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Fevereiro 2016
SUMÁRIO
1. Introdução.......................................................................................................................................3
2. Objetivos .........................................................................................................................................3
3. Transformação de Coordenadas SIRGAS 2000 em SAD 69 ..................................................................3
4. Transformação de Coordenadas Cartesianas Geocêntricas Coordenadas Geodésicas (φG, λG)............4
5. Transformação de Coordenadas Geodésicas (φG, λG) Coordenadas Cartesianas Geocêntricas ............4
6. Transformação de Coordenadas Geodésicas em Coordenadas Plano-Retangulares TM e vice versa .......5
7. Exemplo Prático de Transformações de Coordenadas .........................................................................9
8. Plano Topográfico Local .................................................................................................................. 11
9. Exemplo Prático de utilização de um Plano Topográfico Local ........................................................... 22
10. BIBILIOGRAFIA .............................................................................................................................. 25
1. Introdução
Em função do uso em grande escala dos sistemas de posicionamento por meio de satélites nas mais
diversas áreas do conhecimento, os quais nos fornecem as coordenadas cartesianas de um ponto da
superfície terrestre referidas a um terno ortogonal geocêntrico, torna-se necessário saber manipular os
cálculos necessários para se transformar estas coordenadas em diferentes referenciais geodésicos e em
diferentes sistemas de coordenadas. Estas transformações são de grande importância no campo das
geociências, uma vez que existem diferentes aplicações que requerem a utilização de sistemas de
coordenadas e de referenciais geodésicos específicos.
2. Objetivos
Neste trabalho objetiva-se apresentar os procedimentos necessários para se realizar diferentes tipos
de transformações de coordenadas.
Inicialmente serão apresentados os métodos para a transformação entre diferentes sistemas
geodésicos de referência, particularmente entre o sistema geocêntrico SIRGAS 2000 e o sistema
topocêntrico SAD 69. Posteriormente serão apresentados os cálculos necessários para se converter as
coordenadas cartesianas geocêntricas em coordenadas geodésicas curvilíneas.
Finalmente, devido à necessidade de representação em planta dos dados coletados sobre a
superfície terrestre, apresentaremos os procedimentos para a transformação das coordenadas geodésicas
para o sistema de projeção UTM e também para o sistema topográfico local.
Com o intuito de apresentar na prática essas transformações, tomaremos os pilares dispostos ao
longo da raia olímpica da USP para executar as transformações sobre suas coordenadas, sendo estas
conhecidas, uma vez que fazem parte da rede de estações SAT GPS homologadas pelo IBGE. Os pilares
utilizados serão os seguintes: P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7A além do ponto de monitoramento contínuo da
Escola Politécnica (EPUSP).
Com a adoção do sistema SIRGAS 2000 (época de referência 2000,4) como o novo sistema de
referência geodésico para o SGB e para o Sistema Cartográfico Nacional, ficam estabelecidos a partir da
Resolução do Presidente do IBGE n° 1 de 25/02/2005, os novos parâmetros para a transformação entre os
sistemas SIRGAS 2000 e SAD 69.
• SAD 69 para SIRGAS 2000 • SIRGAS 2000 para SAD 69
a1 = 6.378.160 m a1 = 6.378.137 m
a2 = 6.378.137 m a2 = 6.378.160 m
f2 = 1/298,257222101 f1 = 1/298,257222101
ΔX = - 67,35 m ΔX = + 67,35 m
ΔY = + 3,88 m ΔY = - 3,88 m
ΔZ = - 38,22 m ΔZ = + 38,22 m
Z C e'2 *b * sen 3u
G arctan
X C YC e * a * cos u
2 2 2 3
Y
G arctan C
XC
X C2 YC2
h N
cos G
tan u 1 Z2 a
onde sen u ; cos u ; tan u *
1 tan 2 u 1 tan 2 u X C2 YC2 b
X C N h cos G cos G
YC N h cos G senG
Z C N 1 e2 h senG
6. Transformação de Coordenadas Geodésicas em Coordenadas Plano-
Retangulares TM e vice versa
A. a. 1 e 2
B . a. 1 e 2
C . a. 1 e 2
0 2 4
D . a. 1 e 2
E . a. 1 e 2
F . a. 1 e 2
6 8 10
35 6 315 8 31185 10
D e e e
512 2048 131072
315 8 3465 10
E e e
16384 65536
639 10
F e
131072
e2 a b a2 b2 a2 b2
e f . (2 f ) e' f e
2
e'
2
1 e2 a a2 b2
1 1
N ' K 0 . B K 0 . "2 N1 . sen . cos . sen 21" "4 N1 . sen . cos 3 . sen 41" . 5 t 2 9 2 4 4
2 24
1
"6
N1 . sen . cos 5 . sen 6 1" . 61 58t 2 720 2 350t 2 2
720
1
E ' K 0 . ". N1 . cos . sen1" "3 N1 . cos 3 . sen 31" . 1 t 2 2
6
1
"5
N1 . cos 5 . sen 51" . 5 18t 2 t 4 14 2 58t 2 2
120
onde
" 0 . 3600
B . . sen2 . sen4 . sen6 . sen8 . sen10
a
N1 t tan e' cos
1 e 2 sen 2
N
M M0 ( Norte do Equador )
K0
N 10000000
M M0 ( Sul do Equador )
K0
k 0 coeficient e de redução de escala no meridiano central
2º Passo: Cálculo de ϕ1, que é a latitude do ponto no meridiano central do fuso que possui a
mesma latitude, ou comprimento do arco de meridiano, que o ponto que está sendo convertido.
