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Análise de Ferramentas de Gestão em Ambiente Competitivo: um estudo de caso em

uma Empresa de Serviços de Internet, em Rondon do Pará / PA

Área Temática: Contabilidade Gerencial e de Custos

Rita de Cassia Costa Terra


Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA
rterra66.rt@gmail.com

Denilson da Mata Daher


Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA
denilsonmata@unifesspa.edu.br

Resumo

A alta competitividade, a tecnologia, a globalização, e o acesso à informação tornam-se cada


vez mais presente nas empresas que utilizam ferramentas de gestão para o desenvolvimento.
Desta forma, o presente estudo utilizou-se de instrumentos administrativos que auxiliam na
gestão e tomada de decisão. Logo, esta pesquisa objetivou fornecer informações aos gestores
da organização pesquisada, estudou o seu ambiente interno e externo, verificou alguns
aspectos tais como: percepção de clientes, verificação da matriz Strengnths, Weakenesses,
Opportunities e Threats (SWOT) e em seguida, aplicou uma ferramenta com visão baseada
em recursos (VBR), detalhou-se o modelo valioso, raro, difícil de imitar e explorado pela
organização (VRIO). Para atender a proposta desta pesquisa, optou-se por um estudo de
natureza mista: qualitativa e quantitativa, classificada como descritiva, utilizando-se de
diferentes técnicas e formas de coletar dados, com o objetivo de triangulá-los (GIL, 2002).
Trata-se de um estudo de caso, desenvolvido em uma empresa de prestação de serviço de
internet, localizada no município de Rondon do Pará / PA. Analisou-se a percepção dos
clientes, por meio de pesquisa de satisfação, utilizou-se a Matriz SWOT, e VRIO. Em seus
resultados apresentados percebeu-se que há satisfação em relação ao serviço ofertado e que a
empresa detém de artifícios competitivos. Conclui-se que os pontos fortes da empresa
convergem com a satisfação dos clientes, significa dizer que o bom funcionamento da oferta
de serviços está em boas condições de competitividade, possibilitando a geração de valor ao
serviço fornecido pela empresa.

Palavras – chave: Satisfação de clientes. Competitividade. Modelo VBR. Estratégias


competitivas.
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Congresso de Ciências Contábeis e Atuariais da Paraíba - CONCICAT


João Pessoa - PB, 27 a 29 de agosto de 2020
1 INTRODUÇÃO

Concentrada em gerar informações aos usuários internos das instituições,


considerando-se um mercado de alta competitividade, tecnológico, globalizado, o acesso à
informação torna-se cada vez mais presente. As empresas que utilizam ferramentas de
informação para o desenvolvimento tendem a apresentar crescimento superior às demais,
sendo assim, esta é a área em que o gestor se utiliza do controle administrativo para fins de
análises e desenvolvimento produtivo do crescimento da empresa com o objetivo de tomar
decisões futuras (CAMIM et al., 2014).
As ferramentas administrativas são técnicas de gestão, que auxiliam na tomada de
decisão e na administração do negócio, aprimorando as ideias propostas, indicando o caminho
para iniciar as ações. A utilização, dessas ferramentas, contribui para o diagnóstico dos
problemas, o que resulta em soluções favoráveis na organização e controle de projetos
(LIMA; IMONIANA, 2008).
Dessa forma, a organização pode conhecer o ambiente em que está inserida, por meio
de ferramenta de análise de cenário como a matriz Strengnths, Weakenesses, Opportunities e
Threats (SWOT) considerando os pontos fortes e fracos, as oportunidades e as ameaças
(GONTIJO et al., 2014; BIASSIO e SILVA, 2015; SILVA FILHO, 2015; SANTOS e
DAMIAN, 2018). Outra ferramenta utilizada no meio organizacional, trata-se da Visão
Baseada em Recursos (VBR), que utiliza os recursos e capacidades que a empresa possui,
como um instrumento para analisar o ambiente e mensurar sua capacidade competitiva, para
agregar valor ao cliente (BARNEY E HISTERLY, 2007).
Camim et al. (2014) afirmam que as empresas que se utilizam do gerenciamento
adequado apresentam tendência ao crescimento e maior competitividade. Teixeira et al.
(2011) descrevem que o gerenciamento tem dimensões duplas usadas para: metas e objetivos,
e para informações e rendimento do desenvolvimento da entidade.
Logo, esta pesquisa objetivou fornecer informações aos gestores da organização
pesquisada, estudou o seu ambiente interno e externo, verificou alguns aspectos tais como:
percepção de clientes, a matriz SWOT e em seguida, aplicou uma ferramenta com visão
baseada em recursos (VBR), detalhando o modelo valioso, raro, difícil de imitar e explorado
pela organização (VRIO). O estudo foi realizado junto a uma empresa no ramo da prestação
de serviços na área de tecnologia, em Rondon do Pará / PA. Norteia-se pelo seguinte
problema: como as ferramentas administrativas aplicadas neste estudo podem contribuir na
formação de estratégias competitivas para a empresa estudada?
Justifica-se como um estudo que se propôs a oferecer benefícios à organização, ao
fornecer dados que possibilitam uma melhor eficiência, eficácia de controle, expansão e uma
análise aprofundada da capacidade de demonstrar as fundamentações dentro da entidade,
contribuindo para o fomento da geração de riqueza patrimonial. Também preconiza futuras
pesquisas na área administrativa e gerencial no enriquecimento do conhecimento científico.
O artigo divide-se em cinco partes, a primeira trata-se desta introdução, a seguir a
revisão da literatura, a terceira seção apresenta os aspectos metodológicos utilizados na
pesquisa, a quarta seção os resultados e análise a partir da coleta de dados e aplicação dos
questionários e por fim as considerações finais do estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
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O embasamento teórico tem por propósito apontar estudos anteriores que possam dar
sustentação a pesquisa desenvolvida, dessa forma optou-se por dividi-lo em seções: o

