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Bíblia  - Estrutura didática

 
1.     Origem
 
Foi no seio do povo hebreu que nasceu a Bíblia.
A Bíblia é a coleção dos livros que contêm a Palavra de Deus. A Bíblia é uma
mensagem que Deus dirigiu e continua a dirigir aos homens, através dos
homens.
O termo grego donde provém a palavra Bíblia significava originariamente: os
Livros. Em Latim, este termo transformou-se num singular e passou a designar
exclusivamente coleção dos textos que formam a Sagrada Escritura.
A Bíblia completa contêm 69 escritos (71 ou 72 - conforme diversas maneiras
de contar), obras de numerosos autores, tendo cada um deles caracteres
próprios.
Os títulos destes livros lembram por vezes o nome dos seus autores, outras
vezes o nome dos seus destinatários ou ainda os assuntos que neles são
tratados. É-nos desconhecido o nome de muitos desses autores; alguns
escritos são o produto de uma colaboração ou constituem uma coleção de
textos antigos compilados posteriormente. Os autores bíblicos viveram em
lugares e em ambientes muito diversos: cada um deles imprimiu na sua obra
traços muito característicos de sua personalidade.
 
2. As Divisões da Bíblia
 
Divide-se a Bíblia em duas grandes partes, chamadas respectivamente
ANTIGO e NOVO TESTAMENTOS, sendo:
1ª parte: Antigo Testamento (AT) - 42 livros
2ª parte: Novo Testamento (NT) - 27 livros
 
Divisões do Antigo Testamento:
1º. grupo: A Lei                         5 livros
2º. grupo: A História                  15 livros
3º. grupo: A Poesia                    5 livros
4º. grupo: As Profecias              17 livros
 
Divisões do Novo Testamento:
1º. grupo: Biografia                    4 Evangelhos
2º. grupo: A História                  Atos dos Apóstolos
3º. grupo: Epístolas                    21 cartas
4º. grupo: Profecias                    Apocalipse
 
 
3. O Antigo Testamento
 
A coleção dos livros do Antigo Testamento originou-se no seio da comunidade
dos Judeus que a foram ajuntando no decorrer de sua historia. Dividíramos em
três partes:
 
1. A Lei (Torá). Contêm os cinco livros (chamados mais tarde de “O
Pentateuco”, que significa os cinco volumes), formando o núcleo fundamental
da Bíblia. Esses cinco livros são o Gênesis, o Êxodo, o Levítico, o Números e o
Deuteronômío. Escritos por Moisés.
 
2. Os Profetas. Os judeus compreendiam por esse título não somente os livros
que hoje são denominados Profetas, mas também a maioria dos escritos que
hoje costumamos chamar Livros Históricos.
3. Os Escritos. Os judeus denominavam por este nome os livros dos Salmos,
dos Provérbios, de Jó, do Cântico dos Cânticos, de Rute, das lamentações, do
Eclesíastes, de Ester, de Daniel, de Esdras e Neemias com as Crônicas.
 
É a essa divisão que se refere o divino Mestre quando mais de uma vez (p. ex.
Mat. 22, 40) falou “A Lei e os Profetas”.
Essa coleção já estava terminada no segundo século antes de nossa era.
Nessa mesma época os Judeus já estavam, em parte, dispersos pelo mundo.
Uma importante colônia judaica vivia então no Egito, nomeadamente em
Alexandria, onde se falava comumente a língua grega. A Bíblia foi então
traduzida para o grego. Alguns escritos recentes lhe foram acrescentados sem
que os judeus de Jerusalém os reconhecessem como inspirados. São os
seguintes livros: Tobias e Judite alguns suplementos dos Livros de Daniel e de
Ester os livros da Sabedoria e do Eclesiástico, Baruc e a Carta de Jeremias,
que se lê hoje no último capítulo de Baruc. A igreja Cristã admitiu-os como
inspirados da mesma forma que aos outros livros.
No tempo da Reforma, os Protestantes, depois de terem hesitado por algum
tempo, decidiram não mais admiti-los nas suas Bíblias, pelo simples fato de
não fazerem parte da Bíblia hebraica primitiva. Daí a diferença que há ainda
hoje entre as edições protestantes e as edições católicas da Bíblia. Quanto ao
Novo Testamento não há diferença alguma.
A Bíblia divide os 46 livros do Antigo Testamento do seguinte modo (alguns
contam 44 livros, um indo Jeremias, Lamentações e Baruc):
 
1. Pentateuco: Os cinco livros iniciais escritos por Moisés: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números, Deuteronômio.
 
