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SOBRE O AUTOR

Bruno Cossalter é mentalista e hipnotista, criador do


maior canal de mentalismo do Brasil com mais de 180
mil inscritos, autor do blog Seja um mentalista, e espe-
cialista em habilidades sociais. Possui formação em
programação neurolinguística, persuasão e hipnose
conversacional.

Já se apresentou profissionalmente como mentalista


em Londres e na Itália. Ficou conhecido por participar
do desafio “Magic Survivor”, onde passou 7 meses na
Europa, dependendo exclusivamente de suas habilida-
des sociais para sobreviver.
Como se tornar um mentalista da vida real?
Em 2009 foi lançada uma série que despertou um grande sonho em
muitas pessoas, o sonho de ser um mentalista. Após essa série, ou-
tros programas de TV destacaram grandes nomes como Lior Su-
chard, que já participou do programa Mais Você e revelou a cor da
calcinha da Ana Maria Braga, e o Derren Brown, que se popularizou
recentemente após seus shows serem disponibilizados no Netflix.

Este ebook é um passo a passo para você também se tornar um


mentalista da vida real. Foi construído pensando na sua jornada até
se tornar um mentalista expert.

O que é mentalismo?
Você vai encontrar diversas definições para o mentalismo. O que se
acredita é que o mentalismo surgiu por volta dos anos de 1800 e 1900
quando sessões espíritas começaram a ser desmascaradas. Houdi-
ni foi o mágico que liderou esse movimento para mostrar que havia
pessoas utilizando truques simulando sessões espirituais. Baseando-
-se nessa história, muitos mágicos defendem que o mentalismo é
uma vertente da mágica que utiliza efeitos específicos para simular
habilidades psíquicas.

No entanto, existe uma outra definição que vai além. Em uma época
mais recente o mentalismo começou a ser conectado com outras
áreas do comportamento, como a hipnose e a linguagem corporal.
Derren Brown foi o mentalista britânico que popularizou essa nova vi-
são do mentalismo, onde ele não simula poderes sobrenaturais, mas
é alguém que domina áreas importantes do comportamento se tor-
nando um mestre da influência e da manipulação de pensamentos.

Em 2009 essa nova perspectiva sobre o mentalismo foi ampliada


pela série The Mentalist, onde Patrick Jane utiliza das suas habilida-
des de mentalista para resolver casos policiais.

PATRICK JANE DERREN BROWN

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A sua jornada
Essa nova modalidade do mentalismo que chamarei de mentalismo
moderno, foi a que me inspirou em 2014 a iniciar meus estudos so-
bre o tema. Naquela época, eu era um cara que me sentia apagado,
tinha muita dificuldade em me socializar, e era facilmente passado
para trás. Lembro uma vez que recebi uma ligação de telemarketing
e em poucos minutos eu assinei um jornal! Todos os dias o moto-
queiro passava em frente a minha casa e jogava aquele jornal que
eu havia comprado. Eu nunca tinha parado para ler uma só edição.
(Bom, pelo menos ele servia para eu pegar o cocô do meu cachorro.)

Estudar mentalismo nunca foi fácil. Encontrava algumas poucas coi-


sas em inglês. Mesmo assim, conhecendo pessoas certas, fui au-
mentando meu conhecimento pouco a pouco. Fiz vários cursos em
áreas diferentes do comportamento e logo me apaixonei, não só
pelo mentalismo, mas pelo que ele me proporcionava: nunca mais
ser manipulado por vendedores treinados, ter vencido minha timidez
e ter aprendido como me conectar com pessoas de uma maneira
muito mais simples. Isso tudo eu devo ao mentalismo.

O ilusionismo será um fator importantíssimo na sua trajetória, porém


apenas uma das habilidades que você irá dominar.

Nesta Jornada vamos utilizar a definição apresentada na série “The


Mentalist” como base de nossos estudos.

“Mentalista: Alguém que utiliza acuidade mental, hipnose


e/ou sugestão. Mestre da manipulação dos pensamentos e
comportamentos”

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Os 7 Pilares para o mentalismo

Os pilares a seguir foram pensados a partir da minha experiência


de 6 anos trabalhando profissionalmente com o mentalismo. Foram
mais de 200 vídeos somente para o YouTube, vídeos que não são te-
óricos e sim práticos, abordando pessoas, criando interações e per-
formances de mentalismo. Além dos cursos presenciais ministrados
no Brasil e minha experiência no exterior, tenho como referência os
mentalistas que me inspiraram: Derren Brown, Keith Barry e Patrick
Jane.

