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07 - Livro Das Noivas Receitas e Conselhos Domésticos
07 - Livro Das Noivas Receitas e Conselhos Domésticos
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O LIVRO DAS NOIVAS'
14
O EDITOR
CASTORINO MENDES
ÍNDICE GERAL
APRESENTAÇÃO D E S T E LIVRO 3 INSTRUCÇOES ESPECIAES
D I R E I T O S A U T O R A E S e registros 4 Para r e m o v e r o a z i n h a v r e . 44
ÍNDICE. 5/8 Para l i m p a r facas d e aço . . . . 45
Limpeza dos utensílios de alumínio. 45
TABELLA D E P E S O S E M E D I D A S 9 L i m p e z a d o s o b j e c t o s de p r a t a 45
P R E S E N T E S D E CASAMENTO (Re-
COMO LIMPAR D I V E R S A S
gistro) 10 SUBSTANCIAS
REGISTRO DE CASAMENTO. 11
Alabastro . 46
O D I A D O CASAMENTO . 12/14 Chromos . . • 46
DIGESTIBILIDADE DOS ALI- M a n c h a s d e ferro . . 46
M a n c h a s d e vegetaeo n a s m ã o s . 46
MENTOS . 15/17 Vidros d a s j a n e l l a s 46
PAGINA DELICADA 18/24 Para l i m p a r p a p e l d a s p a r e d e s 46
Zinco 46
M a n c h a s n o aço . 46
ALIMENTAÇÃO . Gorduras n a s sedas . . . . 46
Nodoas d e gordura n o p a p e l d a s
A Cerveja . 25 paredes . 46
A Fructa 26 Esfregão para ó l e o . . 46
Para l i m p a r artigos de e s t a n h o . 46
A S A Ú D E D E CADA I N D I V Í D U O D E - Fazenda preta 46
P E N D E D E SI M E S M O . 27 Nodoas de f e r r u g e m o u t i n t a n o p a p e l
impermeável 46
EDUCAÇÃO Ferrugem . 46
Seda p r e t a . 47
O emprego do ammoniaco e m casa. 47
O s o m n o n a s creangas q u e e s t u d a m 28 C o m o se l a v a m b e m o s v e s t i d o s d e l a n 47
A preoccupagão sexual n o e n s i n o . 28 Para l i m p a r escovas d e cabello 47
BONS ALVITRES AOS RECEM- Vestidos d e sarja a z u l m a r i n h o . 47
Para l i m p a r m á r m o r e s 47
CASADOS. 29 Para tirar n o d o a s d e ó l e o o u gordura
dos tapetes . . . . 47
COMO DEVE SER POSTA A MESA O s vestidos d e l a n preta 48
Limpeza das camurças 48
A mesa de jantar. . . 30 Para r e m o v e r m a n c h a s 48
M a n e i r a de pôr a m e s a . 30 D e café o u chocolate 48
" C o u v e r t " i n d i v i d u a l para j a n t a r . 31 E s t e a r i n a d e cor 48
Decoragões d a m e s a 31 Fructa . . . . 48
32 Mancha de grama 48
M o d o s d e servir. 48
32 Gordura
O serviço 48
Decoragões especiaes. . . 34 Tinta
34 Q u e i m a d o d e ferro 48
Q u a n d o se a n n u n c i a r o j a n t a r . 48
O r d e m pela q u a l se d e v e m s e n t a r e Mucosidades . •
34 Óleo d e m a c h i n a 49
servir a s p e s s o a s á m e s a 49
Etiquetas da mesa 35 Leite
35 Suor . . . . 49
M a n e i r a correcta d e s e n t a r á m e s a . 49
Uso do guardanapo . 35 Manchas de mofo. . .
Garfo e faca 36 Manchas dos sapatos nas meias
36 brancas . 49
U s o d a colher • • 49
U s o da t i g e l l a para d e d o s *• 37 Chá d a í n d i a .
37 Vaselina 49
Conter l e n t o e silencioso 49
Accidentes á m e s a 38 Ovo . . .
Sorvete d e c r e m e 49
A l i m e n t o s q u e se c o m e m c o m o a u x i - 49
lio d o s d e d o s . . . . 38 Couro
39 Para tirar m a n c h a s d e p i n t u r a 49
A repetição d e u m prato 49
N o f i m d a refeição 40 I n g r e d i e n t e s d a salada
COISAS Ú T E I S . 50
CONSELHOS DOMÉSTICOS 41
SABEM ? Q U E 51
Panados • 52
OBSERVAÇÕES PARA A Processo para evitar q u e a m a n t e i g a ,
DONA D E CASA o a z e i t e e a gordura f i q u e m r a n -
çosos • 52
Cuidados com o chão assoalhado. 42
Cuidados com os oleados 43 RECEITAS - SANDWICHES
Limpeza de pinturas 43
Cuidados com as pias . . 43 D e ovo e m a y o n n a i s e . 53
Cuidados com as torneiras 43 Sandwiche Club. 53
s?
'
I n d ice G e r a l
11 De laranja
De limão
Carapinhada de limão e leite
. .
85
86
86
Risotto . 102
SALADA S
C a r a p i n h a d a de f r u c t a s . 86
C o n s e l h o s sobre s a l a d a s 102
GELE'AS Salada de gallinha . 103
Salada d e c a r a n g u e i j o . 103
Para preparar o s copos para geléas, 86 S a l a d a d e lagosta 103
P a r a fazer o sacco d e coar geléa. 87 Esparregado - s a l a d a . 103
I Para seccar o assucar . . 87 S a l a d a d e couve branca 104
Q u a n d o preparar a geléa . 87 Salada de batatas. 104
87 S a l a d a d e ovo. 104
G e l é a d e m o c o t ó d e vitella 87 S a l a d a d e espargos e s a l m ã o 104
G e l é a d e p é d e porco . . . . . 89 S a l a d a d e espinafre 104
Geléa de ovos recheiados e espargos. 89 Carangueijo & m o d a d e N e w b u r g . 105
Geléa de morango 90 Palmito á Paulista 105
Geléa de uva . . . 90 Salada japoneza de mariscos 105
Compota de ameixas . 90 Salada de macarrão. 105
Compota de marmelo 90 Salada d e t o m a t e s . . . . 106
Geléa de laranja . . . 90 A l g u m a s i d é a s sobre saladas 106
Geléa dos namorados . 91
Geléa de maçãs 91
Geléa de ameixas . 91 MOLHOS
Compota de ananaz. 91
Bananada 92 M o l h o branco . '. 107
M o l h o d e alcaparra . 107
Molho de tomates 107
AVES -- CAÇAS M o l h o d e salsa . 107
M o l h o Gaillarde . . . . 107
C o m o escolher a s aves 92 M o l h o i n g l e z d e m a n t e i g a derretida 108
Peru assado. 92 M o l h o para g a l l i n h a 108
Ganso assado . 93 Molho de lagosta . 108
Frango assado . 93 M o l h o francez 108
F r a n g o cosido . . 94 Mayonnaise 108
Fricassé d e f r a n g o 94 M o l h o d e laranja . 109
F r a n g o frito . . . . 94 Molho de creme 109
Croquettes de gallinha . 94 Molho bechamel 109
F r a n g o frito e m pedaços 95
P a s t e l ã o d e frango . 95
Pato selvagem . . . 95 PRATOS DIÁRIOS
Pato selvagem assado. 95
S a l a d a d e a m e i x a s para 2 p e s s o a s . 109
Pastelão de coelho • 95
Croquettes de queijo . . 109
Arroz c o m q u e i j o a m e r i c a n o 110
LEGUMES Delicias d e q u e i j o . . . 110
S o p a d e l e i t e cora aletria . 110
M a n e i r a d e c o s i n h a l - o s e servil-os. 96 Delicia d e n o z e s e q u e i j o . 110
Jantares puramente vegetarianos . 96 G a l l i n h a c o m espargos 111
Couve-flor e m p a n a d a . 97 Ovos m e x i d o s c o m l e i t e 111
Espinafres a Ia m e u n i e r e . 98
S u p r e m o d e p e p i n o c o m ovo 98 MACARRÃO
Esparregado. 98
M i l h o frito . • 98 Instrucções geraes. . 111
Cogumelos recheiados 98 Macarrão c o m q u e i j o . . 112
B a t a t a d o c e crystallisada . 99 Macarrão c o m p r e s u n t o . 112
Batatas com q u e i j o . 99 Pudding de spaguetti. 112
Batata doce . . 99
Pepinos delmonicos . 100
Batatas doces. . . 100 PRATOS HESPANHOES E
Cebolas r e c h e i a d a s . • . 100 ITALIANOS
Espargos c o m m o l h o de laranja. 100
S a l a d a d e a g r i ã o e cebola . . 101 Prato hespanhol 112
P o n t a s d e espargos c o m m o l h o b e - Feijão hespanhol 113
chamei . 101 Arroz h e s p a n h o l 113
Pudding de xuxu . -t* • 101 Vagens á hespanhola . . . 113
101 T o r t a d e carne á h e s p a n h o l a . ...
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índice Geral
10
REGISTRO DE CASAMENTO.
ACTO CIVIL
DATA . HORA.
NOIVA
Noivo
LOGAR CARTÓRIO ,
Juiz DE CASAMENTO.
ESCRIVÃO
TESTEMUNHAS
ACTO RELIGIOSO
DATA HORA.
NOIVA
NOIVO
LOGAR
CERIMONIA . . .
SACERDOTE.
TESTEMUNHAS .
&s *5S
li
O Dia do Casamento
12
de affecto, de dignidade ; que nullo o papel que nos confia-
o nome d'elle seja para ti ram . . . Como poderíamos, to-
um nome puro onde não pos- davia, encontrar outro mais
sa cahir macula. Ama-o, amplo e mais sagrado ?
mais do que o amaste até Serás feliz, porque és boa,
aqui, que o vias atravez da porque o teu noivo é honesto
paixão, sem cogitares do seu e é delicado. Mas, como é
caracter, dos seus defeitos, fácil conduzir-se a gente na
nem das suas virtudes ; ama-o ventura e não o é em tempos
sobre todos os amores, por- de obstáculos e decepções lem-
que elle será toda a tua famí- bra-te sempre de que é pre-
lia l ciso acceilar a vida como ella
Não te resignes a ser em é: hoje um raio de sol, ama-
tua casa um objecto de luxo. nhã um raio de tempestade ;
A mulher não nasceu só e estar sempre apercebida para
para adorno, nasceu para a o goso ou para o soffrimento.
lucta, para o amor e para o E' na adversidade que pode-
triumpho do mundo inteiro ! mos conhecer se o nosso co-
ração é forte ou pusilânime ;
Vivendo do coração exclusi-
não te deixes succumbir pe-
vamente, expomo-nos. aos mais
las eventualidades tristes, se
pungentes golpes. Foram
com ellas topares, e fortifica
para nós inventadas as dores
com o teu carinho, a tua re-
mais cruéis, foram-nos con-
signação e a tua altivez, a
fiadas as mais delicadas mis-
familia que o teu amor es-
sões.
colheu.
A felicidade humana deri-
va do que vive sob a nossa A tua fronte illumina-se,
responsabilidade. E' a nos, vejo voltar o sorriso aos teus
como mães, que a pátria sup- lábios. E' que és mulher,
plica bons cidadãos; é a tens alma, e comprehendes
nós, quando esposas, que a quanto se deve ser forte e se-
sociedade exige o maior exem- rena para traçar na terra um
plo de dignidade e de moral. caminho largo e útil.
Com a educação superficialis- Não te darei conselhos ephe-
sima que temos, não medita- meros; peço-te só que te
mos nisto, e levamos de con- lembres sempre dos nossos
tinuo a queixar-nos de que ê exemplos :
13
Teu pae, trabalhador, sin- mesmas dores. A tua ima-
cero, sacrificando tudo ao de- ginação faz-te sonhar com do-
ver, envolvendo qualquer cen- çuras infindáveis. .. e tel-as-
sura em um afago, delicado ás, se bem comprehenderes a
e amante da família. Eu, tua missão de esposa e de
simples, associando-me a to- mãe. Ama sempre teu marido,
das as alegrias e a todas as sem humilhação, com since-
penas, alerta para o perigo, ridade e alegria. Está nis-
contente com a minha sorte. to o segredo da ventura na
Nunca feri ouvidos alheios terra. Que elle te ame egual-
com uma queixa e muitas mente, com o mesmo extre-
vezes tenho-me feito feliz. .. mo, o mesmo carinho, e cami-
áforça! Não nhem assim,
te illudas, fortes, unidos
meu amor. A e serenos pa-
vida tem pa- ra os dias de
ra todos as risos ou de
mesmas sur- lagrimas que
presas e as hão de vir.
14
S3
DIGESTIBILIDADE DOS
ALIMENTOS
Depois de terem soffrido a acção deveras extraordinárias. As experiên-
dos fcrmentos sallvares, estomacaes e cias de Paulow demonstraram a influ-
intestinaes, as matérias alimenticias encia dos reflexos estomacaes, dos esta-
transformam-se em substancias solú- dos psychicos e dos costumes sobre tal
veis novas, aptas para serem absor- ou qual alimento. A repugnância, o
vidas pelas paredes do intestino e pe- asco, e a má preparação dos manjares,
netrarem nos lymphaticos e no sangue. influem consideravelmente sobre as ap-
Estas substancias são então digeridas, tidões digestivas do individuo. Em ge-
mas não assimiladas. A digestibilidade ral, a digestão é tanto mais rápida,
está na rasão inversa do tempo que foi quanto a substancia alimentícia se of-
necessário para a sua transformação. ferece ao estômago n'um estado de di-
Devemos reparar na digestão estoma- visão mais perfeita e pode dizer-se que
cal e intestinal, porque o que suecede mais o será se estiver preparada de
no estômago não pode servir-nos para maneira mais appeticivel ou mais apta
conhecer o que se passa no intestino, para excitar o appetitc.
por isso que ambas as digestões são
totalmente differentes. E' também Os costumes culinários exercem
muito importante um facto de obser- grande influencia, pelo que seria muito
vação corrente: determinado indivíduo difficil que um hollandez acceitasse a
digerirá admiravelmente um alimento sopa de alho marselheza, ou que um
que pode ser pesado para outro, e a tal marselhez comesse com appetite a sopa
respeito poderemos encontrar variações de cerveja hollandeza.
Quanti- Tempo
dade de em
Águas e bebidas alimenticias grammas Horas
&•
15
TEMPO MÉDIO DE QUE CARECE O ESTÔMAGO PARA ENVIAR AO
INTESTINO ALGUMAS SUBSTANCIAS QUE AQUELLE DIGERE
Quanti- Tempo
dade de em
Carne de mamíferos ou de aves grammas Horas
cosido 160 3 a 4
Carne f u m a d a . 100 4 a 5
„ cosido 250 3 a 4
300 a 500 2 a 3
16
TEMPO MÉDIO DE QUE CARECE O ESTÔMAGO PARA ENVIAR AO
INTESTINO ALGUMAS SUBSTANCIAS QUE AQUELLE DIGERE
Quanti- Tempo
dade de em
grammas Horas
Peixes e pratas análogos
Pão e biscoitos
Sd3
17
Pagina Delicada
Dr. Eurico Branco Ribeiro
PAGINA A posição de
A do medi-
co, neste livro,
quem a subs-
creve ê, sem du-
ê uma pagina vida, das mais
delicada. E é delicadas, não
pagina delica- só por tudo
da por vários quanto fico u di-
motivos, quer to nos dois pa-
em se conside- ragraphos an-
rando a sua teriores, como
própria natureza, quer em se também por se tratar de um
considerando as pessoas que medico, profissional que sem-
a vão ler, quer em se conside- pre é recebido com enfado, em
rando a posição de quem a virtude, talvez, das imposições
subscreve. muita Vez penosas que ê for-
A própria natureza do as- çado ditar nas suas sentenças.
sumpto nella abordado exige Do entrechoque dessas idê-
delicadeza : conselhos não são as, ê bem de se ver que o meio
imposições; devem appare- termo conciliador ê coisa ir-
cer com a roupagem suave das realizavel. Certo que não se
insinuações desinteressadas, sacrificariam as imposições
para que penetrem fundo, e ás vezes importunas do con-
sem repulsa, no intimo das selheiro da saáde â conveniên-
almas a que se destinam. cia pessoal de cada uma das
As pessoas que a vão ler, leitoras. Ha-de haver, por-
por serem mulheres e, mais, tanto, nesta pagina, muitos
por serem noivas, merecem e muitos espinhos. Mas, para
tel-a tão delicada como ellas que ella seja o mais possível de-
mesmas, para que a harmo- licada e agradável, o medico vae
nia não se desfaça nem os tomar da tesoura das boas ma-
contrastes venham roubar-lhes neiras e tentar aparar a ponta
um pouco do entjiusiasmo de aos espinhos. Uma farpa
que se acham animadas. ou outra ê possível que fique.
