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FÍSICA III - ELETROMAGNETISMO

CAPÍTULO 3
Lei de Gauss
Lei de Gauss
Carl Friedrich Gauss (1777-1855)
Conhecido como o príncipe dos matemáticos, muitos o consideram o maior gênio da
história da matemática. Seu pai, Gerhard Diederich, era jardineiro e pedreiro. Severo e
brutal, tudo fez para impedir que seu filho desenvolvesse seu grande potencial. Foi
salvo por sua mãe Dorothea e seu tio Friederich que percebeu da inteligência de seu
sobrinho.
Tinha memória fotográfica, tendo retido as impressões da infância e da meninice
nítidas até a sua morte. Ressentia-se de que seu tio Friederich, um gênio, perdera-se
pela morte prematura. Antes disso já aprendera a ler e a somar sozinho. Aos sete anos
entrou para a escola. Segundo uma história famosa, seu diretor, Butner, pediu que os
alunos somassem os números inteiros de um a cem. Mal havia enunciado o problema e
o jovem Gauss colocou o seu quadro sobre a mesa, dizendo: ligget se! Sua resposta,
5050, foi encontrada através do raciocínio que demonstra a fórmula da soma de uma
progressão aritmética. Alguns autores argumentam que o problema seria de ordem
bastante mais complexa, sugerindo que poderia ser uma soma de uma progressão
aritmética como 81097 + 81395 + 81693 + ..... + 110897.
Butner ficou tão atônito com a proeza de um menino de dez anos que pagou do próprio
bolso livros de aritmética para ele, que os absorvia instantaneamente. Reconhecendo
que fora ultrapassado pelo aluno, passou o ensino para seu jovem assistente, Johann
Martin Bartels (1769-1856), apaixonado pela matemática. Entre Bartels, com dezessete
anos, e o aluno de dez nasceu uma boa amizade que durou toda a vida. Eles
estudavam juntos, ajudando-se em suas dificuldades.
O encontro de Gauss com o teorema binómio inspirou-o para alguns de seus maiores
trabalhos, tornando-se Gauss o primeiro "rigorista". Insatisfeito com o que ele e Bartels
encontravam em seus livros, Gauss foi além, e iniciou a análise matemática.
Nenhum matemático anterior tinha a menor concepção do que é agora aceitável como
prova, envolvendo o processo infinito. Ele foi o primeiro a ver que, a "prova" que pode
levar a absurdos como "menos 1 é igual ao infinito", não é prova nenhuma. Mesmo
que, em alguns casos, uma fórmula dê resultados consistentes, ela não tem lugar na
matemática até que a precisa condição sob a qual ela continuará a se submeter tenha
sido determinada consistentemente. O rigor imposto por Gauss à análise matemática
tornou-a totalmente diferente e superou toda a análise matemática feita por seus
antecessores..

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Lei de Gauss

A Lei de Gauss relaciona os campos


elétricos em pontos de uma superfície
de Gauss (fechada) com a carga
contida dentro da superfície.

http://web.mit.edu/viz/EM/visualizations/electrostatics/flux/closedSurfaces/closed.htm

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A superfície Gaussiana esférica
Se os vetores de campo elétrico
Superfície
Gaussiana
têm intensidade uniforme e
esférica apontam radialmente para fora em
todos os pontos da superfície,
pode-se concluir que uma
distribuição líquida positiva de
carga deve ficar dentro da
superfície e tem simetria esférica.

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Lei de Gauss (aplicada reversamente)
•Conhecendo-se o campo elétrico numa superfície gaussiana, poder-
se-á encontrar a carga líquida delimitada pela superfície?

•Como exemplo, suponha-se que os vetores do campo elétrico


apontam todos radialmente para fora do centro da esfera e têm a
mesma intensidade. A Lei de Gauss imediatamente estabelece que a
superfície esférica deve ter uma carga líquida positiva no seu interior.

•No entanto, para calcular a quantidade de carga fechada, é


necessária uma maneira de calcular o campo elétrico interceptado pela
superfície gaussiana.

