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Livro do Êxodo

Êxodo é palavra de origem grega e significa


“saída, retirada”; em hebraico é
chamado Shemot (nomes), porque o livro começa
lembrando os nomes dos filhos de Israel que foram
para o Egito (Ex 1,1).

O grupo, que faz a experiência da divindade que


se mostra sensível à violência e à injustiça, conseguiu
fugir da opressão do Egito e se integra a outros
grupos de pastores e camponeses, formando o povo
de Israel nas montanhas de Canaã (Palestina).
Javé age junto com o povo, que busca vida e
liberdade.

Deus abre ao povo um caminho no mar,


acompanha-o no deserto até chegar à Terra
Prometida.

No monte Sinai o povo celebra uma aliança e o


Senhor o proclama “seu povo eleito”.
A história do livro do Êxodo levou vários séculos até
ficar pronto como o conhecemos hoje. Abrange uns
oitocentos anos de história. O livro é fruto de longa
caminhada que reflete, mais do que fatos históricos, um
processo de releituras e reinterpretação teológica da
história da origem de Israel.

Podemos perceber ao longo do texto várias etapas:


iniciando com o refrão de Maria ou Míriam (Êxodo
15,20s) por volta de 1200 AC e concluindo com a
redação final do livro por volta de 400 AC.
Há várias possibilidades de
dividir o livro do Êxodo, optamos
por dividi-lo em três partes:

A primeira fala da opressão


no Egito, dos prodígios que Deus
operou para libertar seu povo e
da celebração da páscoa (1,1-
15,21)
A segunda narra a
passagem pelo mar e a
caminhada pelo deserto
até chegar à Terra
Prometida (15,22-18,27);
A terceira conta
como foi celebrada a
aliança no monte Sinai,
apresenta as instruções
dadas por Moisés, o
“bezerro de ouro” e a
construção do santuário
(19-40).
A primeira parte (1,1-15,21): narra a opressão, a
mediação e a libertação dos hebreus.

Deus ouve o clamor do povo, desce para libertá-


lo e fazê-lo subir para uma terra fértil (Ex 3,7-8).

Javé convoca Moisés para a difícil tarefa de


libertar o povo das mãos do faraó (Ex 3,10).
Moisés tenta convencer o faraó para que o
deixe partir, mas o faraó resiste.
Diante da recusa do faraó, começa um confronto
mais pela persuasão do que pela força, é o recurso
das “dez pragas” (Ex 7-10), fenômenos muito
conhecidos no antigo Egito.

Sejam elas fenômenos naturais ou fatos


maravilhosos, o importante é perceber o que está
em jogo: é uma disputa entre o oprimido e o
opressor, entre os representantes de Javé e os
representantes do faraó.
O mais forte vencerá. O processo de libertação do
Egito nos mostra que Moisés e Aarão usaram a “arma
da persuasão”, não foi uma ação violenta, o povo não
se armou, não formou um exército poderoso nem foi
uma ação terrorista.
Antes de partir para a caminhada no deserto os
hebreus celebraram a páscoa, representando a
passagem da escravidão para a liberdade.
Na noite antes de partir, o povo celebra a páscoa
(Ex 12-13) e esta parte conclui com o bonito cântico de
Moisés e Míriam (Ex 15), celebrando a vitória.
A segunda parte (15,22-18,27): relata a caminhada
de Israel do Egito para o Sinai.

É como que um resumo da experiência de Israel no


deserto. Aí acontecem as murmurações do povo contra
seu Deus e contra seus líderes (Ex 15,24; 16,2-3.8-9;
17,2-3).

Temos relatos que descrevem milagres, como a


presença de comida e água em lugar hostil (Ex 16,13-
16; 17,4-7).
Javé alimenta e sacia seu povo em sua
permanência no deserto.

A caminhada pelo deserto simboliza também a


vida que é uma contínua busca de sentido individual e
comunitária.
A terceira parte (19-40): o povo chega ao Sinai,
onde Moisés recebe as leis e Deus faz uma aliança com
seu povo.

A expressão maior dessa aliança está no Decálogo,


popularmente conhecido como “os dez mandamentos”
(Ex 20,1-17).

O objetivo primeiro do Decálogo é a vida e a


liberdade das pessoas.
As leis têm em vista a defesa da vida do povo.
Nessa parte, distinguem-se:

o código da aliança (Ex 19-24),


as instruções sobre a construção do santuário (Ex 25-31);
a ruptura da aliança e sua renovação (Ex 32-34);
a execução das instruções do santuário (Ex 35-40).
Estrutura geográfica do acontecimentos:

I. Israel no Egito (1,1 — 13,20).


II. Israel no deserto (12,1 — 18,27).
III. Israel no Sinai (19,1 — 40,38).
Principais acontecimentos na vida de Israel:

• Israel escravizado no Egito - 1, 2


• Israel no processo de libertação - 3-15, 22
• Israel viajando no Sinai – 15, 23 - 19
• Israel recebendo a Lei – 20 - 23,32
• Israel em adoração – 24,31, 33,40
Situando na História

Êxodo inicia sua narrativa descrevendo a descida


do Patriarca Jacó e sua família para o Egito, eram 70
pessoas, e registrando por nome as 12 tribos de Israel:
Rúben, Simeão, Levi, Judá, Gade, Zebulom, Issacar, Dã,
Naftali, Aser, Benjamin.

Nasce um grande povo.


O grande número preocupa o faraó.
Ele (o faraó) manda
que as parteiras matem
os bebês nascidos
meninos (Ex 1).

Nasce Moisés.