18
A primeira idêa que occor- previdente ? com as garan-
re, hoje-em dia, a um medico tias pouco prudentes do con-
que entre em confidencias com sentimento religioso ?. Só
uma noiva é a do exame pre- o medico pode apresentar a
nupcial. segurança desejada, com um
attestado de permissão. Sim,
A pergunta inicial .seria
porque muitas são as molés-
sobre se o assumpto já lhe
tias que se transmittem ao
havia despertado a attenção.
cônjuge e á descendência e,
E não seria de estranhar uma
sendo isso evitavel na maio-
resposta negativa. De facto,
ria das vezes, é dever imperio-
muita gente ainda existe a
so do próprio candidato ao
quem não interessaram os im-
matrimônio promover a an-
portantes debates que se vêm
hullação das possibilidades
travando, ultimamente, entre
maléficas.
nós, a respeito da obrigato-
riedade do exame medico pre- Não temam ver por terra
nupcial. Este, pois, quantos os seus castellos as noivas que
ignoram o que seja 1 Portan- já deram a sua palavra sem
to uma negativa não causaria cogitar do ponto de vista me-
espanto e offereceria oppor- dico do casamento. Não. A
tunidade para se dar a expli- grande maioria das moléstias
cação do que ê e quanto vale que contraindicam a união
conjugai não são senão bar-
essa moderna conquista da
reiras removíveis, estados mór-
Hygiene. Definição ? de-
bidos que podem desapparecer.
mol-a por um paralellismo :
se para garantia da socieda- A syphilis e outras molés-
de o Direito exige a voz do tias vergonhosas que como ella
juiz, se para a paz das almas são contrahidas, e que cons-
a Religião exige a bençam do tituem, sem duvida, a causa
padre na consumação do ca- dos maiores tormentos phy-
samento, para garantir a hy- sicos de um casamento impru-
gidez dos nubéntes e promo- dentemente realizado, são ma-
ver a da sua prole a Medicina les que têm o seu tratamento
exige, como um direito divino, e que a Medicina pode curar,
o exame medico pre-nupcial uma vez que se lhe dê tempo
a permissão do medico para agir convenientemente.
para a construcção do lar. Assim, a noiva, que já tem o
Com que garantias uma don- seu compromisso firmado, pre-
zella sadia de corpo e sadia cisa se conformar com o adia-
de espirito se vae lançar nos mento dos seus justos sonhos
braços de um rapaz desconhe- de amor para quando o me-
cido ? Com as garantias il- dico do seu escolhido ou o
tusorias do amor 1 com as ga- seu próprio assignar o con-
rantias cegas da nossa lei im- sentimento para o consórcio.
SdS
19
Pagina Delicada
&:
20
gienista, senão mesmo, da sua Logar sagrado
parte, a divulgação de uma alli é que deve ter inicio
serie de ensinamentos ateis a vida do casal.
a quem vae em breve ser espo- Depois, preparar-se a espo-
posa e depois mãe. sa para ser mãe. E' a sua di-
Mas não andemos tão de- vina missão. E, por ser divi-
pressa. Ha, geralmente, para na, precisa ser meditada, pre-
as moças, na passagem do es- cisa ser estudada, para ser bem
tado de solteira para o de se- executada. A moderna Medi-
nhora do lar, uma phase in- cina creou, para isso, um bel-
termediária, mais longa para lo capitulo, o da "Hygiene
umas, para outras mais cur- pre-natal" , que é um guia
ta, em que ellas ainda não as- precioso da mulher que conce-
sumem o governo da casa, não beu e vae ser mãe. A alimen-
se integralizando, pois, nas tação conveniente, moderados
suas novas funcções, porque hábitos de vida, o despreso ás
iniciam a sua "lua de mel" noites de baile e outras festas
com a chamada "viagem de nu- fatigantes, a prudência no tra-
pcias" . Ah I o velho e impru- balhar e muita vez a assistên-
dente costume da viagem de cia medica são pontos capi-
nupcias. .. Não se assustem tães para que a alegria redo-
as leitoras : uma pequena via- bre num lar feliz com o appa-
gem, sem excessos, para ef- recimento do primogênito.
feito apenas da recreação do Agora, os cuidados com o
espirito, não pode ser condem- bebê.
nada. O que é prejudicial, o
que accarreta, muita vez, con- A noiva precisa pensar, des-
seqüências desagradáveis ao de já, em tudo isso. E o medi-
jovem par e principalmente co teria muito que lhe dizer.
á mulher, ê uma longa viagem, Jlas ella se sentiria enfada-
cheia de imprudências e exces- da com as suas palavras con-
sos physicos, com noites e noi- selheiras. E elle, para não
tes mal dormidas após pas- a molestar, far-lhe-ia a indi-
seios estafantes, tudo promo- cação de um bom tratado de
vendo demorada ausência do puericultura, onde se encon-
lar cuidadosamente construí- trasse, minuciosamente esti-
do para receber no seu con- pulada, a conducta que uma
fortável e socegado recesso jovci mãe deve ter para com
aquella cujo organismo, ao o querido fructo de suas en-
iniciar o desempenho de no- tranhas.
vas e importantes funcções, Existem, porém, com rela-
necessita mais do que nunca ção á puericultura, umas cer-
de repouso e de commodidades. tas idêas geraes fáceis de re-
to* =éS
21
«L..,.
f*3
Pagina Delicada
ter, que a leitora poderá des- Por toda a parte e em todos os lo-
de já fixar na mente, para seu gares, o numero de creancinhas
que morrem antes de chegar a um
governo na busca da felicidade anno constitue um verdadeiro fla-
que almeja. E basta, para gello social.
tanto, que nos siga e es- Si lançarmos mão das estatísti-
tamos certo que o fará gosto- cas e confrontarmos, ao acaso, o que
samente na leitura des- vae por 32 cidades do mundo, vere-
mos, que em 1926, morreram, nes-
ta pagina de Maria Antoniet- sas cidades 53,964 creancinhas, en-
ta de Castro, a festejada My- tre O e 1 anno, o que faz pensar que
rianto, que tanto realce vem um recemnascido tem menos proba-
dando, em São Paulo, â li- bilidades de viver do que um avia-
dor que fizesse, diariamente, uma as-
teratura sanitaristica brasi- cenção. Isto nos leva â conclusão
sileira. Intitula-se "A's de que "ser creança ê a mais desa-
mães' e ê a que se segue, en- gradável occupação do mundo !
cerrando o espaço que tão gen- Calculem, as senhoras que me lêm,
tilmente nos foi offerecido nes- o que isto representa de perda para
a segurança, a força productora dos
te livro. Eil-a : respectivos paizes !
Todos esses seres, quanto de tra-
balho de toda a sorte teriam produ-
A'S MÃES zido, quanto de riqueza teriam amon-
toado !
"Senhor \ que jamais vejamos, E tudo perdido \ Alem do prejuí-
Nós e os que nos querem bem, zo econômico, quanto de vigílias, de
Aquelles que mais amamos soffrimentes, de lagrimas, represen-
E aquelles que ódio nos têm, ta o túmulo de uma creança para
Jamais vejamos o ninho, uma mãe 1
Entre a jolhagem dos ramos, E tudo isto perdido, tudo em vão \
Sem a aza de um passarinho ! E por nossa falta, porque esses ma-
les eram e são evitaveis.
Jamais vejamos — prouvera ! —• Ora, fazer o mal ou não n o im-
A colmeia despovoada, pedir quando se pode, implica a mes-
Nem sombra de abelha a voar. . . ma responsabilidade moral para uma
— Nem uma rosa encarnada sociedade como para um indivíduo.
Para pôr no vosso altar! Alas, para evitar um mal ê preciso
começar por conhecer-lhe as causas.
Choça ou palácio que seja, Entre ellas, citemos as seguintes:
Senhor, que jamais se veja A T U B E R C U L O S E : — 0 filho de
De creanças vasio, — o Tjar \" mãe tuberculosa não nasce tuberculo-
ro, mas tornar-se-â após o nascimen-
Lares sem creanças. . . primave- to, si não for afastado do seu conví-
ra sem flores... berços vasiosl vio. E' essa uma das moléstias que
Não é uma jicção literária, mas fornecem as melhores parcellas para
uma realidade, uma triste realida- o obituario infantil.
de, a legião dos pequeninos seres, A S Y P H I L I S — é u/na moléstia
flores humanas, no dizer de Miche- que influe sobre a descendência.
let, que vão sendo, dia a dia, ceifa- Transmitte-se dos pães aos filhos,
das pela morte impiedosa, mal desa- fazendo-os nascer deformados, não
brocham para a vida.
raro, com defeitos physicos.
A mortalidade infantil] o ma- Causa-lhes paralysias, idiolia ou
gno problema cm todos os paizes! outras perturbações, não sendo rara
22
a loucura, sem contar os fracos, dé- Sobre o aleitamento ao seio, ê pre-
beis ou anêmicos. ciso frisar que :
O ALCOOLISMO — é a causa das Morrem muito mais crianças ali-
mais deploráveis heranças: epile- mentadas com mamadeiras que as
psia, convulsões e outras perturba- ornamentadas ao seio. Além disso,
ções que inutilizam o indivíduo para entre muitas crianças victimadas
o trabalho, tornando-o um fardo para pela tuberculose, ou outras moléstias
os outros. contagiosas, muitas o foram porque
estavam enfraquecidas pela má ali-
A MÁ HABITAÇÃO — Si pensar-
mentação.
mos nesses cortiços em que se amon-
toam familias e famílias sem ar, Aprendam, pois, e guardem bem
sem luz, sem hygiene, é fácil chegar isto :
â conclusão de que ahi a tuberculose e A criança amamentada ao seio,
outras moléstias fazem mais victimas mas amamentada segundo as boas
que em habitações hygienicas e con- normas da hygiene, não somente re-
fortáveis. siste melhor â diarrhéa, mas a to-
das as outras causas de óbito e esta
A MISÉRIA, O EXCESSO DE TRABA- influencia do leite materno se faz
LHO DOS PAES — Quanto menores sentir durante toda a sua vida, tor-
os salários e maiores famílias maior nando-a forte, resistente ás aggres-
o trabalho dos pães, maior a cifra sões das moléstias.
da mortalidade infantil. 0 leite materno, segundo Ptnard,
Juntemos a essas causas o ABAN- "pertence ao filho"
DONO da criancinha por parte das
Negal-o é um crime. E ha mães
mães, reduzidas por que dolorosas que por esthelica e vaidade e para
contingências a essas medidas ex- não perderem festas e divertimen-
tremas ! tos, o fazem, mesmo sabendo que a
Porem, de todas essas causas, so- sua falia implica na morte do pró-
breleva em importância, como sen- prio filho !
do das mais freqüentes : as PERTUR-
Felizmente as mães patrícias não
BAÇÕES DIGESTIVAS DO LACTENTE,
se deixaram ainda influenciar por
as diarrhéas. esse pernicioso costume.
E porque taes perturbações diges-
tivas ? Quanto ao outro meio de comba-
Porque o aleitamento ao seio nem ter a mortalidade infantil, este é o
sempre é bem dirigido, porque a ali- que as senhoras devem aprender:
mentação artificial não é dada em a puericultura — da palavra latina
quantidade e qualidade apropria- PUER, criança, — a sciencia que
das, em. occasião opportuna, porque consiste em cultivar, como uma flor
o desmame efeito muito cedo e subs- delicada, a vida frágil do pequenino
tituído o leite materno por farinhas ser.
e alimentos aconselhados por ami- A maioria das mortes das crian-
gas, bem intencionadas, não o ne- ças de 0 a l anno é devida a ignora-
gamos, porem desçonhecedoras dos rem, as mães, os mais comesinhos
mais rudimentares princípios de hy- princípios na arte de criar seus fi-
giene infantil. v lhos.
Ditas as causas, conheçamos os Este conhecimento não é instin-
meios de combater a mortalidade in- ctivo. E' umfacto biológico e a mãe
fantil. Bem conhecidos são elles, e humana é a única entre as espécies,
.entre as principaes é mister desta- que não conhece, instinctivamente-,
car os seguintes: como cuidar de seu filhinho.
Ha mães solicitas e devotadas que
I.° — proteger as creanças antes não souberam, entretanto, salvar seus
do seu nascimento ; filhinhos das garras da morte.
2." — alimental-as ao seio; A educação para a maternidade l
J.° — instruir as mães. tão necessária como qualquer outra
23
espécie de educação. Delia depende bra' officialmente assignada aos
a saúde e o bem estar da criança. 26 de Setembro de 1924, pela Confe-
E' ainda biologicamente certo que rência da Liga das Nações, seja o
o ser humano fica na mais completa Credo da Mãe Brasileira:
dependência de outro ser — a mãe,
por um longo período. 1 — A' Creança devem ser dados
todos os meios necessários ao
Cabe-lhe, portanto, a maior res- seu completo desenvolvimen-
ponsabilidade no cuidar de seus fi- to tanto physico como intel-
lhos para tornal-os fortes, sadios. tectual.
A enorme extensão territorial do
nosso paiz exige quem o povoe. 2 — A Creança que tem fome deve
ser alimentada; a Creança
Seu solo fecundo está â espera de
doente deve ser tratada; a
braços que lhe revolvam as entranhas
Creança retardada deve ser as-
para lhes dar, em troca, os thesouros
sistida; a Creança deliquente
sem par que ahi tem guardados.
deve ser corrigida ; ao orphão
E' uma obra de patriotismo prote- e ao desamparado devem ser
ger os filhos contra todos os males. dados abrigo e soccorro.
Roubal-os á morte por meio dos
seus cuidados intelligentes, assegu- 3 — A Creança deve ser sempre, em
rar-lhes o perfeito desenvolvimento casos de perigo, soccorrida em
physico e mental. O progresso primeiro logar.
da nossa terra requer a contribuição 4 — A' Creança devem ser facili-
da mentalidade forte e do physico tados todos os meios de ganhar
robusto dos brasileiros. a vida e ser protegida contra
As mães instruídas constituirão as explorações.
o pedestal sobre o qual se elevará a 5 -— A Creança deve ser educada
grandeza da terra brasileira1 na convicção de que todas as
E que a declaração dos direitos suas aptidões devem ser consa-
da creança "da Convenção de Gene- gradas aos seus semelhantes."