1 1 e2 mu
M
e1
1 1 e2 e2 3 e4 5 e6
a 1
4 64 256
3 e1 27 e13 21 e12 55 e14
1 mu sen2 mu sen4 mu
16 32 ...
2 32
a
C1 e' 2 cos 2 1 T1 tan 2 1 N1
1 e 2 sen 2 1
R1
N1 1 e 2 D
E 500000
1 e 2 sen 2 1 N1 k 0
4º Passo: Fórmulas para obtenção dos valores da latitude (φ) e longitude (λ). Os valores obtidos
nos cálculos intermediários devem ser substituídos nas fórmulas a seguir.
1 N 1 .
tan1 D 2 D 4 5 3 T1 10 C1 4 C12 9 e' 2 D 6 61 90 T1 298 C1 45 T12 3 C12 252 e' 2
R1 2 24 720
Vértice XC YC ZC
P1 4010143.2207 -4260162.285 -2533046.321
P2 4010168.2344 -4260126.233 -2533067.088
P3 4010228.3839 -4260039.672 -2533117.027
P4 4010374.9940 -4259829.060 -2533238.688
P5 4010566.1518 -4259554.695 -2533397.316
P6 4010825.2064 -4259182.860 -2533612.314
P7A 4011223.8451 -4258610.907 -2533943.043
POLI 4010099.5035 -4259927.302 -2533538.799
1
Coordenadas oficiais disponibilizadas pelo IBGE
6.6 Transformação para Coordenadas Cartesianas em SAD69
Vértice XC YC ZC
P1 4010210.576 -4260166.162 -2533008.096
P2 4010235.590 -4260130.110 -2533028.863
P3 4010295.739 -4260043.550 -2533078.802
P4 4010442.350 -4259832.937 -2533200.463
P5 4010633.507 -4259558.573 -2533359.091
P6 4010892.562 -4259186.737 -2533574.089
P7A 4011291.201 -4258614.784 -2533904.818
POLI 4010166.859 -4259931.180 -2533500.574
Assim, todas as distâncias e ângulos determinados nas operações topográficas são pressupostos
como sendo a projeção em verdadeira grandeza sobre o Plano Topográfico Local. Neste caso há uma
coincidência da superfície de referência com o plano tangente a esta superfície, o que permite concluir
que há uma desconsideração da curvatura da Terra. Entretanto, esta desconsideração só é admitida
desde que os erros desta abstração não ultrapassem os erros provenientes das operações topográficas,
face à precisão dos instrumentos de medição e processos de cálculo empregados.
A extensão do Sistema Topográfico Local é limitada pela precisão requerida para a determinação
das posições dos pontos no processo de levantamento e do erro ocasionado pela desconsideração da
curvatura terrestre, em um alinhamento definido pela distância do ponto mais afastado do levantamento
em relação à origem do sistema.
Seja a Figura 8.2, onde SF é um trecho da Superfície Física, PT é o plano tangente ao geóide na
origem do Sistema Topográfico (ponto A1), R é o raio da Terra, supostamente esférica. Seja B um ponto
da superfície física, cuja projeção sobre o plano tangente é definida pelo ponto B1, e sobre o geóide é o
ponto B2.
Sejam D e D1 as distâncias entre os pontos A e B referidas ao geóide A 1B2 e ao plano tangente
A1B1, respectivamente.
Verifique que:
D1 = A1B1 = R . tan α (1)
Admitindo-se que α é um ângulo muito pequeno, pode-se escrever:
D = arco A1B2 = R.α (2)
A diferença entre D1 e D é denominada de erro planimétrico (ΔD) devido à curvatura da Terra,
portanto:
ΔD = D1 – D (3)
ΔD = R . tan α – R.α = R (tan α – α) (4)
Sendo o ângulo central α muito pequeno, convém desenvolver a função tangente em série de
potências:
tan α = α + α3/3 + 2α5/15 + 17α7/315 + ... (5)
O erro ε é a menor dimensão que se pode perceber em uma planta topográfica, ou à espessura
do traço mais fino do desenho. A seguir, estão consignados na Tabela abaixo, diversos valores de
distâncias calculadas sobre o geóide e sobre o plano tangente de referência, incluindo também os erros
planimétricos “absolutos” e “relativos”.
