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INTRODUÇÃO AOS LIVROS PROFÉTICOS:

-O que é, ou quem é um profeta?

 A palavra profeta não quer dizer “aquele que prediz o futuro” – isso é Deus
quem faz. Profeta é aquele que “fala em nome de Deus” – para predizer o
futuro, ou para interpretar o presente.

-O que é então, uma profecia bíblica? Vamos por etapas:

a) Você conhece as leis (mandamentos, princípios etc) de Deus.


b) Você sabe o que está acontecendo (se passando) no mundo – contexto
cultural, político, ideológico e religioso.
c) Você traz uma resposta ao ‘povo de Deus’ com base na Lei (Palavra) dentro
do contexto atual da sociedade:
 Por que estamos assim?
 Quanto tempo isso durará?
 Como vamos sair disso?
 O que será de nós?

- Profetas e falsos profetas

Falsos profetas, como identificar:

 Profecias? (Dt 18:20-22): se o que ele disse não acontecer, não foi um profeta
que falou. Isso é uma verdade. Mas, o que impede de um falso profeta largar
uma ‘profetada’ e nunca mais aparecer? – Refletir quantas vezes você já viu
isso acontecer.
 Sinais? (Mc 13:22-23): lembremo-nos que sinais, até satanás tem os seus
(recordar as passagens de Exodo, quando Moisés realizou vários sinais, e os
magos do Egito replicaram).
 Frutos? (Mt 07:15-16): outra referência verdadeira, entretanto uma pessoa
falsa e de mau caráter é capaz de tudo, inclusive simular ter bom caráter.

Podemos ver que, nem mesmo quando seguimos os requisitos bíblicos,


estaremos ilesos de sermos ‘envolvidos’ por falsos mestres (profetas). Iremos agora
analisar, na bíblia, a conduta de um homem que foi claramente classificado como um
falso profeta.

Balaão: (história registrada no livro de Números capítulos 22 a 24).


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Analise minuciosa:

 22:1-7 primeira proposta, recusada.


 Segunda proposta, Deus permite Balaão partir – um propósito: Mostrar que
Ele guarda Israel. Porém, só se ele (Balaão) fosse chamado (vers. 20-21)
 Balaão parte sem ser chamado, a mula se manifesta (vers. 22-30).
 Ele tem contato com o Anjo do Senhor (vers. 22-30).
 Resumindo: por 4 vezes, Balaão abençoa Israel sendo que na ultima sobra
uma maldição para Abimeleque.

Vimos, pelas passagens citadas, que Balaão preencheu vários requisitos de um


profeta: falava em nome de Deus, tinha visões de Deus (Anjo do Senhor), viveu
sinais de Deus (jumenta falando), obedecia princípios (recusou suborno).

O problema de Balaão: fez o povo corromper-se, mostrando (ensinando) a


seus adversários como vencer Israel; bastava eles, os israelitas, abandonarem os
princípios de Deus – um deles era o de que os líderes, não deveriam se casar com
mulheres estrangeiras. (Nm 31:16; Ap 2:14; Jd 1:11). Sendo assim, Balaão deturpou
a doutrina do povo de Deus. Isso é “imperdoável”.

- O verdadeiro Profeta:

 Denunciará aquilo que está errado, custe o que custar (inclusive a própria
vida):
a) Injustiças sociais
b) Imoralidade sexual
c) Idolatria
d) Prostituição espiritual
e) Aliança com outros povos/reis
 Como ele sabe disso tudo?
 Intimidade com Deus;
 Como ele consegue essa intimidade?
 Conhecendo seus preceitos;
 Onde eles estão:
 Na sua PALAVRA.
 Também mostrará uma saída (II Cr 7:14)
a) Se converter
b) Voltar a buscar
c) Abandonar as práticas pecaminosas
d) Purificação
e) Santificação

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-O desafio do Profeta:

Falar o que Deus manda:

 Coisas boas para pessoas boas, OK.


 Coisas desagradáveis (repreensão) para perdidos e ímpios, Ok também.

Mas, e no caso contrário:

 Jeremias teve que levar uma mensagem de juízo para Judá, o povo escolhido
e amado de Deus.
 Daniel, teve uma mensagem de exaltação, da parte de Deus, para
Nabucodonosor, rei da terrível Babilônia.