•A medida de campo interceptado é chamado de fluxo.

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Fluxo Volúmico - exemplo
Suponha que se faz incidir uma
massa de ar de velocidade v
uniforme em um pequeno
quadrado de área A.
Se F representar a taxa de fluxo
de volume (volume por unidade
de tempo) em que o ar flui
através do quadrado. Esta taxa
depende do ângulo entre o
vector velocidade e o plano do
quadrado.
Se v é perpendicular ao plano, a
taxa F é igual a vA.

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Fluxo Volúmico - Exemplo
Se v é paralela ao plano do quadrado, o ar
não se move através dele e, então F é
zero.
Para um ângulo intermediário q, a taxa de
F depende do componente de velocidade
normal ao plano.
Uma vez que esse componente é v.cos q, o
fluxo de volume através do quadrado é:

F   v cos q  A
Fluxo de volume
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Fluxo

F   v cos q  A
Antes de se discutir os fluxos
envolvidos em eletrostática, há
necessidade de reescrever esta
equação na forma vetorial…

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Fluxo de um campo velocidade

A palavra "fluxo" vem da palavra latina


que significa "fluir” , fazendo sentido
falar sobre o fluxo de volume de ar. No
entanto, a equação pode ser
considerada de uma forma mais
abstrata.
Pode-se atribuir um vetor velocidade
para cada ponto da corrente de ar que
passa através do quadrado .

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Fluxo de um campo de velocidades

Sendo a composição de todos os vetores,


um campo de velocidade, pode-se
interpretar a equação como o fluxo do
campo de velocidade.

Com esta interpretação, o fluxo já não


significa um fluxo real de algo através de
uma área, mas o produto de uma área em
todo o campo nessa área.

F   v. A
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Fluxo dum Campo Elétrico
Para definir o fluxo de um campo
elétrico vamos considerar uma
superfície gaussiana arbitrária
(assimétrica) imersa num campo
elétrico não uniforme.

Vamos dividir a superfície em


pequenos quadrados de área de A,
sendo cada quadrado o
suficientemente pequeno para
permitir negligenciar qualquer
curvatura e considerar o quadrado
individual plano.

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Fluxo dum Campo Elétrico
Assim cada elemento de área é
representado com um vetor área A,
cuja intensidade é A.

Cada vetor A é perpendicular à


superfície gaussiana e dirigidos para
fora do interior da superfície.

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Fluxo de um Campo Elétrico
Como as áreas foram consideradas
arbitrariamente pequenas, o campo
elétrico E pode ser tomado como
constante ao longo de qualquer
quadrado dado.
Os vetores A e E em cada quadrado
fazem um ângulo q um com o outro,
assim o fluxo do campo elétrico na
superfície gaussiana é:

F   E. A
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Fluxo dum Campo Elétrico

F   E. A
Esta equação diz que há que em todos
os elementos de área quadrados,
calcular o produto tendo em conta os
sinais e somar os resultados.

O valor de cada produto escalar


(positivo, negativo ou zero) determina se
o fluxo através do quadrado de área
considerado é positivo, negativo ou zero.

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Fluxo de um Campo Elétrico
A definição exata do fluxo do campo
elétrico através de uma superfície fechada
é encontrada, permitindo que a área dos
quadrados considerados se tornem cada
vez menores aproximando-se um limite
diferencial (dA)

Assim o fluxo do campo elétrico através de


toda a superfície passa a:

F= 𝐸 . 𝑑𝐴

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Fluxo de um Campo Elétrico

O fluxo elétrico através de uma


superfície gaussiana é proporcional ao
número líquido de linhas de campo
elétrico passando por essa superfície.

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Lei de Gauss
A lei de Gauss relaciona o fluxo líquido de um
campo elétrico através de uma superfície fechada
(uma superfície de Gauss) com a carga líquida que
contida dentro dessa superfície:

 0F  qint (carga elétrica colocada no vácuo (ou ar))

𝜖0 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑞𝑖𝑛𝑡

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Lei de Gauss Superfície S1: O campo elétrico sai para fora em
todos os pontos nesta superfície. Assim, o fluxo do
campo elétrico através desta superfície é positivo,
e assim é a carga líquida dentro da superfície é
positiva.