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primeiro tópico aborda estudos sobre a percepção de clientes em relação a empresas, a
segunda seção apresenta pesquisas acerca da matriz SWOT que analisa o ambiente interno e
externo em que a empresa está inserida e a terceira seção contempla estudos sobre visão
baseada em recursos com a aplicação do modelo VRIO, proposta por Barney e Hesterly
(2007).

2.1. A percepção dos clientes

Lins Filho (2015) relata que é importante que a empresa tenha um bom
relacionamento com seus clientes, para que a partir daí consiga atender suas vontades e
necessidades. O autor considera que para esse relacionamento ser duradouro a satisfação deve
ser aumentada por meio de programas de fidelização, fornecendo serviços que estimulem a
permanência do cliente e que esse estímulo possa ser mantido constantemente. Ressalta ainda
que a relação pessoal com o cliente é a única forma de mantê-lo fiel ao empreendimento,
sendo assim o mesmo deve perceber que é valorizado e sentir-se exclusivo.
Raimundo et al. (2013); Oliveira e Santos, (2014); Martins et al. (2015) corroboram
com o autor supracitado, afirmando que os clientes se sentem satisfeitos quando suas
expectativas são alcançadas em relação ao serviço ofertado. Alfat et al. (2015) enfatizam que
o cliente é o principal fator pelo qual a empresa funciona. Dessa forma, é importante que as
entidades avaliem sua satisfação em relação ao serviço prestado. Por meio desta mensuração,
a empresa reconhece os profissionais que prestam um bom trabalho, consegue planejar e
fornecer serviços com qualidade, ofertar preços acessíveis que garanta a satisfação do cliente,
(ANDRADE et al., 2013) podendo agregar valor ao serviço.
Martins et al. (2015) ressaltam que para fidelizar um cliente tem que se ter muito mais
que um simples atendimento, objetiva-se ser eficiente, ter rapidez no serviço, dedicação a
todos os atendidos, qualidade na prestação do serviço e custo atrativo. Ao manter o bom
atendimento a seus clientes a empresa terá resultados positivos que garantem a boa imagem
no mercado. Porém, a satisfação do cliente só ocorrerá se a expectativa de quem faz uso do
serviço for superado, e esta pode ser entendida de acordo com a necessidade do cliente quanto
a preço, qualidade, dentre outros.
Para que o bom atendimento seja adotado, é necessário que os colaboradores e
gestores tenham conhecimento a respeito do ambiente em que a empresa está inserida (LIMA;
GAIA, 2014; RABBI; MONTEIRO, 2018).

2.2 Matriz SWOT

Gontijo et al. (2014); Biassio e Silva (2015); Silva Filho (2015); Santos e Damian
(2018) descrevem que a matriz SWOT é conhecida por analisar o ambiente em que a empresa
está inserida, fazendo o reconhecimento dentro e fora da mesma. Os autores apontam que para
fatores externos, analisam-se as ameaças provindas do mercado, macro e microeconômicas,
que podem afetar diretamente a instituição, também são analisadas as oportunidades dispostas
para geração de ganhos futuros. No ambiente interno, analisam-se os pontos fortes que a
empresa possui em relação aos concorrentes e os pontos fracos que podem afetar a estrutura
da entidade.
Aplicada a qualquer empresa a matriz SWOT tornou-se indispensável para conhecer o
ambiente de uma instituição. Para Lima e Gaia (2014); Rabi e Monteiro (2018) essa análise
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auxilia na tomada de decisão, pois consegue fomentar os pontos fortes e as oportunidades,


detectar as ameaças prováveis, identificar e corrigir os pontos fracos. Portanto, os autores
caracterizam os pontos que servem de vantagem para o conhecimento e crescimento de uma

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determinada empresa como; reconhecimento da empresa, satisfação dos colaboradores,
qualidade no atendimento, conhecimento do gestor dentre outros, conforme apresentado no
Quadro 1.
Quadro 1 - Modelo da matriz Strengnths, Weakenesses, Opportunities e Threats