24
A CERVEJA muito empregado no arsenal da m e -
dicina pratica. O seu aspecto efferves-
A cerveja, cuja origem se perde cente, a côr de â m b a r , o gosto macio e
na noite da historia (dizem que se be- fresco, as suas qualidades espirituosas
bia cerveja nas agapes de Osiris) é e aromaticas, a sua riqueza em phos-
um liquido alcoólico artificial, pro- phatos e em alimentos mineraes fa-
ducto d ' u m a transformação do amido zem da cerveja b e m p r e p a r a d a a me-
dos cereaes em glucose e em dextrina lhor bebida, a mais quente e a mais
pela acção de um fermento vegetal cha- agradável ao estômago.
mado diastase. O lupulo fornece á cer- Sendo de boa qualidade, vem ser
veja o seu princípio amargo e o seu um verdadeiro pão liquido, indispen-
óleo essencial aromatico. sável ás constituições pobres. O tubo
O desprendimento do ácido car- digestivo mesmo o mais enfraquecido,
bônico pela fermentação alcoólica dá á absorve-a c assimila-a maravilhosa-
cerveja o seu sabor picante e a sua mente.
effervescencia. Todos os cereaes po- Ha enfermos que não toleram
dem servir á fabricação da cerveja. n e n h u m alimento, n e m mesmo o leite,
Ordinariamente é aproveitada a ce- e acceitam de boa mente a cerveja, cu-
vada. jos effeitos benéficos se fazem sentir
Xa America utilisa-se o milho. rapidamente. Os anêmicos, os nervosos,
O faro dos belgas tem o grão de os rachiticos, os dyspepticos, os escro-
trigo por base. O arack dos árabes é fulosos, os tysicos, os escorbuticos de-
uma cerveja de arroz. vem á cerveja verdadeiros milagres, e
O centeio, a avela, o trigo mou- os convalescentes devem-lhe o levanta-
riscò, o milho podem t a m b é m dar os mento rápido das forças pelo aperfei-
vinhos de cereaes, m a s estes productos çoamento e acceleração do acto di-
perturbam-se e acidulam-se facilmente. gestivo.
O porter, a cerveja tônica dos in- Os maiores médicos, falando da
glezes, é aromatisada com baga de cerveja, a t t r ü u e m - l h e sempre uma im-
zimbro. portância preponderante. Hippocrates,
A cerveja é a bebida nacional dos Aristóteles, Boheraaye, Stoll, Syden-
povos do norte. Empresta ás raças sa- h a m , F r a n k , Récamier, Trosseau e ou-
xonias u m a parte da sua característica, tros fizeram a apologia das proprie-
e a sciencia ethnologica differencia, dades hygienicas e alimentares por ex-
com bastante exactidão, os povos da cellencia do vinho de cereaes.
vinha e os povos do lupulo.
E m todo o artigo de hygiene ali-
O uso habitual da cerveja engorda
m e n t a r ha o reverso da medalha, isto
os organismos pela acção do assucar, da
é, a historia das falsificações de que é
fécula e do álcool e acalma o systema
objecto o artigo em questão.
nervoso pelo lupulino, principio activo
do lupulo. Em geral, apparecem m a i s as cer-
Não nos compete insistir aqui sobre vejas estragadas do que as realmente
os methodos de fabricação da cerveja, prejudiciaes á saúde. Ha m u i t a s colo-
methodos que aliás differem nos d i - ridas com o caramelo, com alcaçus, com
versos 'povos productores, na Baviera, salgueiro.
na Inglaterra, na Bélgica. A cerveja é Um dos maiores inconvenientes que
ao mesmo tempo u m a bebida refrige- traz comsigo a cerveja estrangeira é
rante, agradável p a r a os fortes e u m que, p a r a sair dos paizes productores,
tônico p a r a os debilitados e cacheticos é necessário alcoolisal-a p a r a a con-
a cujo estômago a r r u i n a d o ella dá vi- servar.
gor e appetite. Como distinguir a boa da m á cer-
Tônico e fortificante, rcconstituinte veja? A cerveja boa deve ser limpida,
c analeptica, a cerveja é u m agente brilhante, ter uma espuma de bolhas
25
finas e coherentes e u m cheiro aro- toma. 0 uso de fructas verdes é digno
matico. de censura e perigoso, porque os seus
Um gosto demasiado acre denuncia ácidos não são saudáveis.
u m a substancia estranha ao lupulo; o A fructa tem grande valor n u t r i -
gosto adocicado denuncia a presença da tivo, e, sendo fresca, é superior, sôb
glycerina; o gosto resinoso m a s c a r a em esse ponto, ás melhores hortaliças. Mas
geral u m a alteração. E m razão da sua t a m b é m se não deve consentir que
composição, da sua pouca acidez, a constitua alimentação exclusiva, e, nin-
cerveja é u m a bebida delicada, sugeita guém que tenha juizo perfeito, viverá
a alterações análogas ás do vinho, mas exclusivamente de fructa.
ainda m a i s freqüentes e mais graves, A fructa pode ser considerada não
porque, geralmente, não teem remédio. só como gulodice, mas, principalmente,
A cerveja pôde tomar-se corredia, como alimento.
amarga, lactica, acetica, negra, p ú t r i d a , Como é grato ao paladar comer a
e estes estados definem-se por si mes- meio da m a n h ã , ou a meio da tarde
mos, acompanhando-se sempre de uma u m pedaço de pão e u m a m a ç ã ! Acon-
modificação de sabor e de u m a t u r - selhamos este costume, especialmente
vação que r a r a s vezes se restabelece. aos que soffrem de anemia.
O uso da fructa é um remédio cf-
ficaz p a r a a c u r a dos apaixonados por
A FRUCTA bebidas.
Com a fructa é fácil p r e p a r a r m u i -
Como factor essencial entre as tos p r a t o s ; temos, d'entre muitas, as
substancias alimenticias, a fructa m e - fructas de doce e as fructas sêccas. As
rece estudo mais demorado do que, for- primeiras são refrigerantes e podem,
çados pelo limitado espaço de que dis- por esse motivo, comel-as os doentes,
pomos, vamos dar-lhe no nosso livro. embora seja necessário saber-se quan-
D'entre todos os alimentos, a fructa do, e em que circumstancias convém
é, sem duvida, o m a i s agradável. dar-lh'as. As fructas sêccas têem mais
J á Adão e Eva p u d e r a m comer no valor nutritivo e são julgadas de mais
Paraizo fruetos de todas as arvores, fácil digestão do que as frescas; a
excepto d ' u m a , e ainda hoje a fructa é melhor forma de as seccar é pol'as ao
a alegria da h u m a n i d a d e pelo seu aro- sol, systema que vem a constituir p a r a
m a delicado, e pelo seu delicado sabor ellas u m a segunda maturação.
misturado de suaves ácidos orgânicos. Da fructa faz-se t a m b é m vinho, que
A Natureza-mãe procurou t a m b é m que, toma o nome d a qualidade do frueto
a tal respeito, quasi todo o anno haja com que foi fabricado; o mais geral-
fructa, distribuindo pelas diversas esta- mente usado é a cidra ou vinho de
ções o período de maturação dos dif- maçã, que, pela sua acção laxante, é
ferentes produetos fruetiferos. muito recommendavel nos casos de p r i -
Tem-se dito que a fructa é origem são do ventre e cujo uso t a m b é m apro-
de doenças. veita muito aos obesos p a r a lhes di-
Não nos inclinamos muito a d a r m i n u i r a obesidade.
razão ao que se diz. Haja, porém, o cuidado de não co-
E' innegavel que o abuso da fructa meçar a bebel-o em grandes quantida-
oceasiona enfermidades. Mas haverá al- des, porque pode oceasionar a certos
guém que aconselhe tal abuso? O Om- individuos eólicas e diarrheas.
nipotente não creou a fructa p a r a isso, Poderíamos citar differentes espé-
como não a creou p a r a o abuso. cies de fructas de optima recomnvenda-
Por conseguinte pensamos, sincera- ção, como a laranja, a b a n a n a , o limão,
mente, que o uso prudente da fructa e t c , e t c , m a s a nossa missão reduz-se
antes evita do que origina doença: é a louvar a importância, o uso e o va-
muito melhor comer fructa boa e bem lor da fructa, e a c h a m a r a attenção
m a d u r a , do que ingerir os innumeros p a r a as suas duplas qualidades como
preparados chimicos que m u i t a gente alimento e como remédio.
26
Se se fizesse mais uso d a fructa espécies, todas provenientes das fructas,
e menos das experiências, o abuso do que se alojaram e reproduziram nos
álcool com certeza diminuiria. intestinos.
Não é demais dizermos que nunca A natureza por vezes desembaraça-
se devem comer fructas sem. haver o se d'elles, expulsando-os pelas fezes,
prévio cuidado de as descascar, limpar m a s nem sempre isto suecede e d u r a n t e
e lavar muito bem, assim como de lhes annos causam martyrios terríveis, des-
t i r a r as larvas e óvulos que vários de as dores gastralgicas, internas, até
insectos depositam n'ellas; porque al- ás perturbações nervosas cardíacas,
guns d'estes podem desenvolver-se e circulatórias e digestivas.
reproduzir nos intestinos, causando vi-
víssimas perturbações nervosas que Nos pecegos, figos, e t c , a pele co-
constituem o m a r t y r i o dos padecentes e berta de pequena penugem é u m op-
o descrédito dos médicos que difficil- timo abrigo p a r a toda a serie de mi-
mente diagnosticam tal enfermidade e cróbios contidos na atmosphera e ar-
que não tem na pharmacologia meio rastados com as poeiras.
algum p a r a debelar os graves sympto- Os pontos ou manchas negras que
mas que produzem. cobrem por vezes completamente as
Há doentes soffrendo horrivelmente laranjas são t a m b é m bastante preju-
sob a acção de vermes de differentes diciaes á saúde.
27
EDUCAÇÃO
O SOMNO NAS CREANÇAS QUE A PREOCCUPAÇÁO SEXUAL NO
ESTUDAM ENSINO
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Gaste menos do que ganhar. Os maridos devem confiar
Faça um orçamento. nas esposas e estas devem se
interessar pelos negócios dcs
Guarde um registro das des-
maridos.
pesas.
Tenha uma conta no banco. As esposas devem ser ele-
Faça um seguro de vida. gantes. Se o marido gostar
da ultima moda, a mulher
Segure sua casa e seus
deve procurar acompanhal-o.
bens.
Seja dono de sua casa. Os maridos devem propor-
29
s?:
*%
A MESA DE JANTAR
30
,-á
DECORAÇÕES DA MESA
31
C o m o D e v e sei* P o s t a a M e s a
MODOS DE SERVIR
O SERVIÇO
32
Os pratos o u são fundos o u e m fôrma de tigellas. A criada distri-
buirá pelos convivas, á medida que a senhora fôr servindo, t e n d o o
cuidado de servir primeiramente as senhoras.
Quando a sopa é servida da copa, dispensa-se a terrina porque a
criada traz prato por prato e m u m a bandeja.
A seguir a sopa vem o peixe, que requer u m serviço especial com-
prehendendo u m a travessa estreita e comprida com molheira, ban-
deja e pratos para peixe, que deverão ser levemente aquecidos. O
prato do peixe deve ser passado de pessoa a pessoa ou a copeira passará
e m volta da mesa, servindo-se cada conviva. Não se passa o m o l h o
e m q u a n t o n ã o estiverem todos servidos de peixe.
A bandeja deve ser retirada antes de vir a carne, m a s depois vol-
tará á mesa trazendo outros pratos para servir.
O de carne que deve vir e m seguida, se empregarmos o systema
inglez, será trazido n u m a travessa grande de prata o u porcellana.
Os legumes t a m b é m devem ser servidos n u m prato coberto apropriado.
A carne é servida e m pratos de jantar cuidadosamente aquecidos.
Com a carne freqüentemente serve-se geléa, geralmente prepa-
rada e m fôrma especial. Devem ser escolhidas fôrmas originaes que
façam sobresahir qualquer effeito decorativo desejado.
Legumes devem ser servidos nos m e s m o s pratos o u de preferencia
e m pequenos pratos fundos.
A seguir vem a salada. E' servida e m pratos pequenos apropriados.
Depois retira-se t u d o com excepção da água, copos de bebida e
talheres de sobremesa.
Da sobremesa, depende o modo de ser vil-a. Se o sorvete fôr offerecido
e m fôrmas, usam-se pratos rasos, de outro m o d o , será servido e m
pratinhos apropriados o u e m taças de pé alto. Usa-se u m a colherinha
ou garfo para sorvete, e será collocado acima do prato quando se põe
a m e s a o u serão distribuídos j u n t a m e n t e com o sorvete.
Se fôr u m "frappé" o u qualquer coisa semelhante usaremos taças
de pé alto ; se u m a sobremesa m a i s pesada, como torta o u puddings,
pratinhos de sobremesa.
De accôrdo com o costume inglez, é perfeitamente admissível que
a torta seja servida á m e s a pela dona da casa. Nesse caso, o prato da
torta é. collocado n u m a vasilha sobre u m supporte de prata.
Collocam-se pratos pequenos com queijo e biscoitos e m diversos
pontos da mesa, seguindo-se o café e m pequenas chicaras. O café deve
vir n u m bule de prata o u porcellana e a dona da casa servirá nas chi-
caras, que serão distribuídas pela copeira a cada pessoa.
Tigellinhas de vidro o u m e t a l para lavar os dedos, serão postas n a
frente de cada conviva.
33
DECORAÇÕES ESPECIAES
A dona da casa, com o seu par, dirige-se a sala de jantar. A' me-
sa, u m cartão em cada logar indicará a disposição dos convidados.
Cada cavalheiro afastará a cadeira de sua dama esperando que a do-
na da casa e as outras senhoras se sentem para depois sentar-se.
31
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ETIQUETAS DA MESA
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35
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Como Deve ser P o s t a a Mesa
GARFO E FACA
USO DA COLHER
36
Como Deve ser Posta a Mesa
37
Como Deve ser P o s t a a Mes
3»
Biscoitos comem-se do m e s m o m o d o . Aipo, rabanetes, azeitonas,
picklés, castanhas, salgadas, fructas crystallizadas, bonbons e fructas
cruas (salvo amoras, melões e outras), alcachofras, espigas de m i l h o
são comidos c o m os dedos.
Bolos comem-se como o pão o u com o garfo.
Os pecegos são divididos e m quatro, descascam-se, cortam-se e m
pedaços menores que se levam á bocca com o dedo. Para maçãs, pêras,
usa-se processo idêntico. Ameixas, abricots, uvas, e t c , se forem s u f i -
cientemente pequenas, comem-se de u m a a u m a e quando expellir-
m o s as s e m e n t e s devemos deixal-as directamente dos lábios á m ã o
meia fechada, que a depositará n o prato.
Para comer alcachofras, corta-se o cabo, molha-se n o m o l h o a ponta
das folhas u m a por u m a e leva-se á bocca. Corta-se o miolo e come-se
com o garfo.
O queijo divide-se e m pedacinhos, algumas vezes põem-se e m cima
do pão ou biscoito e c o m os dedos leva-se á bocca, porém, mais fre-
q u e n t e m e n t e come-se com o garfo.
As laranjas, assim como espigas de milho verde, são difficilmente
susceptíveis de m a n u s e a m e n t o gracioso, salvo servidas e m pedaços
para comer com a colher. A laranja pôde ser dividida e m quatro, des-
casca-se então facilmente, tiram-se as sementes e cada quarto cortado
ao m e i o fôrma u m a garfada proporcionada. Decididamente descacascar
e chupar u m a laranja g o m o por gomo é u m acto prolongado e desgra-
cioso.
* Será preciso repetir as advertências de quasi todos os escriptores
sobre a etiqueta, que o frango, caça, costelletas, e m n e n h u m a circums-
tancia devem ser pegadas com a m ã o ?