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1º PILAR

LEITURA FRIA
A Leitura Fria inicialmente era utilizada por videntes e médiuns para
criar falsas leituras espirituais, posteriormente foi aderida por men-
talistas como Tony Corinda e Richard Osterlind, considerados verda-
deiros pais do mentalismo. Leitura Fria é um conjunto de técnicas psi-
cológicas totalmente embasadas na ciência que, quando utilizadas
da maneira correta, são capazes de criar leituras ultra específicas de
personalidade, de passado e de futuro, além de criar uma ilusão de
comunicação com os mortos como videntes e médiuns costumam
fazer.

O que eu quero realmente te ensinar é como utilizar a leitura fria para


criar conexões profundas com as pessoas. Utilizando essa técnica
da forma correta, você vai elevar o seu rapport (empatia e conexão),
além de poder impressionar as pessoas sempre que for necessário.
2º PILAR

HIPNOSE
Hipnose pode ser definida como o uso da comunicação para criar
novas realidades, essa definição foi criada por Alberto Dell’isola, re-
ferência em hipnose no Brasil. O mentalista deve ser capaz de utilizar
tanto a hipnose clássica, que se resume em induções e sugestões
para alterar a realidade do sujeito, quanto usar a hipnose conversa-
cional, que são comandos embutidos na conversa, capazes de in-
fluenciar o outro a tomar uma decisão.
3º PILAR

LINGUAGEM VERBAL
& NÃO VERBAL
Nossa comunicação vai muito além das palavras. Podemos dividir
nossa comunicação em duas camadas: A comunicação verbal, que
é subdividida em tonalidade vocal, velocidade e volume. E comu-
nicação não verbal que é subdividida em microexpressões faciais,
proxêmica, (distância entre as pessoas) gestos e postura.

Saber interpretar os diferentes tipos de linguagem é uma habilidade


muito relevante para o mentalista. Segundo uma pesquisa publica-
da pelo instituto nacional de psicologia e neurociência, um ser hu-
mano conta em torno de 200 mentiras por dia. A maioria é inofensi-
va, já que utilizamos muitas vezes para poupar a energia de explicar
algo mais complexo, ou apenas para sermos sociais. Mas algumas
podem causar grandes prejuízos, emocionais e financeiros. É cienti-
ficamente comprovado ser possível detectar mentiras através de
pistas verbais e não verbais, portanto dominar a ciência da lingua-
gem corporal é essencial para o mentalista da vida real.
4º PILAR

PROGRAMAÇÃO
NEUROLINGUÍSTICA
A PNL é um conjunto de técnicas que foram modeladas da psico-
logia, principalmente da abordagem humanista. Richard Bandler e
John Grinder dedicaram suas vidas estudando os principais tera-
peutas de sucesso. A PNL é uma caixa de ferramentas de persuasão
e influência, entre elas está o espelhamento, ancoragem, metamo-
delo entre outras que estudaremos separadamente mais tarde.
5º PILAR

ILUSIONISMO
PSICOLÓGICO
Essa base é a cereja do bolo do mentalista. Através de efeitos de má-
gica específicos, o mentalista consegue obter o controle da atenção
das pessoas sempre que ele quiser. Seja em um evento corporativo,
em um show profissional ou em uma roda de amigos, as técnicas de
ilusionismo fazem de você o centro das atenções sempre que dese-
jar, além impactar as pessoas com suas performances.
6º PILAR

INTELIGÊNCIA
SOCIAL &
EMOCIONAL
O mentalista é um player habilidoso nas relações sociais, ele sabe
conduzir uma conversa, sabe demonstrar ser uma pessoa de alto
valor social. A inteligência social se resume em saber aplicar a teoria
de forma natural e efetiva. Não basta saber a teoria, você se torna
bom naquilo que você pratica, e a única forma de se obter inteligên-
cia social e emocional é praticando.

