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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

PRÁTICA DE ENSINO: INTRODUÇÃO À DOCÊNCIA (PE:ID)

POSTAGEM 1: ATIVIDADE 1

REFLEXÕES REFERENTES AOS 13 TEXTOS

Raquel Figueiredo Pereira Cardoso RA 1906561

LONDRINA
2020
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SUMÁRIO

1 REFLEXÕES REFERENTES AOS 13 TEXTOS SELECIONADOS.........................3

1.1 “Educação? Educações: aprender com o índio”....................................................3

1.2. “O fax do Nirso”;.....................................................................................................5

1.3. “A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo)”;................................6

1.4. “Uma pescaria inesquecível”;.................................................................................7

1.5. “A Folha Amassada”;..............................................................................................7

1.6. “A Lição dos Gansos”;............................................................................................8

1.7. “Assembleia na Carpintaria”;..................................................................................8

1.8. “Colheres de Cabo Comprido”;..............................................................................8

1.9. “Faça parte dos 5%”;..............................................................................................9

1.10. “O Homem e o Mundo”;.......................................................................................9

1.11. “Professores Reflexivos”;...................................................................................10

1.12. “Um Sonho Impossível”;.....................................................................................10

1.13. “Pipocas da Vida”...............................................................................................10


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1 REFLEXÕES REFERENTES AOS 13 TEXTOS SELECIONADOS

1.1 “Educação? Educações: aprender com o índio”

O texto de Brandão assinala que a educação, na concepção de ensino-


aprendizagem, vai além da educação formal que se pratica nos espaços escolares.
Não existe uma única educação e ela não se resume ao modelo ocidental. O
exemplo da carta dos chefes indígenas ilustra como não há uma forma única nem
um único modelo de educação. Cada modo de vida cria formas de educação que
refletem seus valores, produzem os saberes que atravessam, por exemplo, os
códigos sociais de conduta, as regras do trabalho e o fazer artístico.
A típica expressão “falta de educação” reitera a premissa de que receber um
aprendizado dentro da escola não necessariamente prepara o indivíduo para as
habilidades sociais e as regras de conduta. Reconhecer e assimilar as regras de
comportamento em uma sociedade é, também, um tipo de educação, na qual alguns
têm mais domínio que outros.
O trecho da carta do índios da Seis Nações aos Estados Unidos que
emprega a expressão “Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores
desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração” é, justamente, um
exemplo de como os líderes indígenas foram “educados” ao responderem os
brancos. Souberam empregar os códigos de conduta e as habilidades sociais
valorizadas no ocidente para iniciar um diálogo mas pacífico e assertivo com os
governantes dos Estados Unidos.
Diferentes nações têm concepções distintas sobre o mundo, de modo que as
educações também são diferentes. Os saberes artísticos são valorizados e
abordados por vieses diferentes, a relação com a natureza pode ser completamente
diferente de uma nação para a outra e o próprio aprendizado da língua nativa, por si
só, já acarretaria simbolizações distintas. A nação brasileira, ampla e diversa como
é, precisa encarar a educação desse modo plural. Trabalhar em escolas rurais, por
exemplo, chama a atenção para o fato de que existem saberes relacionados ao
manejo da terra, aos ciclos da natureza, que são saberes distintos dos das cidades.
Os educadores precisam reconhecer estas educações e ter uma perspectiva
inclusiva sobre estes conhecimentos. O arte-educador, especialmente, precisa ser
sensível ao fato de que o repertório musical dos estudantes, a bagagem cultural,
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será, na maioria da vezes, distinta da sua. É necessário respeitar as diferenças e