SWOT Auxilia Prejudica

Ambiente Forças Fraqueza


Interno Strengnths Weakenesses
Ambiente Oportunidades Ameaças
Externo Opportunities Threats
Fonte: Dornelas (2017) - Adaptado.
Desta maneira Ceribeli, Prado e Merlo (2010) salientam que ao definir as estratégias
que serão utilizadas pela entidade, a mesma deve conhecer os aspectos ambientais atuais, que
podem vir a influenciar no futuro da empresa. Por isso faz-se necessário conhecer o ambiente
em que a empresa atua para poder elaborar estratégias mais eficazes em relação ao mercado,
para uma boa tomada de decisão (ANDRADE; COSENZA; ROSA, 2013; SANTOS;
DAMIAN, 2018).
Lopes et al. (2013) corroboram que a matriz SWOT consegue evidenciar os principais
aspectos que identificam a posição estratégica da empresa no ambiente em que está inserida e
como a mesma se relaciona com o mercado. Silva Filho (2015) propõe que ao obter
conhecimentos precisos à empresa pode elaborar melhores estratégias de crescimento e
desenvolvimento.
Sendo assim, esta ferramenta deve ser utilizada por contribuir com as ações gerenciais
e por apresentar baixo custo, de acesso fácil, que possibilita análises de boa qualidade e
principalmente pelo potencial de geração de resultados, alinhados com as estratégias e
variáveis no mercado, ou do objeto para o qual se designa (MARIANI et al., 2014).
Portanto, há diversas maneiras de se preparar para enfrentar as diferenças
estabelecidas pelo ambiente em que a empresa atua. Resulta de como a organização procede
com seus recursos e capacidades, e como às estratégias são definidas. Essas ações dependem
das necessidades e objetivos que a empresa almeja para gerar resultados significativos e
ocorre por meio da análise interna da empresa, com a verificação dos recursos que a mesma
possui (MACHADO et al., 2017).

2.3 Visão baseada em recursos (VBR)


Para Barney e Hesterly (2007), a visão baseada em recursos (VBR) tem foco na
vantagem competitiva, originando-se dos recursos e capacidades que é de exclusividade da
empresa, sendo que estes conjuntos de recursos podem agregar valor para os clientes.
Vieira et al. (2016) determinam que as capacidades da empresa sejam consideradas
um subconjunto de tarefas desenvolvidas que permitam que a empresa aproveite melhor seus
recursos existentes para criar e implementar estratégias. Logo, a visão baseada em recursos
utiliza o modelo valioso, raro, difícil de imitar e organizado (VRIO) para mensurar os
recursos e capacidades da empresa. Dessa maneira, o Quadro 2 detalha como deve ser
aplicado o modelo VRIO.
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Quadro 2. Modelo valioso, raro, difícil de imitar e organizado
Recurso é
Recursos e capacidades

Recurso é Recurso é Recurso é explorado pela


Implicações competitivas
valioso? raro? imitável? organização
da empresa

Não - - - Desvantagem competitiva


Sim Sim - - Paridade competitiva
Vantagem competitiva
Sim Sim Sim -
temporária
Vantagem competitiva
Sim Sim Sim Sim
sustentável
Fonte: Barney e Hesterly (2007) - Adaptado
Para Hermes, Cruz e Santini (2016), os recursos e capacidades são valiosos, quando
utilizados para aproveitar as oportunidades e neutralizar as ameaças. Esses recursos trazem
para a organização um aumento de receita, ou a diminuição de seus custos, portanto se for
considerado valioso, porém comum, a empresa possui uma paridade competitiva.
Calicchio e Marcondes (2016) discorrem que, um fator que influência os recursos e
capacidades da entidade é a raridade dos mesmos, se, somente uma pequena parcela de
empresas detêm desses recursos ou capacidades estes são considerados raros, lhe
proporcionando uma vantagem competitiva temporária, no entanto se não houver raridade
ocorre apenas paridade competitiva.
Outro elemento que compõe o modelo VRIO é a imitabilidade um fator de peso para
aplicação do modelo, sendo assim Gohr et al. (2011) enfatizam que os recursos são imitáveis
quando se tornam custosos para as outras empresas copiarem, deixando-a em vantagem
competitiva sustentável. Porém, para que essa sustentabilidade ocorra é necessário que esses
recursos sejam explorados pela entidade.
Barney e Hesterly (2007) enfatizam que é necessário que a empresa esteja estruturada,
apta e organizada para aproveitar ao máximo seus recursos e capacidades, gerando valor e
sustentando ainda mais sua competitividade no mercado

3 METODOLOGIA

Para atender a proposta desta pesquisa, optou-se por um estudo de natureza mista,
qualitativa e quantitativa, o tipo da pesquisa pode ser classificado como descritiva, porque
utiliza-se de técnicas com o interesse em combinar diferentes formas de coletar dados, com o
objetivo de posteriormente triangulá-los (GIL, 2002).
Trata-se de um estudo de caso, pois analisa as particularidades de determinadas
situações, considerando-se um estudo detalhado e abrangente da atualidade de um ou mais
objetos permitindo-lhe o seu conhecimento (GIL, 2008; YIN, 2015).
Desenvolveu-se este estudo em uma empresa localizada no município de Rondon do
Pará / PA, com a proposta de conhecer como a mesma pode operar diante da influência de
ferramentas de gerenciamento, no período de setembro a outubro de 2019. A empresa
pesquisada atua no ramo de prestação de serviços por meio do fornecimento de internet banda
larga.
Para responder à problemática e atender ao objetivo da pesquisa, o estudo buscou
analisar a percepção dos clientes em relação à qualidade do serviço ofertado. Para mensurar a
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organização utilizou-se a matriz SWOT, combinada com o modelo baseado em recursos com
a aplicação do VRIO.