Aquelle que fôr inhabil a ponto de ser incapaz de separar a carne
do osso de u m a costelleta o u de u m a ave, deve soffrer as conseqüências
de sua inépcia, e renunciar ao prazer desses pedaços tentadores.
O aspargo não se pega c o m os dedos. A parte que é comestível n o
talo pôde cortar-se facilmente com o garfo. O aspecto que offerece
á vista esse vegetal e m todo o seu comprimento pingando m o l h o sus-
penso para ser ingerido, está e m desaccôrdo com as maneiras distinc-
t a s que exige u m a m e s a moderna.
A REPETIÇÃO DE UM PRATO
39
i n t i m o quando o convidado t e m grande i n t i m i d a d e , o pedido de repe-
tição de u m prato é considerado u m c o m p r i m e n t o pela dona da casa.
Sendo u m jantar cerimonioso n e m o dono n e m a dona da casa deve
retardar o proseguimento do serviço pedindo a a l g u é m para servir-se
novamente de u m prato que j á c o m e u • m a s n u m jantar i n t i m o ou
familiar a dona da casa demonstrará hospitaleira solicitude convidan-
do o hospede a acceitar a repetição de u m prato v N u m jantar intimo
pôde fazer isso ordenando á copeira de offerecer n o v a m e n t e e m volta
da m e s a o u quando ella m e s m a estiver servindo u m a entrada, salada,
o u sobremesa, pedindo aos convidados para acceitarem u m a repeti-
ção do prato que ella t e n h a á frente. O dono da casa que serve, faz
b e m offerecendo u m pouco m a i s aquelles que elle vê que j á terminaram
o que lhes foi servido. Forçar u m convidado a acceitar u m a segunda
fatia de carne o u colherada de sobremesa que elle recusou gentilmente,
é exceder os l i m i t e s da civilidade.
Ao convidado é sempre permittido pedir u m segundo o u terceiro
copo com água n u m jantar quer c o m m u m quer de cerimonia. Isso
deve ser feito dirigindo-se discretamente á copeira quando ella se
aproximar.
NO FIM DA REFEIÇÃO
40
z^
CONSELHOS DOMÉSTICOS
Tira-se a ferrugem das roupas brancas mergulhando-as por al-
g u m t e m p o n u m balde c o m água á qual se addicionou u m a colher
da chá cheia de chloreto de cal. Depois pendura-se ao sol. Repita-se
se fôr necessário.
41
A louça granitada é m a i s fácil de limpar.
Não use alfinetes para prender a roupa servida, porque isso não
só estraga as fazendas c o m o é perigoso.
42
I
Obesrvações para a Dona de Casa
LIMPEZA DE PINTURAS
43
INSTRUCÇÕES ESPECIAES
N ã o deixe dentro d'agua os cabos das f a c a s . - A água desbota e ra-
cha o m a r f i m e os cabos de osso e inutilisa os de madeira. Depois de
lavar as facas, esfregue-as c o m pó de tijollo. Não lave a taboa de fa-
zer massas o u o rolo n u m a pia de ferro, o ferro m a n c h a - o s . Lave-os so-
bre a m e s a . T e n h a o cuidado de n ã o m o l h a r a e n g r e n a g e m de u m ba-
tedor de ovos. Lave a parte inferior, e l i m p e os cabos c o m u m p a n n o
humedecido. A água lava o óleo da e n g r e n a g e m tornando-a dura de
mover. Não perca t e m p o polindo latas. Basta tel-as l i m p a s e enxu-
tas. Mergulhe os copos nagua q u e n t e para que e n x u g u e m por dentro
e por fora ao m e s m o t e m p o . As pratas e copos ficam m a i s luzidios
se forem limpos depois de lavados e m água q u e n t e s e m enxaguar. A
toalha h u m i d a deixa os copos e colheres embaciados. Escalde e e n -
xague n a g u a fervendo- todas as vasilhas onde se t e n h a guardado leite.
Lave os bules de café e de chá c o m água q u e n t e l i m p a s e m sabão e enxa-
gue-os. Limpe o bico dos bules cuidadosamente, deixe-os ficar por u n s
m o m e n t o s destampados. Lave as pias dos pratos, o enxaguador e e n x u -
gue com u m a toalha e n ã o c o m o p a n n o dos pratos. Onde t e m água
corrente q u e n t e e m abundância, poupa-se o t e m p o e os pannos, collo-
cando os pratos, á medida q u e forem l a v a d o s , n u m a grade de m e t a l
e despejando-lhes água b e m q u e n t e e m cima. Enxugue os copos e pra-
tas. Porcellanas e outros utensílios são polidos s o m e n t e com toalha
o u atoalhados de papel. Para alcançar êxito com esse processo, os pra-
t o s precisam ser lavados n a g u a l i m p a c o m solução de sabão e enxa-
guados rapidamente. Se forem lavados e m água engordurada o u se
deixarem seccar s e m enxaguar, n ã o ficarão lustrosos depois de enxu-
tos. Cautela : a porcellana c o m decorações douradas n ã o se deve la-
var dessa maneira. A água m u i t o q u e n t e estraga-as.
44
PARA LIMPAR FACAS DE AÇO
45
que o verniz, e v e n t u a l m e n t e , pode descascar o u esfolar formando m a n -
chas que darão ao artigo u m aspecto grosseiro e perderá o brilho por
toda a parte onde o verniz largar.
16
Instrucções Especiaes
U m a colher de café para cada litro de água, tira, como por encan-
t o , a fuligem e a gordura das portas e paredes das cosinhas, s e m es-
tragar as pinturas n e m as m ã o s . E' excellente para lavar espelhos,
vidros e pratas.
48
-y
49
COISAS ÚTEIS
A água da chuva c o m sabão faz desapparecer nodoas de óleo de
machina nos tecidos lavaveis.
U m pouco de cal viva nos logares infestados afugenta qualquer
espécie de formiga.
As escamas dos peixes sahirão m a i s facilmente se os mergulhar-
m o s u m m i n u t o e m água fervendo.
A carne fresca q u e começa a se deteriorar voltará a ficar fresca
se a puzermos n o sereno u m a n o i t e .
Addicionar á água e m q u e se fervem roupas u m a colher de sopa
.de terebentina ajuda a alvejal-as.
O kerosene amaciará botas e sapatos endurecidos pela água e os
tornará flexíveis como novos.
U m a colher de chá de a m m o n e a para u m a chicara cheia de água
applicada c o m u m trapo, limpará os objectos de pirata e de ouro.
Humedecer c o m p l e t a m e n t e o cabello, u m a o u duas vezes por se-
m a n a , c o m u m a solução de água e sal i m p e d e a queda.
Tiram-se as m a n c h a s de chá com água l i m p a fervendo. Despeje
a aguá atravez da m a n c h a , evitando a s s i m q u e se espalhe.
Quando se faz g o m m a c o m a m i d o , obtem-se melhor resultado
addicionando-lhe espermacete o u sal, o u a m b o s , o u ainda u m pou-
q u i n h o de g o m m a arábica.
O sal coagula o leite fresco ; q u a n d o preparar sopas, suecos, e t c ,
só addicione o sal quando o prato estiver prompto.
Para pôr o couro a prova d'agua — sature-o c o m óleo de ricíno ;
para evitar o rangido dos sapatos crave u m a taxa n o m e i o da sola.
Para fazer levantar os pellos do velludo — envolva u m ferro q u e n -
t e n u m p a n n o m o l h a d o e passe e m c i m a do velludo. Escove depres-
sa e m q ú a n t o estiver h u m i d o .
Nodoas de t i n t a que j á estiverem velhas e resequidas p o d e m se
tirar das fazendas de lan o u de algodão com chloroformio. Mas a n t e s
cubra a m a n c h a c o m azeite de oliva o u m a n t e i g a .
Para arrancar u m parafuso enferrujado — applique u m ferro de
engommar. e m braza sobre a cabeça por u m i n s t a n t e ; applique-se
a chave de parafuso e m q ú a n t o este estiver q u e n t e .
U m a colher de chá de borax addicionada á u l t i m a água e m q u e
se enxagua a roupa, alveja de u m a forma surprehendente. Esmague
o borax, a s s i m dissolverá m a i s facilmente.
íóS
50
tu
Coisas Úteis
SABEM? Que
51
Coisas Úteis
PANADOS
J u n t a m - s e a u m kilo de manteiga, 60 g r a m m a s de b o m m e l de
abelhas. Este processo é m u i t o usado n a Suissa, dá a m a n t e i g a u m
gosto agradável e especial, conservando-a fresca durante m u i t o t e m p o .
52
RECEITAS
SANDWICHES
SANDWICH CLUB
sáS
53
ellas u m pouco de mostarda. T a m b é m ficarão boas c o m queijo a m e -
ricano, enfeitadas com pickle.
SANDWICH DE SARDINHA
SANDWICH DE CANELLA
54
FATIAS FRANCEZAS
SANDWICH INDIANA
SANDWICH DE ASPARGOS
SANDWICH DE PEIXE
SANDWICH DE CAMARÃO
& —i iã
PÂO, BISCOUTOS E BOLOS
iiS
56
Il-J
Pão, B i s c o u t o s e Bolos
PÃO DE NOZES
PÃESINHOS PIPOCADOS
MUFFINS
BOLOS DE CANELLA
&I
58
Pão, Biscoutos e Bolos
BOLO DE NOIVA
BOLO SOL
m
BOLO DO DIABO
idS
59
Pão, Biscoutos e Bolos
FILHO' DOCE
B O L O D E PASSAS
». ^
2 1/2 chicaras de farinha de trigo — 1/2 chicara de leite — 3/4 de
chicara de m a n t e i g a — 1 chicara de passa s e m s e m e n t e — 1 1/2 chi-
caras de assucar — 2 ovos batidos — 1 colher de chá de cremor de tar-
taro — 1/2 colher de chá de soda — 1 noz moscada ralada.
Bata j u n t o s o assucar e a m a n t e i g a ; addicione os ovos ,- alter-
n a n d o j u n t e a farinha peneirada e o leite, cremor de tartaro penei-
rado e soda ; j u n t e as especiarias e passas ; enfarinhe b e m .
PÃO IRLANDEZ
a:
60
Pão, B i s c o u t o s e Bolos
BROWNSTONE CAKE
BOLO DE CREME
61
Pão, Biscoutos Bolos
SONHOS DE SUSY
BOLO EM CAMADAS
62
y-f-;
Pão, B i s c o u t o s e Bolos
BOLO DE CHOCOLATE
TORTA DE MOCHA
63
Pão, Biscoutos e Bolos
RECHEIO DE CARAMELO
MANJAR DIABÓLICO
BOLO DO NATAL
BOLO ENROLLADO
64
SP
Pão, B i s c o u t o s e Bolos
BOLO DE FRUCTAS
CREME DE CHOCOLATE
BOLO DE TAMARA
65
?*3
LAÇOS DE AMOR
BOLO DE MEL
BOLO ARCHANJO
66
Pão, Biscoutos e Bolos
BOLO ESPONJA
BOLO ALMOFADINHA
&s=
67
Pão, Bis coutos e Bolos
PÃESINHOS ESCOCEZES
TREVOS
PÃO DE PASSAS
68
P2
BOLO DE LIBRA
BOLO DE FIGO
69
R E C H E I O S E GLACES
RECHEIO DE CHOCOLATE
RECHEIO DE CARAMELO
GLACE MOCHA
70
Recheios e Glaces
GLACE COZIDA
71
P O N T O S DO ASSUCAR
PONTO DE PASTA
PONTO DE FIO
PONTO DE VOAR
PONTO DE QUEBRAR
72
CALDAS PARA P U D D I N G S
CALDA ESPESSA
CALDA f DE CARAMELO
CALDA DE LIMÃO
CALDA DE LARANJA
73
Caldas para Puddings
CALDA DE MORANGOS
MOLHO DE CHOCOLATE
SOBREMESAS
DOCES- PUDDINGS - BALAS
FUDGE
74
SS"!
CRYSTAES DIVINAES
PINOCHE
CREME ESCOCEZ
PUXA-PUXA
CARAMELOS SIMPLES
75
CARAMELO DE COCO
MEL ROSADO
PUDDING DO LAR
PUDDING DE COCO
PLUM PUDDING
76
y-:
PUDDING DE AMEIXA
PUDDING DE TAMARA
PUDDING DE ARROZ
77
Doces, Puddings e Balas
PUDDING DE GRAÇA
78
yirll
PUDDING DO NATAL
BALAS DE NOZES
79
Doces, Puddings e Balas
AMEIXAS RECHEIADAS
DELICIAS DE CHOCOLATE
SWEETS
PIPOCA CANDY
80
Doces, Puddings e Balas
TOFFEE DE AVELÃS
•***-
Excellente toffee se faz com 3 chicaras de assucar mascavo e u m a
chicara de água. Quando ferver accrescenta-se u m a colher de m a n -
teiga. Deixa-se ferver de novo até tomar o ponto de partir. Deitam-se
as avelãs picadas, perfuma-se com baunilha o u com u m a casca de li-
m ã o . Despeja-se sobre a m e s a de mármore e corta-se e m quadrados
e m q ú a n t o a massa estiver quente.
BALAS DE OVOS
FIGOS GLACE'S
BOMBOCADO ART-NOUVEAU
SUSPIRO MORENO
SáS
81
Doces, Puddings e Balas
T O R T A S
MASSA PARA TORTAS
TORTA ESCOCEZA
82
s?
TORTA DE CHOCOLATE
TORTA DE NOZES
TORTA DE AMORAS
TORTA DE MORANGOS
83
s?
SORVETES -- GELADOS
CARAPINHADAS
SORVETE DE LEITE
íóS
84
SORVETE DE CREME DE BAUNILHA
4 chicaras de leite — 1 1/2 chicara de assucar — 4 ovos — 1 colher
de sopa de baunilha o u essência de l i m ã o .
Prepare e cosinhe os ingredientes n o m o d o geral que se explica
na seguinte receita.
SORVETE DE CARAMELO
SORVETE DE CHOCOLATE
SORVETE DE LARANJA
ft>-
85
do estiver quasi gelado, accrescente as claras batidas e gele. Essa quan-
tidade é sufficiente para 5 canadas de sorvete. Sirva em copos de ca-
rapinhada.
SORVETE DE LIMÃO
CARAPINHADA DE FRUCTAS
G E L E AS
86
PARA FAZER O SACCO DE COAR GELEA
Traspasse duas extremidades de u m pedaço de algodãosinho o u
flanella de lã de 70 centimetros de comprimento ; costure dando-lhe
a forma de u m a cornucopia, arredondando o fundo ; sobrecosture
para ficar m a i s forte ; enfie u m nastro n a bocca do sacco e termine-o
c o m dois ilhoses de nastro que servirão para pendural-o.
GELEAS
87
quartilho para cada libra de mocotó. J u n t e para temperar u m a ter-
ça ou quarta parte de chicara de cebolas picadas, igual quantidade
de cenouras e aipos, mais algumas folhas extra do mesmo picadas,
u m ou dois raminhos de salsa, u m a folha de louro, quatro cravinhos,
duas colheres de chá de sal, u m a colher de herva doce, e u m a boa pita-
da de pimenta. Deixe dar u m a fervura e cosinhe depois lentamente
até a carne largar dos ossos, para o que precisará mais ou menos três
horas. Tire a carne, separe-a dos ossos e ponha n u m a forma de pão.
Comprima sob u m peso até esfriar, se quizer obter boas fatias.
Para clarificar a gelatina passe-a n u m a peneira bem fina e deixe
esfriar ; depois ponha na geladeira, assim provavelmente, coalhará
a gordura por cima e retirar-se-á facilmente. Dissolva o caldo da ge-
léa sem aquecel-o, e addicione a cada canada (1 1/2 litros) as claras de
dois ovos ligeiramente batidas, j u n t a m e n t e com as cascas esmagadas.