Superfície S2: O campo elétrico entra para dentro


em todos os pontos nesta superfície. Assim, o fluxo
do campo eléctrico é negativo e assim é a carga
fechada é negativa.

Superfície S3: O fluxo líquido do campo elétrico


através desta superfície ser zero porque todas as
linhas do campo passando inteiramente através da
superfície, entrando no topo e deixando-a na parte
inferior.

Superfície S4: Esta superfície não inclui nenhuma


carga líquida, porque as cargas fechadas, positiva
e negativa têm intensidades iguais. O fluxo líquido
do campo elétrico através desta superfície é zero.

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Lei de Gauss

1
() F
(7 5 2 7 4 3) 0 
(2 ) 1
( 0 5 3 6 4 3) 5  
F
(3 ) F
(8 5 2 7 6 5) 3  

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Lei de Gauss e Lei de Coulomb
𝜀0 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝜀0 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑞𝑖𝑛𝑡
Superfície
Gaussiana

Como: qint  q
𝜀0 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑞

 0 E  4 r 2
q
Uma superfície gaussiana esférica
centrada sobre uma carga pontual q. q 1
E
Lei de Coulomb para Campo Elétrico 4 0 r 2

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Condutor Carregado Isolado
A Lei de Gauss permite-nos chegar a um teorema importante
sobre condutores:

Se um excesso de carga é colocada num


condutor isolado, a quantidade de carga vai
passar totalmente para a superfície do
condutor. Nenhuma dessa carga em excesso
será encontrada dentro do corpo do condutor.

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Condutor Carregado Isolado
•O campo elétrico no interior deste condutor
deve ser zero…

•Se assim não fosse, o campo exercitaria


forças que causariam a condução de eletrões,
que estão sempre presentes num condutor, e,
E=0 portanto, deveria existir corrente perpétua
Superfície
metálica dentro de um condutor.
Superfície
gaussiana
•Como não há corrente perpétua num condutor
isolado, o campo elétrico interno é zero.
Nota
Deve-se ter em conta que um campo elétrico interno aparece sempre quando
um condutor está carregado. Contudo, a carga adicionada rapidamente se
distribui de tal maneira que o campo interno é nulo.

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Condutor Carregado Isolado
Se o campo elétrico é nulo em todos os pontos
dentro do condutor, deve ser zero também para
todos os pontos da superfície gaussiana, pois
esta superfície, apesar da proximidade da
superfície do condutor, é, definitivamente, no
interior do condutor. Isto significa que o fluxo
Superfície E=0 através da superfície gaussiana deve ser zero.
metálica
Superfície
gaussiana

•A Lei de Gauss, diz-nos então que a carga líquida dentro da superfície


gaussiana deve também ser zero.

•Então, não estando o excesso de carga dentro da superfície Gaussiana, ela


deve estar fora, o que significa que deve estar na superfície real do condutor.

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Campo Elétrico Externo
•Verificou-se que o excesso de carga num condutor isolado
move-se inteiramente a superfície do condutor.

•Contudo, a menos que o condutor seja esférico, a carga não


se distribui uniformemente entre si. Logo, a densidade
superficial de carga varia ao longo da superfície de qualquer
condutor não esférico.

•Esta variação faz com que a determinação do campo


elétrico criado pelas cargas de superfície muito difícil.

•No entanto, o campo elétrico fora da superfície de um


condutor é fácil de determinar usando a lei de Gauss.

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Campo Elétrico Externo a um Condutor
Considere-se uma secção da superfície,
dA
suficientemente pequena para permitir desprezar
qualquer curvatura e, portanto, obter-se uma
secção plana.

Imagine-se uma superfície gaussiana cilíndrica


pequena para ser incorporada na secção de modo
que uma superfície plana esteja no interior do
condutor e a outra fora, e em que o cilindro é
perpendicular à superfície do condutor.