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3.1. Percepção dos Clientes

A análise da percepção dos clientes, foi realizada por meio de formulário eletrônico
via Google Docs®, com o qual buscou-se verificar o que os clientes pensam do atendimento e
da prestação do serviço ofertado pela empresa. Portanto, foi aplicado um questionário
estruturado dividido em cinco seções: a primeira contém a identificação dos clientes,
dividindo-os em dois perfis: pessoas físicas e pessoas jurídicas, a segunda e terceira contém as
características dos respondentes, a quarta seção apresenta assertivas referente ao fornecimento
de internet, e a última seção contém sete assertivas referentes ao grau satisfação dos clientes
por meio de Escala de Likert, que segundo (VIEIRA e MENDES, 2008) é usada na área das
ciências sociais como instrumento de medida para mensurar a realidade relacionada a objetos
estudados.
Nesta escala os participantes respondem dando notas de 1 a 5, sendo que (1) é
considerado muito insatisfeito, (2) é insatisfeito, (3) é indiferente, (4) satisfeito e (5) muito
satisfeito. A análise ocorreu a partir de dados coletados, por meio da plataforma de pesquisa
online Google Docs®. A população desta pesquisa foi de 216 contatos de clientes fornecidos
pela administradora da empresa, sendo que foi enviado questionários a todos os clientes
disponibilizados, tendo o retorno de 23 respondentes, sendo a amostra deste estudo.
Para fins de análise da escala Likert, utilizou-se o cálculo com média ponderada, para
então determinar o ranking médio (RM), atribuindo notas médias aos itens propostos, por
intermédio de intervalos de classe, utilizando para tabulação o software Microsoft Excel®
2016. Quando houver maior proximidade de 5, este será considerado como muito satisfeito e
quando for próxima de 1, maior será o grau de insatisfação (OLIVEIRA, 2005). Ou seja, o
Ranking Médio é calculado pela Equação (1):

{
RM = ∑(fi*Vi) / (NS)
Vi =Valor de cada resposta (1)
fi = frequência observada de cada resposta para cada item
NS = nº de sujeitos
Consideraram-se os resultados do RM até 1,80 como “Muito Insatisfeito (MI)”; de
1,81 até 2,60 como “Insatisfeito (IS)”; de 2,61 até 3,40 como “Indiferente (ID)”; entre 3,41
até 4,20 como “Satisfeito (SF)”; e a partir de 4,21 como “Muito Satisfeito (MS)”.

3.2. Matriz Swot

Para a matriz SWOT ser melhor entendida aplicou-se um questionário semiestruturado


junto aos quatro colaboradores existentes na empresa que fazem todo o processo de prestação,
manutenção e atendimento do serviço ofertado, onde os mesmos possuem mais de dois anos
de colaboração na instituição. Por meio de observação não participante, analisou o ambiente
interno e externo, apontando os pontos fortes que a empresa possui em relação aos
concorrentes e pontos fracos que podem ser afetados negativamente pelo ambiente,
prejudicando o seu desempenho, as ameaças que podem atrapalhar seus objetivos futuros e as
oportunidades que podem ser favoráveis ao crescimento da entidade.

3.3 Visão Baseado em Recursos (VBR) - Aplicação do VRIO


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Para a aplicação do VBR utilizou-se o modelo VRIO baseado nos recursos e


capacidades existentes da empresa pesquisada, sendo assim utilizou-se dados da pesquisa

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coletada por meio da matriz SWOT, analisando-os quanto ao seu valor, sua raridade, sua
dificuldade de imitar, e se é explorado pela entidade para conhecer o nível competitivo de
seus recursos. Para esta análise foram realizadas entrevistas estruturadas com os
colaboradores para melhor entender os recursos e capacidades.
Para fins da análise ocorreu a triangulação dos dados, sendo esta feita a partir da
percepção dos clientes mediante a qualidade do serviço ofertado, as forças desenvolvidas pela
empresa e os recursos e capacidades, como uso de vantagens competitiva.

4. ANÁLISE DE RESULTADOS

A fim de responder ao problema: como as ferramentas administrativas aplicadas neste


estudo podem contribuir na formação de estratégias competitivas para a empresa estudada?
Os resultados foram divididos em três etapas para melhor compreensão e análise.