Aqui também se encaixa a auto-hipnose e o mindfulness, ferramen-


tas poderosas para treinar o foco e o controle emocional.
7º PILAR

PERFORMANCE
DE PALCO
O mentalista precisa ser um comunicador efetivo, aqui o mentalista
sabe se apresentar de maneira profissional e artística. Aqui estão
envolvidas técnicas de palco, de teatro, controle emocional e até
mesmo neurociência. É uma base que apenas mentalistas em nível
avançado dominam. Mais tarde voltaremos a falar sobre ela.
Os 5 níveis do Mentalismo

Vou te apresentar a jornada que você vai seguir saindo do absoluto


zero até chegar ao nível expert (nível que me encontro hoje). Lem-
bro-me como era difícil conseguir bons materiais sobre o tema, e
não é por acaso, o mentalismo é considerado uma arte secreta, e
seus segredos são sempre muito bem guardados por quem domina.
Foi uma difícil jornada que levou 6 anos, e tenho como missão facili-
tar para você

Mentalista iniciante

Conheceu o tema a partir de séries ou pelo YouTube, faz pesquisas, é


interessado e fascinado pelo conhecimento. Possui o e-book 7 Pilares
do mentalismo e domina o “Mentalist Pack” que será apresentado
logo mais para você.

Mentalista Intermediário

Domina técnicas de hipnose clássica como induções de choque,


sabe utilizar técnicas de leitura fria, possui um repertório de no míni-
mo 7 efeitos psicológicos, já possui um autocontrole maior de suas
emoções, age apesar do medo.

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Mentalista Avançado

Domina a hipnose clássica e a hipnose conversacional, possui um


repertório amplo de ilusionismo para implantar e extrair pensamen-
tos, identifica macro e microexpressões faciais, utiliza a PNL de forma
natural, é um comunicador efetivo nas relações sociais, domina au-
to-hipnose e mindfulness.

Mentalista Expert

Tem como fonte de renda principal o mentalismo seja como pales-


trante corporativo ou performer. Domina de forma profunda as 7 ba-
ses do mentalismo, participa de um mastermind de mentalistas, cria
próprios métodos e efeitos.

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Seu início: The mentalist pack

O que você vai aprender aqui será seu ponto de partida, estude as
técnicas a seguir e você será considerado um mentalista iniciante.

Ilusionismo psicológico - O toque invisível


Esse efeito é extremamente poderoso e faz parte do meu repertório
desde 2014.

Visualize a seguinte cena: Você posiciona duas pessoas (vou chamar


de garota A e garota B), uma de frente para a outra e diz que existe
uma maneira de conectá-las, se elas estiverem vibrando na mesma
energia. Então peça para a garota B fechar os olhos, e a A fica de
olhos abertos.

Você diz para a B, que está de olhos fechados, pensar em uma me-
mória intensa e positiva de sua última semana, e que preste aten-
ção em sensações diferentes que possam surgir. Você fala para ela
manter os olhos fechados a todo momento, e só responder quando
você perguntar.

Agora, após fazer alguns movimentos com as mãos na frente dos


olhos da garota A e da garota B, você pega uma caneta e toca as
costas da garota A e então pergunta:

“B, você que está de olhos fechados, se você sentiu alguma coisa
balance a cabeça”

Ela irá responder que sim. Aí você pergunta: “O que você sentiu?”

Ela responderá que sentiu um toque nas costas. Peça para ela abrir
os olhos e nesse momento a garota A que estava de olhos abertos
deve estar impressionada, já que você nunca tocou a garota B.

Peça para a garota A explicar o que aconteceu, e a garota B deve se


impressionar porque sentiu o toque nas suas costas, mas a garota A
viu que foi a única a ser tocada.

Antes de ler a explicação, assista ao vídeo da performance para fi-


car ainda mais claro.

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Explicação: Passo 6: Passe as mãos na frente
dos olhos da garota A mas sem
Você tocará às duas garotas! Po- tocá-la. Faça o mesmo com a
rém, na garota B, você tocará de garota B, mas agora sutilmente
maneira disfarçada. toque as costas dela.