O campo elétrico na superfície externa do


condutor também deve ser perpendicular a essa
superfície.

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Campo Elétrico Externo a um condutor
Cálculo do fluxo através da superfície
gaussiana cilindrica (1, 2, 3 e 4)
1 - Como o balanço de carga é nulo no interior,
o fluxo das linhas de campo é nulo.
2 - Pela mesma razão acima, o fluxo através
das paredes internas é nulo.
3 - O campo elétrico é paralelo às paredes
externas, pelo que o fluxo é nulo. 2 3
1 4

4 - O fluxo é não nulo devido à carga superficial 2 3


que gera um campo elétrico E .

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Campo Elétrico Externo
Assumindo que a área A é suficientemente
pequena para considerar o campo constante
em 4, tem-se que o fluxo em 4 é EA.
A carga no interior da superfície gaussiana
está na superfície do condutor, e é igual a s A.
Aplicando-se a lei de Gauss, vem

2 3
=0
1 4

2 3

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Campo Elétrico Externo a um condutor

Assim sendo,

2 3
1 4

2 3
4

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Aplicando a Lei de Gauss: Simetria Cilíndrica

Considere uma haste de plástico


infinitamente longa e cilíndrica com uma
densidade de carga uniforme linear positiva.

Vamos encontrar uma expressão para a


intensidade do campo eléctrico a uma
distância r do eixo da haste.

Para tal vamos considerar uma superfície


gaussiana que coincida com a simetria do
problema, que é cilíndrico.

Uma vez que a superfície Gaussiana deve


ser fechada, incluem-se as duas tampas,
como parte da superfície.

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Aplicando a Lei de Gauss: Simetria Cilíndrica
O fluxo do campo eléctrico através
da superfície cilíndrica é :

F  EA cos q  E  2 rh  cos 0  E  2 rh 

Pela lei de Gauss:


 0F  qenc
  0 E  2 rh    h


E Linha de carga
2 0 r
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Aplicando a Lei de Gauss: Simetria Planar (Folha não condutora)

 Considere uma fina folha (plástico),


infinita e não condutora com uma
densidade superficial de carga
uniforme (positiva).
 Vai-se calcular o campo eléctrico a
uma distância r na frente da folha.
 Uma superfície Gaussiana útil será
um cilindro fechado com tampas de
área A, dispostas a atravessar
perpendicularmente a folha.

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Aplicação a Lei de Gauss: Simetria Planar (Folha não condutora)

F = 𝜀0 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑐
F = 𝜀0 𝐸𝐴 + 𝐸𝐴 = 𝜎𝐴

s
E
2 0

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Aplicação a Lei de Gauss: Simetria Planar ( 2 Pratos Condutores)

•Considere uma secção transversal de uma fina


placa infinita condutora com excesso de carga
positiva.

•Sabendo que o excesso de carga fica na superfície


da placa e uma vez que a placa é fina e muito
grande, pode-se supor que, essencialmente, toda a
carga em excesso se encontra sobre as duas faces
do grande prato.

•Se não houver um campo elétrico externo para


Como a carga é forçar a carga positiva em alguma distribuição
positiva, o campo é particular, ela vai espalhar-se nas duas faces com
direccionado para uma densidade superficial de carga uniforme.
longe do prato!!!

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Aplicando a Lei de Gauss: Simetria Planar ( 2 Pratos Condutores)

•Suponha-se agora que se tem


uma placa idêntica com excesso de
carga negativa com a mesma
intensidade de densidade
superficial carga.

•A única diferença é que agora


o campo elétrico é direccionado
para a placa.

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Aplicando a Lei de Gauss: Simetria Planar (2 Pratos Condutores)
Juntando as duas situações anteriores

s1 s1 s1 s1
E  E  E  E  2s 1 s
0 0 0 0 E  
0 0

s  2s 1

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Aplicando a lei de Gauss: Simetria Esférica
Pode-se aplicar a lei de Gauss para provar 2 teoremas:

•Uma “concha esférica” (camada) de carga uniforme atraí ou


repele uma partícula carregada que se encontra no seu
exterior como se a carga da concha estivesse concentrada
no seu centro.