2. Os Livros Históricos: Josué, Juizes, Rute, os dois Livros de Samuel, os dois
Livros dos Reis, os dois Livros das Crônicas ou Paralipômenos, os dois Livros
de Esdras e Neemías, os três livros de Tobias, Judite e Ester e, por fim, os dois
Livros dos Macabeus.
 
3. Os Livros Sapienciais: Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes, o
Cântico dos Cânticos, o Livros da Sabedoria e o Eclesiástico.
 
4. Os Livros Proféticos, designados pelo nome dos Profetas: Isaías, Jeremias
(ao qual se acrescentam as Lamentações e Baruc), Ezequiel, Daniel, Oséias,
Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias.
 
 
4.  O Novo Testamento
 
A coleção dos Livros do Novo Testamento começou a formar-se na segunda
metade do primeiro século na nossa era.
Seus 27 livros são assim distribuídos:
 
1. Cinco livros Históricos: Os Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e
João, e os Atos dos Apóstolos.
 
2. Vinte e uma cartas dos Apóstolos. Paulo escreveu 14 cartas: 1 aos
Romanos, 2 aos Coríntios, 1 aos Gálatas, 1 aos Efésios, 1 aos Filipenses, 1
aos Colossenses, 2 aos Tessalonicenses, 2 a Timóteo, 1 a Tito, 1 a Filemon e
1 aos Hebreus. As outras cartas são as seguintes: 1 de Tiago, 2 de Pedro, 3 de
João de Judas.
 
3. Um livro Profético: O Apocalipse de João.
 
As duas coleções que formam a Bíblia foram sendo traduzidas do grego para o
latim desde o segundo século da nossa era. Mas a tradução latina mais
espalhada é a que fez São Jerônimo, à base dos textos originais hebraicos e
gregos, no fim do quarto século, denominada "Vulgata" (Vulgarizada).
 
5. O Sentido Espiritual da Bíblia
 
O Velho e o Novo Testamento
 
Entre o Velho e o Novo Testamento encontram-se diferenças profundas e
singulares, que se revelam, muitas vezes, como fortes contrastes aos espíritos
observadores, ansiosos pelas equações imediatas da experiência religiosa.
O Velho Testamento é a revelação da Lei. O Novo é a revelação do Amor. O
primeiro consubstancia as elevadas experiências dos homens de Deus, que
procuravam a visão verdadeira do Pai e de sua Casa de infinitas maravilhas. O
segundo representa a mensagem de Deus a todos os que O buscam no
caminho do mundo.
Com o primeiro, o homem bateu à porta da moradia paternal, perseguido pelas
aflições, que lhes flagelavam a alma, atribulado com os problemas torturantes
da vida. O Evangelho é a porta que se abriu, para que os filhos amorosos
fossem recebidos. No Velho Testamento, a estrada é longa e, vezes sem
conta, as criaturas humanas desfaleceram, entre os sofrimentos e as
perplexidade. No Novo, é a estrela da manhã espiritual, resplandecendo de
amor infinito, no céu de uma nova compreensão.
No primeiro, é o esforço humano. O Evangelho é a resposta divina.
A Bíblia reúne o Trabalho Santificador e a Coroa da Alegria.
O Profeta é o Operário. Jesus é o Salário na Revelação Maior. Eis porque, com
o Cristo, se estabeleceu o caminho depois da procura torturante. E é por esse
caminho que a alma do homem se libertará da Babilônia do mal, que sempre
lançou o incêndio no mundo, em todos os tempos.
A Bíblia, desse modo, é o divino encontro dos filhos da Terra com o seu Pai.
Suas imagens são profundas e sagradas. De suas palavras, nem uma só se
perderá.
Um dia, no cimo do monte da redenção, os homens entregar-se-ão, de braços
abertos, ao seu Salvador e Mestre. Então, nessa hora sublime, resplandecerá,
para todas as consciências da Terra, a Palavra de Deus.
 
(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, Coletânea do Além, O Velho e o Novo
Testamento, p. 108)
Caro amigo, na próxima postagem vamos trazer reflexões quanto ao estudo do
Evangelho. sds fraternas
beto costa

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