Os valores ideais para a extensão do Sistema Topográfico Local são admitidos como sendo de 50
km para um erro relativo máximo de 1:48.000;
Para cartografia de âmbito municipal: 70 km para em erro relativo máximo de 1:25.000;
Para cartografia, em áreas urbanas e especiais: 35 km para um erro relativo máximo de 1:100.000
O sistema topográfico local, conforme consta na NBR 13133 (1994), pode ser descrito pelas
seguintes características:
Conforme a alínea (e), temos que, em um levantamento topográfico a posição relativa dos
pontos da superfície terrestre é caracterizada pelas coordenadas num sistema cartesiano ortogonal, em
duas dimensões (Ver Figura 8.3). A origem dos dois eixos cartesianos coincide com a origem do sistema
topográfico local, onde o eixo das ordenadas (Y) está orientado segundo a direção Norte-Sul verdadeira
coincidindo-se com a linha do meridiano na origem. O eixo positivo das abscissas (X) forma 90º na
direção Leste.
O sistema topográfico local, face às suas limitações quanto à sua extensão (conforme visto no
item 8.2), permite tratar a superfície matemática da terra, dada pelo elipsóide de revolução, como sendo
supostamente uma esfera (esfera de adaptação de Gauss), onde o raio da Terra é dado pelo raio médio
do elipsóide de referência no ponto definido como sendo a origem do sistema topográfico local (ver
Figura 8.4).
Para que todas as distâncias e ângulos determinados nas operações topográficas sejam
considerados como sendo a projeção em verdadeira grandeza sobre o Plano do Horizonte Local, faz-se
necessário elevar o plano à altitude média do terreno, transformando-se assim no plano topográfico local.
Figura 8.5 – Conceitos básicos do sistema topográfico local.
c 1 1,57 10 7 H t
Para o caso da origem do sistema se situar exatamente no equador, conforme pode ser visto
pela Figura 8.8, tem-se as seguintes situações.
Pontos situados no eixo dos X (linha do equador): = 0;
Pontos situados no primeiro quadrante: > 0;
Pontos situados no segundo quadrante: < 0;
Pontos situados no terceiro quadrante: > 0;
Pontos situados no quarto quadrante: < 0.
Nos dois hemisférios, pontos situados exatamente no mediano da origem têm valores nulos para
a convergência meridiana .
Figuras 8.8 – Exemplo da convergência meridiana quando a origem se situa na
linha do equador.
Neste exemplo foi realizado um levantamento topográfico às margens da raia olímpica da USP, a
partir de uma poligonal fechada, contendo quatro vértices (E1, E2, E3 e E4), dos quais foram irradiados
mais quatro pontos de detalhes (D001, D002, D003 e D004).
O objetivo deste exemplo é comprovar a eficácia da utilização de um sistema topográfico local
para obter coordenadas geodésicas de pontos levantados por meio de técnicas convencionais
(levantamento topográfico por meio de estações totais e teodolitos).
Para o cálculo da poligonal necessita-se conhecer as coordenadas geodésicas dos pontos de
partida e referência, aqui tomados como sendo os pontos E1 e E4, respectivamente. Para fins de análise
e comparações dos resultados, estes e os demais pontos do levantamento topográfico foram também
levantados por meio de receptores GPS de freqüência simples (L1) e cujas coordenadas geodésicas foram
obtidas a partir da correção diferencial em software tomando-se como referência o ponto 91607 (Pilar 1),
pertencente à rede de estações SAT GPS homologadas pelo IBGE. Os resultados após o pós-
processamento dos dados no software GNSS Solutions foram os seguintes:
Vértice Este Norte h
E1 323280.770 7394476.055 723.892
E2 323296.954 7394608.823 724.459
E3 323440.715 7394532.660 724.486
E4 323421.504 7394401.686 723.521
D001 323260.155 7394472.914 724.147
D002 323248.350 7394636.253 724.594
D003 323481.043 7394519.892 724.311
D004 323437.828 7394381.802 723.414
Coordenadas UTM dos Vértices obtidas por meio de receptores GPS L1
O ponto 91607 (Pilar 1) foi adotado como sendo a origem do Plano Topográfico Local, para o
qual foram arbitradas as coordenadas topográficas locais X = 150.000 m e Y = 250.000 m e cujas
coordenadas geodésicas φ0 e λo são conhecidas:
Vértice φ0 λo h (m)
91607 23 ° 33 ' 01,2875 " S 46 ° 43 ' 52,0441 "W 724,84
Coordenadas Geodésicas do ponto Origem – Sistema SAD69
Resultados
Analisando-se os resultados obtidos a partir das duas técnicas de levantamento (GPS e
Topografia), obteve-se as seguintes diferenças:
Vértice ∆E ∆N ∆h
E1 0.0002 -0.0001 -0.0020
E2 -0.0196 0.0082 0.0030
E3 -0.0103 -0.0080 -0.0040
E4 0.0023 -0.0019 -0.0060
D001 0.0024 0.0037 -0.0200
D002 -0.0052 -0.0204 0.0140
D003 -0.0222 -0.0245 0.0080
D004 0.0138 0.0123 0.0140
Variações obtidas para as coordenadas levantadas a partir de GPS e Estação Total