•Uma “concha esférica” (camada) de carga uniforme não


exerce força eletrostática numa partícula que se encontre no
seu interior.

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Aplicando a lei de Gauss: Simetria Esférica
•Considere-se uma “concha esférica” (esfera
oca) de carga total q e raio R.

•Considere-se ainda que se tem duas


superfícies esféricas Gaussianas, concêntricas
S1 e S2.

•Pode-se calcular o campo elétrico para r>= R:

F= 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑞  0 E  4 r 2
q
Este campo é o mesmo que um criado por uma carga pontual q no centro
da esfera oca. Assim, a força produzida por uma concha esférica de carga
q sobre uma partícula carregada colocada fora da concha é o mesmo que
a força produzida por uma carga pontual q localizada no centro da concha.
Demonstra o primeiro teorema!
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Aplicando a lei de Gauss: Simetria Esférica
Aplicando a lei de Gauss à superfície S1 na qual
r<R, pode-se calcular o campo elétrico:

𝐸=0
porque esta superfície Gaussiana não
contém nenhuma carga!

Assim, se uma partícula carregada fosse fechada numa concha esférica,


a concha não exerceria nenhuma força eletrostática líquida sobre a
partícula.

Prova do segundo teorema!

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“concha esférica” (esfera oca) de carga total q e raio R

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Aplicando a lei de Gauss: Simetria Esférica
Carga q
Superfície Se consideramos a distribuição de cargas de
Gaussiana S3
simetria esférica de densidade r, carga q e
raio R , usando a superfície Gaussiana S3,
pode-se calcular a intensidade do campo
elétrico no exterior (r>R):

q   rdV dV  4 r 2dr
R
V
r  dV  r  4 r 2dr  rV  q
0
0

F= 𝐸 𝑑𝐴 = 𝑞  0 E  4 r 2
q
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Aplicando a lei de Gauss: Simetria Esférica
Pode-se também calcular a intensidade do
campo elétrico no interior (r<R)
Carga q´
Superfície
Para tal consideramos usando a superfície
D Gaussiana S4 Gaussiana S4, sendo q´a carga dentro de S4:

1 q
E 
4 0 r 2

Se a carga total q fechada dentro do raio


R é uniforme:
Carga dentro da esfera de raio r

C argaTotal  q 
E  3 
r
 4 0R 
Volume dentro da esfera de raio r VolumeTotal
q q r3
   q  q 3
4 3 4 3 R
r R
3 3

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Distribuição de Cargas de Simetria Esférica de Densidade r

Superfície
Carga q Gaussiana S3

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Questões

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Questões

19-10-2019 08:20:27 44
Questões

19-10-2019 08:20:27 45
Questões

19-10-2019 08:20:27 46
Questões

19-10-2019 08:20:27 47
Questõe
s

19-10-2019 08:20:27 48
Questões

19-10-2019 08:20:27 49
Questões

19-10-2019 08:20:27 50
Questões

19-10-2019 08:20:27 51
Questões

19-10-2019 08:20:27 52
Questões

19-10-2019 08:20:27 53
Questões

19-10-2019 08:20:27 54
Questões

19-10-2019 08:20:27 55
Questões

19-10-2019 08:20:27 56
Questões

19-10-2019 08:20:27 57
Questões

19-10-2019 08:20:27 58
Questões

19-10-2019 08:20:27 59
Questões

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Problemas
Determine o campo elétrico em função de r na cavidade da esfera oca (r<a)
não condutora com uma densidade de carga positiva r=A/r na sua
espessura e uma carga q no seu centro (r=0). Qual deverá ser o valor de A
para que a intensidade do campo elétrico na espessura da esfera oca
(a≤r≤b) seja uniforme?

