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O LIVRO DAS NOIVAS'
14

"O Livro das Noivas"


de
Receitas e Conselhos
Domésticos

S T E livro, inteiramente dedicado aos


noivos, é, não só um memorial commodo,
mas também um repositório de preciosas
informações para a vida do lar. Conse-
lhos hygienicos de mestres abalisados, receitas culi-
nárias absolutamente comprovadas, litteratura leve,
além de informações de grande utilidade e interes-
se, se reúnem n ' " 0 Livro das Noivas", criado espe-
cialmente para ser o agradável companheiro dos
nubentes e, portanto, da Família. No gênero, é
a única publicação entre nós, moldada, aliás, nos
melhores similares extrangeiros. Lançando-o no
mercado de livros, o editor acredita ter feito
obra meritoria em beneficio da Família Brasileira.
" O L I V R O DAS N O I V A S " , de ac-

côrdo com a Lei, acba-se de-


vidamente registrado, sendo,
por isso, reservados todos os di-
reitos de propriedade editorial

O EDITOR

CASTORINO MENDES

São Paulo, Julho de 1929.


P r i m e i r a E d i ç ã o
P" ;**3

ÍNDICE GERAL
APRESENTAÇÃO D E S T E LIVRO 3 INSTRUCÇOES ESPECIAES
D I R E I T O S A U T O R A E S e registros 4 Para r e m o v e r o a z i n h a v r e . 44
ÍNDICE. 5/8 Para l i m p a r facas d e aço . . . . 45
Limpeza dos utensílios de alumínio. 45
TABELLA D E P E S O S E M E D I D A S 9 L i m p e z a d o s o b j e c t o s de p r a t a 45
P R E S E N T E S D E CASAMENTO (Re-
COMO LIMPAR D I V E R S A S
gistro) 10 SUBSTANCIAS
REGISTRO DE CASAMENTO. 11
Alabastro . 46
O D I A D O CASAMENTO . 12/14 Chromos . . • 46
DIGESTIBILIDADE DOS ALI- M a n c h a s d e ferro . . 46
M a n c h a s d e vegetaeo n a s m ã o s . 46
MENTOS . 15/17 Vidros d a s j a n e l l a s 46
PAGINA DELICADA 18/24 Para l i m p a r p a p e l d a s p a r e d e s 46
Zinco 46
M a n c h a s n o aço . 46
ALIMENTAÇÃO . Gorduras n a s sedas . . . . 46
Nodoas d e gordura n o p a p e l d a s
A Cerveja . 25 paredes . 46
A Fructa 26 Esfregão para ó l e o . . 46
Para l i m p a r artigos de e s t a n h o . 46
A S A Ú D E D E CADA I N D I V Í D U O D E - Fazenda preta 46
P E N D E D E SI M E S M O . 27 Nodoas de f e r r u g e m o u t i n t a n o p a p e l
impermeável 46
EDUCAÇÃO Ferrugem . 46
Seda p r e t a . 47
O emprego do ammoniaco e m casa. 47
O s o m n o n a s creangas q u e e s t u d a m 28 C o m o se l a v a m b e m o s v e s t i d o s d e l a n 47
A preoccupagão sexual n o e n s i n o . 28 Para l i m p a r escovas d e cabello 47
BONS ALVITRES AOS RECEM- Vestidos d e sarja a z u l m a r i n h o . 47
Para l i m p a r m á r m o r e s 47
CASADOS. 29 Para tirar n o d o a s d e ó l e o o u gordura
dos tapetes . . . . 47
COMO DEVE SER POSTA A MESA O s vestidos d e l a n preta 48
Limpeza das camurças 48
A mesa de jantar. . . 30 Para r e m o v e r m a n c h a s 48
M a n e i r a de pôr a m e s a . 30 D e café o u chocolate 48
" C o u v e r t " i n d i v i d u a l para j a n t a r . 31 E s t e a r i n a d e cor 48
Decoragões d a m e s a 31 Fructa . . . . 48
32 Mancha de grama 48
M o d o s d e servir. 48
32 Gordura
O serviço 48
Decoragões especiaes. . . 34 Tinta
34 Q u e i m a d o d e ferro 48
Q u a n d o se a n n u n c i a r o j a n t a r . 48
O r d e m pela q u a l se d e v e m s e n t a r e Mucosidades . •
34 Óleo d e m a c h i n a 49
servir a s p e s s o a s á m e s a 49
Etiquetas da mesa 35 Leite
35 Suor . . . . 49
M a n e i r a correcta d e s e n t a r á m e s a . 49
Uso do guardanapo . 35 Manchas de mofo. . .
Garfo e faca 36 Manchas dos sapatos nas meias
36 brancas . 49
U s o d a colher • • 49
U s o da t i g e l l a para d e d o s *• 37 Chá d a í n d i a .
37 Vaselina 49
Conter l e n t o e silencioso 49
Accidentes á m e s a 38 Ovo . . .
Sorvete d e c r e m e 49
A l i m e n t o s q u e se c o m e m c o m o a u x i - 49
lio d o s d e d o s . . . . 38 Couro
39 Para tirar m a n c h a s d e p i n t u r a 49
A repetição d e u m prato 49
N o f i m d a refeição 40 I n g r e d i e n t e s d a salada
COISAS Ú T E I S . 50
CONSELHOS DOMÉSTICOS 41
SABEM ? Q U E 51
Panados • 52
OBSERVAÇÕES PARA A Processo para evitar q u e a m a n t e i g a ,
DONA D E CASA o a z e i t e e a gordura f i q u e m r a n -
çosos • 52
Cuidados com o chão assoalhado. 42
Cuidados com os oleados 43 RECEITAS - SANDWICHES
Limpeza de pinturas 43
Cuidados com as pias . . 43 D e ovo e m a y o n n a i s e . 53
Cuidados com as torneiras 43 Sandwiche Club. 53
s?

De q u e i j o ralado 53 PONTOS DO ASSUCAR


De q u e i j o s u i s s o 53
De queijo e nozes. 54 De pasta . . 72
D e r o a s t - b e e f frio . 54 De fio b r a n d o . 72
De queijo e presunto . 54 De fio. . 72
D e roast-beef q u e n t e 54 De voar . 72
De sardinha. 54 De quebrar . 72
De canella . . . 54
F a t i a s francezas. 55
A indiana. . 55 CALDAS PARA P U D D I N G S
De aspargos. 55
D e peixe 55 Espessa . . 73
De camarão . 55 De caramelo 73
De limão . . . 73
De laranja . . . . 73
PAO, B I S C O U T O S E B O L O S Para o p u d d i n g d o N a t a l . 73
Para tortas de amoras 74
Calda d e m o r a n g o s . 74
A l g u n s c o n s e l h o s sobre a s m a s s a s Molho de chocolate . 74
de farinhas . 56
P ã o de n o z e s . . . 57
Biscoutos de creme . 57 SOBREMESAS - DOCES
Pãesinhos pipocados 57 PUDDINGS - BALAS
Muffjns 58
G e n u i n e Parker H o u s e Rolls 58 Fudge. . . . . . 74
M i s t u r a para frituras . 58 Crystaes d i v i n a e s 75
B o l o s d e canella 58 Pinoche 75
B o l o d e noiva . 59 C r e m e escocez. 75
B o l o sol. . . . 59 Puxa-puxa . . . . 75
Bolo do diabo. 59
F i l h o doce . 60 Caramelos simples 75
Bolo de passas 60 Caramelo d e caco . 76
M e l rosado . . . 76
P ã o Irlandez 60 P u d d i n g d o lar . 76
Bolo de creme de caramelo . 60 P u d d i n g d e coco 76
B o l o d e Lady B a l t i m o r e . 61 Plum pudding 76
B r o w n s t o n e Cake . 61
Bolo de creme . 61 Pudding de ameixa . 77
Pudding de tamara . 77
Sonhos de Susy. . 62
Bolo e m camadas . 62 P u d d i n g d e arroz . . . 77
Bolo dos namorados 62 P u d d i n g dos recem-casados . 78
P u d d i n g d e graça . 78
Bolo de chocolate. 63 P u d d i n g d o lar c o m especiarias . 78
Torta de mocha 63
Caramelo . . . . 63 Pudding do Natal. 79
Recheio d e c a r a m e l o 64 Balas de nozes . . 79
M a n j a r diabólico 64 A m e i x a s recheiadas . 80
Bolo do Natal. . . 64 Delicias d e c h o c o l a t e 80
Sweets . . . 80
Bolo e n r o l l a d o 64
Bolo d e fructas . . 65 Pipoca C a n d y . . . . . . . 80
B o n b o n s d e c h o c o l a t e e coco 80
Creme d e c h o c o l a t e . 65
Bolo d e t a m a r a 65 Toffee d e a v e l ã s . 81
Laços d e a m o r 66 B a l a s d e ovos. 81
Bolo de mel . 66 F i g o s glaces . . . . 81
Bolo archanjo. 66 Bombocado art-nouveau. 81
Bolo esponja . . 67 Suspiro moreno. . 81
Bolo almofadinha . . . . 67 Creme c o m a m e i x a s . 82
Pasteis de creme de queijo . 67
P ã e s i n h o s escocezes . 68 TORTAS
Trevos . . . . 68
Pão de passas. 68 M a s s a para t o r t a s . . . 82
B o l o d e libra . 69 T o r t a d e coco deliciosa 82
B o l o d e figo . . . . . 69 Escoceza . . 82
T o r t a c o m geléa e fructas. 69 D e leite creme 83
De chocolate 83
De nozes . 83
RECHEIOS E GLACE'S De amoras . 83
De morangos . . 83
R e c h e i o d e chocolate 70 M a s s a doce p a r a t o r t a s . 84
Recheio de caramelo 70
Clace m o c h a 70 SORVETES - GELADOS
Glace cozida . . 71
Recheio de creme de maizena. 71 CARAPINHADAS
Glace para b o l o branco 71
M e r e n g u e s para e n f e i t a r t o r t a s e Sorvete d e l e i t e . . 84
bolos 71 De creme de baunilha 85
« ™ - « g - - - E g - - g !^*^^
*2

'
I n d ice G e r a l

Sorvete N e w - Y o r k . 85 Beringelas com creme. 101


De caramelo . . 85 Xuxu com queijo . 102
De chocolate 85 Xuxu empanado 102

11 De laranja
De limão
Carapinhada de limão e leite
. .
85
86
86
Risotto . 102

SALADA S
C a r a p i n h a d a de f r u c t a s . 86
C o n s e l h o s sobre s a l a d a s 102
GELE'AS Salada de gallinha . 103
Salada d e c a r a n g u e i j o . 103
Para preparar o s copos para geléas, 86 S a l a d a d e lagosta 103
P a r a fazer o sacco d e coar geléa. 87 Esparregado - s a l a d a . 103
I Para seccar o assucar . . 87 S a l a d a d e couve branca 104
Q u a n d o preparar a geléa . 87 Salada de batatas. 104
87 S a l a d a d e ovo. 104
G e l é a d e m o c o t ó d e vitella 87 S a l a d a d e espargos e s a l m ã o 104
G e l é a d e p é d e porco . . . . . 89 S a l a d a d e espinafre 104
Geléa de ovos recheiados e espargos. 89 Carangueijo & m o d a d e N e w b u r g . 105
Geléa de morango 90 Palmito á Paulista 105
Geléa de uva . . . 90 Salada japoneza de mariscos 105
Compota de ameixas . 90 Salada de macarrão. 105
Compota de marmelo 90 Salada d e t o m a t e s . . . . 106
Geléa de laranja . . . 90 A l g u m a s i d é a s sobre saladas 106
Geléa dos namorados . 91
Geléa de maçãs 91
Geléa de ameixas . 91 MOLHOS
Compota de ananaz. 91
Bananada 92 M o l h o branco . '. 107
M o l h o d e alcaparra . 107
Molho de tomates 107
AVES -- CAÇAS M o l h o d e salsa . 107
M o l h o Gaillarde . . . . 107
C o m o escolher a s aves 92 M o l h o i n g l e z d e m a n t e i g a derretida 108
Peru assado. 92 M o l h o para g a l l i n h a 108
Ganso assado . 93 Molho de lagosta . 108
Frango assado . 93 M o l h o francez 108
F r a n g o cosido . . 94 Mayonnaise 108
Fricassé d e f r a n g o 94 M o l h o d e laranja . 109
F r a n g o frito . . . . 94 Molho de creme 109
Croquettes de gallinha . 94 Molho bechamel 109
F r a n g o frito e m pedaços 95
P a s t e l ã o d e frango . 95
Pato selvagem . . . 95 PRATOS DIÁRIOS
Pato selvagem assado. 95
S a l a d a d e a m e i x a s para 2 p e s s o a s . 109
Pastelão de coelho • 95
Croquettes de queijo . . 109
Arroz c o m q u e i j o a m e r i c a n o 110
LEGUMES Delicias d e q u e i j o . . . 110
S o p a d e l e i t e cora aletria . 110
M a n e i r a d e c o s i n h a l - o s e servil-os. 96 Delicia d e n o z e s e q u e i j o . 110
Jantares puramente vegetarianos . 96 G a l l i n h a c o m espargos 111
Couve-flor e m p a n a d a . 97 Ovos m e x i d o s c o m l e i t e 111
Espinafres a Ia m e u n i e r e . 98
S u p r e m o d e p e p i n o c o m ovo 98 MACARRÃO
Esparregado. 98
M i l h o frito . • 98 Instrucções geraes. . 111
Cogumelos recheiados 98 Macarrão c o m q u e i j o . . 112
B a t a t a d o c e crystallisada . 99 Macarrão c o m p r e s u n t o . 112
Batatas com q u e i j o . 99 Pudding de spaguetti. 112
Batata doce . . 99
Pepinos delmonicos . 100
Batatas doces. . . 100 PRATOS HESPANHOES E
Cebolas r e c h e i a d a s . • . 100 ITALIANOS
Espargos c o m m o l h o de laranja. 100
S a l a d a d e a g r i ã o e cebola . . 101 Prato hespanhol 112
P o n t a s d e espargos c o m m o l h o b e - Feijão hespanhol 113
chamei . 101 Arroz h e s p a n h o l 113
Pudding de xuxu . -t* • 101 Vagens á hespanhola . . . 113
101 T o r t a d e carne á h e s p a n h o l a . ...

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índice Geral

Massa. . . 114 PEIXES E MARISCOS


Spaguetti á italiana . 114
M a s s a real i t a l i a n a . 115 Peixe f r i t o . 128
Frango com pimentão e m pó . 115 Peixe g r e l h a d o 128
Ravioli 115^ S a l m ã o cosido . . . 128
Polenta á italiana. 116 M o l h o d e c r e m e para peixe . 128
Peixe c o m c r e m e 128
C r o q u e t t e s d e peixe 129
RECHEIOS Ostras fritas . 129
C a s q u i n h o s d e carangueijos- 129
Recheio d e c a s t a n h a 116 Creme de carangueijo . 129
De ostras . . . 116 Arenque grelhado c o m m o l h o de
De aipo • 116 anchova. . 130
Para t o m a t e s , p i m e n t õ e s verdes, e t c . 117 L a g o s t a a Ia L o u i e 130
Para l e i t ã o 117 M o l h o a Ia L o u i e . 130
D e salva para p a t o s e g a n s o s • 117 Creme de lagosta . 130
Para aves . 117 Ostras p a r a o s n o i v o s ... 131
Ostras c o s i d a s . , . . 131
D e p ã o para carne o u ave. 117
Ostras c o m p i m e n t ã o . 131
Para p e r u . 117 Fritura de Hangtown . 131
Ostras n a c o n c h a . . 131
OVOS Ostras a s s a d a s . 131
Croquettes de bacalháo . 132
F i a m b r e c o m ovos 118 B a c a l h á o c o m coco . 132
O m e l l e t e soufflé 118 Bacalháo á biscainha . 132
Omellete simples • 118
Ovos m e x i d o s . 118
S U G G E S T Õ E S DIATETICAS

CLASSIFICAÇÃO DA CARNE A l i m e n t o s s ã o s e efficientes. . . 133


E SEU EMPREGO O q u e precisaes é u m a c o m b i n a ç ã o
cuidadosa destes alimentos . 133
R e g i m e n para e n g o r d a r . 134
D o boi 119
R e g i m e n para e m m a g r e c e r 135
D o carneiro . 120
O VALOR DA BELLEZA 136/140
CARNES
PRESCRIPÇOES H Y G I E N I C A S
M a n e i r a s d e preparar f i a m b r e o u
presunto 121
A nocividade da m o s c a 141
Para fritar 121
A nocividade d o r a t o 142
Para cosinhar 121 A nocividade d o m o s q u i t o 143
Para grelhar 121 Os m i c r ó b i o s d a á g u a . 144
Para assar 121 A h y g i e n e da bocca . 145
Grelhados. 122
Frigir . 122 D O CASAMENTO EUGENICO 146/148
Cosidos e e n s o p a d o s . 122 BREVIARIO D O S 20 A N N O S 149/153
C o m o se deve preparar o roast-beef. 123 ALEITAMENTO N A T U R A L - SUA i
Assado d e p a n e l l a . 123 IMPORTÂNCIA . 154/156
Assado á a m e r i c a n a . . 123
P a s t e l l ã o de carne á franceza . 123
Picadinho com creme . • . 124 A GORDURA E O CORAÇÃO
B e e f a Ia m o d e . 124
Carne salgada. . . 124 Um novo methodo de combater a
L í n g u a cosida 125 obesidade. . . . 157/158
Para assar u m a perna d e porco 125 N O B R E CAMPANHA 158
P u d d i n g de vitella 125
F i g a d o d e vitella c o m p r e s u n t o . . 125 GUERRA AO BEIJO 159/160
Três receitas escolhidas q u e e n s i n a r ã o H I S T O R I A DA L A G R I M A . 161/163
a preperar o p r e s u n t o d e m a n e i r a
m a i s appeti tosa 126 FAÇAMOS NOSSA A NOSSA
Do centro 126 CASA. 164/165
P r e s u n t o cosido 126 ESTHETICA FEIAS E BONI-
Pernil. 126
Assado TAS 166/167
127
Para clarificar a gordura 127 A PERFEIÇÃO 167/170
T A B E L L A DE P E S O S E
MEDIDAS EQUIVALENTES
Afim de n ã o apresentarmos neste livro receitas c o m m u n s , foram
ellas traduzidas de livros extrangeiros, por isso que a traducção das m e -
didas e pesos foi respeitada. Pará facilitarmos, n o entretanto, abaixo
fazemos a devida conversão para as nossas medidas e pesos.
Apezar de não serem m a t h e m a t i c a m e n t e correctas, são suff'cien-
tes para conseguir-se os melhores resultados :

1 "ONÇA" = 30 grammas. 1 "LIBRA" = 450 grãmmas.


1 "CANADA" = 1 1/2 litros. 1 "QUARTA" = 3 1/2 litros.
1 "QUARTILHO = 0,350 de litro

3 Colheres de chá = 1 colher de sopa


16 Colheres de chá = 1 chicara
2 Chicaras. . . . = % litro

1 Chicara de assucar granulado . . . = 225 grammas


1 Chicara de assucar e m pó . . = 170 grammas
1 Chicara de assucar mascavado . . = 170 grammas
1 Chicara de farinha o u maizena . . = 115 grammas
1 Chicara de banha o u manteiga . . . = 230 grammas
1 Chicara de castanhas quebradas . . = 115 grammas
1 Chicara de passas o u tamaras . = 150 grammas
1 Chicara de figos cortados . = 170 grammas
1 Chicara de amêndoas s e m casca . = 140 grammas
1 Chicara de coco ralado = 115 grammas
1 Colher de sopa de liquido (água, leite,
sueco de fructa, extractos, e t c ) . . . = 15 grammas
1 Colher de chá de casca de laranja
ralada = 3 grammas
1 Colher de chá de especiaria . . . . = 2 grammas
1 Colher de chá de sal = 4 grammas
1 Colher de chá de Baking Powder . = 4 grammas

Todas as medidas acima são razas. Nivele-se as chicaras o u colheres


com u m a faca.
PRESENTES DE CASAMENTO

OBJECTO OFFERECIDO POR

10
REGISTRO DE CASAMENTO.

ACTO CIVIL

DATA . HORA.
NOIVA
Noivo
LOGAR CARTÓRIO ,
Juiz DE CASAMENTO.
ESCRIVÃO
TESTEMUNHAS

ACTO RELIGIOSO

DATA HORA.
NOIVA
NOIVO
LOGAR
CERIMONIA . . .
SACERDOTE.
TESTEMUNHAS .

&s *5S
li
O Dia do Casamento

TfSTADO in- são de quem


certo,dúbio, vae fazer uma
o da noiva, ao viagem para
ver aproximar- longes terras,
se a hora do de onde tal-
seu casamento. vez não volte.
Tudo em que não pensou A' sua scisma a mãe
durante mezes, muitas vezes açode, beija-a e murmura com
annos, occorre-lke no ultimo esforço :
dia ao pensamento. — A vida começa hoje para
Sente-se feliz ; sente-se des- ti ; até agora foi um sonho,
ditosa ! nada mais. Limpa essas
Se realisa o sonho amado lagrimas e tranquilisa-te. Esta
da sua mocidade, unindo-se casa não deixa de ser tua;
áquelle que escolheu como o nella ficam o teu lugar, é o
mais perfeito e o melhor dos meu coração. . . Ouve-me bem:
homens, chora também por Daqui a algumas horas se-
deixar a casa paterna, a mãe rás de teu marido ; o meu
idolatrada, que mal disfarça egoísmo não bastará para
a sua agonia, o pae que a reter-te entre meus braços,
aconselha, commovido, a ser vae, segue-o, segue-o até onde
para o futuro tão boa como elle quizer levar-te, ê o teu
até então. dever e a minha magua !
Perplexa, nervosa, a noiva Casas-te com um homem
duvida da sua ventura, e es- de bem e isto consola-me;
tremece, sentindo a impres- rodeia-o sempre de respeito,

12
de affecto, de dignidade ; que nullo o papel que nos confia-
o nome d'elle seja para ti ram . . . Como poderíamos, to-
um nome puro onde não pos- davia, encontrar outro mais
sa cahir macula. Ama-o, amplo e mais sagrado ?
mais do que o amaste até Serás feliz, porque és boa,
aqui, que o vias atravez da porque o teu noivo é honesto
paixão, sem cogitares do seu e é delicado. Mas, como é
caracter, dos seus defeitos, fácil conduzir-se a gente na
nem das suas virtudes ; ama-o ventura e não o é em tempos
sobre todos os amores, por- de obstáculos e decepções lem-
que elle será toda a tua famí- bra-te sempre de que é pre-
lia l ciso acceilar a vida como ella
Não te resignes a ser em é: hoje um raio de sol, ama-
tua casa um objecto de luxo. nhã um raio de tempestade ;
A mulher não nasceu só e estar sempre apercebida para
para adorno, nasceu para a o goso ou para o soffrimento.
lucta, para o amor e para o E' na adversidade que pode-
triumpho do mundo inteiro ! mos conhecer se o nosso co-
ração é forte ou pusilânime ;
Vivendo do coração exclusi-
não te deixes succumbir pe-
vamente, expomo-nos. aos mais
las eventualidades tristes, se
pungentes golpes. Foram
com ellas topares, e fortifica
para nós inventadas as dores
com o teu carinho, a tua re-
mais cruéis, foram-nos con-
signação e a tua altivez, a
fiadas as mais delicadas mis-
familia que o teu amor es-
sões.
colheu.
A felicidade humana deri-
va do que vive sob a nossa A tua fronte illumina-se,
responsabilidade. E' a nos, vejo voltar o sorriso aos teus
como mães, que a pátria sup- lábios. E' que és mulher,
plica bons cidadãos; é a tens alma, e comprehendes
nós, quando esposas, que a quanto se deve ser forte e se-
sociedade exige o maior exem- rena para traçar na terra um
plo de dignidade e de moral. caminho largo e útil.
Com a educação superficialis- Não te darei conselhos ephe-
sima que temos, não medita- meros; peço-te só que te
mos nisto, e levamos de con- lembres sempre dos nossos
tinuo a queixar-nos de que ê exemplos :

13
Teu pae, trabalhador, sin- mesmas dores. A tua ima-
cero, sacrificando tudo ao de- ginação faz-te sonhar com do-
ver, envolvendo qualquer cen- çuras infindáveis. .. e tel-as-
sura em um afago, delicado ás, se bem comprehenderes a
e amante da família. Eu, tua missão de esposa e de
simples, associando-me a to- mãe. Ama sempre teu marido,
das as alegrias e a todas as sem humilhação, com since-
penas, alerta para o perigo, ridade e alegria. Está nis-
contente com a minha sorte. to o segredo da ventura na
Nunca feri ouvidos alheios terra. Que elle te ame egual-
com uma queixa e muitas mente, com o mesmo extre-
vezes tenho-me feito feliz. .. mo, o mesmo carinho, e cami-
áforça! Não nhem assim,
te illudas, fortes, unidos
meu amor. A e serenos pa-
vida tem pa- ra os dias de
ra todos as risos ou de
mesmas sur- lagrimas que
presas e as hão de vir.

Do " L I V R O DAS N O I V A S " — de D. Julia Lopes de Almeida.

14
S3

DIGESTIBILIDADE DOS
ALIMENTOS
Depois de terem soffrido a acção deveras extraordinárias. As experiên-
dos fcrmentos sallvares, estomacaes e cias de Paulow demonstraram a influ-
intestinaes, as matérias alimenticias encia dos reflexos estomacaes, dos esta-
transformam-se em substancias solú- dos psychicos e dos costumes sobre tal
veis novas, aptas para serem absor- ou qual alimento. A repugnância, o
vidas pelas paredes do intestino e pe- asco, e a má preparação dos manjares,
netrarem nos lymphaticos e no sangue. influem consideravelmente sobre as ap-
Estas substancias são então digeridas, tidões digestivas do individuo. Em ge-
mas não assimiladas. A digestibilidade ral, a digestão é tanto mais rápida,
está na rasão inversa do tempo que foi quanto a substancia alimentícia se of-
necessário para a sua transformação. ferece ao estômago n'um estado de di-
Devemos reparar na digestão estoma- visão mais perfeita e pode dizer-se que
cal e intestinal, porque o que suecede mais o será se estiver preparada de
no estômago não pode servir-nos para maneira mais appeticivel ou mais apta
conhecer o que se passa no intestino, para excitar o appetitc.
por isso que ambas as digestões são
totalmente differentes. E' também Os costumes culinários exercem
muito importante um facto de obser- grande influencia, pelo que seria muito
vação corrente: determinado indivíduo difficil que um hollandez acceitasse a
digerirá admiravelmente um alimento sopa de alho marselheza, ou que um
que pode ser pesado para outro, e a tal marselhez comesse com appetite a sopa
respeito poderemos encontrar variações de cerveja hollandeza.

TEMPO MÉDIO DE QUE CARECE O ESTÔMAGO PARA ENVIAR AO


INTESTINO ALGUMAS SUBSTANCIAS QUE AQUELLE DIGERE

Quanti- Tempo
dade de em
Águas e bebidas alimenticias grammas Horas

Água pura ou gazosa 100 a 200 1 a 2


» »» », ., 300 a 500 2 a 3
Infusão fraca de chá. 200 1 a 2
Café . 200 1 a 2
Café com leite. 200 2 a 3
Cacau puro. 200 1 a 2
Cacau com leite . 200 1 a 2
Cerveja . 200 1 a 2
300 a 500 2 a 3
Vinho palhete 200 1 a 2
„ ordinário 200 2 a 3
„ de Malaga 200 2 a 3
Caldo de carne . . 200 1 a 2

&•
15
TEMPO MÉDIO DE QUE CARECE O ESTÔMAGO PARA ENVIAR AO
INTESTINO ALGUMAS SUBSTANCIAS QUE AQUELLE DIGERE

Quanti- Tempo
dade de em
Carne de mamíferos ou de aves grammas Horas

Bife quente ou frio 100 3 a 4

Assado de vacca. 250 4 a 5

Filetes de vacca 100 3 a 4

Carne crua de vacca 250 3 a 4

„ de vacca cosida (magra) 250 3 a 4

Presunto cru 100 3 a 4

cosido 160 3 a 4

Assado de vitela quente ou frio (magro) 100 3 a 4

Lingua de boi f u m a d a . 250 4 a 5

Carne f u m a d a . 100 4 a 5

Salsichão de vacca, cru 100 2 a 3

Lebre assada 250 4 a 5

Ganso assado (sem ser gordo) . 250 4 a 5

Pato assado 250 4 a 5

Perdiz assada 250 3 a 4

Borracho assado 195 3 a 4

„ cosido 250 3 a 4

Frango cosido ou assado 250 3 a 4

Outros pratos procedentes de animaes

Molleja de vitella 250 • 2 a 3

Mão de vitella, cosida 250 3 a 4

Miolos de vitella 250 2 a 3

Leite fervido. 100 a 200 1 a 3

300 a 500 2 a 3

Ovos quentes 100 1 a 2

„ cosidos ou em torta 100 2 a 3

Caldo de carne 200 1 a 2

16
TEMPO MÉDIO DE QUE CARECE O ESTÔMAGO PARA ENVIAR AO
INTESTINO ALGUMAS SUBSTANCIAS QUE AQUELLE DIGERE

Quanti- Tempo
dade de em
grammas Horas
Peixes e pratas análogos

Carpa cosida 200 2 a 3


Lúcio cosido 200 2 a 3
Pescada cosida 200 2 a 3
Bacalhau fresco cosido 200 2 a 3
Lampreia de escabeche 200 3 a 4
Salmão cosido 200 3 a 4
Arenques salgados ou fumados 200 4 a 5
Ostras cruas 72 2 a 3

Legumes cosidos e crus

Batatas assadas, comidas com sal 150 2 a 3


Purée de batata . 150 2 a 3
Batatas com legumes 150 3 a 4
Couve flor cosida 150 2 a 3
„ „ „ em salada 150 2 a 3
Purée de lentilhas 150 4 a 5
Espargos cosidos. 150 2 a 3
Arroz cosido em água 150 3 a 4
Nabos cosidos. 150 3 a 4
Cenoiras cosidas 150 3 a 4
Espinafres cosidos 150 3 a 4
Feijões v e r d e s . 150 4 a 5
Ervilhas em p u r é e . 150 4 a 5
„ cosidas em água lòõ 4 a o

Rábanos crus 150 3 a 4

Pão e biscoitos

1'ãn de trigo molle 70 2 a 3


Pão de centeio. 150 3 a 4
Biscoitos vulgares 50 2 a 3

Sd3

17
Pagina Delicada
Dr. Eurico Branco Ribeiro

PAGINA A posição de
A do medi-
co, neste livro,
quem a subs-
creve ê, sem du-
ê uma pagina vida, das mais
delicada. E é delicadas, não
pagina delica- só por tudo
da por vários quanto fico u di-
motivos, quer to nos dois pa-
em se conside- ragraphos an-
rando a sua teriores, como
própria natureza, quer em se também por se tratar de um
considerando as pessoas que medico, profissional que sem-
a vão ler, quer em se conside- pre é recebido com enfado, em
rando a posição de quem a virtude, talvez, das imposições
subscreve. muita Vez penosas que ê for-
A própria natureza do as- çado ditar nas suas sentenças.
sumpto nella abordado exige Do entrechoque dessas idê-
delicadeza : conselhos não são as, ê bem de se ver que o meio
imposições; devem appare- termo conciliador ê coisa ir-
cer com a roupagem suave das realizavel. Certo que não se
insinuações desinteressadas, sacrificariam as imposições
para que penetrem fundo, e ás vezes importunas do con-
sem repulsa, no intimo das selheiro da saáde â conveniên-
almas a que se destinam. cia pessoal de cada uma das
As pessoas que a vão ler, leitoras. Ha-de haver, por-
por serem mulheres e, mais, tanto, nesta pagina, muitos
por serem noivas, merecem e muitos espinhos. Mas, para
tel-a tão delicada como ellas que ella seja o mais possível de-
mesmas, para que a harmo- licada e agradável, o medico vae
nia não se desfaça nem os tomar da tesoura das boas ma-
contrastes venham roubar-lhes neiras e tentar aparar a ponta
um pouco do entjiusiasmo de aos espinhos. Uma farpa
que se acham animadas. ou outra ê possível que fique.

18
A primeira idêa que occor- previdente ? com as garan-
re, hoje-em dia, a um medico tias pouco prudentes do con-
que entre em confidencias com sentimento religioso ?. Só
uma noiva é a do exame pre- o medico pode apresentar a
nupcial. segurança desejada, com um
attestado de permissão. Sim,
A pergunta inicial .seria
porque muitas são as molés-
sobre se o assumpto já lhe
tias que se transmittem ao
havia despertado a attenção.
cônjuge e á descendência e,
E não seria de estranhar uma
sendo isso evitavel na maio-
resposta negativa. De facto,
ria das vezes, é dever imperio-
muita gente ainda existe a
so do próprio candidato ao
quem não interessaram os im-
matrimônio promover a an-
portantes debates que se vêm
hullação das possibilidades
travando, ultimamente, entre
maléficas.
nós, a respeito da obrigato-
riedade do exame medico pre- Não temam ver por terra
nupcial. Este, pois, quantos os seus castellos as noivas que
ignoram o que seja 1 Portan- já deram a sua palavra sem
to uma negativa não causaria cogitar do ponto de vista me-
espanto e offereceria oppor- dico do casamento. Não. A
tunidade para se dar a expli- grande maioria das moléstias
cação do que ê e quanto vale que contraindicam a união
conjugai não são senão bar-
essa moderna conquista da
reiras removíveis, estados mór-
Hygiene. Definição ? de-
bidos que podem desapparecer.
mol-a por um paralellismo :
se para garantia da socieda- A syphilis e outras molés-
de o Direito exige a voz do tias vergonhosas que como ella
juiz, se para a paz das almas são contrahidas, e que cons-
a Religião exige a bençam do tituem, sem duvida, a causa
padre na consumação do ca- dos maiores tormentos phy-
samento, para garantir a hy- sicos de um casamento impru-
gidez dos nubéntes e promo- dentemente realizado, são ma-
ver a da sua prole a Medicina les que têm o seu tratamento
exige, como um direito divino, e que a Medicina pode curar,
o exame medico pre-nupcial uma vez que se lhe dê tempo
a permissão do medico para agir convenientemente.
para a construcção do lar. Assim, a noiva, que já tem o
Com que garantias uma don- seu compromisso firmado, pre-
zella sadia de corpo e sadia cisa se conformar com o adia-
de espirito se vae lançar nos mento dos seus justos sonhos
braços de um rapaz desconhe- de amor para quando o me-
cido ? Com as garantias il- dico do seu escolhido ou o
tusorias do amor 1 com as ga- seu próprio assignar o con-
rantias cegas da nossa lei im- sentimento para o consórcio.

SdS
19
Pagina Delicada

Mesmo em se tratando de medico pre-nupcial. Os cora-


tuberculose, ha esperanças de ções hão-de abafar, logo ao
uma cura e de uma vida con- principio, a sua chamma de
jugai feliz, uma vez que o me- amor quando a evidencia de
thodo, o regime, a sobriedade, fados denunciar um perigo
a hygiene, o bom clima e a para a felicidade dos cônjuges
conveniente therapeutica se e dos seus descendentes.
congreguem no afã de extin- Conhecidas de todos as razões
guir a moléstia e depois con- do exame medico pre-nupcial,
servar o organismo fora do ninguém se aventurará a as-
alcance dessa terrível demoli- sumir um compromisso de ca-
dora de lares. samento emquanto não esteja
Casos ha, porém, em que o em condições de submetter-se
medico não pode dar a per- a elle sem receios. E muito
missão. A um leproso, por dissabor será evitado.
exemplo, que se queira casar Para as noivas de hoje, este
com uma pessoa sã. Outro conselho muito amigo : con-
exemplo : a quem possua cer- sultem o seu medico e peçam
tos estados irremoviveis de in- aos noivos que façam o mesmo,
sanidade mental. e, se, por acaso, algum motivo
Como essas moléstias ahi houver para, adiando o dia das
figuradas, outras ha que, com nupcias, instituir um trata-
ellas, podiam se enquadrar mento serio, não titubiem á
sob o titulo de moléstias mar- imposição do conselheiro da
tyrizantes, para quem as en- saúde, que por certo o sacrifí-
cara do ponto de vista do casa- cio da espera será bem recom-
mento. Em taes casos, é jazer pensado com a felicidade do
a escolha entre o martyrio, porvir.
que a sciencia e a razão con- Mas essas questões ligadas
de mnam, e a abjuração de ao exame medico pre-nupcial
uma promessa de amor, que são cogitações que já deviam
bem pode ser substituída, com ter preoccupado o espirito das
vantagens, por outra sã e de noivas de hoje. Agora, seguras
risonho futuro. de que, sob o ponto de vista
Se as hypotheses que aqui medico, nenhum receio o fu-
formulamos ainda podem oc- turo lhes reserva, ellas estão
correr com uma certa freqüên- pensando em problemas ou-
cia, seguramente ellas se tor- tros a que a certeza de um
narão cada vez mais raras à novo estado as obriga. E entre
medida que a instrucção sa- esses problemas muitos exis-
nitária do povo for divulgan- tem que offerecem opportuni-
do as bases sólidas do exame dade a uma advertência do hy-

&:
20
gienista, senão mesmo, da sua Logar sagrado
parte, a divulgação de uma alli é que deve ter inicio
serie de ensinamentos ateis a vida do casal.
a quem vae em breve ser espo- Depois, preparar-se a espo-
posa e depois mãe. sa para ser mãe. E' a sua di-
Mas não andemos tão de- vina missão. E, por ser divi-
pressa. Ha, geralmente, para na, precisa ser meditada, pre-
as moças, na passagem do es- cisa ser estudada, para ser bem
tado de solteira para o de se- executada. A moderna Medi-
nhora do lar, uma phase in- cina creou, para isso, um bel-
termediária, mais longa para lo capitulo, o da "Hygiene
umas, para outras mais cur- pre-natal" , que é um guia
ta, em que ellas ainda não as- precioso da mulher que conce-
sumem o governo da casa, não beu e vae ser mãe. A alimen-
se integralizando, pois, nas tação conveniente, moderados
suas novas funcções, porque hábitos de vida, o despreso ás
iniciam a sua "lua de mel" noites de baile e outras festas
com a chamada "viagem de nu- fatigantes, a prudência no tra-
pcias" . Ah I o velho e impru- balhar e muita vez a assistên-
dente costume da viagem de cia medica são pontos capi-
nupcias. .. Não se assustem tães para que a alegria redo-
as leitoras : uma pequena via- bre num lar feliz com o appa-
gem, sem excessos, para ef- recimento do primogênito.
feito apenas da recreação do Agora, os cuidados com o
espirito, não pode ser condem- bebê.
nada. O que é prejudicial, o
que accarreta, muita vez, con- A noiva precisa pensar, des-
seqüências desagradáveis ao de já, em tudo isso. E o medi-
jovem par e principalmente co teria muito que lhe dizer.
á mulher, ê uma longa viagem, Jlas ella se sentiria enfada-
cheia de imprudências e exces- da com as suas palavras con-
sos physicos, com noites e noi- selheiras. E elle, para não
tes mal dormidas após pas- a molestar, far-lhe-ia a indi-
seios estafantes, tudo promo- cação de um bom tratado de
vendo demorada ausência do puericultura, onde se encon-
lar cuidadosamente construí- trasse, minuciosamente esti-
do para receber no seu con- pulada, a conducta que uma
fortável e socegado recesso jovci mãe deve ter para com
aquella cujo organismo, ao o querido fructo de suas en-
iniciar o desempenho de no- tranhas.
vas e importantes funcções, Existem, porém, com rela-
necessita mais do que nunca ção á puericultura, umas cer-
de repouso e de commodidades. tas idêas geraes fáceis de re-

to* =éS
21
«L..,.
f*3

Pagina Delicada

ter, que a leitora poderá des- Por toda a parte e em todos os lo-
de já fixar na mente, para seu gares, o numero de creancinhas
que morrem antes de chegar a um
governo na busca da felicidade anno constitue um verdadeiro fla-
que almeja. E basta, para gello social.
tanto, que nos siga e es- Si lançarmos mão das estatísti-
tamos certo que o fará gosto- cas e confrontarmos, ao acaso, o que
samente na leitura des- vae por 32 cidades do mundo, vere-
mos, que em 1926, morreram, nes-
ta pagina de Maria Antoniet- sas cidades 53,964 creancinhas, en-
ta de Castro, a festejada My- tre O e 1 anno, o que faz pensar que
rianto, que tanto realce vem um recemnascido tem menos proba-
dando, em São Paulo, â li- bilidades de viver do que um avia-
dor que fizesse, diariamente, uma as-
teratura sanitaristica brasi- cenção. Isto nos leva â conclusão
sileira. Intitula-se "A's de que "ser creança ê a mais desa-
mães' e ê a que se segue, en- gradável occupação do mundo !
cerrando o espaço que tão gen- Calculem, as senhoras que me lêm,
tilmente nos foi offerecido nes- o que isto representa de perda para
a segurança, a força productora dos
te livro. Eil-a : respectivos paizes !
Todos esses seres, quanto de tra-
balho de toda a sorte teriam produ-
A'S MÃES zido, quanto de riqueza teriam amon-
toado !
"Senhor \ que jamais vejamos, E tudo perdido \ Alem do prejuí-
Nós e os que nos querem bem, zo econômico, quanto de vigílias, de
Aquelles que mais amamos soffrimentes, de lagrimas, represen-
E aquelles que ódio nos têm, ta o túmulo de uma creança para
Jamais vejamos o ninho, uma mãe 1
Entre a jolhagem dos ramos, E tudo isto perdido, tudo em vão \
Sem a aza de um passarinho ! E por nossa falta, porque esses ma-
les eram e são evitaveis.
Jamais vejamos — prouvera ! —• Ora, fazer o mal ou não n o im-
A colmeia despovoada, pedir quando se pode, implica a mes-
Nem sombra de abelha a voar. . . ma responsabilidade moral para uma
— Nem uma rosa encarnada sociedade como para um indivíduo.
Para pôr no vosso altar! Alas, para evitar um mal ê preciso
começar por conhecer-lhe as causas.
Choça ou palácio que seja, Entre ellas, citemos as seguintes:
Senhor, que jamais se veja A T U B E R C U L O S E : — 0 filho de
De creanças vasio, — o Tjar \" mãe tuberculosa não nasce tuberculo-
ro, mas tornar-se-â após o nascimen-
Lares sem creanças. . . primave- to, si não for afastado do seu conví-
ra sem flores... berços vasiosl vio. E' essa uma das moléstias que
Não é uma jicção literária, mas fornecem as melhores parcellas para
uma realidade, uma triste realida- o obituario infantil.
de, a legião dos pequeninos seres, A S Y P H I L I S — é u/na moléstia
flores humanas, no dizer de Miche- que influe sobre a descendência.
let, que vão sendo, dia a dia, ceifa- Transmitte-se dos pães aos filhos,
das pela morte impiedosa, mal desa- fazendo-os nascer deformados, não
brocham para a vida.
raro, com defeitos physicos.
A mortalidade infantil] o ma- Causa-lhes paralysias, idiolia ou
gno problema cm todos os paizes! outras perturbações, não sendo rara

22
a loucura, sem contar os fracos, dé- Sobre o aleitamento ao seio, ê pre-
beis ou anêmicos. ciso frisar que :
O ALCOOLISMO — é a causa das Morrem muito mais crianças ali-
mais deploráveis heranças: epile- mentadas com mamadeiras que as
psia, convulsões e outras perturba- ornamentadas ao seio. Além disso,
ções que inutilizam o indivíduo para entre muitas crianças victimadas
o trabalho, tornando-o um fardo para pela tuberculose, ou outras moléstias
os outros. contagiosas, muitas o foram porque
estavam enfraquecidas pela má ali-
A MÁ HABITAÇÃO — Si pensar-
mentação.
mos nesses cortiços em que se amon-
toam familias e famílias sem ar, Aprendam, pois, e guardem bem
sem luz, sem hygiene, é fácil chegar isto :
â conclusão de que ahi a tuberculose e A criança amamentada ao seio,
outras moléstias fazem mais victimas mas amamentada segundo as boas
que em habitações hygienicas e con- normas da hygiene, não somente re-
fortáveis. siste melhor â diarrhéa, mas a to-
das as outras causas de óbito e esta
A MISÉRIA, O EXCESSO DE TRABA- influencia do leite materno se faz
LHO DOS PAES — Quanto menores sentir durante toda a sua vida, tor-
os salários e maiores famílias maior nando-a forte, resistente ás aggres-
o trabalho dos pães, maior a cifra sões das moléstias.
da mortalidade infantil. 0 leite materno, segundo Ptnard,
Juntemos a essas causas o ABAN- "pertence ao filho"
DONO da criancinha por parte das
Negal-o é um crime. E ha mães
mães, reduzidas por que dolorosas que por esthelica e vaidade e para
contingências a essas medidas ex- não perderem festas e divertimen-
tremas ! tos, o fazem, mesmo sabendo que a
Porem, de todas essas causas, so- sua falia implica na morte do pró-
breleva em importância, como sen- prio filho !
do das mais freqüentes : as PERTUR-
Felizmente as mães patrícias não
BAÇÕES DIGESTIVAS DO LACTENTE,
se deixaram ainda influenciar por
as diarrhéas. esse pernicioso costume.
E porque taes perturbações diges-
tivas ? Quanto ao outro meio de comba-
Porque o aleitamento ao seio nem ter a mortalidade infantil, este é o
sempre é bem dirigido, porque a ali- que as senhoras devem aprender:
mentação artificial não é dada em a puericultura — da palavra latina
quantidade e qualidade apropria- PUER, criança, — a sciencia que
das, em. occasião opportuna, porque consiste em cultivar, como uma flor
o desmame efeito muito cedo e subs- delicada, a vida frágil do pequenino
tituído o leite materno por farinhas ser.
e alimentos aconselhados por ami- A maioria das mortes das crian-
gas, bem intencionadas, não o ne- ças de 0 a l anno é devida a ignora-
gamos, porem desçonhecedoras dos rem, as mães, os mais comesinhos
mais rudimentares princípios de hy- princípios na arte de criar seus fi-
giene infantil. v lhos.
Ditas as causas, conheçamos os Este conhecimento não é instin-
meios de combater a mortalidade in- ctivo. E' umfacto biológico e a mãe
fantil. Bem conhecidos são elles, e humana é a única entre as espécies,
.entre as principaes é mister desta- que não conhece, instinctivamente-,
car os seguintes: como cuidar de seu filhinho.
Ha mães solicitas e devotadas que
I.° — proteger as creanças antes não souberam, entretanto, salvar seus
do seu nascimento ; filhinhos das garras da morte.
2." — alimental-as ao seio; A educação para a maternidade l
J.° — instruir as mães. tão necessária como qualquer outra

23
espécie de educação. Delia depende bra' officialmente assignada aos
a saúde e o bem estar da criança. 26 de Setembro de 1924, pela Confe-
E' ainda biologicamente certo que rência da Liga das Nações, seja o
o ser humano fica na mais completa Credo da Mãe Brasileira:
dependência de outro ser — a mãe,
por um longo período. 1 — A' Creança devem ser dados
todos os meios necessários ao
Cabe-lhe, portanto, a maior res- seu completo desenvolvimen-
ponsabilidade no cuidar de seus fi- to tanto physico como intel-
lhos para tornal-os fortes, sadios. tectual.
A enorme extensão territorial do
nosso paiz exige quem o povoe. 2 — A Creança que tem fome deve
ser alimentada; a Creança
Seu solo fecundo está â espera de
doente deve ser tratada; a
braços que lhe revolvam as entranhas
Creança retardada deve ser as-
para lhes dar, em troca, os thesouros
sistida; a Creança deliquente
sem par que ahi tem guardados.
deve ser corrigida ; ao orphão
E' uma obra de patriotismo prote- e ao desamparado devem ser
ger os filhos contra todos os males. dados abrigo e soccorro.
Roubal-os á morte por meio dos
seus cuidados intelligentes, assegu- 3 — A Creança deve ser sempre, em
rar-lhes o perfeito desenvolvimento casos de perigo, soccorrida em
physico e mental. O progresso primeiro logar.
da nossa terra requer a contribuição 4 — A' Creança devem ser facili-
da mentalidade forte e do physico tados todos os meios de ganhar
robusto dos brasileiros. a vida e ser protegida contra
As mães instruídas constituirão as explorações.
o pedestal sobre o qual se elevará a 5 -— A Creança deve ser educada
grandeza da terra brasileira1 na convicção de que todas as
E que a declaração dos direitos suas aptidões devem ser consa-
da creança "da Convenção de Gene- gradas aos seus semelhantes."