Passo 1: posicione as garotas A e B Passo 7: pegue uma caneta e to-


uma de frente para a outra. que a garota A nas costas para
todos verem.
Passo 2: Explique que existe uma
maneira de conectar as duas, mas Passo 8: pergunte para a garota
que elas precisam se concentrar, B se ela sentiu alguma coisa, ela
jogue a responsabilidade para elas, vai responder que sim, pergunte:
se estiverem sem atenção o efeito “O que você sentiu?” Depois peça
não funcionará tão bem. para a garota A explicar o que
aconteceu. Deixe com que elas
Passo 3: Peça para uma delas fe- absorvam a experiência.
char os olhos, nesse caso vamos
supor que quem fechou foi a garo- O que acontece neste efeito cha-
ta B. mamos de dupla realidade. As
duas garotas são tocadas, mas
Passo 4: Diga para as duas pen- em momentos diferentes, cada
sarem em um momento incrível e uma tem uma percepção de re-
positivo que tiveram juntas, de pre- alidade diferente, mas no final
ferência na última semana (essa é terão a ilusão de que viveram a
uma das maneiras que eu utilizo, mesma realidade.
mas sinta-se à vontade para criar
seu próprio texto). Esse efeito é capaz de criar um
pico emocional nas pessoas que
Passo 5: Fale para a garota B não passam pela experiência, e elas
abrir os olhos até que você diga, e associarão essas emoções a
que preste atenção em todas as você. É por isso que esse efeito
sensações que possam surgir, de- é tão poderoso, você se tornará
pois fale para ela ficar em silêncio memorável!
até que você avise.

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Programação Neurolinguística
- Ancoragem e Espelhamento

Para entendermos o que é ancoragem precisamos entrar na psico-


logia comportamental.
Pavlov foi um fisiologista responsável pelo experimento em que ca-
chorros eram estimulados com um sino antes de receberem comida.
Pavlov, durante inúmeras vezes, tocava um sino antes de dar comida
para o cachorro, tempos depois ele percebeu que o cachorro co-
meçava a salivar apenas ouvindo o som do sino. Ou seja, o cachorro
respondia fisiologicamente apenas com um estímulo auditivo.

Ancoragem é uma associação inconsciente que fazemos entre emo-


ções comportamentos e memórias

No toque invisível, você cria uma associação entre emoções positivas


que a pessoa acabou de experienciar e você. Significa que quando
a pessoa lembrar-se de você, ela automaticamente irá sentir aquela
emoção que inicialmente foi gerada, principalmente se você for ca-
paz de gerar sempre novas emoções quando revê-la. A âncora de
emoções se fortalece cada vez mais com a repetição, igual no expe-
rimento de Pavlov.

Você já se lembrou de uma ex-namorada quando sentiu por um


acaso o perfume que ela usava? Isso é ancoragem!

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Técnica de persuasão utilizando ancoragem:

Quando estiver interagindo com alguém que deseja influenciar faça-


-a sentir uma emoção intensa e positiva. Você pode fazer isso pedin-
do para ela contar uma história em que viveu determinada emoção
exemplo:

“Ana, quando você viajou sozinha, qual foi o momento mais incrível
que você se lembra?”

Sempre que a pessoa conta uma história, ela traz de volta as emo-
ções vividas inicialmente, quando você perceber que ela está se
emocionando, toque sutilmente o pulso dela, um toque leve e dis-
creto. Faça isso no mínimo três vezes no mesmo ponto durante sua
interação, sempre que perceber que ela está no ápice da emoção.

Você estará associando a emoção positiva que ela está sentindo a


este toque. Posteriormente, você será capaz de acessar essa emo-
ção apenas com o toque no pulso.

Lembre-se que âncoras se tornam mais fortes quando são repetidas,


criar uma âncora emocional hoje, não significa que ela funcionará
daqui a 15 dias ou um ano. Crie a âncora para ser usada de preferên-
cia na mesma interação.

Digamos que após ouvir a história da Ana, você queira influenciá-la


sair com você na próxima semana.

Você pode, no momento em que fizer a proposta para ela, acessar a


emoção positiva que está ancorada, tocando naquele ponto exato.
Será muito mais interessante ela se decidir sentindo a mesma felici-
dade que sentiu enquanto te contou aquela história, as chances dela
aceitar serão muito maiores.

