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Introdução

O presente trabalho tem em vista fazer uma abordagem das características do processo de Ensino
-Aprendizagem e ao trazer estas características e suas relações nos remete a uma concepção de
que o processo de ensino – Aprendizagem tem uma estrutura e um funcionamento contínuo, isto
é, está composto por elementos estreitamente inter-relacionados.

A eficácia do processo de ensino – Aprendizagem está na resposta em que este dá à apropriação


dos conhecimentos, ao desenvolvimento intelectual e físico do aluno, à formação de sentimentos,
qualidades e valores, que alcancem os objectivos gerais e específicos propostos em cada nível de
ensino de diferentes instituições, conduzindo a uma posição transformadora, que promova as
acções colectivas, a solidariedade e o viver em comunidade.
Contextualização

Aprendizagem

Hilgard apud CAMPOS, 1987 define a aprendizagem como um processo pelo qual uma
actividade tem origem ou é modificada pela reacção a uma situação encontrada, desde que as
características da mudança de actividade não possam ser explicadas por tendências inatas de
resposta, maturação ou estados temporários do organismo.

Coelho e José (1999) definem aprendizagem como o resultado de estimulação do ambiente sobre
o indivíduo já maduro, que se expressa, diante de uma situação – Problema, sob a forma de uma
mudança de comportamento em função da experiencia.

Ensino

A primeira concepção de ensino citada por Saint-Onge (1999) é a de que “ensinar é transformar
seus conhecimentos”, uma das concepções mais comuns e que limita a compreensão do trabalho
do professor. Se esta concepção fosse de todo válida, não existiria problemas pedagógicos, pois
bastaria que o professor proclamasse todo o seu saber para que os alunos tivessem um
aprendizado efectivo, e a única condição para a eficácia do ensino estaria no domínio do
conteúdo por parte do professor. Neste contexto, o que veria – se, na pratica, seria apenas o
amplo conhecimento do professor, mas talvez nenhum conhecimento sendo produzido por parte
do aluno.

Apesar de esta concepção de ensino ainda estar viva em alguns professores, de acordo com
Saint-Onge, já demonstrou – se que apenas o conhecimento do conteúdo a ser ensinado não
assegura que este conhecimento se desenvolva nos alunos, ou que deixa explicito que apenas a
exposição do próprio saber do professor não é suficiente para que haja a aprendizagem, e cada
vez mais, ensinar vem se tornando um processo de relacionamento entre pessoas, no qual há a
construção do próprio saber, uma relação que faz aprender. Esta concepção de ensino considera
que tudo o que é ensinado, é ensinado a alguém que aprende. Em outras palavras, não há ensino
onde não há aprendizagem, e este processo é muito mais complexo do que o simples enunciado
de próprios conhecimentos. Esta relação existente deve activar o processo de aprendizagem em
função de capacidades a serem adquiridas.
Características do processo de Ensino e Aprendizagem

Segundo Libâneo (1990:79), devemos entender o processo de ensino como o conjunto de


Actividades organizadas do professor e dos alunos, visando alcançar determinados resultados
(domínio de conhecimento e desenvolvimento das capacidades cognitivas), tendo como ponto de
partidas o nível actual de conhecimentos, experiencias e de desenvolvimento mental dos alunos.

O processo de ensino – aprendizagem é uma actividade específica que se distingue pelas suas
características próprias. Assim, dentre outras características, apresenta as seguintes:

 Carácter social;
 Carácter educativo;
 Desenvolve a personalidade;
 Carácter dialéctico;
 Carácter sistemático e planificado e
 Regido por leis que se exprimem em regularidades.

De modo a facilitar a descrição detalhada de cada característica do PEA, apresto a tabela a


seguir.

Característica do PEA Descrição


I. Carácter Social a) Aquisição ou apropriação do
património sócio cultural, técnico e
cientifico da sociedade pela jovem
geração do ensino – aprendizagem;
b) Formação da jovem geração de acordo
com as exigências e necessidades de
sociedade;
c) Formação visando a socialização e
integração de cada membro da jovem
geração.
II. Carácter Educativo a) Relação indissociável e/ou dialéctica
entre instrução – educação no ensino;
b) Aquisição de conhecimento
desenvolvimento de habilidades,
desenvolvimento de valores/ atitudes e
formação de qualidades.
III. Desenvolve a Personalidade a) Vários domínios do saber
b) Dimensões do desenvolvimento do
aluno, individual, comunitária e
ecológica.
IV. Carácter Dialéctico Carácter Dialéctico – é um processo dinâmico
onde ocorrem contradições como forças
motrizes para o desenvolvimento:
a) Exigências do PEA como motor do
desenvolvimento do aluno e do
professor;
b) Exigências do PEA caracterizadas
pelas contradições entre querer e poder,
nível actual e realização das tarefas de
ensino – aprendizagem.
c) PEA como movimento continuo,
cumulativo que resulta na qualidade de
aprendizagem.
V. Regido por Leis e Aquisição e formação de conceitos como
Regularidades processo gradual observância do
desenvolvimento ontogénico;
Observância de leis: Psicológicas e de
aprendizagem, sociológicas, politicas,
higiénicas na realização do PEA
Regularidade do desenvolvimento fisiológico;
Regularidade do conhecimento da lógica da
didáctica;
VI. Planificado e Sistemático Realização do PEA como base no currículo,
plano de estudos, programas das disciplinas;
Organizações do sistema de ensino de em
classes anuais;
Organizações de horários e calendários.
Conclusão

Com este trabalho conclui que o Processo de Ensino – Aprendizagem envolve ouso e o
desenvolvimento de todos os poderes, capacidades e potencialidades do homem, tanto físicas
quando mentais e afectivas. Isto significa que a aprendizagem não pode ser considerada somente
um processo de memorização, tão – pouco que emprega apenas o conjunto das funções mentais
ou unicamente os elementos físicos ou emocionais, pois todos estes aspectos são necessários.

Para que a aprendizagem provoque uma efectiva mudança de comportamento e amplie cada vez
mais o potencial do educando, é necessário que ele perceba a relação entre o que está aprendendo
e a sua vida, ou seja, o sujeito precisa ser capaz de reconhecer as situações em que aplicará o
novo conhecimento ou habilidade.
Bibliografia

CAMPOS, D. M de S. Psicologia da aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1987.

COELHO, M. T; JOSÉ, E.A. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática, 1999

LIBÂNEO, J.C. Didáctica. São Paulo. Cortez Editora 1990

NIVAGARA, D.D. Didáctica Geral: Aprender a Ensinar, Universidade Pedagógica, Sd.

SAINT-ONGE, Michael. O ensino na Escola: O que é? Como se faz? Edições Loyala: São
Paulo, 1999.

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