Mexa sobre o fogo brando sem parar até a mistura ferver ; cosinhe
durante três minutos, deixe então descansar para sentar antes de
coar n u m panno de tecido bem unido. Isso limpa a geléa dando-lhe
uma cor de âmbar tão transparente que se pode ver a guarnição
atravez a geléa.
Para uma familia de 4 pessoas, podem se fazer dois, ou mesmo
três pratos differentes, com essa mesma receita de geléa.
Antes de comprimir a carne, ponha de lado os pedaços menores
e corte-os em pedacinhos. Addicione a isso u m pimentão em conser-
va picado, algumas azeitonas de recheio ou outro ingrediente de cor.
Ponha essa mistura picada simplesmente, dentro de 4 forminhas hu-
medecidas, encha-as com o caldo por coar. B
Depois do caldo coado, prepara-se u m a forma mais enfeitada.
Como coando tira-se parte de certos temperos, j u n t e mais u m pouco
de sal e uma pitada de pimenta do reino. Molhe a forma em água fria
e despeje dentro u m quarto de pollegada de gelatina clarificada. Po-
n h a na divisão mais fria da geladeira para apressar o processo. Estan-
do prompto, cubra essa camada de geléa com outro de qualquer guar-
nição. Essa pode ser composta de rodellas de ovos cosidos igualmente
dispostas e uma estrella de pimentão ou u m a fatia de azeitona col-
locada no centro de cada rodella de ovo, de accordo com a própria phan-
tasia ; ou tiras de pimentão dispostas entre rodellas de ovos, ou qual-
quer outra guarnição levando em conta as cores e o gosto de cada u m .
Despeje então sobre isso caldo sufficiente para fazel-os fluctuar mas
que não os desarranje. Ponha na geladeira novamente e colloque den-
tro também a vasilha da gelatina, pois quanto mais frio ficar, sem ter
tomado a consistência da geléa, mais rápido será o processo de arru-
mar as camadas. Immediatamente depois de endurecer a camada
de guarnição, addicione camadas de carne entremeiadas com peda-
ços de azeitona, pimentão, cogumelos ou ervilhas, como desejar. Cubra
88
cada camada com o caldo da geléa e deixe gelar a n t e s de sobrepor nova
camada, até a forma ficar m a i s o u m e n o s pela metede, estando então
o t o d o bastante gelado para permittir que se acabem de accrescentar
as camadas s e m precisar gelar depois de cada u m a . Leve á geladeira
até ficar b e m firme, a n t e s de retirar da forma para servir.
A geladeira electrica conservará u m a forma dessas prompta para
servir durante m u i t o s dias.
Se sobrar a l g u m a geléa de mocotó, despeje-a n u m a forma funda,
q u a n d o gelar corte e m quadrados e sirva como guarnição com carnes
frias o u salada de l e g u m e s .
Pode-se addicionar á vitella outras qualidades de carne quando
se prepara qualquer dessas fôrmas, principalmente as que t ê m cheiro
agradável, como o presunto, lingua defumada, salchichas de Vienna
o u carne salgada. Accrescenta-sè ao caldo, querendo, 1/2 garrafa de
vinho branco o u do Porto, e caldo de u m limão.
Usando essas diversas combinações pode-se repetir o prato m u i -
tas vezes s e m apresental-o duas vezes exactamente igual.
89
GELEA DE MORANGO
GELEA DE UVA
COMPOTA DE AMEIXAS
COMPOTA DE MARMELO
GELE'A DE LARANJA
&s
93
mar u m xarope espesso ; t e n h a prompta u m a onça de gelatina dis-
solvida n u m quartilho de água morna ; addicione ao xarope ; côe
a geléa e despeje e m copos.
GELE'A DE MAÇAS
GELE'A DE AMEIXAS
COMPOTA DE ANANAZ
a^
91
da í n d i a ; leva-se ao fogo l e n t o e logo que o assucar esteja derretido,
s e m que ferva, côa-se e deita-se por cima do ananaz.
Por este m e s m o processo faz-se a compota de morango.
BANANADA
AVES - CAÇAS
COMO ESCOLHER AS AVES
PERU' ASSADO
Morto o peru', deve ser pendurado pelos pés até que perca todo o
sangue, para q u e a carne depois de assada fique branca. Depenne cui-
dadosamente e chamusque para tirar toda a p e n n u g e m ; corte as per-
nas rente aos pés ; faça u m corte p e q u e n o n a parte posterior do pes-
coço e extraia por ahi o papo ; depois corte o osso do pescoço b e m ren-
t e ao corpo deixando, porem, ficar a pelle.
&=
92
Aves - Caças
GANSO ASSADO
FRANGO ASSADO
93
«e até ficar tenro e m calor igual, u n t e com gordura f r e q ü e n t e m e n t e ;
vire para assar por igual.
FRANGO COSIDO
FRICASSE' DE FRANGO
FRANGO FRITO
CROQUETTES DE GALLINHA
IW
:<ss
94
SP:
Aves - Caças
PASTELÃO DE FRANGO
PATO SELVAGEM
PASTELÃO DE COELHO
95
%
L E G U M E S
MANEIRA DE COSINHAL-OS E SERVIL-OS
&:
96
Legumes
COUVE-FLOR EMPANADA
97
n
ESPARREGADO
MILHO FRITO
COGUMELOS RECHEIADOS
98
!Ü I
Legumes
BATATA DOCE
99
PEPINOS DELMONICOS
BATATAS DOCES
CEBOLAS RECHEIADAS
E' u m prato tão differente e novo que não se deve deixar de ser-
vir nos dias quentes ; é não só m u i t o agradável ao paladar c o m o c o n s -
t i t u e u m a novidade.
Use as extremidades dos espargos cosinhando-os e m b a n h o - m a -
ria até ficarem tenros. Para o m o l h o , bata 2 colheres de sopa de m a n -
teiga com 2 g e m m a s de ovos, fazendo a s s i m u m creme ; addicione
u m a pitada de sal, outra de "paprika", (pimentão e m pó) rale a m e -
tade da casca de u m a laranja e j u n t e t a m b é m u m a colher de sopa de
s u m m o de limão ; cosinhe e m banho-maria, mexendo até engrossar,
100
accrescente então 4 colheres de sopa de s u m m o de laranja, e sirva
cobrindo os espargos.
PUDDING DE XU'XU'
101
n h a m - s e com u m pouco de sal, arrumam-se n u m prato e cobrem-se
c o m u m m o l h o branco,com g e m m a s de ovos e salpicam-se com u m pou-
co de queijo ralado.
X U X U COM QUEIJO
X U X U EMPANADO
RISOTTO
S A L A D A S
CONSELHOS SOBRE SALADAS
-*S:
102
Saladas
SALADA DE GALLINHA
SALADA DE CARANGUEIJO
SALADA DE LAGOSTA
ESPARREGADO
SdS
103
e escorra n u m coador ; misture-a b e m c o m o m o l h o feito c o m u m a
chicara de vinagre aquecido, 1 chicara de coalhada, g e m m a s de 2 ovos,
3 colheres de sopa de azeite doce, sal e p i m e n t a sufficientes para t e m -
perar.
SALADA DE BATATAS
SALADA DE OVO
SALADA DE ESPINAFRE
104
l h a s de alface tenra dando-lhe o feitio de u m a flor cujo centro seja
o espinafre ; enfeite com algumas azeitonas inteiras ; sirva com m o -
l h o branco o u mayonnaise c o m ovos cosidos.
SALADA DE MACARRÃO
105
e u n s p i m e n t õ e s vermelhos. Arruma-se n o centro o' macarrão, e n -
feita-se á volta com os ovos cortados, u m a s fatias de carne fria o u gal-
linha e os pimentões.
SALADA DE TOMATES
106
s?-^
M O L H O S
MOLHO BRANCO
MOLHO DE ALCAPARRA
MOLHO DE TOMATE
MOLHO DE SALSA
MOLHO GAILLARDE
107
MOLHO INGLEZ DE MANTEIGA DERRETIDA
MOLHO DE LAGOSTA
MOLHO FRANCEZ
MAYONNAISE
&:
108
Molhos
MOLHO DE LARANJA
MOLHO DE CREME
MOLHO BECHAMEL
PRATOS DIÁRIOS
SALADA DE AMEIXAS PARA 2 PESSOAS
CROQUETTES DE QUEIJO
109
p i m e n t a malaguetta, u m a colher de chá de p i m e n t ã o verde picado
o u salsa, 3 colheres de sopa de massa de castanhas cosidas. Dê a for-
m a de croquettes, enrole n a farinha de pão o u de bolacha ; frite e m
bastante gordura quente o u azeite, c o m o filhozes. Sirva q u e n t e . Sir-
va como u m prato de carne o u como enfeite.
DELICIAS DE QUEIJO
:<$s
110
Pratos Diários
M A C A R R Ã O
Instrucções Geraes
111
Macarrão
PUDDING DE SPAGUETTI
PRATOS HESPANHOES E
ITALIANOS
PRATO HESPANHOL
• '
112
-y ' ' n'""1 >•'••'••' •"•• "" • • '»' -g
FEIJÃO HESPANHOL
ARROZ HESPANHOL
2t-
113
Pratos Hespanhoes e Italianos
MASSA
114
Pratos Hespanhoes e Italianos
RAVIOLI
£*•>;
115
Pratos Hespanhoes e Italianos
R E C H E I O S
RECHEIO DE CASTANHA
RECHEIO DE OSTRAS
RECHEIO DE AIPO
116
RECHEIO PARA TOMATES, PIMENTÕES VERDES, ETC.
117
FIAMBRE COM OVOS
OMELLETE SOUFFLE'
OMELLETE SIMPLES
OVOS MEXIDOS
118
•rg
w
CLASSIFICAÇÃO DA CARNE
E SEU EMPREGO
\ • .Li-- ; - f - :feT
-- *» '
BOI
119
12-Pá - Para carne sal- 18-Colchão molle - Para gui-
gada e assados zados e sopas.
de panella.
19-Colchão duro - Para bife
13-Pá - Para sopas.
rolado, extracto
14-CaneUa - Para sopas.
de carne e caldos
15-Lombo - (Incluindo filé e
contra-filé) pe- 20-Perna - Para sopas e es-
daço especial. tufados.
16-Fralda - (Flanco) para bi- 21-Rabada - Para sopas e co-
fe enrolado, gre- sidos.
lhados, cosido,
carne salgada. 22-Patinho - Para assados e
17-Alcatra - Para assados e bifes.
bifes. 23-Mocotó - Para geléas
CARNEIRO
120
CARNES
MANEIRAS DE PREPARAR FIAMBRE OU PRESUNTO
PARA FRITAR
PARA COSINHAR
PARA GRELHAR
PARA ASSAR
GRELHADOS
:<ss
121
FRIGIR
COSIDOS E ENSOPADOS
122
m u i t o q u e n t e ; p o n h a n o forno a carne e deixe assar durante o t e m -
po estipulado (seja m e i a hora) conforme o t a m a n h o . Pode occupar-
se n o u t r o trabalho e n o t e m p o marcado o seu roast beef ficará prornp-
t o com u m a bonita cor, b e m s u m a r e n t o porque foi u n t a d o constan-
t e m e n t e , durante t o d o o t e m p o , pelo sebo. Retire o assado da panel-
la, despeje a gordura n u m a tijella e faça u m m o l h o ao fogo. Pode-
se accrescentar á carne q u a n d o assar, m a i s o u m e n o s meia dúzia de
batatas descascadas ; ficarão excellentes e promptas j u n t a m e n t e com
o roast-beef. Quando retirar o roast-beef, ponha-as e m volta.
ASSADO DE PANELLA
&-
123
dellas, cosinhe j u n t o durante 20 m i n u t o s ; p o n h a t u d o n u m prato
de forno com a l g u m a s fatias de ovos duros por c i m a e cubra c o m u m a
camada de massa c o m m u m ; asse durante 15 a 20 m i n u t o s e m for-
n o b e m quente ; todas as tortas de carne vermelhas podem-se pre-
parar pelo m e s m o processo.
CARNE SALGADA
124
LÍNGUA COSIDA
PUDDING DE VITELLA
125
farinha de trigo para absorvel-a e mexa ao fogo até aloirar ; accrescen-
t e pouco a pouco água q u e n t e para fazer u m m o l h o espesso ; t e m p e -
re e deixe ferver u m m i n u t o ; sirva separadamente.
DO CENTRO
PRESUNTO COSIDO
PERNIL
126
ASSADO
127
S?£ ISP
PEIXES E MARISCOS
PEIXE FRITO
PEIXE GRELHADO
SALMÃO COSIDO
MOLHO DE CREME
128
Peixes e Mariscos
CROQUETTES DE PEIXE
OSTRAS FRITAS
CASQUINHOS DE CARANGUEIJOS
CREME DE CARANGUEIJO
a, -a
129
SP2
Peixes e Mariscos
CREME DE LAGOSTA
130
!*;•-•**«**«*•*•***• l[W ^p t ip WWI -wir.i-w i " » - w w i i . ••.<,•• <g
Peixes e Mariscos
OSTRAS COSIDAS
FRITURA DE HANGTOWN
OSTRAS NA CONCHA
OSTRAS ASSADAS
131
CROQUETTES DE BACALHA'0
132
S9-
SUGGESTÕES DIATETICAS
-<£
133
Suggestões Diateticas
FRUCTAS
CARNES
PEIXES
MISCELLANEAS
VEGETAES
BEBIDAS
SOBREMESAS
134
Suggestões Diateticas
SOPAS
PEIXES
CARNES
VEGETAES
MISCELLANEAS
BEBIDAS
SOBREMESAS
135
O VALOR DA B E L L E Z A
E' preciso usar o "maquillage" com prudência para conseguir
u m resultado que não seja opposto áquelle que se almeja.
Para u m a mulher poucas alegrias são comparáveis a de ser bella
e ouvir elogiar a sua belleza ; sem chegar tão longe quanto Musset
que disse : "Or Ia beauté c'est tout, Platon Ia dit lui-même, La beauté
sur Ia terre est Ia chose suprême", é evidente que ser bella ou tornar-
se, representa u m ideal que todas as mulheres desejariam poder at-
tingir. O que não fariam para chegar a esse fim ?
O "maquillage", habilmente empregado, pode melhorar mui-
to, se não transformar u m rosto, mas para isso precisamos usal-o com
medida, levar em conta mil coisas, o gênero dè vida que levamos, a
época na qual evoluímos ; seria tão surprehendente na actualidade
ver u m a mulher caminhar apressadamente nas ruas com crinolina
como vel-a plantar no alto da cabeça u m a cabelleira empoada ou col-
lar moscas de velludo preto sobre o rosto empoado de branco e cor de rosa.
A vida moderna activa, estonteante, na qual os sports occupam
u m a grande parte, requer "toilettes" praticas e u m "maquillage" leve.
Não ha nada mais horrível que u m rosto"1 onde o pó, o "rouge" e o
"crayon" attrahem a attenção e chocam a vista. A arte do "maquil-
lage" é mais difficil do que se suppõe á primeira vista, já não me refiro
ao "maquillage" para o theatro mas ao da cidade que exige u m cui-
dado meticuloso, muita medida, ou antes, sciencia. Nesse caso, com-
prehende-se que não se trata de transformar a physionomia ou mudar-
lhe a expressão por meio de artificio mais ou menos sábios mas de
remediar as imperfeições e de pôr em evidencia as partes mais bonitas.
O ponto inicial, portanto, é conhecer-se bem. Para agir bem é
preciso agir com conhecimento de causa senão ha o risco de ir de en-
contro ao necessário e obter u m resultado opposto ao desejado.