24
A CERVEJA muito empregado no arsenal da m e -
dicina pratica. O seu aspecto efferves-
A cerveja, cuja origem se perde cente, a côr de â m b a r , o gosto macio e
na noite da historia (dizem que se be- fresco, as suas qualidades espirituosas
bia cerveja nas agapes de Osiris) é e aromaticas, a sua riqueza em phos-
um liquido alcoólico artificial, pro- phatos e em alimentos mineraes fa-
ducto d ' u m a transformação do amido zem da cerveja b e m p r e p a r a d a a me-
dos cereaes em glucose e em dextrina lhor bebida, a mais quente e a mais
pela acção de um fermento vegetal cha- agradável ao estômago.
mado diastase. O lupulo fornece á cer- Sendo de boa qualidade, vem ser
veja o seu princípio amargo e o seu um verdadeiro pão liquido, indispen-
óleo essencial aromatico. sável ás constituições pobres. O tubo
O desprendimento do ácido car- digestivo mesmo o mais enfraquecido,
bônico pela fermentação alcoólica dá á absorve-a c assimila-a maravilhosa-
cerveja o seu sabor picante e a sua mente.
effervescencia. Todos os cereaes po- Ha enfermos que não toleram
dem servir á fabricação da cerveja. n e n h u m alimento, n e m mesmo o leite,
Ordinariamente é aproveitada a ce- e acceitam de boa mente a cerveja, cu-
vada. jos effeitos benéficos se fazem sentir
Xa America utilisa-se o milho. rapidamente. Os anêmicos, os nervosos,
O faro dos belgas tem o grão de os rachiticos, os dyspepticos, os escro-
trigo por base. O arack dos árabes é fulosos, os tysicos, os escorbuticos de-
uma cerveja de arroz. vem á cerveja verdadeiros milagres, e
O centeio, a avela, o trigo mou- os convalescentes devem-lhe o levanta-
riscò, o milho podem t a m b é m dar os mento rápido das forças pelo aperfei-
vinhos de cereaes, m a s estes productos çoamento e acceleração do acto di-
perturbam-se e acidulam-se facilmente. gestivo.
O porter, a cerveja tônica dos in- Os maiores médicos, falando da
glezes, é aromatisada com baga de cerveja, a t t r ü u e m - l h e sempre uma im-
zimbro. portância preponderante. Hippocrates,
A cerveja é a bebida nacional dos Aristóteles, Boheraaye, Stoll, Syden-
povos do norte. Empresta ás raças sa- h a m , F r a n k , Récamier, Trosseau e ou-
xonias u m a parte da sua característica, tros fizeram a apologia das proprie-
e a sciencia ethnologica differencia, dades hygienicas e alimentares por ex-
com bastante exactidão, os povos da cellencia do vinho de cereaes.
vinha e os povos do lupulo.
E m todo o artigo de hygiene ali-
O uso habitual da cerveja engorda
m e n t a r ha o reverso da medalha, isto
os organismos pela acção do assucar, da
é, a historia das falsificações de que é
fécula e do álcool e acalma o systema
objecto o artigo em questão.
nervoso pelo lupulino, principio activo
do lupulo. Em geral, apparecem m a i s as cer-
Não nos compete insistir aqui sobre vejas estragadas do que as realmente
os methodos de fabricação da cerveja, prejudiciaes á saúde. Ha m u i t a s colo-
methodos que aliás differem nos d i - ridas com o caramelo, com alcaçus, com
versos 'povos productores, na Baviera, salgueiro.
na Inglaterra, na Bélgica. A cerveja é Um dos maiores inconvenientes que
ao mesmo tempo u m a bebida refrige- traz comsigo a cerveja estrangeira é
rante, agradável p a r a os fortes e u m que, p a r a sair dos paizes productores,
tônico p a r a os debilitados e cacheticos é necessário alcoolisal-a p a r a a con-
a cujo estômago a r r u i n a d o ella dá vi- servar.
gor e appetite. Como distinguir a boa da m á cer-
Tônico e fortificante, rcconstituinte veja? A cerveja boa deve ser limpida,
c analeptica, a cerveja é u m agente brilhante, ter uma espuma de bolhas

25
finas e coherentes e u m cheiro aro- toma. 0 uso de fructas verdes é digno
matico. de censura e perigoso, porque os seus
Um gosto demasiado acre denuncia ácidos não são saudáveis.
u m a substancia estranha ao lupulo; o A fructa tem grande valor n u t r i -
gosto adocicado denuncia a presença da tivo, e, sendo fresca, é superior, sôb
glycerina; o gosto resinoso m a s c a r a em esse ponto, ás melhores hortaliças. Mas
geral u m a alteração. E m razão da sua t a m b é m se não deve consentir que
composição, da sua pouca acidez, a constitua alimentação exclusiva, e, nin-
cerveja é u m a bebida delicada, sugeita guém que tenha juizo perfeito, viverá
a alterações análogas ás do vinho, mas exclusivamente de fructa.
ainda m a i s freqüentes e mais graves, A fructa pode ser considerada não
porque, geralmente, não teem remédio. só como gulodice, mas, principalmente,
A cerveja pôde tomar-se corredia, como alimento.
amarga, lactica, acetica, negra, p ú t r i d a , Como é grato ao paladar comer a
e estes estados definem-se por si mes- meio da m a n h ã , ou a meio da tarde
mos, acompanhando-se sempre de uma u m pedaço de pão e u m a m a ç ã ! Acon-
modificação de sabor e de u m a t u r - selhamos este costume, especialmente
vação que r a r a s vezes se restabelece. aos que soffrem de anemia.
O uso da fructa é um remédio cf-
ficaz p a r a a c u r a dos apaixonados por
A FRUCTA bebidas.
Com a fructa é fácil p r e p a r a r m u i -
Como factor essencial entre as tos p r a t o s ; temos, d'entre muitas, as
substancias alimenticias, a fructa m e - fructas de doce e as fructas sêccas. As
rece estudo mais demorado do que, for- primeiras são refrigerantes e podem,
çados pelo limitado espaço de que dis- por esse motivo, comel-as os doentes,
pomos, vamos dar-lhe no nosso livro. embora seja necessário saber-se quan-
D'entre todos os alimentos, a fructa do, e em que circumstancias convém
é, sem duvida, o m a i s agradável. dar-lh'as. As fructas sêccas têem mais
J á Adão e Eva p u d e r a m comer no valor nutritivo e são julgadas de mais
Paraizo fruetos de todas as arvores, fácil digestão do que as frescas; a
excepto d ' u m a , e ainda hoje a fructa é melhor forma de as seccar é pol'as ao
a alegria da h u m a n i d a d e pelo seu aro- sol, systema que vem a constituir p a r a
m a delicado, e pelo seu delicado sabor ellas u m a segunda maturação.
misturado de suaves ácidos orgânicos. Da fructa faz-se t a m b é m vinho, que
A Natureza-mãe procurou t a m b é m que, toma o nome d a qualidade do frueto
a tal respeito, quasi todo o anno haja com que foi fabricado; o mais geral-
fructa, distribuindo pelas diversas esta- mente usado é a cidra ou vinho de
ções o período de maturação dos dif- maçã, que, pela sua acção laxante, é
ferentes produetos fruetiferos. muito recommendavel nos casos de p r i -
Tem-se dito que a fructa é origem são do ventre e cujo uso t a m b é m apro-
de doenças. veita muito aos obesos p a r a lhes di-
Não nos inclinamos muito a d a r m i n u i r a obesidade.
razão ao que se diz. Haja, porém, o cuidado de não co-
E' innegavel que o abuso da fructa meçar a bebel-o em grandes quantida-
oceasiona enfermidades. Mas haverá al- des, porque pode oceasionar a certos
guém que aconselhe tal abuso? O Om- individuos eólicas e diarrheas.
nipotente não creou a fructa p a r a isso, Poderíamos citar differentes espé-
como não a creou p a r a o abuso. cies de fructas de optima recomnvenda-
Por conseguinte pensamos, sincera- ção, como a laranja, a b a n a n a , o limão,
mente, que o uso prudente da fructa e t c , e t c , m a s a nossa missão reduz-se
antes evita do que origina doença: é a louvar a importância, o uso e o va-
muito melhor comer fructa boa e bem lor da fructa, e a c h a m a r a attenção
m a d u r a , do que ingerir os innumeros p a r a as suas duplas qualidades como
preparados chimicos que m u i t a gente alimento e como remédio.

26
Se se fizesse mais uso d a fructa espécies, todas provenientes das fructas,
e menos das experiências, o abuso do que se alojaram e reproduziram nos
álcool com certeza diminuiria. intestinos.
Não é demais dizermos que nunca A natureza por vezes desembaraça-
se devem comer fructas sem. haver o se d'elles, expulsando-os pelas fezes,
prévio cuidado de as descascar, limpar m a s nem sempre isto suecede e d u r a n t e
e lavar muito bem, assim como de lhes annos causam martyrios terríveis, des-
t i r a r as larvas e óvulos que vários de as dores gastralgicas, internas, até
insectos depositam n'ellas; porque al- ás perturbações nervosas cardíacas,
guns d'estes podem desenvolver-se e circulatórias e digestivas.
reproduzir nos intestinos, causando vi-
víssimas perturbações nervosas que Nos pecegos, figos, e t c , a pele co-
constituem o m a r t y r i o dos padecentes e berta de pequena penugem é u m op-
o descrédito dos médicos que difficil- timo abrigo p a r a toda a serie de mi-
mente diagnosticam tal enfermidade e cróbios contidos na atmosphera e ar-
que não tem na pharmacologia meio rastados com as poeiras.
algum p a r a debelar os graves sympto- Os pontos ou manchas negras que
mas que produzem. cobrem por vezes completamente as
Há doentes soffrendo horrivelmente laranjas são t a m b é m bastante preju-
sob a acção de vermes de differentes diciaes á saúde.

A SAÚDE DE CADA INDIVÍDUO


D E P E N D E D E SI M E S M O

Sem a saúde não ha felicidade e útil anterior ou posterior, por exem-


de cada indivíduo depende a saúde plo, a completo exame medico; es-
própria e a da prole. s a medida sur-prehenderá moléstias
Da saúde de cada individuo de- i n c u b a d a s ou ainda despercebidas
pende a saúde publica; desta, o fu- e as combaterá desde logo; desco7
turo de nossa pátria. b r i r á na difficiencia da saúde as
Cuidando de nossa saúde, pois, causas que a p e r t u r b a m e as cor-
rigirá.
concorremos p a r a nossa felicidade pes-
soal e p a r a a grandeza da pátria. Nunca nos devemos esquecer ojue
Consulte sempre o medico, mesmo "melhor é prevenir que remediar"-
a propósito de incommodos que pa- — Os conselhos acima partem
reçam carecer de importância; m u i t a s dos abalisados médicos do nosso SER-
vezes o doente se illude e o que lhé* VIÇO SANITÁRIO e este se propõe,
parece destituido de gravidade, é mo- gratuitamente, com toda bôa vonta-
léstia que exige tratamento iminediato de a ensinar como preservar cada
ou denuncia do m a l facilmente cura- u m a saúde própria e a dos filhos,
vel no inicio, e as vezes irremediá- como melhoral-a, pol-a ao abrigo das
vel no futuro. Sem prejuízo deste moléstias transmissíveis, taes como
conselho, submetta-se todos os annos, a tuberculose, a febre typhoide, o
no dia natalicio ou no primeiro dia amarellão, o impaludismo, etc.

27
EDUCAÇÃO
O SOMNO NAS CREANÇAS QUE A PREOCCUPAÇÁO SEXUAL NO
ESTUDAM ENSINO

Por via de regra dá-se ás creanças Eis u m assumpto- melindroso que


que estudam algum tempo p a r a recreio u m a revista franceza nos dá n a chro-
nica dè um seu n u m e r o j á antigo. Este
e jogos ao ar livre como descanço en-
velho preconceito, diz o auctor, tem
tre as horas de estudos.
graves inconvenientes no ensino das
Tem-se partido de u m principio sciencias n a t u r a e s e é a herança da
que m a i s parece não ser verdadeiro. epocha em que o jesuitismo, só elle,
O cérebro, como qualquer outro ór- t i n h a o direito de ensinar. O silencio
gão, fatiga-se, esgota-se de acção ner- é u m a hypocrisia. A hygiene que se
vosa com a applicação demasiada, e ensina é defeituosa.
necessita de repouso absoluto p a r a Não se comiprehende que u m a don-
ganhar a energia perdida. zela, pelo menos, aos deseseis. annos,
O r a ; como se não sabe b e m qual com u m a certa cultura, ignore qual é
o seu principal papel, como mulher, e
a parte do systema nervoso que p r e -
os meios de evitar os inconvenientes
side ao esforço muscular ou intellectual,
que podem advir-lhe d'essa pseudo
parece u m erro physiologico querer ignorância.
d a r á creança energia mental por meio Aos rapazes dão-se noções geraes
de u m exercício physico de jogos m u i - de hygiene, ensinam-lhes a prophylaxia
tas vezes fatigantes e até atenuantes da tuberculose, da raiva, do cholera
com o fim que t e m o educador que é m a s deixam-nos n a ignorância de m a -
les graves e dos meios de os evitar. As
r e p a r a r o cansaço das células cerebraes.
creanças saberão que o cavallo teve
Começa a discutir-se esta nova antepassados de três dados, e que os
theoria na educação das creanças, e pássaros descendem dos reptis, esses
com effeito a creança que estuda ávida nunca saberão como u m pinto nasce
de saber, de amontoar idéas, de r e - de u m a gallinha.
flectir, de decorar com u m cérebro Isto é, a embryologia é prohibido
ainda pouco fortalecido, põe em jogo ensinar.
todas as suas faculdades. Ora n'este Terminando, o auctor d i z :
caso parece mais racional deixal-a des- " E m resumo é tempo dfe t i r a r a
questão sexual da obscuridade dos
cançar absolutamente, brincando sem
confessionários e m que o espirito re-
fadiga; e ainda mais lógico deixal-a
ligioso, que penetra a i n d a mais ou
dormir. menos conscientemente toda a nossa
A theoria indica o somno como o mentalidade, visa a encarceral-o. E'
único meio reparador e a pratica mos- tempo de trazer essa questão cá p a r a
tra-nos que as creanças necessitam com fora, p a r a a fazer aproveitar da gran-
de luz da sciencia e sanear as relações
effeito de dormir muito mais tempo
dos sexos; ha, emfim, u m a questão i m -
do que os adultos, não só p a r a r e p a -
portante de hygiene physiològica e de
r a r e m a força gasta, m a s ainda p a r a hygiene moral que é criminoso des-
o desenvolvimento das células, ainda prezar. Se ha remédios a procurar, r e -
não completas ou physiologicamente conheça-se o m a l e n a d a de o dissi-
conformadas. mular".

28
Gaste menos do que ganhar. Os maridos devem confiar
Faça um orçamento. nas esposas e estas devem se
interessar pelos negócios dcs
Guarde um registro das des-
maridos.
pesas.
Tenha uma conta no banco. As esposas devem ser ele-
Faça um seguro de vida. gantes. Se o marido gostar
da ultima moda, a mulher
Segure sua casa e seus
deve procurar acompanhal-o.
bens.
Seja dono de sua casa. Os maridos devem propor-

Pague suas contas pontual- cionar ás suas esposas muitos


mente. divertimentos. Leval-as ao
cinema, passeios de automó-
Reparta com os outros.
vel, á pé, natação, tennis ou
Evite o desperdício sob qual-
qualquer outra coisa que lhes
quer modalidade.
agradar.
Torne effectiva a responsa-
bilidade do casamento seja Se tiver algum arrufo,
qual for a occasião. beijem-se e façam as pazes
As esposas devem cosinhar antes de dormir. 2\ unca
bem se quizerem conservar seus deixem esses resentimentos ul-
maridos. trapassarem a noite.

29
s?:

COMO DEVE SER POSTA


A MESA

*%

Suggerimos, a seguir, algumas idéas, desejando que sejam úteis


aquelles-que se interessam pela maneira correcta de pôr a mesa :

A MESA DE JANTAR

O m o d o de pôr a mesa, como t u d o que requer u m pouco de ar-


te, t e m certas regras definidas que devem ser observadas.
Toda a bôa dona de casa deve ter u m conhecimento rasoavel des-
sas regras fundamentaes, portanto, é a ella que dedicamos o s a u t o -
risados conselhos que se seguem :

MANEIRA DE POR A MESA

Deve-se usar sempre u m p a n n o encorpado sob a toalha não só


para proteger a superfície da mesa como para evitar o ruido dos pratos.
A toalha deve ser estendida b e m lisa e i g u a l m e n t e . Se a super-
fície da mesa for f i n a m e n t e polida pode-se substituir a toalha por
toalhinhas, para o almoço, l u n c h o u jantar c o m m u m .

30
,-á

Como Deve ser P o s t a a Mesa

A distancia de u m prato a outro regula de 60 a 75 centímetros.


Devem-se guarnecer as bandejas e m que se serve com "napperon"
e sobre ellas collocaremos taças para fructas, ostras o u mariscos. O
prato de pão e a manteiga ficam á esquerda do prato, a l e m dos gar-
fos. A' direita, com a l a m i n a voltada para dentro, collocaremos a fa-
ca de sobremesa seguindo-se a faca para carne, para peixe (se for usa-
da), colher de sopa e garfo para ostra.
A' esquerda, b e m j u n t o ao prato, fica o garfo de sobremesa, se-
guindo-se o garfo de salada, garfo para carne e garfo para peixe. Guar-
daremos m a i s facilmente esta disposição se observarmos que os ta-
lheres são collocados conforme vão sendo necessários, os primeiros
m a i s afastados e os ú l t i m o s j u n t o ao prato.
O guardanapo deve ser posto á esquerda dos talheres, com a do-
bra para cima, as bordas abertas voltadas para a direita e do lado de
fora da mesa.
O n u m e r o de copos será determinado pelas qualidades de bebi-
das a servir. Ha copos especiaes para quasi todas as variedades.
O copo para água é sempre indispensável.

"COUVERT" INDIVIDUAL PARA JANTAR

Consiste e m pratos, copos, talheres e guardanapo destinados a


u m a pessoa.
Qualquer disposição elegante dos copos acima das facas é accei-
tavel. U m saleiro e u m a colher á esquerda e u m a taça á direita com-
p l e t a m u m logar.
Pode-se usar t a m b é m u m galhiteiro m a s deve ser disposto de for-
m a que fique accesivel a todos os convivas.

DECORAÇÕES DA MESA

A disposição das flores depende sempre de gosto pessoal. U m a


disposição completa de cores e idéas decorativas originaes são freqüen-
t e m e n t e demonstradas com as flores. Geralmente a disposição de
cores é determinada pela estação, pela quantidade de flores de que
se dispõe e freqüentemente pelo motivo que occasionou o jantar. Usa-
se m u i t o collocar só u m a flor n u m solitário ao lado de cada prato.
U m centro baixo- esverdeado é m u i t o agradável. U m a rosa deitada
ao lado de cada prato forma u m a decoração efficiente.

31
C o m o D e v e sei* P o s t a a M e s a

MODOS DE SERVIR

Ha três maneiras de servir u m a refeição : á ingleza, á russa e a


convencionada. A russa é mais cerimoniosa que a ingleza e a conven-
cional combina pontos de ambas.
No serviço á ingleza, qualquer refeição que se offerece, collocam-
se todas as travessas com comida sobre a mesa, e outros pratos neces-
sários deante da dona ou dono da casa ou qualquer membro da fa-
mília. Os pratos necessários ás pessoas sentadas são collocados ante
quem serve ou serão tirados u m por u m de u m a mesa lateral e collo-
cados deante delle. Logo que o prato receba o seu quinhão o copei-
ro deve leval-o a outra pessoa encarregada de servir os acompanha-
mentos como verduras, etc, ou collocal-o directamente enfrente da pes-
soa a quem fôr destinado. Quando se usa tigellinhas para lavar os
dedos, u m prato forrado com u m "napperon" onde se põe a tigella
deverá ser posto deante de cada conviva.
No serviço á russa, serve-se da copa. Com excepção dos doces, no-
zes e guloseimas, a comida só vem á mesa servida no prato de cada
pessoa. Uma parte do prato principal e, se possível, u m acompanha-
mento serão postos em cada prato na copa para depois serem trazi-
dos para a mesa. Todos os outros pratos se succedem.
A's vezes, os pratos limpos são collocados em cada logar. e serve-
se a comida em travessas enfeitadas. A medida que cada iguaria fôr
- retirada, colloquem-se pratos limpos para a seguinte. A mesa n u n -
ca deve ficar sem pratos, excepto antes de servir a sobremesa, quan-
do se devem tirar todos os pratos e limpar a toalha.
No systema convencionado alguns pratos ou até todos são algu-
mas vezes servidos á mesa, á maneira ingleza, e outras, são servidos
em volta da mesa, á russa. A sopa, por exemplo, deve ser servida em
cada prato, da copa, e a carne será trinchada pelo dono da casa, os ve-
getaes e as saladas servidos pela copeira e a sobremesa servida pela
dona da casa.

O SERVIÇO

Primeiro devem se servir ostras abertas ao meio quer em pratos


de sobremesa rodeadas de gelo quebrado ou em prato especial. A oc-
casião escolhida depende do gosto, pôde ser antes ou depois dos convi-
dados sentarem-se á mesa.
Segue-se a sopa. Se fôr servida á mesa, a copeira trará n u m a ter-
rina com a concha, collocará deante da dona da casa que t e m obri-
gação de servil-a.

32
Os pratos o u são fundos o u e m fôrma de tigellas. A criada distri-
buirá pelos convivas, á medida que a senhora fôr servindo, t e n d o o
cuidado de servir primeiramente as senhoras.
Quando a sopa é servida da copa, dispensa-se a terrina porque a
criada traz prato por prato e m u m a bandeja.
A seguir a sopa vem o peixe, que requer u m serviço especial com-
prehendendo u m a travessa estreita e comprida com molheira, ban-
deja e pratos para peixe, que deverão ser levemente aquecidos. O
prato do peixe deve ser passado de pessoa a pessoa ou a copeira passará
e m volta da mesa, servindo-se cada conviva. Não se passa o m o l h o
e m q u a n t o n ã o estiverem todos servidos de peixe.
A bandeja deve ser retirada antes de vir a carne, m a s depois vol-
tará á mesa trazendo outros pratos para servir.
O de carne que deve vir e m seguida, se empregarmos o systema
inglez, será trazido n u m a travessa grande de prata o u porcellana.
Os legumes t a m b é m devem ser servidos n u m prato coberto apropriado.
A carne é servida e m pratos de jantar cuidadosamente aquecidos.
Com a carne freqüentemente serve-se geléa, geralmente prepa-
rada e m fôrma especial. Devem ser escolhidas fôrmas originaes que
façam sobresahir qualquer effeito decorativo desejado.
Legumes devem ser servidos nos m e s m o s pratos o u de preferencia
e m pequenos pratos fundos.
A seguir vem a salada. E' servida e m pratos pequenos apropriados.
Depois retira-se t u d o com excepção da água, copos de bebida e
talheres de sobremesa.
Da sobremesa, depende o modo de ser vil-a. Se o sorvete fôr offerecido
e m fôrmas, usam-se pratos rasos, de outro m o d o , será servido e m
pratinhos apropriados o u e m taças de pé alto. Usa-se u m a colherinha
ou garfo para sorvete, e será collocado acima do prato quando se põe
a m e s a o u serão distribuídos j u n t a m e n t e com o sorvete.
Se fôr u m "frappé" o u qualquer coisa semelhante usaremos taças
de pé alto ; se u m a sobremesa m a i s pesada, como torta o u puddings,
pratinhos de sobremesa.
De accôrdo com o costume inglez, é perfeitamente admissível que
a torta seja servida á m e s a pela dona da casa. Nesse caso, o prato da
torta é. collocado n u m a vasilha sobre u m supporte de prata.
Collocam-se pratos pequenos com queijo e biscoitos e m diversos
pontos da mesa, seguindo-se o café e m pequenas chicaras. O café deve
vir n u m bule de prata o u porcellana e a dona da casa servirá nas chi-
caras, que serão distribuídas pela copeira a cada pessoa.
Tigellinhas de vidro o u m e t a l para lavar os dedos, serão postas n a
frente de cada conviva.

33
DECORAÇÕES ESPECIAES

A maneira de por a mesa offerece u m campo quasi limitado a


expansão da individualidade da dona da casa.
Não se podem limitar n e m esgotar regras de decorações da mesa.
E' u m assumpto que depende inteiramente da originalidade da dona
da casa ou do decorador.
E' possível crear effeitos efficientes sem gastos extravagantes
desde que u m a idéa seja fixada ou suggerida para a decoração.
Aproveitando a suggestão, poderemos conseguir idéas intelligen-
tes com applicação a occasiões especiaes, dias determinados ou ideas
originaes como motivo. Por exemplo : dias de casamento, anniver-
sarios e outros acontecimentos offerecem possibilidades "Ilimitadas
para u m a expressão original.
; Temos t a m b é m muitas datas patrióticas o dia da Independên-
cia, Proclamação da Republica, etc. e certamente as festas antigas,
como o Natal, Paschoas, dia de Anno Novo — cada u m apresentando
as suas opportunidades individuaes para decorações de mesa efficien-
tes.
As festas infantis são t a m b é m muito susceptíveis de decorações
intelligentes. A idade da creança festejada, a occasião do seu anni-
versario, e suas inclinações particulares influem grandemente no
caracter das decorações.

QUANDO SE ANNUNCIAR O JANTAR

A dona da casa, com o seu par, dirige-se a sala de jantar. A' me-
sa, u m cartão em cada logar indicará a disposição dos convidados.
Cada cavalheiro afastará a cadeira de sua dama esperando que a do-
na da casa e as outras senhoras se sentem para depois sentar-se.

ORDEM PELA QUAL SE DEVEM SENTAR E SERVIR AS PESSOAS


A" MESA

O convidado de honra se fôr homem, deve sentar-se á direita da


dona da casa, se fôr senhora, á direita do dono da casa.
A ordem pela qual se serve depende muito do gosto individual.
As senhoras serão servidas antes dos homens, a começar ou pela
dona da casa ou pelo convidado de honra, ou servir-se-ha primeira-
mente ambos, seguindo-se as outras pessoas sem distinção de sexo,

31
•r-s

Como Deve ser Posta a Mesa

fazendo a s s i m a volta da mesa. Admitte-se que se sirva u m p ito


começando pela direita da m e s a e outro pela esquerda para qi -- as
gentilezas sejam igualmente divididas.
Q u a n d o a dona da casa é servida e m primeiro logar fica habili-
tada a julgar se o prato está servido correctamente e provido dos ac-
cessorios necessários.

ETIQUETAS DA MESA

Quer seja u m jantar e m família s e m convidados, quer n u m a oc-


casião de cerimonia, o h o m e m mostrará cortezia e bôa educação es-
perando q u e as senhoras se sentem. N u m lunch o u jantar u m a senho-
ra espera g e n t i l m e n t e que a dona da casa se sente, e u m a senhorita
só t o m a r á o seu logar depois que as pessoas mais velhas estejam nos
seus.

MANEIRA CORRECTA DE SENTAR A' MESA

A melhor posição é a direita, n e m relaxada n e m curvada para de-


ante e m q u a n t o se come. O assento próximo demais atira os h o m -
bros para traz, e m u i t o afastado, obriga a dobrar as costas. Portan-
t o , a m a i s conveniente é aquella n a qual o busto fica 20 centímetros
da mesa, m a i s ou menos.
Considera-se falta de educação, quando se está á mesa, por os co-
tovellos sobre a m e s m a , brincar com os talheres, fazer tinir os copos.
Q u a n d o as m ã o s n ã o estiverem occupadas devem conservar-se n o re-
gaço, pois n ã o h a maior indicio de m á educação do que apoiar-se na
mesa.

' USO DO GUARDANAPO

O guardanapo n ã o deve ser estendido sobre o regaço e m toda a


sua extensão, e n i n g u é m , a n ã o ser pessoas vulgares, prende-no n o
alto do collete o u vestido. Basta desdobral-o u m a vez e deital-o atra-
vessado de u m joelho ao outro. Terminada a refeição n u m restau-
rai ít o u e m casa de u m amigo, não é necessário dobrar cuidadosamen-
t e o guardanapo e m sua forma primitiva e collocal-o ao lado do pra-
to. Desde q u e não vae ser usado novamente s e m ser lavado, é suffi-
ciente pol-o desdobrado sobre a mesa ao levantar-se. Não se segue
esta regra quando se passa alguns dias e m casa de u m amigo. Então
o convidado fará conforme o dono o u dona da casa, porque n e m e m
todas as casas se troca o guardanapo para cada refeição.

&•
iS

35
?3
s>:
Como Deve ser P o s t a a Mesa

GARFO E FACA

Segura-se a faca invariavelmente c o m a m ã o d i r e i t a ; emprega-


mol-a exclusivamente para cortar os a l i m e n t o s , n u n c a para levar co-
m i d a á bocca. Muda-se o garfo para a direita q u a n d o a faca fôr col-
,locada de parte, e salvo para vegetaes pequenos c o m o ervilhas, fei-
jões, etc. , n ã o se emprega colher para levar a comida á bocca.
E' prova evidente de falta de c o n h e c i m e n t o de boas maneiras á
mesa, misturar a comida entre os dentes do--garfo, voltar o lado con-
cavo para c i m a e carregal-o de differentes comidas escolhidas n o pra-
t o , levantar isso t u d o a m o n t o a d o a t é a bocca.
N ã o é m e n o s reprehensivel suspender a faca e o garfo j u n t o s no
ar quando se passa o prato para a dona da casa, para repetição, ou
parando de comer por i n s t a n t e s , descançar a p o n t a do garfo o u da fa-
ca n o bordo do prato e os cabos sobre a t o a l h a . Q u a n d o esses u t e n -
sílios não estiverem e m serviço devem permanecer c o m p l e t a m e n t e
sobre o prato e, terminada a refeição, collocar-se-hão j u n t o s c o m as
pontas n o centro do prato e os cabos descansando n a borda do mes-
mo.
N e m s o m e n t e peixes, carnes, vegetaes e pratos feitos, m e l õ e s e
t a m b é m saladas, se c o m e m c o m garfo. Ostras, lagosta, caranguei-
jos, tartaruga são comidos c o m garfo. E" u m a falta m u i t o notada
nas regras de civilidade cortar salada c o m faca. As folhas de alface
são apanhadas com o garfo e levadas á bocca.

USO DA COLHER

Nunca deixe a colher ficar dentro do café, chá o u caldo quando


estiver bebendo. Para bebidas servidas e m chicaras o u copos é suffi-
ciente mexer u m a o u duas vezes, beber u m a colherada para provar a
temperatura e então deixando a colher n o pires, t o m a r directamente.
Encher u m a colherada de sopa e sopral-a para esfriar é u m h a b i t o que
devemos limitar ao t e m p o da infância. T o m a n d o a sopa, a colher
fará sempre u m m o v i m e n t o para fora, nunca para dentro.
Os liquido^ devem ser absorvidos pelo lado da colher, n u n c a pela
ponta.
Os alimentos para os quaes se emprega a colher são fructas gran-
des e pequenas quando servidas com creme, puddings q u e n t e s e leite
creme, geléas, sopas, conservas, ovos q u e n t e s duros o u molles.

36
Como Deve ser Posta a Mesa

USO DA TIGELLA PARA DEDOS

U m a tigella para lavar os dedos é u m c o m p l e m e n t o necessário


a u m prato de fructas. Colloca-se a tigella meia cheia sobre u m prato
enfeitado com u m a toalhinha. A não ser que se sirva u m outro prato
com a fructa, esse e m que se traz a tigellinha está destinado a recebel-a.
Então a tigellinha e a toalhinha devem ser afastadas ligeiramente para
u m lado e collocaremos a primeira sobre a u l t i m a . Acabada a fructa,
cada m ã o por sua vez, deve ser mergulhada n a água, n ã o as duas
j u n t a s c o m o se fosse u m lavatorio. U m a fricção ligeira da ponta dos
dedos s e m deixar a água transbordar, limpa-os completamente e en-
xugam-se n o guardanapo sobre o joelho.

COMER LENTO E SILENCIOSO

Comer devagar e silenciosamente é u m a prova de respeito pessoal


e u m beneficio para a nossa saúde. Só os m a l educados o u s e m educa-
ção e x a m i n a m sua comida, b a t e m com a colher, garfo o u copo contra
os dentes, c h u p a m o líquido da colher, b a t e m as facas e garfos contra
os pratos, arranham o fundo da chicara, prato o u copo n u m a busca es-
faimada do u l t i m o boccado, m a s t i g a m com a bocca aberta, b a t e m n o
fundo do vidro de p i m e n t a para forçal-a a sahir, e com a lamina da
faca com o f i m de espalhar sal sobre a carne o u vegetaes.
U m a bôa conversação e boccados pequenos auxiliam a digestão ;
é fora de uso e inútil estalar os lábios quando se m a s t i g a m os alimentos.
Actualmente é c o m m u m o uso de saleiros indíviduaes. E m u m
jantar b e m organizado o u e m mesa de almoço o u lunch, se colloca u m
entre cada dois logares. Quando se tornar necessário o uso do sal,
deve-se tiral-o com a colherinha que está dentro o u ao lado do m e s m o ,
collocal-o á borda do prato, n ã o sobre a toalha fora do prato. Intro-
duzir a ponta da faca n o saleiro é extremamente vulgar. Quando es-
palhar o sal sobre a comida, não t o m e u m a pitada entre o pollegar
e o index, u m pouquinho que se tire na ponta de u m a faca o u t u d o que
adherir aos dentes do garfo basta para supprir a falta que t e n h a u m
prato de comida.
U m u l t i m o boccado de comida nunca deve ser procurado n o prato
com avidez n e m finalmente posto n o garfo com auxilio dos dedos.
Nesse caso, devemos utilisar-nos de u m pedaço de pão, o u , melhor
ainda, da faca se estiver á m ã o .
U m a porção de alimento, vegetal o u sobremesa, nunca deve ser
t o m a d a n u m garfo o u colher e ficar suspensa n o ar e m q u a n t o se prose-
gue a conversação. Logo que a comida seja retirada do prato deve ser
posta n a bocca.

37
Como Deve ser P o s t a a Mes

ACCIDENTES A' MESA

Desastres acontecem mesmo ás pessoas mais cuidadosas. Em


todo o caso, quando qualquer coisa voar do prato ou do regaço para o
chão, deve-se permittir a creada levantal-a. Se, por acaso, cahir do gar-
fo u m a gotta de geléa ou gordura então o único remédio é enxugal-a
com o guardanapo.
Muitas vezes, comtudo, senhoras e cavalheiros apparentemente
de bôa educação, quando sobrevem taes accidentes limpam gravemente
sua faca n u m pedaço de pão ou n a borda do prato e afastam as miga-
lhas para longe, Isso decididamente é u m processo errado, assim como
falta grave levantar u m boccado de manteiga ou fragmento de comida
que cahir na toalha ao lado do prato. Em família isso ainda se ad-
mitte, mas n u m restaurante ou em casa de amigos são modos pouco
finos.
f? Se u m indivíduo de pouca sorte derrama u m copo cheio de água
sobre a mesa são inopportunas copiósas desculpas. Appellar para a
dona da casa n u m rápido olhar e dizer : "queira me desculpar ; sou
u m desastrado, devo-lhe pedir desculpas pela minha estupidez, isto é
imperdoável", é o sufficiente.
Se u m a chicara, copo ou prato se quebrar por falta de cuidado,
póde-se dar u m a desculpa ligeira e discreta e dentro de poucos dias
demonstraremos sincero arrependimento, remettendo á dona da casa,
se possível u m a duplicata do objecto quebrado acompanhada de um
bilhete penitente.
Um accidente sério e bem desagradável é tomar na bocca alimentos
escaldando. Um dos meios de nos desembaraçarmos, se não for possí-
vel engulir, é expellir depressa e silenciosamente deitando sobre a co-
lher ou garfo de onde o passaremos ao prato. Isso deverá ser feito com
tal habilidade que ninguém suspeite o acontecido.

ALIMENTOS QUE SE COMEM COM O AUXILIO DOS DEDOS

Em u m lunch, almoço, chá ou ceia colloca-se ao lado do prato gran-


de u m pratinho com u m a faca de prata onde se põe o pão que se quer
servir, não sobre a toalha — e a faca pequena — não a grande de la-
mina de aço — usada para espalhar a manteiga. Nos jantares tira-se
o pão que está dentro do guardanapo e colloca-se sobre a toalha, á
direita do prato. Nunca morda o pão cortado em pedaços grandes,
nem o corte. A' medida que fôr preciso divida-o com a mão em peda-
ços que caibam na bocca, passe a manteiga se houver e depois leve-o
com a mão até á bocca.


Biscoitos comem-se do m e s m o m o d o . Aipo, rabanetes, azeitonas,
picklés, castanhas, salgadas, fructas crystallizadas, bonbons e fructas
cruas (salvo amoras, melões e outras), alcachofras, espigas de m i l h o
são comidos c o m os dedos.
Bolos comem-se como o pão o u com o garfo.
Os pecegos são divididos e m quatro, descascam-se, cortam-se e m
pedaços menores que se levam á bocca com o dedo. Para maçãs, pêras,
usa-se processo idêntico. Ameixas, abricots, uvas, e t c , se forem s u f i -
cientemente pequenas, comem-se de u m a a u m a e quando expellir-
m o s as s e m e n t e s devemos deixal-as directamente dos lábios á m ã o
meia fechada, que a depositará n o prato.
Para comer alcachofras, corta-se o cabo, molha-se n o m o l h o a ponta
das folhas u m a por u m a e leva-se á bocca. Corta-se o miolo e come-se
com o garfo.
O queijo divide-se e m pedacinhos, algumas vezes põem-se e m cima
do pão ou biscoito e c o m os dedos leva-se á bocca, porém, mais fre-
q u e n t e m e n t e come-se com o garfo.
As laranjas, assim como espigas de milho verde, são difficilmente
susceptíveis de m a n u s e a m e n t o gracioso, salvo servidas e m pedaços
para comer com a colher. A laranja pôde ser dividida e m quatro, des-
casca-se então facilmente, tiram-se as sementes e cada quarto cortado
ao m e i o fôrma u m a garfada proporcionada. Decididamente descacascar
e chupar u m a laranja g o m o por gomo é u m acto prolongado e desgra-
cioso.
* Será preciso repetir as advertências de quasi todos os escriptores
sobre a etiqueta, que o frango, caça, costelletas, e m n e n h u m a circums-
tancia devem ser pegadas com a m ã o ?
Aquelle que fôr inhabil a ponto de ser incapaz de separar a carne
do osso de u m a costelleta o u de u m a ave, deve soffrer as conseqüências
de sua inépcia, e renunciar ao prazer desses pedaços tentadores.
O aspargo não se pega c o m os dedos. A parte que é comestível n o
talo pôde cortar-se facilmente com o garfo. O aspecto que offerece
á vista esse vegetal e m todo o seu comprimento pingando m o l h o sus-
penso para ser ingerido, está e m desaccôrdo com as maneiras distinc-
t a s que exige u m a m e s a moderna.

A REPETIÇÃO DE UM PRATO

N u m jantar de gala, n u m lunch esmerado o u almoço de cerimonia,


u m convidado por m a i s í n t i m o que seja dos donos da casa, n ã o deve
pedir nunca a repetição de qualquer prato. Entretanto, n u m jantar

39
i n t i m o quando o convidado t e m grande i n t i m i d a d e , o pedido de repe-
tição de u m prato é considerado u m c o m p r i m e n t o pela dona da casa.
Sendo u m jantar cerimonioso n e m o dono n e m a dona da casa deve
retardar o proseguimento do serviço pedindo a a l g u é m para servir-se
novamente de u m prato que j á c o m e u • m a s n u m jantar i n t i m o ou
familiar a dona da casa demonstrará hospitaleira solicitude convidan-
do o hospede a acceitar a repetição de u m prato v N u m jantar intimo
pôde fazer isso ordenando á copeira de offerecer n o v a m e n t e e m volta
da m e s a o u quando ella m e s m a estiver servindo u m a entrada, salada,
o u sobremesa, pedindo aos convidados para acceitarem u m a repeti-
ção do prato que ella t e n h a á frente. O dono da casa que serve, faz
b e m offerecendo u m pouco m a i s aquelles que elle vê que j á terminaram
o que lhes foi servido. Forçar u m convidado a acceitar u m a segunda
fatia de carne o u colherada de sobremesa que elle recusou gentilmente,
é exceder os l i m i t e s da civilidade.
Ao convidado é sempre permittido pedir u m segundo o u terceiro
copo com água n u m jantar quer c o m m u m quer de cerimonia. Isso
deve ser feito dirigindo-se discretamente á copeira quando ella se
aproximar.

NO FIM DA REFEIÇÃO

Quando se termina u m a refeição é m u i t o censurável afastar para


o lado o u l t i m o prato que se u s o u e a m o n t o a r as m i g a l h a s n a toa-
lha. Deixe o prato n o seu logar, suspenda do colo o guardanapo e ponha-o
na beira da mesa, levante devagar e silenciosamente, s e m preoccupa-
ção de collocar a cadeira n o v a m e n t e n o logar, a n ã o ser e m casa de u m
amigo s e m cerimonia onde o c o s t u m e é esse. As senhoras n u m jantar
o u mesa familiar é que f a z e m primeiro m e n ç ã o de se levantar da mesa.
O cavalheiro sempre espera que u m a senhora o preceda, e é apenas
u m a cortezia esperar que todos t e n h a m acabado para sahír. Esse uso
não se observa certamente n u m a pensão o u n o s pequenos hotéis onde
os hospedes se r e ú n e m e m promiscuidade n u m a só m e s a , m a s deve
ser escrupulosamente observado n u m a casa particular. No ultimo
caso, quando a l g u é m é forçado a sahír da m e s a a n t e s dos outros terem
acabado, deve ter a gentileza de voltar-se para a m ã e o u á pessoa que
preside á m e s a e dizer : "queira m e desculpar", a n t e s de levantar-se, e
obrigado", quando lhe concederem a licença. N i n g u é m a não ser u m
infeliz o u vulgar provinciano se utilísa de u m palito e m publico depois
das refeições.

40
z^

CONSELHOS DOMÉSTICOS
Tira-se a ferrugem das roupas brancas mergulhando-as por al-
g u m t e m p o n u m balde c o m água á qual se addicionou u m a colher
da chá cheia de chloreto de cal. Depois pendura-se ao sol. Repita-se
se fôr necessário.

Quando fritar batatas, e t c , experimente cortal-as com u m a l a t a


vazia de "baking powder" e m logar de faca. Achará m a i s maneavel
e ligeiro.

Guarde a gordura n u m a lata de estanho, faça u m furo na t a m p a


e prenda o cabo do pincel quando este n ã o estiver e m uso. Assim es-
tará sempre prompto e n ã o sujará as m ã o s .

Para evitar que os bolos q u e i m e m quando usar fôrmas novas,


passem-lhes bastante manteiga e m e t t a m - n a s n o forno brando por
15 m i n u t o s . Feito isto poder-se-há assar nellas os bolos s e m perigo
de queimar.

Quando passar a ferro c o m gaz, colloque u m a t a m p a do fogão


de carvão sobre o bico de gaz e ponha o ferro e m cima. O ferro ficará
sempre l i m p o e esquentará m a i s do que se puzermos directamente
sobre a c h a m m a .

Para limpar estatuetas de gesso empregue solução de sabão e u m


pincel de barba. Enxague b e m . Mergulhando-as n u m a solução for-
te de pedra h u m e lhes dará apparencia do alabastro.

Para conservar molduras cubra-as quando novas c o m u m a cama-


da de verniz branco. Qualquer m a n c h a pode ser removida com água,
s e m estragar.

Para conservar limões, ponha-os dentro d'água. ; Mude u m a vez


por semana, d u r a m m u i t o t e m p o .

A transpiração estraga as meias de seda, por isso n ã o as deixe e n -


xugar s e m primeiro laval-as.

41
A louça granitada é m a i s fácil de limpar.

Tenha o seu porão secco ; j a n e l l a s largas são recomendáveis.

Trace com antecipação o seu dia de trabalho.

Nunca seque utensílios de madeira perto do fogo.

Limpe seus m e t a e s , louças e p a n e ü a s f r e q ü e n t e m e n t e .

Ponha as vassouras n u m a t i n a dágua de vez e m quando.

Não use alfinetes para prender a roupa servida, porque isso não
só estraga as fazendas c o m o é perigoso.

OBSERVAÇ ÕES PARA A


D O N A D E CASA

Cuidado c o m o chão da cosinha.


O chão coberto de l i n o l e u m é o que se conserva l i m p o m a i s facil-
m e n t e , a seguir é o de madeira o melhor. Qualquer coisa q u e se der-
rame deve-se limpar logo. Manchas de gordura n a madeira o u pedra
devem se cobrir com greda o u gesso e m pó para absorver a gordura. Ou
se jogarem água fria sobre a gordura logo q u e se derrame para endu-
recer, raspar-se-há facilmente a maior parte. Varra o chão comple-
t a m e n t e u m a vez por dia. Havendo cuidado n ã o precisará laval-o o u
esfregal-o m a i s do que u m a vez por s e m a n a .

CUIDADOS COM O CHÃO ASSOALHADO

Nunca use água para o chão assoalhado. Limpe-o com_ u m pan-


n o humedecido e m kerosene — u m a o u duas colheres de chá para co-
meçar e outro t a n t o m a i s q u a n d o se tiver evaporado. Esfregue com

42
I
Obesrvações para a Dona de Casa

força até que a madeira esteja perfeitamente enxuta. Da m e s m a


forma se l i m p a m os parapeitos das janellas e todos os acabamentos
de madeira.

CUIDADOS COM OS OLEADOS

Lave os oleados com leite e água quente. Use u m a chicara de lei-


te desnatado para 4 litros de água. Enxugue com u m panno para seccar.

LIMPEZA DE PINTURAS

T o m e u m sapolio, u m panno l i m p o e h u m i d o , esfregue a super-


fície que quer limpar. Tenha cuidado para não deixar escorrer pin-
gos d'agua sobre a pintura. Lave novamente com outro panno e água
limpa. Enxugue b e m com u m terceiro. Limpe pouco de cada vez es-
perando que a parte limpa enxugue antes de proseguir.

CUIDADOS COM AS PIAS

O desleixo com as pias dá e m resultado m á o cheiro e produz e n -


t u p i m e n t o s . Tenha-as sempre livres de detrictos. Quando os pratos
tiverem sido lavados, lave com u m a bôa esfregadela de sabão, esfre-
gue a grade de madeira e escorra-a, lave o ralo, o porta sabão e outros
utensílios das pias. Lave o p a n n o de prato, l i m p e as bordas do escoa-
m e n t o e enxugue a pia. Se ella fôr de ferro e tiver de ficar fora de uso
por a l g u m a s horas, seque-a b e m ; se estiver enferrujada, use kero-
sene o u esfregue-a com sebo de carneiro ou toucinho, deite soda cáus-
tica e deixe assim por u m a noite.

CUIDADOS COM AS TORNEIRAS

Esfregue as torneiras de m e t a l com u m a flanella embebida e m


vinagre o u s u m o de l i m ã o , passe pó de tijollo e óleo, e n t ã o lustre c o m
u m p a n n o secco o u applique pomada apropriada ; o u qualquer pre-
parado similar ; friccione com outro p a n n o e pula c o m u m terceiro.
Se as torneiras estiverem engorduradas, lave-as com água de sabão
o u solução de soda a n t e s de passar qualquer outra coisa. As tornei-
ras de nickel e os enfeites precisam s o m e n t e serem lavados.

43
INSTRUCÇÕES ESPECIAES
N ã o deixe dentro d'agua os cabos das f a c a s . - A água desbota e ra-
cha o m a r f i m e os cabos de osso e inutilisa os de madeira. Depois de
lavar as facas, esfregue-as c o m pó de tijollo. Não lave a taboa de fa-
zer massas o u o rolo n u m a pia de ferro, o ferro m a n c h a - o s . Lave-os so-
bre a m e s a . T e n h a o cuidado de n ã o m o l h a r a e n g r e n a g e m de u m ba-
tedor de ovos. Lave a parte inferior, e l i m p e os cabos c o m u m p a n n o
humedecido. A água lava o óleo da e n g r e n a g e m tornando-a dura de
mover. Não perca t e m p o polindo latas. Basta tel-as l i m p a s e enxu-
tas. Mergulhe os copos nagua q u e n t e para que e n x u g u e m por dentro
e por fora ao m e s m o t e m p o . As pratas e copos ficam m a i s luzidios
se forem limpos depois de lavados e m água q u e n t e s e m enxaguar. A
toalha h u m i d a deixa os copos e colheres embaciados. Escalde e e n -
xague n a g u a fervendo- todas as vasilhas onde se t e n h a guardado leite.
Lave os bules de café e de chá c o m água q u e n t e l i m p a s e m sabão e enxa-
gue-os. Limpe o bico dos bules cuidadosamente, deixe-os ficar por u n s
m o m e n t o s destampados. Lave as pias dos pratos, o enxaguador e e n x u -
gue com u m a toalha e n ã o c o m o p a n n o dos pratos. Onde t e m água
corrente q u e n t e e m abundância, poupa-se o t e m p o e os pannos, collo-
cando os pratos, á medida q u e forem l a v a d o s , n u m a grade de m e t a l
e despejando-lhes água b e m q u e n t e e m cima. Enxugue os copos e pra-
tas. Porcellanas e outros utensílios são polidos s o m e n t e com toalha
o u atoalhados de papel. Para alcançar êxito com esse processo, os pra-
t o s precisam ser lavados n a g u a l i m p a c o m solução de sabão e enxa-
guados rapidamente. Se forem lavados e m água engordurada o u se
deixarem seccar s e m enxaguar, n ã o ficarão lustrosos depois de enxu-
tos. Cautela : a porcellana c o m decorações douradas n ã o se deve la-
var dessa maneira. A água m u i t o q u e n t e estraga-as.

PARA REMOVER O AZINHAVRE

Os ácidos dissolvem o azinhavre. Pode-se empregar o ácido oxa-


lico, s u m m o de l i m ã o o u vinagre. Mas, excepto para nodoa.s, é m a i s
efficaz o emprego de pós, para limpar m e t a e s . U m a droga q u e tira
o azinhavre pode atacar o m e t a l . Por exemplo, qualquer droga que
lustre o zinco, destroe-o. Se fôr empregado u m ácido e m qualquer
metal, devem se remover todos os vestígios delle esfregando c o m pó
porque senão reapparece o azinhavre brevemente. O pó m i s t u r a d o
com óleo o u água forma u m a pasta de fácil applicação. Use camur-
ça o u u m panno macio para polir.

44
PARA LIMPAR FACAS DE AÇO

Raspe u m pouco de pó de tijollo com as costas da faca ou u m a faca


velha. Molhe u m a rolha de cortiça n a g u a o u n o azeite e depois pas-
se n o pó de tijollo. Segure a faca firme, c o m a l a m i n a deitada sobre
u m a superfície plana e esfregue os dois lados da l a m i n a com a rolha.
Lave a faca. Limpe os garfos de aço pelo m e s m o processo. Nunca areie
garfos o u facas chapeados a prata.

LIMPEZA D O S UTENSÍLIOS DE ALUMÍNIO

Não se deve usar o a l u m í n i o para vegetaes m u i t o ácidos o u para


cosinhar ovos, porque estes descoram-no. De outro m o d o precisa u m
pouco de cuidado. N u n c a use soda n o a l u m í n i o . Antes de polir u t e n -
sílios de a l u m í n i o encha-os de água e dê u m a fervura. Para nodoas
feias use ácido oxalico diluído, u m a colher de chá de ácido para dois
quartos dágua. Se a m a n c h a permanecer esfregue com u m p a n n o
humido m o l h a d o e m cal o u "dutch cleanser".

LIMPEZA D O S OBJECTOS DE PRATA

Os dois factores principaes q u e destróem a bella apparencia da


prata são as arranhaduras e o azinhavre.
As arranhaduras n u n c a serão removidas da prata com êxito e es-
se facto é t a n t o m a i s verdadeiro tratando-se de peças folheadas, por-
que nessa t e n t a t i v a n ã o se pode evitar a remoção de u m a certa camada
de prata da superfície. Portanto, evite sempre pôr os objectos de pra-
ta soltos n u m a gaveta o u caixa o u n o faqueiro onde elles roçarão u n s
contra os outros. Podeis fazer facilmente saccos de flanella o u envo-
lucros o u adquiril-os n o vosso joalheiro, os quaes conservarão os obje-
ctos separados e e n x u t o s contribuindo a s s i m para a longa vida e bel-
leza de qualquer peça de prata quer seja verdadeira o u folheada. N u n -
ca limpe a poeira das pratas s e m sopral-a primeiramente da superfí-
cie, então use u m material macio que n ã o arranhe. A prata seja de
qualquer quilate perderá o brilho se ficar exposta ao ar. O enxofre
ou a fumaça n ã o só deslustrarão m a s casualmente oxydarão
qualquer peça exposta. Como o enxofre é empregado n a vulcanisação
da borracha qualquer partícula de borracha deve ser conservada lon-
ge dos objectos de prata porquanto qualquer pedaço delia n u m a ga-
veta o u vitrine oxydará a prata.
Alguns fabricantes cobrem c o m p l e t a m e n t e de verniz todos os ar-
tigos de barro vidrado, para preserval-o do ar e desse m o d o evitar que
percam o brilho. C o m t u d o chegaram a u m a conclusão infeliz, por-

45
que o verniz, e v e n t u a l m e n t e , pode descascar o u esfolar formando m a n -
chas que darão ao artigo u m aspecto grosseiro e perderá o brilho por
toda a parte onde o verniz largar.

COMO LIMPAR DIVERSAS SUBSTANCIAS

ALABASTRO — Use água com sabão forte.


CHROMOS — Passe levemente u m p a n n o h u m i d o de Unho.
MANCHAS DE FERRO — P o d e m ser removidas dos objectos bran-
cos com leite desnatado.
MANCHAS DE VEGETAES NAS MÃOS — Esfregue com u m a ro-
dela de batata crua.
VIDROS DAS JANELLAS — As m a n c h a s de t i n t a podem ser
removidas com u m a forte solução de soda.
PARA LIMPAR PAPEL D A S PAREDES — Esfregue com u m pan-
n o de flanella m o l h a d o e m farinha de trigo.
ZINCO — Esfregue u m p a n n o de algodão molhado- e m kerosene,
e m seguida com u m p a n n o secco.
MANCHAS NO AÇO — T o m e u m a parte de pó de esmeril, mis-
ture com u m a parte igual de sabão e esfregue b e m .
GORDURAS NAS SEDAS — T o m e u m pedaço de magnesia, esfre-
gue-a molhada na m a n c h a , deixe enxugar, escove e n t ã o o pó.
NODOAS DE GORDURA NO PAPEL DAS PAREDES — Appli-
que u m a pasta de barro, deixe ficar toda a noite e l i m p e de m a n h ã .
ESFREGAO PARA ÓLEO — Água q u e n t e , a m m o n e a e u m pouco
de sabão e m pó limpará perfeitamente u m esfregão de óleo quando
fôr inneficaz a água e o sabão.
PARA LIMPAR ARTIGOS DE ESTANHO — Soda c o m m u m ap-
plicadà com u m jornal humedecido, e polida c o m outro secco, fal-o-ha
apparecer novo.
FAZENDA PRETA — Misture u m a parte de a m m o n i a c o c o m três
partes de água morna, esfregue com u m a esponja o u p a n n o escuro,
limpe com água e esfregue com a toalha.
NODOAS DE FERRUGEM OU TINTA NO PAPEL IMPERMEÁVEL
— Humedeça a m a n c h a com u m a solução de ácido oxalico. Absorva
depressa com mataborrão o u p a n n o .
FERRUGEM — Humedeça a m a n c h a com água l i m p a , esfregue
e m cima u m a fina camada de sabão hespanhol misturada com giz
e m pó, esfregue com as pontas dos dedos e lave depois..