4.1 Análise dos clientes acerca da organização

Para conhecer de forma mais aprofundada o perfil dos clientes e o que pensam em
relação à empresa estudada, o questionário aplicado dividiu-se em cinco seções. A primeira
seção contém o perfil dos clientes, separados em pessoas físicas e jurídicas. A segunda seção
contém as características dos clientes respondentes pessoas jurídicas, com o percentual de
representatividade de 17,40% e os motivos que os fazem ser clientes da empresa. A terceira
seção contém o perfil das pessoas físicas representando 82,60% onde apontam as razões as
quais os levam a ser clientes da empresa estudada. A síntese dessas seções está disposta no
Quadro 3.
Quadro 3: Perfil dos Clientes
RESPONDENTES
Quesitos Pessoas Jurídicas – 4
Pessoas Físicas - 19 participantes
analisados participantes
Sexo Calçado e vestuário,
ou 63,2% são do sexo feminino e 36.8% do sexo masculino serralheria, correspondente
Segmento bancário e supermercado.
Faixa etária A maior parte possui entre 41 e 50 anos (38,8%), seguida
ou pela faixa de 31 a 40 anos com 26,3% e, 21,1% possuem Entre atuação quatro e seis
Tempo de entre 21 a 30 anos, as demais faixas etárias representam anos
atuação 13,8%.
Os clientes estão localizados principalmente no bairro
Localização Centro (52,6%) e no bairro da Jaderlândia (26,3%), os Centro
demais bairros representam 21,1%.
47,4% responderam que são clientes da empresa entre 1 e 3 Os respondentes
anos, os demais respondentes informaram que são clientes ressaltaram que são
Tempo de
há mais de quatro anos (36,8%), e o restante informaram clientes da organização
clientela
que estão utilizando o serviço da empresa há menos de um estudada entre quatro e
ano (15,8%). seis anos
A qualidade (31.6%), o atendimento (31,6%), preço
O que faz ser A qualidade do serviço
(15,8%), cobertura no bairro (10,5%) e outras indicações
cliente ofertado pela empresa.
como pioneirismo e indicações de amigos (10,5%).
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Fonte: dados da pesquisa (2019)

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Ao analisar as características dos clientes percebeu-se que, dos analisados 63,2% são
mulheres, a maioria com faixa etária entre 31 a 50 anos. A maior parte dos clientes estão
localizados no bairro centro tanto, as pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas. O tempo
médio de fidelidade junto à organização pesquisada varia entre 1 e 6 anos. Verifica-se que os
levam a ser clientes é principalmente apontado a qualidade do serviço ofertado.
Alfat et al. (2015) enfatizam que o cliente é o principal fator pelo qual a empresa
funciona. (ANDRADE et al., 2013) e destacam que é importante mensurar a satisfação dos
clientes. Afinal é por meio da análise de satisfação dos clientes que a administração reconhece
o serviço ofertado por seus colaboradores, agrega valor ao serviço ou produto, faz
planejamentos e consegue fornecer melhores serviços e preços.
Corroborando com os autores supracitados a quarta seção da pesquisa corresponde ao
fornecimento do serviço de internet, respondidas pelos perfis jurídicos e físicos. Dessa forma,
foram realizados três questionamentos; o primeiro, se a internet fornecida consegue atender
suas necessidades: os participantes apontaram sim (78,3%), talvez (21,7%) e a alternativa
“Não”, nenhum apontamento. O segundo questionamento perguntou-se em caso de falha na
conexão o serviço de manutenção consegue resolver o problema: 91% dos respondentes
afirmaram que sim, os técnicos conseguem resolver os problemas na falha do sistema, talvez,
foi indicado por 4,3% e a alternativa indicando que não conseguem resolver o problema com
4,3%. O terceiro questionamento desta seção tratou-se de verificar se o cliente indicaria o
serviço da empresa para amigos e familiares, 87% dos que responderam indicariam e 13% às
vezes ou talvez.
Presume-se, portanto, que o serviço ofertado pelos colaboradores consegue atender as
necessidades dos clientes, pois os mesmos conseguem resolver os eventuais problemas
existentes com eficiência e eficácia. Martins et al. (2015) ressaltam que o simples atendimento
já não é mais suficiente para fidelizar os clientes, é necessário que a empresa tenha agilidade e
eficiência em seus processos, para então garantir resultados positivos.
A última seção da análise de clientes buscou enfatizar o grau de satisfação dos
clientes em relação ao serviço ofertado pela empresa, como segue na Tabela 1. Sendo esta
composta por oito indagações e utilizando-se a escala de Likert.
Ao analisar os quesitos propostos nesta última seção de análise de cliente, nota-se que
a qualidade do serviço; a satisfação em relação ao atendimento prestado pelos colaboradores;
o atendimento em domicilio; a agilidade da resolução de problemas e os canais de
atendimento, que os clientes estão muito satisfeitos com a qualidade da prestação de serviços
ofertado pela empresa, classificados com ranking médio em: 4,30; 4,52; 4,52; 4,30 e 4,57
respectivamente, todos, portanto acima de 4,21.
No entanto, os clientes estão apenas satisfeitos com os planos, pacotes e preços
disponibilizados pela empresa classificando-as com ranking médio de 3,74; 3,96 e 3,97
respectivamente. Percebe-se que há maior grau de satisfação por parte dos clientes em relação
ao atendimento prestado pelos colaboradores, em comparação ao produto internet fornecida
pela empresa.
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Tabela 1 - Grau de satisfação dos clientes

Valores em frequência (fi) da escala Likert

Quesitos analisados quanto à satisfação dos GRAU


1 2 3 4 5 RM
clientes APURADO
A qualidade do serviço prestado pela empresa 0 0 4 8 11 4,30 MS
Sua satisfação em relação ao atendimento
prestado pelos colaboradores da empresa. 0 1 0 8 14 4,52 MS

Seu grau de satisfação quanto ao atendimento


prestado em seu domicílio (estabelecimento 0 1 1 6 15 4,52 MS
comercial) pela equipe técnica.
Classifique sua satisfação em relação à
1 0 9 7 6 3,74 SF
velocidade da conexão contratada.
Classifique seu grau de satisfação quanto à
0 2 1 8 12 4,30 MS
agilidade na resolução de problemas.
Aos canais de atendimento ao cliente, estou: 0 0 1 8 14 4,57 MS
Os planos (pacotes) disponibilizados pela
0 2 5 8 8 3,96 SF
empresa me considero:
O valor pago pelo plano de serviço ofertado,
0 3 4 7 9 3,97 SF
estou:
Fonte: dados da pesquisa (2019)
Legenda: (1) é considerado muito insatisfeito/MINS, (2) é insatisfeito/INS, (3) é indiferente/IND, (4)
satisfeito/SF e (5) muito satisfeito/MS.

