenciais: glândula parótida e palato.áreas azuladas, as quais indicam presença de
Tratamento: Excisão cirúrgica com margem de segurança. áreas cisticas no interior do tumor, o qual tem
limites pouco nítidos nas porções lateral e
Prognóstico: em geral muito bom, sendo observada taxa posterior.
de mortalidade de 10% em 5 anos.
Fonte: Neville et al., 2009.

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b) Carcinoma adenóide cístico:


Apresentação clínica:
• aumento de volume de crescimento lento;
• dor;
• paralisia do nervo facial (se o tumor for localizado na
glândula parótida);
• mucosa íntegra ou ulcerada (se o tumor for localizado
dentro da boca).
Faixa etária: adultos (>30 anos). Figura 8. Aumento de volume em rebordo
alveolar, associado a dor e recoberto por
Localizações preferenciais: palato, glândula parótida e mucosa íntegra.
glândula submandibular.
Fonte: Neville et al (2009)
Tratamento: Excisão cirúrgica com margem de segurança,
associada ou não a radioterapia complementar.
Prognóstico: Esse tumor é agressivo, mostrando tendência a
recidiva local e metástase, as quais podem surgir tardiamente.
Quanto maior o tempo de acompanhamento após o tratamento,
menor a taxa de sobrevida, sendo esta variável de 25% a 70%.

c) Melanoma:
Apresentação clínica:
• manchas (estágios iniciais) ou nódulos (estágio mais
avançado);
• coloração marrom ou preta, com áreas de maior e
menor intensidade;
• bordas irregulares;
• áreas ulceradas podem estar presentes).
Idade: adultos (5ª década de vida). Figura 9. Mancha de coloração heterogênea
e bordas irregulares localizada no palato,
Localizações preferenciais: palato e gengiva. aspecto típico do melanoma.
Tratamento: Excisão cirúrgica com ampla margem de Fonte: de Andrade et al., 2012.
segurança. Possibilidade de associação com radioterapia,
quimioterapia e imunoterapia.
Prognóstico: Reservado. A maioria dos estudos mostra uma
baixa taxa de sobrevida, a qual oscila em torno de 20%.

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Tabela 2. Sinais e sintomas que podem sinalizar um tumor maligno em estágio inicial.

Sinais iniciais e
Sítios de
Tipo de câncer Perfil do paciente Sintomas iniciais possíveis lesões
predileção
precursoras
Tumor maligno • Principalmente • Usualmente • Aumento • Palato
de glândula em adultos ausente de volume • Lábio
salivar • Causa assintomático superior
desconhecida
Linfoma Non- • Principalmente • Usualmente • Aumento de • Osso
Hodgkin em adultos ausente volume da mandibular
• Causa • Parestesia do mucosa bucal com • Tecidos
desconhecida lábio inferior ou sem ulceração moles da
ocasional • Imagem maxila
radiográfica, se
lesão intra-óssea

Melanoma • Principalmente • Usualmente • Aumento • Palato


em adultos ausente de volume • Gengiva
• Causa pigmentado com
desconhecida ou sem ulceração
• Lesão pigmentada
precursora

Fonte: van der Waal, 2011.

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Painel de imagens
CEC – Apresentações Clínicas (Lesões Ulceradas)
Úlceras crônicas, não associadas a fatores traumáticos, de bordas elevadas e endurecidas
que não cicatrizam após 14 dias de acompanhamento. Esta é a descrição típica do carcinoma
espinocelular. Apesar de haver um canino próximo a lesão ulcerada em B, o formato e o tamanho de
lesão não são compatíveis com a hipótese de úlcera traumática crônica. Fonte: A, C e D - Neville et
al (2009), B – Medscape, E e F – Chi et al (2015).

A B

C D

E F

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CEC – Apresentações Clínicas (Lesões vermelhas/erosivas)


Lesões vermelhas não são uma apresentação frequente do CEC, mas eventualmente podem
ser vistas. Em A, observa-se uma lesão em assoalho bucal de um paciente desdentado. Em B, uma
placa vermelha e em C uma área vermelha de limites pouco definidos em pilar amigdaliano.
Fonte: A – Neville et al., 2009; B e C – Chi et al., 2015.

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CEC – Apresentações Clínicas (Lesões nodulares)


Embora não seja o seu aspecto mais comum, o CEC pode se apresentar como um nódulo. Em
A, observa-se uma lesão com superfície avermelhada em estágio inicial, a qual pode ser confundida
com uma papila foliácea (papila lingual localizada nesta região). Outras vezes esses nódulos tem
centro ulcerado ou superfície ceratótica. Fonte: A e B – Neville et al., 2009; e C – Chi et al., 2015.

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CEC – Nos diferentes sítios bucais (Lesões em assoalho bucal)


Diferentes apresentações do carcinoma espinocelular na região do assoalho bucal, ora aparecendo
como nódulo associado a placa branca (A), ora como nódulo com ulceração central (B) ou com úlcera
central e áreas esbranquiçadas (C).
Fonte: A e B – van der Waal, 2011; e C – Chi et al., 2015.