16
Instrucções Especiaes

SEDA PRETA — Escove-a e l i m p e completamente, estenda sobre


a m e s a com a parte desejada para cima, passe u m a esponja molhada
e m café q u e n t e coado n u m pedaço de musselina, quando estiver m e i o
enxuta passe a ferro.

O EMPREGO DO AMMONIACO EM CASA — O a m m o n í a c o é de


grande utilidade domestica. E' indispensável a u m a bôa dona de casa.
Precisamos notar que sendo u m alcalino poderoso, o seu emprego re-
quer m u i t a attenção.

U m a colher de café para cada litro de água, tira, como por encan-
t o , a fuligem e a gordura das portas e paredes das cosinhas, s e m es-
tragar as pinturas n e m as m ã o s . E' excellente para lavar espelhos,
vidros e pratas.

Unia colher de sopa de ammoniaco e m água com sabão na qual


se fervem os pannos, deixa-os claros e macios, principalmente para
as flanellas e cobertores. Passam-se depois e m duas águas de egual
temperatura, seccam-se rapidamente. Conservam a maciez e tornam-se
como novas.

COMO SE LAVAM BEM OS VESTIDOS DE LAN — Vestidos de


l a n o u de tricot de lan branca ficam simples e bonitos lavados e m água
morna, quasi fria, com sabão branco e u m pouco de ammoniaco. Não
se enxaguam. Seccam-se entre dois pannos.

PARA LIMPAR ESCOVAS DE CABELLO — Dissolva u m pouco


de soda e m água quente e despeje dentro u m a pequena porção de a m -
m o n e a . Segure as escovas com os pellos voltados para baixo, eviían-
do molhar as costas t a n t o q u a n t o possivel. Agite até sahír a gordura,
depois enxague nagua fria e ponha ao ar para seccar.

VESTIDOS DE SARJA AZUL MARINHO — Deixam-se 24 horas


e m água salgada (450 grs de sal para u m balde), escovam-se b e m as
nodoas. Enxaguam-se e m água salgada, penduram-se e passam-se
humidos.

PARA LIMPAR MÁRMORES — T o m e 2 partes de soda c o m m u m


u m a de pedra p o m e s e u m a parte de giz pulverisado, passe n u m a pe-
neira fina e misture isso com água, então esfregue b e m sobre o már-
more que as m a n c h a s desapparecerão. Lave com água e sal.

PARA TIRAR NODOAS DE ÓLEO OU GORDURA DOS TAPETES


— Estenda sobre a m a n c h a u m pedaço de mataborrão, e applique-lhe
e m cima u m ferro sufficientemente quente m a s que n ã o queime. S u -
bstitua o papel e m q u a n t o absorver a graxa. Depois que tiver retira-
do a maior parte do óleo applique cal e m cima, deixe ficar durante u m
o u dois dias, e n t ã o , escove e a m a n c h a terá desapparecido.
O S VESTIDOS DE LAN PRETA — Lavam-se e m á g u a salgada
c o m sabão branco, enxaguam-se e m á g u a fria c o m u m a colher de vi-
nagre. Este processo t a m b é m é empregado para os vestidos vermelhos.

LIMPEZA DAS CAMURÇAS — Para tornál-as novas pode-se pôr.


a camurça de m o l h o e m água c o m u m pouco de sabão preto. Pode-se
pôr t a m b é m u m a solução fraca de carbonato de soda. T a m b é m se
pode laval-as e m água com u m pouco de a m m o n i a c o .

PARA REMOVER MANCHAS — Processo para tirar nodoas de


sangue de qualquer tecido : — Humedeça a parte manchada, c o m kero-
sene, depois mergulhe a parte m a n c h a d a n a g u a fervendo. Pode-se
t a m b é m lavar e m água s e m sabão, n u m a bacia c o m água m o r n a n a
qual se dissolve u m a colherinha de ácido tartarico. Passa-se e m se-
guida e m água pura. E' necessário torcer a fazenda para tirar b e m
o ácido a n t e s de passal-a e m água pura.

CAFÉ OU CHOCOLATE — Estique a parte manchada sobre u m


balde e despeje água fervendo e m cima. Esfregue com glycerina pura
depois passe água morna. Não use sabão, porque isso fixará a mancha.

ESTEARINA DE COR — P o n h a u m mataborrão, e s p u m a do mar


o u talco branco do direito e do avesso da m a n c h a e applique e m c i m a
u m ferro m o r n o . Escove a e s p u m a o u o pó e tire a t i n t a com u m a es-
ponja embebida e m álcool o u ether.

FRUCTA — Use água fervendo e ácido citrico o u água fervendo


c o m ácido oxalico. Despeje sobre a parte manchada que deve estar
esticada sobre u m balde.

MANCHA DE GRAMA — Embeba a m a n c h a e m álcool e esfregue.


Molhe e m água fria e esfregue b e m com creme de tartaro, depois lave
para tiral-o.

GORDURA — Estique a parte manchada sobre u m a bola feita


de toalha o u qualquer outro p a n n o absorvente e esfregue c o m qual-
quer das drogas seguintes applicadas c o m u m p a n n o de l a n : there-
bentina, benzina, ether o u chloroformio.

TINTA — Molhar n a g u a fria, mergulhar n u m a solução de ácido


oxalico fervendo (2 colheres de chá de ácido oxalico para u m copo dágua).
Enxaguar e lavar n u m a solução de sabão.

QUEIMADO DE FERRO — Humedeça a m a n c h a c o m a m m o n e a


applique ácido citrico o u ácido oxalico, depois que se dê a' effervescen-
cia mergulhe nagua fervendo.

MUCOSIDADES — (Lenços) P o n h a de m o l h o n a g u a salgada (2


colheres de sopa para u m quarto de água), lave e depois ferva.

48
-y

ÓLEO DE MACHINA — Ponha de m o l h o e m água fria e depois


lave com sabão. Deixe de m o l h o e m água fria com borax e depois lave.

LEITE - Lave e m água fria e depois quente com sabão.


SUOR Mergulhe n u m a solução de sabão e ponha ao sol por m u i -
t a s horas.
MANCHAS DE MOFO — Água corrente e u m sol quente forte fa-
rão desapparecer o mofo. Pode-se t a m b é m ferver água com folhas de
pecegueiro, pôr-se a roupa mofada e deixar ferver de dez a quinze m i -
n u t o s . Sahirão as nodoas, ficando na roupa a côr verde dágua que
se retira com água e sabão.

MANCHAS DOS SAPATOS NAS MEIAS BRANCAS — Deixe de


m o l h o n u m a solução de ácido oxalico, depois lave com água e a m m o n e a .

CHA' DA ÍNDIA — Cubra a mancha com sal c o m m u m , depois c o m


s u m m o de l i m ã o e ponha ao sol. Esse processo t a m b é m é empregado
para m a n c h a s de ferrugem e m roupa branca.
VASELINA — Colloque duas folhas de mataborrão sob a m a n c h a ,
depois humedeça com benzina. Cubra com outras duas folhas e faça
pressão com ferro m o r n o (não quente).Acautele-se quando usar ben-
zina porque é inflamavel.
OVO — Água fria seguida de água quente com sabão, como se lava
ordinariamente.

SORVETE DE CREME — Passe u m a esponja com água e m toda


a mancha, a seguir applique as drogas usadas para remover nodoas
gordurosas.
COURO — Use sabão e m abundância n u m a esfrega completa,
prosiga como se lava ordinariamente. Ha t a m b é m outro processo
para limpar couro : se o couro está manchado, misturam-se nove par-
tes de álcool paira u m a de glycerina. Esfrega-se com força a parte m a n -
chada. Se o couro estiver secco, molha-se c o m u m a esponja, e a n t e s
de seccar, passa-se u m pouco de gazolina o u u m pouco de óleo de ba-
leia. Os corpos gordurosos i m p e d e m o couro de rebentar e dão-lhe
maciez e u m t o m brilhante.
PARA TIRAR MANCHAS DE PINTURA — Esfregue u m a esponja
com terebentina pura sobre as manchas. Se as nodoas n ã o forem fres-
cas, amolleça humedecendo com a m m o n e a e burrifando com tereben-
t i n a . Pendure os objectos por 15 m i n u t o s , depois lave com água mor-
n a e sabão.
INGREDIENTES DA SALADA — Use sabão e água morna para
artigos lavaveis.

49
COISAS ÚTEIS
A água da chuva c o m sabão faz desapparecer nodoas de óleo de
machina nos tecidos lavaveis.
U m pouco de cal viva nos logares infestados afugenta qualquer
espécie de formiga.
As escamas dos peixes sahirão m a i s facilmente se os mergulhar-
m o s u m m i n u t o e m água fervendo.
A carne fresca q u e começa a se deteriorar voltará a ficar fresca
se a puzermos n o sereno u m a n o i t e .
Addicionar á água e m q u e se fervem roupas u m a colher de sopa
.de terebentina ajuda a alvejal-as.
O kerosene amaciará botas e sapatos endurecidos pela água e os
tornará flexíveis como novos.
U m a colher de chá de a m m o n e a para u m a chicara cheia de água
applicada c o m u m trapo, limpará os objectos de pirata e de ouro.
Humedecer c o m p l e t a m e n t e o cabello, u m a o u duas vezes por se-
m a n a , c o m u m a solução de água e sal i m p e d e a queda.
Tiram-se as m a n c h a s de chá com água l i m p a fervendo. Despeje
a aguá atravez da m a n c h a , evitando a s s i m q u e se espalhe.
Quando se faz g o m m a c o m a m i d o , obtem-se melhor resultado
addicionando-lhe espermacete o u sal, o u a m b o s , o u ainda u m pou-
q u i n h o de g o m m a arábica.
O sal coagula o leite fresco ; q u a n d o preparar sopas, suecos, e t c ,
só addicione o sal quando o prato estiver prompto.
Para pôr o couro a prova d'agua — sature-o c o m óleo de ricíno ;
para evitar o rangido dos sapatos crave u m a taxa n o m e i o da sola.
Para fazer levantar os pellos do velludo — envolva u m ferro q u e n -
t e n u m p a n n o m o l h a d o e passe e m c i m a do velludo. Escove depres-
sa e m q ú a n t o estiver h u m i d o .
Nodoas de t i n t a que j á estiverem velhas e resequidas p o d e m se
tirar das fazendas de lan o u de algodão com chloroformio. Mas a n t e s
cubra a m a n c h a c o m azeite de oliva o u m a n t e i g a .
Para arrancar u m parafuso enferrujado — applique u m ferro de
engommar. e m braza sobre a cabeça por u m i n s t a n t e ; applique-se
a chave de parafuso e m q ú a n t o este estiver q u e n t e .
U m a colher de chá de borax addicionada á u l t i m a água e m q u e
se enxagua a roupa, alveja de u m a forma surprehendente. Esmague
o borax, a s s i m dissolverá m a i s facilmente.

íóS
50
tu
Coisas Úteis

Para tirar a ferrugem das fazendas — ponha u m a colher de chá


de chloreto de ferro n u m a quarta de água, côe duas vezes, depois mer-
gulhe as partes manchadas nessa solução fraca ; estenda ao sol. Se
a ferrugem n ã o tiver desapparecido quando enxugar, repita.
Para lavar pannos de algodão estampados — dissolva u m pouco
de alvaiade de c h u m b o e m 3 a 4 quartos de água pura, de preferencia
da chuva. Depois que forem lavados e enxaguados os vestidos, mer-
gulhe-os e torça-os ; fixa e conserva a côr.
Para expulsar as traças — burrife a mobília e as almofadas com-
p l e t a m e n t e com benzina. Não manchará n e m prejudicará o mais^de-
licado tecido, m a s será a morte certa das traças. Esse trabalho deve
ser feito e m u m logar onde não tenha fogo n e m lâmpada accesa,
porque a benzina é m u i t o inflamavel.
Para collar a porcelana — faz-se ferver e m água uns dez m i n u t o s
u m pedaço de vidro, reduz-se a pó e mistura-se com clara de ovos. Esta
colla emprega-se fresca. Apezar da simplicidade da sua fabricação
é de u m a grande solidez.

SABEM? Que

U m pedacinho de manteiga addicionado á água e m que se cosi-


n h a m vegetaes, macarrão ou arroz, impede-os de transbordar quan-
do fervem ?
A água e m que se cosinhou arroz o u macarrão, quando estiverem
promptos, pode ser aproveitada para sopas ou molhos ?
U m a colher de chá de vinagre addicionada á carne cosida, quan-
do estiver cosinhando, torna a carne macia ?
Depois de descascar cebolla, esfregar aipo com sal nas mãos an-
tes de laval-as faz desapparecer o cheiro ?
Se addicionar u m a pitada de sal ao pó do café antes de ferver a u -
gmentará o aroma ?
Se as luvas de pellica forem esfregadas levemente com miolo de
pão cada vez que forem usadas se conservarão l i m p a s m u i t o mais t e m -
po que de outra forma ?
U m a cataplasma feita de tabaco e água quente, entre dois pan-
n o s , collocada sobre o peito o u na bocca do estômago, allivia convul-
sões quando todos os outros meios tiverem falhado? Isso não preju-
dicará absolutamente.
Qualquer pessoa que t e n h a os pés doidos, se os mergulhar
diariamente e m kerosene durante m a i s o u m e n o s dez m i n u t o s , ex-
perimentará o maior allivio ? Se fôr usado regularmente durante
u m m e z , d i z e m que cura todos os callos o u callosidades que tiverem
os pés. Não empolará n e m causará n e n h u m damno.

51
Coisas Úteis

U m pouco de Benetol, m a i s o u m e n o s m e i a colher de chá para


u m vaso de água, conserva as flores cortadas frescas por m u i t o m a i s
tempo ?
D i z e m que a l g u m a s gottas do antiseptico Benetol n u m jarro de
água é exçellente para a pelle, especialmente para botões, furunculos
e erupções do rosto ?
Para curar queimaduras arranje u m a caixinha de ácido picrico
e com u m a p e n n a de ave pinte a parte q u e i m a d a o u escaldada, dei-
xando depois seccar. E m poucos m i n u t o s a dôr desapparecerá c o m -
p l e t a m e n t e e n ã o voltará m a i s . Quando as queimaduras são graves
ás vezes, precisa m a i s de u m a applicação. Este remédio é valioso, p r i n -
cipalmente nas casas e m que t ê m creança, porque q u e i m a m - s e fre-
qüentemente.
Não h a nada melhor para o cabello que infusão de enxofre ; cura
a caspa, promove o crescimento, faz o cabello sedoso e brilhante e é
m u i t o b o m para conservar a côr ?
Faz-se desapparecer a m a n c h a branca que deixa sobre u m a m e s a
de acaju u m jarro de água q u e n t e o u u m prato m u i t o q u e n t e , passan-
do óleo e depois u m pouco de espirito de vinho sobre a m a n c h a e es-
fregando c o m u m p a n n o até seccar ?
Para afugentar de sua casa as formigas misture b e m duas partes
de borax com u m a de assucar e m pó e espalhe por onde ellas c o s t u m a m
vir. Durante dois o u três dias ellas affluirão e m quantidade, m a s de-
pois desapparecerão. Deixe ficar o pó e m volta por u m a o u duas se-
m a n a s que não tornará a ser importunado por formigas.
Se a comida ficar ligeiramente queimada ao cosinhal-a, sen-
tando a panella n'agua fria desapparecerá o gosto do q u e i m a d o ?
As meias de seda devem ser lavadas e m água apenas m o r n a ,
n ã o quente-? E' preferível u m a solução de sabão do que esfregal-as
directamente com sabão, esprema s e m torcer. ,

PANADOS

A farinha de trigo o u de m i l h o é m u i t o m a i s saborosa para frigir pei-


xes o u costellétas do que farinha de pão o u de bolacha. Primeiro m o l h e
n o ovo batido, a seguir na farinha crua o u farinha de m i l h o e frite.

PROCESSO PARA EVITAR QUE A MANTEIGA, O AZEITE E A GOR-


DURA FIQUEM RANÇOSOS

J u n t a m - s e a u m kilo de manteiga, 60 g r a m m a s de b o m m e l de
abelhas. Este processo é m u i t o usado n a Suissa, dá a m a n t e i g a u m
gosto agradável e especial, conservando-a fresca durante m u i t o t e m p o .

52
RECEITAS
SANDWICHES

Numa Recepção, Geralmente, Usa-se Offerecer


"Sandwiches"

Estamos certos que este pequeno n u m e r o irá levar u m auxilio


precioso t a n t o ás antigas como ás novas donas de casa j expomol-as
com os nossos melhores votos.

SANDWICH DE OVO E MAYONNAISE

Corte b e m finas as claras de ovos cozidos. Misture as g e m m a s


esmigalhadas com mayonnaise b e m temperada. Espalhem e m fa-
tias finas de pão.

SANDWICH CLUB

T o m e fatias finas de frango e t o u c i n h o assados. Colloque o fran-


go e o toucinho entre fatias torradas com manteiga, b e m como u m a
folha fresca de alface onde se espalhou u m pouco de mayonnaise.

SANDWICH DE QUEIJO RALADO

Rale o queijo b e m fino e misture com manteiga derretida for-


m a n d o assim u m a pasta. Tempere c o m sal e p i m e n t a e espalhe n o pão.

SANDWICH DE QUEIJO SUISSO

Corte o pão b e m fino. Passe manteiga ligeiramente. Entre as


fatias ponha as fatias de queijo suisso, depois de ter espalhado sobre

sáS

53
ellas u m pouco de mostarda. T a m b é m ficarão boas c o m queijo a m e -
ricano, enfeitadas com pickle.

SANDWICH DE QUEIJO E NOZES

Misture partes iguaes de queijo americano e nozes picadas • t e m -


pere c o m sal e p i m e n t a do reino, misture c o m creme de leite e espa-
lhe entre fatias finas de pão c o m m a n t e i g a .

SANDWICH DE ROAST-BEEF FRIO

Duas chicaras de roast beef cortado b e m f i n o ; j u n t e u m a colher


de sopa de m o l h o de t o m a t e , u m a pitada de sal e p i m e n t a - e aipo sal-
gado, duas colheres de m a n t e i g a derretida e u m a colher de chá de vi-
nagre. Misture b e m e espalhe n o pão c o m manteiga.

SANDWICH DE QUEIJO E PRESUNTO

U m a fatia fina quer de queijo suisso quer do americano, c o m pre-


s u n t o cosido frio entre duas fatias de pão b e m e m m a n t e í g a d a s , faz
u m a sandwich deliciosa.

SANDWICH DE ROAST BEEF QUENTE


Corte fatias finas de roast beef cru e ponha entre fatias e m m a n -
teigadas de pão branco. Despeje e m cima m o l h o escuro e sirva i m m e -
d i a t a m e n t e . Pode se empregar vitella, porco, carneiro o u aves c o m
o m e s m o resultado.

SANDWICH DE SARDINHA

Retire a pelle e as espinhas das sardinhas e esmague-as fazendo


u m a pasta ; tempere c o m sal e p i m e n t a do reino e a l g u m a s gottas
de s u m m o de l i m ã o , podendo addicionar u m pouco de m a y o n n a i s e .

SANDWICH DE CANELLA

Corte pão da véspera e m fatias finas, tire a codea e divida ao m e i o ,


torre i g u a l m e n t e , espalhe primeiramente manteiga, depois m e l o u
assucar e ponha canella. Sirva b e m quente. »

54
FATIAS FRANCEZAS

U m ovo ligeiramente batido, u m a pitada de sal, u m a colher de


sopa de assucar, 3/4 de chicara de leite. Mergulhe o pão nessa m i s -
tura acima e frite n u m a frigideira com gordura quente até aloirar
de a m b o s os lados. Sirva simples o u com mantefga e assucar, xarope
o u marmelada.

SANDWICH INDIANA

Cortam-se u m a s fatias de pão de sandwich, dando-lhes a forma


arredondada ; passa-se manteiga e levam-se ao forno para torrar.
Prepara-se u m recheio b e m picante de gallinha, ou qualquer outra
carne, camarão o u peixe, que se t e n h a de véspera.
Depois das torradas promptas, estende-se u m pouco de recheio
sobre u m a fatia e cobre-se com a outra, formando-se sandwiches. Le-
vam-se para a mesa sobre u m guardanapo.

SANDWICH DE ASPARGOS

Passa-se n o pão manteiga fresca, colloca-se sobre esta u m a folha


de alface e sobre a alface u m a s pontas de aspargos e sobre os aspargos
outra de alface e depois outra fatia de pão com manteiga.

SANDWICH DE PEIXE

Corta-se e m fatias u m pão próprio para sandwich ; pica-se b e m


m i u d i n h o o peixe que se queira aproveitar e liga-se com " m o l h o de
mayonnaise". Passa-se esta mistura sobre u m a fatia de pão e cobre-
se com a outra de m o d o a formar a sandwich.

SANDWICH DE CAMARÃO

Passa-se manteiga com mostarda e m fatias de pão próprio para


sandwich. Cozinham-se u n s camarões, passam-se n a machina, de-
pois e m manteiga quente, deixam-se esfriar e passa-se u m a camada
dessa massa sobre o pão e formam-se as sandwiches.

& —i iã
PÂO, BISCOUTOS E BOLOS

Alguns Conselhos Sobre as Massas de Farinhas


A farinha especial para massas, bolos, é m a i s branca que a fari-
n h a c o m m u m para pão, m u i t o m a i s macia, avelludada ao tacto e e m -
bola facilmente n a m ã o q u a n d o se comprime u m p u n h a d o .
Conhecem a l g u m a cousa a respeito ?
S a b e m que, embora exista u m a grande variedade de bolos, p o d e m
ser incluídos n u m a das duas principaes classificações ?
E' por isso qtte se classificam como "bolos de m a n t e i g a " aquel-
les que são feitos c o m qualquer gordura ; e "bolos fofos" os q u e são
feitos s e m gordura e que precisam ficar ao ar para fermentar.
S a b e m que m e s m o sendo o valor alimentício dos bolos seperior
ao do pão, varia ainda conforme os ingredientes de que se c o m p õ e m ?
E* por isso que n ã o devemos accrescentar, i n d i s t i n c t a m e n t e um
bolo a u m a refeição j á pesada.
S a b e m que os bolos despertam a gulodice e, a s s i m , i m p e d e m a
mastigação perfeita ?
E' por isso que é u m a l i m e n t o pouco recommendavel ás creanças.
S a b e m que a farinha t e m u m a grande tendência a embolar e e m
conseqüência a diminuir de volume ?
E* por isso que a farinha, que deve ir ao forno, geralmente pre-
cisa ser peneirada a n t e s de se medir.
S a b e m que u m a farinha rica e m a m i d o concorre para o bolo fi-
car com a massa macia ?
E' por isso que a farinha especial para bolos, que t e m m a i s a m i d o
e. m e n o s g l ú t e n que a farinha c o m m u m para pão, é recommendada
para a fabricação dos bolos.
S a b e m que a margarina e os azeites de cozinha s u b s t i t u e m c o m
v a n t a g e m a melhor m a n t e i g a ?
E' por isso que a palavra m a n t e i g a tornou-se u m t e r m o revelador
m a i s do uso das gorduras do que da qualidade delia.
S a b e m que accrescentando chocolate o u nozes a u g m e n t a m a gor-
dura n a massa de u m bolo ?
E' por isso que esses ingredientes t o r n a m o bolo m a i s nutritivo.
S a b e m que a consistência dos bolos fofos depende u m t a n t o do
facto da massa adherir á fôrma ?
E' por isso que n ã o se usa engordurar as fôrmas para os bolos fofos.

iiS
56
Il-J

Pão, B i s c o u t o s e Bolos

S a b e m que o gosto da m a n t e i g a fica m a i s accentuado na crosta


do q u e n o miolo do bolo ?
E' por isso que é admissível que se passe manteiga nas fôrmas
m e s m o quando n ã o faz parte dos ingredientes de lie.
S a b e m que quando se passa manteiga na fôrma para assar bolos
o residuo do sal faz o bolo ficar pegajoso ?
E' por isso que quando se usa manteiga para engordurar as fôrmas
primeiro derrete-se e só se aproveita a parte que fica por cima.
Sabem que os bolos absorvem a humidade dos outros alimentos ?
E' por isso que n ã o se devem guardar j u n t o c o m o pão.

PÃO DE NOZES

4 chicaras de farinha de trigo — 1 chicara de assucar — 1 chicara


de leite — 1 ovo — 1 chicara de nozes picadas — 1 chicara de passas
picadas — 2 colheres de chá de "Baking Powder" — 1/2 colher de chá
de sal.
Bata os ovos e o assucar e misture n o leite ; penére a farinha, o
sal e o "Baaking Powder" e despeje dentro da mistura feita, addicio-
nando nozes e passas ; forme os pãesinhos quando a massa estiver
macia ; arrume e m taboleiros fundos b e m emmanteigados, deixe
crescer 20 m i n u t o s n u m logar quente e asse e m 40 o u 50 m i n u t o s . T a n -
to as nozes como as passas p o d e m ser dispensadas.

BISCOITOS DE CREME COM BAKINK POWDER

1 quartilho de farinha de trigo — 3 colheres de sopa de Baking


Powder — 1 colher'de chá de sal — creme.
Penere j u n t a m e n t e a farinha, o sal e o Baking Powder • misture
c o m creme tão fluido q u a n t o possível j estenda n u m a taboa b e m e n -
farinhada, corte biscoitos pequenos e arrume n u m a forma onde se
t e n h a passado m a n t e i g a derretida o u creme a n t e s de assar ; p o n h a
e m forno b e m quente e deixe 10 o u 15 m i n u t o s conforme o t a m a n h o .

PÃESINHOS PIPOCADOS

2 chicaras de farinha de trigo — 1 chicara de leite — 3 ovos — u m


p o u q u i n h o de sal e de Baking Powder.
Pão, Biscoutos e Bolos

P o n h a os ovos, o sal e a farinha n u m a tijella ; m i s t u r e dentro


o leite e espalhe e m forminhas fundas, encha-as pelo m e i o e asse e m
forno quente durante 25 m i n u t o s .

MUFFINS

2 chicaras de farinha de trigo — 1 ovo — 1 chicara de leite — 2 e 1/2


colheres de Baking Powder — 1 colher de sopa de assucar e outra de
m a n t e i g a derretida — 1/4 de colher de chá de sal.
Misture e penere os ingredientes seccos ; misture o ovo batido
c o m o leite, j u n t e a farinha, addicione a m a n t e i g a derretida e bata
até formar u m a m i s t u r a igual ; asse e m formas e m m a n t e i g a d a s e m
forno moderado.

GENUINE PARKER HOUSE ROLLS

6 chicaras de farinha de trigo — 3 colheres de sopa de m a n t e i g a — 2


chicaras de leite — 2 claras de ovo — u m pouco de fermento — 1 colher
de chá de sal — 1 colher de sopa de assuccar — 1/2 chicara de água morna.
Esquente o leite, j u n t e - l h e o assucar, sal e m a n t e i g a ; deixe fi-
car morno, então addicione 3 chicaras de farinha de trigo ; bata du-
rante 5 m i n u t o s ; j u n t e o bolo de fermento dissolvido e deixe descan-
sar até ficar leve e tufado • addicione então o resto da farinha ,- dei-
xe crescer n o v a m e n t e até attingir o dobro d o volume primitivo ; po-
n h a sobre a i a b o a de massas, amasse ligeiramente e estenda u m a ca-
m a d a de 1/2 pollegada de espessura ; t o m e u m cortador de biscoitos
e corte a massa e m rodelas ; passe-lhes m a n t e i g a derretida e m cima,
dobre e comprima as bordas para j u n t a r • arrume n u m taboleiro e m -
manteigado c o m espaço de 1 pollegada ; deixe crescer a t é ficar b e m
fofo ; asse e m forno q u e n t e durante 15 m i n u t o s .

MISTURA PARA FRITURAS

2 chicaras de farinha de trigo — 1 chicara de leite — 1/2 colher de


chá de sal — 1 ovo. (Para frigir peixe, legumes o u fructas)
Misture os ingredientes acima até formar u m a m a s s a igual e re-
vista o que se quizer fritar ,- se fôr fructa, j u n t e u m pouco de assucar.

BOLOS DE CANELLA

Farinha de trigo — 1/4 de libra de m a n t e i g a — 1 chicara de leite


— 1 chicara d'água — 2 colheres de sopa de assucar — u m pouco de
fermento — 2 ovos e passas de Corintho.

&I
58
Pão, Biscoutos e Bolos

Esquente o leite, j u n t e a manteiga, assucar e o fermento dissol-


vido, ovos b e m batidos e farinha de trigo suffíciente para fazer u m a
massa macia ; amasse ligeiramente ; ponha de parte n u m logar q u e n -
t e ; quando tufar b e m , estenda u m a camada, passe manteiga, e n -
feite com assucar crystalisado e passas de Corintho ; corte os bolos,
arrume-os n u m a forma emmanteigada e quando crescerem b e m asse
e m forno moderado durante 45 m i n u t o s .

BOLO DE NOIVA

2 chicaras de farinha de trigo — 2 chicaras de assucar — 1 chicara


de leite — 1/2 chicara de manteiga — 1 chicara de maizena — 2 colheres
de chá de Baking Powder — 1 colher de chá de baunilha — 8 claras de
ovos.
Penere todos os ingredientes seccos antes de m e d i r ; bata bem o
assucar com a manteiga, depois j u n t e 2 claras e bata b e m ; addicio-
ne a baunilha e u m pouco de leite ; penere dentro u m pouco de fari-
n h a , Baking Powder e maizena ; bata, depois ponha u m pouco mais
de leite e farinha até acabal-a ; por f i m j u n t e as 6 claras restantes que
devem estar b e m batidas ; asse e m forno brando por 1 hora e quando
esfriar cubra com glacé.

BOLO SOL
m

2 chicaras e meia de farinha de trigo — 1 1/2 chicara de assucar


— 1/2 chicara de manteiga — 1 chicara de água — 2 colheres de chá de
Baking Powder — 1 colher de chá de s u m m o de limão — 9 g e m m a s
de ovos — leite.
Bata b e m o assucar com a m a n t e i g a ; bata as g e m m a s e junte-as ;
penere a farinha, depois penere 3 vezes com o Baking Powder e vá ad-
dicionando alternando com o leite aos outros i n g r e d i e n t e s ; asse
e m forno brando durante'50 ou 60 m i n u t o s .

BOLO DO DIABO

1 5/4 de chicara de farinha de trigo peneirada — 1 chicara de as-


sucar — 1/2 chicara de leite — 1/2 chicara de manteiga — 3 ovos — es-
sência de baunilha — 2 colheres de chá de Baking Powder — 3/4 de chi-
cara de assucar e m pó — 3 onças de chocolate dissolvido — 1/2 colher
de chá de canella — 1/4 de u m a colher de chá de cravinhos da í n d i a .

idS
59
Pão, Biscoutos e Bolos

Bata a m a n t e i g a e j u n t e - l h e o assucar ; bata as g e m m a s , addicio-


n e as 3/4 de chicara de assucar e m pó e reuna as duas m i s t u r a s con-
t i n u a n d o a bater ; addicione o chocolate, depois a farinha peneirada
3 vezes c o m Baking Powder e as especiarias ; depois o leite, a essência
de baunilha e as claras j asse e m duas camadas e j u n t e - a s c o m geléa
de fructa ; cubra com glacé.

FILHO' DOCE

4 chicaras de farinha de trigo -— 1 chicara de assucar — 1/2 chi-


cara de leite — 3 colheres de chá de Baking Powder — 2 colheres de
sopa de m a n t e i g a derretida — 1 / 2 colher de chá de sal — 2 ovos — b a u -
n i l h a o u canella.
Misture a farinha, o Baking Powder e o sal ; penere 3 vezes j bata
j u n t o s o assucar e a m a n t e i g a • addicione os ovos b e m batidos, depois
a farinha e o leite alternadamente e a b a u n i l h a ; p o n h a sobre u m a
taboa b e m enfarinhada e estenda u m a camada de 1/2 pollegada de
espessura ; corte com carretilha e frite e m gordura fervendo.

B O L O D E PASSAS
». ^
2 1/2 chicaras de farinha de trigo — 1/2 chicara de leite — 3/4 de
chicara de m a n t e i g a — 1 chicara de passa s e m s e m e n t e — 1 1/2 chi-
caras de assucar — 2 ovos batidos — 1 colher de chá de cremor de tar-
taro — 1/2 colher de chá de soda — 1 noz moscada ralada.
Bata j u n t o s o assucar e a m a n t e i g a ; addicione os ovos ,- alter-
n a n d o j u n t e a farinha peneirada e o leite, cremor de tartaro penei-
rado e soda ; j u n t e as especiarias e passas ; enfarinhe b e m .

PÃO IRLANDEZ

Misture e penere 2 chicaras de farinha de trigo, 5 colheres de chá


de Baking Powder, 1/2 colher de chá de sal, 1 colher de sopa de assucar.
J u n t e 3 colheres de sopa de m a n t e i g a , addicione 1/2 chicara de pas-
sas de Corintho, 1 colher de sopa de a m ê n d o a s picadas e 1 chicara de
leite. Misture b e m e asse e m forma de folha, durante 1 hora, e m
forno moderado.

BOLO DE CREME DE CARAMELO

Quebre n u m a tijella 2 ovos • 1 chicara de assucar mascavo e 3/4 de


chicara de creme espesso ; bata c o m o batedor de ovos até a m a s s a

a:
60
Pão, B i s c o u t o s e Bolos

ficar m a i s o u m e n o s consistente ; j u n t e 1 2/3 de chicara de farinha


de trigo, 2 1/2 colherinhas de chá de Baking Powder e 1/2 colher de chá
de sal q u e se peneirou j u n t a m e n t e . Addicione 1 colher de chá de ca-
cáo e bata t u d o n o v a m e n t e . Despeje n u m a forma quadrangular en-
gordurada, forrada com papel engordurado, e asse e m forno mode-
rado ; cubra com. glacé quando esfriar.

BOLO DE LADY BALTIMORE

3 1/2 chicaras de farinha de trigo — 2 chicaras de assucar — 1 chi-


cara de leite — 1 chicara de m a n t e i g a — 3 colheres de chá de Baking
Powder — 1 chicara de chá de água de rosas — 6 ovos.
Bata a m a n t e i g a , vá misturando o assucar pouco a pouco e con-
tinue a bater ; penere j u n t o s a farinha e o Baking Powder ; addicione-
os ao assucar e manteiga, alternadamente, com o leite e água de ro-
sas ; por f i m addicione as claras batidas e m neve • asse e m 3 camadas,
ligue as camadas com a seguinte mistura :
3 chicaras de assucar — 3 ovos — 5 figos cortados e m pedacinhos
— 1 chicara de passas picadas — 1 chicara de nozes o u amêndoas pi-
cadas — 1 chicara de água fervendo.
Mexa o assucar n a água até ficar dissolvido, então deixe ferver
s e m mexer até a calda ficar e m ponto de fio ; derrame sobre as claras
batidas e m p o n t o de neve, continuando a bater até esfriar ; addicione
as fructas e espalhe sobre o bolo.

BROWNSTONE CAKE

2 chicaras de farinha de trigo — 1 1/2 chicara de assucar — 1/2 chi-


' cara de leite — 1/2 chicara de m a n t e i g a — 4 ovos — 3 colheres de sopa
de chocolate — 1 colher de chá de Baking Powder — essência de baunilha.
B a t a o assucar c o m a manteiga, j u n t e o leite, o chocolate dissol-
vido e m 1/2 chicara de água morna, ovos b e m batidos, Baking Powder
e b a u n i l h a ,- asse e m forma longa e cubra com o creme seguinte :
2 chicaras de chá de assucar e m pó — 1 colher de sopa de mantei-
ga — 1 ovo — 1 chicara de nozes cortadas e m pedacinhos.
B a t a o assucar c o m a m a n t e i g a ; afine com o creme ; j u n t e a cla-
ra do ovo batido e as nozes.

BOLO DE CREME

2 chicaras de farinha de trigo — 2 chicaras de assucar — 1 chicara de


l e i t e — 1/2 chicara de m a n t e i g a — 1 chicara de maizena — 8 ovos — 2 co-
1 heres de chá de Baking Powder — 1 colher de chá de essência de l i m ã o .

61
Pão, Biscoutos Bolos

Penere todos os ingredientes seccos • bata bem o assucar com a


manteiga ,- j u n t e pouco a pouco as gemmas bem batidas, batendo
tudo até ficar bem leve e espesso ; ponha então a essência de limão ;
misture a farinha de trigo, maizena e o Baking Powder ; alterne com
o leite ; asse em formas bem emmanteigadas ; quando esfriar col-
loque entre as camadas abudante e espesso creme ; e use t a m b é m
como glacé, deixando 2 horas para endurecer.

SONHOS DE SUSY

3 1/2 chicaras de farinha de trigo — 1 quartilho de leite — 3/4 de


chicara de manteiga — 2 chicaras de assucar — 2 ovos, batidos juntos
ou separadamente — 1 colher de chá de Baking Powder.
Penere juntos por 3 vezes, a farinha e o Baking Powder j addicio-
ne os outros ingredientes ; asse em camadas.

BOLO EM CAMADAS

1 3/4 de chicara de farinha de trigo — 1 chicara de assucar — 1/2


chicara de leite — 3 ovos — 1 colher de chá de essência de baunilha
ou limão.
Bata a manteiga n u m a vasilha grande ; quando estiver bem ba-
tida j u n t e pouco a pouco o assucar, batendo constantemente ; então
addicione as gemmas batidas ligeiramente e o leite ; bata bem • mis-
ture a farinha com o Baking Powder ,• penere e j u n t e ; bata por 3 mi-
nutos as claras em ponto de neve ; addicione a essência antes de dei-
tar dentro as claras ; asse em 3 camadas, tendo antes o cuidado de
emmanteigar e enfarinhar bem as formas ; quando esfriar cubra com
glacé cozida ; espalhe em cima e dos lados pedacinhos de amêndoa
descascada e ligeiramente torrada.

BOLO DOS NAMORADOS

1 1/2 chicara de farinha de trigo — 1 chicara de assucar — 1/2 chi-


cara de leite — 1/2 chicara de manteiga — 2 ovos — 2 1/2 colheres de
Baking Powder — 1 chicara de passas cortadas — 1 chicara de nozes
ou avelãs picadas.
Bata a manteiga; j u n t e o assucar e bata ; addicione as passas, no-
zes e os ovos batidos ligeiramente, sem separar, o leite e a farinha pe-
neirada com o Baking Powder ; asse em formas pequenas ; enfeite
com glacé, pequenos confeitos vermelhos, amêndoas picadas e avelãs
e velas vermelhas.

62
y-f-;

Pão, B i s c o u t o s e Bolos

BOLO DE CHOCOLATE

1/2 chicara de farinha de trigo — 1 chicara de assucar — 1 pão de


chocolate s e m assucar — 2 colheres de chá de Baking Powder — 5 ovos.
Raspe o chocolate ; j u n t e a farinha, Baking Powder e os ovos ba-
tidos com assucar ; bata t u d o 15 m i n u t o s e asse e m camadas.
CREME — 1 chicara de leite — 1/2 chicara de assucar — 1 colher
de café de m a n t e i g a — 1 colher de chá de maizena — 2 colheres de chá
de baunilha — .
Misture b e m a maizena e m 1 chicara de leite ; bata os ovos se-
paradamente ; j u n t e as g e m m a s á chicara de leite e á essência ,- aqueça ;
addicione a m a n t e i g a e o assucar; ponha dentro as claras batidas
quando esfriar.

TORTA DE MOCHA

1 chicara de farinha de trigo — 1/2 chicara de assucar — 1/2 chi-


cara de manteiga — 6 ovos.
Ponha os ovos e o assucar n u m a tijella ; colloque sobre u m a pa-
nella de água quente até amornar ; bata até esfriar ; bata b e m os
ovos e o assucar; addicione a farinha ; misture até ficar l e v e ; então
j u n t e m a n t e i g a derretida misturando ligeiramente ; despeje n u m a
forma redonda de 10 pollegadas de diâmetro m a i s o u m e n o s e asse
e m forno moderado durante 25 m i n u t o s ; depois de assado, retire
da forma e deixe esfriar ; corte então e m 3 camadas ligando-as com o
seguinte creme :
CREME MOCHA — Bata b e m 6 onças de manteiga s e m sal • bata
4 claras de ovos e m ponto de neve ; ponha 5 onças de assucar n u m a
panella pequena c o m u m pouco de água ; deixe ferver até a calda
ficar e m ponto de bala • feito isto, despeje a calda l e n t a m e n t e sobre
as claras, mexendo fortemente ; quando esfriar addicione a m a n -
teiga e u m pouco de essência de café, batendo t u d o durante alguns
m i n u t o s ; espalhe entre as camadas do bolo.

BOLO DE CREME DE CARAMELO

2 chicaras de farinha de trigo — 1 chicara de assucar — 1/2 chicara


de leite — 1/2 chicara de m a n t e i g a — 4 claras de ovos — 2 colheres de
chá de Baking Powder -— 1 colher de chá de baunilha.
Penere a farinha addicionando o Baking Powder ; penere nova-
m e n t e 3 vezes ; bata b e m o assucar c o m a manteiga ; j u n t e a bau-
nilha, depois a farinha e o leite alternadamente ; f i n a l m e n t e j u n t e
as claras batidas e m p o n t o de neve ; asse e m 2 camadas, 25 a 30 m i n u t o s .

63
Pão, Biscoutos e Bolos

RECHEIO DE CARAMELO

1 chicara de creme azedo — 1 chicara de assucar — 1 chicara de a m ê n -


doas o u nozes picadas.
Cozinhe t u d o j u n t o até ficar e m p o n t o de bala, experimentando
n a água fria • tire do fogo e mexa até esfriar.

MANJAR DIABÓLICO

1 chicara de farinha de trigo — 1 chicara de assucar mascavo —


1/2 chicara de leite — 1 ovo — 1/2 chicara de m a n t e i g a derretida — 1/2
colher de chá de soda — cacau para dar côr.
Misture t u d o vendo q u e n ã o fique m u i t o espesso.

BOLO DO NATAL

1 chicara de assucar crystalisado — 1/4 de chicara de m a n t e i g a —


1/4 de colher de chá de soda — 1 3/4 de chicara de farinha de trigo — 2
1/2 colheres de chá de Baking Powder — 1/2 chicara de caldo de Gra-
pefruit — 1/3 de chicara de polpa de grapefruit.
B a t a a m a n t e i g a , addicionando-lhe pouco a pouco o assucar, ba-
t e n d o sempre ; j u n t e os ovos b e m batidos, depois o caldo da fructa,
a seguir a farinha peneirada com Baking Powder e a soda ; bata b e m
e j u n t e e n t ã o a polpa da fructa cortada e m pedacinhos j asse • quan-
do esfriar cubra e encha c o m a seguinte mistura :
G e m m a s de 3 ovos batidas até endurecer e 1 chicara de assucar,
addicionado gradualmente ; j u n t e 1/2 chicara de caldo de grapefruit
e misture dentro a casca ralada de u m l i m ã o e 1 colher de sopa de m a n -
teiga ; cozinhe e m banho-maria até ficar espesso, esfrie a n t e s de es-
palhar ; corte o bolo e m quadrados pequenos • cubra c o m glacé fei-
t a c o m 2 colheres de sopa de sueco de grapefruit e 1 colher de sopa de
s u m m o de l i m ã o , engrossados c o m assucar que lhes dê a consistência
necessária para espalhar • a n t e s da glacé endurecer colloque n o cen-
tro u m pequeno galho de limoeiro e pingue u m pouco da glacé colo-
rida de vermelho nos galhos.

BOLO ENROLLADO

Bata 2 ovos como para omelettes ; j u n t e 1 chicara de assucar e m


pó, 1 chicara de café de farinha de trigo, u m pouco de baunilha e m pó
o u raspa de limão ; despeje essa mistura n u m taboleiro amanteigado
n u m a camada tão fina q u a n t o possível ; asse e m forno q u e n t e , es-

64
SP

Pão, B i s c o u t o s e Bolos

teja a t t e n t o e m q ú a n t o assa, pois leva apenas 2 o u 3 m i n u t o s se o for-


n o estiver n o p o n t o . Vire o bolo, cubra-o rapidamente com u m a ca-
m a d a de doce e enrolle e m q ú a n t o estiver q u e n t e . Pode-se t a m b é m
espalhar dentro do bolo u m creme de chocolate feito s e m ir ao fogo
o u u m creme de Mocha.

BOLO DE FRUCTAS

P o n h a n u m a tijella 1/2 lb. de m a n t e i g a u m pouco amollecida,


1/2 l b . de assucar e m pó, u m a pitada de sal e misture t u d o b e m . Ad-
dicione e m seguida pouco a pouco alternando 5 ovos, 1 lb. de farinha
de trigo, 1 chicara de chá de leite e 1 colherinha rasa de café de bicar-
b o n a t o de soda que deve ser dissolvida n u m a parte do leite. Bata m a i s
o u m e n o s u m quarto de hora, até tornal-a leve e arrebentar bolhas.
Nessa occasião addicione passas de Smyrna e passas de Malaga, ás
quaes se t i r a m cuidadosamente os cabos e sementes, raspa da casca
de 1 l i m ã o , 2 cascas de laranja crystalisada, algumas cerejas, t u d o cor-
tado e m pedacinhos. Passe manteiga n u m a forma o u m e s m o n u m a
lata de biscoitos rectangular e asse e m forno quente. O bolo deve ser
virado e assado depois e m forno brando. Retire-o quente da forma
e regue com r h u m . Pode-se substituir a farinha c o m m u m por u m a
quantidade igual de farinha especial que se encontra n o commercio,
o kakeoma que faz o bolo m a i s leve e com o sabor m a i s delicado. Obtem-
se t a m b é m melhor resultado substituindo a chicara de leite por 2 o u
3 colheres de creme fresco o u de creme de leite fervido.

CREME DE CHOCOLATE

Para a merenda podeis servir e m lindas tijellinhas este delicioso


creme de chocolate feito frio e s e m leite.
Ponha para amollecer e m banho-maria 4 tablettes grossas de cho-
colate ; misture-as com 4 g e m m a s de ovos, 2 colheradas de assucar
e m pó até ficar u m a pasta b e m ligada. Bata as 4 claras e m neve, ad-
dicione-as ao chocolate despeje o creme n o prato e m que se deve ser-
vir. Ponha-o a l g u m a s horas na geladeira se fôr possível.

BOLO DE TAMARA

4 g e m m a s de ovos, b e m batidas — 1 chicara de assucar — 1 chi-


cara de tamaras picadas — 1 chicara de nozes picadas — ; bata e ad-
dicione ao que ficou acima. 1 colher de sopa de farinha para bolo — 1

65
?*3

Pão, Biscoutos e Bolos

colher de chá de Baking Powder — 1/2 colher de chá de sal — claras


batidas. Misture.
Duas camadas. Cubra c o m creme e pão de ló. Asse m e i a hora e m
forno brando.

LAÇOS DE AMOR

1 chicara de gordura — 5 chicaras de farinha de trigo — 1 chicara


de assucar — 1 colher de sopa de vinagre de fructas (forte) — 1 colher
de chá de sal — 1 ovo — 1 colher de chá de baunilha — 1/4 de colher
de chá de casca de noz moscada ralada, (se quizer).
Bata a gordura ; addicione gradualmente o assucar, depois os
ovos ligeiramente batidos e 1/2 chicara de água morna á qual se j u n -
t o u o vinagre ; penere a farinha com 1/4 de colher de chá de noz m o s -
cada e sal, salvo se se usar m a n t e i g a • e n t ã o use 1/2 colher de chá ;
quando estiver b e m misturado sove b e m , sobre a taboa de fazer m a s -
sa por 1 m i n u t o ; corte pequenos pedaços da m a s s a , enrole n a m ã o
até obter a grossura de u m lápis e 5 pollegadas de c o m p r i m e n t o ; faça
u m a argola u n i n d o b e m as p o n t a s ; enrole outro pedaço, entrelace
ao primeiro e una-o t a m b é m ; feito isso, teremos u m l e g i t i m o laço
de a m o r ,- asse e m forno m u i t o brando até aloirar ligeiramente ,- quan-
do esfriarem cubra-os com u m a glacé de laranja feita c o m a raspa
da casca de u m a laranja grande, posta de m o l h o e m 3 colheres de
sopa de água fria durante m e i a hora e coada n u m pedaço de pan-
n o ralo, pondo-lhe assucar que lhe dê a consistência necessária para
cobrir os laços com igualdade.

BOLO DE MEL

1 chicara de mel, 1/4 de chicara de m a n t e i g a , 4 ovos, 2 chicaras de


farinha de trigo, 1 1/2 colherinha de fermento inglez.
Bate-se m u i t o b e m a m a n t e i g a c o m o m e l , j u n t a - s e os ovos ba-
tidos separados, por u l t i m o a farinha misturada c o m o fermento. As-
sa-se e m duas formas iguaes ; bate-se u m pouco de m e l até ficar como
creme, que servirá para ligar os bolos. Bate-se u m a clara c o m 130
grammas de assucar, b e m batido, junta-se-lhe u m a colherinha de
caldo de l i m ã o . Cobre-se o bolo com esta glacé e enfeita-se c o m doce
de laranja e amêndoas lascadas.

BOLO ARCHANJO

1 chicara de farinha de trigo — 1 1/4 chicara de assucar — 9 cla-


ras de ovos — 1/2 colher de chá de cremor de tartaro — 1 colher de chá
de essência de baunilha.

66
Pão, Biscoutos e Bolos

Bata as claras e o cremor de tartaro até endurecer ; ponha pouco


a pouco o assucar, a farinha e a essência ; asse e m forma s e m gordura.

BOLO ESPONJA

2 chicaras de farinha de trigo — 2 chicaras de assucar — 4 ovos —


1 colher de chá de Baking Powder — 1 colher de chá de essência de li-
m ã o — 1 pitada de sal.
B a t a os ovos separadamente ; depois bata j u n t o s vagarosamente,
o assucar, a farinha, o Baking Powder e o s a l ; por f i m , addicione u m a
chicara de água fervendo com a essência ; aqueça a forma.

BOLO ALMOFADINHA

Bata u m a chicara cheia de manteiga e pouco a pouco addicione-


lhe u m a chicara cheia de assucar. J u n t e ovos, u m de cada vez, baten-
do 4 m i n u t o s depois de cada, até inteirar 4. Ponha u m a chicara cheia
de farinha de trigo peneirada e m e i a colher de chá de baunilha, depois
outra chicara de farinha misturada com duas onças de doce de laran-
j a crysta!isada,cortado e m pedacinhos, u m a quarta de libra de pas-
sas de Cor in th o, 1/4 de lb. de passas Sultana e 3 onças de amêndoas
moidas, batendo t u d o fortemente.
Despeje a mistura n u m a forma engordurada e enfeite por cima
c o m a m ê n d o a s pelladas e lascadas. Asse o bolo e m forma grande e m
forno moderado, durante hora e meia, o u e m forminhas de folha d u -
rante urna hora.

PASTEIS DE CREME DE QUEIJO

1/2 chicara de banha — 1 pacote de 3 onças de queijo de n a t a —1


chicara cheia de farinha de trigo — 2 colheres de sopa de creme — com-
pota — geléa o u marmelada — 1 ovo.
Bata j u n t o s a manteiga e o queijo. Penere a farinha e addicione-
lhe a m i s t u r a da manteiga ; j u n t e t a m b é m o creme misturando b e m .
P o n h a sobre u m a taboa de massas enfarinhada e estenda u m a ca-
mada q u e fique com a espessura de 2 centímetros aproximadamente.
Corte e m rodelas grandes. Humedeça as bordas com água fria, ponha
u m a colher de chá de geléa o u compota n o centro, depois dobre as bor-
das comprimindo-as para unir. Arrume n u m taboleiro engordurado
e passe-lhes o ovo por cima ligeiramente batido. Polvilhe c o m assu-
car e m pó e leve ao forno q u e n t e durante 20 m i n u t o s .
São excellentes para o chá da tarde, servidos quentes o u frios.