4.2 Matriz SWOT

Gontijo et al. (2014); Biassio e Silva (2015); Silva Filho (2015); Santos e Damian
(2018) descrevem que a matriz SWOT é conhecida por analisar o ambiente em que a empresa
está inserida, fazendo o reconhecimento dentro e fora da mesma. Dessa forma, Silva Filho
(2015) propõe que ao obter conhecimentos precisos, a empresa pode elaborar melhores
estratégias de crescimento e desenvolvimento. Logo, foram elencando no Quadro 4, pautas
sobre as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa pesquisada.
Por conseguinte, ao considerar os pontos fortes da empresa em relação aos
concorrentes, foram destacados: a mão de obra qualificada que os colaboradores possuem,
pois, os mesmos são detentores de conhecimentos específicos em relação ao serviço prestado;
a marca da empresa que é reconhecida por estar atuando há vários anos no mercado
rondonense; detectou-se também ser relevante os dois links de distribuição que a empresa
possui, pois não deixa seus clientes sem internet; e tão importante quanto os outros pontos
citados, trata-se do comprometimento dos colaboradores mediante o serviço prestado.
Portanto, os pontos detectados da empresa convergem com os pontos citados pelos
autores, Lima e Gaia (2014), Rabbi e Monteiro (2018) que o gestor deve analisar as vantagens
que a organização possui, agregando conhecimento a diferentes ambientes, e
consequentemente fomentando projetos, e tomando decisões certas. Assim, nota-se que a
empresa possui artifícios para estar em competitividade no mercado em que atua.
Entre os pontos fracos que podem afetar a organização, podem ser apontados, o fato
dos proprietários residirem em outra cidade e por não possuir no quadro de funcionário um
administrador na empresa, isso acarreta na dilatação do tempo para a resolução de problemas
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e/ou ações objetivas, além do desconhecimento de acontecimentos do dia a dia de trabalho


que pode afetar de forma negativa e significativa a instituição, gerando oportunidade para
empresas concorrentes.

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Quadro 4 - Pontos detectados da empresa para a matriz SWOT
Auxiliam a empresa Prejudicam a empresa
Forças (Strengnths)
Fraquezas (Weakenesses)
 Mão-de-obra qualificada.
 Os proprietários residirem em outra cidade e a
 Colaboradores comprometidos.
falta de um administrador.

Ambiente Interno

Rapidez no atendimento.
 Necessidade de aplicação do sistema de ordem
 Possui 2 links de distribuição de de serviços (O.S).
internet.
 Sobrecarga em um dos links.
 Boa estrutura física nas ruas.
 Motocicletas possuem mais de cinco anos de uso.
 Atendimento e suporte aos
 Ferramentas de Serviço (falta de alguns
clientes.
equipamentos).
 Marca reconhecida.
 O programa de gerenciamento é subaproveitado.
 Possui ferramenta de
 Possuir recursos financeiros escassos para
gerenciamento administrativo.
investimentos.
Oportunidades (Opportunities)
 Ampliação para novos bairros e
prospecção para novos clientes. Ameaças (Threats)
 Oferecer novos pacotes e planos de  Concorrentes atuais e possíveis concorrentes.
Ambiente Externo

serviços.  Interferência no sinal via rádio.


 Possibilidade de maior  Poluição visual em virtude de equipamentos e
investimento em marketing. materiais afixados nos postes.
 Criar programa de fidelização de  Intercorrências climáticas.
clientes.
 Aliança com outras empresas de
distribuição.
Fonte. Dados da pesquisa (2019).

Outra fraqueza detectada é a não utilização do sistema de ordens de serviços (O.S),


portanto a organização não tem o controle dos atendimentos a ser prestados. Observa-se a
falta de alguns equipamentos para a prestação de serviço e algumas motocicletas que estão em
uso há mais de cinco anos, o que gera dificuldades para a melhor qualidade e agilidade dos
serviços ofertados pela empresa.
Ceribeli, Prado e Merlo (2010) salientam que as estratégias podem ser definidas após o
conhecimento do ambiente em que a empresa está inserida. Dessa maneira, ao listarem as
oportunidades que podem gerar ganho futuro, os colaboradores pontuaram que há bairros em
crescimento com oportunidade de prospecção e ampliação de novos clientes. Outra
oportunidade é o desenvolvimento da cidade com a chegada de novas empresas como
prováveis clientes. Há a oportunidade de oferecer pacotes e planos que vão além da internet,
possibilitando ao cliente a contratação de canais pagos de televisão. Nota-se uma conjuntura
favorável para investimento em marketing e propaganda, a fim de possibilitar uma maior
divulgação da marca e criar programas de fidelização de clientes.
Gontijo et al. (2014); Biassio e Silva (2015); Silva Filho (2015); Santos e Damian
(2018) descrevem que a matriz SWOT é conhecida por analisar o ambiente externo em que a
empresa está inserida, logo as ameaças podem afetar integralmente a instituição.
Portanto, ao analisar as ameaças advindas do mercado ficaram evidenciado, que os
concorrentes são as principais ameaças para a empresa. Outra ameaça considerável é a
poluição visual com emaranhados de fios nos postes para a entrega da fibra aos clientes, pois
existem indicam instalações desordenadas que afetam a estrutura da rede e a conexão da
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internet. Também podem ser apontadas como uma ameaça às interferências no serviço de
rádio, motivadas por mudanças na estrutura da cidade, como os prédios e as árvores. Por fim,