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Problemas
Superfície Gaussiana a<rg<b

Carga dV  4 r 2dr

Carga dentro da superfície de Gauss:


Fluxo:

Campo Elétrico:

Para que o campo seja uniforme:

19-10-2019 08:20:27 62
Problemas
Na figura abaixo está representada uma esfera oca de raio
interno a=2,0 cm e raio externo b=2,4 cm. Esta esfera tem
uma distribuição de carga volúmica descrita por ρ=A/r para
a≤r≤b, onde A é uma constante e r é a distância medida a
partir do centro da esfera oca. No centro da esfera oca (r=0)
está colocada uma pequena esfera carregada, que pode ser
considerada pontual, com uma carga igual a q=45,0 nC.

19-10-2019 08:20:27 63
Problemas
 Na figura em baixo está representada uma esfera de
raio a e carga +q uniformemente distribuída no seu
volume, que é concêntrica com uma esfera condutora oca
de raio interno b, raio externo c e com carga -q.

Determine a expressão do campo


eléctrico em função do raio r para:

a) r<a
b) a<r<b
c) b<r<c
d) r>c

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Resolução
Em todos os pontos onde existe um campo eléctrico,
este é radial para fora.

Para cada parte do problema, use uma superfície de


Gauss na forma de uma esfera que é concêntrica com
a esfera de carga e passa pelo ponto onde o campo
eléctrico é para ser calculado..

O campo é uniforme sobre a superfície, sendo r o raio


da superfície Gaussiana. de modo que:

F= 𝐸 . 𝑑𝐴 = 4𝜋𝑟 2 𝐸

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Resolução
a) r<a

Aqui r é inferior a a e a carga delimitada pela


superfície Gaussiana é q.(r/a)3. Usando a lei de Gauss:

b) a<r<b:

A carga delimitada pela superfície Gaussiana é q.


Assim, a lei de Gauss leva a

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Resolução
c) b<r<c

A concha é condutora, de modo que o campo elétrico


no interior é zero.

d) r>c
A carga delimitada pela superfície gaussiana é zero
carga (q está dentro da cavidade da concha e carga -q
é na concha). A lei de Gauss dá:

4 r E  0  E  0
2

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Resolução
Considere-se uma superfície Gaussiana que se
encontra completamente dentro da concha condutora.
Uma vez que o campo elétrico é nulo em qualquer
parte da superfície:

F= 𝐸 . 𝑑𝐴=0
De acordo com a lei de Gauss, a carga
delimitada pela superfície é nula.
Se o Qi é a carga na superfície interna da concha,
então q + Qi = 0 e Qi = -q.
Se Qo é a carga na superfície externa da concha e
uma vez que a carga líquida na concha é -q, Qi + Qo =
-q.
Isto significa que Qo = -q -Qi = -q - (-q) = 0.

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Problemas
Na figura baixo está representada uma esfera oca com uma
densidade de carga volúmica r. Trace o gráfico do campo
eléctrico E em função da distância r ao centro da esfera até
uma distância de 30 cm.

Considere que r =1,0x10-6 C/m3,


a =10 cm e b = 20 cm.

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Problemas

Enquanto para :

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Problemas

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Problemas
Um tubo metálico fino de raio R, encontra-se
carregado com uma densidade de carga  por
unidade de comprimento. Obter as expressões do
campo elétrico em termos da distância r ao eixo do
tubo para:

a) r>R
b) r<R
c) Faça o gráfico E(r) para valores de r entre 0 e 5 cm
assumindo =2,0x10-8 C/m)
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Problemas
Considere-se uma superfície Gaussiana A de raio r e
comprimento unitário 1 cilíndrica concêntrica com o
tubo metálico. Nesta condições atendendo à simetria
Qint
A E .dA  2 r  1 E   0
a) Para r>R Qint=.1, logo E(r)=/2r0
b) Para r<R, Qint=0 logo E=0, O valor máximo de E será:

r =5 cm 
E max   1,2x 104 N / C
=2,0x10-8 C/m) 2 r  0

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Problemas
c)

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Problema
Uma haste cilíndrica condutora de
comprimento L, com uma carga total
Q1=+q, encontra-se envolvida por uma
casca cilindrica condutora, também de
comprimento L e carga total Q2=-2q,
conforme indica a figura.

a) Determine o campo elétrico fora da


casca condutora.
b) A distribuição de carga na casca.
c) O campo elétrico entre a haste e a
casca condutora.