incluir os saberes, ampliando os horizontes dos estudantes sem hierarquizar as
educações artísticas.
A educação, como uma prática simbólica, é também uma relação de poder.
É por meio das educações, no plural, que os indivíduos professam e executam os
seus valores e os interesses políticos. O Brasil, enquanto um país fundado sob o
signo da exploração e da dominação dos povos colonizadores sobre os povos
nativos, perpetua esta lógica de dominação cultural pela educação formal. A escola
do século XXI têm o papel de reconhecer esta chaga e empregar esforços para que
o processo de aprendizagem seja mais inclusivo. É preciso reconhecer que o que se
estabelece como verdade nas escolas é construído por enunciadores específicos de
um discurso dominante. Todo conhecimento que é construído pelas práticas
discursivas precisa ser encarado sob a ótica da relatividade, levando em
consideração as relações de poder que são intrínsecas a estas práticas. A verdade
científica é buscada através de métodos e leis específicas que a regem, e, embora
seja importante que os estudantes tenham o letramento científico para atuar nesta
esfera, há que se reconhecer a existência de outros saberes, que têm suas
verdades particulares.
A educação do colonizador não é a única educação possível, especialmente
para o colonizado. No contexto da globalização, as distâncias são diminuídas e,
cada vez mais, diversos povos têm contato com os saberes do ocidente, sendo
levados a acreditar que este é o saber dito universal. É preciso que se dê lugar de
fala para aqueles que por muito tempo foram excluídos da enunciação. Documentos
como a carta do índios da Seis Nações aos Estados Unidos são instrumentos
notavelmente potentes para a apresentação de discursos diferentes, proferidos por
indivíduos tradicionalmente marginalizados na educação do colonizador. Entrar em
contato com estas visões de mundo fazem da educação formal uma prática mais
inclusiva.

1.2. “O fax do Nirso”;


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O texto o “fax do Nirso” é uma construção bem humorada de uma narrativa


que revela o nosso incrustado preconceito linguístico. Trata-se de um vendedor de
uma empresa que envia relatórios de vendas por fax, repletos de “erros
ortográficos”. Essa forma coloquial de expressão na escrita de Nirso chama
imediatamente a atenção daquele que lê. Aqueles que encaram a norma culta como
elemento necessário para o trabalho, assim como gerente na narrativa,
experimentam uma preocupação crescente com a imagem do funcionário perante a
empresa e associam suas mensagens a uma incapacidade “preocupante”.
O gerente procura o presidente da empresa, relatando suas preocupações
em relação aos relatórios. O presidente, então, afirma que tomaria as “providências
necessárias”. Em razão do forte sentimento de preconceito que existe com aqueles
que não usam a norma culta, a expectativa construída é a de que haverá uma
sanção para o funcionário. Este cenário é condizente com a realidade brasileira e
ocorre, principalmente, em decorrência da educação formal, que, por muito tempo,
alimentou discursos de exclusão, enfatizando o uso da norma culta como forma de
distinção social, sob o pretexto de enfatizar a importância do aprendizado da
gramática. Criou-se a noção de que a capacitação para o trabalho, qualquer que
seja, exige o saber das regras gramaticais, além de encarar a norma culta como o
único “português” aceitável. Essas premissas servem, em grande parte, para manter
as relações de poder e refletem a antiga dominação do colonizador sobre o
colonizado.
Mas esta expectativa é quebrada, já que o presidente da empresa toma uma
providência diferente daquela esperada. Ao invés de repreender o vendedor, exalta
o seu sucesso nas vendas e estabelece que as preocupações da empresa são
outras: o saber vender é mais importante que saber escrever “certo”. Inclusive, pede
que os temais tomem Nirso como exemplo, o que se mostra uma repreensão velada
às prioridades do gerente.
A educação tradicional, que aborda o uso da norma culta, não está
perdendo espaço no mercado de trabalho. Mas ela não é capaz de preparar o
indivíduo para todos os saberes que a vida profissional exige. Habilidades sociais,
por exemplo, serão cada vez mais, um diferencial. Para que a educação acompanhe
a “evolução” dos outros setores da sociedade, a escola precisa refletir sobre quais
são os aprendizados mais significativos para o mundo atual. A Organização das
Nações Unidas (ONU) divulgou uma lista com dez habilidades que julgou
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fundamentais para o profissional do futuro. Dentre elas, elencou a flexibilidade


cognitiva, a negociação (a habilidade destacada na história), a orientação para
servir, julgamento e tomadas de decisões, a inteligência emocional, coordenação
com os outros, gestão de pessoas e criatividade.