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Espelhamento

Essa técnica é poderosa, mas já vou te alertar que muitas pesso-


as sabem a teoria, mas não fazem ideia de como aplicá-la correta-
mente.

O espelhamento surgiu depois de ser observado que pessoas muito


próximas tendem a espelhar comportamentos, isso é um processo
inconsciente. Pessoas casadas há muitos anos tendem a ser pareci-
das em muitos aspectos, inclusive de personalidade.
Para utilizar o espelhamento com alguém que ainda não é íntimo,
você precisa ser sutil, copie seus gestos, tom de voz, ritmo e gírias.

Isso precisa ser feito sempre em menor intensidade do que a pessoa


fez! Ou ela poderá perceber e sua conexão irá para o espaço.

Se ela coçar o pescoço, você não precisa fazer igual, leve a mão no
pescoço de forma muito mais sutil do que ela inicialmente fez. É im-
portante que você copie movimentos que sejam congruentes com
você! Se ela ajeitar o cabelo que está no rosto e você não tem cabelo,
não faz sentido fazer o movimento.

Tome cuidado com gírias e sotaque, jamais imite gírias que você
nunca falaria no seu cotidiano, isso poderá parecer forçado demais.
E mais uma vez te digo: se ela perceber estará tudo acabado.

É por isso que muitas pessoas desistem do espelhamento, é uma


técnica difícil, pois leva-se tempo para deixá-la natural, no entanto
você como mentalista deve dominá-la, é uma técnica avançada de
conexão e precisa estar no seu repertório.

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Leitura Fria - Análise e dedução

Vou te apresentar aqui uma técnica simples, porém muito efetiva


para deduzir e interpretar o comportamento das pessoas.

A técnica se baseia no seguinte: comece a prestar atenção nos com-


portamentos que a pessoa que está interagindo com você apresen-
ta. Preste atenção se ela possui algum comportamento peculiar:

Ela apresenta algum tique nervoso? Durante sua fala ela apresenta
ser uma pessoa questionadora ou alguém com o crítico mais baixo?
(influenciável)

Observe o comportamento que ela apresentou e se pergunte:

Quando ela pode ter apresentado esse comportamento no passa-


do?

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Exemplo:

Você está conversando com uma mulher e logo percebe que ela tem
o tom de voz firme, e fez algumas perguntas que te levaram a deduzir
que ela tem o um perfil mais questionador.

Então você se pergunta onde ela pode ter repetido esse comporta-
mento no passado, e você chega a algumas possíveis conclusões:

- Possivelmente ela apresentava esse comportamento na escola,


questionava professores.
- Ela possivelmente era líder entre as amigas.
- Possivelmente ela possui os pais questionadores, ou ao menos um
dos dois.

Com base nessas deduções você poderia surpreendê-la com a se-


guinte leitura:

“Eu olho para você e te vejo numa sala de aula, você gostava de
fazer perguntas, mesmo que às vezes só na sua cabeça. Não esta-
va preocupada se iria incomodar, você nunca foi de aceitar logo de
cara as informações que os professores passavam, você sempre foi
muito curiosa.”

ou…

“As pessoas costumam dizer que você é muito parecida com o seu
pai, não é verdade? Vocês dois tem o mesmo ‘gênio’”.

Na leitura fria, você está sempre combinando técnicas. É importante


que você saiba o que significa efeito Forer, assim você pode combi-
nar sua dedução com esse fenômeno psicológico, e sua leitura ga-
nhará muita credibilidade.

Assista ao meu vídeo onde explico detalhadamente sobre Efeito


Forer.

CLIQUE AQUI E ASSISTA

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Linguagem Verbal e não verbal

Neste ebook, vou me atentar primeiramente a alguns comportamen-


tos que você pode adotar para se tornar um comunicador efetivo,
pois eu acredito que adequar sua linguagem corporal é o primeiro
passo para influenciar as pessoas de forma assertiva. Por isso, sepa-
rei 5 erros clássicos de linguagem verbal e não verbal que possivel-
mente você está cometendo e que precisa corrigi-los imediatamen-
te.

1º Balançar muito a cabeça.