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outra ameaça verificada é sazonalidade do período chuvoso, pois ocorrem intercorrências
climáticas como raios, que podem danificar os equipamentos causando assim, grandes
prejuízos.

4.3 Visão baseada em recursos

A visão baseada em recursos utiliza recursos e capacidades que são inteiramente


controlados pela empresa (BARNEY e HESTERLY, 2007). Sendo assim no Quadro 5, estão
descritos os recursos e capacidades que a empresa detém e possibilita um maior poder de
competitividade.
Quadro 5. Recursos e capacidades identificadas

Recurso é Recurso é
Recursos e Implicações
Recurso é Recurso difícil de explorado pela
Capacidades da Competitivas
valioso? é raro? imitar? organização?
empresa
Atendimento e suporte Paridade/igualdade
Sim - - Sim
aos clientes competitiva
Possui ferramenta de
Paridade/Igualdade
gerenciamento Sim - - -
competitiva
administrativo
Vantagem competitiva
Marca reconhecida Sim Sim Sim -
temporária
Colaboradores Vantagem competitiva
Sim Sim Sim -
comprometidos temporária
Vantagem competitiva
Mão de obra qualificada Sim Sim - Sim
temporária
Vantagem competitiva
Estrutura física nas ruas. Sim Sim Sim
- temporária
Vantagem Competitiva
Rapidez no atendimento Sim Sim Sim
- temporária
Possuir dois links de Vantagem competitiva
Sim Sim Sim Sim
distribuição sustentável
Aliança com outras Vantagem competitiva
Sim Sim Sim Sim
empresas de distribuição. Sustentável
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
A empresa possui dois recursos que possuem paridade competitiva neste segmento de
mercado sendo estes: o atendimento e suporte ao cliente; e a ferramenta de gerenciamento
administrativo. O suporte ao cliente é considerado valioso para um bom atendimento, porém
não é raro, porque outras empresas o possuem e não é custoso de imitar, apesar de ser
explorado pela organização, a mesma encontra-se em situação de paridade. Outro recurso que
deixa a provedora de internet em situação de igualdade com a concorrência é a ferramenta de
gerenciamento administrativo, pois é considerada um instrumento valioso, no entanto não é
raro por ser comum as demais organizações e tão pouco difícil de imitar, por não ser custosa
para as empresas, além do que, o sistema poderia ser melhor explorado, como por exemplo a
utilização para as ordens de serviço a ser prestado.
Observa-se que a empresa possui cinco recursos e capacidades que obtém uma
vantagem competitiva temporária. A marca reconhecida é um artificio que faz com que a
organização tenha vantagem sobre as demais empresas, resultado de vários anos de atuação
11

no mercado rondonense. Logo, isso contribui para que a marca seja considerada valiosa, rara e
difícil de imitar, mas não é explorado como deveria, por exemplo, com um melhor trabalho de
marketing e fidelização dos clientes. Consequentemente, deixa a organização em vantagem