1.3. “A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo)”;

A História da Chapeuzinho na versão do lobo é um texto bem humorado que


provoca questionamentos sobre a educação que ofertamos nas escolas. De
imediato, nota-se que o principal recurso do texto é subverter as expectativas,
contando uma história popular na visão daquele que tradicionalmente é considerado
o vilão. Revela-se que o ponto de vista é muito importante para a construção do
significado das narrativas. Na prática escolar, muitas vezes os educadores se
comportam como a Chapeuzinho Vermelho, adotando um ponto de vista único e
desconsiderando o repertório do próprio educando.
Apresentar o ponto do vista do professor como o único possível e presumi-lo
neutro é um engano, que leva à negação do direito dos estudantes de opinar e,
inclusive, discordar do professor. Assim como o lobo mau proclama, é uma
“injustiça” negar a alguém a possibilidade de apresentar as coisas sobre sua ótica.
Negar o diálogo é negar também a construção colaborativa de saberes e só pode
empobrecer o processo de aprendizagem-educação.
Mesmo o conteúdo que extraímos do estudo das disciplinas curriculares não
pode ser encarado como verdade absoluta, pois todo conhecimento pressupõe o
horizonte de pré-compreensão do indivíduo, que é por certo, plural e diverso. O
papel do professor melhor seria o de mediador, construindo junto com a classe o
aprendizado, de forma dialogada e sensível para as particularidades dos indivíduos.

1.4. “Uma pescaria inesquecível”;

O texto 4 reflete especificamente sobre o conceito de ética, encarado como


“simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO”. Enfatiza a necessidade de
atuação com base em valores, independente se o indivíduo está sendo observado
ou não, e sem relação com as vantagens que uma atitude antiética pode promover.
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A ética não está relacionada às práticas da maioria. Consiste em fazer o que


é certo mesmo que os demais não o façam e abster-se das práticas antiéticas,
mesmo que elas sejam comuns.
O objetivo é enfatizar a importância da atuação ética e de uma educação que
leve em consideração este saber, tão importante para a vida em coletividade.
Embora a ética não faça parte da grade curricular da maior parte das escolas
básicas do Brasil, uma educação que se propõe a formar cidadãos precisa levar em
consideração este fator.

1.5. “A Folha Amassada”;

A folha amassada trata de inteligência emocional e autocontrole. Seremos


confrontados com situações frustrantes, com desapontamentos e provocações que
nos incitam a “soltar bombas com palavras”. Especialmente no contexto escolar, no
qual o professor nutro expectativas de propostas, de aprendizagem e está envolto
em convívio constante com diversas pessoas, é importante o autocontrole e o
preparo emocional para lidar com os demais. Se levarmos em consideração a
educação básica, o professor deve atentar-se para o fato de que as memórias que
são feitas nesse período são especialmente significativas e as impressões de
desafeto podem exercer mais impacto sobre os alunos.
Além disso, o texto nos ensina a ser compreensivos com alunos que ainda
não têm o autocontrole e a maturidade para lidar com estas emoções. Eles não são
“alunos problemas”, e sim, indivíduos em processo de aprendizagem sobre suas
próprias emoções.

1.6. “A Lição dos Gansos”;

A lição dos gansos fala sobre a importância do trabalho em grupo. Quando


todos os gansos voam na mesma direção, em formação, o esforço é reduzido e o
resultado é otimizado. O mesmo pode ser aplicado na escola, que é um ambiente de
convívio e que requer trabalho em equipe. É muito importante que haja conexão e
colaboração entre os profissionais no ambiente de trabalho, de modo que os
colaboradores devem manter um bom relacionamento com os colegas e que
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coordenem diferentes temperamentos, capacidades de voo, ideias e talentos, para


alcançar um ideal ou uma meta comum.

1.7. “Assembleia na Carpintaria”;

Assembleia na carpintaria é um texto alegórico sobre a cooperação entre os


diferentes e a relação entre a ênfase nos defeitos e nas qualidades das pessoas.
Quando um professor ou um avaliador foca nos defeitos ele desestimula e cria uma
atmosfera menos propícia para o aprendizado. Fazer uso da motivação a partir do
apontamento das qualidades positivas de um indivíduo mostra-se mais eficaz para
promover comportamentos engajados e positivos.