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Problemas
a) Ccampo elétrico fora da casca condutora
Superfície gaussina cilindrica de comprimento L
concentrica com a haste e casca e de raio, r, superior a
qualquer delas

F  2 rLE
Qt  Q1  2Q1  Q1

 0 2 rLE  Q1

Q1
E 
2 0Lr

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Problemas
b)
•Considere-se uma supefície Gaussiana dentro da casca

•O campo Elétrico será nulo dentro do material condutor da casca e logo


o fluxo também será nulo.

• A carga total também terá de ser nula, logo a carga da superfície


interna da casca terá de ser –Q1
•A carga na superfície externa da casca deverá então ser de -Q1 já que
esta tem uma carga total de Q2=-2Q1

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Problemas
c) Finalmente, considere-se uma superfície gaussiana
da haste condutora e dentro da casca
cilindrica fora

F  2 rLE
Qt  Q1

Q1
E 
2 0Lr

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Problemas
Uma haste cilíndrica condutora de raio
R1=1,30 mm e comprimento L=11,00 m
encontra-se no interior de uma casca
cilíndrica de raio R2=10,0R1. a carga total da
haste é de Q1=+3,4x10-12 C e a da casca é de
Q2=-2Q1.

a) Determine o campo elétrico e a sua


direção b) a uma distância r=2R2
c) Determine a o campo elétrico e a sua
direção d) a uma distância r=5,00R1
e) Determine a carga nas superfícies interior
e exterior f) da casca

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Problemas
a) e b) r=2R2
Superfície gaussiana: cilindro de comprimento L e
raio r, concêntrica com a haste

F  2 rLE
 0 2 rLE  Q1  2Q1  Q1
Qt  Q1  2Q1
 0 2 rLE  Q1

Q1
E   0,214 N / C
2 0Lr

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Problemas
c) e d) r=5,00R1

F  2 rLE

Qt  Q1

Q1
E   0,855 N / C Aponta para fora
2 0Lr

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Problemas
e) Nas superfícies da casca
•Superfície Gaussiana cilíndrica concêntrica com
a haste e no interior da casca condutora.

•E= 0 no condutor pelo que o fluxo total será nulo


assim como a carga total através da superfície
gaussiana

•Uma vez que a haste condutora que está dentro da


superfície Gaussiana, tem carga Q1, então a superfície
interna da casca deve ter carga –Q1

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Problemas
f) Uma vez que a casca tem uma carga total de -
2Q1, sendo que –Q1 estão na sua superfície
interna. Etão a carga total na, superfíce externa
deverá também ser de –Q1.

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Problemas
Considere duas placas paralelas, não
condutoras com densidade de carga
superficial positiva s. Determine o
Campo elétrico.

a) Acima das placas


b) No meio das placas
c) Abaixo das placas

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Problemas
Pela lei de Gauss o campo elétrico
criado por cada placa será
s
E 
2 0
Aplicando o pricípio de sobreposição vem:
a) Acima das placas E=s/0 para cima
b) Entre as placas E=0
c) Abaixo das placas E=s/0 para baixo

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Problemas
Uma superfície plana de densidade de carga s tem
um pequeno furo de raio R no seu centro, como
ilustra a figura. Despezando o encurvamento das
linhas de campo junto às arestas do furo, calcule o
campo elétrico no ponto P à distância z do centro
do furo, ao longo do seu eixo.

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Problemas
Este sistema é equivalente a uma placa infinita de densidade de carga
s e um disco de raio R de carga –s colocado no centro da placa:

Para a placa: E1=s/20


s  z 
Para o disco E 2  1  
4 0  z R 
2 2

Aplicando o Princípio da sobreposição, vem

s s  z 
E  E1  E 2  eˆz  1   eˆz
2 0 4 0  z 2 R2 

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