Você está na página 1de 3

PCHS –  

CHS 209 TÓPICOS ESPECIAIS: O “outro” como sujeito de pesquisa e


ação: abordagens metodológicas
Prof. Livia De Tommasi

EMENTA: Dialogar com a sociedade é a medida da relevância do conhecimento cientifico.


Especificamente no âmbito das ciências sociais, o trabalho de campo coloca questões complexas
para os pesquisadores. Como colocar a produção do conhecimento acadêmico em diálogo com
outros saberes, produzidos nas práticas cotidianas? Como superar o isolamento do saber-poder
legitimado como saber especialista? Como superar desconfianças e distâncias entre pesquisadores e
interlocutores em campo que, por vezes, se colocam como entraves intransponíveis? Como tornar o
trabalho de campo ocasião para a construção de pontes? Como valorizar identidades hibridas de
pesquisadores/atores, sem prejudicar o exercício da crítica? O curso pretende resgatar mapas
cognitivos e operativos, ferramentas voltadas a estabelecer uma relação forte entre teoria e prática, a
produzir conhecimentos com ou por (e não sobre) atores sociais, tensionando a função autor.
Tradições de pesquisa diversas que, em América Latina, Itália, França, tiveram, em anos passados,
uma relevância considerável, deixando uma herança a ser atualizada, em diálogo com abordagens
epistemológicas e metodológicas contemporâneas (a pesquisa-ação de Fals Borda, a conricerca do
operaismo italiano, a intervenção sociológica do CADIS, a autoetnografia, o feminismo).

AULA 1. Apresentação da proposta, apresentação dos participantes, motivação, acordos


Loic Wacquant: A crítica como solvente da doxa. In: As duas faces do gueto.

AULA 2. SOBRE TRABALHO DE CAMPO


Evans Pritchard, Bruxaria, Oraculos e Magia entre os Azandres, Anexo IV. Zahar, 2005.
William Foote Whyte, Sociedade de Esquina, Posfácio. Zahar, 2005.
Loic Wacquant: Corpo e Alma. Cap. I.

AULA 3: PESQUISA PARTICIPANTE E PESQUISA AÇÃO NA AMERICA LATINA (1)


Carlos Rodrigues Brandão (Org.) (1981). Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense.
Carlos Rodrigues Brandão (Org.) (1999). Repensando a pesquisa participante. São Paulo:
Brasiliense.
Zoraida Arcila Aristizábal, La formación del investigador social en la Universidad Nacional de
Colombia (1959-1968). Revista Colombiana de Sociologia. Vol. 42, n. 2, 2019.
Leitura complementar: Gonzalo Cataño, Orlando Fals Borda, sociólogo del compromiso, Revista de
Economía Institucional, vol. 10, n.º 19, segundo semestre/2008
Maria Luisa Sandoval Schmidt, Pesquisa participante: alteridade e comunidades interpretativas

AULA 4: PESQUISA PARTICIPANTE E PESQUISA AÇÃO NA AMERICA LATINA (2)


Michel Thiollent, Crítica metodológica, Investigação social e enquete operaria. Ed. Polis, 1987.
David Tripp, Pesquisa-ação: uma introdução metodológica, Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31,
n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005

AULA 5: L’ INTERVENTIONS SOCIOLOGIQUE DO CADIS


François Dubet et Michel Wieviorka: L’intervention sociologique. LSP/RIAC : un demi-siècle de
débats sociaux et politiques. Numéro 75, 2016
Olivier Cousin et Sandrine Rui: La méthode de l'intervention sociologique: Évolutions et
spécificités. Revue française de science politique, 2011/3 Vol. 61

AULA 6. OPERAISMO E CONRICERCA


Michele Filippini, Federico Tomasello: Il pensiero come arnese. Note sul metodo operaista degli
anni sessanta

AULA 7: EXPERIENCIAS ENTRE PESQUISA E MILITÂNCIA

Nociones comunes: experiencias y ensayos entre investigación y militância. Revista Derive


Approdi, Precarias a la deriva, Revista Posse, Colectivo Situaciones, Grupo 116, Colectivo Sin
Ticket... Madrid: Traficantes de Sueños, 2004.

AULA 8: EXPERIENCIA ETNOGRAFICA E FUNÇAO AUTOR


James Clifford. “Sobre a autoridade etnográfica”. In: CLIFFORD, James. A experiência
etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002, p. 17-62.
Clifford Geertz (1989a). El antropologo como autor. Barcelona, España: Paidos.
George Marcus. O intercâmbio entre arte e antropologia: como a pesquisa de campo em artes
cênicas pode informar a reinvenção da pesquisa de campo em antropologia. Rev. Antropol. [online].
2004, vol.47, n.1, pp.133-158.

Leitura complementar:
Michel Foucault (1979). What is an author?In J. V. Harari (Ed.), Textual strategies. New York:
Ithaca.
AULA 9: DIALOGOS
AA. VV. Antropologia e seus espelhos: a etnografia vista pelos observados. 1994.
Epistemologia colaborativa:
WEIZMAN, Eyal. Forensic Architecture: Hacia una estetica investigativa. Cidade do México: RM,
2018

AULA 10: AUTOETNOGRAFIA


Carolyn Ellis, Tony Adams, Arthur Bochner. Autoetnografía: un panorama. Astrolabio, n. 14, 2015.
Silvia Calva (org.) Autoetnografia: uma metodologia qualitativa. Mexico. 2019

AULA 11: ABORDAGEM FEMINISTA


Jenne Favret-Saada. Ser afetado. Cadernos de campo, n. 13, 2005, p. 155-161.
Donna Haraway. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da
perspectiva parcial. Cadernos Pagu (5) 1995: pp. 07-41
Patricia Hill Collins. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento
feminista negro. Revista Sociedade e Estado, vol 31, n 1, 2016, p. 99-127.
Lila Abu-Lughod, A Escrita contra a Cultura, Equatorial, Natal, v. 5, n. 8, jan/jun 2018

AULA 12: Discussão das propostas de trabalhos finais. Avaliação do curso.

Você também pode gostar