A mãe o coloca numa


cesta, que é resgatada
pela filha do Faraó, que o
cria (Ex 2).
Depois de grande,
Moisés se interessa pelo
seu povo e não aceita
vê-lo oprimido.
Acaba matando um
egípcio que maltratava
um judeu.
Para não cair nas mãos da justiça, foge para a
região de Madiã, onde, depois, casa-se com Séfora (Ex
2).

Após casar-se com Séfora, Moisés passou a


trabalhar para seu sogro, Jetro, cuidando de seus
rebanhos. (Cf. Ex 3,1)
A sarça ardente:
2O anjo do Senhor apareceu-lhe
numa chama de fogo, no meio da sarça. Ele
olhou e viu, e eis que a sarça ardia no fogo
mas não era devorada. 3Moisés disse: “Vou
adentrar-me para ver esta grande visão:
por que razão não se consome a sarça?”
4O Senhor viu que ele se adentrava para

ver; e Deus chamou-o do meio da sarça:


«Moisés! Moisés!» Ele disse: «Eis-me
aqui!» 5Ele disse: «Não te aproximes daqui;
tira as tuas sandálias dos pés, porque o
lugar em que estás é uma terra santa.»
Missão de Moisés:
“10E
agora, vai; Eu te envio ao faraó, e faz sair do Egito o meu
povo, os filhos de Israel.”

Revelação do nome divino:


“13 Moisés disse a Deus: “Mas, se eu for aos israelitas e lhes
disser: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’, e eles me
perguntarem: ‘Qual é o seu nome?’, que devo responder?”
14 Deus disse a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. E
acrescentou: “Assim responderás aos israelitas: ‘Eu sou’
envia-me a vós”.

‫יהוה‬
YHVH
Sinais dado a Moisés: cajado
torna-se cobra e mão leprosa.

Depois, Moisés disse a Deus


que não poderia ser ele a falar
com o faraó, pois tinha
problemas na fala.

Encontro com Aarão.


Ex 4
Moisés vai e se
coloca frente à
frente com o Faraó.

Dá-se, então, os
sinais da presença de
Deus, mas o Faraó
não cede. Ex 7,8-13
AS PRAGAS DO EGITO:
1ª. As águas tornam-se em sangue 7,14-25
2ª. Praga Rãs 8,1-15
3ª. Praga Piolhos 8,16-19
4ª. Praga Moscas 8,20-32
5ª. Praga Peste nos animais 9,1-7
6ª. Praga Úlceras 9,8-12
7ª. Praga Chuva de pedras 9,13-35
8ª. Praga Gafanhotos 10,1-20
9ª. Praga Trevas 10,21-29
10ª. Praga Morte dos primogênitos 12,29-36
A Páscoa

Ex 12
A ROTA DO ÊXODO (Dentro do Livro do Êxodo)

A saíram os filhos de Israel do Egito, partindo de Ramassés:


1. Ramassés a Sucote – 12,37-38 – 600.000 homens com sua
famílias, gado, ouro..
2. De Sucote a Etã – 13,20.. – A presença de Deus na nuvem.
3. De Etã a Pi-Hairote – 14,2... – onde se deu a travessia do
mar vermelho – uma ida sem volta.
4. Do Mar vermelho até Mara – 15,23 - Águas amargas,
ficaram doces ... “Se me ouvires...” 15,26
A ROTA DO ÊXODO (Dentro do Livro do Êxodo)

5. De Mara a Elim (15:27) – muitas fontes de água


6. De Elim a Sim (16:1) - panelas de carne - codornizes
7. De Sim a Refidim (17:1) –Murmuração e água da rocha,
enfrentam a primeira guerra com os Amalequitas
8. De Refidim ao Sinai (19:1,2) – 3º mês de caminhada e ali
ficaram por 1 ano.
O Mar Vermelho

Depois que foram embora do Egito, o faraó se


arrependeu da libertação de seus escravos e foi,
juntamente com 600 carros do seu exército, atrás do
povo. Nisso, os hebreus se depararam com o mar.
Moisés colocou o cajado na água, o mar se abriu e eles
passaram.
Enquanto isso, os egípcios os alcançaram e
entraram no mar aberto. No entanto, as águas
baixaram novamente e não sobrou nenhum soldado.
(Ex 14)
Canto de vitória.
“Cantemos ao Senhor,
porque se vestiu de
glória; precipitou no
mar vermelho cavalo e
cavaleiro”. (Ex 15)
O Maná (Ex 16)
Moisés pede Deus alimento especial, na manhã seguinte aparece
grãos de aparência gelatinosa e branca. O povo se pergunta: Man hu? Que é
isso? Moises disse: É o pão que o Senhor vos envia. Vão chamá-lo depois de
Maná (Ex 16,13-15.31).
Aparência: Grossura do grão de cariandro (abundante no Egito; na
península do Sinai e no Jordão. Assemelha-se a uma resina aromática de cor
amarelada (Num 11,7)
Seu gosto era de uma torta feita com óleo ou mel (Num 11,8 e Ex
16,31) Podia ser triturado e cozido ao fogo, para se confeccionar pães.
Cuidados especiais: derretia ao calor do sol: deviam ser recolhidos
antes do nascer do dia (do sol). Não se conservava mais do que 24 h. (Ex
3,64)
Se alimentava também com viveres e animais que encontravam no
caminho.
Ex 17 – A água
da rocha

Ex 18 – Encontro
de Jetro com
Moisés
A ALIANÇA (Ex 19)

O DECÁLOGO (Ex 20)


O código da Aliança e
as instruções
referentes à
construção do
Santuário e ministros.
(Ex 21-31)

Arca da Aliança
(Ex 35,10...)
Tábuas da Lei
Ex 31,18

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