A “Doutrina do Profeta”:

‘Seu coração estará inundado do amor de Deus, e sua mente estará


dominada pela sua palavra’. – Pr Jeferson (Dú).

Quando verifico o “nível” de um profeta, vem em minha mente o referencial


bíblico deles – Elias. Vamos analisar dois textos para compreender tamanha
intimidade que esse homem tinha com Deus:

“Então Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor de
Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá,
senão segundo a minha palavra”. I Rs 17:01

“E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que fico diante de Deus, e fui
enviado para falar-te e dar-te estas alegres noticias. E agora ficarás mudo e não
poderás falar até o dia em que estas coisa aconteçam, por que não crestes nas
minhas palavras que a seu tempo se cumprirão”. Lc 1:19-20

Percebe-se nitidamente a semelhança no teor da mensagem e na


autoridade/intimidade do mensageiro. Um anjo que assiste no trono de Deus e
contempla a sua face; um profeta, mero mortal, tem o privilégio de não ter a face de
Deus ocultada. Acho que, essas passagens trazem uma bela noção prática da
passagem da oração do Pai Nosso: “(...) assim na Terra como no Céu”.

Devemos aprender a diferenciar:

 Revelação: até os espíritos malignos – guiando pessoas - fazem isso (At


16 – a jovem com espirito de adivinhação)
 Clarividência: os demônios reconhecem as coisas terrenas e espirituais
(o gadareno – possuído por uma legião).
 Profecias: só os profetas – amparados pela intimidade com Deus.

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- A importância do Profeta/Profecia:

Devemos também nos lembrar que o profeta nem sempre exercia uma cargo
de “condenador” de Israel (apesar disso ocorrer com frequência). Os profetas
também eram usados para trazer mensagens de esperança e consolo para o povo
em momentos difíceis. Essa é outra característica marcante de um ministério
profético: lembrar das promessas (feitas até mesmo por outros profetas) que Deus
sempre estaria ao lado do seu povo, que honraria com sua palavra mesmo que Israel
virasse as costas para Ele; e que as nações que foram ferramentas de ‘punição’ para
Israel, não ficariam impunes.

Lembrei-me também de outra passagem muito importante:

‘Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz’. Pv
29:18.

Sim, o povo se corrompe por dois motivos:

a) Sem exortação, o povo mergulhará em pecados, ficará corrompido pelas


influências que o cerca, ao invés de influenciar.
b) E, sem esperança, o povo também mergulhará numa crise de desanimo e
incredulidade.

Na maioria das vezes, o profeta exortava os lideres (reis principalmente) e


dava esperança para o povo injustiçado pelos mesmos lideres – porém haviam casos
em que isso era ao contrário. Mas sempre apontando uma saída, ou um destino, que
era a restauração da nação eleita e a Glória do Senhor.

- Profetas “ocultos”:

Antes de entrarmos de vez nos Livros proféticos, devemos nos lembrar dos
profetas que foram de suma importância para Israel, mas não possuem ‘escritos’ que
carregam o seu nome – o próprio Elias, não tem o “Livro de Elias”, porém é o profeta
referencial do A.T. Outro que podemos citar é o seu sucessor, Elizeu. Suas narrativas
se encontram nos livros históricos. Samuel, o profeta/juiz, tem dois livros que
carregam seu nome, porém não são classificados como proféticos, pois tem uma
narrativa bíblica voltada a historiar o fim dos juízes e o inicio da monarquia (e
podemos afirmar que nasce nesse período também o ministério profético).

O próprio Moisés, o profeta que Deus falava face a face, tem seu chamado
(profético) e sua história infundida no Pentateuco. Temos o caso de Natã, profeta
‘monárquico’ que teve participação importante nos reinos de Davi e Salomão.

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Vamos fazer agora revisão da divisão temática dos livros do A.T.:

“A Lei confere o fundamento para Cristo; a História mostra a preparação


para sua vinda. Na Poesia identificamos uma aspiração a Cristo, e na
profecia, uma expectativa por Ele”.

São nos escritos proféticos que encontraremos o apontamento e a


necessidade de um Messias. Pois durante toda narrativa que estudamos até agora,
percebe-se que, de tudo o que Deus planejou, nada saiu do seu controle; e tudo o
que o homem fez, aponta para a necessidade da maior intervenção divina da
história: a Encarnação do Verbo. E nesse quesito, os escritos proféticos, são os que
nos trouxeram maiores expectativas e esperança.

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