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PESQUISA EM INOVAÇÃO EM PSICOLOGIA

O SILÊNCIO DO
ADOLESCENTE

DIREITOS AUTORIAS AUTORIZADO


NO PROCESSO
PSICOTERÁPICO
CRP - 08/04920-0

Maria Salete Arenales-Loli WWW.ARENALESBOOKS.COM.BR


Partindo de minha experiência clínica, observo que os adolescentes se mostram

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muito ansiosos e angustiados diante dos longos silêncios nas sessões.

Considerei oportuna a experiência relatada no atendimento de diversos


pacientes que passaram pelo processo de psicoterapia no período de suas

adolescências, e hoje, na condição de adultos, “reclamarem” da dificuldade de


relatar seus sentimentos naquela época e da ânsia mobilizada nos longos

silêncios de seus psicoterapeutas, salientando até que o abandono ao


tratamento naquele período vinculava-se a este fator.

Atentar-se para os discursos dos pacientes adultos que descreviam seus


atendimentos durante o período da adolescência foi fundamental para explorar
como se sentiam no período da adolescência e como se sentiam com relação
ao processo psicoterápico. Em diferentes contextos escutamos na clínica dos

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pacientes adultos os relatos sobre seus atendimentos na época da
adolescência:- “Pedi para a minha mãe me tirar da psicoterapia porque eu não
falava nada”;- “Sentia tanto sono que dormi em algumas sessões”;- “Eu não
falava nada e o psicólogo também, estava fazendo o que lá?”;- - “Eu não

entendia nada o que aquela psicóloga falava, era tudo sem sentido para mim na
época”.

Estes pacientes adultos, enquanto púberes, elucidam relatos de irritabilidade


sobre os longos silêncios em sessão e sobre um discurso psicoterápico
incompreensível naquele momento levando-nos à necessidade de repensar a

práxis com a criação de um recurso que facilitasse o diálogo. Em mais de 20


anos no contexto clinico atendendo adultos e adolescentes, tive a oportunidade
também de rever meus pacientes adolescentes – que rapidamente se
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transformam em homens e mulheres após 10 anos de seus atendimentos –


retornarem e abertamente, neste novo momento, descreverem suas angustias
não compartilhadas naquele período anterior e o incômodo com os silêncios.

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Questiono-me, por que iremos incorrer neste mesmo erro se esses pacientes,

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hoje adultos, nos dão gratuitamente preciosas informações sobre o manejo

técnico para esta população específica. Vários autores atuais, inclusive de

diferentes abordagens teóricas na psicologia, convergem no sentido de que


devemos rever o formato de lidar com os longos silêncios nos atendimentos

com os adolescentes. Pesquisadores contemporâneos apontam claramente a


necessidade de recorremos a novas saídas para obtermos resultados

satisfatórios com a demanda de adolescentes na clínica psicoterápica.

Seja criativo para buscar recursos, e não


apenas os verbais quepropiciem o acesso ao
mundo interno do paciente. O silêncio
nassessões é fenômeno comum na
adolescência, e, para dar contadisso, é preciso
tolerância; porém, talvez mais do que isso, é
precisocriatividade para encontrar formas
diversas das tradicionais parapenetrar pelas

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brechas que o jovem não tão facilmente nos
abre.Meira (2009, p. 46)

Segura da necessidade de revermos nossa práxis no atendimento de


adolescentes e pré-adolescente que iniciamos a pesquisa com os jogos Túnel

do Tempo e a Máquina do Faz e Refaz que posteriormente foi tema de Tese de


doutorado.

Nesta pesquisa destacamos vários aspectos para ampliarmos as chances de


envolvimento com a psicoterapia, um deles é o uso da imaginação, da fantasia,
do “e se...” extremamente presentes no período da adolescência.Assim como o
brincar está para as crianças, o fantasiar está para os adolescentes e pré-
adolescentes e se soubermos explorar conteúdos neste formato facilitaremos
nosso trabalho na obtenção de informações com estes pacientes, conclusões
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mais assertivas sobre nossas hipóteses diagnósticas e inclusive aumentarmos


as chances de envolvimento do adolescente no processo psicoterápico.

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Abaixo segue um exemplo de uma das frases do kit Túnel do Tempo que você

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poderá utilizar com seu paciente, sem nenhum outro mediador e facilitador em

mãos, inclusive logo numa primeira sessão de atendimento.Aproveite este

recurso que estamos presenteando de brinde para você profissional e analise

os seus resultados obtidos. Abaixo segue um recorte do trecho da tese para


esclarecer o uso que você poderá já aproveitar para seus atendimentos.

“O Gênio da Lâmpada apareceu na sua vida e lhe

pede para que faça três pedidos. Quais seriam?”

Este recurso de imaginação tem-se mostrado precioso no processo


psicoterápico com adolescentes. Observamos que com esta frase incompleta,
para a maioria dos casos clínicos, concede-nos exatamente o pedido de

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psicoterapia para esta faixa etária.

Algo que o adulto relata tranquila e espontaneamente na primeira sessão ou


por meio de uma simples questão do psicoterapeuta sobre “o que lhe trouxe

até ali”, ou sobre o que o motiva a buscar um tratamento. Com as crianças, esta
resposta, quanto à motivação para o tratamento, obtemos por meio do brincar.
Com o adolescente, o uso da imaginação por meio dos três pedidos do Gênio
da Lâmpada que comumente conhecem, sem necessariamente saberem na
íntegra sua história original, tem-se mostrado efetivo neste objetivo.

No contexto clínico, em virtude dos resultados obtidos com essa frase do Gênio
da Lâmpada, começamos a utilizar esse recurso mobilizador independente do
jogo Túnel do Tempo, logo na primeira sessão, sob a forma de uma questão,
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avulsa ao jogo.

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Constatamos que somente a indução dessa imaginação é suficiente para levá-

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los a elaborar suas respostas, fornecendo-nos fontes importantes para o nosso
diagnóstico clínico, a facilitação da expressão verbal por parte do adolescente e

fortalecimento do vínculo entre paciente e psicoterapeuta. Caso deseje ler um

relato clinico sobre o uso deste recurso já numa primeira sessão você poderá
acessar gratuitamente pelo portal da Unesp a íntegra da Tese de
Doutorado,bastando digitar o título: O Atendimento Psicoterápico com

Adolescentes: Inovações Técnicas com o Uso do Mediador Clínico – Jogo Túnel


do Tempo”.

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