A tendência actual em todos os tratamentos do rosto e cuidados
da pelle, é trabalhar de accordo com a natureza e não em opposição,
corrigir os defeitos e não dissimulal-os, dando-se o mesmo com o
"maquillage" cujo fim é fazer realçar a belleza natural da pelle e
da cor e não mascaral-os.
O "maquillage" já é portanto, u m a arte mais subtil do que no
tempo em que consistia somente na applicação de pó e "rouge" em
abundância. Cada rosto t e m as suas regras especiaes, assim como
cada silhueta tem talhes de vestido que mais lhe convém e cada mu-
lher deve, ou antes, deveria ser penteada conforme o seu typo e não
segundo a moda.
A forma e as proporções do rosto e das linhas, a cor da pelle, a perso-
nalidade, a hora do dia, a cor do vestido, tudo isso se deve levar em conta.
Geralmente procura-se combinar o tom do vestido com o do " m a n t e a u "
e do chapéo, esquecendo, entretanto, de observar se o pó que se ap-
136
D?;
O Valor da Belleza
SdS
137
:<s
O Valor da Belleza
O"ROUGE"
133
te
O Valor da Belleza
O PO' DE ARROZ
OS LÁBIOS
OS OLHOS
&. :<ss
139
O Valor da Belleza
140
A NOCIVIDADE DA MOSCA d u r a n t e os três meses de sua vida,
num clima tropical como o nosso.
(E. R.)
Asseiar-se — isso o que faz a mosca
A mosca é o mais nocivo dos in- nas horas vagas. E é então que ella
sectos, dizem os hygienistas. se torna m a i s perigosa. Esteja onde
E é. estiver, põe-se a escovar as azas com
Vivendo em nossas casas, em in- as patas, a esfregar a tromba com as
timo contacto comnosco, ella não r e - mãos, a socodir a poeira do corpo —
siste á attracção dos logares m a l chei- deitando fora de si milhões e milhões
rosos e nelles vae buscar, constante- de micróbios infectantes.
mente, milhões e milhSes de micró-
Estão vendo os leitores como é
bios prejudiciaes, com que nos p r e -
perigoso esse animalzinho?
senteia.
Por isso, a h u m a n i d a d e devia te-
mel-a e odial-a, como o faz ás pró-
p r i a s epidemias. P a r a ella, n e n h u m a
Conhece o leitor o cyclo vital da
piedade se justifica, porque r a r a é
mosca? esse insecto nojento que nos
a moléstia infectuosa de que não possa
causa tantos malefícios?
ser a transmissora.
Não conhece, não é ? : pois vamos
Fugir á mosca é u m dever de resumil-o aqui.
quem preza a p r ó p r i a vida e quer, A mosca deita seus ovos — 100 a
por isso, defender a sua saúde. 150 cada vez — na estrumeira ou no
Mas não devemos somente fugir j a r d i m . Oito a dez horas depois, el-
á mosca, evitando que contamine os les se rompem, dando sahida ás l a r -
nossos alimentos; precisamos, t a m b é m , vas. Uma semana e estas se acham
combatel-a, exterminando-a. em seu completo desenvolvimento, n u -
Todos nós devemos pois, aprender tridas que foram com os detritos das
os conselhos hygienicos que nos en- immundicies onde germinaram. O seu
sinam evitar o contacto com esse ter- comprimento attinge, nessa phase, 6 a
rível insecto, ao mesmo tempo que 7 millimetros.
lançar mão de todos os meios recom- Dá-se então u m a m u d a n ç a : a larva
mendaveis p a r a matal-o. troca a roupagem e é u m a crysalida
A vida da mosca pode resumir-se de fatiota escura.
em três coisas: comer, procrear e a s - Três dias depois, nova transfor-
seiar-se. mação: apparecem as azas e » crysa-
Comer — eis o que leva a mosca lida, j á convertida em mosca, sáe es-
a todos os logares, desde o guarda- voaçando dos exgotos p a r a os pratos
comidas pintadinho de branco até o de doce, sacudindo por toda a p a r t e
m a i s i m m u n d o dos monturos. A mos- onde passe os milhões e milhões de
ca segue a orientação do olfacto: este germens que transporta nas patas, n a
é que conduz aos cantos malsãos, on- tromba, nas azas, no corpo todo.
de poluíam as baterias mais perigo- Três meses depois, mais ou menos
sas e depois attráe aos pratos dos nos- está morta a mosca. Mas então ella
sos mais deliciosos manjares. j á deixou n a t e r r a seis a oito posturas
Procrear — esse é u m papel que de 100 a 150 ovos!
lhe cabe como aos demais seres, m a s
p a r a ella em proporções assustadoras.
Cada postura da mosca, feita preferi-
velmente n u m canteiro de j a r d i m ou Como nos devemos proteger con-
n u m a estrumeira, comprehende de 100 t r a as moscas?
a 150 ovos. E são em n u m e r o de 6 Comecemos por guardar os a u m e n -
a 8 as posturas que ella pode fazer tos ao abrigo do contacto com ellas,
iáS
141
SP,
Í<S3
142
P:
Prescripções Hygienicas
143
2.o Remover ou enterrar todas as jacarés, cobras ou outros bichos gran-
latas velhas, cacos de garrafas, des, porque se assim fosse, teríamos
pneumaticos velhos e quaesquer então o cuidado de os separar p a r a
outros recipientes inúteis. que não nos engasgassem I Infeliz-
mente, também;, não nascemos com o
3.0 — Manter as calhas dos telhados
poder de visão capaz de divulgarmos
perfeitamente limpas e conser-
á simples vista, esses innumeros b i -
val-as de m a n e i r a que á água
chinhos que, justamente por não se-
ahi não fique estagnada.
r e m do t a m a n h o de elephantes, es-
4.» — Deitar kerozene nos ralos e quecemo-nos, ou melhor, não ligamos
privadas, systematicamente, de importância se os ingerimos ou não em
8 em 8 dias. grande q u a n t i d a d e !
5.0 — Suprimir do perímetro urbano
e das proximidades das h a b i t a - Mas o homem é incançavel; elle
ções, os capinzaes, b a m b u a e s , t r a b a l h a sem outro fito de d a r cabo
bananeiras, e t c , que muito fa- dos males. Com estes não nos acos-
vorecem a formação de focos tumamos nunca o só desejamos o b e m !
de mosquitos. O microscópio foi t a m b é m descoberto
p a r a nos revelar o micróbio! Honre-
C.° — Manter os j a r d i n s , pateos, mos, portanto, aqui, u m gênio do b e m :
quintaes e terrenos livres de
"PASTEUR".
vegetação alta e densa que fre-
qüentemente encobre focos de As terríveis machinas de guerra,
mosquitos. que só m a l nos trouxeram, não foram
7.° —• Drenar ou a t e r r a r todas as col- e não são combatidas pelo povo? Não
lecções de água estagnada; Si são os micróbios terríveis elementos
•isso não fôr possivel, m a n t e r os contra o povo? Então combatamos es-
cursos d'agua, inclusive as suas ses m a u s elementos com os processos,
margens, destituídas de vegeta- aliás simples, que a sciencia moderna
ção e lixo c d e r r a m a r , semanal- nos ensina! Porque o povo de agora
mente, kerozene n a superfície acceita com júbilo quaesquer desco-
da água. bertas scientificas que venham mino-
r a r os seus soffrimentos? E' porque,
agora, elle vae comprehendendo que
OS MICRÓBIOS DA ÁGUA se não se acautelar se definhará por
completo e será o culpado da de-
(C. M.) pauperação da r a ç a !
Sempre que seja u m conselho, não
E' crime ignorar-se que na água nos devemos furtar de acatal-o, pois
t a m b é m proliferam os mais terríveis quem dá u m conselho é porque estu-
germens do m a l ! dou a causa ou porque t e m expe-
Devemos ter mais cuidado com a riência própria.
água n a t u r a l que bebemos. Esse cui-
dado não está merecendo a attenção O objectivo de.ste livro é o de
devida do nosso povo, se bem que o aconselhar o que seja útil e eis a r a -
Serviço Sanitário, com os seus gran- zão de escrevermos este artigo, fa-
des cartazes illustrados, expõe cla- zendo coro com o que acertadamente
ramente os terríveis males que po- apregoa o Serviço Sanitário. Elle
dem advir pelo pouco caso em não aconselha fazer ferver a água e depois
attenderem a todas recommendações! filtral-a. Pois façamos isso, n a d a nos
custa e temos assim garantida a saúde
E' sempre mais fácil ir-se á u m a
c portanto, a felicidade de nossa fa-
bica commum e mesmo nas mãos (as
mília.
vezes sem as lavar) tomar uns bons
goles de á g u a ! ! Além disso, com essa Existe por ahi u m a variedade de
mesma água que se nos apresenta filtros e todos elles tem a sua effi-
clara e bonita, não sahem elephantes, cacia, requerendo apenas, como tudo,
144
o unlco trabalho da limpeza, que de- nar-se mais enérgicos. Os dentes de-
vemos incluir nos cuidados diários de vem-se sempre separar um dos outros,
nossa casa. podendo-se conseguir este resultado
com a ajuda de um palito ou de um
fio de seda, devendo haver sempre o
A HYGIENE DA BOCCA máximo cuidado em não lhes deixar
ficar restos de comida. Logo que ap-
N'uma grande universidade in-
parece a mais insignificante carie, de-
gleza inscreveram no programma para ve ser tratada immediatamente.
os alumnos a obrigação de tratarem e
lavarem os dentes. Pode-se luetar e defendel-os con-
Este é com effeito, um uso muito tra o tartaro com o emprego quoti-
descurado entre a mocidade ignorante diano d'um bom dentifricio e de uma
e os pães desleixados. Esta ordem escova rija.
não representa uma coquetterie mais As escovas devem estar sempre
ou menos louvável, mas uma questão collocadas para cima porque d'esta
importante para a saúde. Sem den- forma seccam com maior facilidade.
tes não se pode mastigar conveniente- Ha uma grande variedade de den-
mente os alimentos, soffrendo o estô- tifricios. Alguns gosam de uma velha
mago em seguida, e desconcertando-se reputação, garantia segura dos seus
por conseqüência todo o organismo méritos.
humano.
Todavia as preparações sapona-
Além d i s t o não se perdem os
ceas são as que estão mais em voga
dentes com a mesma facilidade com
presentemente. Sem contestação, são
que a árvore perde os seus fructos.
convenientes, econômicas e boas. To-
A maior parte das vezes só caem de-
dos os médicos as recommenaam ca-
pois de terem causado dores intolerá-
lorosamente, sobretudo aquellas que
veis. Formam-se abcessos que des-
têem por base a hortelã.
figuram, nevralgias faciaes, dores de
ouvidos, que quasi sempre não têem A hortelã, que foi sempre recon-
outra causa senão uma carie traidora. hecida bôa, tônica, purificadora, cal-
Para evitar estes desastres é pre- mante, gosa de um grande suecesso
ciso, primeiro que tudo, que o estado sob todas as suas fôrmas.
geral seja bom. Uma constituição san, Na hygiene dentaria não terá nun-
um sangue puro, evitam complicações, ca rivaes. E' particularmente elogiada
heriostites e outros accidentes. para a frescura do hálito.
Localmente a bôcca deve ser trata- Quanto á arte do dentista tem-se
da. Desde a primeira dentição a
tornado prodigiosa.
creança deverá aprender a enxagual-a
logo depois das principaes refeições. Serram os dentes (não os arran-
Mais tarde, quando fôr mais crescida, cam) substituindo-os por outros mais
deve-se habituar a limpar os dentes, bellos que os da natureza. Alongam
todas as manhãs, com uma escova; os dentes muito curtos com differen-
mas é preciso ter todo o cuidado em tes apparelhos. Os dentes mais irre-
não descollar as gengivas de forma gulares podem ser alinhados. As den-
alguma, o que é sempre prejudicial. taduras, graças ao pont americano,
Poderá usar um dentifricio qual- podem ser invisiveis.
quer dos mais approvados, mas, em E, por aqui adiante, seria um
doses moderadas. nunca acabar, se quizessemos deixar
A' medida que os annos vão aug- registados todos os modernos processos
mentando, os cuidados deverão tor- dos dentistas mais em evidencia.
DO CASAMENTO EUGENICO
DR. EDGARD BRAGA
146
2.°) — Determinar por meio tincto é a intelligencia bem
de inquéritos históricos as illuminada que substitue
proporções segundo as quaes "precavida e suavemente", no
as varias classes da socie- dizer do próprio Galton, a
dade concorreram para a po- acção lenta e impiedosa da
pulação das nações antigas natureza.
e modernas ;
Si todos houvessem a no-
3.°) — Determinar condi- ção exada desses princípios,
ções eugenicas colligindo da- quantos males não se evita-
dos capazes de mostrar como riam ás gerações futuras!
se avigoram mais freqüente- A civilização longe de amai-
mente, grandes famílias pro- nar a fogueira onde crepitam
gressistas ; os sentimentos selvagens do
4.°) — Estudar as influen- homem, mascarou-a, e por
cias que affectam o matri- baixo do rubro arcabouço,
atiça a brasa do egoísmo, e
mônio ;
da hypocrisia. Ninguém se
5°) — Apontar a impor- julga rêo; ninguém se pe-
tância nacional da eugenia, nitencia de culpas, e as ge-
mostrando o seu lado pra- rações se succedem cada vez
tico, tornando-o assumpto fa- mais combalidas, e persis-
miliar, fazendo-o entrar na tentes no erro. O exame me-
consciência geral, como se dico pre-nupcial visaria não
fora uma religião." só o aproveitamento do in-
Eis ahi, nessas poucas divíduo como o do fructo
linhas, razões que apoiam para o bem da espécie.
o exame medico pre-nupcial
Os caracteres e aptidões
como medida eugenica in-
adquiridas não são transmis-
discutível, principalmente en-
síveis aos filhos, é verdade.
tre nós, onde este assumpto
encontra impecilhos decorren- "Estes recebem o que já
tes de um sentimentalismo existia nos avós e apenas pas-
que é, ainda hoje, um dos sou pelos pães". O indiví-
maiores baluartes opposlos, duo que morre não desappa-
ás novas conquistas sociaes. rece totalmente. Transfor-
Parecerá absurdo o querer ma-se, e "algumas partí-
regular o coração humano, ou culas suas continuam a vi-
contel-o nos seus Ímpetos. O ver, gerações afora" A vida
amor é soberano, omnipoten- pôde ser comparada aquelles
te, dizem os poetas e philo- pyróphoros, sacerdotes gre-
sophos, e, cego, portanto á ra- gos que marchavam á frente
zão, mas não nos esqueçamos dos exércitos ostentando os
de que o melhor guia do ins- vasos onde ardia o fogo sa-
I
S-3
147
* grado. Se acaso caiam a dico prê-nupcial do ponto de
meio da refrega, outros bra- vista da avaliação da saúde
ços se erguiam a suster a seria, pois, excellente meio
chamma azulinea que repre- de selecção. Não cabe so-
sentava a continuidade do mente ao homem a grande
amor á família e á pátria. responsabilidade de erear fi-
As partículas do indivíduo, lhos incapazes, mas, sem du-
que não morrem, constituem vida, ás mulheres também ê
a substancia principal ou devida grande parcella, em
nuclear das cellulas reprodu- virtude desse mecanismo que
doras e tem o nome de ger- expuzemos. Nem todas as
mino plasma". O resto do entidades mórbidas são con-
indivíduo, o que desapparece traídas; muitas ha, e mais
ê o "so mate plasma"', subs- do que estas, as taras e des-
tancia que na vida, ê passí- vios do typo normal, são
vel ás influencias do meio. plasmadas no germe e pas-
Serve de esqueleto, em que sam de geração em geração,
pese a expressão, ao "germi- ungidas de mysterio.
noplasma". As modifica-
ções e influencia neste de- As gerações hodiernas do
senvolvidas, são as únicas ca- Brasil, felizmente, vão com-
pazes de se transmittir ás prehendendo melhor o seu
gerações. Assim sendo, qua- papel, e já não põem entra-
si nullo será o esforço ves ás questões que dizem
praticado no sentido de me- respeito á saúde geral. Pou-
lhorar a architetura "somá- co a pouco conseguiremos o
tica'. nosso fim, e quando esses al-
tos problemas occuparem o
E' impossível, porém, uma pensamento do legislador bra-
acção direda, sobre o germe, sileiro obrigado a se definir
e por isso, ao scientista com- por força da época e pela
petirá investigar os meios pe- necessidade de salvaguardar
los quaes possam ser melho- o nosso futuro de nação li-
radas as condições em que vre e poderosa aberta á co-
o "soma" evolve. Culiivar- biça de todos os povos, en-
se-á, por esta forma indire- tão a raça estará preparada
da, o germe, apurando-o. A para receber, sem revolta,
este processo chamaríamos os ensinamentos fecundos da
"selecção" O exame me- hygiene e da eugenia.