&s=
67
Pão, Bis coutos e Bolos

PÃESINHOS ESCOCEZES

Penere 4 1/2 chicaras de farinha de trigo c o m 1/3 chicara de fari-


n h a de arroz e 3/4 chicara de assucar. P o n h a 1 1 / 2 chicara de m a n t e i -
ga n u m a vasilha c o m os ingredientes acima e amasse b e m até redu-
zir a u m a pasta consistente, s e m addicionar n e n h u m liquido. Es-
t e n d a u m a camada de 1/2 pollegada de espessura, corte do feitio de-
sejado e marque por cima com u m garfo o u m o l d e especial. Asse e m
taboleiro e m m a n t e i g a d o , e m forno moderado, durante 45 m i n u t o s .
Estes pãesinhos p o d e m ser feitos c o m a l g u m a s s e m a n a s de antece-
dência e conservados e m lata fechada. N a véspera leva-se ao forno
brando até esquentar, servindo-se depois de esfriar.

TREVOS

2 1/2 chicaras de farinha de trigo — 1 chicara de assucar — 1/2 chi-


cara de leite — 1/3 chicara de b a n h a — 2 colheres de chá de gengibre
— 2 1/2 colheres de Baking Powder — 1 colher de chá de sal — 1 ovo.
Bata a gordura ; j u n t e pouco a pouco o assucar, depois os ovos
b e m batidos e a seguir o leite ; misture a farinha, o Baking Powder,
o sal e o gengibre e penere ; reuna e estenda u m a camada de bôa es-
pessura j corte c o m u m cortador do feitio de trevo ; asse e m forno
quente ; deixe esfriar e cubra c o m glacé colorida de verde o u com
coco ralado colorido de verde ; se usar o coco passe sobre os biscoitos,
m u i t o ligeiramente, clara de ovo diluída n u m a colher de sopa de água
fria batida j u n t a m e n t e ; para colorir o coco, dissolva anilina para
doce com u m pouco de água, despeje n u m prato f u n d o e j u n t e o coco
misturando b e m com u m garfo de prata até ficar colorido por igual •
seque antes de usar.

PÃO DE PASSAS

1 canada de farinha de trigo — 1 chicara de leite — 3 colheres de


sopa de assucar — bolo de fermento — 1 colher de chá de sal — 1 o u
2 ovos — chicara de passas — 1 chicara de groselhas — 1/2 colher de sopa
de manteiga e 1/2 colher de sopa de banha.
Dissolva a manteiga e a banha de porco n u m a chicara de leite q u e n -
te, depois addicione 1 chicara o u de água fria o u de leite para tornal-a
morna ; penere a farinha com o sal e o assucar ; faça u m buraco n o
m e i o da farinha e ponha dentro o bolo de fermento que deve estar
dissolvido n u m pouco de água morna ; addicione u m a parte do leite
misturando na farinha • quebre então 1 o u 2 ovos e ponha o resto do
leite ; bata ligeiramente a massa que deve ficar u m a m i s t u r a espes-

68
P2

Pão, Biscoutos e Bolos

sa ; deixe crescer toda a n o i t e , b e m coberta, n u m logar quente ; de


m a n h ã addicione as passas e groselhas, duas colheres de sopa de as-
sucar e m e i a colher de sopa o u de noz moscada o u de raspa de l i m ã o .
Divida e m duas partes amassando m u i t o pouco ; deixe tufar b e m
e asse durante 45 m i n u t o s .

BOLO DE LIBRA

4 chicaras de farinha de trigo — 2 chicaras de assucar — 2 chicaras


de m a n t e i g a — 10 ovos — 1 copo de vinho de cidra fervida — Limão
e Amêndoas.
Bata a m a n t e i g a ; j u n t e assucar, as g e m m a s de ovos, as claras,
e a farinha • misture groselhas n u m a quarta parte de massa e a m ê n -
doas pelladas moidas, addicionadas a água de rosas, noutra parte ;
deixe a restante s i m p l e s ; encha 3/4 partes de forminhas redondas;
e m metade dessas forminhas e m que se poz a massa colloque pedaci-
n h o s de l i m ã o , 3 e m cada, introduzindo o limão u m pouco dentro da
massa, perpendicularmente ; polvilhe assucar sobre as forminhas da
massa que c o n t e m l i m ã o e amêndoas antes de levai-as ao forno ; asse
e m 20 m i n u t o s ; cubra com glace e passas o bolo simples. O bolo de
libra fica m a i s leve quando é assado e m forminhas.

BOLO DE FIGO

Bata 1 1/2 chicara de assucar — 3/4 de chicara de manteiga ; j u n t e


1 chicara de leite. Penere 3 chicaras de farinha de trigo, 1/2 colher de
chá de sal e 4 colheres de chá de Baking Powder ; addicione metade
da farinha, depois 4 claras b e m batidas, o resto da farinha e 1 colher
de chá de s u m m o de limão. T o m e 2/3 da mistura e j u n t e - l h e u m a co-
lher de chá de canella, 1 colher de chá de noz moscada, 1 1/2 chicaras
de figos cortados enfarinhados, u m a colher de sopa de melaço. P o n h a
n u m a forma de canudo, redonda, emmanteigada, e ligeiramente pol-
vilhada de farinha, u m a colherada da mistura escura, alternando,
como para o bolo mármore. Asse e m forno moderado. A u g m e n t e o
calor do forno ; d i m i n u a o calor n a u l t i m a m e i a hora ; asse durante
55 m i n u t o s aproximadamente.

TORTAS COM GELE'A E FRUCTAS

Forra-se u m a forma com massa folhada, põe-se n o fundo u m a


camada de geléa de qualquer fructa, sobre a geléa, fatias de banana
e maçã cortadas b e m finas. Faz-se u m creme cru com 1/2 garrafa de
leite, 4 g e m m a s , assucar e baunilha, põe-se por cima das fructas e vae
ao forno quente para assar.

69
R E C H E I O S E GLACES
RECHEIO DE CHOCOLATE

1 1/2 pães de chocolates — 3 colheres de sopa de leite — 1 chicara


de assucar — 1/2 colher de baunilha — .
Dissolva o chocolate ; j u n t e 1/2 chicara de assucar e o leite ; mexa
até ligar b e m ; p o n h a o resto do assucar ; cozinhe e m banho-maria
durante 20 m i n u t o s e addicione e n t ã o a baunilha.

RECHEIO DE CARAMELO

1 l b . de assucar mascavo —.1 chicara de leite — 2 ovos — baunilha.


Ferva o leite com o assucar até ficar e m p o n t o de bala ; bata as
g e m m a s e as claras separadamente, depois j u n t e - a s . Pouco a pouco
vá misturando-lhes a calda q u e n t e , batendo sempre ; j u n t e a bau-
nilha e bata até esfriar e ficar b e m consistente.

RECHEIO DE CREME BATIDO

3/4 de chicara de creme — 1/4 de chicara de assucar — 1 clara de


ovo — 1/2 colher de chá de baunilha.
Ponha n u m a tijella de t a m a n h o regular dentro de u m a panei-
la com gelo quebrado ao se addicionar u m pouco de água ; despeje
o creme n a tijella e bata até endurecer c o m u m batedor de arame ou,
se fôr possível, especial para cremes ; bata b e m de fôrma que as bo-
lhas de ar n ã o sejam m u i t o grandes ; j u n t e o assucar, clara de ovo
b e m batida com baunilha ; conserve frio.

GLACE MOCHA

1 chicara de assucar crystalisado — 1 colher de chá de cacáo — 2


colheres de sopa de m a n t e i g a — 1/4 de colher de chá de baunilha — Mais
o u m e n o s 2 colheres de sopa de café frio, b e m forte.
Bata a manteiga ; addicione pouco a pouco o assucar e o cacáo ;
j u n t e a baunilha, depois o café, até a mistura ficar b e m ligada forman-
do u m creme espesso que se possa espalhar.

70
Recheios e Glaces

GLACE COZIDA

1 chicara de assucar — 1/3 de u m a chicara de água — 1/4 de colher


de chá de cremor de tartaro — 1 colher de chá de essência — 1 clara
de ovo (grande) .
B a t a a clara até ficar b e m leve e e s p u m a n t e ; addicione o cremor
de tartaro ; bata até endurecer e seccar ; faça u m xarope de assucar
c o m água ; quando estiver e m ponto de m e l o u ponto de fio, j u n t e
vagarosamente 5 colheres de sopa ao ovo, batendo b e m ; então co-
zinhe o xarope restante até apertar o p o n t o e espalhe sobre o ovo, ba-
t e n d o sempre ; p o n h a a essência e continue a bater até ficar suffi-
c i e n t e m e n t e frio para cobrir o bolo.

RECHEIO DE CREME DE MAIZENA

1/2 chicara de assucar crystalisado — 3/4 chicara de maizena — 1


chicara de coalhada — 1/4 chicara de nozes o u amêndoas picadas — 1
colher de chá de baunilha.
J u n t e o assucar c o m a maizena e misture com a coalhada forman-
do u m a pasta b e m ligada. Cozinhe n u m fervedor, mexendo s o m e n t e
até engrossar. Addicione as amêndoas e a baunilha e quando esfriar,
use para entremeias as camadas de bolo de chocolate ou com o re-
cheio para tortas.

GLACE PARA BOLO BRANCO

1 1/2 chicaras de assucar — 1 chicara de água — 2 claras de ovos.


Ferva a água com o assucar fazendo u m a calda e m ponto de fio ;
despeje sobre as claras b e m batidas, continuando a bater ; quando
estiver quasi frio, j u n t e 1/2 chicara de abacaxi cortado e m pedacinhos.

MERENGUES PARA ENFEITAR TORTAS E BOLOS

Bate-se, c o m u m batedor de arame, 6 claras, até ficarem b e m e n -


corpadas ; depois, junta-se-lhes 400 grammas de assucar refinado
e peneirado, mistura-se b e m e continua-se a bater ; conhece-se q u a n -
d o o merengue está b o m , tirando-se u m pouco da massa com a colher
e pondo-se sobre u m papel ; se não alastrar está n o p o n t o .

71
P O N T O S DO ASSUCAR

PONTO DE PASTA

Deita-se a calda n o tacho e leva-se ao fogo. Tendo fervido alguns


m i n u t o s , mergulha-se a escumadeira n o centro da fervura levanta
-se n o ar dando-lhe, ao m e s m o t e m p o , duas voltas e conservando-a
virada de lado ; se a calda, ao escorrer, formar e m toda a largura da
beira inferior da escumadeira u m a espécie de orla, do centro da qual
se desprenda e m fio, está n o ponto.

PONTO DE FIO BRANDO

Conhece-se que a calda está neste ponto, tirando-se u m pouco


e m o l h a n d o nella a p o n t a do dedo indicador ; sopra-se para esfriar
u m pouco, encosta-se-lhe depois a ponta do dedo pollegar e faz-se o
m o v i m e n t o de abrir e fechar os dedos. Deixando a calda u m fio que-
bradiço, entre os dedos, está n o ponto.

PONTO DE FIO

Continuando a calda a ferver, e m poucos m i n u t o s chega ao pon-


t o de fio. Conhece-se este p o n t o , fazendo com os dedos a operação aci-
m a indicada. Se a calda deixar entre os dedos, u m fio que n ã o se que-
bre, está n o ponto.

PONTO DE VOAR

Logo que a calda está n o p o n t o de fio, fervendo m a i s alguns mi-


n u t o s , está n o ponto de voar. Conhece-se, m o l h a n d o a escumadeira
n a calda, levantando-se e deixando escorrer a calda ; acabando de es-
correr, ficando u m fio fino e leve, está n o p o n t o de voar.

PONTO DE QUEBRAR

Conhece-se que a calda está chegando neste p o n t o , quando desappa-


rece o vapor que sae da fervura e sabe-se que está n o ponto, tirando com a
escumadeira u m pouco de calda e deitando-a dentro da água fria; deve
estalar e então comprime-se com os d e d o s ; se quebrar, está n o p o n t o .

72
CALDAS PARA P U D D I N G S
CALDA ESPESSA

1 chicara de assucar — 1/2 chicara de m a n t e i g a — 2 ovos — 1 colher


de chá de noz moscada.
B a t a o assucar e a m a n t e i g a até ficar u m creme branco ; j u n t e
as claras ; bata alguns m i n u t o s ; addicione cidra fervida e noz m o s -
cada ; p o n h a sobre o gelo o t e m p o necessário para gelar.

CALDA f DE CARAMELO

1/3 chicara de assucar — 1 quartilho de creme.


P o n h a o assucar n u m a panellinha Sobre o fogo, mexa até dissol-
ver e ficar ligeiramente castanho ; addicione, pouco a pouco, cuida-
d o s a m e n t e , 1/2 chicara de água fervendo e deixe cosinhar e m fogo bran-
d o durante 10 m i n u t o s ; o u derreta o assucar n u m a panellinha, j u n -
te-lhe o creme e p o n h a e m banho-maria até o caramelo se dissolver.

CALDA DE LIMÃO

1 chicara de assucar — 2 chicaras de água q u e n t e — 1 limão — 2


colheres de sopa de maizena — 2 colheres de sopa de m a n t e i g a .
Misture o assucar c o m a maizena ; addicione, pouco a pouco, a
água fervendo mexendo s e m parar ; cosinhe durante 8 a 10 m i n u t o s ;
j u n t e s u m m o de l i m ã o e manteiga, sirva quente.

CALDA DE LARANJA

1 colher de chá de maizena — 2 colheres de sopa de assucar — 3


laranjas.
Misture a maizena com o assucar ; esprema o s u m m o das laran-
j a s e aqueça-o ; quando estiver sufficientemente aquecido j u n t e a
m a i z e n a e o assucar e cosinhe a t é ficar transparente.

CALDA PARA O PUDDING DE NATAL

Usa-se o u n ã o , conforme o gosto. Derreta 2 colheres de sopa de


manteiga n u m a panellinha ; j u n t e 1 colher de sopa de maizena ; m i s -

73
Caldas para Puddings

ture b e m ; accrescente u m a chicara de água e deixe ferver m e x e n d o


s e m parar ; j u n t e então 1/2 chicara de assucar mascavo e 1/2 colher
de chá de baunilha.

CALDA PARA TORTA DE AMORAS

1/2 chicara de assucar — 1 chicara de leite — 1 colher de sopa de


manteiga — 1 colher de chá de maizena — 1 chicara de amoras esma-
gadas — .
Bata j u n t o s o assucar, a manteiga, as amoras e o leite ; desman-
che a maizena n u m pouco de leite e despeje pouco a pouco n a m i s -
tura ; deixe ferver 3 m i n u t o s e sirva.

CALDA DE MORANGOS

Passa-se e m u m passador fino, geléa de morangos e desmancha-


se com u m pouco de calda f i n a ; perfuma-se com licor, isto é, j u n t a -
se u m a colherinha de licor n o m o m e n t o de servir.

MOLHO DE CHOCOLATE

Desmancham-se 250 g r a m m a s de chocolate e m 4 decilitros de água,


junta-se u m pouco de baunilha e deiza-se cosinhar e m fogo fraco du-
rante 20 m i n u t o s ; retira-se do fogo e j u n t a m - s e 3 colheres de nata
fresca e 1/2 colher de manteiga.

SOBREMESAS
DOCES- PUDDINGS - BALAS

FUDGE

2 chicaras de assucar — 1 chicara de leite — 1 colher de sopa de


manteiga — 1 chicara de melaço — 2 pães de chocolate — Baunilha.
Cosinhe até ficar e m ponto de b a l a ; bata até assucarar; despeje
n u m a forma emmanteigada ; corte e m quadrados.

74
SS"!

Doces, Puddings e Balas

CRYSTAES DIVINAES

2 chicaras de assucar — 1/2 chicara de xarope branco — 2 claras


— 1 chicara de nozes — 1/2 chicara de água.
Cosinhe j u n t o s o assucar, o xarope e 1/2 chicara de água, até ficar
e m p o n t o de bala ; bata as claras e m p o n t o de neve ; quando o xaro-
pe ficar prompto, derrame vagarosamente sobre as claras e bata for-
t e m e n t e até endurecer ; j u n t e as nozes e a essência a n t e s do xarope
esfriar ; ponha n u m a travessa funda que se possa cortar e m fatias
q u a n d o esfriar. São m u i t o finos.

PINOCHE

2 chicaras de assucar mascavo — 1 chicara de creme — 1 chicara


de nozes picadas — 1 pedaço grande de manteiga.
Cosinhe o assucar e o creme até ficar b o m ; accrescente a m a n t e i -
ga e as n o z e s ; retire do fogo, deixe esfriar 5 m i n u t o s ; então bata até
ficar c o m bôa consistência.

CREME ESCOCEZ

3/4 chicara de m a n t e i g a — 2 chicaras de assucar — 1 chicara de m e -


laço — 1/3 de chicara de vinagre de fructa.
Cosinhe t u d o j u n t o , mexendo até ficar e m p o n t o de bala ; des-
peje e m taboleiros e m m a n t e i g a d o s e marque e m q ú a n t o está q u e n t e
para cortar quando esfriar.

PUXA-PUXA

2 chicaras de assucar — 1/2 colher de sopa de m a n t e i g a — 1 chicara


de água — 1 colher de chá de cremor de tartaro — 1 colher de sopa de
vinagre de fructas — Essência de baunilha.
Cosinhe até ficar e m p o n t o de fio ; esfrie e estire.

CARAMELOS SIMPLES

2 chicaras de assucar — 3/4 chicara de leite — 1/3 chicara de m a n -


teiga — 1 colher de chá de baunilha o u l i m ã o .
Mexa só até começar a ferver e deixe ; cosinhe até aloirar ligeira-
m e n t e , durante 20 a 25 m i n u t o s ; despeje e m formas e m m a n t e i g a -
das ; q u a n d o esfriar u m pouco corte e m quadrados.

75
CARAMELO DE COCO

1 1/2 lb. de assucar — 1/4 chicara de creme 1/4 chicara de água


— 1 quartilho de coco ralado.
Ferva j u n t o s o creme, a água, e o assucar durante 10 m i n u t o s ;
j u n t e o coco e cosinhe m a i s dez m i n u t o s ; despeje n u m a travessa e m -
manteigada e quando estiver frio corte e m pedaços.

MEL ROSADO

T o m e 3 rosas vermelhas, 3 chicaras de m e l , 1 chicara de água, po-


n h a n u m a panella e leve ao fogo, deixando ferver l e n t a m e n t e ; ponha
u m a pitada de pedra h u m e e deixe ferver a t é o xarope engrossar. Côe
n u m p a n n o ralo e m q ú a n t o estiver q u e n t e . Despeje e m copos o u vi-
dros. Qualquer outra flor que n ã o seja venenosa, pode ser usada. Tre-
vo, lilaz, lyrio do valle, o u qualquer outra que as abelhas g o s t e m de
sugar, contanto que o volume seja igual ao de 3 rosas. Isto é extrema-
m e n t e agradável.

PUDDING DO LAR

2 chicaras de farinha de trigo — 1/2 chicara de assucar — 1 chicara


de leite — 1 ovo b e m batido — 1/4 chicara de m a n t e i g a — 3 colheres
de sopa de Baking Powder — 1/2 colher de chá de sal.
Bata a m a n t e i g a ; j u n t e pouco a pouco o assucar e o o v o ; m i s t u -
re a farinha c o m o Baking Powder, o sal e addicione, alternando com
o leite, á primeira m i s t u r a ; asse e m forno moderado durante 35 mi-
n u t o s . Sirva c o m baunilha o u calda espessa, amoras amassadas, sue-
co de fructas, geléas o u compota s.

PUDDING DE COCO

1/2 coco — 1/4 de u m pão de trigo — 1 quartilho de leite — 1/2 chi-


cara de assucar — 1 chicara de m a n t e i g a — 3 ovos.
Rale o coco e cosinhe e m fogo l e n t o dentro do leite ; passe n o pão ;
quando esfriar acerescente o assucar e a m a n t e i g a batidos como creme,
depois j u n t e os ovos e asse. Para pudding de pão n ã o ponha o coco.

PLUM PUDDING

2 chicaras de farinha de trigo — 1/2 chicara de l i m ã o — 1/2 chi-


cara de leite — 1/2 chicara de c o m p o t a de laranja — 4 ovos — 1 1/2 chi-
caras de assucar — 1 1/2 chicaras de t u t a n o picado m u i t o f i n o — 1 1/2

76
y-:

Doces, Puddings e Balas

chicaras de passas s e m s e m e n t e s — 1 1/2 chicaras de groselhas — 1 co-


lher de chá de Baking Powder — 1 colher de chá de canella — 1 colher
de chá de cravinhos e outra de noz moscada.
B a t a b e m o t u t a n o até desfazel-o, j u n t e os ovos batendo. Mis-
ture t u d o deixando o leite para o f i m , despeje n u m a tijella grande ;
p o n h a n u m a forma b e m e m m a n t e i g a d a ; leve ao fogo dentro de u m a
panella c o m água fervendo que chegue até ao m e i o da forma ; deixe
n o fogo durante 3 o u 4 horas ; vire cuidadosamente n u m prato, sir-
va c o m cidra o u calda espessa.

PUDDING DE AMEIXA

1/2 l b . de ameixas — 1/4 de chicara de assucar — 2 ovos — 1/2 colher


de sopa de s u m m o de l i m ã o .
Lave as ameixas e deixe-as de m o l h o nagua durante a noite ; co-
sinhe n a m e s m a água até ficarem b e m macias ; retire os caroços e amas-
se as ameixas n u m passador de batatas ; j u n t e o assucar e cosinhe
5 m i n u t o s ; b a t a as claras e m ponto de neve ; addicione isso j u n t a -
m e n t e c o m o s u m m o de l i m ã o , á polpa de ameixas, mexendo ligeira-
m e n t e c o m o garfo; despeje t u d o n u m a forma funda e m m a n t e i g a d a e
asse durante 20 m i n u t o s n u m forno b r a n d o ; sirva c o m creme o u leite
creme feito c o m g e m m a s de ovos.

PUDDING DE TAMARA

3 chicaras de farinha de trigo — 1 chicara de melaço — 1/2 chicara


fle l e i t e — 1/3 chicara de m a n t e i g a — 4 colheres de chá de Baking Po-
wder — 1/2 colher de chá de sal — 1/2 colher de chá de cravinhos — 1/2
colher de chá de especiarias — 1/2 colher de chá de noz moscada — 3/4
lb. de tamaras cortadas e m pedacinhos.
Derreta a m a n t e i g a ; j u n t e - a ao melaço c o m o leite ; penere j u n -
t a m e n t e a farinha de trigo, o Baking Powder, sal e especiarias e ad-
dicione-os b e m como as tamaras ; ponha n u m a forma e m m a n t e i g a -
da ; cosinhe e m banho-maria durante 2 1/2 horas ; sirva com calda
de cidra.

PUDDING DE ARROZ

1/2 chicara de arroz — 1 1/2 quartilhos de leite — 1/2 chicara de as-


sucar — 1 colher de sopa de casca de l i m ã o picada e m pedacinhos — 1
bôa pitada de sal.
P o n h a o arroz, lavado e escolhido, o sal e o leite, n u m a forma de
p u d d i n g ; asse e m forno moderado durante 2 horas, mexendo cons-

77
Doces, Puddings e Balas

tantemente e durante a primeira hora e meia ; deixe então acabar


de cosinhar sem mexer até ficar com uma crosta aloirada ; come-se
frio com u m creme.

PUDDING DOS RECEMCASADOS

1 chicara de assucar — 1 colher de sopa bem cheia de farinha de


trigo — Maçãs ácidas — 1 quartilho de água quente.
Faça uma massa consistente como para biscoitos ; descasque e
corte em fatias algumas maçãs (1 cortador de batatas é excellente
para isso); estenda com o rolo u m a camada de 1/2 pollegada de espes-
sura ; cubra com as fatias de maçã ; enrole como bolo de geléa ; cor-
te pedaços desse rolo do tamanho de 3/4 de pollegada e arrume n u m
taboleiro, vendo que não fiquem muito juntos ; misture então o as-
sucar e a farinha n u m a panella, j u n t e pouco a pouco á água quente
e cosinhe até ficar transparente, mexendo constantemente ; perfume
a gosto e despeje sobre os rolos levando logo a seguir ao forno ou em
banho-maria, e deixe cosinhar 45 m i n u t o s ; se fôr cosinhado em banho-
maria, ponha no forno alguns minutos para corar.

PUDDING DE GRAÇA

2 chicaras de farinha de trigo — 1/2 chicara de melaço — 1 chicara


de leite — 1 chicara de passas — 2 colheres de sopa de manteiga — 1/2
colher de chá de sal — 1/2 colher de chá de soda — 1/4 de colher de chá
de cravinhos — 1/4 de colher de chá de outras especiarias — 1/4 de co-
lher de chá de noz moscada.
Misture e penere a farinha, a soda, o sal, e as especiarias ; addi-
cione o leite, o melaço e a manteiga derretida; bata bem e accrescente
as passas sem sementes cortadas em pedacinhos ; vire n u m a for-
m a bem engordurada ; amarre bem a t a m p a e cosinhe em banho-ma-
ria durante 2 1/2 horas ; sirva com calda.

PUDDING DO LAR COM ESPECIARIAS

Bata juntamente u m ovo e u m a chicara de nata, addicione então


3/4 chicara de assucar mascavo e continue a bater bem. Misture e pe-
nere 1 2/3 chicara de farinha de trigo, 1 1/4 colher de chá de cravinhos
da índia, canella e cacáo, uma pitada de sal e 2 colheres de chá de Ba-
king Powder. Reuna as 2 misturas, despeje n u m a forma engordura-
da. Asse em forno moderado durante 26 minutos. Sirva quente com
creme de caramelo feito com a mistura de u m a colher de sopa de mai-

78
yirll

Doces, Puddings e Balas

zena, u m a chicara de assucar mascavo e u m a colher de sopa de m a n -


teiga derretida. Leve ao fogo mexendo até o assucar derreter, accres-
cente u m a chicara cheia de água fervendo e cosinhe até engrossar.

PUDDING DO NATAL

1/2 chicara de farinha de trigo — 3/4 chicaras de t u t a n o — 3 1/2


chicaras de pão da véspera — 1 1/4 chicara de cenoura crua — 1 colher
de chá de Baking Powder — 1 l i m ã o — 1 chicara de passas s e m semen-
tes — 3/4 chicaras de groselhas — 1 chicara de limão — 3 ovos — 1 1.2
chicaras de assucar mascavo — 1/4 colher de chá de cravinhos — 1/2
colher de chá de noz moscada ralada — 1 colher de chá de canella — 1
1/2 colher de chá de sal — 1 colher de sopa de vinagre de fructas (forte).
Faça u m creme de t u t a n o cortado e m pedacinhos amassando-o
com a m ã o dentro de u m a tijella aquecida ; j u n t e a cenoura ralada,
o miolo de pão de massa fina ; misture isso b e m e accrescente a cas-
ca de u m limão ralado e o vinagre ; bata as g e m m a s ligeiramente e
addicione-lhes o assucar pouco a pouco ; reuna essas duas misturas
e bata b e m ; penere a farinha de trigo com o Baking Powder, sal, e
especiarias ; j u n t e as passas s e m sementes, as groselhas e o limão
cortado e m pedacinhos ; misture isso a outra mistura ; bata b e m ;
por f i m , addicione então as claras de ovos b e m b a t i d a s ; despeje n u m a
forma e m m a n t e i g a d a e cosinhe e m banho-maria 3 1/2 horas ; vire
n u m prato quente e enfeite com amoras e folhas ; sirva com u m a cal-
da fina.

BALAS DE NOZES

Junta-se a u m kilo de nozes pesadas com a casca, 1/2 kilo de as-


sucar e 2 g e m m a s de o v o s ; mexe-se n o fogo até despegar da panella ;
depois de m o r n o fazem-se as balas do seguinte m o d o : prepara-se u m a
calda c o m assucar crystalisado ; quande estiver e m ponto de fio, ti-
ra-se do fogo e bate-se até ficar como u m creme, lançando-se dentro,
e m seguida, as balas, u m a a u m a e retirando-as com u m a colherinha,
dando-se o formato que se desejar e deitam-se sobre a pedra m á r m o -
re ligeiramente untada de manteiga.
Segue-se o m e s m o processo para os bonbons de chocolate, j u n -
tando-se chocolate á calda quando esta estiver como u m creme. Que-
rendo-se fazer o recheio com fructas e m vez de se usar ovos e nozes,
accrescenta-se o sueco de fructa que se deseja.

79
Doces, Puddings e Balas

AMEIXAS RECHEIADAS

Escolhem-se ameixas b e m macias e grandes. Retira-se o caroço


t e n d o o cuidado de n ã o estragal-as. Faz-se a massa do recheio c o m 3
chicaras de assucar, 4 g e m m a s de ovos, 1 chicara de a m ê n d o a s m o i -
das, e u m pouco de baunilha. Para pellar as a m ê n d o a s basta u m pou-
co^de água fervendo. Estando esse preparado b e m mexido leva-se ao
fogo, sempre mexendo para n ã o pegar n o fundo da panella. Tira-se
do fogo, deixa-se esfriar ligeiramente e recheiam-se as ameixas, pas-
sando-as depois e m assucar crystalisado.
Pode-se t a m b é m substituir as ameixas por tamaras.

DELICIAS DE CHOCOLATE

Passa-se n a machiha de picar 1/2 chicara de tamaras e 1/2 chicara


de figos e 1/2 chicara de nozes. Accrescenta-se 1 colher de sueco de la-
ranja, u m pedaço de laranja crystalisada e u m a tablette de fino cho-
colate derretido. Misturam-se todos os ingredientes depois de picados
e formam-se bolas que se passam e m assucar crystalisado. Pode-se
t a m b é m collocar a massa e m baixo de pesos e depois cortal-a do fei-
t i o que se queira.

SWEETS

Usam-se para esses doces fructas crystalisadas o u de calda que


se escorrem e picam-se e m t a m a n h o igual, seccando-se ao forno quan-
do são de calda. Derrete-se chocolate fino e m banho-maria e conser-
va-se quente para não endurecer. Com u m garfo m e t t e m - s e as fru-
ctas n a calda de chocolate com baunilha. Cada pedacinho deve ficar
b e m coberto e depois enrolado e m papel envernizado para endurecer.

PIPOCA CANDY

Usa-se para esse doce m e l o u melado. Para u m a chicara de mela-


do u m a colher de vinagre de uva. Deixa-se ferver até que a calda t o m e
consistência quando se despejar as porções e m água fria. Despeja-se
sobre pipocas arrebentadas n o m o m e n t o e formam-se as balas.

BONBONS DE CHOCOLATE E COCO


U m a chicara de coco ralado, s e m o leite. Duas chicaras de assu-
car mascavo — 5 colheres de chocolate — 1/2 chicara de leite de coco
— 1 colher de chá de manteiga.

80
Doces, Puddings e Balas

Põe-se o assucar e o leite de coco e m u m a panella, ferve-se duran-


te 1/4 de hora mexendo sempre. Antes de tirar do fogo accrescenta-se
o coco e a m a n t e i g a e bate-se até esfriar. Deita-se e m formas e corta-se
e m quadrados antes que esfrie.

TOFFEE DE AVELÃS
•***-
Excellente toffee se faz com 3 chicaras de assucar mascavo e u m a
chicara de água. Quando ferver accrescenta-se u m a colher de m a n -
teiga. Deixa-se ferver de novo até tomar o ponto de partir. Deitam-se
as avelãs picadas, perfuma-se com baunilha o u com u m a casca de li-
m ã o . Despeja-se sobre a m e s a de mármore e corta-se e m quadrados
e m q ú a n t o a massa estiver quente.

BALAS DE OVOS

Põe-se n o tacho ao fogo, u m copo de água, 1/2 kilo de assucar ;


faz-se a calda e m ponto de fio. Deixa-se esfriar, j u n t a m - s e 24 g e m m a s
de ovos, leva-se ao fogo para engrossar até formar u m a massa. A m e -
tade do assucar deve ser crystalisado e a outra metade, refinado. Dei-
xa-se a massa esfriar e fazem-se pequenas bolas para passar e m calda
e m ponto de quebrar.

FIGOS GLACE'S

T o m a m - s e u n s figos seccos, tiram-se-lhes u m pouco das sementes


abrindo-se pela parte de baixo ; passam-se u m pouco de geléa de qual-
quer fructa por dentro ; prepara-se u m a massa de nozes ; faz-se com
ella pequenas bolas que se introduzem na abertura dos figos. Gla-
çam-se depois com chocolate e arrumam-se de pé como figos frescos.

BOMBOCADO ART-NOUVEAU

Faz-se u m a calda e m ponto de fio grosso com 1 kilo de assucar .;


junta-se-lhe depois o leite puro de 1 coco, 7 colheres.de queijo ralado,
2 colheres de farinha de trigo e 12 ovos ligeiramente batidos. Assa-se
e m forminhas untadas com manteiga e m forno quente.

SUSPIRO MORENO

Leva-se ao forno para seccar u m kilo de assucar ; depois j u n t a m -


se-lhe u m pires de cacáo e 5 claras, e vae-se amassando como para

SáS
81
Doces, Puddings e Balas

biscoito. Depois da massa bem ligada, fazem-se com ella bolinhas


e levam-se em taboleiros ao forno quasi frio.

CREME COM AMEIXAS

Aferventam-se umas ameixas com assucar. Prepara-se u m creme


de baunilha bem grosso, que gele depois de frio. Embebem-se em vi-
nho do Porto umas fatias de pão de ló torrado, ou uns palitos de pão
de ló. Arrumam-se n u m prato u m a camada de creme, u m a de pão
de ló, outra de ameixas sem a calda e cobre-se tudo com suspiro ; en-
feita-se com umas ameixas por cima, polvilha-se o assucar bem sec-
co peneirado e leva-se ao forno para corar.

T O R T A S
MASSA PARA TORTAS

1 1/2 chicaras de farinha de trigo peneirada — 1/2 colher de chá


de sal — 1/2 chicara de banha fria (ou metade banha, metade man-
teiga) — 1/4 chicara de água gelada.
Misture a banha com a farinha ; j u n t e a água gelada e amasse ;
depois estenda.

TORTA DE COCO DELICIOSA

Bata bem 3 ovos e junte-lhes 2 colheres de sopa de maizena mis-


turadas com 4 colheres de sopa de assucar, 2 chicaras de leite aquecido ;
ponha n u m fervedor e leve ao fogo mexendo até engrossar. Deixe es-
friar e addicione-lhe 1 colher de chá de baunilha ; 1 chicara de coco.
Recheie a massa já assada, preparada para a torta ; cubra-a com creme
batido e espalhe em cima, para enfeitar, pedacinhos de nozes.

TORTA ESCOCEZA

1 chicara de assucar mascavo — 2 colheres de sopa de manteiga


— 1 chicara de leite — 2 colheres de sopa de farinha de trigo — 2 gem-
mas de ovos.
Bata a manteiga com o assucar ; j u n t e as gemmas batidas, de-
pois a farinha. Ferva o leite e addicione-o, pouco a pouco, á mistura.
Cosinhe até engrossar ; recheie uma camada de massa assada e sir-
va com creme batido ou cobrindo completamente com merengue.

82
s?

TORTA DE LEITE CREME

1/3 chicara de farinha de trigo o u maizena — 3 chicaras de leite — 1


chicara de manteiga •— 6 ovos — 1 1/2 chicaras de assucar.
Misture e perfume a gosto ; é o sufficiente para 3 tortas ; asse
primeiramente a massa da torta.

TORTA DE CHOCOLATE

2 g e m m a s de ovos — 1/2 chicara de assucar — 2 pães de chocolate


— 2 chicaras de leite — 1/4 chicara de farinha de trigo — 1 colher de
chá de essência de baunilha.
Bata as g e m m a s , j u n t e o assucar misturado com a farinha, de-
pois accrescente o chocolate dissolvido. Ferva o leite e addicione-o á
outra mistura.ponha n u m fervedor e cosinhe até ficar consistente
(20 a 30 m i n u t o s ) , mexendo para evitar que embole. Recheie a mas-
sa assada e cubra com as claras batidas com 4 colheres de sopa de as-
sucar. Leve ao forno para corar ligeiramente.

TORTA DE NOZES

1 chicara de nozes — 3/4 chicara de assucar — 3 ovos — 1/2 colher


de chá de Baking Powder — 2 bolachas socadas.
Bata as g e m m a s , j u n t e o assucar, depois as bolachas e as nozes.
Bata as claras, polvilhe o Baking Powder sobre ellas e reuna á outra
mistura. Asse durante 25 a 30 m i n u t o s e m forma emmanteigada.
Sirva com creme batido.

TORTA DE AMORAS

1 quartilho de farinha de trigo — 1 colher de chá de manteiga —


3/4 de chicara de leite — 1 colher de chá de Baking Powder — 1/4 de co-
lher de chá de sal — Amoras.
Penere a farinha de trigo com o Baking Powder ; misture-lhes
a m a n t e i g a e o sal, j u n t e o leite e estenda com o rolo u m a camada de
1 a 3 pollegadas de espessura ; espalhe qualquer qualidade de a m o -
ras e m abundância ; polvilhe assucar por cima e enrole ; asse duran-
te meia hora e sirva quente com calda.

TORTA DE MORANGOS

E' u m a esplendida sobremesa para u m jantar leve. Misture 1 1/2


chicaras de morangos, ligeiramente cortados, com 1 chicara de assucar

83
s?

crystalisado. Faça u m a massa consistente como para biscoito, e s t e n -


da com o rolo u m a camada fina e forre c o m ella forminhas de pão,
e m m a n t e i g a d a s ; encha com morangos até o m e i o , u n a b e m e n t ã o
as pontas da massa, comprimindo-as, pincele c o m leite e asse e m for-
n o moderado durante 25 m i n u t o s approximadamente.
Sirva quente, com calda espessa.

MASSA DOCE PARA TORTAS


500 grammas de farinha de trigo, 250 g r a m m a s de m a n t e i g a fres-
ca, 4 g e m m a s e 4 colheres de assucar.
Penera-se a farinha e faz-se u m a cova n o centro, onde se deita
a manteiga, as g e m m a s e o assucar ; vae-se desmanchando esses 3
ingredientes até ficarem b e m misturados, depois vae se l h e j u n t a n d o
a farinha, n ã o amassando, m a s espremendo até ficar t u d o b e m li-
gado. Forra-se a forma de torta c o m massa doce, enche-se c o m doce
de maçã ou outro qualquer e assa-se e m forno q u e n t e .

ALGUMAS COUSAS SOBRE O LEITE QUE DEVEMOS RECORDAR.

O leite é o alimento m a i s rico e m ferro e por isso torna os ossos e


os dentes fortes.
O leite c o n t e m as vitaminas que promovem o crescimento.
O leite lhe dará energias e vi vae ida de.
O leite fortalece os seus músculos.
O leite fortalece os seus nervos e lhe prepara u m a vida longa e feliz.
Tomar leite é contribuir para á saúde.
O regimen do leite é o regimen da saúde.
Siga-o.

SORVETES -- GELADOS
CARAPINHADAS
SORVETE DE LEITE

2 canadas de leite — 3 chicaras de assucar — 1 colher de sopa de


baunilha ou essência de limão.
Misture b e m e gele, deixando na sorveteira espaço para a dilatação.

íóS
84
SORVETE DE CREME DE BAUNILHA
4 chicaras de leite — 1 1/2 chicara de assucar — 4 ovos — 1 colher
de sopa de baunilha o u essência de l i m ã o .
Prepare e cosinhe os ingredientes n o m o d o geral que se explica
na seguinte receita.

SORVETE NEW YORK

5 chicaras de leite — 1 chicara de assucar — 4 g e m m a s de ovos —


1 colher de sopa de gelatina — 1 colher de sopa de baunilha o u essên-
cia de limão — u m a pitada de sal.
Faça u m creme do leite, assucar, ovos e sal ; deixe dar u m a fer-
vura ; retire do fogo e addicione-lhe a gelatina dissolvida n u m p o u -
co de água morna ; esfrie, côe e j u n t e a essência ; bata o creme ; ad-
dicione-o ao leite creme e ponha a gelar quando ficar frio.

SORVETE DE CARAMELO

1 chicara de assucar — 1 canada de creme — 1 chicara de água fer-


vendo — baunilha.
Dissolva 1/2 chicara de assucar n u m a panellinha e quando aloi-
rar, j u n t e - l h e a água ; deixe e m fogo brando durante 10 m i n u t o s ,-
côe, addicione-lhe o creme e 1/2 chicara de assucar ; perfume e gele.

SORVETE DE CHOCOLATE

2 tablettes de chocolate — 3 chicaras de assucar — 1/2 quartilho


de leite — 1/2 quartilho de água quente — 2 canadas de leite — 2 ca-
nadas de água — 1 colher de sopa de gelatina.
Dissolva o chocolate e m duas colheres de sopa de água fervendo ;
j u n t e - o com o assucar ao leite quente ; cosinhe até ficar e s p u m a n t e ,
mexendo sempre porque q u e i m a facilmente ; addicone as duas ca-
nadas de leite e os de água ; quando estiver morno, retire do fogo
e misture depressa a gelatina dissolvida e m água morna ; deixe n u m
logar frio até tomar consistência e esfriar, depois gele.

SORVETE DE LARANJA

7 laranjas — 2 limões — 4 claras de ovos — 2 1/2 quartilhos de as-


sucar — .
Desmanche o assucar e m duas e m e i a canadas de água e leve ao
fogo durante 15 a 20 m i n u t o s ,- esfrie ; j u n t e o s u m m o coado e q u a n -

ft>-
85
do estiver quasi gelado, accrescente as claras batidas e gele. Essa quan-
tidade é sufficiente para 5 canadas de sorvete. Sirva em copos de ca-
rapinhada.

SORVETE DE LIMÃO

1 quartilho de summo de limão — 1/2 copo de summo de laranja —


2 onças de gelatina — 2 chicaras de assucar.
Deixe de molho a gelatina durante a noite em 1/2 quartilho de água ;
pela m a n h ã j u n t e 3 canadas de água e dê u m a fervura ; côe o caldo
da fructa, adoce e gele.

CARAPINHADA DE LIMÃO E LEITE

2 quartilhos de leite — 2 chicaras de assucar — summo de 3 limões.


Dissolva o assucar no leite, junte-lhe o summo dos limões vaga-
rosamente e gele.

CARAPINHADA DE FRUCTAS

3 limões — 1 laranja — 1/2 chicara de abacaxi picado — 2 1/4 de


chicara de assucar — 1 clara de ovo — 1 canada de água.
Ferva a água com muitas fatias de limão e casca de laranja duran-
te 10 minutos ; esfrie, accrescente o summo e o abacaxi ; resfrie ; quan-
do estiver quasi gelado, j u n t e a clara batida.

G E L E AS

Pontos importantes no modo de preparar as Geléas

PARA PREPARAR OS COPOS PARA GELE'AS

Lave os copos e ponha-os n u m a panella com água fria ; arrume-


os por ordem e aqueça a água pouco a pouco até ferver ; retire os co-
pos e escorra-os ; ponha-os emqúanto encher sobre u m panno molha-
do em água quente e depois torcido.

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PARA FAZER O SACCO DE COAR GELEA
Traspasse duas extremidades de u m pedaço de algodãosinho o u
flanella de lã de 70 centimetros de comprimento ; costure dando-lhe
a forma de u m a cornucopia, arredondando o fundo ; sobrecosture
para ficar m a i s forte ; enfie u m nastro n a bocca do sacco e termine-o
c o m dois ilhoses de nastro que servirão para pendural-o.

PARA SECCAR O ASSUCAR

P o n h a - o n u m a panella o u prato esmaltado e leve-o ao forno m o -


derado, deixando a porta do forno m e i o aberta ; mexa de vez e m quan-
d o para o assucar aquecer i g u a l m e n t e e não ficar escuro.

QUANDO PREPARAR GELEA

Se estiver doce d e m a i s e não tiver mais caldo, accrescente-lhe u m


pouco de vinagre de cidra puro ; a geléa ficará i m m e d i a t a m e n t e con-
gelada e o perfume n ã o diminuirá.

GELEAS

As carnes q u e c o n t e m m a i s gelatina natural proporcionalmente,


são as de a n i m a e s novos o u determinadas espécies. A vitella dá sem-
pre facilmente u m a geléa deliciosa e presta-se a m u i t a s applicações.
U m a das fontes m e n o s dispendiosas e m gelatina natural são os
pés de porco. Esses c o n t ê m essa substancia e m tão grande quanti-
dade que se pode repetir c o m êxito a extração.
A geléa de gallinha é m u i t o fina e popular, m a s deve se usar u m a
ave nova, de u m a n n o .
J u n t e sempre pés de gallinha quando fizer geléa, pois t ê m m u i t a
gelatina. Se preferir, pode usar caldo de u m a ave m a i s velha addicio-
n a n d o , e n t r e t a n t o , u m a colher de sopa de gelatina e m l a m i n a para
cada quartilho do caldo a f i m de dar-lhe a consistência de geléa.
Qualquer q u e seja a carne usada, as instrucções geraes sobre o m o d o
de preparar a geléa, são as m e s m a s , variando apenas o tempero.

GELEA DE MOCOTÓ' DE VITELLA

Escolha u m mocotó de vitella pesando de 3 1 2 a 5 l b . que ainda


t e n h a a l g u m a carne. Faça partir e m diversos pedaços tendo, porem,
o cuidado de n ã o triturar n e n h u m a cartillagem o u osso. Lave a car-
ne e ponha n u m a panella ; cubra c o m água fria n a proporção de u m

87
quartilho para cada libra de mocotó. J u n t e para temperar u m a ter-
ça ou quarta parte de chicara de cebolas picadas, igual quantidade
de cenouras e aipos, mais algumas folhas extra do mesmo picadas,
u m ou dois raminhos de salsa, u m a folha de louro, quatro cravinhos,
duas colheres de chá de sal, u m a colher de herva doce, e u m a boa pita-
da de pimenta. Deixe dar u m a fervura e cosinhe depois lentamente
até a carne largar dos ossos, para o que precisará mais ou menos três
horas. Tire a carne, separe-a dos ossos e ponha n u m a forma de pão.
Comprima sob u m peso até esfriar, se quizer obter boas fatias.
Para clarificar a gelatina passe-a n u m a peneira bem fina e deixe
esfriar ; depois ponha na geladeira, assim provavelmente, coalhará
a gordura por cima e retirar-se-á facilmente. Dissolva o caldo da ge-
léa sem aquecel-o, e addicione a cada canada (1 1/2 litros) as claras de
dois ovos ligeiramente batidas, j u n t a m e n t e com as cascas esmagadas.
Mexa sobre o fogo brando sem parar até a mistura ferver ; cosinhe
durante três minutos, deixe então descansar para sentar antes de
coar n u m panno de tecido bem unido. Isso limpa a geléa dando-lhe
uma cor de âmbar tão transparente que se pode ver a guarnição
atravez a geléa.
Para uma familia de 4 pessoas, podem se fazer dois, ou mesmo
três pratos differentes, com essa mesma receita de geléa.
Antes de comprimir a carne, ponha de lado os pedaços menores
e corte-os em pedacinhos. Addicione a isso u m pimentão em conser-
va picado, algumas azeitonas de recheio ou outro ingrediente de cor.
Ponha essa mistura picada simplesmente, dentro de 4 forminhas hu-
medecidas, encha-as com o caldo por coar. B
Depois do caldo coado, prepara-se u m a forma mais enfeitada.
Como coando tira-se parte de certos temperos, j u n t e mais u m pouco
de sal e uma pitada de pimenta do reino. Molhe a forma em água fria
e despeje dentro u m quarto de pollegada de gelatina clarificada. Po-
n h a na divisão mais fria da geladeira para apressar o processo. Estan-
do prompto, cubra essa camada de geléa com outro de qualquer guar-
nição. Essa pode ser composta de rodellas de ovos cosidos igualmente
dispostas e uma estrella de pimentão ou u m a fatia de azeitona col-
locada no centro de cada rodella de ovo, de accordo com a própria phan-
tasia ; ou tiras de pimentão dispostas entre rodellas de ovos, ou qual-
quer outra guarnição levando em conta as cores e o gosto de cada u m .
Despeje então sobre isso caldo sufficiente para fazel-os fluctuar mas
que não os desarranje. Ponha na geladeira novamente e colloque den-
tro também a vasilha da gelatina, pois quanto mais frio ficar, sem ter
tomado a consistência da geléa, mais rápido será o processo de arru-
mar as camadas. Immediatamente depois de endurecer a camada
de guarnição, addicione camadas de carne entremeiadas com peda-
ços de azeitona, pimentão, cogumelos ou ervilhas, como desejar. Cubra

88
cada camada com o caldo da geléa e deixe gelar a n t e s de sobrepor nova
camada, até a forma ficar m a i s o u m e n o s pela metede, estando então
o t o d o bastante gelado para permittir que se acabem de accrescentar
as camadas s e m precisar gelar depois de cada u m a . Leve á geladeira
até ficar b e m firme, a n t e s de retirar da forma para servir.
A geladeira electrica conservará u m a forma dessas prompta para
servir durante m u i t o s dias.
Se sobrar a l g u m a geléa de mocotó, despeje-a n u m a forma funda,
q u a n d o gelar corte e m quadrados e sirva como guarnição com carnes
frias o u salada de l e g u m e s .
Pode-se addicionar á vitella outras qualidades de carne quando
se prepara qualquer dessas fôrmas, principalmente as que t ê m cheiro
agradável, como o presunto, lingua defumada, salchichas de Vienna
o u carne salgada. Accrescenta-sè ao caldo, querendo, 1/2 garrafa de
vinho branco o u do Porto, e caldo de u m limão.
Usando essas diversas combinações pode-se repetir o prato m u i -
tas vezes s e m apresental-o duas vezes exactamente igual.

GELE'A DE PE' DE PORCO

Use processo idêntico ao da vitella, e para 4 libras de mocotó de


porco approximadamente, p o n h a os m e s m o s temperos accrescentan-
do 1/2 colher de chá de folha de salva. Esta geléa é deliciosa para e n -
formar qualquer guarnição.
Segue u m a das receitas preferidas.

GELE'A DE OVOS RECHEIADOS E ESPARGOS

Addicione ao caldo a n t e s de clarifical-o, duas colheres de sopa de


s u m m o de l i m ã o o u vinagre. Para 6 pessoas corte 3 ovos duros ao m e i o .
Retire as g e m m a s , amasse-as e tempere b e m com u m a colher de sopa
de creme de n a t a , u m a colher de chá de m o l h o de t o m a t e , pitadas de
sal e p i m e n t a , e "paprika". Recheie as cavidades i g u a l m e n t e , pondo
u m a rodela de p i m e n t ã o n o centro de cada. Despeje u m a camada
fina de gelatina e m 6 tijellinhas de leite creme, molhadas (vasias).
Q u a n d o essa coalhar colloque e m cada, u m a m e t a d e de ovo recheiado.
Próximo as bordas arrume verticalmente, pontas de espargos cosidos,
corte n o c o m p r i m e n t o ò que exceder a fôrma. Derrame dentro caldo
sufficiente para segurar o ovo e os espargos n o logar. As pontas de es-
pargos precisarão ser n o v a m e n t e arranjadas e m q ú a n t o a geléa esti-
ver endurecendo. Encha e n t ã o as fôrmas com o caldo e ponha outra
vez n a geladeira até ficar consistente. Sirva com mayonnaise o u o u -
tro m o l h o equivalente ; enfeite com agrião.