Pessoas persuasivas mexem muito pouco a cabeça quando estão
se comunicando, elas olham nos olhos e falam de maneira relaxada.
Procure não olhar para cima ou para baixo, essa é uma tendência
natural de quando estamos buscando uma informação, no entanto,
evitar esses movimentos demonstra muito mais autoridade na sua
comunicação. Para isso busque sempre o máximo de domínio no as-
sunto que for comunicar.

2º Adotar uma postura não confiante.


Quando não estamos confiantes, nosso corpo demonstra. E por mais
que você não perceba, o inconsciente da outra pessoa está interpre-
tando isso como uma linguagem corporal de baixo valor. Cruzar os
braços ou pernas, segurar os pulsos na frente das partes íntimas ou
atrás, ficar balançando os pés, ou manipulando algum objeto, são
alguns comportamentos que precisam ser evitados.

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Paul Ekman, responsável pelas maiores pesquisas científicas de lin-
guagem corporal, identificou que nosso corpo demonstra aquilo
que estamos sentindo, e que o inverso também acontece, quando
conscientemente adotamos uma linguagem corporal começamos a
sentir aquela emoção correspondente.

Exercício:

Em qualquer tipo de interação busque manter uma linguagem cor-


poral relaxada e de confiança, pernas espaçadas, braços soltos, co-
luna ereta.
Mesmo que você esteja nervoso, você estará dando o comando para
o seu cérebro mudar o estado emocional, portanto você irá começar
a se sentir cada vez mais confiante e relaxado devido à postura que
você adotou.

3º Não tocar a pessoa.


Também já foi comprovado que tocar alguém aumenta considera-
velmente o nível de empatia entre duas pessoas.
Esse toque conhecido como ‘toque não sexual’ deve ser feito no co-
tovelo, joelho ou ombros.
Para ser efetivo, o toque precisa ser firme. Um toque rápido demais
pode dar a impressão de que você está com medo de tocá-la e a
pessoa pode interpretar como submissão. Assim como tocar por um
período superior a 1 segundo pode causar incômodo na outra pes-
soa.

Faça um toque firme, durante sua interação esse toque pode ser re-
forçado algumas vezes, analise o contexto e veja qual dos toques é
mais apropriado (cotovelo, joelhos ou ombros).

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4º Desviar os olhos enquanto estiver ouvindo
Ouvir e interessar-se genuinamente pelo outro é a base fundamen-
tal para se conectar. Desviar os olhos indica que você está querendo
fugir da conversa, que sua mente está em outro lugar, ou que a con-
versa não está interessante.
Quando iniciar uma interação tenha em mente que a pessoa a sua
frente é a pessoa mais importante, uma forma de fazer isso é se per-
guntar:

- O que eu posso aprender com essa pessoa?

Dessa forma, se interessar pelo outro se torna mais fácil, manter o


contato visual será natural e autêntico.

5º Invadir o espaço íntimo ou se afastar demais


Proxêmica é o estudo do espaço entre as pessoas em uma interação
social e é dividida em quatro zonas:

• distância íntima: para abraçar, tocar ou sussurrar (15-45 cm)


• distância pessoal: para interação com amigos próximos (45-120
cm)
• distância social: para interação entre conhecidos (1,2-3,5 m)
• distância pública: para falar em público (acima de 3,5 m)

É de suma importância que o espaço do outro seja respeitado. Nós


tendemos a tratar nossa zona íntima como uma extensão do nosso
corpo. Sentimo-nos extremamente ameaçados quando um estra-
nho invade essa área.
Essa é uma das explicações do porquê as pessoas ficam em silêncio
e levemente incomodadas quando estão em um elevador. Elas bus-
cam olhar para o nada ou mexem no celular para reduzir a tensão de
estarem tão próximas de pessoas desconhecidas.
Quando interagir com alguém você precisa ganhar espaço, ir aos
poucos ganhando confiança, usando o toque não sexual, ir e aproxi-
mando até se tornar alguém realmente íntimo

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Hipnose

A hipnose pode ser dividida em duas grandes categorias: a hipnose


clássica e a conversacional. A hipnose clássica é aquela onde o hip-
notista guia a pessoa até o estado de transe. Sempre é necessário
ter a permissão da pessoa para a hipnose clássica acontecer. Nor-
malmente ela é feita com uma sequência de comandos que geram
um fenômeno hipnótico como a alucinação. Você pode ver uma de-
monstração minha de hipnose clássica clicando aqui.
Como mentalista, você precisa ir além, precisa conhecer o meca-
nismo da hipnose conversacional, através de uma conversa você é
capaz de embutir sugestões e comandos para que a pessoa realize.
Para que a pessoa aceite a sugestão é preciso usar a linguagem cor-
reta. Você vai entender agora as principais formas de sugestionar
através da linguagem.