148
BREVIARIO DOS 20 ANNOS
— Vinte annos ! minha fi- que as abandonamos para o
lha : e hoje, pode-se dizer, passado : é quando deixamos
você termina mais uma pha- de ser creanças.
se da sua vida. — E o papaezinho me jul-
ga até agora uma creança ?. ..
— Sim, papaezinho, é pre-
— A i n d a vejo, querida, a se-
ciso iniciar outro capitulo dução de um viver irrespon-
da existência, que esse da mo- sável a arrastal-a, de vez em
çidade está acabado. quando, para o turbilhão dos
— Acabado, não ! protes- prazeres momentâneos. Não
tou o pae : elle continuará re- é uma censura : é próprio da
flectindo-se pelo futuro a den- sua edade. A irresponsabi-
tro, como uma herança que lidade é peculiar á creança e
deposite em tudo o lenitivo delia decorrem as irreflexões.
da alegria já experimentada, Em você estas ainda eviden-
senão o consolo de ter goza- ciam um espirito um pouco-
do muito. Continuará, por- chinho infantil; e você bem
que a alma bondosa e ale- sabe como são trahidoras—de
gre que você possue precisa si mesmas ou pela interpre-
não desapparecer para cobrir tação que lhes empresta o
de risos as agruras inevitá- povo. Cumpre tomar ten-
veis do destino, minorando o to, pois, para que os seus
seu amargor quando corações ados e as suas palavras não
amigos necessitem de consola- venham a ser tomadas em sen-
ção. A alegria, minha fi- tido outro que não o puro e
lidimo da sua intenção. Pre-
lha, com o ser apanágio da
vino-a da malícia e da mal-
mocidade, ê a chave do bem
dade humanas. Emqúanto
viver. E' preciso compreen-
menina, ^desculpavam-lhe tu-
de l-a, porém. Para você, tem-
do; quando moça, porém, e
se resumido, até aqui, em di-
ainda mais de agora em dian-
vertimentos, mas vae passando
te que ê tempo de mudar de
a época em que só nisso pro-
orientação na vida, nada ha-
cure vel-a. Buscando-a ain-
verá para justificar, no con-
da nas recreações, já é tem-
ceito publico, a menor ir re-
po de também encontral-a em flexão que commetter.
certos misteres, para os quaes
o seu espirito deve preparar- — Acha, pois, que ê tempo
se. As f utilidades da vida ca- de eu mudar de orien-
recem de um paradeiro e ha, tação ? • •
na existência, uma passagem — Sempre lhe disse, filhi-
mais ou menos precisa em nha, que até os vinte annos a
149
moça não deve pensar em dei- meza de quem se prepara pa-
xar a casa paterna. Não lhe ra um combate.
pedi, tantas vezes, que ape- Ella endireitou a fronte e
nas se limitasse a conhecer olhou serena. Foi o pae,
as pessoas de fora, procuran- desta vez, quem falou com os
do estudal-as, mas sem dis- olhos rasos dágua :
pensar a qualquer deltas at-
tenções que pudessem lembrar — E' tempo, sim ,de você
um affedo extemporâneo, pensar em casamento. Não
para, assim, quando chegas- digo que o queira para já.
se a occasião opportuna, ter Não : não espero que logo
elementos seguros com que fa- se vá de perto de mim. Quan-
zer a escolha do seu compa- do Lhe lembro que pense em
nheiro de sorte ? casamento, não me refiro á
cerimonia do contrato nu-
— Tenho sido obediente, não pcial, que é um momento,
ê ? papaezinho, e penso que mas quero alludir ao prepa-
agora já. posso cuidar da es- ro da sua pessoa para mu-
colha . .. dar esse passo decisivo da
— Sim : é tempo de pensar vida e poder manter-se con-
em casamento. E quem vae dignamente no logar em que
pensar em casamento preci- se puzer.
sa. . E accrescentou :
— . . ouvir uns conselhos. — Quem quer casar, filhi-
E ê isso o que lhe peço. nha, precisa saber ser mu-
— . .e o que lhe quero pro- lher, saber ser dona de casa
porcionar. e saber ser esposa.
150
9
a: m
151
que ella mesma sabe atten- te, todo o plano aconselhado
der ás necessidades. E atten- e, ao findar, volveu, num re-
de a ellas methodicamente, pois pente enérgico, para as fa-
ha-de se ter convencido das ces do pae, dizendo :
vantagens sem conta da or-
ganização de um lar em que — E depois ?. ..
impere a ordem e em que as — Falta, ainda, saber ser
praticas saudáveis entrem nos esposa. Requisito difficil, dos
hábitos quotidianos. Não ê mais difficeis, filhinha. E'
só fiscalizar a limpeza e o preciso, antes do mais, co-
asseio, ou fazel-os ; ê, tam- nhecer bem o marido, estu-
bém, olhar para a despensa, dando o seu gênio e os seus
sortindo-a convenientemen-
hábitos. E' questão primor-
te, sem exageros, de accordo
dial, para não haver mal-en-
com as leis de economia. Os
tendidos — raizes, tanta vez,
pequenos concertos, os forne-
do descalabro de um lar. Se-
cedores de todos os dias, — ê
nhora dos pendores do seu
preciso tratal-os, de si mes-
companheiro, fácil será agra-
ma, fazendo as reclamações
dal-o e evitar o que lhe cau-
necessárias, satisfazendo os
se contrariedades, mas sem
pagamentos, annotando as
chegar á submissão nos ca-
despesas. .. Isso é que ê
sos em que elle se ache
saber ser dona de casa. E
como conseguil-o ? — per- em erro. Nesses, intervirá
guntará você. com boas maneiras, tran-
sigindo um pouco de princi-
— Mais esse conselho, pa- pio, se preciso, para attin-
paezinho — sussurou ella em gir, mais tarde, a finalidade
tóm de supplica. visada. Se uma palavra ou
um acto delle for motivo de
— Peça â sua mãe que lhe dissabor, não deve ficar irri-
entregue por uma semana, tada, esbravejando, nem tam-
por um mês, a direcção da pouco calar, procurando es-
casa. E alongue O praso, si, conder a magua ; mas fal-
depois, ainda não se sentir o-á sciente do seu estado de
capaz de tomar conta da sua alma, apontando os motivos
própria. do aborrecimento, evidencian-
Ella ficou, olhares para- do a justiça da sua queixa,
dos, cabeça inclinada, bra- para que elle lhe reconheça
ços immoveis sobre o descan- razão e não torne a provocar
ço da cadeira, meditando nas o desagrado. Franqueza, mui-
palavras que acabava de ou- ta franqueza em tudo. E'
vir. Executou, mentalmen- condição essencial para que
152
B r e v i a r i o d o s 20 A n n o s
153
ALEITAMENTO NATURAL
SUA I M P O R T Â N C I A
&; "•«a
154
E o leite de vacca ? Como que suas roupas a constran-
custa para chegar ao seu des- gem ou porque está molhada.
tino e de que modo chega! Outras vezes a criança ma-
São as mãos sujas do orde- mou demais; sente-se mal
nhador que podem ahi espa- e chora. A mãe para acal-
lhar micróbios; são as vasi- mal-a dá-lhe de novo o seio
lhas mal lavadas que o trans- e assim, continuamente, pelo
portam; são as fervuras de- dia afora e pela noite a den-
masiadas ou outros proces- tro, até que chega um mo-
sos a que é submettido que mento em que toda a ordem,
lhe roubam certos princípios todo o regimen estão altera-
indispensáveis á vida da dos e a criança cáe doente
criança, quando não são as com perturbações gastro-in-
adulterações dos vendedores testinaes seguidas do seu corte-
que lhe misturam água, fari- jo desagradável de symptomas.
nhas e outros elementos noci- Outro quadro : a criança
vos, ou o vendem alterado. pode estar definhando á min-
Isto tudo apesar de toda a gua de leite sem que a mãe
vigilância dospoderes públicos. se dê conta desse jejum pro-
Já vêm que toda a vantagem longado que ella própria lhe
está do lado do leite materno. impõe. E' o caso de defi-
Entretanto o aleitamen- ciência láctea.
to materno precisa ser bem A mãe leva a criança ao
conduzido pois, do contrario, seio; julga que mamou a
a criança poderá ser supera- quantidade devida. Tal não
limentada ou alimentada de se dando, a criança vae se
menos. Infelizmente, nesse enfraquecendo. Fraca como
caso, o instindo das mães não ê não reclama com gritos, como
é um guia seguro ; a natu- faria um bebê robusto, uma
reza não lhe indica nem quan- ração mais de accordo com as
tas vezes ao dia deve levar suas necessidades orgânicas.
seu filho ao seio nem quan- Cada vez se enfraquece mais
to leite lhe deve dar. e, parallelamente, a deficiên-
Dahi o erro de muitas mães cia se accentua, acabando, o
em dar de mamar á criança seio, por se exgotar, donde
todas as vezes que chora jul- a insuficiência alimentar, de
gando sempre que o faz por- tão graves conseqüências.
que está com fome como si Contra esses males grandes,
não houvessem muitas e ou- o grande remédio : o relógio.
tras causas que lhe podem pro- Horas certas para mamar, as-
vocar o choro. sim como os adultos têm hora
A criança pode chorar por- certa para as refeições.
que tem sede ou frio ou calor Horas certas de modo a dei-
ou porque tem somno e não xar intervallosjrazoaveis entre
iia deixam dormir ou por- as mamadas para que uma se-
155
Aleitamento Natural. Sua Importância
156
S?f jq
A GORDURA E O CORAÇÃO
Um novo methodo de combater » Robin, um sábio conhecido em todo o
obesidade. mundo scientifico.
E' preciso somente attender a ne-
Tem-se escripto ultimamente bas- cessidade de diminuir na alimentação
tante acerca da obesidade e trabalhado as quantidades de sal ingeridas, visto a
muito p a r a a combater. difficuldade de eliminação d'esta subs-
No emtanto, a gordura excessiva tancia na espécie de doentes de que
t r i u m p h a em certos indivíduos de todos nos estamos occupando.
os regimcns hygienicos e até dos mais Eis os preceitos que devem ser se-
violentos exercícios, que m u i t a s vezes guidos regularmente:
vão alterar órgãos importantes, pro- A' primeira refeição (7 horas da
duzindo resultados talvez mais desas- m a n h ã ) : carne fria, sem gordura, ten-
trosos do que a própria obesidade. do o cuidado de não a salgar (60 á
Mas, de facto, é necessário atten- 100 g r . ) ; pão sem sal (10 gr.).
der-se não só aos inconvenientes imme- Ao meio d i a : carne assada ou bife
diatos do excesso do tecido adlposo, — na grelha, sem sal (60 á 100 gr.).
augmento inútil do peso, incommodo Devemos notar que não é conve-
de andar, faltas de ar, etc. — m a s ainda niente supprimir completamente o s a l ;
a esta doença de conseqüências sérias poderia sobrevir uma persistente falta
e que se chama vulgarmente gordura de appetite. Julgam os especialistas
sobre o coração. que se podem ingerir, sem inconve-
E' claro que nos dispensaremos aqui niente, 3 a 6 gr. de sal por dia.
de entrar em grandes considerações Os legumes verdes, cosidos em
scientificas, tratando de apresentar as água, sem manteiga nem outra gor-
noções mais vulgares que a este res- dura, são magníficos.
peito pudemos colher n'algumas r e - Considere-se, porém, que estes le-
vistas médicas que se estão occupando gumes quando privados de sal são
d'este importante assumpto. de absorpção difficil e, por isso, a maior
Ha vários typos da sobrecarga gor- parte d'este condimento auetorisado de-
durosa do coração, m a s salvo peque- verá ser guardado p a r a os legumes.
nas diffcrenças, todos affectam mais A esta refeição deverá juntar-se,
ou menos o mesmo quadro de cardio- ainda, 30 gr. de pão sem sal e cerca de
pathia arterial com dyspnea por vezes duas chavenas de café fraco, quente e
intensa e irregularidade continua de sem assucar, que deve beber-se lenta-
pulsações cardiacas. mente.
Somente u m a característica diffe- A's 4 horas tomar-se-ha uma cha-
rencial muito importante distingue vena de chá sem assucar; ás 7 horas,
estas ultimas doenças da sobrecarga dois ovos sem sal, legumes verdes co-
gordurosa do coração. sidos, á vontade, e trinta g r a m m a s
Ao contrario das cardiopathias ar- de pão.
térias, que deixam sempre algumas Os doentes emmagrecem, em m é -
perturbações atraz de si, as sobrecar- dia, 300 g r a m m a s por dia, conservan-
gas gordurosas do coração são suscep- do-se sempre bem dispostos. Ainda que
tíveis de curas completas. Basta p a r a Maurel calcula que as perdas de peso
isso emmagrecer os doentes. não devem exceder 100 a 125 g r a m m a s
E' esta a opinião de u m distincto diárias, Huchard affirma que tem ob-
professor e notável especialista, o dr. tido perdas muito maiores sem o m e -
H. Huchard. nor inconveniente.
P a r a conseguir este resultado em- Como este regimen não contém lí-
prega-se com toda a vantagem o sys- quidos em sufficiente quantidade, de-
tema de tratamento preconisado por M. ve haver o cuidado, p a r a favorecer a
157
A Gordura e o Coração
NOBRE CAMPANHA
Quando lia pouco, em todo o Paiz, cessidade physiologica e, digamos, até
foi celebrada a semana anti-alcoolica, mesmo psychica. Longe iríamos, se
ninguém poude deixar de reconhecer quizessemos entrar em apreciações
que se tratava de um problema social desta ordem.
da mais alta monta. Porém, se metade dos recursos e
Bem a n d a r a m as instituições de en- das energias que se gastam no com-
sino, apoiadas pelas altas auctoridades bate ás potagens tóxicas e nocivas,
nacionaes, em dar o relevo a esse m o - fosse empregada na propaganda das
vimento, chamando a attenção da in- bebidas saudáveis e reconstituintes, o
fância e da mocidade das escolas, p a r a problema do alcoolismo estaria em vias
os males terríveis, occasionados pelas de vantajosa solução.
bebidas tóxicas.