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GELEA DE MORANGO

Para 6 libras de morangos ponha 3 libras de assucar, escolha mo-


rangos bem vermelhos, arranque-lhes os talos e ponha-os n u m a pa-
nella sobre fogo moderado ; ferva-os durante meia hora, mexendo
constantemente ; retire do fogo e addicione-lhe o assucar crystalisa-
do pouco a pouco ; depois de bem misturado, leve ao fogo forte e dei-
xe ferver durante outra meia hora ; cubra com parafina.

GELEA DE UVA

Tome uvas perfeitas, aqueça-as e retire-lhes a semente ; meça


quantidades iguaes de uva e de assucar ; misture n u m a panella e co-
sinhe em fogo brando durante 25 minutos ; addicione o summo de
u m limão para cada canada de fructa ; despeje em copos de geléa.

COMPOTA DE AMEIXAS

Para cada libra de fructa ponha 3/4 de lb. de assucar ; corte as


ameixas ao meio, retire-lhes o caroço, ponha-as n u m prato com o fun-
do polvilhado de assucar ; no dia seguinte despeje-as n u m a panella
e deixe ferver em fogo bem lento durante 30 minutos aproximadamen-
te • ferva-as depois em fogo forte, retirando a escuma por cima, á me-
dida que se fôr formando, mexendo sem parar, senão a "marmelada"
pegará no fundo da panella ; quebre os caroços e addicione as amên-
doas á compota emqúanto ferve.

COMPOTA DE MARMELO

Corte em quatro os marmelos e tire-lhes os caroços ; cosinhe até


ficarem tenros ; faça u m xarope de 1 lb. de assucar para cada libra de
fructa e depois de retirar a escuma ferva dentro os marmelos durante
meia hora.

GELE'A DE LARANJA

Rale a casca de 6 laranjas e 3 limões em uma panella esmaltada ;


esprema dentro então o summo, j u n t e u m a chicara de água e 1/2 lb.
de assucar para cada quartilho de summo ; cosinhe tudo j u n t o atéfor-

&s
93
mar u m xarope espesso ; t e n h a prompta u m a onça de gelatina dis-
solvida n u m quartilho de água morna ; addicione ao xarope ; côe
a geléa e despeje e m copos.

GELEA DOS NAMORADOS

Corte e m fatias finas 3 laranjas de casca fina, 2 "grape fruit" e 2


l i m õ e s ; tire-lhes a s e m e n t e e cubra com água fria ; deixe ficar duran-
t e 24 horas ; dê u m a fervura e cosinhe depois e m fogo brando d u -
rante 15 m i n u t o s ; ponha n u m a panella esmaltada e deixe ficar d u -
rante 24 horas ; meça e addicione quantidade igual de assucar ; co-
sinhe até tomar consistência de geléa ; despeje e m copos e cubra c o m
parafina.

GELE'A DE MAÇAS

Escolha maçãs boas, vermelhas b e m perfumadas, que não este-


j a m m u i t o maduras ; lave-as, enxugue e retire os caroços ; ponha-
as n u m a panella esmaltada, cubra com água e deixe cosinhar lenta-
m e n t e até ás maçãs ficarem avermelhadas ; côe n u m sacco de m u s -
selina, deixe escorrer ; ponha o caldo n u m a panella l i m p a e ferva d u -
rante m e i a hora ; escume, meça então e para cada quartilho de cal-
do, ponha 1 lb. de assucar; cosinhe e m fogo forte durante 10 m i n u t o s ;
as maçãs vermelhas darão á geléa u m a cor de vinho ; se as fructas fo-
r e m claras, ficará cor de âmbar.

GELE'A DE AMEIXAS

Escolha ameixas n ã o m u i t o maduras, ponha-as n u m a panella


esmaltada e leve ao fogo e m banho-maria ; deixe a água ferver lenta-
m e n t e até que t e n h a sahido todo o s u m m o das fructas ; côe n u m sac-
co de flanella e ferva j u n t a n d o - l h e s assucar equivalente ao peso das
ameixas. Encha copos e cubra com parafina.

COMPOTA DE ANANAZ

Descasca-se u m ananaz b e m maduro, tira-se-lhe os olhos, cor-


ta-se e m rodelas da grossura de u m centímetro e arrume-se n u m a
compoteira. Deita-se n u m a panella 2 cálices de vinho do Porto, 200
g r a m m a s de assucar refinado, u m a pitada de canella e 2 cravinhos

a^
91
da í n d i a ; leva-se ao fogo l e n t o e logo que o assucar esteja derretido,
s e m que ferva, côa-se e deita-se por cima do ananaz.
Por este m e s m o processo faz-se a compota de morango.

BANANADA

Descasca-se as bananas, (banana prata) e l i m p a m - s e b e m os fios.


Para cada kilo de massa u m kilo de assucar. Faz-se calda grossa, deita-
se nella as bananas, leva-se ao fogo e quando estiverem molles, tira-
se com u m a escumadeira e passa-se n u m a peneira b e m fina, deixan-
do-se a panella n o fogo para que a calda t o m e o p o n t o de quebrar. Q u a n -
do estiver a calda neste p o n t o , junta-se-lhes as bananas passadas n a
peneira e vae se mexendo até que t o m e m o p o n t o de marmelada.
Quando estiver quasi n o p o n t o , j u n t a - s e o caldo de u m o u dois limões,
põe-se e m latas e pulverisa-se com assucar.

AVES - CAÇAS
COMO ESCOLHER AS AVES

Quando escolher a criação, dê preferencia a aves j á c o m p l e t a m e n -


te desenvolvidas porque t e m m a i s sabor, contanto que seja nova.
Conhece-se a edade levantando a aza, se ceder é porque é tenra.
O m e s m o se dará se a pelle dos pés rachar p r o m p t a m e n t e .
As aves m a i s velhas dão melhor caldo. Deve se retirar logo os i n -
testinos, m a s , freqüentemente, a bordo, ficam dentro. Nesse caso,
q u a n d o se tiram, precisa-se lavar a ave e m m u i t a s águas. A' penúl-
t i m a deve-se j u n t a r 1/2 colher de chá de soda, que adoça e torna o todo
m a i s saudável. Os m i ú d o s são a moella, o coração, o pescoço e o fígado.

PERU' ASSADO

Morto o peru', deve ser pendurado pelos pés até que perca todo o
sangue, para q u e a carne depois de assada fique branca. Depenne cui-
dadosamente e chamusque para tirar toda a p e n n u g e m ; corte as per-
nas rente aos pés ; faça u m corte p e q u e n o n a parte posterior do pes-
coço e extraia por ahi o papo ; depois corte o osso do pescoço b e m ren-
t e ao corpo deixando, porem, ficar a pelle.

&=
92
Aves - Caças

Estando o peru' recheiado, introduz-se a pelle dentro da cavida-


de do papo, dando-lhe, assim, o aspecto arrendodado de cheio.
Faça u m a abertura, a menor possível, n a parte inferior do peru,
e por elle destripe-o cautelosamente para que a vesicula da bilis e os
intestinos próximos a moella, saiam inteiros. Abra a moella, limpe
e separe a vesicula da bilis. O fígado, a moella, e o coração, se forem
destinados ao m o l h o , devem se cosinhar durante u m a e meia horas
e pical-os tão m i ú d o s q u a n t o possivel. Lave o peru e seque-o comple-
t a m e n t e quer dentro quer fora. Recheie então pelo papo, costuran-
do e m seguida a pelle do pescoço pela parte posterior com linha gros-
sa. Costure t a m b é m a outra abertura e passe u m espeto grande sob
as azas e amarre-o j u n t o ao corpo ; passe e amarre outro espeto nas
pernas para a s s i m m a i s facilmente virar o peru. Polvilhe b e m com
farinha de trigo, cubra o peito com papel branco b e m emmanteigado,
prendendo debaixo das a z a s ; colloque-o sobre u m a grelha dentro da
assadeira regando-o com gordura, u m pouco de vinagre e vinho bran-
co. Asse e m forno quente tendo o cuidado de untal-o de 15 e m 15 mi-
n u t o s , as primeiras vezes com manteiga e água e depois com o m o -
lho da própria assadeira, passando primeiramente os lados, depois
as costas e finalmente o peito s e m o papel. Não deixe o forno aque-
cer de m a i s . U m peru pesando 10 libras requer m a i s ou m e n o s 3 h o -
ras para assar.

GANSO ASSADO

T o m e u m ganso que não t e n h a m a i s de 8 mezes, q u a n t o m a i s gor-


do, m a i s succulenta será a carne. Faz-se o m o l h o com 3 quartilhos
de miolo de pão, 6 onças de manteiga, 1 colher de chá de salva, p i m e n -
ta do reino, sal e cebolas picadas. Não encha m u i t o quando recheiar,
m a s costure com pontos apertados e unidos para a gordura não entrar.
Ponha n u m a assadeira com u m pouco de água e m o l h e freqüentes
vezes com u m pouco de sal, água e vinagre. Vire o ganso m u i t a s ve-
zes para tostar por igual. Asse durante 2 e meia horas approximada-
m e n t e . Quando ficar prompto, retire-o da assadeira, escorra a gor-
dura e addicione os m i ú d o s , previamente cosinhados, j u n t a m e n t e
c o m a água e m que foram preparados. Engrosse com u m a mistura
de farinha de trigo e manteiga ; deixe ferver e sirva.

FRANGO ASSADO

T o m e u m frango gordo, limpe-o e deixe e m água salgada fria d u -


rante m e i a hora ; ponha n a assadeira, recheie e polvilhe com sal e
p i m e n t a ; lardeie com a l g u m a s fatias de presunto gordo ; cubra e as-

93
«e até ficar tenro e m calor igual, u n t e com gordura f r e q ü e n t e m e n t e ;
vire para assar por igual.

FRANGO COSIDO

Limpe, lave e recheie como para assar. Alinhave u m p a n n o enfa-


rinhado e m volta do frango e ponha n u m a vasilha c o m á g u a fervendo
que o cubra b e m . A água q u e n t e cosinha a pelle i m m e d i a t a m e n t e
evitando assim que o sueco saia. O caldo n ã o ficará t ã o grosso c o m o
se puzesse a ave n a água fria, m a s isso prova que a carne ficará
m a i s nutritiva, e m a i s saborosa. Cosinhe b e m devagar, principalmen-
te durante a primeira m e i a hora. Durante u m a hora m a i s conforme
o t a m a n h o da ave e a rigidez. Sirva c o m m o l h o de ovo o u de pão.

FRICASSE' DE FRANGO

Limpe e corte o frango e m pedaços ; lave pedaço por pedaço ; po-


n h a n a panella, cubra c o m água fervendo e deixe cosinhar e m fogo
lento até ficar tenro ; addicione ao caldo u m quarto de chicara o u m a i s
de leite quente engrossado com farinha de trigo, primeiramente dis-
solvida n u m p o u q u i n h o de água fria ; tempere b e m ; cosinhe por
m a i s alguns m i n u t o s e sirva c o m bolinhos o u bolachas.

FRANGO FRITO

U m frango para frigir deve ser m u i t o novo ; m a s , se houver duvida


sobre a edade, antes de cortal-o afervente-o durante 10 m i n u t o s e m
água ligeiramente salgada. Polvilhe-o c o m sal e p i m e n t a , passe na
farinha, frite e m bastante m a n t e i g a até ficar b o m , o que leva u n s 20
m m u t o s . Ponha o frango n u m a travessa, prepare o m o l h o aprovei-
tando u m a parte da gordura, á qual se addiciona m e i a chicara de lei-
t e e m e i a chicara de água j á engrossada c o m u m a colher de sopa de
farinha de trigo ; despeje este m o l h o sobre o frango o u pode-se dis-
pensai-o e enfeitar a travessa com folhas tenras de alface.

CROQUETTES DE GALLINHA

Pique m i ú d o qualquer espécie de ave, tempere com sal, p i m e n t a ,


manteiga e u m a cebolinha ; misture dentro dois ovos frescos ; faça
croquettes, mergulhe e m ovo batido, depois passe n a farinha de rosca
e frite e m banha fervendo o u banha e m a n t e i g a misturadas.

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94
SP:

Aves - Caças

FRANGO FRITO EM PEDAÇOS

Limpe e divida e m pedaços, deixando depois de m o l h o e m água


salgada durante 2 horas approximadamente ; ponha n a frigideira
partes iguaes de banha e manteiga, sufficientes para cobrir o frango ;
passe u m pedaço por pedaço n a farinha de trigo, mergulhe n o ovo,
depois n a farinha de rosca e frite na gordura fervendo ; deixe aloirar
dos dois lados ; sirva e m travessa enfeitada com raminhos de salsa ;
aproveite u m a pequena parte da gordura de frigir engrossando-a com
farinha de trigo torrada e u m a chicara de leite fervendo ; sirva na
molheira.

PASTELÃO DE FRANGO

Dois frangos grandes cortados e m pedaços, cosinhados e m duas


canadas de água ; j u n t e algumas fatias de porco salgado ; tempere ;
quando estiver quasi cosido, addicione u m a camada da mistura feita
com u m a canada de farinha de trigo, 4 colheres de chá de Baking Po-
wder, u m a colher de chá de sal ; misture á massa para amollecer u m
pouco de água ; despeje n a panella estando esta fervendo ; t a m p e
b e m e cosinhe durante 25 m i n u t o s .

PATO SELVAGEM

Quasi todos os patos selvagens estão sujeitos a ter gosto de peixe


e quando são preparados por cosinheiros inexperientes ficam por isso
intragáveis. Antes de assar evita-se isso, aferventando-o j u n t o com
u m a cenoura pequena descascada. Ella absorverá todo o m á o gosto.
U m a cebola produzirá o m e s m o effeito ; m a s a n ã o ser que queira
pôr cebola n o recheio, é preferível a cenoura.

PATO SELVAGEM ASSADO

Afervente conforme a receita acima ; tire fora a cenoura o u cebo-


la ; deixe o pato e m água fresca durante m e i a hora ; recheie com m i o -
lo de pão temperado com sal, p i m e n t a , salva e cebola ; asse a t é tos-
tar, tintando de vez e m quando c o m m a n t e i g a e água, depois com o
próprio m o l h o ; accrescente ao m o l h o depois que retirar a ave u m a
colher de chá de geléa de groselhas e u m a pitada de p i m e n t a do reino ;
engrosse com farinha de trigo torrada e sirva.

PASTELÃO DE COELHO

Corte u m coelho e m 7 pedaços, deixe m e i a hora de m o l h o e m água


e sal e guize-o e m água que cubra até ficar m e i o cosido; espalhe u m a

95
%

camada de fatias de presunto no fundo de u m prato que vá ao forno,


sobre ella outra de coelho, accrescente rodelas de ovos cosidos e m m a n -
teigadas e polvilhadas de pimenta ; continue alternando até encher
o prato terminando com u m a camada de presunto ; despeje dentro
o caldo do coelho j u n t a n d o u m pouco de farinha de trigo e cubra com
massa folhada ; faça uma abertura no meio e asse durante u m a hora
cobrindo com papel para não tostar muito depressa.

L E G U M E S
MANEIRA DE COSINHAL-OS E SERVIL-OS

Se for possível, devem-se cosinhar os legumes em água doce, pon-


do-se dentro da água logo que esta levante a primeira fervura. O me-
lhor é deixar os legumes cosinharem por si. Feito isso, tire-os imme-
diatamente do fogo e escorra-os. Quando se cosinha qualquer legume
é sufficiente uma colher de chá de sal para temperal-os.
A maior parte delles prepara-se só com sal, pimenta e manteiga,
mas algumas vezes, mistura-se u m pedaço de carne de porco magra,
o que basta para temperal-os.
Guizando ou cosinhando legumes ponha-os sempre na água quan-
do estiver fervendo. Deve-se addicionar o sal á água em que se cosinham
todas as verduras, batatas ou cebolas, mas quando se trata de cenou-
ras, nabos, ou outras raízes, espera-se que estejam cosinhados. Não
deixe os legumes ferverem muito rapidamente, isso diminue-Ihe o
sabor e altera-lhes a côr. Cosinhe-os n u m a vasilha destampada.

JANTARES PURAMENTE VEGETARIANOS

Para u m a deliciosa, saudável e rápida refeição de verão não exis-


te outra mais tentadora e que satisfaça tanto como u m j a n t a r de ve-
getaes frescos.
Os legumes da estação amena são muito bem cosinhados e dis-
postos conforme a côr, formando o prato de sustância do jantar.
Sendo u m a refeição sem carne, costuma-se preparar u m dos le-
gumes de uma maneira peculiar., os outros, seleccionados com a de-
vida attenção á conveniência da côr e do sabor, são dispostos em gru-
pos n u m a exactidão attrahente que os torne tão appetitosos quanto
possível. Usa-se lambem servir os jantares vegetarianos em pratos

&:
96
Legumes

individuaes. Considerando-se que dessa forma são n ã o só m a i s appe-


titosos do que ordinariamente como com esse m e t h o d o simplifica-se
o serviço e facilita-se a lavagem dos pratos.
Entretanto, se preferirem servir o prato principal do jantar á m e s a ,
os l e g u m e s devem ser arrumados intelligentemente quer n u m a tra-
vessa grande quer e m travessinhas individuaes de t a m a n h o s , forma-
t o e cores variadas, prestando-se a u m a disposição agradável diante
do hospede.
Devem se observar diversas etiquetas com os legumes se quizer-
m o s obter u m resultado satisfatório. Primeiramente, como o prato
principal do jantar compõe-se exclusivamente de l e g u m e s , a sopa o u
entrada que precedem, devem dispensal-o. Reservam-se para o pra-
t o de salada, a não ser que essa seja servida j u n t a m e n t e com o prato
principal. Evita-se então facilmente a repetição do m e s m o paladar
o u a l i m e n t o na m e s m a refeição, o que constitue u m a regra funda-
m e n t a l n a organisação dos " m e n u s " .

U m a boa sobremesa de fructas preparadas de algumas formas


condiz com jantares vegetarianos. Saladas de fructas, tortas, puddings
com caldos de fructas, são bons exemplos.
Os pães c o m m u n s são sempre o m a i s apropriado a c o m p a n h a m e n -
t o para u m jantar vegetariano e existem tantas qualidades a escolher
que n i n g u é m encontrará difficuldades e m fazer u m a escolha acertada.
Apenas mais algumas palavras sobre os caldos e deixaremos as
genaralidades para entrar nas suggestões especiaes para jantares ve-
getarianos deliciosos.
Nunca é acertado usar m a i s de u m caldo de fructa n u m desses
jantares ; só u m vinho e esse, b e m escolhido, que caracterise e de
b o m paladar aos pratos sóbrios de legumes.
Na escolha de combinações de l e g u m e s deve se levar e m conta que
a harmonia das cores é u m guia excellente á harmonia do paladar.
A natureza é sabia n a proporção da distribuição das cousas n e s -
te mundo.

COUVE-FLOR EMPANADA

Corte u m a couve-flor e m diversos ramos e afervente n u m a pa-


nella destampada e m água fervendo c o m sal, durante dez m i n u t o s ;
escorra, deixe esfriar e passe e m farinha de rosca, a seguir e m ovo b e m
batido e n o v a m e n t e n a farinha de rosca. Frite e m bastante gordura
até aloirar. Sirva c o m m o l h o brando substancial.

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n

ESPINAFRES A' LA MEUNIE'RE

Lave b e m e cosinhe espinafres n a forma c o m m u m . Feito isso,


escorra b e m e pique b e m fino ligando c o m n a t a e m a n t e i g a , tempere
com p i m e n t a e sal ; despeje dentro de formas e m m a n t e i g a d a s e aque-
ça e m banho-maria i m m e d i a t a m e n t e a n t e s de servir. Então vire n o s
pratos e enfeite cada u m a com u m ovo cosido picado o u e m rodelas.
Deve-se servir acompanhado c o m m o l h o branco o u m o l h o de
"bechamel".

SUPREMO DE PEPINO COM OVO

Derreta n u m a caçarola 4 colheres de sopa de m a n t e i g a , e m fogo


b e m forte. Despeje dentro u m pepino grande cortado e m fatias finas
e 3 cebollas. Tempere com u m a colher de chá de sal e u m a pitada de
p i m e n t a ; cubra e cosinhe até ficar tenro durante m a i s o u m e n o s 20
m i n u t o s . Arrume por cima 4 ovos cosidos cortados e m rodelas e 1 1/2
chicaras de m o l h o branco b e m condimentado e de consistência regu-
lar. Leve ao forno durante 10 m i n u t o s , a n t e s de servir.

ESPARREGADO

Pique m u i t o fina, bastante couve que encha u m a medida de quar-


tilho. Misture 2 colheres de sopa cheias de manteiga, 1/2 colher de chá
de sal, u m a colher de chá de mostarda e m pó, 2 colheres de chá de as-
sucar, e 1/4 de colher de chá de p i m e n t a ; mexa reduzindo a u m a pas-
t a , addicione então 1/2 chicara de creme liquido e 1/4 de chicara de vi-
nagre ; leve a o fogo, quando ferver, j u n t e dentro u m ovo b e m bati-
do e a couve ; misture b e m e sirva q u e n t e .

MILHO FRITO

Debulhe a l g u m a s espigas de m i l h o . Para cada chicara cheia, der-


reta 1 1/2 colher de sopa de m a n t e i g a n u m a frigideira q u e n t e . J u n t e
1/2 colher de chá de assucar e sal sufficiente para temperar. Cosinhe
l e n t a m e n t e , mexendo de vez e m quando, até ficar tenro e transpa-
rente para o que precisará 25 m i n u t o s , m a i s o u m e n o s . Os grãos de
m i l h o não devem ficar tostados, apenas ligeiramente corados.

COGUMELOS RECHEIADOS

Escolha 4 o u 6 cogumelos, para cada pessoa, conforme o t a m a n h o ,


tendo o cuidado n a escolha porque os h a venenosos. Antes de se cosinhar,
deve se pôr de m o l h o e m água c o m vinagre pelo m e n o s u m a s 2 horas.

98
!Ü I

Legumes

Se forem frescos e limpos, lave-os simplesmente, de outra forma


retire-lhes a pelle ; tire-lhes os cabos e corte-os e m pedacinhos. Para
20 c o g u m e l o s ponha u m a cebolla de b o m t a m a n h o , u m a chicara e m e i a
de m i o l o de pão fresco, 2 colheres de sopa de manteiga, com sal, p i m e n -
t a e "paprika" (pimentão e m pó) para dar gosto, b e m como u m ra-
m i n h o de salsa. Pique b e m fina a cebola e leve ao fogo com manteiga
para aloirar, j u n t a n d o - l h e os talos dos cogumelos picados e a salsa ;
m i s t u r e dentro o miolo do pão e deixe corar ligeiramente. Encha de-
pois o s chapéos dos cogumelos, espalhe u m pouco de manteiga por
cima e arrume n u m a frigideira. Cubra-os por cima com 1/4 chicara
de calda de t o m a t e o u água quente, asse durante 20 m i n u t o s e m for-
no quente.

BATATA DOCE CRYSTALISADA

Seis batatas de t a m a n h o regular, 1/2 chicara de assucar, 1/4 chi-


cara de água, 3 colheres de sopa de manteiga. Lave e raspe as batatas ;
cosinhe d u r a n t e 10 m i n u t o s e m água fervendo com s a l ; escorra, cor-
t e e m m e t a d e s n o sentido do comprimento e ponha e m forma e m -
manteigada ; faça u m xarope fervendo durante 3 m i n u t o s o assucar
c o m a água ; addicione a manteiga. Ponha u m a camada do xarope
sobre as b a t a t a s e depois cubra-as ainda por 2 vezes com o xarope que
sobrar. Asse durante 15 m i n u t o s .

BATATAS COM QUEIJO

Corte 8 batatas cosidas, frias, misture-as com 1/2 chicara de lei-


te, 1/2 onça de bôa manteiga, u m a pitada de sal o u pimenta e u m a
p i t a d i n h a de noz moscada. Ponha n u m prato e cubra com 2 colheres
de queijo ralado, 2 colheres de farinha de pão, 1 colher b e m cheia de
manteiga derretida e leve ao forno 10 m i n u t o s para tostar.

BATATA DOCE

4 batatas doces cosidas, 1/4 l b . de manteiga, 1 colher de sopa de


á g u a , s u m m o de l i m ã o , 1/4 chicara de assucar mascavo. Descasque
as batatas cosidas e corte e m quartos, ponha-os n u m prato que vá ao
forno e m m a n t e i g a d o ; cubra-as c o m o assucar mascavo, j u n t e a água
e o s u m m o de l i m ã o , leve ao forno para tostar ; sirva quente.

99
PEPINOS DELMONICOS

Descasque 2 pepinos, divida-os e m quartos n o sentido do compri-


m e n t o e tire-lhes as sementes ; corte então e m pedaços p e q u e n o s .
Cosinhe o pepino e m 2 colheres de m a n t e i g a , e m fogo vivo, a t é ficar
transparente ; cubra então c o m bastante m o l h o branco, p o n h a e m
banho-maria e deixe ferver l e n t a m e n t e até ficar tenro. Misture den-
tro u m ovo b e m batido ; addicione depois u m a colher de chá de s u m -
m o de l i m ã o e m e i a colher de chá de salsa b e m picada, a n t e s de servir
e m torradas de pão branco.

BATATAS DOCES

Cosinhe até ficarem macias, 4 batatas doces de t a m a n h o regular.


Descasque e corte e m fatias n o sentido do comprimento. Arrume n u m
prato que vá ao forno emmanteigado, cobrindo cada camada c o m m a n -
teiga, polvilhando com assucar mascavo e u m a pitada de noz mosca-
da. Espalhe por cima 1/2 chicara de. água fervendo, cubra e cosinhe e m
forno quente durante 30 m i n u t o s approximadamente.

CEBOLAS RECHEIADAS

Use cebolas de t a m a n h o regular para recheiar. Descasque e afer-


vente e m bastante água fervendo, escorra e tire o miolo c o m cuidado,
pique-o b e m fino, misture com m i o l o de pão e m m a n t e i g a d o , m o l h a -
do e m leite, tempere b e m , e addicione salsa picada e alguns pedaços
de nozes e azeitonas. Recheie as cebolas, arrume-as n u m prato de for-
n o , cubra-as com u m pouco de manteiga, queijo ralado, e farinha de
rosca ; asse e m forno quente durante 15 a 20 m i n u t o s .

ESPARGOS COM MOLHO DE LARANJA

E' u m prato tão differente e novo que não se deve deixar de ser-
vir nos dias quentes ; é não só m u i t o agradável ao paladar c o m o c o n s -
t i t u e u m a novidade.
Use as extremidades dos espargos cosinhando-os e m b a n h o - m a -
ria até ficarem tenros. Para o m o l h o , bata 2 colheres de sopa de m a n -
teiga com 2 g e m m a s de ovos, fazendo a s s i m u m creme ; addicione
u m a pitada de sal, outra de "paprika", (pimentão e m pó) rale a m e -
tade da casca de u m a laranja e j u n t e t a m b é m u m a colher de sopa de
s u m m o de limão ; cosinhe e m banho-maria, mexendo até engrossar,

100
accrescente então 4 colheres de sopa de s u m m o de laranja, e sirva
cobrindo os espargos.

SALADA DE AGRIÃO E CEBOLA

T a m b é m é u m prato appetitoso. Lave b e m o agrião e arrume e m


volta dos pratos. Corte cebolinhas verdes tenras e m rodelas finas e po-
n h a sobre o agrião b e m como rabanetes tenros com casca ; cubra com
m o l h o "Francez" corado c o m "paprika".

PONTAS DE ESPARGOS COM MOLHO BECHAMEL

Corte as extremidades duras do espargo, igualmente, deixando


os talos com 3 1/2 pollegadas de comprimento, approximadamente.
Cosinhe-os e m fogo brando n a menor quantidade de água possivel,
salgue ligeiramente, quando estiver quasi prompto. Quando fica-
r e m tenros escorra-os, guardando a água ; ponha os espargos sobre
fatias torradas de pão s e m codea, torradas na hora, e cubra com o m o -
lho, que é o branco ao qual se addiciona a água dos espargos e m
quantidade igual a do leite e u m ovo b e m batido para tornal-o b e m
nutritivo.

PUDDING DE XU'XU'

Cosinham-se 10 xuxus já descascados, e passam-se e m peneira, dei-


xando-se escorrer b e m a água. Embebe-se e m leite miolo de pão, re-
gulando u m a chicara b e m cheia de massa e passa-se n u m a peneira ;
j u n t a - s e este pão aos xuxus e mais 4 g e m m a s , 1 clara batida e m neve,
u m a colher de maizena, 1 de manteiga, 3 colheres de parmezão rala-
do e 1 colherinha de salsa picada. Mistura-se t u d o b e m e cosinha-se
e m forma u n t a d a com manteiga n o forno e m banho-maria. Serve-
se com m o l h o branco.

TORTA DE BANANA COM ALETRIA


Cosinhe e m leite a aletria que desejar ; amasse bananas da ter-
ra b e m maduras, cosidas e j u n t e á aletria ; ponha u m a colher de sopa
de manteiga, 1 pitada de sal ; despeje n u m a forma rasa, cubra c o m
queijo ralado e leve ao forno para tostar.

BERINGELLAS COM CREME

Descascam-se as beringellas, cortam-se ao comprido e põem-se


de m o l h o n u m pouco de leite para tirar-se-lhes o ácido. Depois cosi-

101
n h a m - s e com u m pouco de sal, arrumam-se n u m prato e cobrem-se
c o m u m m o l h o branco,com g e m m a s de ovos e salpicam-se com u m pou-
co de queijo ralado.

X U X U COM QUEIJO

Descascam-se os xuxus, cosinham-se e cortam-se depois e m fa-


tias ; arrumam-se n u m prato que possa ir ao forno, u m a camada de
xuxu u m a de m a n t e i g a e u m a de queijo ralado. Cobre-se c o m farinha
de rosca. Rega-se c o m a m a n t e i g a . Vae u m pouco ao forno.

X U X U EMPANADO

Cosinha-se o xuxu inteiro e m água temperada, corta-se e m fatias,


passa-se e m farinha de pão misturada c o m u m pouco de queijo ralado,
depois e m ovos e depois e m farinha de rosca. Frege-se e m gordura
quente.

RISOTTO

Cosinha-se u m pouco de arroz ; se estiver m u i t o solto, junta-se-


lhe u m pouco de caldo e leva-se a cosinhar m a i s u m pouco ; tempera-
se depois, c o m u m a colher de m a n t e i g a , leite, 2 o u 3 ovos, queijo ra-
lado e farinha de trigo ; mistura-se t u d o b e m , e frege-se ás colhera-
das e m gordura quente.

S A L A D A S
CONSELHOS SOBRE SALADAS

Prepare hastes de aipo cuidadosamente reiirando-1 lies o filamen-


t o fibroso até ficar completamente s e m felpa ; pique b e m m i ú d o ,
e para 2 chicaras de aipo ponha 2 de alface picada sendo a u l t i m a a m a i s
tenra e fresca possível ; tempere com sal, p i m e n t a , t o m i l h o , vinagre,
azeite doce, folha de louro ; se for possível, accrescente 1/2 colher de
-chá de m o l h o Inglez, o que perfumará melhor ; misture t u d o b e m
e addicione então carangueijo, camarão, sardinha, cavai Ia e m pedaços
o u qualquer outro peixe. Lagosta cosida, mergulhada n a g u a salga-
da, condiz com o carangueijo e, depois de dividir e m pedacinhos, e fi-
car de m o l h o u m a hora m a i s o u m e n o s n a m e s m a água salgada do

-*S:
102
Saladas

carangueijo, só á custo se differencia do próprio carangueijo. Para


saladas de sardinha, batata e carnes, j u n t a - s e u m a colher de sopa de
m o l h o de cebola.
Faça a mayonnaise c o m g e m m a s de 3 o u 4 ovos conforme a quan-
tidade desejada, e depois de bater addicione gotta a gotta azeite doce
puro, mexendo s e m parar até a mistura começar a ficar espessa ; ac-
crescente então bastante azeite, mexendo sempre, até a mistura fi-
car c o m a consistência necessária, m a i s o u m e n o s como creme espes-
so ; n ã o p o n h a sal a n t e s de engrossar para evitar que coalhe ; p o n h a
u m a pitada de sal f i n o b e m espalhada e querendo polvilhe dentro u m .
pouco de p i m e n t a do reino, algumas gottas de limão, 2 colheres de
chá de vinagre de pickles com mostarda.

SALADA DE GALLINHA

Corte gallinha cosida o u assada e m pedacinhos ; j u n t e aipo pi-


cado b e m fino ; tempere com sal e pimenta ; misture com m o l h o
Francez e deixe ficar u m a hora o u m a i s ; j u s t a m e n t e a n t e s de servir
misture dentro u m pouco de mayonnaise ligeiramente desmanchada
c o m s u m m o de limão o u m o l h o Francez ; arrume sobre folhas de al-
face e cubra com mayonnaise espessa.

SALADA DE CARANGUEIJO

1 quartilho de carangueijo descascado, 2 hastes de aipo picado e m


m i ú d o , 1 ovo b e m cosido picado e 1 t o m a t e cortado e m pedacinhos ;
tempere c o m sal, p i m e n t a e vinagre ; misture n a saladeira, enfei-
tando com folhas frescas de alface ; cubra com mayonnaise.

SALADA DE LAGOSTA

Corte a lagosta e m pequenos pedaços e tempere com 2 colheres


de sopa de vinagre, 2 de azeite, 1 colher de chá de sal, p i m e n t a , e dei-
xe ficar durante 1 hora n u m logar fresco ;' n o m o m e n t o de servir for-
re a saladeira c o m folhas de alface fresca ; depois de misturar com-
p l e t e m e n t e a lagosta com a mayonnaise arrume sobre a a l f a c e ;
sirva com queijo e bolachas torradas.

ESPARREGADO

T o m e u m a couve pequena, limpe-a das folhas velhas ; corte a


couve b e m fina, afervente-a durante 5 m i n u t o s e m água fervendo.

SdS
103
e escorra n u m coador ; misture-a b e m c o m o m o l h o feito c o m u m a
chicara de vinagre aquecido, 1 chicara de coalhada, g e m m a s de 2 ovos,
3 colheres de sopa de azeite doce, sal e p i m e n t a sufficientes para t e m -
perar.

SALADA DE COUVE BRANCA

Corte o u pique u m a couve branca pequena ; prepare u m m o l h o


n a proporção de 1 colher de sopa de azeite para 4 de vinagre, 1 colher
de chá de mostarda, sal, assucar e p i m e n t a ; polvilhe a salada accres-
centando, se preferir, 3 colheres de sopa de aipo picado ; misture b e m
e ponha n u m a saladeira de vidro.

SALADA DE BATATAS

4 batatas grandes — 1/2 cebola pequena — U m pouco de aipo b e m


picado. As batatas ficarão melhores cosinhadas c o m a casca. O m o l h o
é feito c o m u m a chicara de creme, u m a colher de sopa de maizena,
u m ovo, duas colheres de sopa de manteiga, 3 colheres de sopa de vi-
nagre, 1/2 colher de chá de mostarda, 1 de assucar, sal e p i m e n t a suf-
ficientes para temperar.

SALADA DE OVO

Cosinham-se ovos, descascam-se e cortam-se ao m e i o n o sentido


do comprimento. Tiram-se as g e m m a s , passam-se n a peneira e mis-
turam-se com quantidade igual de queijo Parmezan ralado ; t e m -
peram-se com cebolinhas picadas, p i m e n t a , sal, e m a n t e i g a sufficien-
t e para ligar ; encha as claras c o m essa mistura, sirva sobre folhas
de alface frescas, enfeitando com azeitonas e rodelas de t o m a t e cru.

SALADA DE ESPARGOS E SALMÃO

E' m u i t o saborosa n o verão. Arrume folhas tenras de alface fres-


ca e m volta da travessa e sobre ellas disponha espargos cosinhados
n a hora, melados e m m o l h o Francez ; n o centro colloque os pedaços
de salmão misturados c o m u m a mayonnaise espessa e enfeitando
com alcaparras e azeitonas.

SALADA DE ESPINAFRE

Soque 2 chicaras de espinafre cosido, frio, e m cada forminha para


u m a pessoa. Quando tomar a forma, vire n u m prato sobre 3 o u 4 fo-

104
l h a s de alface tenra dando-lhe o feitio de u m a flor cujo centro seja
o espinafre ; enfeite com algumas azeitonas inteiras ; sirva com m o -
l h o branco o u mayonnaise c o m ovos cosidos.

CARANGUEIJO A MODA DE NEWBURG

Descasque 2 carangueijos grandes e frescos ; ponha n u m a pa-


nella approximadamente 1 onça de m a n t e i g a ; quando estiver der-
retida, misture-lhe o carangueijo escolhido ; tempere com u m a pita-
da de p i m e n t a do reino, duas de sal ; deixe cosinhar n u m fogo brando
durante 2 m i n u t o s , addicione-lhe então creme que seja sufficiente
para cobril-o ; deixe dar u m a fervura ; quebre g e m m a s de 3 ovos n u m a
tijella, misturando 1/3 chicara de leite ; bata b e m e misture com o
carangueijo ; mexa levemente durante alguns m i n u t o s até engros-
sar, m a s não deixe ferver ; sirva n u m a terrina aquecida ; acompanhan-
do com torradas frescas postas ao lado. A m e s m a receita serve para
camarão o u lagosta, a m o d a de Newburg.

PALMITO A' PAULISTA

Cosinha-se o p a l m i t o e m água com u m pouco de caldo de l i m ã o


e corta-se e m pedaços de 5 centímetros de comprimento ; escorre-
se b e m , arruma-se e m u m prato e cobre-se com ovos cosidos, b e m pica-
dínhos e misturados com salsa fina ; derrete-se manteiga, mistura-
se c o m farinha de rosca e cobre-se o palmito.

SALADA JAPONEZA DE MARISCOS

Cosinha-se 1/2 kilo de mariscos com u m pouco de cheiro, cosinham-


se t a m b é m u m a s batatas que depois se cortam e m rodelas ; cortam-
se e m pedacinhos u n s champignons e duas truffas. Põem-se n u m a
saladeira 6 colheres de azeite, 1/2 copo de vinho branco secco, 2 colheres
de vinagre branco, sal, salsa fina e p i m e n t a ; bate-se t u d o b e m com
u m garfo. J u n t a m - s e a esse m o l h o os mariscos e as batatas u m pou-
co q u e n t e s ainda, as truffas e os champignons ; mistura-se tudo m u i -
t o b e m , m a s c o m cuidado para não esmigalhar as batatas e leva-se
a salada para a geladeira.

SALADA DE MACARRÃO

Cosinha-se macarrão b e m grosso com u m pouco de sal e cheiros.


Lava-se e m água fria. Faz-se o m o l h o de azeite, vinagre, sal e p i m e n -
t a , tempera-se c o m este m o l h o o macarrão. Cosinham-se u n s ovos

105
e u n s p i m e n t õ e s vermelhos. Arruma-se n o centro o' macarrão, e n -
feita-se á volta com os ovos cortados, u m a s fatias de carne fria o u gal-
linha e os pimentões.

SALADA DE TOMATES

Lave e l i m p e 6 t o m a t e s de t a m a n h o regular. Corte u m a rodela


fina da cabeça do t o m a t e e retire-lhe a polpa. Polvilhe dentro u m p o u -
co de sal fino, p i m e n t a do reino, e vire-os para baixo para escorrer b e m
a água. Entretanto, passe a polpa n u m coador o u peneira, addicio-
ne-lhe u m a chicara cheia de pepino descascado e cortado e m pedaci-
n h o s , u m a chicara de ervilhas e m conserva o u frescas, cosidas n a hora,
u m a e m e i a chicaras de frango cosido picado, 1/3 chicara de pickles
picadinhos, 1/3 chicara de mayonnaise. Misture cuidadosamente e re-
cheie os t o m a t e s . Sirva sobre folhas frescas de alface regadas c o m m a -
yonnaise. Pode-se substituir a gallinha por qualquer outra carne co-
sida picada. E' o sufficiente para servir 6 pessoas.

ALGUMAS IDE'AS SOBRE SALADAS

Presunto fresco frio, sobre agrião, c o m m o l h o francez.


Beterrabas e m rodelas c o m vagens, mayonnaise é alface.
Pimentões verdes recheiados c o m queijo de n a t a e castanhas, cor-
tados e m fatias e dispostos sobre folhas de alface c o m m a y o n n a i s e .
Fatias de t o m a t e , miolo de aipo c o m u m a bola feita de queijo de
n a t a sobre u m a folha de alface regada c o m m a y o n n a i s e .
Duas fatias de presunto grelhado entremeiado c o m u m a rodela
de t o m a t e , sobre alface c o m mayonnaise.
U m a codea de requeijão o u queijo de n a t a c o m u m a colher de chá
de groselhas o u geléa n u m a folha de alface que t e n h a sido b e m rega-
da com m o l h o Francez.
Feijão verde e cenouras picadas, com mayonnaise, sobre folhas
de alface.
Aipo picado batido c o m mayonnaise, b e m misturado e servido
e m alface arranjada e m forma de chicara.
Azeitonas grandes cortadas e m pedacinhos, miolo de aipo picado,
c o m mayonnaise sobre a alface.

106
s?-^

M O L H O S
MOLHO BRANCO

2 chicaras de leite, 2 colheres de sopa de maizena, 2 colheres de


sopa de m a n t e i g a , sal e p i m e n t a .
Bata a m a n t e i g a com a maizena e j u n t e - l h e s o leite frio. Leve
ao fogo brando, mexendo constantemente até ferver ; deixe cosinhar
b e m . Pode-se usar este m o l h o para l e g u m e s . Para peixe, accrescen-
te ovos cosidos, picados o u cortados e m rodelas.

MOLHO DE ALCAPARRA

2 colheres de sopa de m a n t e i g a — 2 colheres de sopa de farinha de


trigo — 1 colher de sopa de maizena — 2 chicaras de leite — 1 colher
de chá de vinagre — 3 colheres de sopa de alcaparras — Sal— P i m e n t a .
Misture a manteiga, farinha de trigo e maizena, formando u m a
pasta. Junte-lhes o leite e mexa e m fogo brando até engrossar. Po-
n h a o vinagre, alcaparras e outros temperos. Sirva com carneiro o u
cordeiro.

MOLHO DE TOMATE

1 quartilho de t o m a t e s — 1 rodela grande de cebola — 2 colheres


de sopa de m a n t e i g a — 1 1/2 colheres de sopa de maizena, sal e p i m e n t a .
Ponha a cebola e folha de louro dentro dos t o m a t e s e cosinhe l e n -
t a m e n t e durante 20 m i n u t o s . Passe n u m coador e addicione a m a n -
teiga e maizena que j a devem estar misturadas previamente. Cosinhe
e m fogo moderado, mexendo até ferver ; ponha o sal e a p i m e n t a ;
cosinhe b e m .

MOLHO DE SALSA

Faça u m m o l h o branco e accrescente salsa picada e u m a s gottas


de s u m m o de l i m ã o . ^ Sirva com peixes.

MOLHO GAILLARDE

Cosinham-se 4 ovos, esmigalham-se as g e m m a s ; batem-se as


g e m m a s n u m a tijella c o m u m a colher de azeite até ficarem b e m grosy,
sas, depois j u n t a - s e u m pouco de mostarda, sal, conserva picadinhà,
as claras e, por u l t i m o , 2 colheres de vinagre. Este m o l h o serve-se c o m
carnes frias o u peixe.

107
MOLHO INGLEZ DE MANTEIGA DERRETIDA

Derretem-se e m banho-maria u m a s 3 colheres de m a n t e i g a , j u n -


ta-se sal, p i m e n t a e o s u m m o de u m l i m ã o ao qual se tira a n t e s a casca.
Este m o l h o faz-se n a hora de ir para a mesa. Serve para peixe co-
sido o u costelletas.

MOLHO PARA GALLINHA

Ponha o leite que desejar n u m a panella onde se t e n h a guizado


gallinha ; tempere com manteiga, sal e p i m e n t a e engrosse c o m mai-
zena dissolvida n u m p o u q u i n h o de leite frio.

MOLHO DE LAGOSTA

i U m a lagosta — 1 1/2 colheres de sopa de m a i z e n a — 1 pitada de


p i m e n t a do reino — 1 quartilho de água fervendo — S u m m o de l i m ã o .
Corte a lagosta e m pedaços ; reduza o "Coral" e u m a parte da
m a n t e i g a a u m a pasta. Prepare o m o l h o com a m a i z e n a , o resto da
manteiga, e a água ; j u n t e o coral e tempere com sal e s u m m o de li-
m ã o ; deixe cosinhar e m fogo l e n t o durante 5 m i n u t o s e côe sobre a
lagosta cortada. Dê u m a fervura e sirva.

MOLHO FRANCEZ

3 partes de azeite doce — 1 parte de s u m m o de l i m ã o o u vinagre ;


sal sufficiente para temperar e "paprika" para colorir.
Para fazer u m m o l h o picante use m e n o s azeite — Para fazel-o
m a i s brando p o n h a m a i s azeite. Accrescente e n t ã o o tempero que qui-
zer, se quizer, talvez u m m o l h o Inglez o u u m m o l h o picante de cogu-
melos, o u ainda, u m a pitada de mostarda. O segredo está n o seu pró-
prio paladar. O melhor m o d o de preparal-o é á mesa, n a occasiãode
servir a salada.

MAYONNAISE

Ponha u m a g e m m a de ovo n u m a chicara c o m u m a colher de sal


bata até ficar l e v e ; j u n t e 1/2 colher de chá de mostarda c o n t i n u a n d o
a b a t e r ; addicione então azeite doce, gotta a gotta, depois a l g u m a s
gottas de vinagre e outro t a n t o de s u m m o de l i m ã o ; continue esse pro-
cesso até o ovo absorver u m pouco m a i s de m e i a chicara de chá de azei-
te ; termine accrescentando u m a pitada de p i m e n t a do reino e assucar.

&:
108
Molhos

MOLHO DE LARANJA

Leva-se ao fogo u m a panella com u m a colher de vinagre branco,


a l g u m a s p i m e n t a s esmagadas e deixa-se reduzir a metade ; accres-
centa-se, então, u m copo de caldo liga-se com u m a colher de fecula
de batata, deixa-se cosinhar b e m e passa-se por u m coador. Rala-se
a casca de u m a laranja, mistura-se-lhe água fervendo e côa-se ; j u n -
ta-se este caldo ao m o l h o , b e m como 1/2 colherinha de manteiga. Ser-
ve-se este m o l h o c o m pombos o u patos assados ou grelhados.

MOLHO DE CREME

Deitam-se n u m a panella 4 chicaras de "molho Bechamel" passado


por u m passador ; põe-se a panella sobre a chapa, de u m lado, isto é,
e m fogo brando, deixa-se ferver e vão-se pondo, aos poucos 200 gram-
m a s de m a n t e i g a , mexendo-se sempre ; depois de se ter posto toda
a m a n t e i g a , j u n t a - s e ao m o l h o u m a pitada de noz moscada. Este m o -
lho serve-se c o m espargos e t a m b é m com camarões.

MOLHO BECHAMEL

Corta-se u m a cebola, u m a cenoura, duas echalotes (cebolinhas com


este nome) e leva-se ao fogo com duas colheres de manteiga. Deixa-
se refogar durante 5 m i n u t o s , e junte-se u m a colher de farinha de
trigo ; e m estando esta cosida deita-se 1/2 litro de leite, u m a colheri-
n h a de sal e u m bouquet de cheiros. Deixa-se ferver u m pouco e pas-
sa-se n o passador. No m o m e n t o de ir para a mesa, põe-se u m a co-
lherinha de m a n t e i g a fresca.

PRATOS DIÁRIOS
SALADA DE AMEIXAS PARA 2 PESSOAS

Tire os caroços de 6 ameixas. Pique nozes (a quantidade neces-


sária) e misture c o m queijo de nata. Encha cada ameixa com u m a
colher de sopa do creme de queijo e nozes. Gele as ameixas antes de
servir. Sirva e m folhas frescas de alface c o m m o l h o Francez.

CROQUETTES DE QUEIJO

2 chicaras de queijo americano ralado, misturadas ás claras de


3 ovos b e m batidos ; j u n t e 1/4 de colher de chá de sal, u m a pitada de

109
p i m e n t a malaguetta, u m a colher de chá de p i m e n t ã o verde picado
o u salsa, 3 colheres de sopa de massa de castanhas cosidas. Dê a for-
m a de croquettes, enrole n a farinha de pão o u de bolacha ; frite e m
bastante gordura quente o u azeite, c o m o filhozes. Sirva q u e n t e . Sir-
va como u m prato de carne o u como enfeite.

ARROZ COM QUEIJO AMERICANO

1 chicara de arroz cosido — 1 chicara de queijo ralado — 1 chicara


de leite — 1 colher de sopa de m a n t e i g a — 1 ovo.
Derreta a m a n t e i g a e o queijo ; j u n t e o arroz e o leite. Sal, á von-
tade. Cosinhe durante 5 m i n u t o s , depois addicione o ovo l i g e i r a m e n t e
batido e asse 20 m i n u t o s e m forno q u e n t e .

DELICIAS DE QUEIJO

2 colheres de sopa de m a n t e i g a — 2 chicaras de leite — 3 chicaras


de aipo picado — 2 colheres de sopa de farinha de trigo — 3 chicaras
de queijo de n a t a — 1 chicara de azeitonas — Sal e p i m e n t a .
Faça u m creme derretendo 2 colheres de sopa de m a n t e i g a , j u n -
te-lhe 2 colheres de sopa de farinha de trigo, deixe aloirar e addicione
2 chicaras de leite. Cosinhe até ficar como u m m o l h o ; j u n t e e n t ã o
3 chicaras de queijo cortado e m pedacinhos. Mexa até derreter, po-
n h a sal, p i m e n t a , 3 chicaras de aipo b e m picado e 1 chicara de azei-
tonas cortadas e m tiras. Sirva q u e n t e sobre bolachas. Essa q u a n -
tidade é sufficiente para 8 pessoas.

SOPA DE LEITE COM ALETRIA

3 chicaras de leite e 1 chicara de água, sal sufficiente para t e m -


perar. Accrescente u m a colher de sopa de manteiga, q u a n d o estiver
fervendo p o n h a m a i s o u m e n o s 1/2 chicara de aletria ; cosinhe a t é
ammolecer o u ficar macia como macarrão o u spaguette ; se gostar,
addicione u m pouco de p i m e n t a .
Sandwiches de queijo frito e agrião servidas c o m sopa de aletria
fazem u m esplendido lunch vegetariano. Faça sandwiches pequenas
com fatias finas de pão e o seu queijo predilecto — americano o u
suisso. Toste n u m a frigideira de ferro com bastante m a n t e i g a .

DELICIAS DE NOZES E QUEIJO

1/4 de lb. de creme de n a t a —• 1 colher de chá de salsa picada — 1


colher de chá de sal — 1 colher de cha de p i m e n t a malagueta — 2 c o l h e -
res de sopa de creme batido — 1 chicara de nozes picadas.

:<$s
110
Pratos Diários

Misture o creme com o queijo, nozes, salsa, e o resto. Faça bolos,


sirva frio. Enfeite com salsa e nozes picadas.

GALLINHA COM ESPARGOS

Proporcionam u m m e i o de aproveitar as extremidades duras dos


espargos, pique b e m m i ú d o , a quantidade sufficiente para encher u m a
chicara, cubra com água e cosinhe até ficarem b e m tenros. Pique uma^
chicara cheia de gallinha cosida e prepare chicara e meia de m o l h o
branco. Junte-lhe o frango e os espargos com meia colher de chá de
sal, 1/4 de colher de chá de p i m e n t a do reino 1 pitada de "paprika" e
u m a pitadinha de macis. Deixe cosinhar e m fogo brando durante
alguns m i n u t o s ; bata dentro então 2 g e m m a s de ovos ; retire do fogo ;
despeje dentro das claras b e m batidas e u m a colher de chá de s u m m o
de l i m ã o . Passe manteiga e m forminhas pequenas e encha com a m i s -
tura acima ; polvilhe com farinha de pão, ponha e m banho-maria
cobrindo a panella com u m a folha de papel espesso dobrado ; asse
e m forno quente durante 15 m i n u t o s approximadamente. Vire n u m a
travessa, enfeite com raminhos de agrião e sirva com u m m o l h o espesso.