Padrões hipnóticos de Milton Erickson.

Milton Erickson foi um grande hipnotista, ficou conhecido por usar a


hipnose de forma bastante peculiar. Erickson utilizava a linguagem
para criar profundas mudanças em seus pacientes. Através da ob-
servação de sua técnica foi criado os padrões hipnóticos de lingua-
gem.

“Eu não sei…”


A palavra ‘não’ gera um comando embutido, já que nosso cérebro
não consegue gerar imagens negativas. Se eu te disser:
Não pense em um elefante cor de rosa!
Provavelmente você pensou. Isso porque para você não pensar, pri-
meiro seu cérebro precisa construir a imagem de um elefante cor de
rosa.
Significa que se você utilizar o ‘não’ dessa maneira:
“Eu não sei se você deveria comprar esse vestido”
Inconscientemente, a pessoa irá fortalecer a vontade de comprar o
vestido.
Outras variáveis desse padrão são: “você não precisa”, “eu não
quero que pense…”
Tudo que é dito na frente do não, será aceito como sugestão.
O grande erro é colocar na frente do ‘não’ coisas que você não quer
que aconteça, quantas vezes você não se esqueceu de fazer algo
logo depois de ouvir: “Não se esquece de fazer isso, por favor”

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“Talvez…”
A palavra ‘talvez’ suaviza um comando direto, e tende a ser aceito
com muito mais facilidade pela outra pessoa.
“Talvez você queira sair comigo hoje à noite” ou “eu não sei, talvez
você se sinta melhor quando terminarmos essa conversa”
Perceba que uni o padrão “eu não sei” com o “talvez”.

“E se...”
“E se a gente se encontrasse no próximo fim de semana?”
“E se eu te dissesse que você vai se surpreender comigo?”
O padrão “e se” pressupõe que algo vai acontecer, e faz a pessoa
imaginar-se na cena como se já fosse verdade.

“Você consegue imaginar…”


Esse talvez seja um dos mais poderosos padrões de linguagem, já
que ele faz a pessoa imaginar. Sempre que você imagina você sen-
te determinadas emoções, e quando sentimos emoções ancora-
mos com quem está nos proporcionando senti-las (assim como já
aprendemos).
Faça a pessoa imaginar um cenário que te favoreça.
“Imagina você com seus filhos nessa piscina domingo à tarde” -
Disse o corretor de imóveis apresentando uma casa para possíveis
compradores.

A hipnose conversacional possui diversas técnicas e métodos de in-


fluência. Estudaremos mais tarde em sua jornada.

Este é o “mentalist pack” seu conhecimento inicial para se tornar


um mentalista da vida real.

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Intenção positiva é a chave

Um erro que cometi por anos foi acreditar que apenas entender
como essas técnicas funcionavam me trariam resultados. Agora te
pergunto:
Você já esteve na situação em que tentou utilizar uma técnica de
persuasão que aprendeu, mas simplesmente sentiu que estava mais
atrapalhando do que ajudando? Sentiu que a interação se tornou ro-
bótica?
Eu me senti assim muitas vezes, e isso leva muitas pessoas a desisti-
rem de estudar essas técnicas.
Acontece que por trás de qualquer técnica de influência precisa ter
uma intenção positiva genuína.
Quais são suas intenções com o outro? Se suas intenções forem ne-
gativas é provável que seu cérebro trabalhe para que você não faça
aquilo, então em algum momento você apresentará incongruências.
Para que a persuasão aconteça você precisa ter uma real intenção
positiva, acreditar que o que está fazendo agregará na vida do outro.
Dessa forma, quando utilizar a técnica, será muito mais natural, e o
efeito será claramente notável.

Te vejo em breve!
Bruno Cossalter

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