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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

PRÁTICA DE ENSINO: OBSERVAÇÃO E PROJETO (PE:OP)

POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2

PROJETO DE TRABALHO – APROVEITAMENTO


PEDAGÓGICO DE UM AMBIENTE NÃO ESCOLAR

Raquel Figueiredo Pereira Cardoso RA 1906561

LONDRINA
2020
RAQUEL FIGUEIREDO PEREIRA CARDOSO

PROJETO DE TRABALHO – APROVEITAMENTO


PEDAGÓGICO DE UM AMBIENTE NÃO ESCOLAR

Projeto apresentado ao Curso de Licenciatura


em Artes Visuais da Instituição UNIP.

Orientador: NANCELY HUMINHICK VIEIRA

Londrina
2020
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4

2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 5
2.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 5
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 5

3. Desenvolvimento................................................................................................... 5
3.1 Revisão Bibliográfica .......................................................................................... 6
3.2 Procedimentos metodológicos ........................................................................... 7

4. Avaliação................................................................................................................ 9

5. Considerações Finais ........................................................................................... 9

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 10
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1. INTRODUÇÃO

No século XIX explicitou a necessidade de uma reflexão em torno das


formas de ensino e aprendizagem. Mas essa é uma área do conhecimento que vem
sendo investigada, estudada e questionada há tempos. Ainda em 1657 Comenius
publicou uma obra que possui grande valor histórico e pedagógico, o livro Didática
Magna – a arte de ensinar tudo a todos. Dentre os pontos de reflexão apontados por
Comenius, merecem destaque aqueles que ressaltam a preocupação com os
métodos de ensino e aprendizagem. Segundo ele:

Que a proa e a popa da nossa didática sejam: buscar encontrar um método


para que os docentes ensinem menos e os discentes aprendam mais; que
nas escolas haja menos conversa, menos enfado e trabalhos inúteis, mais
tempo livre, amis alegria e mais proveito (COMENIUS, 2006, p. 12).

Esta preocupação em como ensinar de forma mais efetiva e significativa


ainda é uma questão de grande relevância na educação atual. Como estudantes, já
podíamos perceber que algumas estratégias empregadas pelos professores eram
mais agradáveis e propiciavam melhor qualidade no aprendizado. Como
professores, percebemos as dificuldades em trabalhar alguns conteúdos e o
insucesso de algumas estratégias. O professor precisa atravessar muitas barreiras
para formar seus alunos, e muitos não demonstram interesse pelo que a escola tem
a oferecer.
É preciso buscar alternativas de atividades educativas que auxiliem o
despertar de interesse do estudante. É preciso estar atento às mudanças em nossa
sociedade e no perfil do aluno, ao avanço da tecnologia à necessidade de inovações
pedagógicas para que a educação se adapte a um mundo em transformação.
Neste sentido, a pedagogia por projetos é uma possibilidade interessante ,
que propõe uma forma de aprender e pensar criticamente que conduz o aluno a
pensar de modo mais crítico, que leva-o a dar significado à informação, planejar
ações e resolver problemas.
Além disso, aprendemos mais sobre conceitos e ideias quando falamos com
alguém sobre eles, explicamos e discutimos com outras pessoas. Se um professor
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quer aliar a pedagogia por projetos com uma aprendizagem ativa, então, o trabalho
em grupo, planejado intencionalmente, é uma ferramenta poderosa.
Neste projeto, objetiva-se que os alunos saiam dos muros da escola,
observem o bairro e seu entorno, investiguem o Bosque Walter Okano e lá façam
pesquisas, coletas de dados e experimentações estéticas. Espera-se que esta
aprendizagem seja mais efetiva justamente pela vivência prática, pela aquisição de
conhecimento como pesquisa, permitindo ao aluno o poder de decisão, de crítica,
reflexão e de escolha neste processo.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Integrar ambiente não escolar com a educação formal para o ensino das
disciplinas de Arte, Química e Biologia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Experimentar a criação em artes visuais de modo individual e colaborativo,