1.8. “Colheres de Cabo Comprido”;

O oitavo texto, “colheres de cabo comprido”, aborda o trabalho em equipe


sob o mote de que no céu, as pessoas “aprenderam a dar comida umas às outras”.
Neste sentido, enfatiza-se a necessidade do trabalho em grupo . Por meio da ação
coletiva, os estudantes desenvolvem pensamento crítico, criatividade, curiosidade,
empatia, capacidade de resolução de problemas etc.
O trabalho em grupo também permite que os alunos se engajem nas tarefas,
além de despertar interesse e curiosidade em relação aos temas trabalhados. Neste
contexto, as propostas de educação devem ser organizadas em torno das seguintes
aprendizagens: aprender a conhecer; aprender a viver juntos; aprender a ser;
aprender a fazer. Dessa forma, grupos de pesquisa são eficazes para o
desenvolvimento do aprendizado social e intelectual, contribuindo para aprofundar
conteúdos e desenvolver a linguagem.

1.9. “Faça parte dos 5%”;

O texto “Faça parte dos 5%” tem uma abordagem típica de textos
motivacionais. Relata a postura de um professor frustrado com o comportamento
dos estudantes que faz um discurso sobre como somente 5% das pessoas se
tornam notáveis naquilo que praticam. A moral da história caminha para o sentido de
que o discurso sobre o fracasso de 95% das pessoas serve de estímulo para o
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engajamento do grupo. Em verdade, nota-se que a visão de que apenas 5% das


pessoas são notáveis é bastante excludente e ignora as particularidades de cada
indivíduo. Também parte do falso pressuposto de que as pessoas podem ser
catalogadas em dos grupos distintos, aqueles que obtiveram sucesso e os que não
obtiveram, desconsiderando o amplo espectro de possibilidade de sucessos distintos
e particulares.
No fim, nota-se que o discurso do professor é mais eficaz para a
desestimularão e dificulta a promoção de habilidades sociais e comportamentos
positivos em sala de aula.

1.10. “O Homem e o Mundo”;

Este texto reflete sobre as soluções criativas de problemas, envolvendo a


criatividade e a visão de mundo de uma criança. Para o adulto, “consertar o mundo”
deveria ser um processo baseado na tentativa de reconstrução daquilo que já estava
posto, uma atitude mecânica que pressupunha conhecimentos que a criança não
tinha. No entanto, as expectativas são subvertidas quando o desfecho apresenta a
criança olhando para o verso da folha, percebendo a figura humana e reconstruindo
o mundo a partir dos fragmentos dessa imagem que estava no verso.
Para além da solução inusitada do problema, que envolvia uma nova
estratégia empregada pela criança, percebe-se a mensagem de que o mundo só
poderá ser “reconstruído” quando a atitude começa pela reconstrução do indivíduo.
Partindo do micro, é possível transformar o macro.

1.11. “Professores Reflexivos”;

A narrativa e as reflexões da professora autora expõe um hotel inserido na


lógica da globalização, que padroniza os comportamentos em detrimento do local,
único e específico. Aborda o abandono da cultura local em busca de padrões
esvaziados de sentido. Na educação, podemos cair no mesmo erro, ter como
objetivo alcançar uma homogeneidade que não é possível ser alcançada e
negligenciar, no processo, as particularidades dos educandos. Não é preciso
abandonar o autêntico e o local para seguir critérios abstratos e distanciados da
realidade.
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1.12. “Um Sonho Impossível”;

A realidade da escola básica brasileira é díspare. Em contextos menos


privilegiados, é comum que os pais não possam acompanhar o desenvolvimento
escolar dos filhos. Para evitar a evasão escolar a escola precisa atuar junto à
comunidade, conversando com os pais e conscientizando a população da
importância da formação e do convívio escolar. Reprovações e notas baixas fazem
com que os pais que não conseguem auxiliar nos estudos do filhos se vejam
frustrados e insatisfeitos com o fracasso das crianças, o que dificulta a cooperação e
o trabalho em rede.

1.13. “Pipocas da Vida”.

A vida está sempre em mudança. Como pipocas, os indivíduos se deparam


com provações, fogos, provas que exigem sacrifício e renovação. Aqueles que se
recusam a mudar e melhorar, não se propõem em abrir a mente para as mudanças,
estagnam em um estado de incompletude, como piruás. Passamos por dificuldades
e medos mas isso nos prepara para enfrentas os desafios da vida, somos
incentivados e desafiados a melhorarmos.

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