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temporária, abrindo oportunidades para que outras empresas possam reconhecer suas marcas
no mercado.
A capacidade de comprometimento dos colaboradores, pode ser avaliado pela empresa
como raro, valioso e difícil de imitar, pois trata-se de um desafio contar com colaboradores
comprometidos. Entretanto, esse recurso não é explorado pela empresa, como por exemplo,
por meio de um plano de carreira, o que poderia ser utilizada para dar vantagem sustentável
diante dos concorrentes. A mão de obra qualificada é outra capacidade que está inserida
dentro da instituição, o que dá a organização uma vantagem temporária, pois não é custoso de
imitar. A estrutura de equipamento nas ruas é adequada e aliada ao comprometimento dos
funcionários resulta em uma rapidez no atendimento deixando-a em vantagem temporária.
Para Hermes, Cruz e Santini (2016), os recursos e capacidades são valiosos, quando
utilizados para aproveitar as oportunidades e neutralizar as ameaças, esses recursos trazem
para a organização um aumento de receita, ou a diminuição de seus custos, no entanto os
recursos que possuem paridade competitiva e vantagem temporária estão aptos a neutralizar
ameaças e diminuir custos.
Observa-se que a imitabilidade tem peso na aplicação do modelo, para Gohr et al.,
(2011) os recursos são imitáveis quando se tornam caros para as outras empresas
reproduzirem, deixando-a em vantagem competitiva sustentável. No entanto, para que esses
recursos sejam sustentáveis é necessário que haja a exploração pela entidade. Dentre os
recursos e capacidades que apresentam vantagem sustentável um deles é um link a mais de
fornecimento de internet para os clientes, isso faz com que seja valioso, raro, difícil de imitar,
pois se torna muito oneroso para que as empresas concorrentes possam utilizar da mesma
estratégia, sendo este explorado pela organização, o que dá mais sustentabilidade em termos
competitivos. A aliança com outra empresa de distribuição de internet coloca a organização
em uma melhor posição que as demais concorrentes deste segmento, possibilitando redução
nos custos de manutenção e maior dinamismo na resolução dos problemas comuns a
atividade, essa parceria é consideravelmente valiosa, rara, difícil de imitar e explorada pela
organização.
Diante disso, para os recursos e capacidades que possuem paridade competitiva se
tornem mais competitivos, os mesmos devem ser explorados de forma que auxiliem não só
administrativamente, mas também financeiramente, assim além de valiosos eles se tornarão
raros e difíceis de imitar. Os recursos e capacidades que possuem vantagens competitivas
temporárias como: marca reconhecida, comprometimento dos colaboradores, mão de obra
qualificada, estrutura de equipamento nas ruas e rapidez no atendimento, devem ser
explorados exaustivamente de forma homogênea tornando-os assim em vantagens
sustentáveis que levaria longo período para que outras empresas possam torná-los iguais ou
substitutos, quanto aos recursos sustentáveis a manutenção é inevitável para que os mesmos
continuem mantendo sua competitividade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo buscou atender o que foi proposto, fornecer informações aos gestores da
organização pesquisada, analisando o seu ambiente interno e externo, verificando alguns
aspectos tais como: percepção de clientes, a matriz SWOT e a partir dessa, a utilização da
ferramenta com Visão Baseada em Recursos (VBR) detalhando o modelo valioso, raro, difícil
de imitar e explorado pela organização (VRIO).
12

Ao analisar a percepção dos clientes, nota-se uma maior satisfação em relação à


organização no que tange à qualidade do serviço prestado, o atendimento prestado pelos
colaboradores, o suporte a domicílios, a agilidade na resolução de problemas e os canais de

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atendimento. Por outro lado, observa-se que há menor satisfação em relação aos planos
oferecidos e a velocidade da conexão contratada. Vale ressaltar que os resultados apurados
não podem ser generalizados para todos os clientes, visto a adesão limitada de usuários para a
participação da pesquisa. Dessa forma, sugere-se a criação de programas de fidelização e
vantagens promocionais para assegurar que esses clientes poucos satisfeitos não migrem para
outras empresas.
Ao conhecer o ambiente da empresa pesquisada detectou-se que há uma necessidade
de revisão administrativa e de planejamentos estratégico para alcançar novos horizontes. As
oportunidades podem ser alcançadas por meio de plano de ação, as ameaças podem ser
amenizadas por meio de plano de análise de mercado e de concorrentes, e por meio de
precauções contra os desastres naturais. Os pontos fortes, para ser mantidos, como por
exemplo, o empenho dos colaboradores, exige da organização a atenção em relação à
satisfação dos funcionários.
As fraquezas devem ser corrigidas de forma ágil evitando possíveis danos ou prejuízos
à organização. Um ponto que necessita maior atenção é a presença e a frequência dos
proprietários, pois poderá colaborar para melhores resultados da empresa e incentivar o
desempenho dos colaboradores. Outra fraqueza observada é a subutilização do sistema de
gestão administrativa, pois poderia ser aproveitado para auxiliar no acompanhamento do
serviço prestado e no desempenho empresarial.
Considerando os pontos fortes para compreender qual o nível competitivo dos recursos
disponíveis da empresa, a mesma possui recursos e capacidades com vantagem temporárias e
sustentáveis, tais como a marca, o comprometimento dos colaboradores, a rapidez, a boa
estrutura das instalações. Logo, devem explorar melhor esses diferenciais para manter a
vantagem e desenvolver planos de ações voltados para o desempenho e a capacidade de
produção de serviços. Porém, caso essas primazias não sejam exploradas, podem se
transformar em desvantagens diante de seus concorrentes.
Enfatiza-se, portanto, que os pontos fortes que a empresa possui, convergem com a
satisfação dos clientes, significa dizer que o funcionamento apropriado da oferta de serviços
está em boas condições de competitividade, levando-se em consideração as vantagens que os
recursos e as capacidades podem oferecer para a geração de valor ao serviço fornecido pela
empresa. Portanto, as ferramentas utilizadas neste estudo podem contribuir para o
planejamento de novas estratégias e para o plano de ação adotado, fomentando a manutenção
da estrutura física e pessoal da empresa pesquisada.
As limitações encontradas devem-se a baixa aderência a pesquisas realizadas por meio
do formulário eletrônico, e a participação pouco ativa dos gestores neste estudo. Vale ressaltar
que esta pesquisa oferece contribuições para os gestores, a fim de utilizar um planejamento
estratégico, assim como para os demais pesquisadores, que podem replicar em diferentes
empresas contribuindo para o desenvolvimento acadêmico e gerencial. Para pesquisas futuras,
sugere-se um modelo de estudo de caso múltiplo, para avaliar não apenas uma organização,
mas todo o segmento de mercado.

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