explorando diferentes espaços da comunidade.
Dialogar com o movimento impressionista através da pintura ao ar livre,
atento aos repertórios imagéticos e às proposições temáticas do movimento.
Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma,
direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.)
Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade do
Bosque Professor Water Okano, considerando parâmetros bioquímicos.
Avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia
da área de preservação ambiental.
Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, considerando a
composição, a toxicidade e a reatividade de diferentes materiais e produtos, como
também o nível de exposição a eles, posicionando-se criticamente e propondo
soluções individuais e/ou coletivas para seus usos e descartes responsáveis.

3. DESENVOLVIMENTO
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3.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A teoria da aprendizagem significativa é uma proposta da linha cognitivista


que tem como principal proponente o teórico norte-americano David Paul Ausubel.
Segundo Ausubel, distinguem-se duas grandes categorias de aprendizagem: a
aprendizagem por descoberta e a aprendizagem por recepção (AUSUBEL et.al.,
1980, p.20). A aprendizagem por descoberta se baseia em conteúdos que não são
dados, mas que devem ser descobertos pelo aluno antes que possa ser
significativamente incorporado à sua estrutura cognitiva. A aprendizagem por
recepção, por sua vez, ocorre quando o conteúdo é apresentado ao aluno sob a
forma final. Nesse sentido, cabe ao estudante internalizar o material para que ele
possa ser acessado em alguma ocasião futura. A aprendizagem por recepção
divide-se em aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa.
Oliveira (2011) explica que a aprendizagem mecânica se dá com pouca ou
nenhuma interação do aprendiz com conceitos relevantes existentes em sua
estrutura cognitiva. Neste modelo, “ocorrem associações puramente arbitrárias, sem
qualquer vínculo claro com os subsunçores” (OLIVEIRA, 2011, p. 35). Já na
aprendizagem significativa, o aluno precisa manifestar uma disposição para a
aprendizagem significativa, para que o conteúdo aprendido seja incorporado à sua
estrutura de conhecimento, através de uma relação não arbitrária e não literal.
Neste projeto, os esforços se somam para que os estudantes tenham uma
aprendizagem significativa, para que relacionem seus conhecimentos prévios aos
novos conceitos trabalhados, e ainda, que o façam por meio da aprendizagem por
descoberta, com maior autonomia no processo de internalização. O aprendiz será o
centro do projeto e terá um papel ativo na busca por conhecimento.
Existem diversas estratégias de ensino que podem ser empregadas para
aprender e ensinar conteúdos de formas significativas, dentre elas a utilização de
espaços não formais de aprendizagem. É preciso considerar o entorno da escola,
como potencialmente carregado de formas de ensino e de aprendizagem e conceder
que muitos de nossos conhecimentos adquiridos não foram necessariamente
adquiridos no ambiente escolar e sim em espaços não formais.
O trabalho com metodologias ativas requer um preparo minucioso das
atividades e dos materiais que serão utilizados pelos alunos. Ao contrário de uma
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aula expositiva, em que geralmente são adotados materiais-padrão, como quadro


branco, caderno e livro, as estratégias ativas requerem preparo e organização
diferentes dos da sala de aula e dos materiais.
Para viabilizar propostas que utilizem metodologias ativas, é fundamental o
trabalho em grupo como estratégia pedagógica. Por meio da ação coletiva, os
estudantes desenvolvem pensamento crítico, criatividade, curiosidade, empatia,
capacidade de resolução de problemas etc.
O trabalho em grupo também permite que os alunos se engajem nas tarefas,
além de despertar interesse e curiosidade em relação aos temas trabalhados. Neste
contexto, as propostas de educação devem ser organizadas em torno das seguintes
aprendizagens: aprender a conhecer; aprender a viver juntos; aprender a ser;
aprender a fazer. Dessa forma, grupos de pesquisa são eficazes para o
desenvolvimento do aprendizado social e intelectual, contribuindo para aprofundar
conteúdos e desenvolver a linguagem. São, portanto, um grande aliado para formar
salas de aula equitativas.