Se todos conhecessem a virtude
E o caminho que t o m a r a m foi o sedativa e tonificante de u m a bebida
mais acertado. Males dessa natureza ideal, com o emprego de u m a pro-
não podem ser absolutamente banidos paganda inteligente, a policia não te-
pela mera acção dos governos. O povo r i a tantos casos tetricos a t r a t a r ,
é que deve ser primeiro esclarecido. A m u i t a s mães e criancinhas levariam
opinião publica deve ser formada, antes vidas menos penosas, e poderia a Pá-
que o Estado possa tomar qualquer me- tria, também, contar com u m n u -
dida de real valor e efficacia. mero elevado de cidadãos validos e
prestantes.
Há, porem, na questão, um aspecto
que não deve jamais ser olvidado. E' Tenhamos sempre á mão, p a r a
que um m a u habito só pode ser de offerecer aos nossos visitantes, algum
todo removido com a sua substituição agrado, mas que a nenhum delles cons-
por outro que não tenha a mesma na- tranja, que a nenhum delles moleste,
tureza. Há na espécie h u m a n a o que, e que não exponha n e n h u m delles ao
em sentido geral e profundo, se chama gesto desagradável e destoante de u m a
o horror ao vácuo. E o uso de bebidas recusa. Nisto deve antecipadamente
não pode ser assim cortado a golpes de pensar todo o chefe de família e toda
violência. E' que ellas representam, de a dona de casa que deseja mostrar-se
alguma sorte, a satisfação de uma n e - amável e distineta.
158
Vi.
s»
G U E R R A AO BEIJO ?!
Os homens de sciencla estão cada portar a gente de graça aos q u i n t o s . . .
vez mais insuportáveis! andares.
Uns quantos vasculhadores dos se- O rol de exquisitices a que o homem
gredos e intimidades da natureza re- se subjuga a titulo de amoldar-se á
solveram agora, nada mais nada me- sciencia no traje, na alimentação e em
nos, do que abandonar a tranqüilidade tantas outras coisas, levaria longe.
dos seus laboratórios e dedicar-se, com
unhas e dentes, que alma não teem Tudo isso, porém, se soffria com
aquelles bisbilhoteiros, á cruzada sem certa resignação. Ficava-nos a idéia
tréguas, contra o uso ancestral d o . . . que em seguida a uma indisposição do
beijo! estômago, » um resfriamento, na hora
da m o r t e . . . scientifica podíamos des-
Vão lá depois dizer que só a igno- pedir-nos dos entes queridos legando-
rância é mãe do atrevimento! Esta re- lhes a nossa alma n'essa forma que
solução alarmou, como era n a t u r a l o parecia eterna: o beijo!
bello e frágil sexo da poética Albion e,
Mas o h ! desillusãol Quando o ho-
uma vez na vida, todas as mulheres do
mem ia desempenhando esse papel de
Reino-Unido e de todos os outros reinos
m a r t y r , com heróica resignação, o
estão de accordo p a r a adherir á opi-
verdugo, o carrasco, o aterrador vem
nião de Brunetiére no que se refere ao
de chofre e prohibe ao paciente o mais
descalabro da sua sciencia.
consolador e adorável movimento dos
0 caso, porém, não passará cm j u l - lábios d ' u m a m u l h e r : o beijo! E quem
gado e u m a agitação extraordinária sabe até se mais tarde o próprio sor-
camcça j á a oppôr-se resistentemente riso !
ao scientifico de decreto beijicida.
Xo emtanto não ha mal que não
D* esta vez é que os homens de venha por bem, diz o aphorismo. E,
sciencia t ê m de recolher a fala ao ainda n'isto, a sabedoria das nações
b u c h o ! Lá com os homens vão elles não desacerta.
bem, porque a sua n a t u r a l indiffe-
O facto, cujo aspecto principal e
rença lhe tem permittido toda a espé-
tenebroso, t e m u m lado que a todos
cie de abuso e atropelo.
nós convém observar e, é que, uma
Mas agora a questão azeda-se! luz intensa converge n'este momento
A pretexto de hygiene o gênero bár- para esses espíritos melancólicos, aplee-
b a r o consentiu que lhe mettessem ás nicos das mulheres inglezas, que os
ventas u m escarrador monumental e - meridionaes consideram as eternas es-
asqueroso no barbeiro, na sala do tatuetas de gelo, sem m a i s estremeci-
restaurant e em tantos outros logares mentos de que essas lendárias visões
dos castellos d i Escossia.
a cuja esthetica faltava aquelle esta-
fermo. A attitude d'ellas prova que sem
coração só existe.. . o homem de
A pretexto de hygiene t a m b é m a m - sciencia.
bos os sexos se extenuam subindo mon-
tanhas, percorrendo estradas batidas de Ao ser pronunciada a palavra de
sol e acceitando scientificamente essas extermínio, o sexo fraco redobrou, t r i -
dores de cabeça, provenientes de ex- plicou de força, e, consta que, n'estes
cessivos calores, quando as carruagens últimos dias, muitos dos que, de lon-
b a i x a m os preços da tabeliã e j á os ge, porfiavam, j á receberam avultado
auto-omnibus se encarregam de t r a n s - numero de ambicionados beijos e p a -
159
G u e r r a ao Beijo?!
160
B?E
H I S T O R I A DA L A G R I M A
161
onde já se lhe feriram os pés logo ao raros e ephemeros. Só de t a r d e em t a r d e
dar os primeiros passos. os cherubins sacodem sobre nós suas
lúcidas azas, sempre m e r g u l h a d a s n a
A segunda lagrima é a do amor. Umas
vezes ardente como u m a entranhada essência do supremo Bem.
paixão, outras a m a r g a como o a p a r t a - São lagrimas que não b r o t a m de
mento, outras envenenada como o ciú- nascente, como b r o t a m as que os nos-
me, por vezes fria como a desillusão; sos males distillam. . . seccam de
quem poderá colligir todas as fôrmas prompto, qual nuvem ligeira que passa,
da sua linguagem complexa, todos ós e que por accidente deixou escapar
matizes d'esse iris m y s t e r i o s o ? . . . tênue orvalho sobre u m solo árido e
A lagrima do amor t e m todos os caliginoso.
sabores, desde o suavíssimo gosto de
Ha ainda u m a q u a r t a l a g r i m a , que
u m a p u r a gotta d'ambrosia, que lhe
ora d i m a n a esquiva e resignada sobre
dá a posse e o goso do objecto estre-
a maxilla descorada, ora se despenha
mecido, até ao travo repulsivo do a b -
caudal férvida, impetuosa sobre a face
sintho, que lhe communica a dôr ve^
hemente, a esquivança inesperada e entumecida; é a da s a u d a d e ! . . . Como
aquelle inferno d a ausência! Golfa ás definir e historiar todo o teu mysterio
vezes dos olhos, como sangue a b u n d a n t e de amor, a t u a m u d a e pathethica ex-
de golpe profundo, e a lagrima é san- pressão, e essa antithese de affectos,
gue que brota do improbo a m o r ; r e - que em ti se fundem e se h a r m o n i s a m ,
queima e consome, qual lava de vulcão, ó pranto melancólico da s a u d a d e ? . . .
e a lagrima é lava encandescente, a r r e - E's mais sublime que todos os p r i m o -
messada lá de dentro pela explosão do res plásticos de Raphael, de Ticianò, ou
ciúme. O' lagrima do a m o r ! . . . que de Vandick; tens a suave e divina
condensas em ti metade da historia da tristeza das Virgens da antiga Escócia;
humanidade, que conténs na t u a exigua és mais bello que u m canto inspirado
esphera u m m u n d o i n t e i r o ! . . . de Ossian, repetido pelos eccos d a gru-
ta harmoniosa de Fingal. — Mas por-
Ha em ti u m gênio irrecusável,- que t r a v a s tão acremente, ao inunda-
quando te não vaes perder e sumir no res-me os lábios? Responde. "A ausên-
tremedal das paixões ignóbeis; quando cia é i r m ã da m o r t e ; o seu travo não
te elevas até ao ideal, e deslisas serena pode deixar de ser semelhante"-
sobre o rosto iluminado do Dante, con-
templando em visão sublime a imagem E porque te acho eu n'esse a m a r -
p u r a d a sua Beatriz; m a s quantas ve- gor intolerável u m gosto amenissimo,
zes não és vã e louca, ó lagrima a b r a - que me t r a n s p o r t a ? " E ' porque a sau-
sada do amor ! . . . dade a r r e m e d a a presença, é o cor-
A terceira é a do júbilo. T a m b é m rectivo da distancia encontrado pela
de prazer se chora, também, o pranto affeição vehemente, o balsamo conso-
sorri. lador, que sahe, p a r a cural-a, da mes-
m a ferida que verte o pus da sole-3
A expressão da mais dilacerante dade".
m a g u a identifica-se no homem com a
expressão da mais expansiva e deli- Algumas linhas negras. Historiemos
ciosa alegria; os affectos extremos to- a largos traços a lagrima funerea, a
cam-se nas suas manifestações. lagrima desoladora e impiedosa, a la-
grima da m o r t e ! Parece ter sido crea-
Ha momentos e m que o júbilo se
da sobretudo p a r a symbolisar e c a r p i r
remonta até ao extasis, e em que toda
o passamento.
a vitalidade da alma se suspende, e
logo depois se esvae n ' u m a lagrima de E' a nota plangente da h a r p a dos
v e n t u r a ; por isso o prazer mata como affectos, é a nénia da natureza, elo-
o soffrimento. Mas esses momentos são qüente em seu tocante laconismo.
162
Encerra ás vezes u m a virtude cor- As lagrimas da celebre peccadora
rosiva, que devora a existência: não do Evangelho, acrisoladas por uma in-
rescalda, gela, petrifica! tima contricção, p ungidas pelo amor
Serrielha a gotta crystallina e fria nascente e sobrehumano, essas lagri-
que r e s s u m b r a dos interstícios do m a s que lhe foram baptismo de r e -
penhasco, debruçado sobre o m a r , ou dempção, c iman das complacencias
que deriva do alto da crypta subter- " de Jesus, teem sido saudadas com
rânea, para solidificar-se em estalac- religioso culto pelas gerações de vin-
tite, te séculos, e serão eternamente o
emblema, a consagração da h u m a n a
Que é o homem, n'essas horas de fragilidade, purificando-se aos pés da
indefinivcl espasmo, senão um rochedo cruz, nas mysticas águas de um a r r e -
inerte? e a lagrima senão a estalactite pendimento christão. D'entre todas
petrificada pelo frio gélido da morte, essas gottas d'aliua, que hemos des-
que irrompe dos olhos sobre o cadáver cripto, duas ha que os anjos da hu-
ainda morno do ente idolatrado, ou so- manidade recolhem em suas phialas
bre a leira recalcada da sua sepultura? de ouro, porque valem mais que o
— Assim estava de pé aos pés da cruz, universo ante Aquelle para quem na-
hirta, terrificada immovel, qual esta- da valem os nossos magníficos. .. na-
tua de granito, a divina Mãe do Re- d a s ; são as da innocencia e a do arre-
demptor com o olhar ennublado, fixo pendimento.
no Corpo inanimado do F i l h o : deixan-
do cahir a flux pelo rosto a lagrima Ao passo que todas as lagrimas
mais triste, mais justa, e mais santa tendem pelo seu próprio peso para a
que jamais distillou u m a cruel d ô r ; a terra, que é seu o centro, tendem
que pranteou a morte de u m Homem estas p a r a o seu centro superior, que
Deus. — Negro é o oceano n'essas al- é Deus.
turas que não é dado á sonda medir,
Parece que cahem e se embebem
negro é o céo na hora terrível e sinistra
no solo; e vão ao contrario perder-se
da tempestade, negro o abysmo por
no seio do infinito, onde vive como
onde nunca até hoje penetrou um raio
em seu foco, tudo quanto contém em
de luz, m a s . . . ainda mais negra é a
si um ideal eterno de verdade. —
lagrima do p e n s a m e n t o ! . . . Quem nunca
O h ! quanto não vales, quanto não
lhe provara o t r a v o !
pesas, quanto não dizes, quanto não
Se pretendêramos n a r r a r a historia podes, prodigiosa lagrima do a r r e -
completa da lagrima, descreveríamos pendimento !. . . O que vales ? o su-
nindn a da vingança, a do despeito, a premo perdão que rehabilita.
da cólera, a da piedade, a do enterne-
0 que pesas? o céo que prendes
cimento, a da gratidão. De intenção o
a ti.
omittimos, porque j á longas vão estas
linhas que temos deitado ao papel, sob 0 que dizes? fallas mais alto, és
o influxo de u m a elevada estima. u m hymno que eccoa mais deliciosa-
mente nas regiões do invisivel que o
A ultima lagrima é a do arrepen-
arrojado lyrismo do Poeta-Rei, pas-
dimento, quasi sempre serodia porém
sando atravez das cordas da sua h a r -
de subido preço: a mais grave, e a
pa immortal. O que podes? a h ! e
mais peregrina entre as suas i r m ã s .
que poder não é o teu, se convertes
O chão memorável da J u d ê a não em ouro puro as fezes de u m coração
bebeu de todo o pranto sentidissimo de triturado pelas garras do remorso;
David, de Ezequias, de S. Pedro, e da se dás a transparência do crystal, o
Magdalena, que n'elle souberam diluir alvor immaculado d a neve, e a p u -
passadas máculas. reza cerulea do firmamento a u m a
A historia eternisou-o em seus a n - consciência denegrida pelo c r i m e ? . . .
naes, a esthetica ainda hoje o eternisa
sobre a tela e sobre o m á r m o r e . (P. Senna Freitas)
163
FAÇAMOS NOSSA A
NOSSA CASA
POR A M É R I C O R. NETTO
DO CLUB DA IMPRENSA, DE SÃO PAULO
164
*%
Façamos Nossa a Nossa Casa
166
E como este, muitos outros casos tão feia, que se possuindo outras con-
de grandes paixões em que u "métier dições muito distinctas da belleza p h y -
de f e m m e " vence a belleza: Heloísa sica, se pode comprehender que
somente p a r a Abelardo era bella; Bea- tenha impressionado homens, taes co-
triz a ninguém mais do que a Dante mo Chopin, Alfredo de Musset e Júlio
encantou ao passo que o resto dos Sandeau.
homens nada viu n'ella digno de ser E' que a mulher deve ter talento
a m a d o ; L a u r a foi u m a de tantas, que p a r a comprehender o homem e gran-
unicamente a Petrarcha enamorou; e de satisfação p a r a serril-o depois de
Jorge Sand, a grande romancista, era comprehendido.
A PERFEIÇÃO
PORZEFERINO GALVÃO
DA ACADEMIA PERNAMBUCANA
167
A Perfeição
* 168
»= •B-Ç
A Perfeição
perfeição é essa, reduzindo-me á im- ainda. Assim como elle pode conservar
mobilidade dos d e f u n t o s ! . . . o ódio, porque não é o mesmo p a r a a
Tencionava proseguir nos argu- perpetuidade do amor?
mentos; mas, fui interrompido, ouvin-
— O ódio é satânico; o amor c
do passadas de alguém que se avizi-
divino. Este, p a r a não perder a essên-
nhava, porém, por traz, como as m u -
cia, desaggrega-se da matéria, volatili-
riçocas fcrroam. Olhei fixamente e re-
sa-se; do contrario, tornar-se-ia um
conheci o bem Gênio: apanhara-me de
surpresa, com receio talvez de que eu foco de impurezas. Aquelle, pelas con-
escapulisse. Pegou-me nas m ã o s ; ana- dições em que nasceu, não abandona o
lisou-as. . . correu a ponta dos dedos mundo c permanece infinito, como ele-
pelas rugas da minha fronte e sorriu mento de desordem. Quem ama pela
de l e v e . . . depois m u r m u r o u : carne, não tem elevação de espirito.
169
S?!
*<5S
170
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BRASILIANA DIGITAL
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