OVOS MEXIDOS COM LEITE

Batem-se alguns ovos com u m pouco de leite e sal. Deita-se m a n -


teiga n u m a frigideira e quando estiver q u e n t e , põem-se os ovos e m e -
xem-se até ficarem cosidos. Serve-se simples o u sobre fatias de pão
torrado com manteiga.

M A C A R R Ã O

Instrucções Geraes

A parte m a i s importante n a preparação do macarrão o u spaguet-


t e é o m o d o de cosinhar. Não se deve pôr n a água fria, m a s mergulhal-
o n a água fervendo e deixar ferver até ficar macio. Mexa de vez e m
quando para evitar que pegue. Ficando cosido, escorra ; deixe correr
e m cima u m pouco de água fria e prepare de accordo com u m a das
seguintes receitas.

111
Macarrão

MACARRÃO COM QUEIJO

Cosinhe o macarrão que desejar n a forma indicada. P o n h a u m a


camada n u m prato que vá' ao forno b e m e m m a n t e i g a d o e cubra com
queijo ralado ; vá pondo camada sobre camada, alternando o macar-
rão com o queijo, até obter a quantidade desejada. Prepare o m o l h o
branco pouco espesso ; cubra com elle o macarrão. Espalhe e m cima
pedacinhos de m a n t e i g a ; asse durante 20 m i n u t o s approximadamente.

MACARRÃO COM PRESUNTO

Cosinhe o macarrão n a forma indicada ; arrume n u m prato de


forno e m m a n t e i g a d o , as camadas do macarrão cosido, alternando
com u m a de presunto cortado, temperado c o m mostarda e cebola pica-
da ; bata u m ovo, j u n t e u m a chicara de leite o u creme, e despeje so-
bre o macarrão c o m o presunto ; tempere c o m sal e p i m e n t a e asse
e m forno quente durante 20 m i n u t o s .

PUDDING DE SPAGUETTI

Cosinhe 1/4 de lb. de spaguetti, escorra e lave. J u n t e 1 chicara de


leite q u e n t e , 1 pitada de sal, 2 colheres de sopa de m a n t e i g a e 4 co-
lheres de sopa de assucar, batidas como u m creme. Deixe esfriar,
addicione 3 g e m m a s ligeiramente batidas e 2 colheres de sopa de
amêndoas peladas e picadas. Por f i m , accrescente-lhe as claras bati-
das e m n u v e m . Asse n u m a forma de pudding, coberta, durante 1/2
hora e depois deixe corar. Sirva quente com creme.

PRATOS HESPANHOES E
ITALIANOS
PRATO HESPANHOL

T o m e u m a chicara de arroz cosido, faça u m refogado de 2 t o m a -


t e s e 1 cebola e m i s t u r e - l h e ; tempere com p i m e n t a , sal, 1/2 colher de
chá de assucar e 1/2 colher de chá de p i m e n t a da Guiné ; misture t u d o
b e m c o m o arroz e addicione 4 colheres de sopa de queijo Suisso ralado

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112
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Pratos Hespanhoes e Italianos

e 1/2 chicara de camarões cosidos ; cosinhe e m fogo brando durante


meia hora. E' excellente servido quente o u frio.

FEIJÃO HESPANHOL

Deixe de m o l h o durante a noite duas chicaras de feijão vermelho ;


pela m a n h ã cosinhe e m água até ficar b e m macio addicionando-lhe
u m a cebolinha ; escorra-o m a s não deite fora a água ; ponha n u m a
frigideira que t e n h a nada m e n o s de 2 pollegadas de altura u m a colher
de cosinha de banha fresca; deixe-a derreter b e m , ponha depois den-
tro a quantidade de feijão que possa absorver a gordura, ponha a pa-
nella e m fogo forte, misture b e m o feijão com a banha até este ficar
com u m a camada de banha e m cima e começar a arrebentar. J u n t e
u m a chicara de água n a qual se cosinhou o feijão e amasse levemente
os feijões com u m a colher, m a s não esmague ; addicione então o res-
t o da água e deixe cosinhar l e n t a m e n t e sobre a chapa, durante meia
o u 1 hora o u até o feijão ficar n o ponto desejado, com bastante calda
(mas que seja espesso) o u quasi secco. O resultado depende da obser-
vação das seguintes regras
Não ponha o sal senão depois do feijão estar b e m cosido.
A cebola n ã o se n o t a depois de preparado, dá-lhe apenas o cara-
cter do paladar mexicano que não se consegue com n e n h u m outro
tempero. Deixe ferver a banha. A p i m e n t a da Guiné só se addiciona
depois de juntar o resto da água.
Para preparar estas pimentas, t o m e 6 p i m e n t a s sêccas, tire as
sementes, leve-as ao fogo n u m pouco de água e deixe cosinhar duran-
te 10 m i n u t o s ; esmague e passe n u m a peneira para tirar a pelle ;
ponha a quantidade que desejar para ficar mais o u m e n o s picante.

ARROZ HESPANHOL

T o m e 3 cebolas, u m ou dois alhos, pique n u m a panella j u n t o com


dois o u três pimentões verdes ; refogue m a s não deixe ficar m u i t o
escuro ; addicione então 2 colheres de sopa de massa de t o m a t e , sal
e p i m e n t a ao gosto e u m pouco de carne e m conserva ; derreta n u m a
panellinha u m pouco de banha ; ponha dentro o arroz, cosinhe m a s
n ã o deixe ficar m u i t o escuro ; misture o arroz com o m o l h o prepara-
do e deixe cosinhar durante u m a hora aproximadamente.
Achará este prato delicioso.

VAGENS A' HESPANHOLA

Cosinhe até ficar tenra u m a libra de vagens verdes; deixe esfriar;


bata 3 claras de ovos e m p o n t o de n u v e m ; addicione-lhes as g e m m a s

2t-
113
Pratos Hespanhoes e Italianos

e bata m a i s 5 m i n u t o s ; t o m e 6 o u 7 vagens, passe-as n o ovo e depois


n a farinha de rosca, frite e sirva c o m m o l h o de t o m a t e .

TORTA DE CARNE A' HESPANHOLA

T o m e 2 libras de colchão duro ; separe a gordura, frite e m fogo


brando accrescentando m a i s banha se n ã o fôr sufficiente a gordura
da carne ; quando estiver q u e n t e j u n t e u m a bôa rodella de cebola
picada, duas colheres de sopa de p i m e n t a da G u i n é (vermelha o u verde)
b e m picadinha ; cosinhe mexendo freqüentemente a t é a cebola alou-
rar ; corte a carne e m pedacinhos, tempere c o m sal e p i m e n t a do rei-
n o , polvilhe b e m c o m farinha de trigo ; ferva a gordura a t é sahír fu-
maça, j u n t e - l h e a carne mexendo c o n s t a n t e m e n t e a t é tostar b e m ;
accrescente água que cubra ; cosinhe e m fogo brando a t é a carne fi-
car macia ; retire-a do caldo, p o n h a n u m prato q u e vá ao forno, addi-
cione-lhe duas chicaras de batatas brancas cortadas e m fatias gros-
sas cosinhadas durante 5 m i n u t o s e m água e sal ; engrosse o caldo
da carne com duas colheres de sopa de farinha de trigo para cada chi-
cara de caldo ; p o n h a m a i s sal se for necessário ; vire sobre a carne
e as batatas e deixe esfriar e m q ú a n t o prepara a massa.

MASSA

3 chicaras de farinha de trigo — 2 colheres de sopa de Baking Powder


— 1 1/2 colheres de chá de sal — 6 colheres de sopa de banha —.
Misture com a m ã o a farinha c o m a b a n h a ; m o l h e c o m u m pou-
co de água fria e estenda u m a camada c o m o rolo para envolver a car-
n e ; faça dois o u três buraquinhos e m cima para deixar sahír o vapor ;
cubra a carne ; passe e m cima u m pouco de l e i t e ; leve ao forno, deixe
ficar o t e m p o necessário para assar a massa, 20 m i n u t o s m a i s o u m e n o s .

SPAGUETTI A' ITALIANA

3/4 l b . de spaguetti •— 3 canadas de água fervendo — 1 colher de


sopa de sal — 2 colheres de sopa de m a n t e i g a — U m a pitada de p i m e n -
ta -— U m pouco de noz moscada — 1 chicara de m o l h o de t o m a t e — 2
onças de queijo parmezon o u Suisso ralado o u u m a onça de cada.
Cosinhe o spaguetti durante 25 m i n u t o s n a água fervendo viran-
do de vez e m quando tendo o cuidado de n ã o quebral-o ; escorra-o ;
ponha n u m a frigideira a manteiga, o sal, a noz moscada e a p i m e n t a ;
deixe refogar u n s m i n u t o s e j u n t e - l h e o m o l h o de t o m a t e q u e n t e ;
misture o spaguetti levemente com u m garfo, addicione e n t ã o o quei-
j o e continue misturando b e m com o garfo durante 1 m i n u t o o u m a i s .
Arrume n u m prato aquecido e sirva.

114
Pratos Hespanhoes e Italianos

MASSA REAL ITALIANA

P i q u e m i ú d o , separadamente, 3 cebolas grandes, 1/2 alho, 1/2 has-


te de aipo, 1/2 chicara de cogumelos seccos (que ficaram de m o l h o e m
água durante m e i a hora), 1 lata de massa de t o m a t e , sal, pimenta, 3
o u 4 "chili capinas", 2 folhas de louro, 2 cravinhos, alguns raminhos
de salsa e rosmaninho.
T o m e u m frango de bom tamanho(não m u i t o novo), corte e m
pedaços c o m o para ensopar, lave e enxugue. Deite n u m a panella com
azeite doce q u e n t e e deixe alourar ; addicione ás cebolas e deixe-as
corar, depois j u n t e o alho e o aipo, cosinhando durante alguns m i n u -
t o s ; accrescente t o m a t e e cheiros, cosinhando t u d o j u n t o durante
3 horas aproximadamente ; mexa de vez e m quando para evitar que
q u e i m e ; q u a n d o o frango amollecer, retire-o. Se desejar, pode substi-
t u i ! - o por carne de vacca. T o m e aproximadamente 2 libras de spaguet-
t i , c o s i n h e e m água fervendo e sal até ficar tenro ; escorra-o, lave-o
c o m á g u a fria para ficar b e m solto. Sirva n u m prato quente, arruman-
d o primeiramente u m a camada de spaguetti polvilhada de queijo
p a r m e z ã o , depois u m a camada de m o l h o e assim sucessivamente
a t é encher o prato. •

FRANGO COM PIMENTÃO EM PO'

Limpe e tempere u m frango gordo como para assar ; faça u m b o m


r e c h e i o de miolo de pão, cebolas picadas, cheiros para temperar a gos-
t o , picado j u n t a m e n t e com 2 o u 3 g e m m a s de ovos ; recheie a ave com
isso, lardeie o peito com u m pedaço de presunto e l i m ã o ; enrolle t u d o
n u m papel inpermeavel e amarre j ponha n u m a panella o u qualquer
prato de forno q u e t a m p e b e m ; j u n t e bastante caldo de gallinha
o u de vitella que cubra-o, u m cravinho, u m a cebola inteira e a l g u m
aipo picado ; t a m p e e cosinhe e m forno quente durante u m a hora ;
côe o m o l h o , addicione-lhe então u m a chicara de creme quente,
u m a g e m m a de ovo, u m a colher de sopa de manteiga, u m a colher
de sopa de aipo picado e paprika sufficiente n ã o apenas para perfumar
m a s para tingir o m o l h o de vermelho ; quando o frango estiver quasi
cosido, (cosinhando nesse m o l h o o t e m p o necessário para amolecer) ;
sirva cobrindo-o com o m o l h o enfeitado com arroz cosido.

RAVIOLI

Passa-se na machina u m pouco de carne de gallinha ; junta-se-


l h e u m a colher de queijo ralado e espinafre b e m picado. Faz-se u m a
m a s s a c o m o para pasteis, juntando-se-lhe u m a colher de queijo n a

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115
Pratos Hespanhoes e Italianos

occasião em que for amassada. Estende-se a massa com o rolo, bem


fina e faz-se pasteis bem pequeninos, recheiados com o recheio e co-
sinha-se em caldo de carne ou em água bem temperada. Faz-se a par-
te u m bom molho de tomates e arruma-se n u m a travessa, u m a cama-
da de rabioli cosido, u m a de queijo parmezão ralado, u m a de molho
de tomates e assim até acabarem os ravioli devendo a ultima cama-
da ser de queijo. Leva-se depois ao forno para tostar.

POLENTA A' ITALIANA

Fervem-se 3/4 de litro de leite. No momento de ferver junta-se-


lhes 250 grammas de fubá de milho que se deixa cahir no leite deva-
gar, mexendo sempre, sem deixar interromper a fervura. Estando bem
cosida a farinha no leite, junta-se-lhe 4 ovos ligeiramente batidos,
uma colher de queijo parmezão ralado, u m a de manteiga e o sal ne-
cessário. Liga-se bem tudo e despeja-se sobre u m a pedra mármore,
igualando-se a massa com u m a faca para que fique toda da mesma
altura ; corta-se em losangos, arrumam-se n u m prato, cobre-se com
queijo parmezão e Gruyéres raladas e misturados, rega-se com a man-
teiga derretida e vae ao forno para corar. Serve-se com molho de tomate.

R E C H E I O S
RECHEIO DE CASTANHA

1 quartilho de miolo de pão de massa fina — 1 quartilho de cas-


tanhas cosidas e descascadas bem picadas — sal, pimenta e aipo pica-
do sufficiente para temperar — 1/2 chicara de manteiga derretida.
Mistura-se tudo.

RECHEIO DE OSTRAS

Substitua as castanhas da receita acima por ostras pequenas, fres-


cas, tiradas da concha, lavadas e picadas.

RECHEIO DE AIPO

Substitua as castanhas por aipo bem picado.

116
RECHEIO PARA TOMATES, PIMENTÕES VERDES, ETC.

U m a chicara de miolo de pão, (secco), 1/3 de colher de chá de sal;


1/4 de colher de chá de p i m e n t a , u m a colher de chá de s u m m o de ce-
bola, u m a colher de sopa de aipo picado, 2 colheres de sopa de mantei-
ga derretida, m i l h o moido, arroz o u qualquer outro cereal cosido pode
substituir o pão.

RECHEIO PARA LEITÃO

3 cebolas grandes aferventadas e picadas, 2 chicaras de miolo de


pão de massa fina, 2 colheres de sopa dè salva e m pó, 2 colheres de sopa
de m a n t e i g a derretida o u banha de porco, sal e p i m e n t a .

RECHEIO DE SALVA PARA PATOS E GANSOS


2 cebolas picadas, 2 chicaras de batatas amassadas, 1 chicara de
miolo de pão, sal e p i m e n t a , e salva e m pó sufficiente para dar gosto.

RECHEIO PARA AVES

Miolo de pão da véspera, sal, p i m e n t a e comilho e m pó, para t e m -


perar b e m , meia chicara de manteiga derretida.

RECHEIO DE PÃO PARA CARNE OU AVE


Ponha de m o l h o u m a canada de pão da véspera (em pedaços) na
água fria ; esprema b e m , que fique enxuto ; tempere com u m a colher
de chá de sal, u m a pitada de p i m e n t a , u m a colher de chá de gengibre,
u m quarto de colher de chá de mostarda, 1/2 colher de chá de cebola ;
j u n t e 2 colheres- de sopa de gordura derretida e- misture b e m ; addi-
cione u m ovo ligeiramente batido, j u n t e o coração, o fígado e a par-
t e tenra da moella, aferventados e depois picados.

RECHEIO PARA PERU'


»
Pique j u n t o s o fígado do peru e u m a cebola p e q u e n a ; j u n t e u m a
colher de sopa de m a n t e i g a e leve ao fogo durante 10 m i n u t o s apro-
x i m a d a m e n t e , m a s n ã o deixe escurecer ; addicione então essa m i s -
tura a u m a libra de salchicha ou presunto picado j depois de comple-
t a m e n t e misturado, accrescente m a i s o u m e n o s duas dúzias de cas-
t a n h a s b e m cosidas e m água e sal, (descascadas).

117
FIAMBRE COM OVOS

Frite o fiambre rapidamente e retire-o da frigideira logo que es-


teja prompto ; estrelle ovos n a gordura q u e n t e com cuidado para n ã o
arrebentar as g e m m a s , procurando deixar entre os ovos u m certo es-
paço para n ã o prejudicar a forma. Deve se cortar o fiambre do t a m a -
n h o que se quizer servir e logo que f i q u e m promptos os ovos colloca-
se u m sobre cada fatia. Se sobrarem podem ser collocados uniforme-
m e n t e e m volta do prato.

OMELLETE SOUFFLE'

T o m e 3 ovos, duas onças de manteiga, u m a colher de sobremesa


de alho picado, u m a colher de sopa de cebola picada, u m r a m i n h o de
cheiro verde. Bata as claras dos ovos e m ponto de n u v e m ; misture
as g e m m a s c o m a salsa e u m pouco de sal e p i m e n t a ; j u n t e o chei-
ro e prosiga como u m a omellete simples. Vire a omellete e sirva
immediatamente.

OMELLETE SIMPLES

Quebre 8 o u 10 ovos n u m a tijella, addicione u m pouco de sal e


p i m e n t a c o m u m a colher de sopa de água ; bata t u d o c o m u m gar-
fo, o t e m p o necessário para ligar b e m ; p o n h a m a n t e i g a fresca n u m a
frigideira de ferro e quando estiver quasi fervendo despeje dentro
os ovos ; e m q ú a n t o estiver fritando vá despregando as bordas c o m
u m a escumadeira para depois virar convenientemente. Quando os
ovos estiverem cosidos e tostados levemente de u m dos lados retire
do fogo e enrolle ; volte ao fogo para corar do outro lado. Sirva q u e n t e .
Não se deve fazer omellete com m u i t o s ovos porque torna-se dif-
ficil virar e cosinhar por igual. Tendo-se m u i t a s pessoas para servir
é preferível fazer diversos.

OVOS MEXIDOS

Bata 3 ovos ligeiramente, addicione-lhes u m quarto de chicara de


leite o u água e polvilhe com p i m e n t a ; p o n h a n u m a frigideira u m a
colher de chá de manteiga ; estando q u e n t e j u n t e os ovos mexendo
constantemente até ficarem cosidos. Sirva quente.

118
•rg
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CLASSIFICAÇÃO DA CARNE
E SEU EMPREGO

Toda a dona de casa deve conhecer os cortes da carne com-


m u m e a melhor maneira de preparal-os.

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BOI

1-Cabeça Não é aproveita- 7-Costella - (Corte do meio)


da n a alimenta- Excellente para
ção. assados - é con-
9-Pescoço Para sopas, suco siderado o m a i s
de carne, guiza- apropriado para
dos, para fazer esse f i m .
carne salgada. 8-Costella - (Parte trazeira)
3-Paleta - Para sopas, gui- Para assados -
zados, suco de conhecido como
carne, cozido e l. a , 2. a e 3. a cos-
carne salgada. tellas.
4-Costella - (Espaduas) Es- 9-Agulha - Pedaço s e m osso,
tufados, grelha- próprio para es-
dos, bife assados tufados, sopas,
de panella. carne salgada.
5-Costella Para assados. 10-Fralda - Estufados, so-
6-Costella Para assados pas, carne salga-
m a i s conhecido da.
por 6. a e 7.» cos- 11-Barbella - Sopas, guizados
tellas. e carne salgada.

119
12-Pá - Para carne sal- 18-Colchão molle - Para gui-
gada e assados zados e sopas.
de panella.
19-Colchão duro - Para bife
13-Pá - Para sopas.
rolado, extracto
14-CaneUa - Para sopas.
de carne e caldos
15-Lombo - (Incluindo filé e
contra-filé) pe- 20-Perna - Para sopas e es-
daço especial. tufados.
16-Fralda - (Flanco) para bi- 21-Rabada - Para sopas e co-
fe enrolado, gre- sidos.
lhados, cosido,
carne salgada. 22-Patinho - Para assados e
17-Alcatra - Para assados e bifes.
bifes. 23-Mocotó - Para geléas

CARNEIRO

1- - Para cosido o u as- 5-Pescoço - Para estufados e


sado. guizados.
2-Peito - Assados, estufados
e costelletas. 6-Cabeça Não é aproveitada
3-Lombo — O melhor pedaço na alimentação.
para assados. Cos-
7—Lombo - Para assados e cos-
telletas.
telletas.
4-Pescoço - O melhor pedaço
para costelletas, 8-Perna - Para assados e co-
estufados e tostas. zidos.

Os ossos, cartilagens, tendões e outras partes gelatinosas são


excellentes para caldo de sopas.

120
CARNES
MANEIRAS DE PREPARAR FIAMBRE OU PRESUNTO

Prepara-se o presunto de differentes maneiras. O presunto deve


ser macio, de cor pouco carregada e de sabor delicado.

PARA FRITAR

Ponha o presunto frio na frigideira e leve ao fogo brando. Quan-


do começar a derreter e a frigir a gordura cosinhe então vagarosamen-
te retirando de vez em quando o excesso de gordura. Vire freqüente-
mente, augmentando o calor, quando o presunto ficar macio e cora-
do, pode-se servir.

PARA COSINHAR

Alguns preferem cosinhar o presunto collocando n u m a frigideira


e cobrindo com água fervendo ; levando ao fogo e deixando ferver até
a água se evaporar ; para terminar coram na gordura.

PARA GRELHAR

O processo ideal de preparar o presunto é collocando fatias sobre


uma grelha pondo em baixo u m a frigideira para aparar a gordura ;
leve ao fogo forte e logo que core levemente de u m lado, vire para co-
ra r do outro.

PARA ASSAR

Deite tiras de presunto n u m a panella funda e leve ao forno quen-


te tirando a gordura de vez em quando. Quando estiver corado dos
dois lados, sirva immediatamente.

GRELHADOS

As regras do assado applicam-se ao grelhado com a dífferença que


em vez de ir ao forno deve ser assado rapidamente, primeiro de u m
lado depois do outro sobre fogo forte e depois afastado u m pouco para
o lado para acabar de assar. A carne com u m a pollegada de espessu-
ra ficará grelhada em 4 minutos. Tempere depois de prompta.

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121
FRIGIR

Ha dois processos de frigir : u m com m u i t o pouca gordura n a pa-


nella n o qual para obter b o m resultado, deve-se primeiro deixar a gor-
dura esquentar antes de pôr dentro a carne. Por exemplo, frigindo
costelletas, se a panella estiver quente e só com gordura necessária
para evitar que as costelletas p e g u e m , mantendo-se o calor para fri-
tarem rapidamente, ficarão quasi tão boas como grelhadas. O outro
processo de frigh* consiste e m immergir c o m p l e t a m e n t e a carne que
se quer fritar e m gordura f u m e g a n t e e conservar esse gráo de calor
até corar. Retira-se então com a escumadeira e põe-se u m m o m e n t o
sobre papel pardo para escorrer a gordura.

COSIDOS E ENSOPADOS

Para cosinhar carne fresca deve-se mergulhar e m água fervendo


e deixar cosinhar e m fogo brando m a i s o u m e n o s durante 20 m i n u t o s
por libra. Pode-se juntar á água u m pouco de sal, especiarias o u le-
g u m e s para dar gosto. Addicionar á água u m pouco de vinagre q u a n -
do a carne é dura, torna-a m a i s macia. Deve-se sempre aproveitar o
caldo do cosido para as sopas, ensopados e molhos. Ensopar é ferver
a fogo l e n t o quer dizer manter n a panella da carne u m calor sufficien-
t e para a água ferver moderada e constantemente. As carnes salga-
das devem ser-postas ao fogo e m água fria a qual logo que ferver deve
ser substituída por outra fria, t a n t a s vezes quantas sejam necessá-
rias para deixar a carne saborosa quando prompta. As carnes salga-
das e defumadas precisam para cada libra m a i s o u m e n o s 30 m i n u -
t o s de fervura lenta depois que começar a ferver. Deve-se cosinhar
l e g u m e s e cheiros para temperal-a. Estando promptas e se quizerem
servil-as quentes deve-se collocar e m logar onde se conservem q u e n t e s
m a s n ã o fervam ; se quizerem servil-as frias deixem-nas esfriar n °
caldo e m que foram cosidas. As carnes m u i t o salgadas o u defumadas,
m u i t o sêccas devem se deixar de m o l h o e m água fria durante a noite
antes de cosinhar.

COMO SE DEVE PREPARAR O ROAST-BEEF

Para o roast-beef ficar sumarento e tenro depois de assado, pre-


cisa ser untado de instante e m instante, portanto, para poupar-se
desse trabalho, colloque u m pedaço grande de sebo da carne sobre o
roast-beef; t o m e u m a panella b e m enxuta e veja que o forno fique

122
m u i t o q u e n t e ; p o n h a n o forno a carne e deixe assar durante o t e m -
po estipulado (seja m e i a hora) conforme o t a m a n h o . Pode occupar-
se n o u t r o trabalho e n o t e m p o marcado o seu roast beef ficará prornp-
t o com u m a bonita cor, b e m s u m a r e n t o porque foi u n t a d o constan-
t e m e n t e , durante t o d o o t e m p o , pelo sebo. Retire o assado da panel-
la, despeje a gordura n u m a tijella e faça u m m o l h o ao fogo. Pode-
se accrescentar á carne q u a n d o assar, m a i s o u m e n o s meia dúzia de
batatas descascadas ; ficarão excellentes e promptas j u n t a m e n t e com
o roast-beef. Quando retirar o roast-beef, ponha-as e m volta.

ASSADO DE PANELLA

Ponha b e m pouca gordura de vacca n u m a panella de ferro. Quando


estiver q u e n t e , deite dentro a carne. J u n t e u m a cebola aloirada e m
manteiga ; addicione água que fique pela m e t a d e da altura da car-
ne ; accrescente sal e p i m e n t a e t a m p e b e m a panella ; engrosse o
caldo ; cosinhe e m fogo l e n t o de duas a três horas, conforme o peso.
Quando a carne estiver cosida tire-a e cubra com o m o l h o .

ASSADO A' AMERICANA

Limpe e raspe 6 libras de l o m b o o u alcatra, s e m osso ; toste de


todos os lados n u m a frigideira e m fogo forte. P o n h a n u m a frigidei-
ra o u panella de ferro camadas de rodellas de cebola, nabos e cenou-
ras, cheiro verde, u m a colher de chá de sal, m e i a colher de chá de p i m e n -
t a ; sobre isso p o n h a a carne e u m quartilho de água fervendo o u u m
refogado de t o m a t e s ; t a m p e b e m e cosinhe e m forno moderado d u -
rante 4 horas. Se a água se evaporar depressa, accrescente m a i s . Po-
n h a a carne n u m a travessa q u e n t e . Côe o m o l h o , engrosse-o e t e m -
pere-o. Se quizer pode servir os vegetaes separadamente.

PASTELLAO DE CARNE A' FRANCEZA

T o m e u m b o m pedaço de l o m b o o u fílet e corte e m bifes ; corte


e m fatias t a m b é m u m presunto cru, pequeno ; ponha a m b o s n u m a
frigideira com m a n t e i g a e u m pouco de cebolas picadas ; deixe cosi-
nhar u m pouco l e n t a m e n t e , sobre o fogo o u n o forno : addicione u m
pouco de farinha de trigo e sufficiente caldo para fazer m o l h o ; sal,
p i m e n t a , aipo picado e m o l h o inglez ; j u n t e a l g u m a s batatas e m ro-

&-
123
dellas, cosinhe j u n t o durante 20 m i n u t o s ; p o n h a t u d o n u m prato
de forno com a l g u m a s fatias de ovos duros por c i m a e cubra c o m u m a
camada de massa c o m m u m ; asse durante 15 a 20 m i n u t o s e m for-
n o b e m quente ; todas as tortas de carne vermelhas podem-se pre-
parar pelo m e s m o processo.

PICADINHO COM CREME

Corte e m pedacinhos u m a quarta de libra de carne levemente su-


màrenta e faça corar n u m p o u q u i n h o de m a n t e i g a ; quando aloirar
despeje dentro u m a chicara de leite ; deixe dar u m a fervura e engros-
se levemente com u m pouco de farinha e m a n t e i g a batidas j u n t a m e n -
t e ; quando ferver despeje sobre u m a travessa onde se t e n h a m arru-
m a d o torradas e sirva i m m e d i a t a m e n t e .

BEEF A' LA MODE

T o m e u m pedaço de carne (alcatra é melhor), p o n h a na panella


u m a fatia de toucinho o u banha, depois a carne ; cubra-a com água ;
t o m e então duas cebolas, alguns grãos de p i m e n t a , cravinhos, folhas
de loiro, u m a cenoura, u m a codea de pão preto, sal e vinagre ; ponha
t u d o sobre a carne e t a m p e b e m a panella ; accrescente mais água
fervendo quando a primeira se evaporar e deixe cosinhar durante 3
horas ; toste b e m u m pouco de farinha de trigo c o m manteiga, dis-
solva n o m o l h o e deixe ferver m a i s u m a vez c o m a carne ; retire a car-
ne para u m prato e cubra c o m o m o l h o ; accrescente m a i s vinagre,
a gosto. Sirva c o m batatas fritas o u beterrabas.

CARNE SALGADA

Deve ser cosinhada e m bastante água fria que se aquece l e n t a m e n -


te até dar u m a fervura ; se fôr m u i t o salgada a carne deixa-se de m o -
lho durante a noite ; m a s se o a n i m a l fôr novo e n ã o tiver m u i t o sal
não será preciso fazer isso. Deve-se cosinhar durante o t e m p o neces-
sário para tornal-a macia a f i m de se poder retirar os ossos facilmente.
Conserve o caldo n a panella, e se sobrar a l g u m a carne p o n h a novamen-
te n a panella e deixe ficar n o caldo durante a noite para a s s i m absor-
vel-o. Se n ã o sobrar n e n h u m a carne pode-se aproveitar o caldo para
a sopa, se a carne não fôr salgada de m a i s .

124
LÍNGUA COSIDA

Limpe 3 l í n g u a s frescas e p o n h a - a s n u m a panella com u m a chi-


cara de sal e água sufficiente para cobril-as ; accrescente m a i s água
a medida q u e se evaporar a primeira para conservar as línguas cober-
tas até ficarem cosidas, i s t o é, q u a n d o se lhes possa espetar u m gar-
fo facilmente ; retire do fogo e se fôr para servir logo, tire.a pelle. Se
fôr para guardar n ã o retire a pelle senão oportunamente. Se prepa-
rarem línguas salgadas (de conserva) deixem ficar de m o l h o durante
a noite supprimindo o sal q u a n d o as cosinhar.

PARA ASSAR UMA PERNA DE PORCO

Escolha u m a perna p e q u e n a de leitão ; dê u m talho n a perna com


a faca afiada e introduza n a abertura salva e cebolas picadas e u m pou-
co de sal e p i m e n t a ; q u a n d o estiver m e i o assado corte a pelle e m
fatias m a s q u e n ã o vá a l e m da pelle. Pode-se servir com m o l h o de
maçãs.

PUDDING DE VITELLA

3 libras de vitella picada, 1 libra de carne de porco fresca bem pica-


da, 3 ovos b e m batidos, u m a colher de sopa de manteiga, u m quarti-
lho de m i o l o de p ã o , u m a colher de sopa de sal, u m a colher de chá de
p i m e n t a do reino, m e i a colher de chá de salva, m e i a colher de chá de
tomilho. Faça u m a pasta ; envolva b e m n u m pedaço de musselina ;
ponha n u m a assadeira c o m m u i t o pouca água ; u n t e de vez e m quan-
do e vire para assar de a m b o s os lados ; deixe dentro do panno até es-
friar. Sirva c o m purée de batatas.

FÍGADO DE VITELLA COM PRESUNTO

Corte o fígado e m fatias de m e i a pollegada de espessura ; deixe


de m o l h o e m água fria durante 20 m i n u t o s ; escorra, seque e passe
na farinha de trigo. Deixe a paneUa esquentar b e m , ponha dentro
fatias finas de presunto, vire a t é corar ; p o n h a n u m a travessa quen-
te ; frite o fígado rapidamente n a gordura quente, virándo-o cons-
t a n t e m e n t e ; prompto o fígado escorra a gordura da frigideira dei-
xando u m a o u duas colheres de sopa ; misture dentro u m pouco de

125
farinha de trigo para absorvel-a e mexa ao fogo até aloirar ; accrescen-
t e pouco a pouco água q u e n t e para fazer u m m o l h o espesso ; t e m p e -
re e deixe ferver u m m i n u t o ; sirva separadamente.

TRÊS RECEITAS ESCOLHIDAS QUE ENSINARÃO A PREPARAR


O PRESUNTO DE, MANEIRA MAIS APPETITOSA

Faça cortar o presunto e m três pedaços e prepare-os das m a n e i -


ras seguintes :

DO CENTRO

T o m e presunto do centro com 3 1/2 a 5 1/2 pollegadas de espessura.


Retire a pelle ; corte e m fatias m e t a d e da gordura e prenda e m vol-
t a do pedaço magro com palitos de dentes. Deite n o fundo da assa-
deira ; misture u m a chicara de assucar mascavo com u m a colher de
chá de mostarda e espalhe amassando por cima. Sobre isso ponha
tantas fatias de banana q u a n t o possível e regue por cima com 8 colhe-
res de sopa de vinagre de pickles. Asse e m forno brando até ficar m a -
cio (2 horas o u mais) (se b e m que não seja preciso aferventar esse pre-
s u n t o , obter-se-á melhor resultado deixando-o de m o l h o e m água
antes de preparal-o durante 2 horas.) Para servir, polvilhe c o m canel-
la, retirando primeiramente as bananas e enfeite com fatias de laran-
ja e p i m e n t ã o .

PRESUNTO COSIDO

Lave a parte superior do presunto ; ponha na água fervendo á qual


se addicionou u m a colher de cravinhos inteiros, u m pedacinho de páo
de canella e 3 chicaras de cidra. Ferva e m fogo l e n t o até ficar tenro
( meia hora approximadamente por cada libra) . Sirva q u e n t e o u frio ;
enfeite com alface.

PERNIL

Ponha de m o l h o e m água alguns l e g u m e s durante m e i a hora.


Cosinhe e m fogo l e n t o e m água á qual se addicionou o pernil do pre-
sunto, até ficarem tenros. Escorra e polvilhe com sal e p i m e n t a . En-
feite e sirva quente.

126
ASSADO

Limpe a carne com u m panno humido. Raspe e amarre se fôr


necessário. No fundo da panella ponha alguns pedaços da gordura
que se retirou da carne. Colloque a carne sobre a grelha dentro da pa-
nella. Polvilhe sal, pimenta e farinha. Tenha a principio o forno mui-
to quente ; quando a carne estiver meio assada, reduza o calor. Unte
de dez ou de quinze em quinze minutos. Se houver risco da gordura
da panella ficar chamuscada, j u n t e algumas colheres de água ferven-
do. Deixe assar durante 10 a 20 minutos por libra de carne, conforme
se queira bem ou mal assada. Quando ficar prompta ponha n u m pra-
to quente. Engrosse o molho na panella com farinha de trigo torra-
da accrescentando a água que precisar e tempere. Põe-se uma cebola
sobre o assado para dar gosto, mas retira-se antes de servir.
Quando se compra carne deve-se saber qual é a melhor qualida-
de e os pedaços mais úteis.
A carne preferida por ser a mais usada e apreciada, deve ser de
cor vermelho pallido e a gordura de u m amarello esbranquiçado o que
indica ser o animal novo. Deve ser bem coberta de gordura para que
ella fique tenra e succulenta. A carne de primeira qualidade é a
carne do lombo e das costellas, sendo a ultima o melhor pedaço
para assar.
Quando preparar bifes lembre-se que' é melhor passal-os n u m
prato com azeite doce três ou quatro vezes do que lardeal-os para amas-
sai-os. O fim não é extrahir-lhes o sueco mas amaciar a fibra.
Quando se escolhe carne de porco, todo o cuidado é pouco. Não
compre a que estiver viscosa ou tenha granulos na gordura. Lembre-
se também que quando tiver o couro duro o animal já é velho. A car-
ne de vitella deve ser levemente rosada com bastante gordura. Nun-
ca se deve comer antes do animal ter dois mezes.
A carne de carneiro deve ser rija e succulenta com a gordura bran-
ca e dura.

PARA CLARIFICAR A GORDURA

A gordura reunida de diversos assados (exceptuando o carneiro,


que t e m u m sabor muito accentuado) pode ser clarificado ; põe-se
tudo n u m a terrina juntando-se-lhe rodellas de batata crua deixan-
do cosinhar o tempo necessário para a batata corar, o que absorverá
todas as impurezas. Retira-se do fogo e quando esfriar côa-se na ter-

127
S?£ ISP

PEIXES E MARISCOS
PEIXE FRITO

Depois do peixe estar b e m lavado, p o n h a - o sobre u m a toalha do-


brada e enxugue b e m ; estando b e m l i m p o e enxuto, passe n a fari-
n h a de trigo o u de rosca, farinha de pão o u fubá de m i l h o , como pre-
ferir ; t o m e u m a frigideira de f u n d o grosso c o m bastante banha com
sal(uma colher de sopa para cada libra de banha) para peixe fresco que
n ã o t e n h a sido previamente salgado ; deixe ferver a gordura, p o n h a
o peixe dentro e deixe fritar l e n t a m e n t e de u m lado até ficar ligeira-
m e n t e tostado, vire então do outro ; estando prompto, retirer-o com
cuidado e sirva logo o u conserve-o coberto n o prato e m logar que não
esfrie.

PEIXE GRELHADO

Esfregue a grelha com gordura o u u m pedaço de sebo de carne


para evitar que o peixe pegue. P o n h a n u m prato u m b o m pedaço de
manteiga, sal e p i m e n t a sufficientes para temperar o peixe ; deite-o
dentro depois de grelhado e c o m u m a faca espalhe a m a n t e i g a igual-
m e n t e ; sirva b e m quente.

SALMÃO COSIDO

Costure t a n t a s libras de salmão q u a n t a s desejar n u m sacco de


panno ralo e cosinhe durante 15 m i n u t o s e m água ligeiramente sal-
gada. Estando prompto, retire do fogo e p o n h a n u m prato com cui-
dado para não espedaçar o peixe.

MOLHO DE CREME

Prepare u m a chicara pequena de m o l h o de creme ao qual se mis-


turou u m a colher de chá de aipo picado e o s u m m o de u m quarto de
limão. Despeje sobre o salmão e sirva. Enfeite c o m aipo. O pedaço
preferido do salmão é o centro e perto da cauda.

PEIXE COM CREME

Pique (não desfie) u m a chicara de bacalháo ; p o n h a n u m a vasi-


l h a e encha até cobrir com água fria ; mexa u m i n s t a n t e ao fogo e es-
corra depois a á g u a ; deixe sobre o fogão ; cubra o peixe com 1 1/2 quar-
tilhos de leite e u m a colher b e m cheia de m a n t e i g a ; dissolva n u m a

128
Peixes e Mariscos

chicara de leite duas colheres de sopa de farinha de trigo e quando o


leite sobre o fogão estiver quasi fervendo, misture dentro ;* q u a n d o
a m i s t u r a engrossar arrede para u m logar onde n ã o ferva m a i s e j u n -
te-lhe u m ovo ; sirva logo.

CROQUETTES DE PEIXE

O bacalháo que sobrar pode ser aproveitado desfiando-se com u m


garfo, tirando-se as espinhas e a pelle e picando-se b e m f i n a l m e n t e .
Addicione-lhe quantidade igual de batatas amassadas ; reduza a u m a
massa espessa j u n t a n d o manteiga, u m pouco de leite, e u m ovo ba-
tido ; passe farinha nas m ã o s e faça os croquettes ; frite e m banha
fervendo o u outra gordura até corar levemente.

OSTRAS FRITAS

24 ostras grandes, u m a colher de chá de sal, u m a pitada de p i m e n -


ta, m e i a chicara de miolo de pão, u m ovo.
Limpe e escorra ostras escolhidas ; passe-as n a farinha de rosca
e tempere com sal e p i m e n t a ; deixe ficar 15 m i n u t o s o u m a i s , depois
mergulhe n o ovo batido, passe novamente n a farinha, e deixe des-
cansar outros 15 m i n u t o s o u m a i s n u m logar frio e frite u m m i n u t o
o u até ficarem douradas, n a gordura quente ; deixe escorrer sobre
u m p a p e l ; sirva n u m prato quente enfeitando com aipo, fatias de pi-
ckles o u l i m ã o . Sirva c o m batatas fritas.

CASQUINHOS DE CARANGUEIJOS

U m a chicara de carangueijos bem cosidos descascados, 2 colheres


de sopa de farinha de pão de massa fina o u rosca, 2 g e m m a s de ovos
cosidos, picados, s u m m o de u m l i m ã o , m e i a colher de chá de m o s -
tarda, u m pouco de p i m e n t a e sal, u m a chicara de bôa m a n t e i g a der-
retida.
Misture u m a colher de farinha de pão com o carangueijo picado,
g e m m a s , sal, os outros temperos e a m a n t e i g a derretida ; encha c o m
essa m i s t u r a os casquinhos vasios ; penere farinha d'agua torrada
com u m pouco de m a n t e i g a , o u farinha de pão sobre os casquinhos e
leve ao forno q u e n t e para tostar.

CREME DE CARANGUEIJO

Derreta u m a colher de m a n t e i g a , j u n t e m e i a chicara de farinha


de trigo mexendo s e m parar ; accrescente 4 chicaras de leite ; t e m -

a, -a
129
SP2

Peixes e Mariscos

pere c o m sal, p i m e n t a malagueta, p i m e n t ã o vermelho, e u m a colher


de sopa de m o l h o Inglez ; cosinhe durante dez m i n u t o s ; addicione
3 carangueijos picados e u m vidro pequeno de cogumelos ; deixe dar
u m a fervura. Sirva e m " r a m i k i n s " (pão torrado c o m queijo e ovos).

ARENQUE GRELHADO COM MOLHO DE ANCHOVA

T o m e arenques, mergulhe n o azeite o u m a n t e i g a derretida ; t e m -


pere com sal e p i m e n t a e asse n a grelha ; e m q ú a n t o o peixe assa t o m e
u m boião pequeno de massas de anchovas, desmanche n u m a panei-
la c o m manteiga, aipo picado e s u m m o de u m l i m ã o , até amornar ;
espalhe o m o l h o sobre o peixe e sirva.

LAGOSTA A LA LOUIE (para 8 pessoas)

9 Escolha u m a bôa lagosta o u duas, perfazendo o todo m a i s o u m e -


nos 4 libras ; corte ao comprido, l i m p e e lave, enxugue b e m n u m a
toalha ; corte e n t ã o cada fatia e m 4 e ponha n u m logar frio ; pre-
pare 3 alfaces (quanto m a i s duras melhor) ; tire as folhas velhas e guar-
de para enfeitar ; pique então as alfaces, mergulhe n a água e escorra-as.

MOLHO A' LA LOUIE

6 cebolinhas verdes b e m picadas, a m e s m a quantidade de aipo


t e n r o picado b e m fino, o dobro de p i m e n t ã o verde picado m i ú d o ; meia
colher de chá de "paprika" , u m a chicara de mayonnaise, u m a chi-
cara de m o l h o de p i m e n t a , u m a chicara de m o l h o de t o m a t e picante,
duas colheres de chá de "Worcestershire sauce" , sal a gosto. Misture
b e m ; arrume as folhas de alface n u m a travessa grande, deite a al-
face picada n o centro, e ponha os pedaços de lagosta e m cima ; enfei-
t e c o m u m pouco de mayonnaise, "paprika" e ovos cosidos cortados
e m quartos, azeitonas, pickles e as pernas da lagosta. Sirva o m o l h o
á parte e t ã o frio q u a n t o possível. Esta receita t a m b é m serve para
carangueijo o u camarão "á Ia Louie".

CREME DE LAGOSTA

Corte e m pedaços pequenos a parte do rabo de 2 lagostas ; t e m -


pere b e m com sal, p i m e n t a e u m pouco de s u m m o de l i m ã o ; dissol-
av duas colheres de sopa de maizena n u m pouco de leite frio. e addi-
cione a u m quartilho de leite fervendo ; depois de engrossar j u n t e

130
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Peixes e Mariscos

a m a n t e i g a e cosinhe até ficar b e m espesso ; mexa a lagosta dentro


dessa m i s t u r a e aqueça ; encha as conchas o u forminhas que já de-
vem ter sido aquecidas ; polvilhe com queijo e leve ao forno para co-
ra r levemente.

OSTRAS PARA OS NOIVOS

Frite o u asse u m a dúzia de ostras ; bata 4 ovos, ponha n u m a pa-


nella j u n t a m e n t e com as ostras e cosinhe ; sirva sobre torradas com
manteiga.

OSTRAS COSIDAS

Cosinhe 12 ostras na própria água ; addicione-lhes manteiga,


p i m e n t ã o , sal e m e i a chicara de chá de m o l h o picante de cogumelos ;
deixe dar u m a fervura ; sirva n u m prato quente com fatias torradas
c o m manteiga.

OSTRAS COM PIMENTÃO

Siga a receita acima, accrescentando u m a colher de sopa de p i m e n -


*
tão verde picado m u i t o fino.

FRITURA DE HANGTOWN

Estenda sobre u m a omellette chata fatias de presunto grelhado,


e cubra com ostras fritas.

OSTRAS NA CONCHA

Passe as ostras n o fubá de m i l h o ; ponha n o v a m e n t e n a concha


regue-as c o m m a n t e i g a e deite u m a tirinha de presunto e m cima de
cada ostra : asse durante 3 m i n u t o s e sirva n a concha.

OSTRAS ASSADAS

Abra cuidadosamente, para n ã o perder a água, o n u m e r o de os-


tras q u e quizer servir, deixando-as na parte maior da concha. Addi-
cione-lhes u m pedacinho de manteiga, u m pedacinho de presunto,
e u m a pitada de "paprika" (em cada ostra). Ponha t u d o n u m tabo-
leiro e asse e m forno moderado durante m a i s o u m e n o s 25 m i n u t o s .
Sirva logo.

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131
CROQUETTES DE BACALHA'0

Depois do bacalháo cosido tiram-se-lhe as espinhas e as pelles e


passa-se na machina. Cosinham-se umas batatas e passam-se no es-
premedor. Soca-se u m dente de alho, salsa, cheiros e misturam-se
ao bacalháo com as batatas ; torna-se a passar tudo pela machina
para que fique bem ligada a mistura ; depois juntam-se-lhe 3 ovos,
u m a u m . Vae ao fogo n u m a panella com u m a colher de manteiga
e u m a de farinha de trigo que se fazem cosinhar bem, mexendo-se
para não encaroçar ; addiciona-se leite, aos poucos, de modo a formar
u m mingáo ; junta-se-lhe o bacalháo e deixa-se cosinhar, retira-se
do fogo e deixa-se esfriar Enrollam-se então os croquettes em fari-
n h a de rosca e ovos e fregem-se.

BACALHA'0 COM COCO

Põe-se de molho, na véspera, bacalháo; no dia seguinte aferven-


ta-se, tira-se bem as espinhas e parte-se em pedaços ; faz-se u m bom
refogado com azeite, cebola, tomate, cuentro, refoga-se ahi o baca-
lháo e junta-se-lhe o leite ralo de u m coco. Deixa-se que cosinhe bem
e no momento antes de ir para a mesa junta-se-lhe o leite grosso de
u m coco, deixando-se ferver durante uns 5 minutos, mexendo-se para
que o leite não talhe ; deita-se-lhe u m a colher de azeite de dendê,
pimenta ; retira-se para o prato e serve-se.

BACALHA'0 A' BISCAINHA

Põe-se o bacalháo de molho, na véspera ; no dia seguinte afer-


venta-se, tira-se bem as espinhas e desfia-se ; cosinha-se u m a igual
quantidade de batatas e pica-se em rodelinhas. Faz-se u m molho
com azeite, tomates, salsa e outros temperos, querendo.
Rala-se queijo parmesão. Bate-se três ou quatro ovos, com as
claras, bem batidos.
Faz-se camadas, primeiro de rodelinhas de batatas, depois de
bacalháo desfiado, pulverisando em seguida com farinha de rosca e
o queijo ralado. Põe-se uma parte do ovo batido e o molho ; e assim
successivamente, sempre em camadas na ordem descripta.
Feito isto vae ao forno bem quente por uns dez ou quinze mi-
nutos. Sirva-se quente.

132
S9-

SUGGESTÕES DIATETICAS

ALIMENTOS SÃOS E EFFICIENTES

Se a pessoa de saúde normal observar as leis naturaes da selecção,


combinando e proporcionando os seus alimentos, seu organismo at-
tingirá o m a i s elevado gráo de energia. Coma bastante m a s com pru-
dência.

O QUE PRECISAES E' UMA COMBINAÇÃO CUIDADOSA DES-


TES ALIMENTOS

Estes alimentos amylaceos conservam o calor do corpo ; forne-


c e m combustível e alguns reparos : trigo e m grão - pão - farinha de
m i l h o - centeio - farinha de aveia - macarrão - spaguetti - bolos - ba-
tatas - bananas - trigo - arroz s e m ser pollido.

Estes alimentos formam o nosso organismo, reparam os nossos


tecidos e fortalecem os músculos : leite - ovos - aves domesticas - peixe
- queijo - carne de vacca vitella carneiro - porco - feijões.

Estes alimentos assucarados são os que se transformam m a i s ra-


p i d a m e n t e e m combustível e dão b o m gosto á alimentação : assucar
mascavo - m e l de canna - m e l de abelhas - ameixas passas - figos -
geléas marmelada compotas bolos - chocolate.

Estes alimentos gordurosos são m a i s ricos e m carbono e por isso


desenvolvem m u i t o calor n o nosso organismo : nata- m a n t e i g a gem-
m a de ovos - toucinho - porco óleos vegetaes gordura de gallinha
presunto.

Estes alimentos ricos e m mineraes l i m p a m o sangue, regulam e


auxiliam a reconstituição do organismo : leite - maçãs - peras - bana-
n a s - amoras - melões laranjas - limões raízes de vegetaes - espina-
fre - nabos - repolho - todas as fructas - alface - aipo - batatas - cenou-
ra branca - feijão verde vagens abóbora - t o m a t e s - m i l h o verde -
cenouras - cebolas - todas as saladas verdes e frescas.

Este grupo de a l i m e n t o s productores de calor fornecem-nos ener-


gias para o trabalho.

N o t e o que poderá substituir a carne.

-<£

133
Suggestões Diateticas

Regimem para Engordar


CEREAES

Espiga, de m i l h o , farinha de aveia com creme.

FRUCTAS

Maçãs assadas, bananas, figos.

CARNES

Carneiro, porco, vitella, carne gorda, bifes grelhados, porco defu-


m a d o com o presunto e toucinho, estufados com m o l h o s , ganso assado.

PEIXES

Peixe grelhado, cavalla, e todos os peixes de carne vermelha.

MISCELLANEAS

Ovos, queijo, pão de centeio.

VEGETAES

Todas as raízes e saladas temperadas c o m azeite doce.

BEBIDAS

Leite, café com leite, bastante água depois das refeições.

SOBREMESAS

Massas, puddings, sorvetes.

134
Suggestões Diateticas

Regimem para Emmagrecer


FRUCTAS

Todas as fructas ácidas, laranjas, maçãs cruas.

SOPAS

Todas as sopas magras, como consommés, etc.

PEIXES

Todos os peixes de carne branca e ostras.

CARNES

Carnes magras, cosidas ; todas as aves, menos pato, costeletas,


fígado.

VEGETAES

Todos os vegetaes que crescem acima do solo como aipo, alface,


tomates, abóboras, pepinos, pickles. Nenhum molho com azeite doce.

MISCELLANEAS

Bolachas, pão branco, nenhuma manteiga.

BEBIDAS

Chá ou café, sueco de fructas.

SOBREMESAS

Nenhum assucar ou creme.