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CEC – Nos diferentes sítios bucais (Lesões em lábio)


As lesões em lábio costumam ter comportamento menos agressivo do que as lesões que
aparecem no interior da boca, mostrando crescimento mais lento, menos metástase e menor taxa
de mortalidade. As lesões iniciam como áreas endurecidas, erosivas, de crosta ou de úlcera. Quando
o paciente demora muito tempo para procurar atendimento, a lesão pode crescer levando a uma
maior destruição de tecido.
Fonte: A, C e D – Neville et al., 2009; B – Regezi; Sciubba; Jordan, 2013.

A B

C D

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Carcinoma Espinocelular – Lesões em gengiva/rebordo


Quando envolve essas localizações, as lesões se assemelham às lesões de natureza inflamatória
nos estágios iniciais. A lesão indicada em A simula um granuloma piogênico, mas a mistura de áreas
vermelhas e brancas é o sinal que indica a possibilidade de tratar-se de leucoeritroplasia ou carcinoma
espinocelular. Na medida em que a lesão cresce, vai produzindo expansão do rebordo com presença
de áreas vermelhas, áreas brancas e úlceras. O exame radiográfico das lesões apresentadas em B, C
e D mostraria áreas de destruição óssea, como resultado do crescimento infiltrativo do tumor.
Fonte: A, B e C (Neville et al, 2009), D – Chi et al (2015)

A B

C D

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Carcinoma Espinocelular – Estágio inicial (T1)


Se todas as lesões fossem surpreendidas neste estágio, a taxa de sobrevida para o câncer
seria muito mais alta. No estágio classificado como T1, as lesões têm menos do que 2 cm de diâmetro.
As lesões podem se apresentar como úlceras (A, F), placas, erosões ou pápulas/nódulos (B, C) e às
vezes tem placas brancas associadas (B, C, D e E).
Fonte: A e B – van der Waal, 2011; C, D, E e F – Deschler et al., 2014.

A B

C D

E F

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Carcinoma Espinocelular – Estágio avançado (T2 eT3)


Imagens representativas de carcinomas espinocelulares em estágios T2 (A e B) e T3 (C e
D). Infelizmente, uma parcela significativa dos casos é diagnosticada em estágio avançados como
esse, momento em que o tratamento necessário leva a mutilação do paciente e o prognóstico já
é reservado, pois o tempo transcorrido desde quando a lesão surgiu já permitiu disseminação da
lesão (metástase).
Fonte: Deschler et al., 2014.

A B

C D

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Carcinoma Espinocelular – Estágio avançado (T4)


Imagens representativas de carcinomas espinocelulares classificados como T4 a partir
do estadiamento TNM. Quando diagnosticados neste estágio, esses tumores oferecem
maior dificuldade no tratamento. As vezes, torna-se necessário realizar uma radioterapia
prévia para tentar reduzir o tamanho da lesão antes de realizar a cirurgia, pois os tumores
são considerados inoperáveis.
Fonte: Deschler et al., 2014.

A B

C D

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Carcinoma Espinocelular – Envolvimento de linfonodos


Imagens ilustrativas de metástase regional para linfonos do pescoço (A) e da região
submandibular.
Fonte: A – Regezi; Sciubba; Jordan, 2013; e B – Neville et al., 2009.

A B

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Equipe Responsável:
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do
Núcleo de TelessaúdeRS do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS/UFRGS) e do Programa Nacional de
Telessaúde Brasil Redes.

TelessaúdeRS-UFRGS Diagramação e Ilustração


Carolyne Vasquez Cabral
Coordenação Geral Angélica Dias Pinheiro
Roberto Nunes Umpierre Iasmine Paim Nique da Silva
Marcelo Rodrigues Gonçalves Lorenzo Costa Kupstaitis

Gerência de Projetos Projeto Gráfico


Ana Célia da Silva Siqueira Iasmine Paim Nique da Silva
Lorenzo Costa Kupstaitis
Coordenação Executiva Luiz Felipe Telles
Rodolfo Souza da Silva
Design do Objeto Virtual
Coordenação do curso de Aprendizagem
Vinicius Coelho Carrard Lorenzo Costa Kupstaitis
Matheus Lima dos Santos Garay
Coordenação da Teleducação
Ana Paula Borngräber Corrêa Edição/Filmagem/Animação
Diego Santos Madia
Conteudistas do Curso Rafael Martins Alves
Manoela Domingues Martins Bruno Tavares Rocha
Marco Antonio Trevizani Martins Luís Gustavo Ruwer da Silva
Vinicius Coelho Carrard
Vivian Petersen Wagner Divulgação
Camila Hofstetter Camini
Conteudistas do Objeto Virtual de Jovana Dullius
Aprendizagem
Renata de Almeida Zieger Design Instrucional
Fernando Neves Hugo Ana Paula Borngräber Corrêa
Stefanie Thieme Perotto
Karla Frichembruder Equipe de Teleducação
Vinicius Coelho Carrard Angélica Dias Pinheiro
Manoela Domingues Martins Ylana Elias Rodrigues
Marco Antônio Trevizani Martins

Revisores Dúvidas e informações sobre o curso


Bianca Dutra Guzenski Site: www.telessauders.ufrgs.br
Michelle Roxo Gonçalves E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br
Otávio Pereira D’Avila Telefone: 51 33082098
Thiago Tomazetti Casotti

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