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O projeto será desenvolvido na área de preservação ambiental Bosque


Professor Water Okano, localizada em frente ao Colégio Universitário de Londrina.
Será destinado aos alunos da segunda série do Ensino Médio do Colégio
Universitário e envolverá o ensino das disciplinas de Arte, Química e Biologia.
Os alunos serão divididos em pequenos grupo de cinco integrantes, que
deverão ser mistos quanto ao gênero, desempenho acadêmico e afinidades com as
disciplinas. Cada integrante desempenhará um papel específico: 1. Monitor do
tempo (responsável por garantir que atividade seja concluída no tempo previsto); 2.
Monitor de recursos (responsável por separar, distribuir e devolver os materiais e
ferramentas que serão utilizados); 3. Facilitador (mediará os conflitos, garantirá que
todos tenham sua opinião considerada e elaborará um relatório sobre a dinâmica do
grupo); 4. Relator (organiza o relatório do grupo); 5. Fotógrafo (fará os registros
gráficos da atividade). Será feito um rodízio de papéis de modo que todos os
membros do grupo venham a desempenhar todos os papéis.
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O projeto partirá de um questionamento inicial, que cada grupo deverá


responder ao final: o Bosque Walter Okano está preservado em termos de
biodiversidade?
Na disciplina de arte os alunos passarão uma manhã no bosque e deverão
produzir, individualmente, uma pintura na técnica impressionista. Cada grupo
escolherá uma região do bosque e deverá retratar a incidência da luz sobre os
elementos naturais. Cavaletes ou pranchetas serão disponibilizadas, bem com
pincéis e tinta acrílica.
Acompanhados pelo professor de química, os alunos farão o levantamento
dos indicadores de qualidade da água, medindo a temperatura, o PH, o peso e a
quantidade de coliformes termotolerantes.
Na disciplina de biologia os alunos deverão fazer um levantamento das
espécies de animais, insetos e plantas encontrados. As espécies poderão ser
fotografadas e amostras podem ser coletadas em pequenos sacos.
Ao final, cada grupo produzirá um relatório das informações levantadas e
confeccionarão um banner com informações, gráficos e a conclusão do grupo sobre
a pergunta inicial.
Será feita uma exposição no pátio da escola com os banners e pinturas
produzidas pelos alunos.

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES


ABRIL
21 – Pintura ao ar livre
MAIO
24, 25 e 26 – Coleta de informações sobre os indicadores de qualidade da água.
JUNHO
Entrega dos gráficos e relatórios sobre os indicadores de qualidade da água.
AGOSTO
07 e 08 – Coleta de informações sobre a biodiversidade do Bosque.
20 - Entrega dos gráficos e relatórios sobre a biodiversidade.
SETEMBRO
01 e 03 – Confecção do banner
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OUTUBRO
Exposição dos resultados e mostra de arte no pátio do colégio.

4. AVALIAÇÃO

O projeto será avaliado por meio da participação e interação dos alunos nos
pequenos grupos. Esta nota será discutida pelos pares e pautada tanto nas
observações em campo quanto nos relatórios entregues pelo facilitador em cada
atividade.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se que com esse projeto os alunos desenvolvam habilidades para


pesquisa, que interajam entre si para a construção do conhecimento de forma
colaborativa. Se executado, o projeto poderá revelar as potencialidades dos espaços
não escolares nas proximidades da escola para garantir um desenvolvimento de
atividades educativas mais significativas, prazerosas e motivadoras para os
estudantes. Afinal, a realização de atividades formais fora do ambiente escolar
propicia um maior sentido para o educando em relação aquilo que é aprendido.
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REFERÊNCIAS
OLIVEIRA. R. I. R. de. Utilização de espaços não formais de educação como
estratégia para a promoção de aprendizagens significativas sobre evolução biológica.
2011.

AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; e HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Rio De


Janeiro, Interamericana, 1980.

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