135
O VALOR DA B E L L E Z A
E' preciso usar o "maquillage" com prudência para conseguir
u m resultado que não seja opposto áquelle que se almeja.
Para u m a mulher poucas alegrias são comparáveis a de ser bella
e ouvir elogiar a sua belleza ; sem chegar tão longe quanto Musset
que disse : "Or Ia beauté c'est tout, Platon Ia dit lui-même, La beauté
sur Ia terre est Ia chose suprême", é evidente que ser bella ou tornar-
se, representa u m ideal que todas as mulheres desejariam poder at-
tingir. O que não fariam para chegar a esse fim ?
O "maquillage", habilmente empregado, pode melhorar mui-
to, se não transformar u m rosto, mas para isso precisamos usal-o com
medida, levar em conta mil coisas, o gênero dè vida que levamos, a
época na qual evoluímos ; seria tão surprehendente na actualidade
ver u m a mulher caminhar apressadamente nas ruas com crinolina
como vel-a plantar no alto da cabeça u m a cabelleira empoada ou col-
lar moscas de velludo preto sobre o rosto empoado de branco e cor de rosa.
A vida moderna activa, estonteante, na qual os sports occupam
u m a grande parte, requer "toilettes" praticas e u m "maquillage" leve.
Não ha nada mais horrível que u m rosto"1 onde o pó, o "rouge" e o
"crayon" attrahem a attenção e chocam a vista. A arte do "maquil-
lage" é mais difficil do que se suppõe á primeira vista, já não me refiro
ao "maquillage" para o theatro mas ao da cidade que exige u m cui-
dado meticuloso, muita medida, ou antes, sciencia. Nesse caso, com-
prehende-se que não se trata de transformar a physionomia ou mudar-
lhe a expressão por meio de artificio mais ou menos sábios mas de
remediar as imperfeições e de pôr em evidencia as partes mais bonitas.
O ponto inicial, portanto, é conhecer-se bem. Para agir bem é
preciso agir com conhecimento de causa senão ha o risco de ir de en-
contro ao necessário e obter u m resultado opposto ao desejado.
A tendência actual em todos os tratamentos do rosto e cuidados
da pelle, é trabalhar de accordo com a natureza e não em opposição,
corrigir os defeitos e não dissimulal-os, dando-se o mesmo com o
"maquillage" cujo fim é fazer realçar a belleza natural da pelle e
da cor e não mascaral-os.
O "maquillage" já é portanto, u m a arte mais subtil do que no
tempo em que consistia somente na applicação de pó e "rouge" em
abundância. Cada rosto t e m as suas regras especiaes, assim como
cada silhueta tem talhes de vestido que mais lhe convém e cada mu-
lher deve, ou antes, deveria ser penteada conforme o seu typo e não
segundo a moda.
A forma e as proporções do rosto e das linhas, a cor da pelle, a perso-
nalidade, a hora do dia, a cor do vestido, tudo isso se deve levar em conta.
Geralmente procura-se combinar o tom do vestido com o do " m a n t e a u "
e do chapéo, esquecendo, entretanto, de observar se o pó que se ap-

136
D?;

O Valor da Belleza

plica ás faces não formará u m contraste chocante com a cor do cha-


péo. Para ahi é que deveis voltar toda a vossa a t t e n ç ã o ; o "rouge"
das faces n ã o deve contrastar com a cor da "écharpe". U m chapéo
"chaudron" fica horrível quando o "rouge" do rosto é u m pouco
arroxeado ; lábios alaranjados gritam com u m feltro vermelho ; o
verde requer u m "maquillage" bastante carregado, ao passo que a
cor de malva fica linda com u m rosto ligeiramente rosado.
T e m ainda importância m a i s i m m e d i a t a que o colorido a quali-
dade dos productos que se usa. E' primordial não somente servir-se
dos productos de primeira qualidade como consultar pessoa compe-
tente n o a s s u m p t o antes de usar, que informará acertadamente o
producto que m a i s convém á vossa pelle. Tendes a pelle gordurosa ?
Deveis empregar u m creme que seria contra indicado para u m a pel-
le secca. U m a pessoa competente vos dirá i m m e d i a t a m e n t e o que vos
pode ser útil o u prejudicial. E m falta disso, observações pessoaes com
o t e m p o , vos ensinarão a conhecer-vos.
Os cuidados hygienicos constituem a base de qualquer tratamen-
t o de belleza. Primeiramente a pelle deve ser limpa, desembaraçada
de suas impurezas. Se os poros estiverem obstruídos, a pelle não res-
pirando livremente torna-se cor de terra, perde todo o brilho, toda
a juventude.
U m a pelle sã, lisa sob u m ligeiro "maquillage" é m u i t o m a i s
attrahente que u m a pelle estragada, dissimulada sob u m a camada
de pó o u de "rouge".
Existem u n s pequenos pulverizadores a vapor que p e r m i t t e m a
própria pessoa fazer u m a bôa limpeza da pelle, de 8 e m 8 dias, o u q u i n -
zenalmente.
Algumas gottas de b e n j o i m e m água de rosas, formam u m a m i s -
tura que convém ás pelles de oleosidade media. Para as pelles m a i s
oleosas, o l i m ã o produz u m excellente effeito. Projecta-se o liquido
n a pelle sob a forma de vapor e com u m a bola de algodão com a qual
se esfrega o rosto amassando-o levemente, sempre subindo, desem-
baraça-se a pelle de suas impurezas. Quando o algodão n ã o ficar
m a i s engordurado a pulverização está terminada. E' preferível deixar
a pelle descansar a l g u m a s horas antes de empoar novamente.
Fora essas pulverizações que, repito, n ã o se devem fazer freqüen-
t e m e n t e , existem tônicos, loções adstringentes, que servem para la-
var o rosto todas as noites e que s u b s t i t u e m vantajosamente os sa-
bonetes c o m m u n s que m u i t a s vezes são nocivos á pelle.
Os cold-creams preparados especialmente são t a m b é m recommen-
dados, seguidos de u m a ligeira applicação de u m a loção adstringente ;
loção a base da essência para limpar a pelle - loção m a i s medicinal t e n -
do por base o ether para as pelles irritadas loção tônica especial para

SdS
137
:<s
O Valor da Belleza

fechar os poros - água de Fontange tonificante, especial para as pel-


les oleosas.
A pelle tratada assim, antes de deitar, repousa durante a noite.
Basta retirar pela m a n h ã com u m pouco de algodão embebido n a lo-
ção prescripta, a poeira que nella se t e n h a depositado por accaso du-
rante a noite.
Dar pancadínhas com a ponta de toalha molhada na água fria,
tonifica admiravelmente os tecidos.

"MAQUILLAGE" PARA A MANHÃ

O ' maquillage" para a m a n h ã deve primeiramente ser discreto.


Depois que se refresque e limpe a pelle com u m b o m tônico - pode ser
água fria applica-se o creme com u m panninho m u i t o fino o u com
o dedo. Esse creme, j á se vê, deve ser escolhido conforme a necessidade
da pelle ; ha u m certo creme m u i t o afamado para o nariz, impedin-
do-o de brilhar e segurando o creme durante o dia inteiro. Para u m
"maquillage" ligeiro, u m leite de malvaisco especial pode substituir
o creme o u u m certo balsamo que faz o pó adherir levemente ao nariz.

O"ROUGE"

Depois que se t e n h a espalhado b e m o creme, applica-se o "rouge''


que pode ser, segundo as preferencias, e m pó, pasta, ou liquido, sen-
do o u l t i m o o m e n o s usado. O "rouge" e m pó dá u m t o m natural e
applica-se m u i t o facilmente com u m a plumazinha de cysne ; igua-
la-se e m seguida com u m pedaço de algodão.
Precisa-se levar e m conta quando se u s a m certos "rouges" , que
a cor se aviva a l g u m t e m p o depois de applical-o á pelle. O "rouge"
e m pó applica-se depois do pó, ao contrario do "rouge" e m pasta que
se applica logo a seguir o creme e que se precisa espalhar cuidadosa-
m e n t e com o dedo para que fique b e m igual n o rosto ; empôa-se a
seguir ligeiramente ; esses cremes acarminados t ê m a vantagem de
segurar melhor que os pós finos o u compactos. Os tons coral, m a n -
darim, dão melhor resultado que os que t e n d e m para o malva, dos
quaes é b o m desconfiar, principalmente de dia.
A maneira de collocar o "rouge" deve ser objecto de estudo es-
pecial : O "rouge" faz sobresahir a parte do rosto onde é applicado.
Assim, tocar ligeiramente com a p l u m a do "rouge" n o queixo, alon-
ga o rosto. U m rosto grande, largo e achatado arredonda-se pondo
"rouge" sobre as maçãs, próximo ao nariz. Nos rostos cavados appli-
ca-se o "rouge" nas covas. As maçãs salientes tornam-se ainda m a i s
notadas com o "rouge" : para remediar isso collocar-se-á o "rouge"

133
te
O Valor da Belleza

atraz e abaixo das faces. Pode-se avaliar o effeito do "rouge" fazendo


o "maquillage" só de u m lado, pode-se assim determinar a melhor m a -
neira de applical-o, porque se é b e m verdade que a pintura pode m e -
lhorar e rejuvenescer u m rosto, pode t a m b é m , se fôr mal applicada,
estragal-o consideravelmente.

O PO' DE ARROZ

Depois do "rouge" applica-se o pó natural, pêcego o u rosa para


as loiras ; rachei o u banana para os t o n s médios ; "brune" o u ocre
para as pelles trigueiras. O pó usado e m excesso resecca a pelle e di-
lata os poros. E' preciso ter sempre u m a borla apropriada, de prefe-
rencia de p l u m a de cysne, e usar u m pó fino e m u i t o adherente. O
melhor é mandar preparal-o segundo a qualidade e o t o m da pelle.

OS LÁBIOS

Se os' "rouges" m u i t o oleosos são desagradáveis por não segura-


rem bem, os "rouges" seccos de m a i s podem ser extremamente n o -
civos ; com a continuação do uso, racham e reseccam os lábios ; de-
ve-se, portanto, escolher u m " b a t o n " de oleosidade media. Alguns
cremes para o rosto servem t a m b é m para os lábios sendo o resultado
perfeito porque assim a cor é a m e s m a . Geralmente reserva-se o "rou-
ge" liquido para a noite, segura admiravelmente, m a s , algumas ve-
zes, greta os lábios. Se sua bocca fôr grande use u m "rouge" escuro ;
se os lábios forem finos, contorne-os exactamente com u m "rouge"
mais vivo. O "rouge" claro é m a i s indicado para as loiras, entretanto,
u m a morena pode t a m b é m usal-o m a s s o m e n t e á n o i t e ^ c o m luzes.

OS OLHOS

Não ha nada m a i s delicado do que o " m a q u i l l a g e " dos olhos :


u m a mulher pode se envelhecer dez annos pondo " r i m m e l s " se isso
não convier ao seu typo, o u collocando m a l o "crayon" sobre as pal-
pebras. Durante o dia os olhos g a n h a m sendo pintados o m e n o s pos-
sível, apenas u m pouco de bistre o u de "fard i n d i e n " sobre as palpe-
bras, nunca sob ellas, porque isso arredonda os olhos e envelhece
- e o " r i m m e l s " passado levemente sobre os cilios, se esses forem des-
botados o u se quizer avivar o olhar. Mas u m " r i m m e l s " ordinário arde
e estraga a vista, o seu uso é desaconselhado a certas mulheres que
perdem cento por cento de sua graça quando t ê m os olhos pesados.

&. :<ss
139
O Valor da Belleza

As palpebras grandes p e d e m u m ligeiro sombreado tornando a s s i m


o olhar m a i s profundo ; para os olhos encovados, orbitas salientes,
n e n h u m a pintura.
As sobrancelhas q u e d e s e m p e n h a m u m papel importante na, ex-
pressão physionomica são corrigidas facilmente se n ã o tiverem u m a
linha perfeita. Pode-se obter u m a curva fina, ligeiramente arqueada
depilando com u m a pequena pinça os pellos que ultrapassam a linha
quer para cima quer para baixo, m a s esse processo é m u i t o delicado
e moroso. Pode-se t a m b é m , para conseguir u m a curva nítida raspar
as sobrancelhas, m a s isso requer u m a habilidade ainda maior e só se
' poderá obter b o m resultado se forem loiras e pouco espessas.

"MAQUILLAGE" PARA A NOITE

No "maquillage" para a noite h a n a t u r a l m e n t e m a i s liberdade ;


os vestidos decotados, as jóias, as luzes, p e r m i t t e m e p e d e m m e s m o
faces e lábios m a i s acarminados, olhos m a i s sombreados. Mas, t a n t o
á noite como de dia, os t o n s dos productos devem ser estudados cui-
dadosamente. U m " b a t o n " de "rouge" purpura não pode de forma
alguma combinar com u m pó ocre e com "rouge" alaranjado n a s fa-
ces. U m "maquillage" para a tarde visto com luzes á noite, parece
pallido e precisa ser avivado.
Observar, estudar a si próprio, conhecer-se b e m , são as princi-
paes condições de b o m êxito neste domínio tão delicado do "maquillage".

140
A NOCIVIDADE DA MOSCA d u r a n t e os três meses de sua vida,
num clima tropical como o nosso.
(E. R.)
Asseiar-se — isso o que faz a mosca
A mosca é o mais nocivo dos in- nas horas vagas. E é então que ella
sectos, dizem os hygienistas. se torna m a i s perigosa. Esteja onde
E é. estiver, põe-se a escovar as azas com
Vivendo em nossas casas, em in- as patas, a esfregar a tromba com as
timo contacto comnosco, ella não r e - mãos, a socodir a poeira do corpo —
siste á attracção dos logares m a l chei- deitando fora de si milhões e milhões
rosos e nelles vae buscar, constante- de micróbios infectantes.
mente, milhões e milhSes de micró-
Estão vendo os leitores como é
bios prejudiciaes, com que nos p r e -
perigoso esse animalzinho?
senteia.
Por isso, a h u m a n i d a d e devia te-
mel-a e odial-a, como o faz ás pró-
p r i a s epidemias. P a r a ella, n e n h u m a
Conhece o leitor o cyclo vital da
piedade se justifica, porque r a r a é
mosca? esse insecto nojento que nos
a moléstia infectuosa de que não possa
causa tantos malefícios?
ser a transmissora.
Não conhece, não é ? : pois vamos
Fugir á mosca é u m dever de resumil-o aqui.
quem preza a p r ó p r i a vida e quer, A mosca deita seus ovos — 100 a
por isso, defender a sua saúde. 150 cada vez — na estrumeira ou no
Mas não devemos somente fugir j a r d i m . Oito a dez horas depois, el-
á mosca, evitando que contamine os les se rompem, dando sahida ás l a r -
nossos alimentos; precisamos, t a m b é m , vas. Uma semana e estas se acham
combatel-a, exterminando-a. em seu completo desenvolvimento, n u -
Todos nós devemos pois, aprender tridas que foram com os detritos das
os conselhos hygienicos que nos en- immundicies onde germinaram. O seu
sinam evitar o contacto com esse ter- comprimento attinge, nessa phase, 6 a
rível insecto, ao mesmo tempo que 7 millimetros.
lançar mão de todos os meios recom- Dá-se então u m a m u d a n ç a : a larva
mendaveis p a r a matal-o. troca a roupagem e é u m a crysalida
A vida da mosca pode resumir-se de fatiota escura.
em três coisas: comer, procrear e a s - Três dias depois, nova transfor-
seiar-se. mação: apparecem as azas e » crysa-
Comer — eis o que leva a mosca lida, j á convertida em mosca, sáe es-
a todos os logares, desde o guarda- voaçando dos exgotos p a r a os pratos
comidas pintadinho de branco até o de doce, sacudindo por toda a p a r t e
m a i s i m m u n d o dos monturos. A mos- onde passe os milhões e milhões de
ca segue a orientação do olfacto: este germens que transporta nas patas, n a
é que conduz aos cantos malsãos, on- tromba, nas azas, no corpo todo.
de poluíam as baterias mais perigo- Três meses depois, mais ou menos
sas e depois attráe aos pratos dos nos- está morta a mosca. Mas então ella
sos mais deliciosos manjares. j á deixou n a t e r r a seis a oito posturas
Procrear — esse é u m papel que de 100 a 150 ovos!
lhe cabe como aos demais seres, m a s
p a r a ella em proporções assustadoras.
Cada postura da mosca, feita preferi-
velmente n u m canteiro de j a r d i m ou Como nos devemos proteger con-
n u m a estrumeira, comprehende de 100 t r a as moscas?
a 150 ovos. E são em n u m e r o de 6 Comecemos por guardar os a u m e n -
a 8 as posturas que ella pode fazer tos ao abrigo do contacto com ellas,

iáS
141
SP,

encerrando-os . n u m vasto guarda-co- feito obtém com u m a solução de áci-


m i d a s , em logar fresco, arejado, bem do carbônico empregada desse mesmo
limpo e escropulosamente fechado por modo.
u m a tela fina. Seria conveniente que No commercio encontram-se vários
taes armários fossem pintados de ver- productos annunciados p a r a -extermi-
de, porque as moscas fogem dessa n a r as moscas; muitos delles são bons
cor. e devem ser aproveitados.
Todo o cuidado com a cozinha. O
ideal seria u m a cozinha muito clara,
paredes ladrilhadas (para serem la- A NOCIVIDADE DO RATO
vadas com, facilidade) e janellas m u -
nidas de telas de m a l h a s pequenas que Um dos maiores inimigos da h u -
não permittissem a e n t r a d a do in- manidade é o rato. Elle é u m grande
desejável insecto. O cisco, os restos transmissor de moléstias taes, como
de comida, e t c , attrahem a mosca á a Peste Bubônica, a Trichonose e a
cozinha. Raiva. Essas moléstias são transmit-
Quintal bem limpo, asseio n a vi- tidas pela pulga, que todos os ratos
sinhança e as moscas hão de procurar trazem comsigo, e que depois, ao su-
outro logar, onde o cheiro de i m m u n - gar o sangue h u m a n o , injectam a
dicies desperta a sua attenção. moléstia que existia no sangue do
rato.
Assim, o meio mais pratico e mais
Alem disso são roedores invete-
saudável de afastarmos de nós as mos-
rados, nada deixando escapar a sua
cas importunas e perigosas é a lim-
acção destruidora. E m poucas horas
peza cuidadosa da casa, do quintal,
são capazes de fazer innumeros b u r a -
dos arredores.
cos nos assoalhos, afim de consegui-
r e m passagem p a r a as dispensas, onde
t a m b é m estragam e contaminam tudo,
de preferencia as carnes de conservas.
P a r a m a t a r as moscas, aconselha- Até as plantações soffrem com esses
se os meios seguintes: terríveis roedores.
1. — Prepara-se u m a solução com Combater e aconselhar a todos que
15 partes de formol, 20 de leite e 65 combatam os ratos, é signal de bom
de água. Essa solução é depositada senso. Mas é necessário saber como
n u m prato, que se deixa exposto ás combatel-os. Muitos j u l g a m que en-
moscas. Ellas vêm beber o liquido e venenando-os e matando-os desse m o -
envenenam-se. do, estão livres do mal que elles pos-
sam causar. Esse é u m grande erro,
2. — Aqueça-se u m a haste de ferro
porquanto os ratos realmente, m o r r e m
até o r u b r o e sobre ella deixa-se ca-
envenenados, m a s apodrecem e dei-
hir ácido carbônico liquido (vinho go-
xam as pulgas, tornando-se muito mais
t a s ) . O vapor que se desprende m a t a
perigosos depois de mortos, do que
as moscas.
quando vivos, pois tornam-se t a m b é m
3. — Colloque-se n u m prato u m focos de m i a s m a s perigosissimos p a r a
pedaço de pão embebido n u m a m i s - a saúde.
t u r a formada de % de litro de leite, O modo mais aconselhável de
*4 de litro de água, duas colheres de combater esse flagello, não é com ve-
formol e u m a colher de assucar. O nenos, m a s com ratoeiras que a p r i -
pão attráe as moscas e a mistura as sionam os ratos vivos, meio mais ef-
mata. ficiente á sua acção destruidora, que
4. — P a r a exterminar as larvas desse modo extende-se t a m b é m ás p u l -
dos monturos, basta regal-as com uma gas. Depois, com água fervente, se
solução de chloreto de cálcio, duas ou fará u m extermínio em r e g r a . Nunca
três vezes por semana. O mesmo ef- deverão pegar nos ratos com as mãos

Í<S3

142
P:

Prescripções Hygienicas

e se t ê m de fazer isso na ratoeira, Mosquito e febre amarella


não se descuidem em desinfectal-as
depois. O mosquito ou pernilongo -—
A união faz a força. Se todos em- "Stegomyia" — transmissor único da
prehenderem a guerra contra os ratos, febre amarella, tem o corpo e as per-
cm breve, j á não tememos as terríveis nas com salpicos prateados. Cria-se
moléstias que elles nos podem t r a n s - do seguinte m o d o :
m l t t i r , pois terão desapparecido os Põe ovos em águas limpas nas
focos dessas moléstias. quaes elles ficam espalhados e boi-
ando como grãosinhos de pólvora.
Uns dois dias depois, sáe de cada
ovo uma larva, um bichinho ou saltão,
A NOCIVIDADE DO MOSQUITO
como u m verme, que anda a n a d a r de
um lado p a r a outro e a todo o mo-
E m outro artigo, falando sobre mento vem á superfície onde fica pa-
o rato, dissemos ser elle u m dos mai- rado de cabeça para baixo, respirando
ores Inimigos da h u m a n i d a d e . Não o ar por u m canudinho na ponta da
menos é o mosquito (vulgarmente cauda.
chamado pernilongo). O seu zunir ê
Ao fim de uns seis dias a larva
incommodo e alguns há que t r a n s -
se transforma cm nympha, bichinho
mittem doenças graves como o impa-
recurvado, que o povo chama m a r -
ludismo, a febre amarella, etc.
tellinho, como um pequenino cama-
"Onde não houver mosquito não rão, com dois chifres na cabeça por
será possível a propagação dessas do- onde respira á flor d'agua. Um pou-
enças" — diz o Serviço Sanitário. co de kerozene ou óleo espalhado na
Com a c a m p a n h a systematica superfície da água entrará pelos ca-
que faz o Serviço Sanitário de São nudos respiratórios, esles ficarão en-
Paulo, já se conhecem bem os inales tupidos e o aniinalsinho morrerá por
que poderão advir pela não attenção não poder respirar.
ás suas instrucções. A nympha, um a dois dias depois
A cooperação da imprensa dando de formada, p á r a á superfície do li-
•essas instrucções exprimem clara- quido e pelas costas que se partem
mente o bem que traz para a col- sáe o mosquito j á formado c . do ta-
lectividade, desde que ellas sejam se- manho n a t u r a l . Assim, sem água, não
guidas á risca. poderão evoluir, nem ovo, nem lar-
va n e m n y m p h a .
No interesse superior da defeza
Cada espécie de mosquito exige
da própria saúde e portanto, da sa-
uma certa qualidade de água.
úde de sua família, cada um, espon-
O Stegomyia só quer águas p a -
taneamente, deve procurar eliminar
radas e limpas do interior ou dos
os focos de mosquitos, dando com-
próximos arredores da habitação hu-
bate, assim, aos terriveis t r a n s m i s -
mana.
sores de moléstias gravíssimas.
Apezar de bem divulgadas as Meios de exterminar os mosquitos
instrucções p a r a o extermínio dos
mosquitos, é bem possível que ainda 1.» — Xão m a n t e r água, por pequena
haja quem as desconheça e por isso quantidade que seja, desco-
cremos não ser demais transcrever- berta como em vasos, tinas,
mos a seguir essas instrucções que tanques, bebedouros de aves e
o Serviço Sanitário do E. S. Paulo, outros auimaes, sem renoval-n
em folheto impresso, faz distribuir ao menos, cada oito dias, c si
ao povo, pelas quaes se fica conhe- renovar, esfregar bem o inte-
cendo não só os meios de extermi- rior do recipiente, afim de des-
nal-os, como t a m b é m onde podem t r u i r inteiramente as larvas dos
elles p r o e r c a r e m : mosquitos que ahi se encontrem.

143
2.o Remover ou enterrar todas as jacarés, cobras ou outros bichos gran-
latas velhas, cacos de garrafas, des, porque se assim fosse, teríamos
pneumaticos velhos e quaesquer então o cuidado de os separar p a r a
outros recipientes inúteis. que não nos engasgassem I Infeliz-
mente, também;, não nascemos com o
3.0 — Manter as calhas dos telhados
poder de visão capaz de divulgarmos
perfeitamente limpas e conser-
á simples vista, esses innumeros b i -
val-as de m a n e i r a que á água
chinhos que, justamente por não se-
ahi não fique estagnada.
r e m do t a m a n h o de elephantes, es-
4.» — Deitar kerozene nos ralos e quecemo-nos, ou melhor, não ligamos
privadas, systematicamente, de importância se os ingerimos ou não em
8 em 8 dias. grande q u a n t i d a d e !
5.0 — Suprimir do perímetro urbano
e das proximidades das h a b i t a - Mas o homem é incançavel; elle
ções, os capinzaes, b a m b u a e s , t r a b a l h a sem outro fito de d a r cabo
bananeiras, e t c , que muito fa- dos males. Com estes não nos acos-
vorecem a formação de focos tumamos nunca o só desejamos o b e m !
de mosquitos. O microscópio foi t a m b é m descoberto
p a r a nos revelar o micróbio! Honre-
C.° — Manter os j a r d i n s , pateos, mos, portanto, aqui, u m gênio do b e m :
quintaes e terrenos livres de
"PASTEUR".
vegetação alta e densa que fre-
qüentemente encobre focos de As terríveis machinas de guerra,
mosquitos. que só m a l nos trouxeram, não foram
7.° —• Drenar ou a t e r r a r todas as col- e não são combatidas pelo povo? Não
lecções de água estagnada; Si são os micróbios terríveis elementos
•isso não fôr possivel, m a n t e r os contra o povo? Então combatamos es-
cursos d'agua, inclusive as suas ses m a u s elementos com os processos,
margens, destituídas de vegeta- aliás simples, que a sciencia moderna
ção e lixo c d e r r a m a r , semanal- nos ensina! Porque o povo de agora
mente, kerozene n a superfície acceita com júbilo quaesquer desco-
da água. bertas scientificas que venham mino-
r a r os seus soffrimentos? E' porque,
agora, elle vae comprehendendo que
OS MICRÓBIOS DA ÁGUA se não se acautelar se definhará por
completo e será o culpado da de-
(C. M.) pauperação da r a ç a !
Sempre que seja u m conselho, não
E' crime ignorar-se que na água nos devemos furtar de acatal-o, pois
t a m b é m proliferam os mais terríveis quem dá u m conselho é porque estu-
germens do m a l ! dou a causa ou porque t e m expe-
Devemos ter mais cuidado com a riência própria.
água n a t u r a l que bebemos. Esse cui-
dado não está merecendo a attenção O objectivo de.ste livro é o de
devida do nosso povo, se bem que o aconselhar o que seja útil e eis a r a -
Serviço Sanitário, com os seus gran- zão de escrevermos este artigo, fa-
des cartazes illustrados, expõe cla- zendo coro com o que acertadamente
ramente os terríveis males que po- apregoa o Serviço Sanitário. Elle
dem advir pelo pouco caso em não aconselha fazer ferver a água e depois
attenderem a todas recommendações! filtral-a. Pois façamos isso, n a d a nos
custa e temos assim garantida a saúde
E' sempre mais fácil ir-se á u m a
c portanto, a felicidade de nossa fa-
bica commum e mesmo nas mãos (as
mília.
vezes sem as lavar) tomar uns bons
goles de á g u a ! ! Além disso, com essa Existe por ahi u m a variedade de
mesma água que se nos apresenta filtros e todos elles tem a sua effi-
clara e bonita, não sahem elephantes, cacia, requerendo apenas, como tudo,

144
o unlco trabalho da limpeza, que de- nar-se mais enérgicos. Os dentes de-
vemos incluir nos cuidados diários de vem-se sempre separar um dos outros,
nossa casa. podendo-se conseguir este resultado
com a ajuda de um palito ou de um
fio de seda, devendo haver sempre o
A HYGIENE DA BOCCA máximo cuidado em não lhes deixar
ficar restos de comida. Logo que ap-
N'uma grande universidade in-
parece a mais insignificante carie, de-
gleza inscreveram no programma para ve ser tratada immediatamente.
os alumnos a obrigação de tratarem e
lavarem os dentes. Pode-se luetar e defendel-os con-
Este é com effeito, um uso muito tra o tartaro com o emprego quoti-
descurado entre a mocidade ignorante diano d'um bom dentifricio e de uma
e os pães desleixados. Esta ordem escova rija.
não representa uma coquetterie mais As escovas devem estar sempre
ou menos louvável, mas uma questão collocadas para cima porque d'esta
importante para a saúde. Sem den- forma seccam com maior facilidade.
tes não se pode mastigar conveniente- Ha uma grande variedade de den-
mente os alimentos, soffrendo o estô- tifricios. Alguns gosam de uma velha
mago em seguida, e desconcertando-se reputação, garantia segura dos seus
por conseqüência todo o organismo méritos.
humano.
Todavia as preparações sapona-
Além d i s t o não se perdem os
ceas são as que estão mais em voga
dentes com a mesma facilidade com
presentemente. Sem contestação, são
que a árvore perde os seus fructos.
convenientes, econômicas e boas. To-
A maior parte das vezes só caem de-
dos os médicos as recommenaam ca-
pois de terem causado dores intolerá-
lorosamente, sobretudo aquellas que
veis. Formam-se abcessos que des-
têem por base a hortelã.
figuram, nevralgias faciaes, dores de
ouvidos, que quasi sempre não têem A hortelã, que foi sempre recon-
outra causa senão uma carie traidora. hecida bôa, tônica, purificadora, cal-
Para evitar estes desastres é pre- mante, gosa de um grande suecesso
ciso, primeiro que tudo, que o estado sob todas as suas fôrmas.
geral seja bom. Uma constituição san, Na hygiene dentaria não terá nun-
um sangue puro, evitam complicações, ca rivaes. E' particularmente elogiada
heriostites e outros accidentes. para a frescura do hálito.
Localmente a bôcca deve ser trata- Quanto á arte do dentista tem-se
da. Desde a primeira dentição a
tornado prodigiosa.
creança deverá aprender a enxagual-a
logo depois das principaes refeições. Serram os dentes (não os arran-
Mais tarde, quando fôr mais crescida, cam) substituindo-os por outros mais
deve-se habituar a limpar os dentes, bellos que os da natureza. Alongam
todas as manhãs, com uma escova; os dentes muito curtos com differen-
mas é preciso ter todo o cuidado em tes apparelhos. Os dentes mais irre-
não descollar as gengivas de forma gulares podem ser alinhados. As den-
alguma, o que é sempre prejudicial. taduras, graças ao pont americano,
Poderá usar um dentifricio qual- podem ser invisiveis.
quer dos mais approvados, mas, em E, por aqui adiante, seria um
doses moderadas. nunca acabar, se quizessemos deixar
A' medida que os annos vão aug- registados todos os modernos processos
mentando, os cuidados deverão tor- dos dentistas mais em evidencia.
DO CASAMENTO EUGENICO
DR. EDGARD BRAGA

0 termo inglez "Eugenics", lhoram as qualidades inna-


foi proposto em 1883, por tas de uma raça, e também
Francis Galton — primo ir- das que são capazes de de-
mão de Darwin, num li- senvolver ao máximo aquetlas
vro intitulado "Inquiries in- qualidades."
to H u m a n F a c u l t y a n d its
"A moralidade absoluta se-
Development."
ria impossível definir", as-
João Ribeiro adoptou, en- severou Galton, em virtude
tão a palavra á Índole do do modo differente por que
nosso idioma, creando "Eu- • os homens encaram os fa-
gema" que por ahi vae a dos e as cousas.
qualquer pretexto, ora bem
definida, ora nebulosa nas U mau e o bom nao
suas accepções, semeando du- tem personalidade, de modo
vidas ou "complicando o nos- geral; o que se apresentar
so grande problema antropo- "bom" a A, poderá ser "mau"
lógico" no dizer de Roquette a B, e vice-versa; entretan-
Pinto. Dividem-se no mun- to, não haverá desaccordos
do inteiro os eugenistas, e em torno do "forte", por
isto porque, escreveu Oito isso que todos sabem e com-
Hauser, "Nicht alie Eugeni- prehendem que é preferível
ker dasselbe", nem todos que- "ser forte" e não "fraco",
rem a mesma cousa. A al- são e não "doente".
guns afigura-se a eugenia, 'A eugenia cuida, portan-
uma seiene ia cujo fim deve
to, de elevar todos os typos
visar exclusivamente o indi-
que formam um grupo, de
víduo. Estes — "pensam
modo que as gerações sueces-
na hora que passa" Para
sivas recebam sempre "he-
outros a eugenia cuidará dos
"grupos", do futuro das ra- rança cada vez melhor"
ças, e, emqúanto os primei- Devemos ainda a Roquette
ros querem o indivíduo phy- Pinto, a exteriorisação do
sicamente bom, exigem-no os pensamento de Galton acer-
segundos moralmente perfei- ca dos meios de que a eu-
to. Galton que vivia absor- genia se utilisa, e que são,
vido pelos phenomenos da de modo synthetico, os se-
herança, definiu, porém, a guintes :
eugenia, de modo mais amplo.
l.°) — Vulgarisar as leis
"E' sciencia que trata dos da herança e incentivar o de-
fadores e influencias que me- senvolvimento do seu es tudo;

146
2.°) — Determinar por meio tincto é a intelligencia bem
de inquéritos históricos as illuminada que substitue
proporções segundo as quaes "precavida e suavemente", no
as varias classes da socie- dizer do próprio Galton, a
dade concorreram para a po- acção lenta e impiedosa da
pulação das nações antigas natureza.
e modernas ;
Si todos houvessem a no-
3.°) — Determinar condi- ção exada desses princípios,
ções eugenicas colligindo da- quantos males não se evita-
dos capazes de mostrar como riam ás gerações futuras!
se avigoram mais freqüente- A civilização longe de amai-
mente, grandes famílias pro- nar a fogueira onde crepitam
gressistas ; os sentimentos selvagens do
4.°) — Estudar as influen- homem, mascarou-a, e por
cias que affectam o matri- baixo do rubro arcabouço,
atiça a brasa do egoísmo, e
mônio ;
da hypocrisia. Ninguém se
5°) — Apontar a impor- julga rêo; ninguém se pe-
tância nacional da eugenia, nitencia de culpas, e as ge-
mostrando o seu lado pra- rações se succedem cada vez
tico, tornando-o assumpto fa- mais combalidas, e persis-
miliar, fazendo-o entrar na tentes no erro. O exame me-
consciência geral, como se dico pre-nupcial visaria não
fora uma religião." só o aproveitamento do in-
Eis ahi, nessas poucas divíduo como o do fructo
linhas, razões que apoiam para o bem da espécie.
o exame medico pre-nupcial
Os caracteres e aptidões
como medida eugenica in-
adquiridas não são transmis-
discutível, principalmente en-
síveis aos filhos, é verdade.
tre nós, onde este assumpto
encontra impecilhos decorren- "Estes recebem o que já
tes de um sentimentalismo existia nos avós e apenas pas-
que é, ainda hoje, um dos sou pelos pães". O indiví-
maiores baluartes opposlos, duo que morre não desappa-
ás novas conquistas sociaes. rece totalmente. Transfor-
Parecerá absurdo o querer ma-se, e "algumas partí-
regular o coração humano, ou culas suas continuam a vi-
contel-o nos seus Ímpetos. O ver, gerações afora" A vida
amor é soberano, omnipoten- pôde ser comparada aquelles
te, dizem os poetas e philo- pyróphoros, sacerdotes gre-
sophos, e, cego, portanto á ra- gos que marchavam á frente
zão, mas não nos esqueçamos dos exércitos ostentando os
de que o melhor guia do ins- vasos onde ardia o fogo sa-

I
S-3
147
* grado. Se acaso caiam a dico prê-nupcial do ponto de
meio da refrega, outros bra- vista da avaliação da saúde
ços se erguiam a suster a seria, pois, excellente meio
chamma azulinea que repre- de selecção. Não cabe so-
sentava a continuidade do mente ao homem a grande
amor á família e á pátria. responsabilidade de erear fi-
As partículas do indivíduo, lhos incapazes, mas, sem du-
que não morrem, constituem vida, ás mulheres também ê
a substancia principal ou devida grande parcella, em
nuclear das cellulas reprodu- virtude desse mecanismo que
doras e tem o nome de ger- expuzemos. Nem todas as
mino plasma". O resto do entidades mórbidas são con-
indivíduo, o que desapparece traídas; muitas ha, e mais
ê o "so mate plasma"', subs- do que estas, as taras e des-
tancia que na vida, ê passí- vios do typo normal, são
vel ás influencias do meio. plasmadas no germe e pas-
Serve de esqueleto, em que sam de geração em geração,
pese a expressão, ao "germi- ungidas de mysterio.
noplasma". As modifica-
ções e influencia neste de- As gerações hodiernas do
senvolvidas, são as únicas ca- Brasil, felizmente, vão com-
pazes de se transmittir ás prehendendo melhor o seu
gerações. Assim sendo, qua- papel, e já não põem entra-
si nullo será o esforço ves ás questões que dizem
praticado no sentido de me- respeito á saúde geral. Pou-
lhorar a architetura "somá- co a pouco conseguiremos o
tica'. nosso fim, e quando esses al-
tos problemas occuparem o
E' impossível, porém, uma pensamento do legislador bra-
acção direda, sobre o germe, sileiro obrigado a se definir
e por isso, ao scientista com- por força da época e pela
petirá investigar os meios pe- necessidade de salvaguardar
los quaes possam ser melho- o nosso futuro de nação li-
radas as condições em que vre e poderosa aberta á co-
o "soma" evolve. Culiivar- biça de todos os povos, en-
se-á, por esta forma indire- tão a raça estará preparada
da, o germe, apurando-o. A para receber, sem revolta,
este processo chamaríamos os ensinamentos fecundos da
"selecção" O exame me- hygiene e da eugenia.

148
BREVIARIO DOS 20 ANNOS
— Vinte annos ! minha fi- que as abandonamos para o
lha : e hoje, pode-se dizer, passado : é quando deixamos
você termina mais uma pha- de ser creanças.
se da sua vida. — E o papaezinho me jul-
ga até agora uma creança ?. ..
— Sim, papaezinho, é pre-
— A i n d a vejo, querida, a se-
ciso iniciar outro capitulo dução de um viver irrespon-
da existência, que esse da mo- sável a arrastal-a, de vez em
çidade está acabado. quando, para o turbilhão dos
— Acabado, não ! protes- prazeres momentâneos. Não
tou o pae : elle continuará re- é uma censura : é próprio da
flectindo-se pelo futuro a den- sua edade. A irresponsabi-
tro, como uma herança que lidade é peculiar á creança e
deposite em tudo o lenitivo delia decorrem as irreflexões.
da alegria já experimentada, Em você estas ainda eviden-
senão o consolo de ter goza- ciam um espirito um pouco-
do muito. Continuará, por- chinho infantil; e você bem
que a alma bondosa e ale- sabe como são trahidoras—de
gre que você possue precisa si mesmas ou pela interpre-
não desapparecer para cobrir tação que lhes empresta o
de risos as agruras inevitá- povo. Cumpre tomar ten-
veis do destino, minorando o to, pois, para que os seus
seu amargor quando corações ados e as suas palavras não
amigos necessitem de consola- venham a ser tomadas em sen-
ção. A alegria, minha fi- tido outro que não o puro e
lidimo da sua intenção. Pre-
lha, com o ser apanágio da
vino-a da malícia e da mal-
mocidade, ê a chave do bem
dade humanas. Emqúanto
viver. E' preciso compreen-
menina, ^desculpavam-lhe tu-
de l-a, porém. Para você, tem-
do; quando moça, porém, e
se resumido, até aqui, em di-
ainda mais de agora em dian-
vertimentos, mas vae passando
te que ê tempo de mudar de
a época em que só nisso pro-
orientação na vida, nada ha-
cure vel-a. Buscando-a ain-
verá para justificar, no con-
da nas recreações, já é tem-
ceito publico, a menor ir re-
po de também encontral-a em flexão que commetter.
certos misteres, para os quaes
o seu espirito deve preparar- — Acha, pois, que ê tempo
se. As f utilidades da vida ca- de eu mudar de orien-
recem de um paradeiro e ha, tação ? • •
na existência, uma passagem — Sempre lhe disse, filhi-
mais ou menos precisa em nha, que até os vinte annos a

149
moça não deve pensar em dei- meza de quem se prepara pa-
xar a casa paterna. Não lhe ra um combate.
pedi, tantas vezes, que ape- Ella endireitou a fronte e
nas se limitasse a conhecer olhou serena. Foi o pae,
as pessoas de fora, procuran- desta vez, quem falou com os
do estudal-as, mas sem dis- olhos rasos dágua :
pensar a qualquer deltas at-
tenções que pudessem lembrar — E' tempo, sim ,de você
um affedo extemporâneo, pensar em casamento. Não
para, assim, quando chegas- digo que o queira para já.
se a occasião opportuna, ter Não : não espero que logo
elementos seguros com que fa- se vá de perto de mim. Quan-
zer a escolha do seu compa- do Lhe lembro que pense em
nheiro de sorte ? casamento, não me refiro á
cerimonia do contrato nu-
— Tenho sido obediente, não pcial, que é um momento,
ê ? papaezinho, e penso que mas quero alludir ao prepa-
agora já. posso cuidar da es- ro da sua pessoa para mu-
colha . .. dar esse passo decisivo da
— Sim : é tempo de pensar vida e poder manter-se con-
em casamento. E quem vae dignamente no logar em que
pensar em casamento preci- se puzer.
sa. . E accrescentou :
— . . ouvir uns conselhos. — Quem quer casar, filhi-
E ê isso o que lhe peço. nha, precisa saber ser mu-
— . .e o que lhe quero pro- lher, saber ser dona de casa
porcionar. e saber ser esposa.

Um relógio bateu oito pan- — Que entende o papae


cadas. por ..

— Escutou ? : oito horas, a — Quando digo "saber ser


hora do seu nascimento. mulher", refiro-me á mulher
perante a sociedade, á mu-
Os olhares da moça levan- lher no seu circulo de re-
taram-se para o rosto do pae, lações. Ella não se com-
mas ella pouco viu, porque portará mais como a moça,
brotaram lagrimas de per- que vive embalada em so-
meio. nhos e cujos pequenos desu-
— Minha filhinha chora ? ses todos relevam porque se
trata de uma moça; mas
— Commoção. seu proceder será ponderado,
— E' a despedida do pas- respeitando as opiniões alheias
sado ; encare, agora, o fu- ou contradizendo-as, se pre-
turo com a decisão e a fir- ciso, sem timbrar em sobre-

150
9

por o seu modo de ver, tudo razão indica-lhe a mulher. A


com discreção e sobriedade. moça apparenta melhor, ás
Não digo que jamais enca- vezes; mas, não raro, os
minhe a conversação para as seus attrativos não resistem á
coisas frivolas. Não : a menor analyse. A mulher,
frivolidade — pendor de toda pelo contrario, muita vez ap-
moça — ê, até, adorno da mu- parenta pouco, mas as suas
lher, mas quando em cir- prendas, e verdadeiras, se evi-
cumstancias opportunas, no denciam facilmente a quem a
recesso do lar, em rodas mui- estuda, E' por isso que aos
. to familiares e nunca na pre- vinte annos a moça deve pas-
sença de pessoas estranhas ou sar a ser mulher, começan-
pouco intimas, que em tudo do a pensar em. ..
reparam e de tudo criticam.
A selecção das chamadas ami- — . . . em ser esposa.
zades ê preciso fazer, e com — Não :. .. em ser dona de
todo o cuidado, afastando de casa, primeiro. Quem não
si a convivência de certas tem noção do que seja diri-
moças muito sabidas ou gir um lar não pode cuidar
espedaculosas, cuja compa- de constituil-o. Para sa-
nhia só pode constituir mo- ber ser dona de casa não bas-
tivo de desdouro, embora per- ta olhar como a mamãe pro-
tençam á "mais alta socie- cede nos seus misteres domés-
dade". Do seu exemplo con- ticos ; é preciso— veja bem
vém fugir sempre, como tam- — compreender o porque do
bém das attitudes e pala- seu procedimento. E, indo
vras que possam causar es- até lá, saberá avaliar da jus-
cândalo, por hão serem de teza das ordens e orientar me-
uso corrente oupor sua mes- lhor a vida do lar. Não só ori-
ma natureza. Esquivar-se das entar : fazer, também, por-
amizades que apparecem mui- quanto alguma parte da activi-
to depressa ê tão prudente dade domestica terá, forçosa-
como impedir a intimidade mente, de ser exercida pela dona
dos galanteadores. Tanto da casa. Se tiver creados, ê pre-
umas como a outra, se não ciso saber fazer para saber
compromettem, causam dis- mandal-os e exigir-lhes o ser-
sabores. Eu lhe falo dessa viço com justiça. Se, acaso,
maneira, filhinha, porque sei se vir privada delles, em emer-
que o homem que vae pro- gências que nenhum marido
curar noiva, não olha a moça poderá evitar, mesmo sendo
e sim a mulher. Se o cora- millionario, não deixará que
ção lhe aponta a moça, a sobrevenham privações, por-

a: m
151
que ella mesma sabe atten- te, todo o plano aconselhado
der ás necessidades. E atten- e, ao findar, volveu, num re-
de a ellas methodicamente, pois pente enérgico, para as fa-
ha-de se ter convencido das ces do pae, dizendo :
vantagens sem conta da or-
ganização de um lar em que — E depois ?. ..
impere a ordem e em que as — Falta, ainda, saber ser
praticas saudáveis entrem nos esposa. Requisito difficil, dos
hábitos quotidianos. Não ê mais difficeis, filhinha. E'
só fiscalizar a limpeza e o preciso, antes do mais, co-
asseio, ou fazel-os ; ê, tam- nhecer bem o marido, estu-
bém, olhar para a despensa, dando o seu gênio e os seus
sortindo-a convenientemen-
hábitos. E' questão primor-
te, sem exageros, de accordo
dial, para não haver mal-en-
com as leis de economia. Os
tendidos — raizes, tanta vez,
pequenos concertos, os forne-
do descalabro de um lar. Se-
cedores de todos os dias, — ê
nhora dos pendores do seu
preciso tratal-os, de si mes-
companheiro, fácil será agra-
ma, fazendo as reclamações
dal-o e evitar o que lhe cau-
necessárias, satisfazendo os
se contrariedades, mas sem
pagamentos, annotando as
chegar á submissão nos ca-
despesas. .. Isso é que ê
sos em que elle se ache
saber ser dona de casa. E
como conseguil-o ? — per- em erro. Nesses, intervirá
guntará você. com boas maneiras, tran-
sigindo um pouco de princi-
— Mais esse conselho, pa- pio, se preciso, para attin-
paezinho — sussurou ella em gir, mais tarde, a finalidade
tóm de supplica. visada. Se uma palavra ou
um acto delle for motivo de
— Peça â sua mãe que lhe dissabor, não deve ficar irri-
entregue por uma semana, tada, esbravejando, nem tam-
por um mês, a direcção da pouco calar, procurando es-
casa. E alongue O praso, si, conder a magua ; mas fal-
depois, ainda não se sentir o-á sciente do seu estado de
capaz de tomar conta da sua alma, apontando os motivos
própria. do aborrecimento, evidencian-
Ella ficou, olhares para- do a justiça da sua queixa,
dos, cabeça inclinada, bra- para que elle lhe reconheça
ços immoveis sobre o descan- razão e não torne a provocar
ço da cadeira, meditando nas o desagrado. Franqueza, mui-
palavras que acabava de ou- ta franqueza em tudo. E'
vir. Executou, mentalmen- condição essencial para que

152
B r e v i a r i o d o s 20 A n n o s

não surjam as interpretações A mulher tem de reconhecel-


errôneas a perturbar a paz os e conformar-se com elles,
do lar, com os mal-entendi- afim de previnir um ou ou-
dos de que já lhe falei. Se tro desagrado que fatalmen-
não entende um acto do ma- te viria. Se o esposo é me-
rido ou se suas palavras têm dico, por exemplo, o espitito
sentido obscuro, por que não de sacrifício deve predominar,
lhe expor as duvidas, com porque "o medico ê menos da
mansidão, visando o deseja- família que dos doentes", sa-
do esclarecimento ? Nos pro- crificando por estes, muitas
blemas domésticos, mesmo nos vezes, o prazer que usufrui-
em que ê soberana para re- ria se ficasse todo entregue
solver, a opinião do marido aos lazeres da vida familiar.
muita vez deve ser solicita-
da. Isso é mais do que de- — Mas o papae está par-
ferencia : é índice de que com- ticularizando tanto. . .
preende o valor da harmonia — Não é o caso que mais
de pontos de vistas e de que de perto lhe diz respeito ? ..
não desfaz no concurso pre-
cioso do seu perenne auxiliar, Ella enrubeceu ligeiramen-
seja mesmo em questões pu- te. E trahiu-se, ainda mais,
ramente femininas. Auxi- com um
liar, sim—ê preciso que essa — E'..
noção se firme, para que a
Depois, confirmando :
esposa não pense tão somen-
te em exigir favores, mas sai- —Se eu prometter que obser-
ba que, pela lei da recipro- varei religiosamente esses seus
cidade, se elle a ajuda, tem conselhos de hoje, o papae-
o dever de auxilial-o também. zinho consentirá no meu. ..
E auxilial-o não só aconse- noivado ?
Ihando-o ou, directamente,
— Consentirei, querida, con-
adiantando-lhe alguma tare-
tanto que você considere as
fa, como ainda furiando-se a
minhas palavras como se fos-
divertimentos aos quaes elle
sem de um breviario, recor-
a acompanharia com sacri-
dando-as e meditando-as to-
fício de obrigações. Nesse
particular de obrigações, tem dos os dias.
importância muito grande a E ouviu-se o estalar de um
compreensão exada dos de- beijo nervoso na fronte do
veresjprofissionaes do marido. pae amigo e conselheiro.
DR. EURICO BRANCO RIBEIRO

153
ALEITAMENTO NATURAL
SUA I M P O R T Â N C I A

Palestra realizada pela Chefe das E d u c a d o r a s


sanitárias Maria Anlonieüa de Castro, em a
"Escola das M ã e s i n h a s " n o C e n t r o de S a ú d e
do Braz, d a Inspectoria de E d u c a ç ã o Sani-
tária do Serviço Sanitário de São P a u l o .

De que MAE ! sucar de lei-


precisa a te e saes. E'
Mãe, ao teu filho dá teu farto seio 1
planta para Com o teu leite é a tua alma que lhe dás 1 o que tem
crescer ? De Seja, mãe, teu orgulho e teu enleio. uma tempe-
Dae-lhe o pão que em ti própria amassarás !
ar, calor, luz ratura ade-
Não lhe sabe tão bem o leite alheio
do sol e a Que em suas gottas sangue alheio traz, quada. E' o
seiva que — Lympha que escorre do materno veio — de mais fá-
Só o teu leite o teu filho satisfaz!
tira da ter- cil digestão.
Tiveste a gloria da maternidade.
ra para seu Prêmio, bençam divina do Senhor! S up p o-
sustento. Sê mãe em toda pompa e Magestade ! nhamos que,
E a cri- Como a planta dá vida á própria flor, por uma cir-
Sê "ama" de teu filho que em verdade,
ancinha ? "AMA" é do verbo "amar"... provêm de "amor" cumstancia
Tam b e m qualquer,
BASTOS T I G R E .
precisa de outro leite
ar, calor, luz que não o
do sol e alimento. Onde o irá materno ou da ama seja da-
buscar ? Ao seio da mãe. O do á criança.
leite materno ê a seiva que a Será, nesse caso, artificial
alimenta e afará crescer. a alimentação.
0 leite materno é uma par- Pode-se comparar uma flor
te da própria mãe que se in- perfumosa, colhida de fres-
tegralisa no corpo de seu filho. co, cheia de encanto e vida
E' o alimento racional, in- a outra feita de papel ?
dicado pela própria natureza. Assim, não pode haver co-
E' o que mais convém ao tejo entre a alimentação natu-
organismo da criança pois ê ral e a artificial pois a natu-
o único alimento completo reza nunca foi igualada nem
que contem todos os elementos supplantada.
necessários á sua conserva- Como é bem de ver, o lei-
ção e crescimento : gordura, te materno segue um caminho
albumina, um hydrato de car- curto do seio da mãe â boca
bono chamado ladose ou as- da criança.

&; "•«a

154
E o leite de vacca ? Como que suas roupas a constran-
custa para chegar ao seu des- gem ou porque está molhada.
tino e de que modo chega! Outras vezes a criança ma-
São as mãos sujas do orde- mou demais; sente-se mal
nhador que podem ahi espa- e chora. A mãe para acal-
lhar micróbios; são as vasi- mal-a dá-lhe de novo o seio
lhas mal lavadas que o trans- e assim, continuamente, pelo
portam; são as fervuras de- dia afora e pela noite a den-
masiadas ou outros proces- tro, até que chega um mo-
sos a que é submettido que mento em que toda a ordem,
lhe roubam certos princípios todo o regimen estão altera-
indispensáveis á vida da dos e a criança cáe doente
criança, quando não são as com perturbações gastro-in-
adulterações dos vendedores testinaes seguidas do seu corte-
que lhe misturam água, fari- jo desagradável de symptomas.
nhas e outros elementos noci- Outro quadro : a criança
vos, ou o vendem alterado. pode estar definhando á min-
Isto tudo apesar de toda a gua de leite sem que a mãe
vigilância dospoderes públicos. se dê conta desse jejum pro-
Já vêm que toda a vantagem longado que ella própria lhe
está do lado do leite materno. impõe. E' o caso de defi-
Entretanto o aleitamen- ciência láctea.
to materno precisa ser bem A mãe leva a criança ao
conduzido pois, do contrario, seio; julga que mamou a
a criança poderá ser supera- quantidade devida. Tal não
limentada ou alimentada de se dando, a criança vae se
menos. Infelizmente, nesse enfraquecendo. Fraca como
caso, o instindo das mães não ê não reclama com gritos, como
é um guia seguro ; a natu- faria um bebê robusto, uma
reza não lhe indica nem quan- ração mais de accordo com as
tas vezes ao dia deve levar suas necessidades orgânicas.
seu filho ao seio nem quan- Cada vez se enfraquece mais
to leite lhe deve dar. e, parallelamente, a deficiên-
Dahi o erro de muitas mães cia se accentua, acabando, o
em dar de mamar á criança seio, por se exgotar, donde
todas as vezes que chora jul- a insuficiência alimentar, de
gando sempre que o faz por- tão graves conseqüências.
que está com fome como si Contra esses males grandes,
não houvessem muitas e ou- o grande remédio : o relógio.
tras causas que lhe podem pro- Horas certas para mamar, as-
vocar o choro. sim como os adultos têm hora
A criança pode chorar por- certa para as refeições.
que tem sede ou frio ou calor Horas certas de modo a dei-
ou porque tem somno e não xar intervallosjrazoaveis entre
iia deixam dormir ou por- as mamadas para que uma se-

155
Aleitamento Natural. Sua Importância

ja bem digerida e aproveitada Não adianta cousa alguma


antes que outra seja ingerida. deixar o lactente tempos es-
E' preciso dar tempo ao es- quecidos sugando o seio á nu-
tômago da criança para fa- triz nem ê de boa regra dei-
zer tal serviço, estômago pe- xar-lhe o bico do seio na boca,
quenino e frágil que não tem durante o somno.
capacidade illimitada nem é Ao lado do relógio poremos
possível exigir delle trabalho a balança, o mais seguro in-
continuo. dicador do desenvolvimento
Que não sejam nem muito normal da criança. 0 peso não
espaçadas nem que haja, en- augmenta ? estaciona ? di-
tre as mamadas, intervallos minue ? E' o signal de alar-
muito pequenos. me para a mãe cuidadosa que
E' opinião geralmente ac- fará seu exame de conscien-
ceita entre os pediatras que eia para ver se vem seguindo,
a criança normal, que tenha com rigor, as regras da boa
á sua disposição leite suffi- technica alimentar.
ciente, deve mamar de 3 em Si tal se verifica, ê que o
3 horas, em numero de 6 nas leite ê deficiente. A pesagem
24 horas, isto ê, ás 6 9 12 da criança antes e depois de
15 18 21 horas, sendo mamar, indicará, pela dif-
que a noite será reservada para ferença verificada, a quanti-
o descanço da nutriz e da dade de leite ingerido.
criança. Como, porem, saber si essa
Para ser conseguida a im- quantidade de leite é a que
plantação de tal regimen deve, convém ás necessidades da
porém, a criança vir sendo criança ?
acostumada desde os seus pri- Ha tabellas especiaes em
meiros dias de vida. Os es- que tal ração vem determina-
forços então empregados re- da segundo a edade da crian-
dundarão em benefícios in- ça, tabellas que servem de ad-
calculáveis para a" própria vertência em taes casos que
mãe, para o filho, para a fa- não dispensam os conselhos
mília, para os visinhos. de um medico especialista.
Quanto á duração das ma-
madas, uma criança vigorosa
toma sua ração em 5 minu-
tos ; outra mais preguiçosa Ahi ficam algumas adver-
ou distrahida, em 10 minutos. tências sobre as vantagens e
Em geral, 15 minutos são a importância do aleitamento
sufficientes. materno. Si forem ouvidas
Quando a mãe tem pouco e seguidos os conselhos ahi
Leite, dá sucçessivamente, os exarados, o grande prêmio
seios e alternadamente, si tem para as mães será a SAÚDE
Leite abundante. DOS FILHOS.

156
S?f jq

A GORDURA E O CORAÇÃO
Um novo methodo de combater » Robin, um sábio conhecido em todo o
obesidade. mundo scientifico.
E' preciso somente attender a ne-
Tem-se escripto ultimamente bas- cessidade de diminuir na alimentação
tante acerca da obesidade e trabalhado as quantidades de sal ingeridas, visto a
muito p a r a a combater. difficuldade de eliminação d'esta subs-
No emtanto, a gordura excessiva tancia na espécie de doentes de que
t r i u m p h a em certos indivíduos de todos nos estamos occupando.
os regimcns hygienicos e até dos mais Eis os preceitos que devem ser se-
violentos exercícios, que m u i t a s vezes guidos regularmente:
vão alterar órgãos importantes, pro- A' primeira refeição (7 horas da
duzindo resultados talvez mais desas- m a n h ã ) : carne fria, sem gordura, ten-
trosos do que a própria obesidade. do o cuidado de não a salgar (60 á
Mas, de facto, é necessário atten- 100 g r . ) ; pão sem sal (10 gr.).
der-se não só aos inconvenientes imme- Ao meio d i a : carne assada ou bife
diatos do excesso do tecido adlposo, — na grelha, sem sal (60 á 100 gr.).
augmento inútil do peso, incommodo Devemos notar que não é conve-
de andar, faltas de ar, etc. — m a s ainda niente supprimir completamente o s a l ;
a esta doença de conseqüências sérias poderia sobrevir uma persistente falta
e que se chama vulgarmente gordura de appetite. Julgam os especialistas
sobre o coração. que se podem ingerir, sem inconve-
E' claro que nos dispensaremos aqui niente, 3 a 6 gr. de sal por dia.
de entrar em grandes considerações Os legumes verdes, cosidos em
scientificas, tratando de apresentar as água, sem manteiga nem outra gor-
noções mais vulgares que a este res- dura, são magníficos.
peito pudemos colher n'algumas r e - Considere-se, porém, que estes le-
vistas médicas que se estão occupando gumes quando privados de sal são
d'este importante assumpto. de absorpção difficil e, por isso, a maior
Ha vários typos da sobrecarga gor- parte d'este condimento auetorisado de-
durosa do coração, m a s salvo peque- verá ser guardado p a r a os legumes.
nas diffcrenças, todos affectam mais A esta refeição deverá juntar-se,
ou menos o mesmo quadro de cardio- ainda, 30 gr. de pão sem sal e cerca de
pathia arterial com dyspnea por vezes duas chavenas de café fraco, quente e
intensa e irregularidade continua de sem assucar, que deve beber-se lenta-
pulsações cardiacas. mente.
Somente u m a característica diffe- A's 4 horas tomar-se-ha uma cha-
rencial muito importante distingue vena de chá sem assucar; ás 7 horas,
estas ultimas doenças da sobrecarga dois ovos sem sal, legumes verdes co-
gordurosa do coração. sidos, á vontade, e trinta g r a m m a s
Ao contrario das cardiopathias ar- de pão.
térias, que deixam sempre algumas Os doentes emmagrecem, em m é -
perturbações atraz de si, as sobrecar- dia, 300 g r a m m a s por dia, conservan-
gas gordurosas do coração são suscep- do-se sempre bem dispostos. Ainda que
tíveis de curas completas. Basta p a r a Maurel calcula que as perdas de peso
isso emmagrecer os doentes. não devem exceder 100 a 125 g r a m m a s
E' esta a opinião de u m distincto diárias, Huchard affirma que tem ob-
professor e notável especialista, o dr. tido perdas muito maiores sem o m e -
H. Huchard. nor inconveniente.
P a r a conseguir este resultado em- Como este regimen não contém lí-
prega-se com toda a vantagem o sys- quidos em sufficiente quantidade, de-
tema de tratamento preconisado por M. ve haver o cuidado, p a r a favorecer a

157
A Gordura e o Coração

eliminação dos chloretos, de o doente ser-lhe servida u m a sopa de legumes


tomar, ao mesmo tempo, três hóstias á refeição da t a r d e .
de 50 centigrammas de theobromina Do pão é que elle não deve a b u s a r
por dia. (nunca m a i s de 150 g r a m m a s por dia)
Ao cabo de 25 dias QU u m mez o e evitar as massas, os farinaceos e o
doente pode suspender o rigor d'este assucar. Assim pode o doente m a n t e r
regimen, augmentar a quantidade de o peso obtido no fim do mez do r e -
pão, podendo comel-o sem sal, j u n t a r gimen alimentar, chegando mesmo
u m pouco de manteiga aos legumes, a i n d a a emmagrecer u m pouco nos
beber água com vinho ás refeições e primeiros mezes seguintes.

NOBRE CAMPANHA
Quando lia pouco, em todo o Paiz, cessidade physiologica e, digamos, até
foi celebrada a semana anti-alcoolica, mesmo psychica. Longe iríamos, se
ninguém poude deixar de reconhecer quizessemos entrar em apreciações
que se tratava de um problema social desta ordem.
da mais alta monta. Porém, se metade dos recursos e
Bem a n d a r a m as instituições de en- das energias que se gastam no com-
sino, apoiadas pelas altas auctoridades bate ás potagens tóxicas e nocivas,
nacionaes, em dar o relevo a esse m o - fosse empregada na propaganda das
vimento, chamando a attenção da in- bebidas saudáveis e reconstituintes, o
fância e da mocidade das escolas, p a r a problema do alcoolismo estaria em vias
os males terríveis, occasionados pelas de vantajosa solução.
bebidas tóxicas.
Se todos conhecessem a virtude
E o caminho que t o m a r a m foi o sedativa e tonificante de u m a bebida
mais acertado. Males dessa natureza ideal, com o emprego de u m a pro-
não podem ser absolutamente banidos paganda inteligente, a policia não te-
pela mera acção dos governos. O povo r i a tantos casos tetricos a t r a t a r ,
é que deve ser primeiro esclarecido. A m u i t a s mães e criancinhas levariam
opinião publica deve ser formada, antes vidas menos penosas, e poderia a Pá-
que o Estado possa tomar qualquer me- tria, também, contar com u m n u -
dida de real valor e efficacia. mero elevado de cidadãos validos e
prestantes.
Há, porem, na questão, um aspecto
que não deve jamais ser olvidado. E' Tenhamos sempre á mão, p a r a
que um m a u habito só pode ser de offerecer aos nossos visitantes, algum
todo removido com a sua substituição agrado, mas que a nenhum delles cons-
por outro que não tenha a mesma na- tranja, que a nenhum delles moleste,
tureza. Há na espécie h u m a n a o que, e que não exponha n e n h u m delles ao
em sentido geral e profundo, se chama gesto desagradável e destoante de u m a
o horror ao vácuo. E o uso de bebidas recusa. Nisto deve antecipadamente
não pode ser assim cortado a golpes de pensar todo o chefe de família e toda
violência. E' que ellas representam, de a dona de casa que deseja mostrar-se
alguma sorte, a satisfação de uma n e - amável e distineta.

158
Vi.

G U E R R A AO BEIJO ?!
Os homens de sciencla estão cada portar a gente de graça aos q u i n t o s . . .
vez mais insuportáveis! andares.
Uns quantos vasculhadores dos se- O rol de exquisitices a que o homem
gredos e intimidades da natureza re- se subjuga a titulo de amoldar-se á
solveram agora, nada mais nada me- sciencia no traje, na alimentação e em
nos, do que abandonar a tranqüilidade tantas outras coisas, levaria longe.
dos seus laboratórios e dedicar-se, com
unhas e dentes, que alma não teem Tudo isso, porém, se soffria com
aquelles bisbilhoteiros, á cruzada sem certa resignação. Ficava-nos a idéia
tréguas, contra o uso ancestral d o . . . que em seguida a uma indisposição do
beijo! estômago, » um resfriamento, na hora
da m o r t e . . . scientifica podíamos des-
Vão lá depois dizer que só a igno- pedir-nos dos entes queridos legando-
rância é mãe do atrevimento! Esta re- lhes a nossa alma n'essa forma que
solução alarmou, como era n a t u r a l o parecia eterna: o beijo!
bello e frágil sexo da poética Albion e,
Mas o h ! desillusãol Quando o ho-
uma vez na vida, todas as mulheres do
mem ia desempenhando esse papel de
Reino-Unido e de todos os outros reinos
m a r t y r , com heróica resignação, o
estão de accordo p a r a adherir á opi-
verdugo, o carrasco, o aterrador vem
nião de Brunetiére no que se refere ao
de chofre e prohibe ao paciente o mais
descalabro da sua sciencia.
consolador e adorável movimento dos
0 caso, porém, não passará cm j u l - lábios d ' u m a m u l h e r : o beijo! E quem
gado e u m a agitação extraordinária sabe até se mais tarde o próprio sor-
camcça j á a oppôr-se resistentemente riso !
ao scientifico de decreto beijicida.
Xo emtanto não ha mal que não
D* esta vez é que os homens de venha por bem, diz o aphorismo. E,
sciencia t ê m de recolher a fala ao ainda n'isto, a sabedoria das nações
b u c h o ! Lá com os homens vão elles não desacerta.
bem, porque a sua n a t u r a l indiffe-
O facto, cujo aspecto principal e
rença lhe tem permittido toda a espé-
tenebroso, t e m u m lado que a todos
cie de abuso e atropelo.
nós convém observar e, é que, uma
Mas agora a questão azeda-se! luz intensa converge n'este momento
A pretexto de hygiene o gênero bár- para esses espíritos melancólicos, aplee-
b a r o consentiu que lhe mettessem ás nicos das mulheres inglezas, que os
ventas u m escarrador monumental e - meridionaes consideram as eternas es-
asqueroso no barbeiro, na sala do tatuetas de gelo, sem m a i s estremeci-
restaurant e em tantos outros logares mentos de que essas lendárias visões
dos castellos d i Escossia.
a cuja esthetica faltava aquelle esta-
fermo. A attitude d'ellas prova que sem
coração só existe.. . o homem de
A pretexto de hygiene t a m b é m a m - sciencia.
bos os sexos se extenuam subindo mon-
tanhas, percorrendo estradas batidas de Ao ser pronunciada a palavra de
sol e acceitando scientificamente essas extermínio, o sexo fraco redobrou, t r i -
dores de cabeça, provenientes de ex- plicou de força, e, consta que, n'estes
cessivos calores, quando as carruagens últimos dias, muitos dos que, de lon-
b a i x a m os preços da tabeliã e j á os ge, porfiavam, j á receberam avultado
auto-omnibus se encarregam de t r a n s - numero de ambicionados beijos e p a -

159
G u e r r a ao Beijo?!

rece que até, em cheques, maior Mas o próprio silencio não é de


quantia. mais se o tomarmos á custa de assen-
timento ao habito. Quem cala consente!
Lá dizia o poeta
As perguntas formuladas pelos jor-
Um beijo na face naes são:
Pede-se e dá-se. — Deve renunciar-se ao beijo?
— E' melhor substituir o beijo na
e as loiras ingleza? estão fazendo d'isso bôcca á m a n e i r a britannica, pelo beijo
u m a traducção pratica. nos olhos á m a n e i r a dos francezes?
Está vingado o belo sexo! Sobre a p r i m e i r a não h a discre-
A osculophobia não é u m a novida- pância. A renuncia não conta u m único
de no domínio das extravagâncias voto. Na substituição existem diver-
scientificas. gências.

Todos recordam o successo que Consultados alguns artistas de thea-


despertou na America aquella decla- tro eis as suas opiniões:
ração de u m joven, sábio e prudente De Miss Lily Elsie:
orador hygienista que nunca tinha
beijado u m a pessoa! "Não posso faliar por experiência;
considero, porém, que o beijo á in-
O resentimento do bello sexo m a n i - gleza é o melhor".
festou-se no desejo ardente de o mor-
der a beijos, ao que o illustre confe- Mademoiselle Gaby Oeslya, u m a
rente se furtou com aquella castidade franceza, j á é m a i s explicita quando
capaz de deixar todas as capas em .af f i r m a :
mãos femininas como o casto perso- "O modo de beijar inglez é evi-
nagem bíblico. dentemente superior porque indica mais
Com mais ou menos ostentação paixão".
muitos outros homens de sciencia têem Miss Pounds j á não está com ro-
pretendido abolir o uso d'essa preciosa deios :
forma de selar a Intimidade e o calor
dos affectos. "Quero receber todos os dias beijos
á ingleza ainda que sejam conductores
Affirmam que esse acto é nocivo de micróbios".
á saúde e que o beijo, por mais puro,
contém micróbios p a r a fazer a r r i p i a r . . . Todavia se a justiça venda os
S. P e d r o ! olhos não é justo que esta verdade se
occulte sob o veu pesado do anonyma-
O quadro que nos p i n t a m esses to. E' t a m b é m a apreciação de u m a
prescrutadores da sciencia rernm é actriz:
simplesmente pavoroso.
"Os que dizem que os beijos á
E a d a r ouvidos a prélengas scien- franceza são mais saborosos que u m
tificas devíamos fugir d ' u m beijo beijo á ingleza em que erro estão! O
c o m o . . . dos electricos. beijo francez é mais artístico; o nosso
No emtanto, antes de tomar uma porém, quando se prolonga por largo
resolução de propaganda, a imprensa espaço, que delicioso"!
londrina a b r i u um inquérito entre as E p a r a fechar a relação aqui vae
suas amáveis leitoras. E' que não se u m critério de outra artista que não
desterra assim um costume social por é p a r a d e s p r e z a r . . . o critério é c l a r o !
m e r a frioleira.
" O h ! não, o peor dos micróbios não
As consultas ficaram, a maior parte m a t a r á o beijo. Seja á ingleza, seja ao
d'ellas, sem resposta, o que se compre- estylo francez, o beijo subsistirá sem-
hende pelo melindre do assumpto. pre porque o beijo é o Amor".

160
B?E

H I S T O R I A DA L A G R I M A

Não a ha mais vasta, mais varia, inebriantes do paraizo, e os excrucian-


nem mais sublime. Desde que a lagri- tes dilaceramentos do a b y s m o !
ma do primeiro homem cahiu sobre o A primeira lagrima, que deriva dos
solo virgem do Éden, até que a der- olhos do homem, é a da innocencia.
radeira gotta de pranto, trasbordando São pérolas da aurora, tépido orvalho
dos lábios m u d o s do coração, foi re- do crepúsculo da v i d a ; sorrisos que
choram, ou prantos que r i e m ; formam-
colhida pelo gênio da dôr no calix de
se sem grossas nuvens, correm sem dôr,
todos os soffrimentos; que immensa
estancam sem custo. Desperdiça-as o
historia, que eloqüente epopéia não coração demasiado esponjoso c!a infân-
encerra a l a g r i m a ! . . . — Cada uma cia, porque lhes não sabe ainda o valor.
d'ellas é a synthese e o transumpto
São tão puras e diaphanas como a
d ' u m a série indefinida de sentimentos; baga de rocio que aljofra a corolla do
cada u m a d'ellas tem o seu gênesis lu- lyrio solitário. Chora o lyrio a ausência
gubre, ou festival, silencioso, ou tu- do astro matutino, e ella, a creança a
niultuario; chronica tão multiplice e florsinha h u m a n a , chora saudades do
diversa como a causa que a produziu, seio de Deus, que se vê obrigada a
que em si resume as voluptuosidades trocar pelos martyrios d'este mundo,

161
onde já se lhe feriram os pés logo ao raros e ephemeros. Só de t a r d e em t a r d e
dar os primeiros passos. os cherubins sacodem sobre nós suas
lúcidas azas, sempre m e r g u l h a d a s n a
A segunda lagrima é a do amor. Umas
vezes ardente como u m a entranhada essência do supremo Bem.
paixão, outras a m a r g a como o a p a r t a - São lagrimas que não b r o t a m de
mento, outras envenenada como o ciú- nascente, como b r o t a m as que os nos-
me, por vezes fria como a desillusão; sos males distillam. . . seccam de
quem poderá colligir todas as fôrmas prompto, qual nuvem ligeira que passa,
da sua linguagem complexa, todos ós e que por accidente deixou escapar
matizes d'esse iris m y s t e r i o s o ? . . . tênue orvalho sobre u m solo árido e
A lagrima do amor t e m todos os caliginoso.
sabores, desde o suavíssimo gosto de
Ha ainda u m a q u a r t a l a g r i m a , que
u m a p u r a gotta d'ambrosia, que lhe
ora d i m a n a esquiva e resignada sobre
dá a posse e o goso do objecto estre-
a maxilla descorada, ora se despenha
mecido, até ao travo repulsivo do a b -
caudal férvida, impetuosa sobre a face
sintho, que lhe communica a dôr ve^
hemente, a esquivança inesperada e entumecida; é a da s a u d a d e ! . . . Como
aquelle inferno d a ausência! Golfa ás definir e historiar todo o teu mysterio
vezes dos olhos, como sangue a b u n d a n t e de amor, a t u a m u d a e pathethica ex-
de golpe profundo, e a lagrima é san- pressão, e essa antithese de affectos,
gue que brota do improbo a m o r ; r e - que em ti se fundem e se h a r m o n i s a m ,
queima e consome, qual lava de vulcão, ó pranto melancólico da s a u d a d e ? . . .
e a lagrima é lava encandescente, a r r e - E's mais sublime que todos os p r i m o -
messada lá de dentro pela explosão do res plásticos de Raphael, de Ticianò, ou
ciúme. O' lagrima do a m o r ! . . . que de Vandick; tens a suave e divina
condensas em ti metade da historia da tristeza das Virgens da antiga Escócia;
humanidade, que conténs na t u a exigua és mais bello que u m canto inspirado
esphera u m m u n d o i n t e i r o ! . . . de Ossian, repetido pelos eccos d a gru-
ta harmoniosa de Fingal. — Mas por-
Ha em ti u m gênio irrecusável,- que t r a v a s tão acremente, ao inunda-
quando te não vaes perder e sumir no res-me os lábios? Responde. "A ausên-
tremedal das paixões ignóbeis; quando cia é i r m ã da m o r t e ; o seu travo não
te elevas até ao ideal, e deslisas serena pode deixar de ser semelhante"-
sobre o rosto iluminado do Dante, con-
templando em visão sublime a imagem E porque te acho eu n'esse a m a r -
p u r a d a sua Beatriz; m a s quantas ve- gor intolerável u m gosto amenissimo,
zes não és vã e louca, ó lagrima a b r a - que me t r a n s p o r t a ? " E ' porque a sau-
sada do amor ! . . . dade a r r e m e d a a presença, é o cor-
A terceira é a do júbilo. T a m b é m rectivo da distancia encontrado pela
de prazer se chora, também, o pranto affeição vehemente, o balsamo conso-
sorri. lador, que sahe, p a r a cural-a, da mes-
m a ferida que verte o pus da sole-3
A expressão da mais dilacerante dade".
m a g u a identifica-se no homem com a
expressão da mais expansiva e deli- Algumas linhas negras. Historiemos
ciosa alegria; os affectos extremos to- a largos traços a lagrima funerea, a
cam-se nas suas manifestações. lagrima desoladora e impiedosa, a la-
grima da m o r t e ! Parece ter sido crea-
Ha momentos e m que o júbilo se
da sobretudo p a r a symbolisar e c a r p i r
remonta até ao extasis, e em que toda
o passamento.
a vitalidade da alma se suspende, e
logo depois se esvae n ' u m a lagrima de E' a nota plangente da h a r p a dos
v e n t u r a ; por isso o prazer mata como affectos, é a nénia da natureza, elo-
o soffrimento. Mas esses momentos são qüente em seu tocante laconismo.

162
Encerra ás vezes u m a virtude cor- As lagrimas da celebre peccadora
rosiva, que devora a existência: não do Evangelho, acrisoladas por uma in-
rescalda, gela, petrifica! tima contricção, p ungidas pelo amor
Serrielha a gotta crystallina e fria nascente e sobrehumano, essas lagri-
que r e s s u m b r a dos interstícios do m a s que lhe foram baptismo de r e -
penhasco, debruçado sobre o m a r , ou dempção, c iman das complacencias
que deriva do alto da crypta subter- " de Jesus, teem sido saudadas com
rânea, para solidificar-se em estalac- religioso culto pelas gerações de vin-
tite, te séculos, e serão eternamente o
emblema, a consagração da h u m a n a
Que é o homem, n'essas horas de fragilidade, purificando-se aos pés da
indefinivcl espasmo, senão um rochedo cruz, nas mysticas águas de um a r r e -
inerte? e a lagrima senão a estalactite pendimento christão. D'entre todas
petrificada pelo frio gélido da morte, essas gottas d'aliua, que hemos des-
que irrompe dos olhos sobre o cadáver cripto, duas ha que os anjos da hu-
ainda morno do ente idolatrado, ou so- manidade recolhem em suas phialas
bre a leira recalcada da sua sepultura? de ouro, porque valem mais que o
— Assim estava de pé aos pés da cruz, universo ante Aquelle para quem na-
hirta, terrificada immovel, qual esta- da valem os nossos magníficos. .. na-
tua de granito, a divina Mãe do Re- d a s ; são as da innocencia e a do arre-
demptor com o olhar ennublado, fixo pendimento.
no Corpo inanimado do F i l h o : deixan-
do cahir a flux pelo rosto a lagrima Ao passo que todas as lagrimas
mais triste, mais justa, e mais santa tendem pelo seu próprio peso para a
que jamais distillou u m a cruel d ô r ; a terra, que é seu o centro, tendem
que pranteou a morte de u m Homem estas p a r a o seu centro superior, que
Deus. — Negro é o oceano n'essas al- é Deus.
turas que não é dado á sonda medir,
Parece que cahem e se embebem
negro é o céo na hora terrível e sinistra
no solo; e vão ao contrario perder-se
da tempestade, negro o abysmo por
no seio do infinito, onde vive como
onde nunca até hoje penetrou um raio
em seu foco, tudo quanto contém em
de luz, m a s . . . ainda mais negra é a
si um ideal eterno de verdade. —
lagrima do p e n s a m e n t o ! . . . Quem nunca
O h ! quanto não vales, quanto não
lhe provara o t r a v o !
pesas, quanto não dizes, quanto não
Se pretendêramos n a r r a r a historia podes, prodigiosa lagrima do a r r e -
completa da lagrima, descreveríamos pendimento !. . . O que vales ? o su-
nindn a da vingança, a do despeito, a premo perdão que rehabilita.
da cólera, a da piedade, a do enterne-
0 que pesas? o céo que prendes
cimento, a da gratidão. De intenção o
a ti.
omittimos, porque j á longas vão estas
linhas que temos deitado ao papel, sob 0 que dizes? fallas mais alto, és
o influxo de u m a elevada estima. u m hymno que eccoa mais deliciosa-
mente nas regiões do invisivel que o
A ultima lagrima é a do arrepen-
arrojado lyrismo do Poeta-Rei, pas-
dimento, quasi sempre serodia porém
sando atravez das cordas da sua h a r -
de subido preço: a mais grave, e a
pa immortal. O que podes? a h ! e
mais peregrina entre as suas i r m ã s .
que poder não é o teu, se convertes
O chão memorável da J u d ê a não em ouro puro as fezes de u m coração
bebeu de todo o pranto sentidissimo de triturado pelas garras do remorso;
David, de Ezequias, de S. Pedro, e da se dás a transparência do crystal, o
Magdalena, que n'elle souberam diluir alvor immaculado d a neve, e a p u -
passadas máculas. reza cerulea do firmamento a u m a
A historia eternisou-o em seus a n - consciência denegrida pelo c r i m e ? . . .
naes, a esthetica ainda hoje o eternisa
sobre a tela e sobre o m á r m o r e . (P. Senna Freitas)

163
FAÇAMOS NOSSA A
NOSSA CASA

POR A M É R I C O R. NETTO
DO CLUB DA IMPRENSA, DE SÃO PAULO

As casas brasileiras são minemos os moveis encapa-


construídas para o transeunte dos, como também os objedos
e são preparadas para o vi- guardados só para as grandes
sitante. Querem impressio- occasiões. Sirvamo-nos delles
nar quem passa e agradar sempre para o nosso uso cos-
quem chega. tumeiro. A casa ê dos habi-
Cuidemos do habitante, tantes, repetimos.
também. A casa ê, principal- He * *
mente, dos que moram nella.
Dêmos-lhes, portanto, muito Não deve haver economia
espaço e muita luz. E, ain- em matéria de luz. Lâmpa-
da, um pouco de cor, lem- das fortes e sempre novas. As
brando-nos de que as podas velhas ficam escuras e gastam
precisam ser escuras. mais energia. Deixemos de
*** lado os "abat-jours" rendi-
Ihados e bordados ou pintados
Poucos pannos. Rendas
com figurinhas. Velemos as
ainda menos. E nada de
luzes com largos vidros foscos,
dourados. Metaes, quando
evitando que a vista encontre
os houver, sempre irrepre-
directamente qualquer foco lu-
hensivelmente polidos: Soa-
minoso.
lhos escuros e espelhantes.
***
As casas modernas, de com- 0 bibeló precisa ser irre-
modos pequenos, já não ad- missivelmente condemnado.
mittem as pinturas a óleo, Na. habitação só deve entrar,
com pesadas molduras. Falta em geral, o ornamento útil.
quasi sempre distancia para As prateleirinhas, os bichi-
vel-as bem. Prefiramos as nhos, as figurinhas, tudo são
aquarellàs, o mais possível coisas de um passado compli-
luminosas. Pasteis, também. cado. Não têm, realmente,
Desenhos a traços finos. E razão de ser.
molduras estreitas e severas. * * *
***
Os moveis de pês finos e
Evitemos as salas que só encurvados são verdadeiras ar-
se abrem para as visitas. Abo- madilhas. Escapam ao re-

164
*%
Façamos Nossa a Nossa Casa

quisito de solidez, que deve


memol-o sala e não quarto
ser fundamental. Do mesmo
de banho, para nos habituar-
modo as curvas, sobre curvas e
mos a lhe dar a importância
as esculpturas e xadrezados
que merece e que precisa.
de vidro são puras fantazias
de marceneiros de mau gosto. Água abundante, toalhas
Procuremos sempre as gran- grandes e limpas taes são os
des rectas e os planos largos. requisitos destes salões.
E as bellas madeiras, como
as embuyas, onde não faltam * * *
paysagens estupendas, de nós
e de fibras.
Salvo raros casos as photo-
graphias não devem constituir
* * * motivos para quadros. Guar-
demol-as num álbum de bom
Na mesa tudo deve ser largo tamanho, de onde possam ser
e baixo. Macisso, mesmo. facilmente retiradas.
O grande luxo está na alvura
impeccavel das toalhas e dos
* **
guarda-napos.

* * * Na casa tudo deve funccio-


nar sempre bem. Nada de
Numa casa bem limpa, no portas que guincham ou em-
nosso clima, os livros não perram, de torneiras que fe-
devem caber em estantes en- cham mal, de moveis que não
vidraçadas. Deixemol-os ex- assentam bem no chão. E'
postos ao ar, resguardando-os nestes detalhes que está o real
um pouco da luz, que rapida- segredo do grande conforto.
mente os queima.
* * *

O radio e a vidro Ia são


Não larguemos pelo chão facas de dois gumes. Use-
tapetinhos e almofadas miú- mos mas não abusemos.
das. Estas devem ser poucas,
mas de grande tamanho. E
as redondas e quadradas con- * * *
tinuam a ser as mais bonitas.
Os recantos e depósitos de-
* * * vem ser supprimidos o mais
possível. O que se guarda
0 aposento das installações muito tempo não possúe, em
hydraulicas deve ser o prin- geral, nenhuma utilidade. Des-
cipal de toda a casa. Cha- compliquemos a nossa vida.
ESTHETICA
FEIAS E BONITAS o modelado exquisito de u m pulso, a
graça de u m a curva flexível n a cin-
A belleza physica presta serviço t u r a , as linhas dulcissimas de u m
pratico, positivo, á m u l h e r de sua ca- pescoço de cysne, a transparência da
sa? Aqui está u m a pergunta a que concha n a orelha, a suavidade Ide
parece difficil responder; m a s a que, mão com torneados dedos, uns anneis
no fim de contas, se responde com de cabello ou u m a trança, que nos
facilidade. parecem raios do sol se são loiros,
"A belleza é u m a t y r a n n i a pouco fibras de azeviche se são negros.
tempo vivida", disse Sócrates. "Be- Leitoras, temei o h o m e m que d i -
m a v e n t u r a d a s as que não possuem g a : "Amo u m a m u l h e r de figura per-
formosura, porque d'ellas é o reino do feita, modelada p a r a a esculptura;
Amor", escreveu Balzac. tão bella é que os seus olhos, o seu
Na v e r d a d e / a belleza p a r a bem nax-iz, a sua bocca, o seu corpo, pode
pouco serve: quão grande é o n u m e r o copial-os o melhor artista p a r a u m a
de mulheres formosas, b u r l a d a s por obra p r i m a " .
seus m a r i d o s : quantas as jovens en- Esse homem não a m a , porque a
cantadoras com quem seus noivos que- belleza não é m a t é r i a sufficiente p a r a
b r a m relações amorosas! a adoração em todos os estados d a
E m compensação, que deliciosos nossa v i d a : alimenta o que t r a t a de
os lares de muitas feias, que invejada possuil-a, o a m a n t e ; depois, enfastia
m a situação d'estas no m a t r i m ô n i o ! o possuidor, o m a r i d o .
"A sorte da feia, a bonita dese- Se a m u l h e r feia, — feia precisa-
ja». Porquê? A belleza pode conside- mente não — se a m u l h e r que não é
rar-se como u m gênero commercial, bella, attrahe o homem, pode e deve
como u m a letra de cambio no m e r - gosar d'esse t r i u m p h o : será querida
, cado feminino: se t r a t a de" ganhar sempre, porque, apesar das suas i m -
admiradores, a sua cotação tem p r e - perfeições physicas, a t t r a h e por al-
,11^0; se se empenha em conserval-os, guma qualidade, que suas formosas
tem desconto. amigas não possuem.
A moral d'isto? J á a apresen- A feia é tardia, porém certa; neces-
t a v a m os antigos contos de f a d a s : vo- sita muito tempo p a r a captivar, m a s
mita-vam sapos as boccas das for- captiva com t a l força, que r e t é m o
mosas; respiravam pérolas os hálitos prisioneiro; o melhor do caso p a r a ella
das feias. é que o sabe conservar e o conserva de
tal m a n e i r a , que o servo acha m u i t o
As bellas, além do mais, estão m a l a seu gosto os cuidados de sua a m a e
acostumadas. Como se a belleza em si senhora.
não fora interessada, nós os homens
tornamol-a impossível com as nos- Pensae na devoção, que o licen-
sas attenções: esquecemos toda outra cioso rei Luiz XIV dedicou a Senhora
m u l h e r , quando estamos em. frente de de Maintenon, d u r a n t e t r i n t a annos,
u m a formosa. A Maintenon não era formosa, nem
muito m e n o s ; porém "conservou até
Tudo lhe concedemos: admiração,
p r i m e i r o ; logo cumprimentos e galan- ao ultimo momento em presença de
teios; sympathia, em seguida; .devo- seu senhor, — diz Fernando de Bru-
ção, por fim. Convertemos assim a netiére, n ' u m a das suas celebres con-
belleza em coisa essencial, não tem ferências — a timidez, a deferencia, a
coisa accessoria: não vemos n a m u - submissão de u m a esposa a m a n t e e
lher mais do que o marfim da cutis, o n a m o r a d a : empregava com Luiz XTV
vermelho nacarado dos lábios, o azul a destreza innata, instinctiva das
celeste ou o negro tenebroso dos olhos, mulheres".

166
E como este, muitos outros casos tão feia, que se possuindo outras con-
de grandes paixões em que u "métier dições muito distinctas da belleza p h y -
de f e m m e " vence a belleza: Heloísa sica, se pode comprehender que
somente p a r a Abelardo era bella; Bea- tenha impressionado homens, taes co-
triz a ninguém mais do que a Dante mo Chopin, Alfredo de Musset e Júlio
encantou ao passo que o resto dos Sandeau.
homens nada viu n'ella digno de ser E' que a mulher deve ter talento
a m a d o ; L a u r a foi u m a de tantas, que p a r a comprehender o homem e gran-
unicamente a Petrarcha enamorou; e de satisfação p a r a serril-o depois de
Jorge Sand, a grande romancista, era comprehendido.

A PERFEIÇÃO
PORZEFERINO GALVÃO
DA ACADEMIA PERNAMBUCANA

Precisas m a r c h a r p a r a a perfei- — Tem pena de ti. Vê que o co-


ção . . . disse-me um dia o bom Gênio, ração não resiste, e a intelligencia en-
passando a mão sobre os meus ca- t r a r á na penumbra, Abandona a be-
bellos que perdiam a côr da noite. bida.
Ouvi a proposta e considerei-a r a - A palavra intelligencia, dita por
zoável. De u m a porção de vícios que ultimo, vibrou muito mais alto no
possuia commigo, adquiridos por des- meu cérebro do que a outra pronun-
fastio, m a s produzindo unicamente ciada em começo.' Que me importava
dissabores, — resolvi sacrificar u m o coração, se elle não podia ensan-
d e l l e s . . . e foi o do jogo, com muito decer? E vi então, claramente, sem
desgosto dos velhos companheiros de m a i s subterfúgios, que poderia cair
banca, pois ficavam sem a m a m a t a em demência se continuasse a festejar
de todos os dias, necessitando es- as taças. Tive medo como um con-
colher outra victima, talvez mais demnado que foge de m i r a r a forca,
custosa de esfolar.
se ella se levanta p a r a esganal-o, e"
Aborreci os baralhos de figuras recuei, sem saber, entretanto, como
exóticas; tangi p a r a longe os bilhetes eliminaria o hediondo vicio, enlaçado
de loteria; antipathisei as tavolas e os ao m e u corpo qual o polvo de Victor
dados do innocente gamão. E cessaram Hugo.
immcdiatamente as angustias, que Querer é poder, entretanto, e eu
eram infalliveis, quando eu perdia quiz escapar á morte iminente, ao
dinheiro, podendo g u a r d a r cinco mil ludibrio manifesto, e afastei dos meus
reis, sem receio de que m'os tomassem. lábios o copo de veneno. As horas que
Decorreram d i a s : os meus cabel- perpassaram, longas e suecessivas, an-
los prateavam aos punhados. Voltou o tes de morrer totalmente a depravada
bom Gênio, convencido de que eu não lembrança, foram de lueta feroz, qua-
era tão intratável como parecera em- si sem tréguas. A Lógica dizia, b a -
qúanto chorava as cartas, — e collo- tendo-me no h o m b r o : "Resiste; não
cou-se deante de m i m , a admoestar, fraquejes u m só instante, e a victoria
com os olhos marejados de l a g r i m a s : será tua". A Perversão approximava-

167
A Perfeição

se de mim, collando a bôcca ao meu O meu gesto era semelhante ao de


ouvido atento e p r o p u n h a : "Segue- Clemenceau, que assim procedeu, p a r a
m e ; não escutes a cantilena dessa não sucumbir p r e m a t u r a m e n t e . P r a t i -
velha, teimosa em banir a alegria do quei como devera ter feito, h a vinte
teu peito." Cerrei os olhos como quem a n n o s ; m a s , fiquei penalisado, r e m e -
se horrorisa de contemplar um de- m o r a n d o sempre o pernicioso vicio,
sastre; medi a profundeza do abysmo com vontade de experimental-o outra
c ergui a mão espalmada p a r a o céu, vez, pois o gosto do sarro não me
j u r a n d o , á semelhança do corvo de sabia da boceá! Sentado á banca,
Edgar Poe: "Nunca m a i s ! Nunca p a r a t r a ç a r algumas linhas, eu parecia
mais!... "
a reproducção daquelle homem que
Pela terceira vez, depois de annos, perdera a sombra e tinha o incontido
reappareceu o bom Gênio. Vinha r i - desejo de procural-a. Erguia-me logo,
sonho, confiante na victoria, e falou na persuasão de que m e faltava qual-
sem delongas: quer coisa, e então recahia em m i m ,
verificando que esse objecto perdido
— O tabagismo é a morte. Entre
a bôcca e u m a chaminé a differença ou essa distracção rebuscada era ape-
é enorme. Portanto, elimina o cigarro. nas o cigarro m a l d i t o e tentador, qual
o demônio d a lenda, oecupado em
— Ai!... suspirei, curvando a perverter Santo Antão, o anachoreta da
fronte como quem recebe o ósculo do Thebaida.
d e s a l e n t o . . . Tú és b o m ; m a s , exiges
m u i t o ! . . . Nas m i n h a s noites m a l dor- Emfim, a sorte estava l a n ç a d a : qual
midas, quando o silencio me estende outro César, eu t r a n s p u z e r a o Rúbi-
as dobras do seu manto e ordena que con, e não devia retroceder, sob pena
eu medite e chore sen} testemunhas, — de d a r provas de grande fraqueza.
que companheiro terei a não ser o Coisas que valem m a i s do que um ci-
fumo que se evola em loucas espi-
garro, são fatalmente esquecidas, p a r a
raes? Porque me privas de sonhar,
a própria conservação da existência.
de olhos abertos, contemplativo qual
Pai, esposa, mãe, irmãos e amigos, a
chinez sob os vapores do ópio?
todos p e r d i . . . é exacto que soluçan-
E o bom Gênio replicou branda- do, mas sem enlouquecer de d ô r ! Por-
mente : tanto, que m e importava o cigarro, —
— Illusão! O qüe te parece sonho, o amigo falso, a quem só conhecemos,
é simplesmente o tóxico sorrateiro a depois do damno c a u s a d o ! . . .
subir c a descer — do coração ao cé- Três vicios estavam fora de com-
rebro, da retina ao pulmão. Tú te em- bate, e eu me dispunha a cantar ho-
bruteces; a tua memória se apagará sanna, principalmente pelo espaço ven-
como l â m p a d a sem azeite. cido, sem perigo de fallencia, quando
Estremeci de assombro, -lembran- me pareceu que o bom Gênio passara
do-me de que a nicotina trasformaria - pela m i n h a dianteira, sobraçando u m
a reminiscencia em p u r a sombra, con- feixe de luz, — destinado á illumina-
duzindo-a depois ao subterrâneo do ção dos cérebros. Tornei-me suspeitoso,
esquecimento, onde a insensibilidade e disse de m i m p a r a m i m : — " E l l e ' — o
e o desanimo dormem no mesmo ca- inimigo dos prazeres, a quem suppli-
tre.. E arremessei á distancia a ponta quel delicias e obtive em resposta:
de cigarro que tinha pendente dos lá- "Acalma-te, visionário! não desejes o
bios. Cuspi, como quem se purifica, que origina a m a g u a : por um prazer,
e m u r m u r e i pela p r i m e i r a vez: cem dores !..."• Sim; elle, o inflexí-
—i Immaculada coisa! Reduzir o v e l ! . . . Que quererá ainda? Até onde
estômago á-desmantelada machina dos irá pedindo que eu me despoje dos
dispéticos!.. . attributos da vida m a t e r i a l ? ! Que

* 168
»= •B-Ç

A Perfeição

perfeição é essa, reduzindo-me á im- ainda. Assim como elle pode conservar
mobilidade dos d e f u n t o s ! . . . o ódio, porque não é o mesmo p a r a a
Tencionava proseguir nos argu- perpetuidade do amor?
mentos; mas, fui interrompido, ouvin-
— O ódio é satânico; o amor c
do passadas de alguém que se avizi-
divino. Este, p a r a não perder a essên-
nhava, porém, por traz, como as m u -
cia, desaggrega-se da matéria, volatili-
riçocas fcrroam. Olhei fixamente e re-
sa-se; do contrario, tornar-se-ia um
conheci o bem Gênio: apanhara-me de
surpresa, com receio talvez de que eu foco de impurezas. Aquelle, pelas con-
escapulisse. Pegou-me nas m ã o s ; ana- dições em que nasceu, não abandona o
lisou-as. . . correu a ponta dos dedos mundo c permanece infinito, como ele-
pelas rugas da minha fronte e sorriu mento de desordem. Quem ama pela
de l e v e . . . depois m u r m u r o u : carne, não tem elevação de espirito.

—• Mais velho e menos intoxica- — I r r a ! Também isto é preceito


do!... para algum cenobita! Tem certeza que
aos 60 annos, se eu os viver, serei um
— Bom; ficarei p a r a s e m e n t e . . .
demente, um velho asqueroso e in-
disse eu, involuntariamente, compelli-
valido?
do pela ironia que sempre me con-
duziu nas suas azas de procellaria. —• Não sophismes... retrucou o
— Não ficarás p a r a semente; mas, bom Gênio. Se deixares de amar pela
invalidez physica, não teremos virtu-
terás os dias menos a t t r i b u l a d o s . . .
de, e sim, um caso naturalissimo.
Ora, a perfeição! seria magnífica, com
Quero que attinjas a perfeição, em
o teu organismo bem proporcionado, se
todo o gozo das faculadades, afim de
não o tivesses combalido desde a j u -
que possas desfruetar a candura da
ventude !
alma. Promcttes?
—• Mas, eu era pobre, educado n u m
meio vicioso, e tinha carência de sen- —• Verei se é possível... respon-
sações; portanto, só as podia buscar di, pensando numa multidão de as-
dentro do circulo das minhas levian- sumptos, cada qual mais nebuloso.
dades. Depois.. . tarde me appareceste, O bom Gênio deu-se por satisfeito
e eu j á tinha absorvido o inebriante e retirou-se.' Vendo-me só, comecei a
filtro. ref lexionar:

O bom Gênio esboçou u m riso de -=- Que coisa enfadonha é a per-


piedade, c expoz succintamente: feição ! Ainda não a consegui, confor-
me a vontade do bom Gênio-; mas, j á
— Eu te procurei varias vezes;
estou enfastiado como aquelle aldeâo
mas, tu não me deixaste falar. A tua
que votou Aristides ao ostracismo, pe-
allucinação era pertinaz.
lo unicó motivo de se lhe tornar in-
— Bem; convenho. E agora, que suportável o cognome de Justo que
me vens impor? Ainda não cheguei á davam ao grande atheniense! Sou u m
perfeição?! produeto de descontentamentos, como
devem ser os demais homens, até mes-
— P a r a a perfeição, ainda f a l t a . . .
mo os que se fingem de resignadosj.
D'aqui i quatro annos serás um
sexagenário, e b e m sabes que o amor Somente em pensar, sobrecarre-
t e m asco ás pessoas de olhos cavados guei « cérebro e tive • necessidade de
e sem brilho, faces pallidas, cabellos descanso. Busquei u m a espriguiça-
embranquecidos. deira que estava aos meus p é s ; cahi
— Não i g n o r o . . . confirmei sombrio. sobre ella, como quem se desprende de
Entretanto, o coração não resfriou u m a altura e cerrei os olhos, segundo

169
S?!

fazemos p a r a a t t r a h i r o somno. Doi-- por todos os tramites da volúpia! Re-


mi, finalmente, e deve ter sido sonho jeito a derradeira proposta de per-
o que se seguiu. Narremos com toda a feição: sou u m animal como os outros,
fidelidade. Eu t r a n s p u n h a o Cabo Tor- — sujeito-me ás mesmas condições
mentorio, isto é, a idade dos 60 annos, physiologicas. Não quero o n i r v a n a dos
sem jogo de n e n h u m a espécie, sem indús, nem appello p a r a o problemá-
bebidas espirituosas e sem cigarros, tico cortejo de h u r i s no paraiso de
que tanto me enfumaçaram durante Mafoma.
oito lustros. Examinava-me n o t a n d o :
a memória fresca; a bocca sem a m a r - Mal terminava este discurso, quan-
go e a lingua sem s a b u r r a . A tosse do ouvi u m a voz extranha, desagra-
desapparecerá; o arthritismo diminui- dável, a dizer em falsete:
r á consideravelmente. Nestas condi- — Não t e amofines: eu serei a
ções eu iria ser o segundo Luiz Cor- esposa desejada. Espera pelo m e u bei-
n a r o ; m a s . . . (tudo tem o seu po- j o ; não escondas a fronte.
r é m ! ) . . . do amor, apenas me ficara
a visão ! . . . Eu estava impeccavel, — Olhei, resolutamente, p a r a ver
marchando p a r a o tabernaculo da in- quem me falava com t a m a n h a i m -
nocencia. Era, emfim, a grande per- prudência, e senti um calafrio per-
feição, idealisada pelos theologos, exi- correr-me toda a espinha dorsal. Mar-
gida pelo bom G ê n i o . . . E eu, na fir- chava, p a r a mim, de braços abertos,
me convicção de que deixara de amar, o horripilante esqueleto da Morte! Ten-
entreguei-me á tristeza, com u m de- tei expedir u m grito, e a voz sumiu-
sejo- immenso de succumbir, de espe- se, estrangulada pelo terror. Metti os
daçar quanto antes esse trapo de vida pés, p a r a fugir desabaladamente; e de
a que estava miseravelmente apega- facto, saltei no meio da sala, sacudin-
do, qual o naufrago a u m a fragilissi- do os braços, como quem repelle u m
m a taboa. inimigo, olhando em redor, como quem
procura um objectç-. Acordara: o co-
Lembrei-me do s u i c í d i o . . . não, ração p a l p i t a v a ; a testa estava alaga-
pela fome, como o desastrado Mac da de suor, tão frio como o dos mori-
Swiney, porém, á moda Lucrecio, que bundos. Tardei u m pouco em reconsti-
teve o bom senso de finar-se pela in- tuir as idéas, m a s conclui:
gestão do um veneno suave. Sim; era
preferível morrer, a continuar vege- — Um sonho! Um pesadelo hor-
tando, desfazendo-se aos pedaços, rível ! Entretanto, será esse o desen-
caindo no ridiculo, que vinha a «galope, lace, e talvez mais breve do que se
p a r a o malfadado e n c o n t r o . . . E m o - i m a g i n a ! . . . Que lueta, p a r a lograr a
nologuei, com u m soluço preso na gar- perfeição! Que logro depois de ob-
ganta : tel-a!...
— T u d o . . . menos a insipidez de vi- E sentei-me novamente, a olhar
ver sem u m a carícia de m u l h e r for- p a r a o tecto, a contar os caibros, sem
mosa. Quando nem Adão supportou a o menor desejo de a b r a ç a r a noiva
ausência de u m a companheira, elle que que me surgira, emqúanto eu resom-
fora criado exclusivamente p a r a a nava á sesta, pensando na velhice, dis-
s o l i d ã o . . . quanto mais eu que passei cutindo o dilemma"da perfeição.

*<5S
170
1






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